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Seminário II - QUESTÕES E RESPOSTAS IBET MOD II INCIDENCIA E CREDITO TRIBUTARIO

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Módulo Incidência e Crédito Tributário
Seminário II
CRÉDITO TRIBUTÁRIO, LANÇAMENTO E ESPÉCIES DE LANÇAMENTO
Questões
1. Considerando os conceitos de norma, incidência e crédito tributário, responda:
a) Que é lançamento? Definir o conceito especificando: quem pode lançar, se é ato ou procedimento e qual a sua finalidade.
b) É correto afirmar que o lançamento tributário se apresenta em três espécies? Se positiva a resposta, qual o critério que orienta tal classificação, ou seja, o que diferencia uma espécie da outra?
c) O chamado lançamento por homologação é efetivamente lançamento? E o lançamento por declaração?
d) O lançamento tem eficácia declaratória e/ou constitutiva? O que é declarado e/ou constituído? Quando isso ocorre?
e) Confrontar as noções de tempo no fato e tempo do fato.
f) O que é erro de fato e erro de direito? E mudança de critério jurídico?
a) Segundo prescreve o artigo 142 do CTN, Lançamento é a forma onde se constitui o crédito tributário de competência da autoridade administrativa, considerado como um procedimento administrativo onde é verificado: a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente; a determinação da matéria tributável; o cálculo do montante do tributo; a identificação do sujeito passivo e sendo o caso a penalidade cabível.
O CTN assevera que o Lançamento é um procedimento administrativo, adotando a Tese Procedimentalista do Lançamento, onde o Lançamento provém do Procedimento Administrativo, onde se verifica vários itens para que esteja totalmente finalizado.
Tem-se também a Tese Não Procedimentalista do Lançamento, que considera o Lançamento como um Ato.
Para Paulo de Barros Carvalho, “O procedimento não é da essência do Lançamento, que pode consubstanciar-se em ato isolado, independentemente de qualquer outro.”[footnoteRef:1] [1: SANTI, Eurico Marcos Diniz de. Lançamento Tributário. São Paulo: Saraiva, 2010. Capítulo VII. Definição do Conceito de Lançamento Tributário.] 
Eurico Santi dirime a questão doutrinária do Lançamento – Procedimento e do Lançamento – Ato, colocando a dualidade em planos distintos: “o procedimento no plano fático e o ato-norma do plano normativo.”[footnoteRef:2] [2: SANTI, Eurico Marcos Diniz de. Lançamento Tributário. São Paulo: Saraiva, 2010. Capítulo VII. Definição do Conceito de Lançamento Tributário.] 
Associo-me a Tese Procedimentalista, onde vislumbro que para que exista o Lançamento é necessário uma série de verificações anteriores, referente ao sujeito passivo, matéria tributável, fato gerador, montante do tributo e por fim, caso se enquadre a penalidade prescrita na lei. O Lançamento como um Ato é muito simples diante a complexidade de constatações e verificações para se constituir o crédito tributário.
A finalidade precípua do Lançamento é constituir o Crédito Tributário, definindo todos os elementos necessários.
b) O CTN aborda três espécies de lançamento: i) direto, de ofício ou ex officio – artigo 149, I do CTN; ii) Misto ou por declaração – artigo 147 CTN; iii) por homologação ou autolançamento – artigo 150 CTN.
Observa-se que o critério que orienta a classificação das espécies de lançamento é o auxílio maior ou menor do contribuinte para efetuar o lançamento, aspecto que diferencia suas espécies.
No lançamento direto ou de ofício, a autoridade administrativa dispondo de todos os dados suficientes para o registro efetua o lançamento sem o auxílio do contribuinte.
No lançamento misto ou por declaração, o sujeito passivo presta a autoridade administrativa informações sobre a matéria de fato, indispensáveis à efetivação do lançamento.
