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Fisiologia Humana EAD

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Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Diretora de Ensino a Distância: 
Profa. Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Designer Educacional: 
Clovis Ribeiro do Nascimento Junior
Diagramador:
Alan Michel Bariani
Revisão Textual:
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim / 
Mariana Tait Romancini Domingos
Produção Audiovisual:
Eudes Wilter Pitta / Heber Acuña 
Berger
Revisão dos Processos de 
Produção: 
Rodrigo Ferreira de Souza
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
UNIDADE
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ENSINO A DISTÂNCIA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 5
O QUE É FISIOLOGIA? ............................................................................................................................................... 6
MEMBRANA CELULAR .............................................................................................................................................. 6
TRANSPORTE DE MEMBRANA ................................................................................................................................ 8
OSMOSE E PRESSÃO OSMÓTICA ........................................................................................................................... 11
POTENCIAL DE MEMBRANA .................................................................................................................................. 12
POTENCIAL DE AÇÃO ............................................................................................................................................... 14
SINALIZAÇÃO INTERCELULAR E INTRACELULAR ................................................................................................ 15
FISIOLOGIA CELULAR E DO 
SISTEMA NERVOSO
PROF.A MA. KARINE VANDRESSA PERNONCINI
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SISTEMA NERVOSO ................................................................................................................................................. 16
SISTEMA SENSORIAL .............................................................................................................................................. 19
SISTEMA SOMATOSSENSORIAL ........................................................................................................................... 20
SISTEMA MOTOR .................................................................................................................................................... 20
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO AUTÔNOMO (SNA) ........................................................................................ 20
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO SIMPÁTICO ..................................................................................................... 22
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO PARASSIMPÁTICO ......................................................................................... 22
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Nas unidades deste material iremos observar como o organismo age para manter a 
homeostase de cada parte do corpo, como quando os pulmões oferecem oxigênio para o líquido 
extracelular com a finalidade de repor o que está sendo consumido pelas células.
Nesta unidade, abordaremos as principais funções fisiológicas das células, descrevendo a 
composição interna e externa da célula, além de apontar e explicar o transporte de substâncias, 
potencial de membrana, potencial de repouso e potencial de ação. Após a abordagem destes 
assuntos, seguiremos nesta unidade com o estudo da fisiologia do sistema nervoso, citando os 
sistemas que integram o sistema nervoso e como estes agem na manutenção da homeostase. 
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ENSINO A DISTÂNCIA
O QUE É FISIOLOGIA? 
Fisiologia (do grego physis = função, funcionamento ou natureza; e logos = estudo) é, de 
maneira sucinta, o estudo do funcionamento das células, dos tecidos, dos órgãos, e dos sistemas 
do organismo dos seres vivos, para chegar a um entendimento de como o organismo reage para 
manter nossos sistemas em homeostase. 
MEMBRANA CELULAR
O corpo humano é composto por bilhões de células, as quais são unidades de extrema 
importância para um organismo vivo, pois cada tecido e órgão do organismo é composto por 
muitas células diferentes que são mantidas unidas por diversas estruturas de sustentação. 
As células eucariontes (seres humanos) diferem-se das células procariontes (bactérias), 
pois possuem uma membrana nuclear que delimita o núcleo da célula, por tanto, as células 
procariontes, são pobres em membrana. No entanto, uma exceção desta característica está 
relacionada aos eritrócitos humanos maduros (hemácias) que são células eucariontes que não 
possuem núcleo.
Por tanto, as células eucariontes são compartimentadas e possuem duas partes bem 
distintas: núcleo e citoplasma, em que o citoplasma é caracterizado por ser uma solução aquosa 
que possui uma variedade de organelas como: mitocôndrias, retículo endoplasmático, aparelho 
de Golgi, lisossomos e peroxissomos, além de, elementos citoesqueléticos, íons, entre outros. No 
núcleo, há os cromossomos e o DNA. 
Todos os tipos de células são envolvidas por uma estrutura denominada membrana 
celular, que separa o conteúdo do citoplasma (meio, ambiente ou líquido intracelular) do 
conteúdo do líquido extracelular (meio, ambiente ou líquido extracelular), o qual corresponde 
ao plasma (líquido que circula pelos vasos sanguíneo) e ao líquido intersticial, que preenche 
os espaços entre as células. Há certa diferença em relação ao conteúdo do líquido intracelular 
ao extracelular, por exemplo: no líquido intracelular pode-se encontrar grande quantidade de 
íons magnésio, fosfato e potássio, e baixa quantidade de cálcio (Ca2+), enquanto que no líquido 
extracelular encontra-se uma quantidade elevada de íons cloreto, bicarbonato e sódio, e alta 
quantidade de íons Ca2+. Essa diferença se mantém por processos de transporte de íons através 
da membrana celular que será explicado adiante.
 A membrana celular consiste em uma bicamada lipídica, ou seja, possui duas camadas 
de lipídios (fosfolipídios). O termo lipídio vem da palavra grega que significa “gordura” e sabe-
se que gordura não se dissolve em água, por tanto, a característica principal dos fosfolipídios é 
Homeostase: é a manutenção constante do nosso organismopara alcançar 
um equilíbrio. Por exemplo: se a temperatura corporal estiver elevada ou muito 
reduzida, as reações químicas existentes no nosso organismo podem parar, 
podendo causar danos a nossa saúde, por tanto, o organismo está o tempo todo 
tentando manter o equilíbrio das funções físicas, bioquímicas e vitais, gerando 
condições ideais para o funcionamento do corpo.
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ser insolúveis em água. Os fosfolipídios de membrana possuem cabeça e cauda, a cabeça é uma 
região hidrofílica que tem afinidade pela água e está em contato com o líquido extracelular e 
intracelular, enquanto que a cauda é uma região hidrofóbica, que não possui afinidade pela água 
(figura 1) e por tanto, fica voltada para o centro da membrana celular (figura 2). 
Figura 1 - Fosfolipídio de membrana. Fonte: Porto (2011).
Figura 2 - Bicamada Lipídica. Fosfolipídios de membrana. Fonte: McCarthy (2017).
Além de fosfolipídios, a membrana celular possui proteínas que são moléculas formadas 
por muitos aminoácidos. Algumas proteínas de membrana atravessam inteiramente a bicamada 
lipídica (proteínas transmembrana ou integrais), enquanto que outras se prendem mais 
frouxamente tanto na parte externa da membrana quanto na parte interna (proteínas periféricas) 
(figura 3).
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Figura 3 - Proteínas de membrana. Fonte: Open Stax CNX (2016).
Esta estrutura do tipo bicamada lipídica possui a função de barrar o transporte de água e 
outras substâncias hidrossolúveis (solúveis em água) que estão presentes no líquido intracelular 
e extracelular, com exceção de substâncias lipossolúveis como: oxigênio, nitrogênio, dióxido de 
carbono, entre outros, que são capazes de cruzarem livremente a membrana celular. Essa função 
de barreira ocorre, pois a região central da membrana celular é hidrofóbica (constituída das 
caudas hidrofóbicas dos fosfolipídios), não permite a passagem de água e substâncias que se 
dissolvem na água (figura 2).
TRANSPORTE DE MEMBRANA
No entanto, não podemos esquecer que para o funcionamento normal da célula 
muitas substâncias como a água são essenciais, e é aí que entra uma das funções das proteínas 
transmembrana, o transporte de água e compostos hidrossolúveis do líquido extracelular para 
o líquido intracelular e vice-versa. Muitas das proteínas têm função transportadora, pois geram 
regiões na membrana celular como poros ou cavidades que criam acesso tanto ao citoplasma 
quanto ao líquido extracelular e podem ser classificadas como canais ou carreadoras. Um exemplo 
de canal formado pelas proteínas de transporte são as aquaporinas que permitem a passagem de 
água através da membrana celular.
Além dos canais para a passagem de água, essas proteínas podem formar canais iônicos 
(transporte de íons) seletivos ou não. Por exemplo: existem canais que transportam somente íons 
sódios (Na+) e não liberam totalmente a passagem para íons potássio (K+), independente desses 
íons serem do mesmo grupo químico da tabela periódica e ambos possuírem a mesma carga 
positiva. O inverso desta situação também pode ocorrer, onde o canal pode transportar somente 
K+ e não o Na+, ou ainda, o canal pode permitir a passagem de ambos os íons.
Os canais que possuem uma estrutura denominada “comporta”, ou “porta”, têm a função 
de controlar a permeabilidade iônica do canal ao ocluir (fechamento do canal), ou liberar 
(abertura do canal), a passagem das substâncias pelo canal. A abertura e o fechamento destas 
“portas” pode ser controlado por voltagem. Por exemplo, quando o líquido intracelular está 
carregado negativamente, isso mantém as “portas” dos canais de Na+ fechadas, não permitindo 
a entrada de Na+; agora, quando o líquido intracelular perde carga negativa, essas “portas” se 
abrem e permitem, por tanto, a passagem de Na+ para o interior da célula. Esse exemplo é a causa 
dos potenciais de ação nos nervos, que são responsáveis pelos sinais neurais, veremos isso mais 
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detalhadamente adiante. 
