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Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) GENGIVITE GENGIVITE INDUZIDA POR BIOFILME DENTAL Gengivite em periodonto íntegro: Sinais clínicos da inflamação pelo acúmulo de biofilme; Sítios com profundidade de sondagem (PS) < 3mm; 10% ou mais de sítios com sangramento à sondagem; Ausência de perda de inserção e perda óssea radiográfica; Gengivite em periodonto reduzido: 1. Paciente com periodontite estável: • História de tratamento de periodontite; • Perda de inserção; • Sítios com PS < ou igual a 3mm; • 10% ou mais de sítios com sangramento à sondagem; • Perda óssea radiográfica. 2. Paciente sem periodontite: • Paciente pode apresentar recessão gengival e papilas íntegras → não causada por periodontite; • PS < ou igual a 3mm; • 10% ou mais de sítios com sangramento à sondagem; • Possível perda de óssea radiográfica; Extensão da Gengivite 1. Localizada: > 10% e < 30% dos sítios acometidos; 2. Generalizada: > 30% dos sítios acometidos. Severidade (Gravidade) da Gengivite 1. Leve: < 10% dos sítios; 2. Moderada: 10-30% dos sítios; 3. Severa: > 30% dos sítios. Critérios para o diagnóstico de Gengivite 1. Diagnóstico clínico 2. Radiografias não são utilizadas para o diagnóstico: • Inflamação dos tecidos moles; • Sem perda de inserção nem perda óssea radiográfica. 3. Alterações: • Presença de placa; • Alteração de cor: cor rósea muda para avermelhada; • Perda do contorno festonado; • Temperatura sulcular (calor); • Aumento de exsudato gengival; • Sangramento; • Alterações histológicas de lesão inflama- tória. 4. Reversível com tratamento: medidas de higiene bucal. Processo da lesão estabelecida Aumento do calibre dos vasos; Muitas células inflamatórias; Extravasamento de citocinas pró-inflamatórias na região de matriz extracelular. Porém, sem perda de inserção. GENGIVITE MEDIADA POR FATORES DE RISCO Fatores de risco sistêmicos (modificadores): 1. Tabagismo; 2. Hiperglicemia (Diabetes); 3. Fatores nutricionais; 4. Agentes farmacológicos; 5. Hormônios esteroides sexuais (puber- dade e gravidez); 6. Condições hematológicas. Fatores de risco locais (fatores predispo- nentes): 1. Fatores de retenção de biofilme • Mau posicionamento dental; • Falta/excesso material restaurador; • Próteses mal adaptadas; • Aparelhos ortodônticos. Gengivite e periodontite Periodontia Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 2. Secura bucal • Xerostomia; • Redução do fluxo salivar. AUMENTO GENGIVAL INFLUENCIADO POR ALGUNS MEDICAMENTOS 1. Antiepiléticos: anticonvulsivantes 2. Bloqueadores de canais de cálcio: pacientes cardiopatas ou hipertensos; 3. Imunossupressores: pacientes transplan- tados; 4. Altas doses de anticoncepcionais (ex: Ciclosporina). • Exige tratamento cirúrgico; • Soldagem: falsas bolsas → sem perda de inserção. Extensão 1. Localizada: único dente ou grupo de dentes; 2. Generalizada: em toda a boca. Severidade (gravidade) 1. Leve: papila; 2. Moderada: papila e margem gengival; 3. Severa (grave): papila, margem gengival e gengiva inserida. DOENÇAS GENGIVAIS NÃO INDUZIDAS PELO BIOFILME DENTAL Independentemente de ter biofilme ou não, essas doenças poderão ocorrer. 1. Distúrbios genéticos ou de desen- volvimento: a) Fibromatose gengival hereditária: aumento difuso da gengiva: • Grandes massas de tecido fibroso firme, denso e resiliente; • Cobre os processos alveolares e se estende sobre os dentes: formação de pseudobolsas; • Coloração róseo ou avermelhada (em casos de inflamação). 2. Infecções específicas: a) Origem bacteriana: • Gengivite ou estomatite infecciosa; • Indivíduos imunodeprimidos ou não; • Ulcerações edematosas, dolorosas, vermelhas e com ardência local (placas mucosas ou cancros assintomáticos), ou inflamação gengival atípica significativa, não ulcerada; • Pode-se realizar biópsia: exame histopa- tológico (confirmar os resultados); • Exemplos: Neisseria gonorrhoeae e Treponema pallidum. b) Origem fúngica: - Candidoses (Candida albicans): - Histoplasmose. c) Origem viral: • Lesões originadas pelos vírus do herpes simples tipos 1 e 2 e vírus varicela- zoster; • Vírus do herpes: latência no gânglio trigeminal → possibilidade de recidivas; • Gengivoestomatite herpética primária: • Herpes-zoster: Candidose pseudomembranosa