No lançamento por homologação ou autolançamento, o contribuinte auxilia de maneira intensiva a atividade do lançamento, efetuando todos os atos do lançamento, bem como recolhendo o tributo, antes de qualquer providência da autoridade administrativa 
c) A doutrina de Paulo de Barros Carvalho[footnoteRef:3], entende o lançamento como um ato jurídico administrativo onde afirma que a classificação das espécies de lançamento perdem totalmente a correspondência com a realidade que pretende classificar. “As modalidades de lançamento, estipuladas no Código Tributário Nacional, revelam, no fundo, singularidades procedimentais e, vimos de ver, o procedimento não é da essência do lançamento. É inteiramente possível haver lançamento sem qualquer procedimento que o anteceda, assim entendido o conjunto orgânico de atos jurídicos e materiais, unificados para expressar as finalidades desse documento. Desde que a autoridade lançadora tenha em mãos todos os dados relativos à ocorrência do fato jurídico tributário e à identificação do sujeito passivo, haverá condições suficientes para celebrar o ato jurídico administrativo de lançamento, independentemente de quaisquer outras providências suplementares. Além disso, mesmo nas conjunturas em que se desenvolve um procedimento, com o escopo de formalizar o crédito tributário, o lançamento será o derradeiro ato da série, com peculiaridades intrínsecas que o individualizam, razão pela qual as três espécies de que trata o Código são, na verdade, espécies de procedimento e não de lançamento.” assim entende o Prof. Paulo de Barros Carvalho. Sendo que, sob meu prisma, o lançamento por homologação e o lançamento por declaração são efetivamente lançamentos, constituídos por procedimento da autoridade administrativa. E, essas espécies de lançamentos são construções legislativas a fim de dar maior celeridade na efetivação da arrecadação tributária. [3: CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário – 30ªed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019. Capítulo XII – Crédito Tributário e Lançamento.22. Modalidades de lançamento - crítica] 
d) Entendemos que o Lançamento tem eficácia constitutiva, uma vez que constitui o crédito tributário –artigo 141 e 142 do CTN, definindo-o, criando direitos e obrigações.
O lançamento constitui o crédito tributário definindo/declarando vários itens como: sujeito passivo, objeto da obrigação tributária principal, fato gerador, montante do tributo.
O lançamento ocorre em momento distintos, dependendo da espécie de lançamento. No lançamento direto como toda a atividade ocorre sem auxílio do contribuinte, se constitui com a própria atividade da autoridade administrativa. No lançamento por declaração, com o pequeno auxilio do contribuinte a fim de prestar alguns informações, o lançamento se constitui após alguns atos administrativos em que a autoridade administrativa, após as declarações prestadas pelo contribuinte, calcula o tributo e notifica-o para o pagamento. Por fim, no lançamento por homologação, com o auxílio intensivo do contribuinte, se verifica em duas hipóteses sob condição resolutiva: i) a autoridade administrativa após proceder a conferência das informações prestadas pelo contribuinte, bem como o pagamento pelo contribuinte, dar-se como lançado, constituído e extinto o crédito tributário; ii) caso haja uma discordância no pagamento, não haverá a homologação do lançamento e será lançado a diferença pela autoridade administrativa. Observando que, toda a espécie de lançamento por homologação deve ser realizada dentro de 05(cinco) anos da ocorrência do fato gerador, expirado referido prazo haverá a homologação tácita, sendo considerado lançado o tributo, constituído o e extinto o crédito.
e) Tempo no fato e tempo do fato são marcas temporais dos dois aspectos do lançamento – vício formal e vício material. 
Tempo no fato indica a data do acontecimento ocorrido e, tempo do fato indica a data da lavratura, o tempo atual.
f) Paulo de Barros Carvalho define erro de fato[footnoteRef:4] como “...um problema intranormativo, um desajuste interno na estrutura di enunciado, por insuficiência de dados linguísticos informativos ou pelo uso indevido de construções de linguagem que fazem as vezes de prova.” ... “Já o erro de direito é também um problema de ordem semântica, mas envolvendo enunciados de normas jurídicas diferentes, caracterizando-se como um descompasso de feição externa, internormativa.”. [4: CARVALHO, Paulo de Barros.Curso de Direito Tributário – 30ªed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019. Capítulo XII – Crédito Tributário e Lançamento. 20. Do erro de fato e do erro de direito no lançamento tributrário] 
As diferenças entre o erro de fato e o erro de direito no lançamento consistem em que o erro de direito está necessariamente na aplicação da norma geral e abstrata e o erro de fato está na regra individual e concreta.
O termo critério jurídico aparece no artigo 146 do CTN, na Seção do Lançamento Tributário. O artigo 146 do CTN trata da revisibilidade do lançamento nos critérios jurídicos quando efetuada de oficio pela autoridade administrativa, por decisão administrativa ou por decisão judicial. A disposição legal veda a revisão de lançamentos já efetuados com alegação de modificação nos critérios jurídicos, isto é, erro de direito quanto a fato gerador ocorrido anteriormente à constituição do crédito tributário.