Além da voltagem para regular a abertura das “portas” há também o modelo químico 
que ocorre por ligantes extracelulares ou mensageiros intracelulares, os quais se ligam ao canal e 
geram a abertura ou fechamento das “portas” de determinado canal (figura 4):
Figura 4 - Ilustração de canal de membrana aberto e fechado por “portas”. Fonte: Alyvea (216).
As proteínas do tipo carreadoras ligam-se as moléculas/íons a serem transportadas 
através da membrana celular, podendo ser um transporte do tipo seletivo ou não. 
Figura 5 - Proteínas carreadoras. Fonte: Villareal (2007).
Este tipo de transporte dividem-se em três grupos: uniportadores, que realizam 
o transporte de uma só molécula/íon de cada vez, os simportadores ou 
cotransportadores, que associam o transporte de duas ou mais moléculas/
íons para a mesma direção através da membrana, e no último grupo encontra-
se os antiportadores ou contra-transportadores, onde é associada a 
movimentação de duas ou mais moléculas/íons para lados oposto, por exemplo: 
uma molécula sendo transportada para o líquido intracelular enquanto a outra 
molécula é transportada para o líquido extracelular. Para que o transporte 
ocorra as moléculas/íons ligam-se a proteína carreadora e esta ligação gera 
uma mudança conformacional (mudança na forma do carreador ilustrado na 
figura 5) que resultara na abertura ou fechamento da passagem desta proteína 
carreadora.
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Como pudemos ver até aqui, a passagem de moléculas através da membrana tanto 
do líquido intracelular para o líquido extracelular, ou vice-versa, necessita da presença das 
proteínas de membrana que formam, então, canais e estruturas transportadoras para que essa 
movimentação ocorra. Além das proteínas, outro ponto chave para o transporte de substâncias 
através da membrana celular é a difusão (transporte passivo) e o transporte ativo.
A Difusão, ou Transporte Passivo, é o processo em que as substâncias sem gasto de 
energia de fora utilizam apenas a energia proveniente da movimentação das substâncias (energia 
cinética). Movem-se de um local com alta concentração para um local de baixa concentração, 
utilizando proteínas transportadoras ou espaços intermedulares na membrana, dependendo da 
substância. A diferença da concentração de substâncias de um local para o outro é chamado de 
gradiente de concentração. Quando a substância passa de um local de maior concentração para 
um local de menor concentração chamamos isso de favor do gradiente de concentração, que é 
uma característica da difusão. O processo de difusão é dividido em dois subtipos: difusão simples 
e difusão facilita. A difusão simples ocorre através de espaços intermedulares da membrana, 
ou através dos canais formados por proteínas, já a difusão facilitada necessita da interação 
com as proteínas transportadoras para ocorre. A partir do momento em que um equilíbrio na 
concentração de substâncias em ambos os lados é atingido a difusão cessa. 
Em compensação, o transporte ativo de substâncias é a movimentação destas contra o 
gradiente de concentração (movimentação do local de menor concentração para o de maior 
concentração), tornando-se necessária à utilização de uma fonte de energia adicional, como o 
auxílio de proteínas transportadoras do tipo dependentes de adenosina trifosfato (ATP). O ATP é 
um tipo de energia armazenada pelo organismo e que está pronta para ser utilizada. Essa energia 
é armazenada entre as ligações de fosfato e adenosina que se encontram na molécula de ATP 
(figura 6), por tanto, para liberara energia armazenada realiza-se a quebra desta ligação por meio 
de enzimas denominadas ATPase (o sufixo-ase significa que a enzima e o ATP são o substrato em 
que a enzima atua), transformando o ATP em ADP (adenosina difosfato) e liberando um fosfato 
inorgânico (Pi). O organismo gera energia através de duas vias, via anaeróbica ou glicolítica (sem 
a presença de oxigênio) e via aeróbica ou oxidativa (com a presença de oxigênio). Por tanto, para 
realizar a movimentação, ou o transporte, de moléculas/íons, através da membrana celular, esse 
tipo de transportador necessita de energia que é derivado do ATP.
Figura 6 - Estrutura química da molécula de ATP. Fonte: Falconer (2014).
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Algumas substâncias, e até mesmo a água, podem ser transportadas para o interior da 
célula por endocitose (leva substâncias para o interior da célula) e removidas da célula por 
exocitose (leva substâncias para fora da célula); esses dois tipos de transportes são realizados por 
vesículas transportadoras. Em alguns casos, como em células epiteliais do trato gastrointestinal, 
é possível observar o processo de transcitose, pois primeiramente ocorre uma endocitose de 
determinadas substâncias (exemplo: anticorpos presentes no leite materno), seguida da exocitose 
da mesma substância para o líquido extracelular.
Ainda nesta unidade, veremos mais detalhadamente outra função das proteínas 
transmembrana, além da função transportadora, pois essas proteínas podem interagir com 
mediadores químicos como: hormônios, neurotransmissores (substância química produzida pelos 
neurônios), entre outros, e depois são denominados de receptores. A ligação de um mediador 
químico ao receptor gera efeitos na célula (discutiremos mais adiante), sendo a natureza deste 
efeito dependente de qual é o mediador, o receptor e a célula. Esta função é essencial para que 
haja comunicação entre as células de um organismo, e, assim, permite que o organismo possa 
realizar a manutenção da homeostase. 
OSMOSE E PRESSÃO OSMÓTICA
Á água é a substância mais abundante que atravessa a membrana celular, ela é um solvente 
para toda a matéria viva. Normalmente, a água está em equilíbrio entre o líquido extracelular e 
o líquido intracelular, mas em certas condições, uma diferença na pressão osmótica (número 
de moléculas de soluto presente no líquido) através da membrana celular pode se formar. Essa 
diferença na pressão osmótica entre os líquidos faz com que a água se movimente através da 
membrana celular, a fim de atingir o equilíbrio osmótico (distribuição uniforme da água entre 
os comportamentos corporais), podendo inchar ou murchar a célula. Quando a água se move 
de um compartimento para o outro, por conta da concentração de soluto, essa movimentação é 
denominada osmose (figura 7).
A tonicidade de uma solução tem relação com o efeito no volume da célula, podendo 
inchar, murchar ou manter o tamanho normal da célula. A Isotônica é a denominação para 
soluções que não alteram o volume da célula. A Hipotônica é uma solução que faz com que a 
célula fique inchada – há mais soluto dentro da célula que fora dela, o que faz com que a água 
entre na célula para um equilíbrio. Já a solução do tipo hipertônica faz com que a célula reduza 
de volume (murche), pois há menos soluto dentro da célula do que fora, o que faz com que a água 
saia da célula para um equilíbrio.
O termo osmolaridade descreve o número de partículas em uma solução, por exemplo: 
quando duas soluções possuem o mesmo número de partículas, essa solução é denominada 
como isosmótica. Agora, ao comparar uma solução A e B, sendo que a solução A contém uma 
maior quantidade de partículas (proveniente das moléculas), essa solução A leva o termo de 
hiperosmótica, já a solução B – que possui menos partículas quando comparada a solução A – é 
denominada hiposmótica. 
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Figura 7 - Esquema do movimento osmótico da água. Fonte: Porto (2014).
Os compartimentos A (solução com maior quantidade de soluto) e B (compartimento 
com menor quantidade de soluto) estão separados por uma membrana semipermeável, sendo, 
permeáveis à água e impermeáveis ao soluto. Na situação representada no esquema, a água se 
moverá, por osmose, do compartimento B para o compartimento A, pois pode-se observar que 
a quantidade de soluto no compartimento A é maior que no compartimento B, tornando, então, 
a quantidade de água no compartimento A menor que no compartimento B. Esta movimentação 
reduz o nível de líquido no compartimento B, elevando o nível do compartimento A.
POTENCIAL DE MEMBRANA
Na composição iônica, o tipo e a quantidade de íons do líquido intracelular se diferem 
do líquido extracelular. No líquido intracelular, encontra-se baixa a quantidade de Na+, e alta a 
quantidade de K+, sendo o inverso encontrado no líquido extracelular (altas quantidades de Na+ 
e baixas quantidades de K+). Um dos mecanismos que gera e controla essa diferença entre os 
líquidos é a atividade da bomba de sódio e potássio, também denominada de Na+, K+ - ATPase. 
Esta bomba de sódio e potássio é uma proteína transmembrana, presente em todas as células do 
corpo. Ela realiza o transporte de 3 íons Na+ para o líquido extracelular e 2 íons K+ para o líquido 
intracelular, com isso o interior da célula passa a ter menos íons Na+ e mais íons K+, sendo, por 
tanto, uma situação normal da célula. Este tipo de transporte é denominado ativo, pois necessita 
de energia proveniente da quebra das ligações de fosfato da molécula de ATP para ocorrer, uma 
vez que os íons estão sendo transportados contra seu gradiente de concentração. 
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Este mecanismo será muito citado adiante, fazendo-se necessário um bom 
entendimento deste assunto. Saiba mais no livro de Berne e Levy. Fisiologia. 
6°edição. pg.25. 2009).
A proteína transmembrana, referente à bomba de sódio e potássio, é responsável tanto 
pela quebra da molécula de ATP, quanto pelo transporte dos íons. Essa proteína possui uma 
subunidade alfa (α) responsável pela quebra de ATP, gerando uma molécula de ADP e uma mo-
lécula de fosfato inorgânico (Pi). Após a quebra do ATP, o fosfato inorgânico é liberado e se liga 
a outra subunidade da proteína, denomina subunidade beta (β) – esta ligação é denominada 
fosforilação. 