Candidose eritematosa Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 3. Condições imunes e inflamatórias: a) Reações de hipersensibilidade: • Alergias; • Reações tipo I (IgE) ou tipo IV (células T); • Alergia aos dentifrícios, colutórios, materiais restauradores e alimentos. b) Doenças autoimunes da pele e das mucosas: • Líquen plano: doença mucocutânea mais comum dentre as manifestações gengi- vais (pápulas e estrias brancas). • Penfigoide: descolamento do epitélio do tecido conjuntivo. • Pênfigo vulgar: doença autoimune com formação de bolhas intraepiteliais na pe- le ou mucosas. c) Lesões inflamatórias granulomatosas 4. Processos reativos; 5. Neoplasias; 6. Doenças metabólicas, endócrinas e nutricionais: a) Deficiência de vitaminas: deficiência de vitamina C. 7. Lesões traumáticas: a) Traumas mecânico/físico; b) Danos térmicos; 8. Pigmentação gengival. PERIODONTITE • É caso de Periodontite se o paciente apresentar Nível de Inserção Clínica (NIC) > 3mm com bolsa > 3mm e detectável em > 2 dentes; • NIC deve ser atribuído a causas periodontais. PERIODONTITE PROPRIAMENTE DITA 1. Severidade: perda de inserção clínica interdental; 2. Complexidade: profundidade das bolsas, padrão de perda óssea, lesões de furca, número de dentes remanescentes, defeitos da crista óssea, mobilidade dental, disfunções mastigatórias... Estágios e Graus da Doença Periodontal Estágios: relacionados à severidade e complexi- dade da doença: 1. Estágio I: Periodontite inicial → diagnóstico precoce. - Fronteira entre a Gengivite e a Periodontite. 2. Estágio II: Periodontite moderada → o tratamento impede a progressão da doença. - Periodontite estabelecida. 3. Estágio III: Periodontite severa → pode existir lesões infra-ósseas, de furca, o paciente pode apresentar histórico de perda dental, mas ainda apresenta função mastigatória preservada → não requer de reabilitação complexa - Potencial para perda dental adicional. 4. Estágio IV: Periodontite avançada → presença de lesões profundas (podem se estender até a região apical da raiz), com múltiplas perdas dentais, muita mobilidade dental (trauma oclusal Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) secundário) e colapso da mordida posterior → o tratamento requer planejamento cauteloso e maior cuidado. - Potencial para perda total da dentição. Graus: evidencia o risco de rápida progressão, resposta ao tratamento e efeitos na saúde sistêmica: 1. Grau A: lenta progressão; 2. Grau B: progressão moderada; 3. Grau C: rápida progressão. Cálculo da perda óssea em função da idade • Traçar linha da junção amelo-cementária (JAC) até o limite ósseo: medir, em mm, o quanto ocorreu de perda óssea (em amarelo). Depois, mede-se a quantidade de raiz que ainda apresenta inserção óssea (em azul). Na radiografia acima, a raiz apresenta 9mm total, com 5mm de perda óssea. Faz-se uma regra de 3: Padrões de perda óssea 1. Horizontal 2. Vertical Periodontite X Dor A maioria dos pacientes com periodontite não sente dor: resposta negativa à dor; Não é a idade do paciente que determina a ocor- rência da doença periodontal, e sim o tempo que o tecido periodontal ficouexposto ao biofilme e cálculo: • O depósito de biofilme e cálculo geralmente acontece desde a juventude, onde uma higienização precária leva ao seu acúmulo durante os anos; • Esse acúmulo pode levar, no futuro, ao desenvolvimento da periodontite. Diagnóstico de Periodontite • Exame clínico (Anamnese + Exame físico); • História médica e história dental; • Exame radiográfico; • Exame complementar: laboratorial (mi- crobiológico) - Não é necessário para o diagnóstico. Comprimento total (9mm) – 100% Perda óssea (5mm) – X% X= 55%/47 anos (idade do paciente) = 1,17 (taxa de progressão) Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) Tratamento • Raspagem e aplainamento; • Tratamento cirúrgico quando necessá- rio; • Exame microbiológico (ideal): terapia antibiótica como coadjuvante; • Manutenção Periodontal: programa de controle e manutenção. Tratamento com antibióticos como coad- juvantes • Metronidazol + Amoxicilina: mais utilizados; • Tetraciclina; • Metronidazol. REFERÊNCIAS Lindhe, J.: Tratado de Periodontia Clínica e Implantodontia Oral, 5ª edição, Parte 6, Capítulo 16.
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