A regra afirma que o novo critério jurídico a ser utilizado no lançamento só poderá ter efeitos para o futuro. Assim, o extinto TRF – Tribunal Federal de Recursos editou a Súmula 227, in verbis: “A mudança no critério jurídico adotado pelo Fisco não autoriza a revisão de lançamento.”
Dessa forma, firma-se a irreversibilidade do lançamento por erro de direIto prevista no artigo 145 e 149 do CTN.
2. Dado o auto de infração fictício (anexo I), pergunta-se:
a) Identifique as normas individuais e concretas veiculadas no respectivo auto de infração;
b) Confronte as noções de (i) auto de infração – documento, (ii) ato administrativo de imposição de multa, (iii) ato administrativo de lançamento e (iv) ato de notificação;
c) Em sua opinião, em que instante nasce a obrigação tributária? E o crédito tributário? E, a multa tributária? Que significa “constituição definitiva do crédito”?
 a) Normas individuais e concretas: são todas aquelas que individualizam a situação do contribuinte de forma específica:
i) sujeito passivo /infrator e sua qualificação;
ii) relato da infração, com toda a sua identificação e apuração quanto ao valor, incluindo juros de mora e multa, salvo a hipótese legal que é norma geral e abstrata.
b) i) auto de infração documento no lançamento tributário é a constatação pela autoridade administrativa de que o sujeito passivo realizou um ilícito, constatando a ocorrência dos deveres que não foram regularmente cumpridos, lançando e constituindo o crédito tributário e em ato contínuo, aplica a sanção cabível;
ii) auto administrativo de imposição de multa é a constatação da prática de um ilícito pela autoridade administrativa que descreve o fato e capitula/enquadra o fato a norma, descrevendo a legislação aplicável, impondo ao final um valor pecuniário(multa) ou uma conduta de fazer ou não fazer;
iii) ato administrativo de lançamento – ocorre quando a autoridade administrativa verifica a ocorrência dos itens/fatos que geram o crédito tributário e efetua o lançamento, constituindo o crédito tributário;
iv) ato de notificação ocorre quando após o procedimento do lançamento e/ou imposição de infração, constituído o crédito tributário, é comunicado ao sujeito passivo.
c) Primeiramente deve se ter em mente que a lei descreve um fato caracterizado como hipótese de incidência. Caso esse fato ocorra no mundo, nasce o fato gerador, que é a materialização da hipótese de incidência – descrição legal do fato ocorrido. Assim, ocorrido o fato devidamente enquadrado a norma surge o fato gerador tributário que dará ensejo a obrigação tributária
Cediço que o crédito tributário é constituído com o lançamento estabelecido nas espécies estatuídas no CTN, quais sejam, de oficio, por declaração e por homologação, após o lançamento considera-se constituído o crédito tributário, isto é, o crédito do ente federativo está pronto para ser exigido do sujeito passivo, representando o momento de exigibilidade da relação jurídico tributária.
Assim também afirmou a jurisprudência do STJ no Resp 250.306/DF, 1ª t., Rel Min Garcia Vieira, j.06.06.2000. “...o crédito tributário não surge com o fato gerador. Ele é constituído com o lançamento (artigo 142 do CTN).
Paulo de Barros Carvalho afirma que “o crédito é elemento integrante da estrutura lógica da obrigação, de tal sorte que ostenta a relação de parte para com o todo. A natureza de ambas as entidades é, portanto, rigorosamente a mesma.”[footnoteRef:5] [5: CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário – 30ªed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019. Capítulo XII Crédito Tributário e Lançamento. 4.A natureza do crédito tributário – crédito e obrigação.] 
A Multa Tributária é uma penalidade pecuniária prevista em lei, com natureza de sanção, que advém da inobservância de um dever jurídico.
Por constituição definitiva do crédito tributário entende-se como o encerramento do momento para a administração tributária, após a notificação do sujeito passivo e as impugnações administrativas, em que o crédito está definitivamente, certo, líquido e exigível a nível administrativo.
3. Empresa XXX, contribuinte de IPI, declara e formaliza seus créditos e débitos, compensa tais valores (não-cumulatividade) e, de acordo com a lei, realiza o pagamento do saldo devedor conforme discriminado abaixo:
Posteriormente, o Fisco Federal glosa os créditos de IPI utilizados pela empresa devedora, sem, contudo, efetuar o lançamento de qualquer valor a título de tributo. Em seguida, encaminha para inscrição na dívida ativa os valores não pagos em razão do aproveitamento indevido dos créditos (R$ 200.000,00), pois entende não ser necessário o lançamento de ofício. Esses valores, por sua vez, são acrescidos das penalidades que o Fisco entende cabíveis, além dos juros de mora. 