Para que o transporte ocorra, é necessário que 3 íons de Na+ liguem-se ao interior da pro-
teína, após estas ligações, a molécula de fosfato inorgânico (formada na quebra do ATP) liga-se a 
outra subunidade da proteína, a subunidade beta (β), gerando uma fosforilação que altera o for-
mato conformacional da proteína, abrindo por tanto, o canal para o líquido extracelular liberan-
do os 3 íons de Na+. Na parte externa da célula (fora da célula), 2 íons de K+ ligam-se à proteína 
transportadora que ainda está fosforilada, ou seja, o fosfato inorgânico ainda está ligado a proteí-
na, no entanto, a segunda alteração conformacional. Isso só ocorre quando o fosfato inorgânico 
se desliga da proteína, assim, o canal é aberto novamente para o interior da célula, liberando K+ 
no líquido intracelular, e mantendo, assim, o equilíbrio da concentração iônica da célula.
Além da bomba de sódio e potássio, há, também, a bomba de Ca2+, que retira íons de 
Ca2+ do líquido intracelular, enviando para o líquido extracelular, colaborando com a polaridade 
negativa do citoplasma. No líquido intracelular, há, também, moléculas com cargas negativas, que 
são impermeáveis à membrana celular, ou seja, estão presas no citoplasma da célula, e por conta 
disso, auxiliam na negatividade do potencial elétrico intracelular. O principal determinante do 
potencialnegativo do citoplasma são os canais de vazamento seletivos para K+, que são proteínas 
transmembrana do tipo canais que realizam transporte passivo de K+ para o líquido extracelular. 
Essa diferença de potencial elétrico entre o líquido intracelular e extracelular é 
denominado de potencial de membrana. A situação em que há uma negatividade no líquido 
intracelular comparado ao líquido extracelular em células excitáveis, como neurônios e miócitos, 
em um período que antecede o potencial de ação (falaremos a seguir) é denominado de potencial 
de membrana em repouso ou potencial de repouso. Um exemplo de potencial de repouso é o da 
fibra nervosa, pois quando não estão sendo transmitidos sinais nervosos (geração de potencial 
de ação) pelas fibras de grande diâmetro o potencial de repouso, é de -80mV (milivolts) a -70mV, 
ou seja, o meio interno da fibra é 80 mV ou 70 Mv.
Para um melhor entendimento do mecanismo de transporte da bomba de sódio 
e potássio, importante para várias funções do organismo, vocês podem acessar 
o link: https://www.youtube.com/watch?v=8hZGeVrjRyg e assistir a um vídeo 
autoexplicativo.
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POTENCIAL DE AÇÃO
Quando o potencial de membrana varia rapidamente, isso é denominado de potencial 
de ação, em que as fibras nervosas geram a transmissão de sinais nervosos. Diante disso, é de 
extrema importância sabermos que o potencial de ação inicia com uma alterações bruscas do 
potencial de repouso, passando de um potencial negativo, que é o normal, para um potencial 
menos negativo (mais próximo ao zero), ou até mesmo positivo, e finalizando com uma variação 
rápida de volta ao potencial de repouso. 
Antes do início do potencial de ação, ou seja, quando a célula ainda está em potencial 
de repouso, fala-se que a membrana está polarizada. Quando a membrana celular recebe um 
estímulo, ou um sinal (falaremos sobre os estímulos e sinais logo à frente) do líquido extracelular, 
as “portas” dos canais de vazamento de Na+, presentes na membrana celular, abrem-se gerando 
um grande influxo de Na+. Isso faz com que aumente a entrada de Na+ na célula, fazendo com que 
o citoplasma comece a ser carregado positivamente, diminuindo, assim, a negatividade do meio 
interno. Esse processo é denominado de despolarização, que é o início do potencial de ação. Por 
exemplo: o estado “polarizado”, ou normal, de -80mV, começa a se tornar menos negativo (- 70, 
-50, -10, +30 mV...) por conta do influxo de Na+ na célula. Poucos milésimos de segundos após 
a membrana se tornar permeável aos íons Na+ e menos negativada, esse aumento do potencial 
elétrico começa a gerar o fechamento das “portas” dos canais de vazamento de Na+ e a abertura 
das “portas” dos canais de vazamento de K+, assim uma grande quantidade de K+ é eliminado 
do interior da célula, reestabelecendo o potencial de membrana para negativo. Esse processo é 
chamado de repolarização.
Agora, se em algum momento o estímulo externo que chega até a membrana celular 
resultar em um fluxo de cargas negativas para dentro da célula, ou se os canais de vazamento 
de K+ demorarem a se fechar, isso pode gerar uma hiperpolarização, que nada mais é que o 
aumento da negatividade do líquido intracelular (exemplo: -70 mV para -80mV).
Não podemos esquecer que esse potencial de repouso é mantido pela bomba 
de sódio e potássio, os canais de vazamento de potássio, as moléculas com 
cargas negativas aprisionadas no citoplasma, entre outras bombas que também 
ajudam a manter este valor negativo.
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Os potencias de ação percorrem por toda a célula. Eles não permanecem a um local fixo 
da célula, podendo percorrer longas distâncias, como em um axônio (prolongamento de uma 
célula nervosa) que irá transmitir sinais da medula espinal para os músculos do pé. Por isso, se 
diz que o potencial de ação se propaga pela célula, gerando despolarização e repolarização por 
todo o prolongamento
SINALIZAÇÃO INTERCELULAR E INTRACELULAR
Para gerar qualquer reação celular assim, como dar início a um potencial de ação, é 
necessário que um sinal ou estímulo chegue até a célula. Esse sinal chega até a célula a partir do 
contato célula-célula, pela luz, pressão, tato, calor, ou por origem química como: íons, nutrientes, 
substâncias olfativas, hormônios, citocinas, entre outros. Primeiramente, a molécula (neste caso 
denominada de ligante) presente no líquido extracelular deve entrar em contato com receptores 
que podem estar presentes na membrana celular, no citoplasma ou no núcleo da célula. Os 
receptores são formados por proteínas transmembrana, e atuam como transdutores de sinais, 
pois convertem a ligação do receptor com o ligante em alterações intracelulares que afetam a 
função celular, além disso, os receptores possuem especificidade para cada ligante, por tanto cada 
molécula se ligará em um determinado receptor. 
REFLITA
em um estado inicial o potencial de membrana está negativo (potencial de re-
pouso) e, por tanto, denomina-se que a membrana está polarizada. Um estímulo 
externo chega até a membrana celular e inicia a despolarização, onde as “por-
tas” dos canais de vazamento de Na+ se abrem aumentando a entrada de Na+ na 
célula e assim diminuindo essa negatividade inicial. Por último, ocorre a repola-
rização após milésimos de segundos da despolarização e é caracterizada pelo 
fechamento das “portas” dos canais de vazamento de Na+ e abertura das “portas” 
dos canais de vazamento de K+ liberando íons K+ para o exterior da célula, o que 
regenera a negatividade intracelular.
Com relação ao potencial de ação para que fique mais claro é importante 
acessar o link do vídeo que está citado a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=GAU4r0XleRU.
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Essa interação entre receptor e ligante permite que as células percebam alterações que 
ocorrem no líquido extracelular e no ambiente externo, e a partir disso podem gerar respostas 
adequadas para cada estímulo. Os ligantes são carreadores de uma ou mais mensagens e assim 
despertam na célula-alvo (célula na qual o ligante pode atuar) diversas reações. Por exemplo: 
quando a insulina (hormônio) se liga ao receptor essa ligação pode gerar diversas reações 
como: aumento do transporte de glicose, estimulação da lipogênese (síntese de ácidos graxos e 
triglicerídeos), síntese de proteína, pode ocorrer ainda mitose e diferenciação celular, por tanto, 
a reação após ligação ao receptor depende do receptor e da célula-alvo. Essas reações são geradas 
dependendo do tipo de receptor e da célula em que a ligação ocorreu. 
Os receptores presentes na membrana celular são: receptores acoplados a proteína G (que 
quando ativados regulam a atividade de enzimas e canais iônicos), receptores catalíticos (quando 
ativados agem como enzima, ou estão associados a enzimas ou regulando enzimas), receptores 
acoplados a canais iônicos (o ligante se liga a este receptor e gera abertura e fechamento de canal 
iônico alterando o potencial de membrana como ocorre em um potencial de ação) e receptores 
que quando ativados liberam fatores de transcrição que modulam a expressão gênica. Os 
receptores nucleares podem estar localizados tanto no citoplasma, quanto ligados ao DNA no 
núcleo. Quando ocorre a ligação entre receptor e ligante no citoplasma este complexo penetra no 
núcleo da célula para gerar uma regulação da transcrição de genes específicos, essa ação ocorre 
também quando a ligação entre receptor e ligante ocorre dentro no núcleo. 
SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso tem como função identificar, perceber e controlar adequadamente 
as condições do ambiente externo (forado corpo), bem como as condições do meio interno do 
organismo. Por exemplo, o organismo detecta o tempo todo a temperatura corporal, se a mesma 
se elevar a determinado limite, o sistema nervoso estimula a liberação de suor pelas glândulas 
sudoríparas e dilata os vasos sanguíneos da pele, a fim de regular a temperatura. Este sistema 
pode ser dividido em: sistema nervoso periférico (SNP) e sistema nervoso central (SNC). É 
constituído de células nervosas, denominadas neurônios, que são unidades funcionais do sistema 
nervoso e são especializados para comunicação e sinalização. Os neurônios são compostos por 
três porções: corpo celular, axônio e dendritos. No corpo celular está localizado o núcleo, e várias 
organelas citoplasmáticas, sua função está relacionado com o processamento e transmissão de 
informações. O axônio é um prolongamento fino que se estende, a partir do corpo celular, tendo 
como função transmitir, para outras células, os impulsos nervosos provenientes do corpo celular. 
Os dendritos são projeções ramificadas do corpo celular, que conduzem estímulos até o corpo 
celular (figura 8).
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Figura 8 - Estrutura de um neurônio. Fonte: Selket (2007).
Os corpos celulares estão concentrados na região do sistema nervoso central, já os 
dendritos e o axônio se espalham por todo o corpo, conectando os corpos celulares dos neurônios entre si 
e às células musculares, glandulares e sensoriais. Além dos neurônios, o sistema nervoso é constituído por 
células da glia, que sustentam o neurônio e auxiliam em seu funcionamento. Há vários tipos de células da 
glia. Os oligodendrócitos (no SNC) e as células de Schwann (no SNP) que envolvem o axônio de certos 
neurônios, formando um envoltório isolante denominado mielina ou bainha de mielina (figura 
8). E os astrócitos, que ficam em contato com os capilares sanguíneos do SNC, controlando a 
passagem de substâncias do sangue para as células do SNC, regulando assim o microambiente.
O SNC obtém informações a partir do SNP, a partir de impulsos nervosos gerados da 
propagação de potencias de ação (Relembrando: potencial de ação se propaga pela célula, 
gerando despolarização e repolarização por todo o prolongamento). O impulso nervoso se 
propaga rapidamente em uma única direção, dos dendritos para o corpo celular e do corpo 
celular para o axônio que leva o impulso para longe do corpo celular. A propagação do impulso 
nervoso é mais rápida em neurônios que tem a presença da bainha de mielina, que é formada 
por células de Schwann no SNP e por oligodendrócitos no SNC. Entre as bainhas de mielina 
existem pequenos espaços, na membrana do neurônio, que ficam expostos e são chamadas de 
nódulos de Ranvier ou nodos de Ranvier. Nessas fibras mielinizadas, o impulso não se propaga 
continuamente, ele pula diretamente de um dos nódulos de Ranvier, para o outro, gerando assim 
uma maior velocidade de propagação. Isso ocorre, pois os canais de Na+ responsáveis pela geração 
do potencial de ação são muito concentrados nos nodos de Ranvier, não sendo assim no local que 
contém a bainha de mielina. Por isso, o potencial de ação só é regenerado nos nodos de Ranvier, 
gerando a impressão de pular de nodo em nodo, aumentando assim, a velocidade de propagação 
do impulso nervoso. Por conta disso, fibras mielinizadas geram propagação de impulso nervoso 
muito mais rápido.
O impulso nervoso, é transmitido de uma célula a outra por sinapses, que é a região 
de contato entre um neurônio e outro, ou entre neurônio e célula musculares, sensoriais ou 
glandulares, esta região é composta pela membrana da célula pré-sináptica, a fenda sináptica e a 
membrana da célula pós-sináptica (figura 9).
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Figura 9 - Terminações de um axônio, dendritos e sinapse. Fonte: Sabar (2008).
Quando o impulso nervoso chega as extremidades do axônio da célula pré-sináptica (a 
célula que emitirá uma sinalização), ocorre liberação de substâncias químicas (neurotransmissores 
ou mediadores químicos) no espaço sináptico. As substâncias liberadas, tem a capacidade de ligar-
se a receptores presentes na membrana celular de célula pós-sináptica (recebera os estímulos), e 
após esta ligação, ocorre o desencadeamento de impulso nervoso, que se propaga pela célula pós-
sináptica. Esta sinapse citada acima é do tipo sinapse química, pois envolve um mediador químico. 
Muitas são as substâncias que atuam como neurotransmissores: acetilcolina, noradrenalina (ou 
norepinefrina), adrenalina (ou epinefrina), dopamina, a serotonina, entre outros. Em alguns 
neurônios, o potencial de ação se propaga diretamente de um neurônio pré-sináptico para o pós-
sináptico, com um sistema que não necessita da intermediação de um neurotransmissor. Nesse 
caso, as células pré-sinápticas e pós-sináptica se tocam, assim a despolarização da membrana 
pré-sináptica induz a despolarização da membrana pós-sináptica, sendo, por tanto, conhecido 
como sinapse elétrica. 
Quando as terminações axônicas de certos neurônios são projetadas para células 
musculares (sinapse neuromuscular ou junção neuromuscular), contração ou relaxamento 
muscular podem ser ocasionados, dependendo do neurotransmissor que será liberando. Por 
exemplo, o neurotransmissor a acetilcolina, sintetizado pela enzima, colina acetilcolinesterase 
(localizada no citoplasma de terminais pré-sinápticas), a partir de acetil coenzima A e colina. 
Após ser sintetizada a acetilcolina é armazenada em vesículas. Esse neurotransmissor sai das 
vesículas e vai para a fenda sináptica, essa liberação da acetilcolina das vesículas para a fenda 
sináptica ocorre após a entrada de cálcio no citoplasma dos terminais pré-sinápticos (a entrada 
de cálcio na célula ocorre após a chegada do impulso nervoso ao terminal pré-sináptico, que 
gera a abertura de canais de cálcio), após ser liberada na fenda sináptica, a acetilcolina liga-se aos 
receptores colinérgico (serão citados mais a frente), para desencadear a contração muscular. A 
acetilcolina só para de agir nos receptores após a sua hidrólise (quebra de ligações causadas pela 
enzima acetilcolinesterase), transformando a acetilcolina em colina e acetato. 
O SNC é formado por: cerebelo, tálamo, hipotálamo, córtex cerebral, substância branca, 
gânglios da base, forrações hipocâmpica, amígdala, encéfalo e a medula espinal. O encéfalo e 
a medula espinal, são formados por células da glia, dendritos, corpos celulares e axônios. No 
encéfalo a camada mais externa possui coloração cinza, sendo formado principalmente por corpos 
celulares. Já a região interna do encéfalo possui coloração branca, constituída por dendritos e 
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axônios. Sua coloração branca é decorrente das bainhas de mielina que reveste os axônios. Na 
medula espinal o exterior possui coloração branca, no entanto, o inteiro possui coloração cinza, 
o que é o inverso das regiões do encéfalo.
O SNP é constituído por nervos, que são feixes de fibras nervosas (podendo ser axônios 
ou dendritos) envolvidos por uma capa de tecido conjuntivo, e que possuem vasos sanguíneos, 
necessários para nutrição das fibras nervosas. Além dos nervos, o SNP é constituído também por 
gânglios nervosos, que são aglomerados de corpos celulares de neurônios localizados fora do 
SNC. Por tanto, o SNP tem como função conectar o SNC às diversas partes do corpo. 
Os nervos que estão presentes no SNP podem ser classificados como: sensitivos (ou 
aferentes), motores (ou eferentes) e mistos. Os nervos sensitivos, ou aferentes, contém apenas 
fibras sensitivas, que conduzem os sinais vindos dos órgãos (relacionado com a audição, visão, 
tato, entre outros) para oSNC. Os nervos motores ou eferentes possuem somente fibras motoras, 
que tem como função conduzir sinais do SNC para os músculos e gânglios, gerando contração de 
músculo esquelético, liso e cardíaco e secreção de glândulas endócrinas e exócrinas. Já os nervos 
mistos possuem fibras do tipo sensitiva e também do tipo motoras, por tanto, conduzem sinais 
dos órgãos para o SNC e do SNC para os órgãos.
SISTEMA SENSORIAL
O sistema sensorial reage a estímulos provenientes do contato do corpo com o ambiente 
e leva informações deste contato ao SNC. Isso ocorre pois, há uma variedade de receptores 
sensoriais que transformam a energia térmica e mecânica (vibrações, pressão e alongamento) 
em sinais elétricos. Essa transformação de energia em sinais elétricos ocorre pela abertura e 
fechamento de “portas” de canais iônicos. Se a abertura dos canais iônicos causarem o influxo 
de cargas positivas, isso pode gerar uma depolarização, que acarretara em um potencial 
de ação, no entanto, se a abertura causar um efluxo de cargas positivas, isso pode gerar uma 
hiperpolarização da membrana do receptor. Independente se for gerado um potencial de ação ou 
uma hiperpolarização, será a partir de um desses mecanismos que o sinal elétrico chegara até o 
SNC. Os receptores sensoriais podem ser divididos em: 
• Mecanorreceptores: receptores que detectam energia mecânica como o toque, a pressão 
na pele, tensão na parede dos vasos sanguíneos e das vísceras, entre outros. Além disso está 
relacionado com a audição.
