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Súmulas por assunto - STF e STJ - Penal e Processo Penal EBEJI - Até Súm 600 - 2018

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Súmulas Criminais STF e STJ 
Organizadas e Comentadas 
(2018) 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
EBEJI 
Súmulas Criminais STF e STJ 
Organizadas e Comentadas (2018) 
 
 
Organizadas por assunto 
DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL 
 
Coordenadores do livro 
 PEDRO COELHO E CARLA CAROLINA VASCONCELOS 
 
 
 
 
3 
 
APRESENTAÇÃO 
Prezadas alunas e alunos, 
É com grande satisfação que a EBEJI vem apresentar e divulgar a 2ª edição do Livro Digital 
Temático “Súmulas Criminais STF e STJ Comentadas e Organizadas por Assunto”, 
inteiramente gratuito para ser desfrutado e compartilhado através das redes sociais. 
A primeira edição, também divulgada graciosamente, teve uma acolhida e receptividade 
bastante positivas, com downloads que superaram os 4 dígitos, além de termos recebido uma 
série de comentários positivos. 
Para uma nova edição, colocamos um desafio aos organizadores: superar a expectativa dos 
nossos leitores e fazer A melhor obra de Súmulas Criminais comentadas! Desafio 
proposto e, prontamente, acolhido! 
Para isso, os coordenadores da obra se esmeraram e trouxeram uma série de novidades. 
Foram (i) feitos novos comentários e observações nas súmulas antigas, (ii) análise de 
influência de legislações recentes na revogação (ou não) de verbetes sumulados, (iii) 
comentários de TODAS as novas súmulas criminais editadas pelo STF e STJ até janeiro de 
2018 e, sem dúvidas, a melhor parte da novidade: a criação da seção “Como caiu na sua 
prova”, trazendo questões recentíssimas de diversos concursos em que a literalidade do 
entendimento sumulado comentado é suficiente e decisivo para garantir o acerto do gabarito. 
Apesar da propalada crise, tudo indica que 2018 será repleto de editais em concurso de 
Defensoria Pública, Procuradorias, Ministério Público, Magistratura, dentre outros, e – para 
eles, indistintamente – o domínio das Súmulas dos Tribunais Superiores é imprescindível! 
Nossa missão, na EBEJI, há mais de 10 (dez) anos, auxiliar TODOS os candidatos que 
mantêm o sonho da aprovação, a EBEJI – que diariamente produz e compartilha nas redes sociais 
muito conhecimento gratuitamente disponibilizado a quem se interessar – vem divulgar o mais novo 
livro digital “Súmulas Criminais STF e STJ Comentadas e Organizadas por Assunto”, 
sob a autoria de coordenação do Defensor Público Federal Pedro Coelho e da 
Advogada Carla Carolina Vasconcelos. 
É um material gestado e evoluído com muito carinho e dedicação de nossa equipe, 
concretizando-se em um excelente material para (i) aprender jurisprudência criminal, (ii) 
revisar para provas objetivas, subjetivas ou oral, (iii) garantir um sem número de acertos nas 
 
 
 
4 
 
disciplinas de direito penal, processo penal e execução penal, (iv) além de ser um excepcional 
material para consulta e auxílio no dia a dia prático de profissionais que atuam na área. 
É gratuito porque, dentre as missões da EBEJI, está o compartilhamento do conhecimento 
e a democratização dele! Como “troca” ou “compensação”, a única coisa que esperamos é 
que esse livro seja bem aproveitado e de muito valor para a preparação de vocês. Além disso, 
desejamos com toda a sinceridade que se vocês conhecerem alguém que pode também 
desfrutar do livro digital, por qualquer motivo que seja, compartilhe e/ou marque seu amigo! 
Afinal, conhecimento compartilhado nada mais é do que SABEDORIA! 
Bons Estudos. Vamos em frente! 
EBEJI. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
DIREITO PENAL ............................................................................................................................. 7 
Lei Nova Favorável .................................................................................................................... 7 
Crime Impossível ....................................................................................................................... 7 
Crime Continuado ...................................................................................................................... 8 
Ação Penal ............................................................................................................................... 10 
Dosimetria da Pena .................................................................................................................. 10 
Fixação de Regime Prisional ..................................................................................................... 14 
Medida de Segurança ................................................................................................................ 18 
Pena de Multa........................................................................................................................... 21 
Sursis ........................................................................................................................................ 22 
Perdão Judicial.......................................................................................................................... 23 
Prescrição ................................................................................................................................. 24 
Contravenções Penais ............................................................................................................... 28 
Furto ........................................................................................................................................ 29 
Roubo ...................................................................................................................................... 33 
Extorsão ................................................................................................................................... 38 
Estelionato ............................................................................................................................... 39 
Violação de Direito Autoral ...................................................................................................... 42 
Estupro .................................................................................................................................... 45 
Crimes Contra a Administração Pública .................................................................................... 48 
Uso de Documento Falso ......................................................................................................... 50 
Falsa Identidade ....................................................................................................................... 50 
Contrabando e Descaminho ..................................................................................................... 51 
Crimes de Responsabilidade de Prefeitos .................................................................................. 52 
Corrupção de Menores ............................................................................................................. 53 
Crimes contra a Ordem Tributária ............................................................................................ 54 
Crime de Trânsito ..................................................................................................................... 56 
Estatuto do Desarmamento ...................................................................................................... 57 
Lei Maria da Penha ................................................................................................................... 58 
Lei de Drogas ........................................................................................................................... 64 
Crimes contra a Segurança Nacional .........................................................................................68 
DIREITO PROCESSUAL PENAL ..................................................................................................... 68 
Inquérito Policial ...................................................................................................................... 68 
 