Na sua opinião, está correto o proceder da Fazenda? Ainda, o aproveitamento de créditos da não-cumulatividade pode ser equiparado a pagamento antecipado? A glosa, por sua vez, resultaria em não pagamento? Justifique sua resposta (Vide anexo II e III)
Primeiramente devemos destacar que o contribuinte de IPI, declara e formaliza seus créditos e débitos através do lançamento por homologação. Nesta operação o contribuinte auxilia a autoridade administrativa intensamente lançando e pagando o débito tributário.
Ocorre que, nesta operação o contribuinte entendeu que possuía um crédito de IPI, e o utilizou compensando o débito tributário. Quando da homologação do lançamento, o Fisco Federal glosou os créditos tributários utilizados pelo contribuinte, em efetuar lançamento, encaminhou para a dívida ativa os valores não pagos do débito tributário realizado no lançamento por homologação.
Bem verdade que o valor glosado pelo Fisco Federal já havia sido lançado pelo contribuinte no momento do lançamento por homologação. No entanto, a discussão está na correta ou errônea glosa do crédito tributário efetuada pelo Fisco Federal, que deu ensejo a um débito tributário.
Neste caso, a Fazenda deve abrir um procedimento administrativo garantindo ao contribuinte direito ao contraditório e a ampla defesa, e a publicidade dos atos administrativos tributários.
A análise do aproveitamento dos créditos da não cumulatividade apresenta entendimento diverso: 
i) o aproveitamento do crédito glosado pode ser equiparado a não pagamento, uma vez que é necessário aa apuração contábil a fim de verificar se o crédito tributário aproveitado, realmente é indevido, havendo assim a ausência de crédito efetivo; 
ii) o aproveitamento do crédito glosado pode ser equiparado a pagamento, uma vez que, o contribuinte não tinha o animus de não pagar o débito tributário, in casu, o contribuinte pagou a diferença do débito com o crédito tributário glosado, dessa maneira, a glosa não deve ser equiparada a não pagamento.
Assim sendo, observando que o contribuinte pagou o débito tributário subtraído da glosa, entendemos que o crédito tributário glosado pelo fisco não pode ser interpretado como não pagamento.
4. Com relação ao lançamento por homologação, pergunta-se:
a) Que é homologação? O que se homologa: (i) o pagamento efetuado antecipadamente; (ii) a norma individuale concreta posta pelo contribuinte; ou (iii) ambos? Justifique sua resposta.
b) Quando se verifica a homologação expressa? Trata-se de ato administrativo? Ainda, é possível revisar-se o ato homologatório expresso? Há no direito positivo a possibilidade de pagamento de tributos sem lançamento?
a) O lançamento por homologação é aquele em que o contribuinte auxilia intensamente o Fisco na atividade do lançamento, mensurando o valor do tributo e realizando o recolhimento antecipado sem qualquer atividade da autoridade administrativa. O que se homologa é toda a atividade realizada pelo contribuinte inclusive o pagamento, ou seja, a atividade do lançamento efetuada pelo contribuinte como norma individual e concreta e o pagamento efetuado antecipadamente. Assim reza o §1º E artigo 150 do CTN.
b) A homologação expressa se verifica com a conferência realizada pela Administração referente ao lançamento por homologação, previsto no artigo 150 do CTN. A homologação expressa deve ser realizada dentro do prazo de 05(cinco) anos a contar da ocorrência do fato gerador, se a lei não fixar outro prazo para a homologação.
Tendo em vista que a homologação refere-se a uma conferência de todo o procedimento de lançamento do tributo pelo sujeito passivo e seu pagamento, entendemos tratar-se de um procedimento e não simplesmente de um ato administrativo.
No tocante a revisão do ato homologatório expresso de um lançamento, deve se verificar a ocorrência do preceito estatuído no artigo 149 do CTN, desde que a alteração se enquadre nas possibilidades previstas e que o crédito não esteja extinto pela decadência.
Não vislumbro a possibilidade de pagamento de tributo sem a realização de um lançamento, seja qual for sua espécie: de oficio, por declaração ou por homologação. O lançamento é um procedimento imprescindível na relação jurídico tributária, constituindo o crédito tributário para pagamento.
5. A Lei n. 10.035/00 estabelece que serão executados, nos autos da reclamação trabalhista, os créditos previdenciários devidos em decorrência da decisão proferida pelos Juízes e Tribunais, resultantes de condenação ou homologação do acordo. 