• Quimiorreceptores: receptores que detectam substâncias químicas ao longo do tubo 
digestivo, detectam a concentração de oxigênio e gás carbônico no sangue, estão envolvidos com 
sentidos do olfato e paladar, entre outros.
•Termorreceptores: receptores sensíveis a alterações da temperatura ambiente, detecção 
de frio e calor.
•Fotorreceptores: receptores que compreende o sistema visual (visão), captam estímulos 
luminosos, sendo os olhos fotorreceptores altamente especializados.
•Nociceptores: receptores relacionados com a sensação de dor. Possuem a capacidade de 
determinar estímulos lesivos aos tecidos (químicos, mecânicos ou térmicos). 
 
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SISTEMA SOMATOSSENSORIAL
Este sistema processa informações sobre posicionamento, dor, tato e temperatura. Os 
receptores envolvidos aqui são: os mecanorreceptores (tato e propriocepção), nociceptores (dor) 
e termorreceptores (temperatura). Dentre os mecanorreceptores está, o corpúsculo de Paccini, 
encontrado ou não nas camadas subcutâneas da pele pilosa e nos músculos, o corpúsculo de 
Meissner, encontrado na derme da pele não pilosa, principalmente na ponta dos dedos das mãos, 
nos lábios, entre outros locais, o folículo piloso, que são fibras nervosas dispostas ao redor dos 
folículos pilosos da pele, o corpúsculo de Ruffini, podem estar localizados ou não na derme da 
pele pilosa e nas cápsulas articulares e por fim o receptor de Merkel e discos táteis, os receptores 
de Merkel são encontrados na pele não pilosa, já os discos táteis são encontrados na pele pilosa.
 
SISTEMA MOTOR
O controle do sistema motor é a principal função do SNC. Esse controle motor pode 
ser definido como: a geração de sinais para coordenar a contração muscular, mantendo assim a 
postura e realizando movimentos. O movimento do corpo é realizado a partir de contrações nas 
fibras musculares esqueléticas. Essas fibras são inervadas por neurônios motores. Os axônios destes 
neurônios, são distribuídos para os músculos esqueléticos gerando uma junção neuromuscular.
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO AUTÔNOMO (SNA)
A função mais importante do SNA é a manutenção do ambiente corporal interno 
(homeostasia). Quando sinais internos indicam que há necessidade de uma regulação do ambiente 
corporal, o SNC e seu fluxo autonômico geram comandos que emitem ações compensatórias. 
Exemplo: quando a pressão arterial se eleva, ativa receptores de pressão que são denominados 
barorreceptores, esses receptores modificam a atividade do SNA, causando uma redução da 
pressão arterial ao valor normal. 
O SNA possui fibras motoras que conduzem impulsos do SNC aos músculos lisos das 
vísceras e a musculatura do coração. Cada via do SNA é composto por dois neurônios: o neurônio 
pré-ganglionar e o neurônio pós-ganglionar. O corpo celular de cada neurônio pré-ganglionar 
está situado no SNC. Os axônios dos neurônios pré-ganglionares fazem sinapse com o corpo 
celular dos neurônios pós-ganglionares, os axônios desses neurônios se dirigem até a periferia do 
corpo, onde fazem sinapse com órgãos (bexiga, coração, musculatura lisa vascular, bronquíolos, 
genitais, trato gastrointestinal).
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Os receptores do SNA são acoplados a proteína G, por tanto, após a ligação dos 
neurotransmissores (liberados pelo SNA) com o receptor, pode ocorrer a ativação ou inibição de 
enzimas citoplasmáticas, como: adenilil ciclase e a fosfolipase C. Essas enzimas quando ativadas 
geram um segundo mensageiro (o primeiro mensageiro é o neurotransmissor que se ligou 
ao receptor), podendo ser: o monofosfato cíclico de adenosina (AMPc, formado pela enzima 
adenilil ciclase) ou o inositol trifosfato (IP3, formado pela enzima fosfolipase c), entre outros. 
Este segundo mensageiro amplifica a mensagem, que foi passada a partir do neurotransmissor e 
então, executa a ação fisiológica necessária, que pode ser, dependendo do caso, um aumento dos 
batimentos cardíacos, ou a redução deste tudo depende do neurotransmissor, do receptor e da 
célula-alvo. 
Os receptores adrenérgicos ou adrenorreceptores são ativados pela norepinefrina e 
epinefrina. Há dois tipos de receptores adrenérgicos: α (alfa), que são divididos em α1 e α2 e β (beta) 
dividido em β1 e β2. Os receptores α1 (acoplado a proteína G) quando ativados pela norepinefrina 
ou epinefrina, podem gerar contração muscular da vasculatura da pele, dos esfíncteres do trato 
gastrointestinal, dos músculos esqueléticos, da bexiga e do radial da íris pela ativação da enzima 
fosfolipase C e a geração de inositol trifosfato (IP3) e diaglicerol. O IP3, gera a liberação de Ca2+, 
aumentando a concentração intracelular destes íons. Já os receptores α2 (acoplado a proteína 
G) inibe a liberação de acetilcolina dos neurônios pós-ganglionares do SNA parassimpático 
(será citado adiante) ao inibir enzima adenilil ciclase, gerando assim uma inibição da função 
gastrointestinal, pois reduz AMPc reduzindo assim a contração dos esfíncteres gastrointestinais. 
Os receptores β1 e β2 (acoplados a proteína G) agem ativando a enzima adenilil ciclase e gerando 
AMPc. O β1 é proeminente no coração, por conta disso, quando ativados aumentam a frequência 
cardíaca, mas há também a presença deste receptor nos rins (secreção de renina), glândulas 
salivares (aumentando a salivação) e tecidos adiposos. O β2 está presente na musculatura lisa 
da vasculatura dos músculos esqueléticos, nas paredes do trato gastrointestinal, na bexiga e 
nos bronquíolos. Quando ativa gera o relaxamento ou dilatação destes tecidos, por conta da 
estimulação da enzima adenilil ciclase e a geração de AMPc. (RECAPTULANDO: todos os 
receptores adrenérgicos estão acoplados a proteína G).
Os receptores colinérgicos ou colinorreceptores são dividos em: nicotínicos e 
muscarínicos. Os nicotínicos são encontrados na placa motora do musculo esquelético, em todos 
os neurônios pós-ganglionares do SNA simpático e parassimpático e nas células cromafins da 
medula suprarrenal. Esses receptores são do tipo canais iônicos de Na+ e K+, quando ativados por 
acetilcolina o canal se abre e libera a passagem de íons Na+ para dentro da célula e íons K+ para 
fora, isso por que há uma maior quantidade de K+ dentro da célulaque fora e por tanto, o K+ tende 
a sair da célula (a favor do gradiente de concentração), já o Na+ é menos concentrado dentro da 
célula e por tanto, tende a entrar na célula quando o canal se abre (a favor do gradiente de ação). 
Os receptores muscarínicos estão localizados em todos os órgãos efetores do SNA 
REFLITA
Todos os neurônios pré-ganglionares do SNA liberam acetilcolina, por conta 
disso, esses neurônio podem ser denominado de colinérgico. Os receptores que 
recebem esta acetilcolina são denominados colinérgicos ou colinorreceptores. 
Já os neurônios pós-ganglionares liberam acetilcolina, norepinefrina e 
neuropeptídios, e podem ser denominados como colinérgicos por liberarem 
acetilcolina, adrenérgicos por liberarem norepinefrina ou não colinérgicos e 
não adrenérgicos por liberarem neuropeptídios. Os receptores que recebem 
estas substâncias são denominados adrenérgicos ou adrenorreceptores para 
norepinefrina, e colinérgicos ou colinorreceptores para acetilcolina.
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parassimpático (coração, bexiga, trato gastrointestinal, bronquíolos e órgãos sexuais) e em 
alguns órgãos efetores do SNA simpático como nas glândulas sudoríparas. Alguns dos receptores 
muscarínicos apresentam o mesmo mecanismo de ação dos receptores α1 (ativação da enzima 
fosfolipase C), outros geram ações por meio da ação direta da proteína G, sem envolvimento se 
segundos mensageiros (IP3, AMPc etc.). 
Outro ponto muito importante é que o SNA é dividido em, SNA simpático, SNA 
parassimpático e sistema nervoso entérico (relacionado com o trato gastrointestinal). Os 
neurônios do SNA simpático e parassimpático inervam os mesmo órgãos, no entanto, trabalham 
em oposição (antagonicamente), enquanto um estimula o órgão outro inibe. 
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO SIMPÁTICO
 De modo geral, o SNA simpático estimula ações que mobilizam energia, permitindo 
ou organismo responder a situações de estresse. Por exemplo: este sistema é responsável pela 
aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento da pressão sanguínea, pelo aumento do 
fluxo de sangue para os músculos, pelo aumento da concentração de glicose no sangue, pela 
dilatação das pupilas, entre outras ações. 
Os neurônios pré-ganglionares do SNA simpático se originam na porção toracolombar 
da medula espinal e são neurônios mais curtos que os neurônios pós-ganglionares, pois os 
gânglios simpáticos são localizados distante dos órgãos efetores. Os neurônios pré-ganglionares 
são colinérgicos, ou seja, liberam acetilcolina que liga-se nos receptores nicotínicos, já os pós-
ganglionares são adrenérgicos, ou seja, liberam norepinefrina em todos os órgãos (os receptores 
para estas substâncias pode ser α1, α2, β1 e β2), com exceção das glândulas sudoríparas que são 
colinérgicas (liberam acetilcolina que liga-se em receptores muscarínicos). 
