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CENTRAL DE CURSOS PROF. PIMENTEL Perito | Polícia Civil Criminalística CENTRAL DE CURSOS PROF. PIMENTEL R: JOÃO NUTTI, 2195 PARQUE DOS BANDEIRANTE RIBEIRÃO PRETO – SP FONE: (16) 3235‐2900 WWW.PROFPIMENTEL.COM.BR Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 1 Curso: Perito Criminal | Polícia Civil Disciplina: Criminalística Aula: Fundamentos da Criminalística e Local de Crime FUNDAMENTOS DA CRIMINALÍSTICA • Criminalística – evolução conceitual. • Surgimento da Criminalística : - Origem e Evolução Histórica: “Linha do Tempo”- datas, feitos e pessoas que contribuíram para a evolução da Criminalística no mundo e no Brasil. • A Criminalística e as Ciências Afins; Princípios fundamentais; • Local de Crime – definição e classificações; • Corpo de Delito – conceitos; exame de corpo de delito; • Vestígios e indícios: conceitos e classificações; tipos de vestígios de interesse pericial. • Cadeia de Custodia CRIMINALÍSTICAPERÍCIA – “MODUS FACIENDI” • Método científico – Criminalística Moderna. • Princípios básicos da perícia. • Requisição da perícia • Perícias de laboratório. • Perícia “deduciendi”. • Perícia “percipiendi”. • Objetiva ou subjetiva? LOCAIS DE CRIME • Local do fato – “lato sensu”- sob o ponto de vista criminalística. • Local do indiferente penal. • Local da infração penal. • Classificação técnica. • Finalidades do levantamento de locais de crime. • “Modus Operandi”. • Local mediato e local imediato. • Casuística. CRIMINALÍSTICA LAUDO PERICIAL • Conceito. • Laudo Pericial em Criminalística • Valor do Laudo Pericial. • Importância do Laudo Pericial. • A estrutura do Laudo Pericial. • Anexos do laudo Pericial • Quesitos e Cotas. • Diligências Processuais. • Documentos Processuais da Criminalística. • Auto de exame – pareceres – relatórios. • Aspecto formal. relatório auto Laudo Parecer ou consulta CRIMINALÍSTICA NOVAS METODOLOGIAS APLICADAS • Reagentes e pós para o levantamento de impressões dígito – papilares, nos diverso tipos de superfície; • Luzes forenses; • DNA; • Identificação de voz; • Arqueologia forense; • Entomologia Forense; CRIMINALÍSTICA FUNDAMENTOS DA CRIMINALÍSTICA Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 2 CRIMINALÍSTICA Introdução Fase técnico-científica à partir do século XIX. Medicina Legal = exames de integridade física do corpo humano, - toda a pesquisa, - busca e demonstração de outros elementos relacionados com a materialidade do fato penal, - o exame de instrumentos do crime demais evidências extrínsecas ao corpo humano. CRIMINALÍSTICA Introdução Criação de uma nova ciência, destinada a análise, interpretação e pesquisa dos vestígios materiais encontrados em locais de crime, resultado do desenvolvimento de ciências como física, química, biologia, matemática, toxicologia, entre outras. Surgiu, então da criminalística como uma ciência independente em sua ação, como as demais que a constituem. CRIMINALÍSTICA Denominações diversas: As mais variadas denominações, tais como: antropologia criminal, psicologia criminal, polícia técnica, policiologia, polícia criminal, polícia científica e criminalística. CRIMINALÍSTICA • Evolução conceitual da criminalística1- Conceito de Hans Gross – (Juiz de Instrução- considerado pai da criminalística): “É o estudo da fenomenologia do crime e os métodos práticos de investigação”. 2-Conceito de Luis Sandoval Smart (distinguido inspetor Chileno): “É a disciplina auxiliar do Direito Penal que se ocupa da descoberta e verificação científica do delito e do delinqüente”. 3-Conceito de Hilário Veiga de Carvalho (médico): “É a parte das ciências criminais que, ao lado da Medicina-Legal, tem por finalidade os estudos técnicos e científicos dos indícios materiais do delito e da identificação do seu autor, colaborando, também, com outros campos do Direito que dele careçam”. CRIMINALÍSTICA • Evolução conceitual da criminalística4-Conceito Eraldo Rabello (1996)-Perito Criminal - “disciplina autônoma, integrada pelos diferentes ramos do conhecimento técnico-científico, auxiliar e informativa das atividades policiais e judiciárias de investigação criminal, tendo por objeto o estudo dos vestígios materiais extrínsecos à pessoa física, no que tiver de útil à elucidação e à prova das infrações penais e, ainda, à identificação dos autores respectivos”. 5- Definição Brasileira dada em 1947, por ocasião do I Congresso Nacional de Polícia Técnica ; “disciplina que tem por objetivo o reconhecimento e interpretação dos indícios materiais extrínsecos relativos ao crime ou a identidade do criminoso CRIMINALÍSTICA • Evolução conceitual da criminalística 6-Conceito de Zarzuela, José Lopes - Perito Criminal - (1995): “conjunto de conhecimentos científicos, técnicos e artísticos entre outros, destinados à apreciação, interpretação e descrição dos elementos de ordem material encontrados no local do fato, no instrumento de crime, na peça de exame ou no corpo da pessoa física, viva ou morta, de modo a relacionar uma ou mais pessoas envolvidas em um evento às circunstâncias que deram margem a uma ocorrência, de presumível ou de evidente interesse judiciário”. 7- Conceito moderno:“ Ciência destinada à observação, análise e interpretação dos elementos sensíveis encontrados nos locais de crime, nos instrumentos utilizados na prática delituosa, nas peças de exame, no corpo da pessoa física, viva ou morta, com a precípua finalidade de estabelecer uma vinculação entre pessoas, circunstâncias e uma ocorrência de provável ou evidente interesse judiciário”. Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 3 CRIMINALÍSTICAExiste uma pequena diferença conceitual entre a Criminalística e as demais ciências tradicionais: - os fenômenos originários da perícia nunca mais se reproduzem exatamente, sempre haverá um certo fator de subjetividade na aplicação da Criminalística. Por isso, ela faz parte de um conjunto muito especial de ciências, chamadas forenses. Este fator de subjetividade aparece sempre que o Perito, na sua análise, conclui por um determinado fator que não pode ser completamente testado, com base em sua experiência anterior e nos seus conhecimentos da matéria em discussão. Não é exagero dizer que em cada caso que atende o perito defende uma tese. CRIMINALÍSTICApodemos dizer que a Criminalística é uma ciência que se utiliza do conhecimento de outras ciências para poder realizar o seu mister, qual seja, o de extrair informações de qualquer vestígio encontrado no local do fato, que propiciem a obtenção de conclusões acerca do fato ocorrido, reconstituindo os gestos do agente da infração e, se possível, identificando-o. CRIMINALÍSTICAa) princípio da independência ideológica do perito; b) princípio da autonomia técnica da Criminalística; c) princípio da fé pública do laudo; d) princípio da verdade da prova pericial Princípios Fundamentais: CIÊNCIAS AFINS –: - Física; - Química; - Biologia; - Bioquímica; - Antropologia; - Direito; - Ciências Criminais; - Medicina - Legal; - Odontologia-Legal; - Estatística Criminal; etc... Na área jurídica: - analisando a infração penal sem se preocupar com o delinqüente ou com as causas que o levaram à criminalidade; - analisando e interpretando os vestígios relacionados com a infração penal e estabelecendo indícios; - provando o nexo-causal para tipificar o crime; Na área jurídica: - estabelecendo o diagnóstico técnico ou científico (materialidade) da I.P.; - enquadrando o fato material em norma penal incriminatória; - fornecendo elementos de prova à Polícia Judiciária para instrução do IP, e ao Ministério Público, para iniciar a ação penal, enquadrar o crime ou soliciatar o arquivamento, quando for o caso. CRIMINALÍSTICA Central de Cursos Prof.Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 4 INTRODUÇÃO À CRIMINALÍSTICA UM POUCO DE HISTÓRIA....... CRIMINALÍSTICA Evolução histórica da Criminalística – LINHA DO TEMPO. No Mundo : • Roma – César aplicara o método de exame do local. ( Platinius Silvanius, servidor de César, jogou a mulher, Aprônia, da janela de seu quarto ) . • 1560 – Ambroise Paré (1510-1590) – na França – falava em ferimentos produzidos por armas de fogo – “Medicina Legalis Forensis”; • 1563 – João de Barros – Portugal – cronista que publicou obs.feitas na China sobre impressões palmares e plantares, nos contratos de compra e venda de pessoas. • 1651 - Paolo Zacchias - em Roma- publicou “Questiones Médico Legales”- considerado pai da Medicina Legal. CRIMINALÍSTICA Evolução histórica da Criminalística – LINHA DO TEMPO. No Mundo : • 1665 – Marcelo Malpighi, Itália - prof. De Anatomia da Univ. de Bolonha, estudava os relevos papilares das polpas digitais e das palmas das mãos. • 1753 ––Boucher , na França - estudos sobre Balística; • 1809 –– Eugene François Vidocq, na França, célebre delinqüente, passa a ajudar a polícia local nos desvendamento de crimes – funda em 1811 uma agência chamada Süreté (Segurança). • 1823 – Johanes Evangelist Purkinje, tese de doutorado sobre os desenhos digitais; • 1829 – Sir Robert Peel - Inglaterra – fundou a Scotland Yard. • 1840 - Orfila, Mathieu Josefh Bonaventure – cria a Toxicologia Forense. • 1864 – Lombroso, Césare – Itália - propõe o Sistema Antropométrico como processo de identificação; • 1866 – Allan Pinkerton – Chicago – Fotografia Criminal, para reconhecimento de delinqüentes; • 1882 – Alphonso Bertillon – Paris – criava o Serviço de Identificação Judicial – método antropométrico. Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 5 • 1888 – Sir Francis Galton – é convidado a opinar sobre o melhor sistema de identificação – antropométrico de Bertillon e o das impressões digitais, opinando por este último • 1892- Vucetich, em Nicochéia, Argentina, identificou as impressões digitais de Francisca Rojas, encontradas num local de crime, onde assassinara os dois filhos; • 1893 – em Graz, Áustria, o mais ilustre e distinguido Criminalista de todos os tempos – Hans Gross, publicou sua obra – Manual do Juiz de Instrução – todos o sistema de Criminalística – considerado por muitos como o pai da criminalística. CRIMINALÍSTICA • 1896 – Juan Vucetich – (Yugoslávia) – cria o sistema dactiloscópico de Vucetich, implantado na Argentina; • 1899 – Hans Gross, na Áustria, criou os “Arquivos de Antropologia e Criminalística”; • 1900 – Edward Richard Henry, na Inglaterra,, inspetor da Scotland Yard, publica o livro – “ Classificacion and uses of Fingerprints”; • 1900 – Gross, em Leipzig,, publicou a “ Enciclopédia de Criminalística”; CRIMINALÍSTICA • 1908 – Constancio Bernaldo de Queiroz – Espanha – evolução na formação da Polícia Científica; • 1920 - prof. Benjamim Martinez, no México, fundou o Laboratório de Criminalística; • 1933 – nos Estados Unidos, foi criado o F.B.I, em Washington, por iniciativa do Procurador Geral da República, Mr. Homer Cummings. CRIMINALÍSTICA NO BRASIL: São Paulo 1913, o governo convidou o professor Rudolph Archibald Reiss, diretor da Universidade de Lausanne – Suiça, para ministrar na capital, palestras sobre Polícia Científica, encontrando idealistas como Carlos Américo de Sampaio Vianna, (delegado de Polícia) Moyses Marx, (engenheiro) entre outros. em 30 de dezembro de 1924, a criação da Delegacia de Técnica Policial, tendo Carlos Américo de Sampaio Vianna, como diretor. em 1926, a Delegacia de Técnica Policial, foi transformada no Laboratório de Polícia Técnica. CRIMINALÍSTICA NO BRASIL: Em 1939, assume Octávio Eduardo de Brito Alvarenga, um de seus mais antigos técnicos - perito químico -, tendo como seu assistente o perito Astolfo Tavares Paes, os quais passaram a ministrar, em todo estado, palestras sobre Polícia Científica, às autoridades policiais e judiciárias. CRIMINALÍSTICA Em 1947, de 15 a 22 de setembro – Primeiro Congresso Nacional de Polícia Técnica, participação de dois destacados Peritos do FBI - ROLF LAMPORT LARSON e SAM JOHN PAPICH, fato que deu ao Congresso reconhecimento internacional, valendo do consagrado mestre EDMOND LOCARD, referências elogiosas, ao L.P.T.SP., em seu livro “La Police”. Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 6 CRIMINALÍSTICA Em 3 de julho de 1951- Brito Alvarenga, viabiliza a mudança, da sede da rua Conselheiro Nébias para um prédio de 11 andares, na rua Quirino de Andrade – Centro - e, de denominação – para Instituto de Polícia Técnica, estruturando-o nos moldes progressistas com a criação de seções especializadas. Em abril de 1961, ocorre a descentralização, junto às Delegacias Regionais de Polícia e, nos anos seguintes, os Postos de Guarulhos, Sto. André, São Bernardo do Campo e Mogi das Cruzes, Anos depois, foram criados os Postos nas áreas Norte, Sul, Centro, Leste e Osasco. CRIMINALÍSTICA Em março de 1975, Criação do Departamento Estadual de Polícia Científica, ao qual o Instituto de Polícia Técnica, fica subordinado e passa a denominar-se Divisão de Criminalística, sendo que, em outubro do mesmo passa a denominar-se Instituto de Criminalística. Em 1977, o I.C. é transferido para um prédio na rua Vergueiro, de dois pavimentos, parte dos laboratórios para a ACADEPOL e parte para uma edícula - fundos do 36º DP, antes ocupada pelo DOI-CODI. Ao final da década de 80, tem início a construção do prédio próprio para abrigar o IC e a direção do IML, próximo aos campus da USP (não por acaso) e da ACADEPOL. Antes de seu término em 1993, algumas unidades do IC, foram transferidas para o local. “Je suis très touché et très reconnaissant de l’envoi de votre magnifique album. J’ai ècrit dans un de mes livres que le laboratoire de police de Saint Paul était un modèle que les laboratoires européens auraient grand avantage à imiter.” 2/fev/1930 Dr. Edmond Locard Diretor do Laboratório de Polícia Técnica de Lion CRIMINALÍSTICA AUTONOMIA Em 9 de fevereiro de 1998, atendendo previsão legal, através do decreto 42.847, foi criada a Superintendência da Polícia Técnico-Científica, órgão diretamente subordinado ao Secretário da Segurança Pública. Devendo ser dirigida, alternadamente, por Perito Criminal e Médico-Legista. Tendo sido indicado um Perito Criminal, para ser o primeiro Coordenador dessa nova estrutura, atualmente denominado Superintendente. CRIMINALÍSTICA AUTONOMIA Desde a década de 80 os peritos criminais e médico-legistas se mobilizavam em busca da autonomia administrativa. Em 08 de fevereiro de 1998, atendendo previsão legal, através do decreto 42.847, foi criada, no governo Covas, a Superintendência da Polícia Técnico-Científica, órgão diretamente subordinado ao secretário da Segurança Pública. Devendo ser dirigida, alternadamente, por Perito Criminal e Médico-Legista. Tendo sido indicado um Perito Criminal, para ser o primeiro dirigente dessa nova estrutura. INTRODUÇÃO À CRIMINALÍSTICA Assistência Técnica Biblioteca INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA INSTITUTO MÉDICO-LEGAL Núcleo de Recursos Humanos Divisão de Administração SUPERINTENDÊNCIA DA POLÍCIA TÉCNICO-CIENTÍFICA SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA DGP CPM Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 7 CRIMINALÍSTICA O que é a Superintendência da Polícia Técnico Científica? Órgão técnico – científico auxiliar da atividade de polícia Judiciária e do sistema judiciário, responsável pelas perícias criminalística e médico-legal. PREVISÃO LEGAL DA POLÍCIA CIENTÍFICA § 5º do artigo 140 da Constituição do Estado; ORGANIZAÇÃO: Lei Complementar 756/94; de 27 de junho de 1994 ESTRUTURAÇÃO: Decreto 42847/98, de 9 de fevereiro de 1998 CRIMINALÍSTICA ESTRUTURA ATUAL estrutura da Perícia Oficial no Estado. o Instituto de Criminalística modalidades de perícias criminais Instituto de Criminalística Perito CriminalDr. Octávio Eduardo de Brito Alvarenga INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA CRIMINALÍSTICA Tem por meio das suas unidades subordinadas, as seguintes atribuições: •Desenvolver pesquisas , promover o estudo no campo da criminalística, visando ao aperfeiçoamento de técnicas e a criação de novos métodos de trabalho, bem como a divulgação de trabalhos técnicos-científicos relativos ao exame pericial; •Proceder a perícias em locais de crime CRIMINALÍSTICA Acidente de Trânsito Crimes Contábeis Crimes c/ Patrimônio Crimes c/ Pessoa Documentoscopia Engenharia Perícias Especiais Identifição Criminal Crimes Informática 17 Equipes Núcleo Cap e Gde. S Paulo 40 Equipes 11 Núcleos Interior CENTRO DE PERÍCIAS Análise Instrumental Balística Biologia e Bioquímica Física Química Toxicologia CENTRO DE EXAMES, ANÁLISES E PESQUISAS INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 8 Clínica Médica Tanatologia Radiologia Odontologia 17 Equipes Núcleo Cap e Gde. S Paulo 40 Equipes 11 Núcleos Interior CENTRO DE PERÍCIAS Anátomo-Patologia Toxicologia Forense Antropologia CENTRO DE EXAMES, ANÁLISES E PESQUISAS INSTITUTO MÉDICO-LEGAL CRIMINALÍSTICA VESTÍGIOS, EVIDÊNCIAS E INDÍCIOS CRIMINALÍSTICA CONCEITOS: Dicionário Aurélio; “vestígio é sinal que homem ou animal deixa com os pés no lugar onde passa; rastro; pegada; pista, no sentido figurado, indício, sinal, pista, rastro,rasto”. vestígios e indícios se constituem então em sinônimos? Não; sob o enfoque criminalístico e também processualístico, há que se ter em mente a perfeita delimitação e diferenciação entre cada um dos vocábulos. Assim, qualquer marca, sinal, fato, detectado em local onde haja praticado um fato delituoso é, em princípio, um vestígio. CRIMINALÍSTICA Porém, se tal vestígio, após as análises devidas, interpretado e associado com minuciosos exames laboratoriais e dados da investigação policial, tiver estabelecida sua inequívoca relação com o fato delituoso e com as pessoas com este relacionadas, aí ele terá se transformado em indício. – PROVA INDICIÁRIA. (prova por indícios). “O vestígio encaminha; o indício aponta”. (Porto, Gilberto- manual de criminalística). CRIMINALÍSTICA Os vestígios sob o ponto de vista criminalístico representam elementos que podem ser tecnicamente transformados em indícios que permitam comprovar a natureza do fato material de suas circunstâncias, como infração penal ou como irrelevante penal . CRIMINALÍSTICAClassificação dos vestígios: 1. quanto à duração ou permanência no suporte: • transitórios ou passageiros – vida limitada • duradouros ou permanentes – que mantém intactos no suporte onde foram produzidos por tempo indeterminado. 2. quanto ao grau de percepção sensorial: • macroscópicos ou perceptíveis a olho nú; • microscópicos ou observáveis com equipamento de ampliação; • latentes – aqueles que se tornam visíveis depois de revelados, física ou quimicamente. 3. quanto à natureza: • manchas; • impressões; 4. quanto a modalidade da ocorrência; • gerais • específicos Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 9 CRIMINALÍSTICAPRESERVAÇÃO DOS VESTÍGIOS : sob o ponto de vista tanto científico como legal, notadamente processualístico. Alterações que podem ocorrer: destacam-se as; -causas naturais; (intempéries); -causas acidentais; (imperícia e negligência); -causas propositais;(destruição voluntária). -A COLETA, ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAGEM DOS VESTÍGIOS: sua importância para evitar a contaminação, degradação, e manter-se a integridade individual da amostra.