 
 
6 
 
Uso de Algemas........................................................................................................................ 76 
Competência da Justiça Estadual .............................................................................................. 78 
Competência da Justiça Comum Federal................................................................................... 83 
Competência da Justiça Militar ................................................................................................. 89 
Foro por Prerrogativa de Função .............................................................................................. 93 
Conflito de Competência .......................................................................................................... 97 
Ação Penal ............................................................................................................................... 98 
Assistente de Acusação ........................................................................................................... 102 
Mutatio Libelli ........................................................................................................................ 104 
Processo e Julgamento dos Crimes de Responsabilidade dos Funcionários Públicos ............... 104 
Citação por Edital e Suspensão do Processo ........................................................................... 105 
Suspensão Condicional do Processo ....................................................................................... 110 
Transação Penal ..................................................................................................................... 113 
Carta Precatória ...................................................................................................................... 115 
Meios de Prova ....................................................................................................................... 117 
Prisão ..................................................................................................................................... 118 
Liberdade Provisória .............................................................................................................. 121 
Tribunal do Júri ...................................................................................................................... 123 
Prazos .................................................................................................................................... 126 
Nulidades ............................................................................................................................... 127 
Recursos ................................................................................................................................. 131 
Habeas Corpus ....................................................................................................................... 138 
Mandado de Segurança ........................................................................................................... 142 
Revisão Criminal .................................................................................................................... 143 
Embargos Infringentes ........................................................................................................... 144 
Execução Penal ...................................................................................................................... 144 
 
 
 
 
 
7 
 
DIREITO PENAL 
Lei Nova Favorável 
 Súmula 611 - STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo 
das Execuções à aplicação de lei mais benigna. 
O teor da Súmula é suficiente para a sua compreensão. A partir do trânsito em julgado da 
condenação (sentença definitiva), inaugura-se uma nova fase no processo penal, a da 
execução. Nela, deverá ser observada a Lei de Execuções Penais (Lei 7.210/84), inclusive 
para a aplicação de novatio legis in mellius. É nesse sentido, aliás, a redação do artigo 66, I da 
LEP (posterior à edição da Súmula), indicando que “compete ao Juiz da execução aplicar aos casos 
julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado”. Destarte, deparando-se o juízo das 
execuções com uma modificação legislativa que venha a favorecer aritmeticamente pena já 
transitada em julgado e se encontrando na fase de execução, deverá promover a adequação 
imediata, não sendo necessário encaminhar para outro juízo. 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
MPE-RS (Promotor de Justiça 2017): Transitada em julgado a sentença condenatória, compete 
ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna. (Certo) 
CESPE (PC-GO 2016): “A novatio legis in mellius só poderá ser aplicada ao réu condenado antes 
do trânsito em julgado da sentença, pois somente o juiz ou tribunal processante poderá 
reconhecê-la e aplicá-la”. (Errado) 
CESPE (DPE-AL 2009): Considere a seguinte situação hipotética. Antônio foi condenado pela 
prática do delito X pelo juízo da 5.ª vara criminal de Maceió, sendo certo que a condenação foi 
mantida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas. Transitado em julgado o decisum e 
iniciado o cumprimento da pena privativa de liberdade, foi publicada pelo Congresso Nacional 
lei ordinária reduzindo pela metade a pena cominada ao delito X. Nessa situação, compete ao 
juízo da 5.ª vara criminal da capital alagoana a aplicação da lei penal mais benigna. (Errado) 
CESPE (AGU 2009): Ocorrendo a hipótese de novatio legis in mellius em relação a determinado 
crime praticado por uma pessoa definitivamente condenada pelo fato, caberá ao juízo da 
execução, e não ao juízo da condenação, a aplicação da lei mais benigna. (Certo) 
Crime Impossível 
 Súmula 145 - STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia 
torna impossível a sua consumação. 
 
 
 
8 
 
Estamos diante do doutrinariamente conhecido flagrante preparado, provocado, crime 
de ensaio ou ainda “delito putativo por obra do agente provocador”. Em apertada 
síntese, há fundamentalmente dois requisitos para sua verificação, quais sejam (i) a 
preparação e (ii) a não consumação da infração. Isso é importante, pois prevalece a ideia de 
que se nos depararmos com um caso em que, não obstante reste presente a preparação, mas 
o agente logre êxito na consumação, haverá crime (possível) e a prisão será considerada legal. 
Verificando-se, pois, em caso concreto que há a indução à prática delitiva e a adoção de 
precauções suficientes para impedir o resultado delituoso, estará caracterizada a ausência de 
eficácia absoluta dos meios empregados (crime impossível). 
Nesse ponto, vale atentar para a Súmula 567 do STJ, que indica que o “sistema de vigilância 
realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, 
por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto”. 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
MPDFT (Promotor de Justiça 2015): A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal considera 
ilegais e não admite as hipóteses de flagrante provocado e flagrante forjado. (Certo) 
Crime Continuado 
 Súmula 605 - STF: Não se admite continuidade delitiva nos crimes contra a vida. 
 