 
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO PARASSIMPÁTICO
Estimula principalmente atividades relaxantes, como: redução do ritmo cardíaco, da 
pressão sanguínea, conservação de energia, contração das pupilas, reflexo de micção (contração 
da bexiga).
Os neurônios pré-ganglionares do SNA parassimpático originam-se no tronco cerebral da 
medula sacra, são neurônios mais longos que os pós-ganglionares, pois os gânglios parassimpáticos 
são localizados próximos ou mesmo dentro dos órgãos efetores. Os neurônios pré-ganglionares 
são colinérgicos, liberam acetilcolina, e o receptor onde a acetilcolina se liga nos órgãos efetores 
é do tipo nicotínico. A maioria dos neurônios pós-ganglionares do SNA parassimpático também 
são colinérgicos, mas o receptor onde a acetilcolina se liga é do tipo muscarínico. 
Aqui finalizamos a Unidade I. Nesta unidade foi possível abordar a fisiologia celular, 
discutindo sobre, composição e função da membrana celular, funções das proteínas de membrana, 
sendo, o transporte de substâncias através da membrana celular, realizado através de canais e 
estruturas carreadoras formadas pelas proteínas, além da função de receptores de membrana 
formados também pelas proteínas. Vimos ainda, o que é potencial de membrana, potencial de 
repouso, potencial de ação e quais as estruturas responsáveis por manter e gerar esses potenciais. 
Além disso, discutimos qual a função do sistema nervoso, em como ele é constituído (SNC e SNP) e 
quais são os sistemas observados dentro do sistema nervoso (sistema sensorial, somatossensorial, 
motor e sistema nervoso autônomo que é dividido em SNA simpático e parassimpático).
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UNIDADE
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 26
SISTEMA MUSCULAR ............................................................................................................................................. 27
MÚSCULO ESQUELÉTICO ....................................................................................................................................... 28
CONTROLE DA ATIVIDADE DO MÚSCULO ESQUELÉTICO .................................................................................. 30
INTERAÇÃO ACTINA E MIOSINA ............................................................................................................................ 31
MÚSCULO CARDÍACO ............................................................................................................................................. 32
MÚSCULO LISO ....................................................................................................................................................... 33
SISTEMA CARDIOVASCULAR ................................................................................................................................. 34
FISIOLOGIA DO SISTEMA MUSCULAR 
E SISTEMA CARDIOVASCULAR
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PROF.A MA. KARINE VANDRESSA PERNONCINI
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CIRCUITO SANGUÍNEO ........................................................................................................................................... 35
TIPOS DE VASOS SANGUÍNEOS ............................................................................................................................ 35
ELETROFISIOLOGIA CARDÍACA ............................................................................................................................ 36
POTENCIAS DE AÇÃO DOS VENTRÍCULOS, ÁTRIOS E FIBRAS DE PURKINJE .................................................. 37
POTENCIAS DE AÇÃO NO NODO SINOATRIAL ..................................................................................................... 38
EFEITOS AUTONÔMICOS NO CORAÇÃO ............................................................................................................... 39
REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL ................................................................................................................... 39
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INTRODUÇÃO
Na primeira parte da unidade II, estudaremos as diferenças dos mecanismos da 
contração, da força da contração e a organização básica dos três tipos de músculos: músculo 
esquelético, cardíaco e liso. O músculo esquelético, também conhecido como músculo estriado 
(ao ser observado pelo microscópio este músculo apresenta estriações transversais originadas 
pela organização das moléculas de actina e miosina), age sobre o esqueleto e é controlado pelo 
SNC como um controle voluntário, envolvido na respiração, locomoção, fala, entre outras 
atividades. O músculo cardíaco compõe o coração, este músculotambém é estriado, mas, no 
entanto, sua ação é involuntária diferenciando-se do músculo esquelético. Já o músculo liso, não 
possui estriações, é um músculo involuntário encontrado na parede de órgãos como: intestino, 
estômago, vasos sanguíneos, entre outros. 
Na segunda parte da unidade II, estudaremos os mecanismos das células do coração, que 
assim como os neurônios são células excitáveis e geram potencial de ação que consequentemente 
realizarão a contração do musculo cardíaco e gerarão o ritmo cardíaco. Além disso, será estudado 
a relação entre o sistema cardíaco e vascular para a obtenção da homeostase da pressão arterial, 
volume sanguíneo, entre outros mecanismos. 
 
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SISTEMA MUSCULAR
O sistema muscular é formado pelos músculos e pelos órgãos constituídos por tecidos 
musculares, especializados em contrair e realizar movimentos. As células musculares (miócitos) 
geram a conversão de energia química em energia mecânica, utilizando a energia proveniente 
do ATP (adenosina trifosfato) para gera trabalho, como: bombeamento do sangue, locomoção, 
peristaltismos, entre outros.
MÚSCULO ESQUELÉTICO
Os músculos esqueléticos são fixados aos ossos em um dos lados da articulação. A 
articulação é cruzada por músculo flexor, em um lado, e músculo extensor no lado oposto da 
articulação como observado na figura 1. A contração do músculo flexor resulta na diminuição 
do ângulo da articulação do cotovelo, onde o antebraço fica mais próximo ao ombro (figura 1a). 
A contração do músculo extensor resulta no movimento inverso (figura 1b).
Figura 1 - Músculo flexor e músculo extensor. Fonte: Smithers (2017).
Figura 2 - Estrutura muscular esquelética. Fonte: Open Stax (2016).
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Figura 3 - Estrutura da musculatura esquelética. Fonte: Feigenbaum (2012).
Na figura 2 e 3, podemos observar detalhadamente a estrutura dos músculos esqueléticos. 
Cada músculo é composto por numerosas células denominadas fibras musculares. Cada fibra 
muscular é envolvida por uma camada de tecido conjuntivo, chamado de endomísio (encontra-
se acima do sarcolema, que é a membrana celular das fibras musculares). Cada fibra muscular 
individual é agrupada em fascículos envolvidos por outra camada de tecido conjuntivo, o 
perimísio. Por fim, os fascículos são agrupados para formar o músculo. A bainha de tecido 
conjuntivo que envolve o músculo é chamada de epimísio. O tendão formado nas extremidades 
do músculo é constituído por tecido conjuntivo fixado ao músculo esquelético (figura 1). 
Cada fibra muscular esquelética contém feixes de filamentos denominados miofibrilas 
(figura 4), e o padrão repetido das miofibrilas gera a estrutura estriada da célula. As miofibrilas 
pode ser dividida em: sarcômero, que é delimitado por duas linhas escuras chamadas de linhas 
Z, que representa a parte contrátil do músculo esquelético. Em cada lado da linha Z há uma faixa 
clara denominada bainha I, que contém apenas os filamentos finos compostos principalmente por 
actina. Os filamentos grossos compostos por miosina situam-se entre duas bainhas I, que origina 
então a banda A. Os filamentos finos de actina se estendem da linha Z em direção ao centro do 
sarcômero e se sobrepõe sobre parte dos filamentos grossos. A área escura na extremidade de 
banda A está representando a região onde ocorre esta sobreposição entre filamentos grossos e 
finos. A área do centro do sarcômero que é clara é denominada banda H, que representa a porção 
da banda A que possui os filamentos grossos de miosina, com ausência de filamentos de actina. 
Por tanto, os filamentos finos de actina se estendem da linha Z até a margem da banda H e se 
sobrepõe em parte dos filamentos grossos da bainha A. 
Figura 4 - Estrutura da miofibrila. Fonte: Open Stax (2017).
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Na fibra muscular cada miofibrilas é envolvida pelo retículo sarcoplasmático (figura 
4), que é uma rede de membranas intracelulares que tem ação na regulação de cálcio (Ca2+) 
intracelular, pois armazena e libera Ca2+ no relaxamento e na contração, além disso, as miofibrilas 
possuem invaginações que estendem-se para o interior da fibra muscular, essas invaginações são 
denominadas túbulos transversos ou túbulos T. 
Os filamentos finos são formados pela agregação de moléculas de actina, formando 
um filamento de dois cordões torcidos em hélice (figura 5). Dímeros (junção de duas unidades 
idênticas) de tropomiosina (proteína) existem por todo o filamento de actina e cobrem os sítios 
de ligação da miosina nas moléculas de actina (para gerar a contração muscular a miosina se liga 
ao filamento de actina, mais adiante será explicado em detalhes). Cada dímero de tropomiosina 
contém um complexo de troponina que é composto por três proteínas, a troponina T, que se liga 
à tropomiosina influenciando a capacidade da tropomiosina em inibir a ligação da miosina ao 
filamento de actina, a troponina I, que auxilia na inibição da ligação da miosina a actina pela 
tropomiosina, e a troponina C que se liga ao Ca2+ e promove o movimento da tropomiosina sobre 
o filamento de actina, expondo os sítios de ligação da miosina nos filamentos de actina, o que irá 
gerar a contração do sarcômero e consequentemente do músculo. 