( cadeia de custódia da prova). IDENTIFICAÇÃO E ETIQUETAGEM. CRIMINALÍSTICA INDÍCIO : procede da expressão index –aquilo que serve para apontar, indicar, indigitar. Artigo 239 do C.P.P. “ considera indício a circunstância conhecida e provada que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias”. É o fato conhecido que serve para revelar outro fato desconhecido, dada a sua relação com este. Tanto mais veemente será o indício quanto maior for a relação existente entre ele e o fato cuja existência revela. CRIMINALÍSTICAVárias são as suas classificações: -quanto à cronologia: antecedentes ao fato (ameaças de morte feitas pelo acusado); concomitantes ao fato (encontro da arma do crime no local) subseqüentes ao fato ( desaparecimento do acusado após o crime). -quanto à sua extensão: comuns ou gerais, aplicáveis a toda espécie de delito ( como fuga do acusado) próprios ou especiais; relativos a certa espécie de delito (encontro da coisa furtada na casa do acusado). - quanto a força probatória; embora o indício não prove necessariamente a autoria material de fato delituoso. é a sua principal classificação tendo em vista a sua força probatória. CRIMINALÍSTICA INDÍCIOS: Podem ainda ser divididos da seguinte forma: • Indícios próximos: diretamente relacionados com o fato; • Indícios manifestos: resultam da própria natureza do crime; • Indícios distantes; são os que possuem uma relação com o crime meramente aceitável. CRIMINALÍSTICA CATEGORIAS DOS INDÍCIOS: 1. propositais ( autênticos e falsos) produzidos pelo homem; 2. acidentais (também designados como causais ou naturais), independem da vontade do homem. Seus valores: - • objetivo ou lógico :os que se impõem por si mesmos ; • subjetivo ou psicológico :dependem de apreciação subjetiva- serão sempre de probabilidade.( atitude, comportamento de pessoas, circunstâncias). CRIMINALÍSTICA Valor probatório dos indícios: Outro aspecto significativo, para o valor probatório da prova por indício é, sem dúvida, do caráter de autenticidade que deve envolver os indícios, ou seja, a legalização dos mesmos, especialmente no que se refere ao surgimento, à origem, de cada um deles e trazidos ao bojo dos autos (cadeia de custódia). Implica isto na afirmativa de que deve sempre e invariavelmente haver plena certeza jurídica e processualística ao se julgar e considerar cada elemento de prova, principalmente tendo em vista que se encontra em jogo a segurança da sociedade, a honra, a liberdade e o patrimônio das pessoas. Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 10 Corpo de delito CRIMINALÍSTICA CONCEITOS: Corpo de delito: “é o conjunto de elementos materiais e sensíveis que constituem o delito”-(Leal, Câmara). Corpo de delito: conjunto de elementos sensíveis do fato delituoso Elementos sensíveis: aquilo que pode afetar os sentidos – podem ser sentidos pelos olhos, ouvidos, paladar, olfato. CRIMINALÍSTICA CORPO DE DELITO: O conceito científico atual está enquadrado na doutrina do crime com o significado de comprovação do fato típico em sua integridade. É a marca do crime. É aquele sinal que afirma a sua existência. Podem ser: - de caráter permanente : “delicta factis permanentis”ou - de caráter passageiro : “ delicta factis transeuntis”. CRIMINALÍSTICA Exame de corpo de delito = Perícia Divisão : exame de corpo de delito direto exame de corpo de delito indireto • direto é o que se faz sobre o próprio corpo de delito. • indireto é o raciocínio e as experiências dos peritos, baseados nos informes de testemunhas. É a declaração das testemunhas aliada a elaboração pericial. É feito com vistas a evitar a perda do corpo de delito. O aspecto legal que envolve a questão está previsto no art.158 do CPP e no 328 do CPPM vigentes: quando a infração ou presuntiva infração penal deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto (regra) ou indireto (exceção), não podendo suprí-lo a confissão do acusado. CRIMINALÍSTICA NULIDADES PROCESSUAIS O artigo 564 do CPP, III, b, preceitua que; “ A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: III- por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: b)- o exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvando o disposto no art. 167”. O artigo 167 diz: “ Não sendo possível o exame de corpode delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta”. O exame direto é o que se faz sobre o próprio corpo de delito. O exame indireto é o raciocínio e as experiências dos peritos, baseados nos informes de testemunhas. É a declaração das testemunhas aliada a elaboração pericial. É feito com vistas a evitar a perda do corpo de delito. LOCAL DE CRIME Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 11 CRIMINALÍSTICA INFLUÊNCIA OU SÍNDROME CSI CRIMINALÍSTICA O exame do local do crime: é um elemento de maior valia, permitindo-se entender o desenvolvimento da ocorrência, com todas as circunstâncias que cercaram a infração, podendo influir, fundamentalmente, sobre o reconhecimento da autoria e da responsabilidade criminal. Preceitua o art. 169 CPP: “Para efeito do exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente para não se altere o estado das coisas até a chegada dos Peritos, que poderão instruir .....” CRIMINALÍSTICA LOCAL DO FATO: Conceito técnico “lato sensu” de local sob o ponto de vista criminalístico: é todo espaço físico ou área geográfica, interna ou externa, onde ocorreu um evento, com produção de vestígios, que, pela sua natureza ou circunstâncias que o revestem, reclama a presença da polícia e perícia, para seu esclarecimento. Local da Infração Penal é toda área onde tenha ocorrido a prática de crime ou de contravenção penal. CRIMINALÍSTICA Local do indiferente penal sob o ponto de vista criminalístico: É todo o espaço físico onde se desenvolveu um evento, com produção de vestígios, destituído de interesse judiciário-penal, cujas circunstâncias fazem presumir ocorrência de infração penal, motivo pelo qual o evento reclama as presenças e providências da polícia e perícia para seu esclarecimento. Exs.: mortes naturais, suicídios tentados e consumados, autolesões. CRIMINALÍSTICA Podem ser: • imediato : representa o espaço físico onde o evento efetivamente se consumara; • mediato : representa o espaço físico adjacente ao local imediato. CRIMINALÍSTICA Classificação técnica de local de crime: (locais imediatos e mediatos) -quanto ao espaço físico onde ocorreu o evento;-internos ou fechados ou externos e abertos e vinculados ou relacionados. -quanto à natureza do fato, sob o ponto de vista jurídico e técnico; -quanto à preservação, ou não, dos vestígios existentes no local;- idôneos ou preservados, - inidôneos ou não preservados e locais prejudicados ( aqueles em que os peritos criminais não têm condições de realizar o ECDD e o ECDI, por terem os vestígios sido quantitativa, plena e irreversivelmente destruídos. Aplica-se então, a regra contida no art. 167 do CPP. Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 12 CRIMINALÍSTICA FINALIDADES DOS LEVANTAMENTOS PERÍCIAIS NOS LOCAIS DE CRIME: 1-constatar se efetivamente houve, ou não, uma infração penal; 2-em caso afirmativo, precisar as características desta infração, isto é, qualificá-la; 3-colher os elementos, porventura existentes, que possibilitem a identificação do criminoso, ou criminosos, e a demonstração insofismável de sua culpabilidade; 4-Perpetuar os indícios materiais colhidos, suscetíveis de serem utilizados como prova; (levantamentos técnicos periciais:descritivos- fotográficos-topográficos-papiloscópico-revelações-decalques-modelagens 5-Legalizar esta prova, autenticá-la, de modo a assegurar o seu valor em juízo, como peça de convicção. INTRODUÇÃO À CRIMINALÍSTICA Importância Pode-se adiantar que em dois aspectos reside a importância do exame de corpo de delito: 1- Provar que houve infração penal; 2- Apontar o autor da infração através das provas preconizadas pela técnica e pelo direito. CRIMINALÍSTICA Modus faciendi da perícia e Doutrina PERÍCIA Modus faciendi da perícia • Teoria do caso • Observação preliminar • Anotações e fotografação • Constatação dos vestígios patentes • Processamento dos vestígios latentes • Coleta das provas • Liberação do local • Exames subsidiários • Laudo - Conclusão CRIMINALÍSTICA PerguntaramPerguntaram --me:me: E se a vítima fosse sua filha?E se a vítima fosse sua filha? RespondiRespondi E se o acusado fosse seu filho e ele, E se o acusado fosse seu filho e ele, olhando fundo nos seus olhos, olhando fundo nos seus olhos, dissesse dissesse ---- “Pai, sou inocente!” ?“Pai, sou inocente!” ? Carlos Carlos MarchiMarchi, Recife, 1991, Recife, 1991 CRIMINALÍSTICA C R I M EC R I M E •• Como ocorreu?Como ocorreu? •• Por que ocorreu?Por que ocorreu? •• Quando ocorreu?Quando ocorreu? •• Há agravantes?Há agravantes? •• Há alguma excludente deHá alguma excludente de antijuridicidade?antijuridicidade? •• Ocorreram qualificadoras?Ocorreram qualificadoras? •• Quais os fatores causais?Quais os fatores causais? •• Quem é o autor?Quem é o autor? •• Quem é a vítima?Quem é a vítima? Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 13 P E R Í C I A meio instrumental, técnico-opinativo e alicerçador da Sentença Circunstância < Indício < Evidência PERÍCIA = constatação + avaliação + juízo de valor A opinio da perícia situa-se em posição intermediária entre os fatos e a sentença CRIMINALÍSTICAPRINCÍPIOS BÁSICOS DA PERÍCIA -Observação: - “Todo contato deixa uma marca”. (E.Locard) -Análise:- sempre deve ser seguido o método científico. -Interpretação:- dois objetos podem ser indistinguíveis, mas nunca idênticos. -Descrição dos elementos sensíveis: o resultado de uma exame pericial é constante com relação ao tempo e deve ser exposto em linguagem ética e juridicamente perfeita. -Documentação: - toda evidência deve ser documentada, desde seu nascimento no local do crime até a sua análise e descrição final, de forma a se estabelecer um histórico completo e fiel de sua origem. CRIMINALÍSTICA CAMARGO ARANHACAMARGO ARANHA “Todas as provas são objetivas, ao passo que “Todas as provas são objetivas, ao passo que a perícia é eminentemente subjetiva”.a perícia é eminentemente subjetiva”. •• perícia percipiendi - mostra • perícia deducendi - demonstra CRIMINALÍSTICA Necessidade de ProvasNecessidade de Provas PROVAS ORAIS DOCUMENTOS P E R Í C I A CRIMINALÍSTICAProvas OraisProvas Orais memória, transmissão e interpretação dificultam relatos forte inclinação a imperar o ponto de vista pessoal e a empatia influência emocional forte tendência a preencher lacunas de memória com raciocínios que pareçam lógicos, mas que poucas vezes correspondem à realidade CRIMINALÍSTICA CARNELUTTICARNELUTTI “O juiz chama a testemunha porque já conhece o fato,“O juiz chama a testemunha porque já conhece o fato, chama o perito para que o conheça; o conhecimento chama o perito para que o conheça; o conhecimento da testemunha preexiste, o do perito, se forma depois.da testemunha preexiste, o do perito, se forma depois. A testemunha recorda, o perito relata; a primeira é umA testemunha recorda, o perito relata; a primeira é um meio de reconstrução, o segundo, de comunicação dameio de reconstrução, o segundo, de comunicação da verdade”.verdade”. Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 14 CRIMINALÍSTICA Cada um diz uma coisa!!! Como vou entender o que realmente aconteceu? O Método Criminalístico; O método de investigação criminalístico ou método científico, tem por base uma investigação completa sobre os vestígios de uma ocorrência. Tem início no levantamento do local. Trata-se de um conjunto de procedimentos padrão que conduzem da observação de um fenômeno à teoria que o explica: Observação coleta de dados conjectura hipótese testes de resultados TEORIA. A perícia assemelha-se, em tudo, a uma pesquisa científica, exceto pelo fato de que, como é feita para a justiça, deve seguir prazos que, via de regra, são escassos, tornando-se quase imediata. CRIMINALÍSTICA ASPECTOS JURÍDICOS • peritos oficiais,peritos “ad-hoc” e peritos judiciais. • a prova técnica à luz do Código de Processo Penal INTRODUÇÃO À CRIMINALÍSTICA SUJEITO ATIVO DA PERÍCIA : PERITOS: • Etimologia da palavra – do latim “Peritus”: douto, experiente, hábil, prático em uma ciência, técnica, ou arte, pessoa que conhece pela experiência. • Conceito “Lato Sensu”: São técnicos em determinados assuntos, designados pelas autoridades competentes, policiais ou judiciárias, com a incumbência de examinar e relatar os fatos de