Superada. A súmula é anterior a Lei nº 7.209/84, que reformou a Parte Geral do Código Penal. 
A partir de então, de forma expressa através do parágrafo único do art. 71 do CP, passou-se 
a admitir continuidade delitiva em crimes dolosos:Art. 71. (...) 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave 
ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos 
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único 
do art. 70 e do art. 75 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Para essa continuidade delitiva do parágrafo único do artigo 71 do CPB (chamada por alguns 
de crime continuado específico), relacionado a crimes contra bens jurídicos 
personalíssimos, deve haver o preenchimento de 3 requisitos: (i) vítimas diversas, (ii) presença 
de violência ou grave ameaça e (iii) ter natureza dolosa a conduta. 
 
 
 
9 
 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
CESPE (TJ-DFT 2016): De acordo com as súmulas em vigência do STF, assinale a opção 
correta. Admite-se continuidade delitiva nos crimes contra a vida. (Errado *) 
* Tratava-se de questão de múltipla escolha, e o gabarito dado fazia referência a outra assertiva. 
Embora discutível, cobrou a literalidade dos entendimentos sumulados. Além disso, em que pese 
superado, não foi cancelado formalmente. Por isso, atenção! 
 Súmula 711 - STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência. 
Atenção! Apesar de a redação da súmula deixar a entender que se aplica sempre a lei mais 
grave aos crimes continuados ou permanentes, o entendimento correto é o de que sempre 
se aplicará a lei nova, quer seja mais ou menos gravosa. 
Imagine, pois, que o Tício está cometendo um crime permanente com pena em abstrato de 
3 a 10 anos. Contudo, durante a permanência do crime em tela, há uma modificação da lei 
penal e aquele crime passa a ter uma pena de 1 a 5 anos. 
Se aplicássemos a literalidade da Súmula, poder-se-ia ter a equivocada impressão de que seria 
aplicável a pena mais grave! Errado! A interpretação que se deve dar, como dito, é que se 
deve avaliar qual a lei vigente na cessação da permanência. Será ela que deverá ser aplicada, 
seja mais ou menos grave. Elucidativo, nesse ponto, o entendimento do STJ, apontando que 
“dessa forma, deve ser a elas aplicada a lei em vigência no momento em que 
interrompida a permanência, ainda que mais grave, conforme compreensão consolidada na 
Súmula 711 do Supremo Tribunal Federal1. 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
CESPE (TJ-PR 2017): A irretroatividade da lei penal mais gravosa é sempre aplicável, 
inclusive nos crimes permanentes e nas hipóteses de continuidade delitiva. (Errado) 
TRF 2ª Região (Juiz Federal 2017): Se vigorava lei mais benéfica, depois substituída por lei 
mais grave, hoje vigente, é a lei mais grave que será aplicada ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se a sua vigência foi iniciada antes da cessação da continuidade. (Errado) 
CESPE (PC-GO 2016): Ainda que se trate de crime permanente, a novatio legis in pejus não poderá 
ser aplicada se efetivamente agravar a situação do réu. (Errado); A lei penal mais grave deverá ser 
 
1 HC 298.927/SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, julgado em 10/11/2015, DJe 
26/11/2015. 
 
 
 
10 
 
aplicada, pois a atividade delitiva prolongou-se até a entrada em vigor da nova legislação, antes 
da cessação da permanência do crime. (Certo) 
FCC (DPE-ES 2016): a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se a sua vigência é posterior à cessação da continuidade ou da permanência. (Errado) 
Ação Penal 
 Súmula 601 - STF: Os arts. 3º, II, e 55 da Lei Complementar nº 40/1981 (Lei 
Orgânica do Ministério Público) não revogaram a legislação anterior que atribui a 
iniciativa para a ação penal pública, no processo sumário, ao juiz ou à autoridade 
policial, mediante portaria ou auto de prisão em flagrante. 
Superada. Não recepcionada pela Ordem Constitucional vigente. 
 Súmula 607 - STF: Na ação penal regida pela Lei nº 4.611/1965, a denúncia, como 
substitutivo da portaria, não interrompe a prescrição. 
Superada. Não recepcionada pela Ordem Constitucional vigente. 
“A Lei 4.611/65 dispõe, em seu artigo 1º, que ‘[o] processo dos crimes previstos nos artigos 121, § 3º, 
e 129, § 6º, do Código Penal, terá o rito sumário estabelecido nos arts. 531 a 538 do Código de 
Processo Penal’. É dizer, a Lei estendeu aos crimes de homicídio e lesão corporal culposos o rito 
reduzido das contravenções penais, prevendo tenha início o processo com o auto de prisão em 
flagrante ou mediante portaria expedida pela autoridade policial ou pelo juiz, de ofício ou a 
requerimento do Ministério Público. Esses preceitos tornaram-se sabidamente incompatíveis 
com o disposto no artigo 129, I, da Constituição de 1988, que conferiu ao Ministério Público 
o monopólio da ação penal pública.” (STF. HC 91581, Relator Ministro Eros Grau, Segunda 
Turma, julgamento em 14.8.2007, DJe de 22.2.2008). 
Dosimetria da Pena 
 Súmula 171 - STJ: Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativa de 
liberdade e pecuniária, é defeso2 a substituição da prisão por multa. 
Apesar da redação pouco esclarecedora, o tema é relativamente simples se bem 
compreendido. Estamos aqui diante da chamada, doutrinariamente, multa vicariante, 
aquela substituta da pena privativa de liberdade superior a um ano, quando atendidos os 
requisitos normativos. 
 