Figura 5 - Estrutura dos filamentos de actina e miosina. Fonte: Gavriel (2015).
Os filamentos grossos são formados por miosina (figura 5) que é uma proteína. Neste 
filamento há estruturas denominas cabeças, que se estendem ao filamento de actina, sendo esta 
estrutura capaz de se ligar aos sítios de ligação presentes no filamento de actina para gerar a 
contração. Além da ligação ao filamento de actina a cabeça da miosina também tem a função 
REFLITA
Esses túbulos T são responsáveis por carregar a despolarização dos potencias 
de ação da superfície das fibras musculares para o interior, e fazem contato 
com uma região denominada de cisterna terminal que é formada pelo retículo 
sarcoplasmático que está próximo aos túbulos T formando esta região. Na 
cisterna terminal ocorre a liberação de Ca2+, que é essencial para a contração 
muscular. No retículo sarcoplasmático, há uma grande quantidade de bomba de 
Ca2+ que são importantes para o acúmulo do Ca2+ no retículo sarcoplasmáticos, 
sendo fundamental para o relaxamento muscular, pois grandes quantidades de 
Ca2+ intracelular geram contração do músculo.
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de hidrolisar ATP para utilização da energia armazenada em suas ligações. Outra estrutura do 
filamento de miosina é a cauda, que ao associar-se cauda a cauda geram então o filamento de 
miosina. 
CONTROLE DA ATIVIDADE DO MÚSCULO ESQUELÉTICO
O sistema nervoso central controla o músculo esquelético. Cada músculo esquelético (fibra 
muscular) é inervado por um neurônio motor alfa (α). O estímulo para a contração do músculo 
esquelético pode ser elétrico ou químico, este estímulo gera o desencadeamento de um potencial 
de ação no neurônio motor α, isso causa a liberação de acetilcolina na junção neuromuscular 
(fenda sináptica). Após a sua liberação, a acetilcolina se liga ao receptor colinérgico nicotínico, 
ativando-o, este receptor está presente na membrana da fibra muscular, gerando assim um 
potencial de ação na fibra muscular. O potencial de ação se propaga pela membrana das fibras 
musculares atingindo os túbulos T, com isso o retículo sarcoplasmático libera Ca2+ no citoplasma 
da fibra muscular. Essa liberação de Ca2+ eleva sua concentração intracelular, o que promove a 
interação entre a cabeça da miosina e os sítios de ligaçãonos filamentos de actina (esta interação 
é chamada de pontes cruzadas) e consequentemente gera a contração muscular. 
O relaxamento do músculo esquelético ocorre quando, o Ca2+ é sequestrado novamente 
pelo retículo sarcoplasmático, devida a ação da bomba de cálcio. Esta proteína transportadora leva 
duas moléculas de Ca2+ para o retículo sarcoplasmático para cada molécula de ATP hidrolisada.
INTERAÇÃO ACTINA E MIOSINA
O Ca2+ liberado pelo retículo sarcoplasmático (pela ação de um potencial de ação) 
liga-se a troponina C (figura 5), que ao estar ligada ao Ca2+ gera o movimento da molécula de 
tropomiosina liberando os sítios de ligação no filamento de actina, permitindo assim, que a 
cabeça da miosina ligue-se a estes sítios (neste momento a cabeça da miosina gera a hidrólise 
ou quebra de uma molécula de ATP que estava ligada a ela, essa hidrólise gera ADP e Pi, que 
permanecem ligados a cabeça da miosina). Ao ocorrer a interação entre os filamentos, a cabeça 
da miosina arrasta o filamento de actina em direção ao centro do sarcômero, assim, diminuindo 
o tamanho do sarcômero e gerando a contração muscular (durante esta etapa as moléculas de 
ADP e Pi são liberadas, ou seja, se desligam da cabeça da miosina, após o movimento da actina 
uma molécula de ATP liga-se novamente a cabeça da miosina e isso faz com que reduza a 
afinidade da miosina pela actina, o que gera o desligamento entre a miosina e a actina). O 
relaxamento muscular ocorre pelo sequestro de Ca2+ no retículo sarcoplasmático por meio da 
ação da bomba de Ca2+. Como podemos ver, o ATP atua tanto na ligação da miosina há actina, 
o que resulta em contração, quanto na dissociação destas proteínas. Na falta de ATP a actina e a 
miosina mantem-se conectadas, o que gera o enrijecimento dos músculos.
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A quantidade de ATP presente na célula muscular é suficiente para suprir alguns segundos 
de atividade muscular intensa. Para reabastecer o estoque de ATP no músculo esquelético 
é utilizada a creatinafosfato, que converte ADP em ATP ao transferir grupos fosfatos da 
creatinafosfato para a molécula de ADP, o qual se transforma em ATP, isso ocorre principalmente 
durante exercício extremo. Outro meio de repor o estoque de ATP é pela fosforilação oxidativa 
e pela glicólise (quebra da molécula de glicose), ambas utilizam o glicogênio (polissacarídeo 
constituído por centenas de moléculas de glicose) para fornecer a glicose para os processos de 
fosforilação oxidativa e glicólise.
Quando o exercício é intenso, a quantidade de oxigênio que chega até os músculos pode 
não ser suficiente para as necessidades respiratórias das fibras musculares. Com isso, as células 
musculares passam a produzir ATP por meio da fermentação lática. No entanto, esse processo 
pode gerar dor, pois essa fermentação lática pode causar o acúmulo de ácido lático no músculo, 
desencadeando a dor. 
As fibras musculares esqueléticas diferem-se no tempo em que levam para se contrair. 
Por tanto, há fibras de contração rápida e lenta. As fibras de contração lenta são adaptadas para 
trabalhos contínuos, presentes em músculos que precisam ficar contraídos durante longos 
períodos de tempo, como na manutenção da postura. Estas fibras possuem maior quantidade 
de mitocôndria, maior irrigação sanguínea e altos níveis da proteína mioglobina, que possui a 
capacidade de ligar-se ao oxigênio. As fibras rápidas são pobres em mioglobina e estão presentes 
em músculos de contração rápida e forte. Nessas fibras a reabsorção de Ca2+ para o retículo 
sarcoplasmático ocorre mais rapidamente, consequentemente possuindo um relaxamento mais 
rápido.
Para que fique mais claro o que foi falado até aqui, se faz necessário assistir ao 
vídeo do link: https://www.youtube.com/watch?v=C4fmTtO1bbo.
Além disso, uma leitura adicional pode ser realizada no livro: Guyton & Hall. 
Tratado de Fisiologia Humana. 10a edição. capítulo 6. pg. 63-80.
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MÚSCULO CARDÍACO
O coração tem como função bombear o sangue pelo sistema circulatório por meio da 
contração das células musculares cardíacas. Essas células conectam-se umas às outras por discos 
intercalares, que incluem a combinação de junções mecânicas (evitam que as células se soltem ao 
se contrair) e conexões elétricas (compostas por junções comunicantes, que permitem a passagem 
de potencial de ação por todo o coração). Por conta da disposição celular, um único potencial de 
ação, gerado no interior do nodo sinoatrial, é capaz de propagar por todo o coração, gerando uma 
contração sincronizada do órgão. 
A organização dos filamentos grossos e finos pode ser comparada a do músculo esquelético 
(figura 4), podendo ser observado, bainhas claras e escura que se repetem e representam as 
bandas I (clara) e A (escura). A linha Z divide a bainha I e é o ponto de aderência dos filamentos 
finos. A região entre duas linhas Z representa o sarcômero, que é a unidade contrátil da célula 
muscular. Os filamentos finos estendem-se para o interior da banda A e são compostos por actina, 
tropomiosina e troponina. A banda A é constituída por filamentos grossos mais um certo grau de 
sobreposição de filamento finos. Os filamentos grossos são compostos por miosina e se situam do 
centro do sarcômero em direção as linhas Z. Os filamentos de miosina possuem cauda e cabeça, a 
cabeça após a hidrólise de ATP puxa os filamentos de actina para o centro do sarcômero, gerando 
a contração muscular.
No interior das células musculares cardíacas, as miofibrilas são circundadas pelo 
retículo sarcoplasmático, as regiões terminais desta estrutura localizam-se ao lado dos túbulos 
T, e desempenham papel fundamental na elevação de Ca2+ intracelular durante o potencial de 
ação. Uma grande diferença entre o músculo esquelético e cardíaco é que o potencial de ação do 
músculo cardíaco dura muitas vezes mais do que o músculo esquelético, sendo assim, a duração 
da contração cardíaca é maior do que a do músculo esquelético. 
O músculo cardíaco é um músculo que se contrai involuntariamente e que possui 
marcapasso intrínseco, ou seja, um marcapasso que faz parte do músculo cardíaco. O marcapasso 
é um conjunto de células especializadas que são capazes de despolarizar-se espontaneamente e 
assim gerar potencial de ação, que se propaga por todo o coração, por tanto, é necessário que 
apenas uma célula despolarize para que uma onda de contração se propague pelo coração, dando 
origem aos batimentos cardíacos. Os mecanismos da despolarização espontânea (geração do 
potencial de ação), que ocorre no coração será discutido na segunda parte desta unidade, onde 
falaremos sobre sistema cardiovascular.