natureza específica, comprovável e permanente, de interesse num processo. O perito não é um advogado da defesa nem órgão do Ministério Público: não acusa, nem defende. Limita-se à verdade dos fatos, devendo consignar com imparcialidade exemplar, todas as circunstâncias, sejam ou não favoráveis ao acusado. Está sujeito à mesma disciplina Judiciária. CRIMINALÍSTICA Modalidade de Peritos •PERITOS OFICIAIS •PERITOS “AD HOC” •PERITOS JUDICIAIS ou do JUÍZO INTRODUÇÃO À CRIMINALÍSTICA Modalidade de Peritos •PERITOS OFICIAIS São pessoas investidas em cargos públicos pertencentes a carreira do funcionalismo público, estadual e federal, mediante concurso de ingresso de provas ou de títulos. •ESPÉCIES DE PERITOS OFICIAIS Peritos em Medicina Legal ou Médicos Legistas > IMLs; (diploma registrado de conclusão em Medicina) Peritos em Criminalística ou Peritos Criminais > ICs. (Diploma registrado de curso superior) Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 15 Modalidade de Peritos • PERITOS “AD HOC” São órgãos auxiliares da administração da Justiça que assessoram o juízo criminal, que atuam quando da inexistência de peritos oficiais. Art 159 do CPP § único - “Não havendo peritos oficiais, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame”. “ O perito, no processo penal, é órgão técnico do juízo na formação e colheita do material instrutório”. JFMarques. • PERITOS JUDICIAIS ou PERITOS DO JUIZO: São órgãos da administração da Justiça que assessoram o juízo cível ou trabalhista, sempre que aprova do fato dependa de conhecimento científico, artístico, etc.., isto é, de um conhecimento especializado. INTRODUÇÃO À CRIMINALÍSTICA Atribuições legais dos Peritos “ad hoc”e judiciais. •No foro penal: art 159 e 277, caput do CPP . • Art. 159 do CPP.-“Não havendo peritos oficiais, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame”. • Art. 277. ”O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível”. •No foro cível: art.145 §§ 1°, 2° e 3° do CPC. com as alterações introduzidas pela lei 7270/84; art. 331, 1; art. 421, caput do CPC; •No foro trabalhista: art 3° da lei 5584/70, art 195 caput do dec. Lei 5452/43, com redação alterada pela lei 6514/77; NR 15 e 16 da Portaria 3214/78 CRIMINALÍSTICA Assistentes técnicos: São Peritos indicados pelas partes, no foro cível e trabalhista, sendo seus nomes homologados pelo Juiz para acompanharem o exame, vistoria ou avaliação levada a efeito pelo Perito do Juizo. Atribuições Legais: No foro cível: art. 331, I ; art 421 § 1°, I; 421 § 2°; art.422; art. 428; art. 429; art.433 § único; art.435 § único. No foro Trabalhista: art. 3° da lei 5584/70. NÃO HÁ ASSISTENTE TÉCNICO NO FORO CRIMINAL CRIMINALÍSTICA INVESTIDURA DOS PERITOS NO INQUÉRITO POLICIAL E NO PROCESSO. Peritos oficiais : a partir do exercício do cargo; Peritos “Ad Hoc” :a partir do despacho de nomeação da autoridade policial ou judiciária, independentemente do termo de compromisso. Perito do Juízo : a partir do despacho de nomeação do juízo criminal, cível e trabalhista, independentemente do termo de compromisso, art 422/ CPC, com redação determinada pela lei 8455/92. Art. 280 >> 254, do CPP: O juiz (leia-se perito) dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes: - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; VI - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo Impedimentos legais CRIMINALÍSTICA Divergências entre Peritos Art. 180, CPP: "Se houver divergência entre os peritos, serão consignados no auto do exame (laudo) as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos" Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 16 Limites de atuação dos Peritos: tratando-se de informe técnico, usualmente fora de formação específica do jurista, a perícia poderia adquirir caráter absoluto. “Os juízes julgam conforme são informados”. A credibilidade da perícia, isto é, o princípio de que a opinião do Perito não se vincula nem se subordina à do Juiz, ao qual embora obrigado a argumentar a divergência, assistirá o direito de discordar da opinião do Perito, recusá-la em parte ou no todo e determinar nova perícia. Este princípio doutrinário é forma de fiscalização da perícia, levando na prática, perito e juiz à opção da confiança recíproca, à escolha da segurança mútua, ligados pelos vínculos da competência, honestidade e dedicação CRIMINALÍSTICAGARRAUDGARRAUD “Se o perito não pode entregar“Se o perito não pode entregar--se a verdadeiras se a verdadeiras enquêtesenquêtes, no sentido legal da palavra, pode, entretanto, no sentido legal da palavra, pode, entretanto sem sair do seu papel e do seu mandato, recolher, de sem sair do seu papel e do seu mandato, recolher, de qualquer pessoa, todas as indicações próprias a qualquer pessoa, todas as indicações próprias a esclarecêesclarecê--lolo, sobre os pontos que lhe são submetidos”, sobre os pontos que lhe são submetidos” LAUDO PERICIAL CRIMINALÍSTICA Enfim, após o exame a análise de todos os elementos encontrados num local de crime, o Perito expressará o seu Juízo de valor numa peça chamada LAUDO PERICIAL. É a materialização de tudo o que foi visto e descoberto. LAUDO PERICIAL (JL. Zarzuela): “é a exposição minuciosa circunstanciada, fundamentada, e ordenada das apreciações e interpretações realizadas pelo perito, com a pormenorizada enumeração e caracterização dos elementos materiais encontrados no local do fato, no instrumento do crime, na peça de exame e na pessoa física, viva ou morta”. CRIMINALÍSTICA No foro penal os laudos criminalísticos e médico- legais, constituem modalidades de instrumentos processuais de considerável expressão, pois, no bojo destes documentos oficiais Magistrados, Promotores Públicos e Autoridades Policiais têm condições de analisarem o fato dentro de ângulos cietíficos, técnicos ou artísticos. Assim, um significativo rol de trabalhos periciais permite a todos que manipulam o laudo pericial conhecer o evento e concluir sobre suas eventuais repercussões no universo jurídico. • O Laudo Pericial na Criminalística e na Medicina Legal •O Valor do Laudo Pericial Apesar da Exposição de Motivos do CPP vigente esclarecer que todas as provas são relativas verifica-se claramente que o legislador processual penal lhes deu diferentes pesos ao estabelecer uma hierarquia no teor do art. 158. O processualista HÉLIO TORNAGHI, seguindo a linha de pensamento de processualistas italianoscomo ÍTALO VIROTTA e ALFREDO DI MARSICO, sugere que a perícia seja identificada em plano diverso das demais no contexto do CPP, situando-se entre a PROVA e a SENTENÇA. É obvio que não se poderia pretender dar um valor absoluto à perícia e à sua cristalização na forma do Laudo Pericial, conforme textuam os arts. 157 e 182 do CPP, do contrário o Juíz teria que aceitá-lo e dele se valer com exclusividade para a prolatação da sentença, todavia nas devidas proporções, confrontando a Perícia com as outras modalidades de provas, pode-se assertir que possui um amplo contingente de convencimento. Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 17 A importância do Laudo Pericial Pedra angular do processo, quer na processualística penal quer na civil. Sua falta gera nulidade processual nos crimes que deixam vestígios. Na legislação brasileira – sistema liberatório: Juíz aceita ou não, parcial ou totalmente o laudo pericial. Este princípio é encarado dentro dos seguintes aspectos • quanto à conveniência: obrigatoriedade e não obrigatoriedade. • quanto ao procedimento: liberdade do Juiz é bem mais ampla, porém delimitada, pois a lei lhe determina, “a presença de curador para acompanhar os trabalhos periciais se os Peritos concluírem que o agente era inimputável ao tempo da ação ou omissão...”.(art.26 caput do CP e 151 do CPP). Também, os arts 152 e 149 § 2 do CPP • quanto a avaliação: neste caso o Juiz é sempre livre, apesar dos arts. 182 do CPP e 436 do CPC., ressalvado os que envolvem matéria especializada de natureza técnica, científica ou artística. ESTRUTURA DO LAUDO PERICIAL • Silêncio dos Códigos de Processo. • Nada é referido sobre a técnica a ser empregada nas perícias. • Igualmente silenciando sobre o modo como deve ser apresentado o Laudo Pericial. • Sugestão de estrutura do Laudo Pericial: Preâmbulo; Histórico; Descrição dos Fatos; Respostas ao quesitos; Discussão; Conclusão. CRIMINALÍSTICA ANEXOS DO LAUDO PERICIAL Previstos no C.P.P. 1. Fotografia Judiciária; 2. Topografia Judiciária; 3. Dermatoglifia Judiciária; Não previstas no C.P.P. 1. Modelagem Judiciária; 2. Poroscopia Judiciária; 3. Hematologia Judiciária; 4. Semenologia Judiciária; 5. Balística Judiciária; 6. Residuografia Judiciária; 7. Ensaios Instrumentais de Interesse Judiciário; 8. Análise de DNA. QUESITOS - Conceitos: a) Linguístico: opinião, juízo ou esclarecimento; b) Processual : pergunta que se formula aos Peritos e pela qual se delimita o campo da perícia, • no CPC, juízes e as partes poderão (não deverão) • no CPP, não é raro que seja requisitada a perícia desacompanhada de quesitos; MODALIDADES DE QUESITOS a) Originários- formulados dentro do prazo legal (art 421 § 1 do CPC- 5 dias; e 176, caput do CPP- até o ato da diligência); b) Suplementares- facultativos apresentados pelas partes e autorizados pela lei; c) Pertinentes – homologados pelo Juiz; d) Impertinentes – alheios à questão; e) Oficiais ou Legais – são aqueles que a lei penal indaga aos Peritos; (no processo civil não há quesitos oficiais). f) Oficiosos e não oficiais – pelas partes ou pelo Juízo – natureza de cada caso- caberá ao Juízo formulá-los ou não; ( art 426, 1 do CPC e 331,1 do CPC) • No Processo penal há condições legais do Juiz requisitá-los e de homologá-los quando patrocinados pelas partes. CRIMINALÍSTICA COTA- Promotores de Justiça. Consiste em anotação, observação, fala, comentário ou petição que o advogado, Promotor de Justiça, órgão da fazenda pública, faz no corpo dos autos. No P.Penal não é raro que o Promotor de Justiça proceda anotações, de próprio punho, requerendo ao juiz que preside a causa, providências a fim de que os Peritos lhes esclareçam fatos necessários à tipificação da ocorrência. CRIMINALÍSTICA Diligências Processuais Dá-se o conceito processual “lato sensu” desta modalidade de atividade realizável por diferentes personalidades como o Juiz de Direito, Oficial de Justiça, Autoridades Policiais e seus assessores e pelos Peritos Criminais, no decurso de trabalhos que sejam necessários para a elaboração do laudo pericial. (art. 172 § único). Central de Cursos Prof. Pimentel Perito | Polícia Civil – Criminalística 18 FINALIDADES DO LAUDO PERICIAL Apresenta múltiplas destinações: • Fornecer subsídios técnicos e científicos a fim de distinguir a infração penal do irrelevante penal; • Permitir ao membro do MP, tipificar o delito ou a contravenção penal ou peticionar arquivamento dos Autos do Processo e o Juiz prolatar a sentença ou determinar o arquivamento dos A.P. ao se convencer da inexistência da Infração Penal • Apontar a identidade do responsável pela prática do ato delituoso, identificar a vítima, etc.. • Perpetuação e legalização dos vestígios. DOCUMENTOS PROCESSUAIS 1. Relatório : envolvem o Auto e o Laudo; 2. Auto: doc. processual oficial que se caracteriza pela urgência da apresentação de quem o requisita. ( A. Judic. Min. Justiça, Governador) Baseia-se em fato atual, não passado, representando modalidade de relatório elaborado pelos Peritos, que, à medida que realizam o exame pericial, ditam ao escrevente suas observações, interpretações e conclusões; sem formalismos maiores. 3. Laudo: doc. processual oficial que se caracteriza por ser uma peça retrospectiva, isto é refere-se a fatos passados; observância de prazos; pode ou não conter quesitos; formalismo na apresentação. 4. Parecer ou consulta: doc. processual oficioso , elaborado por especialistas na matéria, representado por emissão de juízos de valores sobre o laudo oficial; não tem prazo legal para elaboração; normalmente apresenta quesitos; sem formalismos. CENTRAL DE CURSOS PROF. PIMENTEL Perito | Polícia Civil Resumo Criminalística CENTRAL DE CURSOS PROF. PIMENTEL R: JOÃO NUTTI, 2195 PARQUE DOS BANDEIRANTE RIBEIRÃO PRETO – SP FONE: (16) 3235‐2900 WWW.PROFPIMENTEL.COM.BR Central de Cursos Prof. Pimentel Criminalística | Polícia Civil 1 CRIMINALÍSTICA Conceito O que é a criminalística? O termo Criminalística foi lançado por Hans Gross para designar o “Sistema de métodos científicos utilizados pela polícia e pelas investigações policiais” Hans Gross: Pai da Criminalística. Segundo Cavalcante, “para Hans Gross, a Criminalística era o estudo global do crime, isto é, era uma ciência ampla, que devia estudar toda a fenomenologia do crime”. 