Pergunta-se: a decisão judicial, cognitiva ou homologatória, constitui o crédito tributário? E, eventuais acordos posteriores entre os litigantes? Há necessidade de lançamento? Como ficam os princípios do contraditório e da ampla defesa? (Vide anexos IV, V e IV).
Pela interpretação literal da lei 10.035/00, denota-se que as decisões judiciais cognitivas ou homologatórias constituem o crédito tributário, uma vez que com base nessas decisões os créditos previdenciários serão executados de ofício pelo próprio juiz do trabalho. Os eventuais acordos entre os litigantes em processo trabalhista, mesmo após o trânsito em julgado de uma sentença ou fase de liquidação de sentença, formará novo título executivo sobre o qual incidirá o recolhimento da contribuição previdenciária.
A alteração da Lei 10.035/00, no seu parágrafo único do artigo 876 assevera que serão executados ex ofício os créditos previdenciários devidos em decorrência de decisão proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho, resultantes de condenação ou homologação de acordo, assim sendo, nestes casos de decisões cognitivas ou homologatórias de acordos perante a justiça do trabalho, os créditos previdenciários não estão sujeitos a lançamento, se pode afirmar que na fase de liquidação dos cálculos haverá um “lançamento” efetuado das contribuições previdenciárias devidas a Previdência Social §1º-B do artigo 879 da CLT.
Como a situação fática só veio a conhecimento da Autoridade Administrativa – Fisco Previdenciário em virtude de uma demanda judicial, houve uma supressão da fase administrativa, devidamente prevista em lei, sendo que na fase judicial de apuração do quantum/liquidação – crédito tributário previdenciário é oportunizado a impugnação e/ou embargos na via judicial nos termos do §4º do artigo 884 da CLT, garantindo assim o contraditório e a ampla defesa.
6. Sobre as hipóteses correlatas às alterações do lançamento, responda:
a) Há diferença entre erro de direito e mudança de critério jurídico, para fins de revisão do lançamento tributário? Há possibilidade de revisão do lançamento fundado em erro de direito? E em erro de fato? Qualquer erro de fato é suficiente para fundamentar a alteração do lançamento? (Vide anexos VII, VIII e IX).
b) A alteração da base de cálculo, ou da sistemática de apuração do tributo pode ser feita mediante retificação do lançamento? A eleição errônea da base de cálculo, ou da sistemática de apuração configura-se como erro de fato, erro de direito ou mudança do critério jurídico? Tem o condão de acarretar anulação do lançamento? (Vide anexos X, XI e XII)
a) Paulo de Barros Carvalho, entende que ” ...o erro de direito é também um problema de ordem semântica, mas envolvendo enunciados de normas jurídicas diferentes, caracterizando-se como um descompasso de feição externa, internormativa177.”[footnoteRef:6], a mudança do critério jurídico é entendido como uma nova interpretação de dispositivos jurídico tributários dada ao efetuar o lançamento. Como o direito se presume conhecido, a Fazenda não poderá alegar desconhecer, formulando uma exigência segundo determinado critério e, posteriormente, rever a orientação, para efeito de modifica-lo. Devidamente previsto no artigo 146 do CTN. Entendemos que a mudança de critério jurídico está inserido dentro do erro de direito, sendo vedado a revisão de lançamento por erro de direito. [6: CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário – 30ªed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019. Capítulo XII Crédito Tributário e Lançamento. 20. Do erro de fato e do erro de direito no lançamento tributário] 
O erro de fato, ocorre com o desajuste de procedimento pelo agente quando da aplicação dos fatos ou do levantamento dos dados para efetuar o lançamento. Não se indaga acerca da lei ou de interpretação legal. A previsão legal da alteração do lançamento por erro de fato está, no artigo 149 do CTN, cuja lista não é taxativa, uma vez que o inciso I possibilita que lei dos entes federativos determinem outras hipóteses de erro de fato.
b) A alteração da base de cálculo é tida como um erro de fato, uma vez que uma simples conferência se apura o equívoco cometido, admitindo-se a revisão de lançamento. De outro modo, a sistemática de apuração do tributo é entendida como um critério jurídico para o lançamento, o que é classificado como um erro de direito, sendo vedado a modificação do lançamento. O Fisco não pode desconhecer a diretriz jurídica, e o artigo 146 do CTN só permite aplicar o novo critério jurídico para fatos jurídicos subsequentes aquele que ensejou a tributação e Súmula 227 do TFR. Assim, um erro na sistemática de apuração do lançamento, entendido como erro de direito, gera a anulação do lançamento por vício material.

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