2 Significa proibido. Diversos candidatos têm dificuldade de assimilar o significado de defeso, por isso, atenção! 
 
 
 
11 
 
Compreendido isso, vamos para o objetivo do verbete. Segundo o STJ, se – em lei especial 
– houver previsão de cominação em abstrato de uma pena privativa de liberdade e (+) pena 
pecuniária (ex.: multa), a PPL não pode ser substituída por outra multa. Nesses casos, poderá 
ser a PPL substituída, mas por outras penas restritivas de direitos, mas não pela multa 
vicariante. 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
MPE-RR (Promotor de Justiça 2016): Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas 
privativas de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa. (Certo) 
 Súmula 231 - STJ3: A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à 
redução da pena abaixo do mínimo legal. 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
CESPE (MPE-RR 2017): É possível a aplicação de pena inferior à mínima na segunda fase da 
dosimetria da pena. (Errado) 
VUNESP (TJ-SP 2017): a incidência de circunstância atenuante não pode conduzir à redução 
da pena abaixo do mínimo legal, a não ser que utilizada a confissão para a formação do 
convencimento do julgador, hipótese em que o réu fará jus à diminuição, ainda que aquém do 
piso. (Errado) 
FAURGS (TJ-RS 2016): Segundo a orientação jurisprudencial dominante no Superior Tribunal 
de Justiça, quando da aplicação do método trifásico da pena, o juiz poderá aplicá-la abaixo do 
mínimo legal apenas no momento de fixação da pena definitiva, não sendo possível diminuí-la 
em momento anterior, ainda que reconhecida alguma circunstância atenuante. (Certo) 
CESPE (TJ-PB 2015): Segundo a doutrina dominante e o CP, o juiz, ao aplicar a pena, deve 
aplicar pena inferior ao mínimo legal se houver circunstância atenuante. (Errado) 
 Súmula 241 - STJ: A reincidência penal não pode ser considerada como 
circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial. 
Vale depositar aqui uma atenção especial. A reincidência é uma agravante genérica de caráter 
subjetivo, delineada no artigo 61, I do CPB4, devendo sua incidênciaser apreciada na 2ª fase 
do sistema trifásico da dosimetria da pena (art. 68 CPB). De acordo com o verbete, não será 
 
3 No mesmo sentido encontra-se a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Sobre o tema, vale conferir 
o RE 597270 QO-RG, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, julgado em 26/03/2009, na sistemática de 
repercussão geral. 
4 Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
 
12 
 
possível considera-la agravante e – concomitantemente – valorá-la negativamente como 
circunstância judicial (art. 59), sob pena de bis in idem. 
É preciso redobrar os cuidados com um detalhe! Não haverá essa vedação se estivermos 
diante de acusado detentor de mais de uma sentença condenatória irrecorrível. Nesses casos, 
de acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, será possível ao julgador valer-se 
de uma das condenações como reincidência e outra utilizada como circunstância judicial 
(maus antecedentes), não havendo violação ao bis in idem. 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
FAURGS (TJ-RS 2016): Consoante o entendimento consolidado do Superior Tribunal de 
Justiça, a reincidência penal pode ser considerada como circunstância agravante e, 
simultaneamente, como circunstância judicial. (Errado) 
 Súmula 444 - STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em 
curso para agravar a pena-base. 
Cuidado! Apesar de a súmula apontar a impossibilidade da utilização da persecução penal 
sem decisão definitiva como instrumento para agravamento da pena base, o mesmo STJ 
decidiu que, “o conceito de maus antecedentes, por ser mais amplo, abrange não apenas as condenações 
definitivas por fatos anteriores cujo trânsito em julgado ocorreu antes da prática do delito em apuração, mas 
também aquelas transitadas em julgado no curso da respectiva ação penal, além das condenações transitadas 
em julgado há mais de cinco anos, as quais também não induzem reincidência, mas servem como maus 
antecedentes” 5, bem como, através de sua 3ª Seção (2017), quanto ao tráfico privilegiado, ser 
“possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para formação da convicção de que o 
Réu se dedica à atividades criminosas, de modo a afastar o benefício legal previsto no artigo 33, §4º, da Lei 
11.343/06”6. 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
VUNESP (TJ-SP 2017): é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso 
para agravar a pena-base, configurando-se, porém, a má antecedência se o acusado ostentar 
condenação por crime anterior, transitada em julgado após o novo fato. (Certo) 
 
5 HC 185.894/MG, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 17/12/2015, DJe 
05/02/2016. 
6 EREsp 1431091/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 14/12/2016, DJe 
01/02/2017. 
 