1° Congresso Nacional de Polícia Técnica, ocorrido em São Paulo no ano de 1947, a Criminalística seria a “disciplina que tem como objetivo o reconhecimento e a interpretação dos indícios materiais extrínsecos, relativos ao crime ou à identidade do criminoso”. De forma geral, esta utiliza métodos desenvolvidos e inerentes às diversas áreas para auxiliar e informar as atividades policiais e judiciárias de investigação criminal (RABELLO, 1996). Objetivo ...o reconhecimento e a interpretação dos indícios materiais extrínsecos, relativos ao crime ou à identidade do criminoso, através da utilização de diversas ciências com a finalidade de esclarecer um fato e apontar seu autor baseando em provas científicas irrefutáveis. O quê? A existência de um fato Quem? A identidade do criminoso Como? Modus operandi Corpo de Delito Vestígios deixados por uma infração penal. Conjunto de elementos que constataram a existência de um crime. (Pimenta Bueno) Conjunto de elementos sensíveis ao fato criminoso. (João Mendes) A finalidade do exame do corpo de delito é apontar o autor da infração através das provas preconizadas pela técnica e pelo direito e, comprovar a existência dos elementos do fato típico nos delitospermanentes. Exame direto: Realização no próprio corpo de delito. Exame indireto: Não tem os vestígios. O perito se vale de elementos acessórios para elaborar um laudo. Depoimentos de testemunhas que tenha presenciado o crime. (art. 167 do CPP). Admissibilidade: a) Terem os vestígios desaparecidos b) Existir pelo menos uma testemunha direta ao crime Locais de Crimes Definição: Carlos Kehdy – Local de crime é toda área onde tenha ocorrido qualquer fato que reclame as providências da polícia, ou seja, é o ponto de partida da investigação criminal. Eraldo Rabello – Local de crime é a porção do espaço compreendido num raio que, tendo origem o ponto no qual é constatado o fato, se estenda de modo a abranger todos os lugares em que, aparente, necessária ou presumivelmente, hajam sido praticados pelo criminoso, ou criminosos, os atos materiais, preliminares ou posteriores à consumação do delito e, com este diretamente relacionado. Local de crime não é apenas o local onde se deu o fato, mas todo e qualquer local onde existam vestígios relacionados com o fato delituoso. Classificação: Quanto à área: Local Interno ou Fechado – aquele situado no interior de edifícios, residências, lojas, pátios de estacionamento, garagens; É aquele coberto, podendo ter ou não sua área confinada por paredes. Local Externo ou Aberto – aquele localizado em campo aberto, cerrado, fazenda, vias públicas, praça, etc. Está sujeito à influência do tempo, podendo acarretar alterações ou destruições das evidências físicas. Quanto à região de ocorrência Imediato – é a área de maior concentração de vestígios da ocorrência do fato. Mediato – compreende as adjacências do local onde ocorreu o fato. Relacionado – é aquele que se refere a uma mesma ocorrência. Ex: Falsificação, num local se prepara o material falsificado e em outro ele é negociado. Quanto à preservação Central de Cursos Prof. Pimentel Criminalística | Polícia Civil 2 Idôneo, Preservado ou Não violado – os vestígios são mantidos na integridade ou originalidade com que foram deixados pelo agente após a prática da infração penal, até a chegada dos peritos. Inidôneo, Não apropriado ou Violado – são aqueles em que os vestígios foram alterados após a prática da infração penal e antes da chegada dos peritos ao local, em detrimento da perícia. A alteração pode se dar de três formas diversas: adição, subtração e substituição. Quanto à natureza do fato: o local dera classificado de acordo com o tipo de ocorrência que o gerou. Ex: Local de morte violenta, de incêndio, de furto, de acidente, de crime contra o meio ambiente, etc. Isolamento e Preservação de locais Por que isolar o local de crime? Preservar os vestígios que auxiliem na identificação do criminoso; Analisar os vestígios que qualificam uma infração penal; Perpetuação e legalização das provas matérias Descartar uma falsa comunicação de ocorrência. Para que a criminalística possa trabalhar com segurança e idoneidade, em busca da materialidade e da autoria do delito em questão. Quando isolar o local do crime? O mais rápido possível do conhecimento policial. Como isolar? Toda porção do espaço onde exista algum vestígio do fato criminoso. Levantamento pericial Procedimentos: Levantamento descritivo (narrativa) – apresentação e relato das atividades na forma escrita. Tudo o que o perito encontrar no local. Levantamento fotográfico – complementa, documenta e muitas vezes comprovam dados do levantamento descritivo. Levantamento topográfico (croqui) – consiste em fazer um desenho da cena do crime e registrar a posição dos vestígios de crime, de modo a contextualizá‐los para futuras referências. Vestígios, evidências e indícios Vestígios – é todo objeto ou material bruto constatado e ou recolhido em um local de crime para análise posterior. Evidência – é o vestígio depois de feitas as análises, onde se constata técnica e cientificamente a sua relação com o crime. Indício – é a expressão jurídica prevista no artigo 239 do CPP relativa à circunstancia conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir‐se a existência de outra ou outras circunstancias. Classificação dos vestígios Relação a sua perceptividade Vestígio latente – percebido sensorialmente depois de revelado Vestígio microscópico – aquele cuja dimensão está aquém da capacidade de percepção ao olho nu. Vestígio persistente – possui durabilidade prolongada. Vestígio fugaz – rapidamente desaparece. Relação ao fato delituoso Vestígio verdadeiro – Produzido pelo próprio criminoso. Vestígio forjado – Produzido pelo criminoso ou por quem tenha interesse em alterar o cenário criminal com intuito de dissimular a investigação. Vestígio Ilusório – é aquele que não tem relação direta com o crime. Modalidades de perícia criminal Perícia em Local de Crime Contra a Pessoa; Perícia em Local de Acidente de Trânsito; Perícia em Local de Crime Contra Patrimônio; Perícia Documentoscópica; Perícia de Engenharia; Perícias Especiais; Perícia Laboratorial; Balística Forense; Papiloscopia Forense; Informática Forense. capa_material Criminalistica capa_r2 Criminalistica - Resumo
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