 Assim como no músculo esquelético, a contração do músculo cardíaco é regulada pelos 
filamentos finos, onde ocorre a elevação da concentração de Ca2+ intracelular, que é necessário 
para realizar a interação entra a cabeça da miosina e o filamento de actina (pontes cruzadas). Em 
baixas concentrações de Ca2+ intracelular, a interação entre miosina e actina é bloqueada pela 
tropomiosina, que esconde os sítios e ligação da miosina no filamento de actina. Agora, quando 
o potencial de ação desencadeia o aumento da concentração de Ca2+ intracelular, este se liga à 
troponina C, que gera o deslocamento da tropomiosina liberando os locais de ligação da miosina. 
Assim a cabeça da miosina (gera a hidrólise de ATP em ADP e Pi que permanecem ligados a cabeça 
da miosina) pode ligar-se a actina e arrastar esse filamento para o centro do sarcômero gerando 
a contração muscular (ADP e Pi são liberados nesta etapa). Após o movimento dos filamentos 
de actina, e a liberação de ADP e Pi, uma nova molécula de ATP liga-se novamente a cabeça da 
miosina e assim reduz a afinidadedesta estrutura pela actina, gerando um desligamento entre 
miosina e actina. O relaxamento muscular da célula cardíaca ocorre quando o Ca2+ intracelular 
é reduzido pela ação da bomba de Ca2+ e pela bomba de antiportador 3Na+-1Ca2+ (envia 3 Na+ 
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para dentro da célula em troca de 1 Ca2+ para fora) no sarcolema (membrana celular). Assim 
como nos músculos esqueléticos, o estoque de ATP no músculo cardíaco é baixo, tendo de ser 
frequentemente reposto, podendo ser pela oxidação de gorduras e carboidratos, ou pela utilização 
de creatinafosfato. 
MÚSCULO LISO
O músculo liso divide-se em: músculo liso unitário (de uma só unidade) e multiunitário 
(com várias unidades) (figura 6). No músculo liso unitário (encontrado no trato gastrointestinal, 
bexiga, útero e ureter), as células musculares são acopladas eletricamente, de modo que a 
estimulação elétrica de uma célula é seguida pela estimulação das células adjacentes, levando a 
uma onda de contração. Essa onda de atividade elétrica ou contração pode ser inicia por uma 
célula muscular lisa que tem a capacidade de gerar despolarização espontânea, chamamos essas 
células de marcapasso, ou pode ser iniciada pela ligação de um hormônio, pelos nervos autônomos 
(simpáticos e parassimpáticos) e até pela atividade a fármacos. Já as células musculares lisas 
multiunitárias (presente nos rins, músculos ciliares do cristalino e nos ductos deferentes) não 
estão acopladas eletricamente, sendo assim, a estimulação de uma célula não resulta na ativação 
de células adjacentes.
Figura 6 - Estrutura do músculo liso. Fonte: Open Stax (2016).
No músculo liso não existe túbulos T, nem cisternas terminais, mas existem espaços 
denominados cavéolas, que são depressões presentes no sarcolema e que armazenam o Ca2+, 
além disso, no músculo liso não há troponina C, por tanto, a interação entre a miosina e a actina 
é controlada pela ligação do Ca2+ a calmodulina. Os potenciais de ação ocorrem na membrana 
das células musculares lisas, a despolarização gera a abertura de canais de Ca2+, tanto do reticulo 
sarcoplasmático, quanto do sarcolema, aumentando assim a concentração de Ca2+ intracelular.
O Ca2+ intracelular aumentado ligue-se a calmodulina. O complexo Ca2+ calmodulina 
se liga à cinase miosínica (enzima), ativando-a. Quando ativada, a cinase miosínica fosforila 
(adição de um grupo fosfato) uma das cadeias leves da cabeça da miosina, após a fosforilação 
a conformação da cabeça da miosina é altera, permitindo a ligação da miosina com à actina, 
causando assim o movimento dos filamento de actina. Além disso, em baixas concentrações de 
Ca2+ intracelular, as proteínas calponina e caldesmona se mantém ligadas a actina o que bloqueia 
a ligação entre miosina e actina. Agora com o aumento da concentração de Ca2+, o complexo Ca2+ 
calmodulina gera a fosforilação destas proteínas facilitando a ligação entre miosina e actina. 
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Para o relaxamento muscular, é necessário a redução da concentração intracelular de 
Ca2+, causado por: hiperpolarização (que gera o fechamento de canais de Ca2+), inibição direta 
dos canais de Ca2+ por ligantes, redução da liberação de Ca2+ pelo retículo sarcoplasmático e 
aumento atividade da bomba de Ca2+. Outro ponto que difere o músculo liso do músculo estriado 
é que no músculo liso a contração é regulada pelos filamentos grossos. Pois o complexo Ca2+ mais 
calmodulina ativa a fosforilação de uma das cadeias leves da cabeça da miosina, essencial para a 
contração deste músculo.
SISTEMA CARDIOVASCULAR
A principal função do sistema cardiovascular é transportar e distribuir substâncias 
essenciais e remover resíduos metabólicos, através do sangue. Além disso, o sistema cardiovascular 
possui papel importante na homeostase, regulando a temperatura corporal, a pressão arterial, age 
também na manutenção do balanço de fluidos e ajuste de oxigênio e nutrientes. Esse sistema é 
composto pelo: coração, vasos sanguíneos e capilares.
O coração é composto por dois átrios (direito e esquerdo) e dois ventrículos (direito e 
esquerdo). O ventrículo direito bombeia sangue para os pulmões, afim de oxigenar o sangue e 
descartar CO2, enquanto o esquerdo bombeia sangue rico em O2 para todos os outros tecidos do 
corpo.
Os vasos que levam o sangue do coração para os tecidos são denominados artérias (alta 
pressão e pequeno volume de sangue), já os vasos que levam sangue dos tecidos para o coração 
são denominados veias (baixa pressão e alto volume de sangue). Nos tecidos, os vasos sanguíneos 
possuem parede fina e são denominados capilares. A troca de líquidos, nutrientes e resíduos 
ocorre pela parede destes capilares.
No coração, os átrios e os ventrículos são interligados por válvulas atrioventriculares 
(AV), que são necessária para que o sangue flui em uma só direção (do átrio para o ventrículo). 
O lado esquerdo do coração tem a circulação denominada como circulação sistêmica, onde o 
sangue é bombeado para todos os órgãos menos para o pulmão. A circulação do lado direto do 
coração é denominada circulação pulmonar, onde o sangue é bombeado para os pulmões. Por 
tanto, o sangue é bombeado do lado esquerdo do coração para a circulação sistêmica, e após 
isso vai para o coração direito, entrando na circulação pulmonar e depois volta para a circulação 
sistêmica.
 
REFLITA
Para que o músculo liso se contraia é necessária a liberação de Ca2+ do retículo 
sarcoplasmático e a entrada de Ca2+ na fibra celular através do sarcolema. No 
músculo liso não há troponina. O Ca2+ liga-se a calmodulina e este complexo 
gera a ativação da cinase miosínica, que gera a fosforilação de uma das cadeia 
leves da cabeça da miosina, necessário para que ocorra a interação entre 
miosina e actina. Além disso, este complexo fosforila as proteínas calponina e 
caldesmona facilitando a ligação entre miosina e actina.
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CIRCUITO SANGUÍNEO
O sangue rico em O2 (vindo dos pulmões) volta ao átrio esquerdo pela veia pulmonar. 
Após isso, o sangue flui para o ventrículo esquerdo pela válvula AV aqui denominada válvula 
mitral. O sangue deixa o ventrículo esquerdo passando pela válvula semilunar (válvula aórtica) 
que separa o ventrículo esquerdo da aorta. Quando o ventrículo esquerdo contrai, a pressão no 
ventrículo aumenta, isso faz com que a válvula se abra e o sangue é então ejetado para a aorta. 
A quantidade de sangue ejetada pelo ventrículo, tanto esquerdo quanto direito, é chamado de 
débito cardíaco. 
O sangue que está deixando os tecidos contém grande quantidade de resíduos metabólicos, 
e é transportado pelas veias, até chegar a veia cava que leva o sangue até o átrio direito. A pressão 
na veia cava é maior que no átrio direito, por isso, o átrio se enche de sangue. A velocidade em que 
o sangue é devolvido para o átrio é chamado de retorno venoso. O sangue do átrio direito (agora 
com alta pressão) flui para o ventrículo direito pela válvula AV denominada válvula tricúspide. 
Quando o ventrículo direito contrai, o sangue é ejetado, pela válvula pulmonar (válvula semilunar 
do lado direito, que separa o ventrículo da artéria pulmonar), para a artéria pulmonar. O sangue 
oxigenado retorna para o átrio esquerdo e um novo ciclo inicia. 
 
TIPOS DE VASOS SANGUÍNEOS
• Artérias: a maior artéria do corpo é a aorta. Artérias de tamanhos menores se ramificam 
da aorta. A função das artérias é levar sangue oxigenado para os órgãos.
• Arteríolas: são os menores ramos das artérias. São constituídas de musculo liso, 
inervado por fibras nervosas simpáticas adrenérgicas (lembrando que fibras adrenérgicas liberam,

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