 
 
13 
 
CESPE (TJ-AM 2016): Considerando que o réu já tinha sido preso em flagrante por roubo e, 
mesmo sem o trânsito em julgado da respectiva sentença, ele ainda responde a dois inquéritos 
policiais por furtos, justifica-se a exacerbação da pena-base. (Errado) 
FAURGS (TJ-RS 2016): Segundo a orientação jurisprudencial dominante no Superior Tribunal 
de Justiça, processos criminais em andamento não poderão ser valorados como prova de 
antecedentes criminais, salvo na hipótese de já terem sido objeto de sentença condenatória sobre 
a qual se aguarda o julgamento de recursos defensivos. (Errado) 
CESPE (TJ-DFT 2016): Embora seja vedada a utilização de inquéritos policiais em andamento 
para aumentar a pena-base, é possível a utilização de ações penais em curso para requerer o 
aumento da referida pena. (Errado) 
FUNCAB (PC-PA 2016): O STF entende, com repercussão geral, que inquéritos arquivados ou 
ações penais em curso não podem ser considerados como maus antecedentes, mas podem ser 
considerados para elevar a pena com fundamento na conduta reprovável. (Errado)7 
 Súmula 545 - STJ: Quando a confissão for utilizada para a formação do 
convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III, d8, do 
Código Penal. 
Sobre o tema e a confissão parcial, Informativo 569 STJ: 
DIREITO PENAL. INCIDÊNCIA DA ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA. O 
fato de o denunciado por furto qualificado pelo rompimento de obstáculo ter confessado a 
subtração do bem, apesar de ter negado o arrombamento, é circunstância suficiente para a 
incidência da atenuante da confissão espontânea (art. 65, III, "d", do CP). Isso porque, 
consoante entendimento sufragado no âmbito do STJ, mesmo que o agente tenha confessado 
parcialmente os fatos narrados na exordial acusatória, deve ser beneficiado com a atenuante genérica 
da confissão espontânea (HC 322.077-SP, Quinta Turma, DJe 3/8/2015; e HC 229.478-RJ, Sexta 
Turma, DJe 2/6/2015). HC 328.021-SC, Rel. Min. Leopoldo de Arruda Raposo 
(Desembargador convocado do TJ-PE), julgado em 3/9/2015, DJe 15/9/2015. 
Nesse raciocínio, devemos atentar para a situação da chamada confissão qualificada. Ela 
nada mais é do que a situação em que o agente reconhece espontaneamente (sem ser 
constrangido) a prática de um fato típico perante autoridade, porém, concomitantemente, 
alega motivo etiquetado como (i) excludente da ilicitude – estado de necessidade, legítima defesa, 
 
7 “A existência de inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado não pode ser 
considerada como maus antecedentes para fins de dosimetria da pena.” (RE 591054, Relator(a): Min. 
MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 17/12/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO 
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-037 DIVULG 25-02-2015 PUBLIC 26-02-2015) 
8 Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
III - ter o agente: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; 
 
 
 
14 
 
estrito cumprimento de dever legal ou exercício regular de direito - ou de (ii) culpabilidade em sua defesa 
– são as chamadas dirimentes: inimputabilidade, erro de proibição inevitável, coação moral irresistível e 
obediência hierárquica à ordem não manifestamente ilegal. 
Ora, de acordo com a Súmula 545 do STJ, caso a confissão (mesmo qualificada) seja utilizada 
no convencimento do julgador, ela será idônea a gerar a redução! Afirma-se, pois, que o 
STJ admite a confissão qualificada. 
Isso é bastante relevante, pois há julgados do Supremo Tribunal Federal (antes da Súmula do 
STJ) asseverando posição em sentido contrário, ou seja, que “a confissão qualificada não é 
suficiente para justificar a atenuante prevista no art. 65, III, “d”, do Código Penal (Precedentes: HC 
74.148/GO, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ de 17/12/1996 e HC 103.172/MT, Rel. 
Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 24/09/2013)”9. 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
CESPE (DPE-RN 2015): A respeito de arrependimento posterior, crime impossível, 
circunstâncias judiciais, agravantes e atenuantes, assinale a opção correta à luz da legislação e da 
jurisprudência do STJ. Na hipótese de o autor confessar a autoria do crime, mas alegar causa 
excludente de ilicitude ou culpabilidade, não se admite a incidência da atenuante da confissão 
espontânea, descrita no art. 65, III, d, CP. (Errado) 
Fixação de Regime Prisional 
 Súmula 269 - STJ: É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos 
reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as 
circunstânciasjudiciais. 
A importância desse entendimento é gigante, pois a partir de uma leitura rápida do artigo 33, 
parágrafo 2º do CPB10, pode-se ter a impressão de que a vontade do legislador é determinar 
que o regime inicial de cumprimento da pena de todo reincidente seja o fechado. 
 
9 HC 119671, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 05/11/2013. 
10 Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, 
em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
§2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do 
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais 
rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde 
o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; 
 
 
 
15 
 
Todavia, de acordo com a Súmula ora analisada, temos que: (i) se se tratar de reincidente 
com pena de reclusão superior a 4 anos, o regime inicial será o fechado; de outra sorte, (ii) 
caso se trate de pena de reclusão igual ou inferior a 4 anos, tratando-se de reincidente, o 
regime inicial poderá ser o fechado ou semiaberto, a depender das circunstâncias do artigo 
59 do CPB11. 
Assim, teremos: 
Fixação de 
Regime Inicial 
Pena de reclusão 
superior a 8 anos 
Pena de reclusão 
superior a 4 anos e 
inferior a 8 anos 
Pena de reclusão 
inferior ou igual a 4 
anos 
Não 
reincidente 
Regime inicial 
fechado 
Regime inicial 
semiaberto 
Regime inicial aberto 
Reincidente Regime inicial 
fechado 
Regime inicial 
fechado 
Regime inicial 
fechado, se as 
circunstâncias forem 
desfavoráveis, ou 
semiaberto, se as 
circunstâncias forem 
favoráveis (Súmula 
269 STJ) 
 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
CESPE (DPE-AC 2017): São efeitos da reincidência: III. o impedimento do início de 
cumprimento da pena em regime aberto ou semiaberto para crimes de qualquer natureza. (Errado) 
FUNDEP (MPE-MG 2017): Quanto à fixação da pena, é CORRETO afirmar: Que, se for 
reincidente o condenado a quem se imponha reclusão de até 4 (quatro) anos, o juiz fixará na 
sentença o regime fechado para início do cumprimento da pena. (Errado) 
MPE-RR (Promotor de Justiça 2016): É admissível a adoção do regime prisional semiaberto 
aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias 
judiciais. (Certo) 
FCC (DPE-ES 2016): A reincidência: não obsta a adoção do regime prisional semiaberto, desde 
que favoráveis as circunstâncias judiciais e a pena, necessariamente, seja inferior a quatro anos. 
(Errado) 
 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-
la em regime aberto. 
11 No sentido de que é inviável o regime inicial aberto para o réu reincidente condenado a pena inferior a 4 
anos, conferir o STJ, HC 285.428/RS, 5ª Turma (2015). 
 
 
 
16 
 
FCC (DPE-BA 2016): segundo a jurisprudência dominante do STJ, a reincidência impede o 
cumprimento de pena em regime semiaberto, independentemente da quantidade de pena e das 
circunstâncias judiciais. (Errado) 
CESPE (DPE-RN 2015): O agente condenado a pena privativa de liberdade inferior a quatro 
anos de reclusão, reincidente e com circunstância judicial desfavorável somente pode iniciar o 
cumprimento da sanção corporal em regime semiaberto. (Errado) 
FCC (TJ-PI 2015): O condenado à pena inferior a quatro anos de reclusão deverá começar a 
cumpri-la em regime aberto, não podendo o Magistrado optar por outro regime, ainda que 
elevadas as penas básicas por conta de circunstâncias judiciais desfavoráveis (Errado); poderá 
cumpri-la, inicialmente, em regime semiaberto, ainda que reincidente, se favoráveis as 
circunstâncias judiciais. (Certo) 
CESPE (DPU 2015): Se as circunstâncias judiciais forem favoráveis, o reincidente condenado à 
pena de quatro anos poderá ser submetido ao regime prisional semiaberto. (Certo) 
 Súmula 440 - STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento 
de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com 
base apenas na gravidade do delito. 
Em conformidade com o entendimento sumulado do STJ, decisão da Segunda Turma do 
STF veiculada no Informativo 844: 
Roubo: pena-base no mínimo legal e regime inicial fechado – 2 
A Segunda Turma, em conclusão e por maioria, deu provimento a recurso ordinário em “habeas 
corpus” em que o recorrente pleiteava a fixação do regime semiaberto para o início do cumprimento 
da pena. No caso, ele foi condenado pela prática de roubo duplamente circunstanciado, em razão do 
concurso de agentes e do uso de arma de fogo. Na sentença, o juízo fixou a pena-base no mínimo 
legal, mas estabeleceu o regime inicial fechado — v. Informativo 841. O Colegiado entendeu, de 
acordo com precedentes da Turma, que o juízo, ao analisar os requisitos do art. 59 do Código 
Penal, havia considerado todas as circunstâncias favoráveis. Concluiu que, fixada a pena no 
mínimo legal, não cabe determinar regime inicial fechado. Lembrou, também, orientação do 
Enunciado 440 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça nesse mesmo sentido (“Fixada a pena-
base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível 
em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito”). Vencido o ministro 
Ricardo Lewandowski (relator), que desprovia o recurso. RHC 135298/SP, rel. orig. Min. Ricardo 
Lewandowski, red. p/ o ac. Min. Teori Zavascki, 18.10.2016. (RHC-135298) 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
 
 
 
17 
 
VUNESP (TJ-SP 2017): é admissível a adoção do regime prisional fechado aos reincidentes 
condenados a pena igual ou inferior a 4 (quatro) anos de reclusão, se desfavoráveis as 
circunstâncias judiciais, bem como vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso 
do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito, 
se fixada a pena-base no mínimo legal. (Certo) 
TRF 2ª Região (Juiz Federal 2017): Fixada a pena em seu mínimo legal, é possível estipular 
regime prisional mais gravoso do que o previsto em razão da sanção imposta, desde que presente 
a gravidade abstrata do delito e a perturbação causada à ordem pública. (Errado) 
CESPE (TJ-DFT 2016): Ainda que a pena-base tenha sido fixada no mínimo legal, é admissível 
a fixação de regime prisional mais gravoso que o cabível, em razão da sanção imposta, com 
fundamento na gravidade concreta ou abstrata do delito. (Errado) 
MPE-RR (Promotor de Justiça 2016): Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o 
estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, 
com base apenas na gravidade abstrata do delito. (Certo) 
CESPE (DPU 2015): A gravidade abstrata do delito justifica o estabelecimento de regime 
prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, independentemente de a 
pena-base ter sido fixada no mínimo legal. (Errado) 
 Súmula 718 - STF: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime 
não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o 
permitido segundo a pena aplicada. 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
MPE-RR (Promotor de Justiça 2016): A opinião do julgador sobre a gravidade emabstrato do 
crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido 
segundo a pena aplicada. (Certo) 
FAURGS (TJ-RS 2016): A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal consolidou 
entendimento segundo o qual a hediondez ou a gravidade abstrata do delito não obriga, por si só, 
o regime prisional mais gravoso, pois o juízo, em atenção aos princípios constitucionais da 
individualização da pena e da obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, deve 
motivar o regime imposto, observando a singularidade do caso concreto. (Certo) 
VUNESP (TJ-SP 2015): A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime constitui 
motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena 
aplicada. (Errado) 
 Súmula 719 - STF: A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a 
pena aplicada permitir exige motivação idônea. 
 
 
 
18 
 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
CESPE (TJ-PB 2015): Segundo a doutrina dominante e o CP, o juiz, ao aplicar a pena, deve 
valer-se de sua discricionariedade no que diz respeito à fixação do regime prisional em que o 
condenado começará a cumprir a sanção. (Errado) 
Medida de Segurança 
 Súmula 422 - STF: A absolvição criminal não prejudica a medida de segurança, 
quando couber, ainda que importe privação da liberdade. 
Esse entendimento deve ser compreendido com temperamento, mormente para verificação 
de sua validade. Em verdade, ela está correta e válida quando se entende/interpreta essa 
“absolvição criminal” como absolvição imprópria. Para que haja essa absolvição imprópria, 
prevista no art. 386, VI do Código de Processo Penal12, com fixação de medida de segurança, 
é imprescindível que estejamos diante de situação em que o agente imputável, em hipótese 
similar, seria condenado à pena. Deve-se tratar de fato típico, punível, mas em razão da 
periculosidade e inexistência de imputabilidade integral (inimputável ou semi-imputável), 
opta-se pela fixação de medida de segurança. Dito de outra maneira, para que haja a absolvição 
imprópria e a incidência de medida de segurança, deve restar evidenciada a prática de fato típico, punível, 
ilícito e ausentes as excludentes de culpabilidade diversas da inimputabilidade. Em casos tais, 
comprovada a periculosidade do agente, haverá a chamada absolvição imprópria, com a 
incidência da medida de segurança. 
 Súmula 520 - STF: Não exige a lei que, para requerer o exame a que se refere o art. 
77713 do Código de Processo Penal, tenha o sentenciado cumprido mais de metade 
do prazo da medida de segurança imposta. 
No mesmo sentido, a Lei de Execução Penal dispõe: 
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mínimo de duração da medida de 
segurança, poderá o Juiz da execução, diante de requerimento fundamentado do Ministério Público 
ou do interessado, seu procurador ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a cessação 
da periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo anterior. 
 
12 Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: 
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do 
art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação dada pela 
Lei nº 11.690, de 2008) 
13 Art. 777. Em qualquer tempo, ainda durante o prazo mínimo de duração da medida de segurança, poderá o 
tribunal, câmara ou turma, a requerimento do Ministério Público ou do interessado, seu defensor ou curador, 
ordenar o exame, para a verificação da cessação da periculosidade. 
 
 
 
19 
 
 Súmula 525 - STF: A medida de segurança não será aplicada em segunda instância, 
quando só o réu tenha recorrido. 
Cuidado! Durante muito tempo, o legislador brasileiro agasalhou o chamado Sistema do 
Duplo Binário (duplo trilho ou dupla via), pelo qual o semi-imputável cumpriria inicialmente 
a pena privativa de liberdade e, ao seu final, se mantida a presença da periculosidade, seria 
submetido a uma medida de segurança! 
Contudo, com a Reforma da Parte Geral do Código Penal Brasileiro efetivada em 1984, 
mormente com a nova redação do artigo 98 do CPB14, podemos afirmar que o legislador 
pátrio passou a adotar expressamente o Sistema Vicariante ou Unitário, superando o 
sistema do duplo binário. Assim, ao semi-imputável será aplicada a pena reduzida de 1/3 a 
2/3 OU a medida de segurança, conforme seja mais adequado ao caso. Não mais é 
admitida a pena privativa de liberdade E medida de segurança, ainda que em 
sequência, pelo mesmo fato típico15. 
Por essa razão, a doutrina majoritária sustentava a superação da Súmula 525. Entretanto, 
em 2012, houve aplicação da referida súmula pelo STF: 
EMENTA: AÇÃO PENAL. Condenação. Sentença condenatória. Pena restritiva de liberdade. 
Substituição por medida de segurança. Determinação de exame de sanidade mental, determinada de 
ofício em recurso exclusivo do réu, que a não requereu. Inadmissibilidade. Coisa julgada sobre 
aplicação da pena. Decisão, ademais, viciada por disposição ultra petita e reformatio in peius. HC 
concedido. Aplicação da súmula 525 do Supremo. Votos vencidos. Não é lícito aplicar medida 
de segurança em grau de recurso, quando só o réu tenha recorrido sem requerê-la. (HC 111769, 
Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Relator(a) p/ Acórdão: Min. CEZAR PELUSO, Segunda 
Turma, julgado em 26/06/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-037 DIVULG 25-02-2013 
PUBLIC 26-02-2013). 
Há julgados do Superior Tribunal de Justiça advogando a superação da Súmula 525 
do STF, afirmando peremptoriamente que “não constitui reformatio in pejus o fato de o Tribunal 
substituir a pena privativa de liberdade por medida de segurança, com base em laudo psiquiátrico que 
considerou o acusado inimputável, vez que a medida de segurança é mais benéfica do que a pena, vez que 
objetiva a proteção da saúde do acusado. Não se aplica a Súmula 525/STF ao caso, vez que a referida 
 
14 Art. 98 – Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial 
tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento 
ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos 
§§ 1º a 4º. 
15 Para mais informações, ver artigo do professor Pedro Coelho publicado em: https://blog.ebeji.com.br/o-
cp-brasileiro-adota-o-sistema-vicariante-ou-duplo-binario/. 
 
 
 
20 
 
súmula foi editada quando vigia o sistema duplo binário, isto é, quando havia possibilidade de aplicação 
simultânea de pena privativa de liberdade e de medida de segurança. A reforma penal de 1984, autoriza a 
substituição da pena privativa de liberdade por medida de segurança ao condenado semi-imputável que 
necessitar de especial tratamento curativo, aplicando-se o mesmo regramento da medida de segurança para 
inimputáveis (art. 97 e 98)”16. Redobre os cuidados com a aparente divergência entre STF e STJ 
quanto ao presente verbete. 
 Súmula 527 - STJ: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar 
o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado. 
Cuidado! Os Tribunais divergem nesse assunto. Enquanto o STJ entende que o prazo 
máximo de duração da medida de segurança é o máximo da pena abstratamente cominada 
ao delito, o STF possui entendimento diverso, no sentido de que a duração máxima da 
medida de segurança é a previsto no art. 75 do CPB17, trinta anos: 
EMENTA: PENAL. HABEAS CORPUS. RÉU INIMPUTÁVEL. MEDIDA DE SEGURANÇA. 
PRESCRIÇÃO. INOCORRÊNCIA. PERICULOSIDADEDO PACIENTE SUBSISTENTE. 
TRANSFERÊNCIA PARA HOSPITAL PSIQUIÁTRICO, NOS TERMOS DA LEI 10.261/2001. 
WRIT CONCEDIDO EM PARTE. I – Esta Corte já firmou entendimento no sentido de que o 
prazo máximo de duração da medida de segurança é o previsto no art. 75 do CP, ou seja, 
trinta anos. Na espécie, entretanto, tal prazo não foi alcançado. II - Não há falar em extinção da 
punibilidade pela prescrição da medida de segurança uma vez que a internação do paciente 
interrompeu o curso do prazo prescricional (art. 117, V, do Código Penal). III – Laudo psicológico 
que reconheceu a permanência da periculosidade do paciente, embora atenuada, o que torna cabível, 
no caso, a imposição de medida terapêutica em hospital psiquiátrico próprio. IV – (...). (HC 107432, 
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 24/05/2011, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-110 DIVULG 08-06-2011 PUBLIC 09-06-2011 RMDPPP v. 7, n. 
42, 2011, p. 108-115 RSJADV set., 2011, p. 46-50). 
Duração máxima da Medida de Segurança 
O CPB prevê o seguinte: 
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o 
fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento 
ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
16 HC 187.051/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 06/10/2011, DJe 
14/10/2011. 
17 Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) 
anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
 
21 
 
§1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando 
enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo 
mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
O CPB previu prazo mínimo, mas não prazo máximo, uma vez que o §1º alude a tempo 
indeterminado. Acontece que cumprimento ilimitado de pena é incompatível com a ordem 
constitucional vigente. Por isso, ficou a cargo dos Tribunais Superiores a fixação de um prazo 
máximo de cumprimento da medida de segurança. No entanto, há divergência. 
STF 30 anos (art. 75 do CPB) 
STJ Máximo da pena abstratamente cominada 
ao delito (Súmula 527 STJ). Ex.: para o furto 
simples (art. 155, caput), o máximo da pena 
abstratamente cominada é de 4 anos. 
 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
FUNDEP (MPE-MG 2017): Embora o Código Penal preveja a imposição, ao inimputável por 
doença mental, de medida de segurança por tempo indeterminado, não se admite que sua duração 
seja superior ao máximo de pena abstratamente cominada ao crime. (Certo) 
CESPE (PC-PE 2016): O tempo máximo de duração da medida de segurança pode ultrapassar 
o limite de trinta anos, uma vez que não constitui pena perpétua. (Errado) 
FAURGS (TJ-RS 2016): Segundo a orientação jurisprudencial dominante no Superior Tribunal 
de Justiça, o tempo de duração da medida de segurança não poderá ser superior ao tempo máximo 
de pena abstratamente cominado ao crime praticado pelo agente. (Certo) 
MPDFT (Promotor de Justiça 2015): A lei não fixa o prazo máximo de duração de medida de 
segurança, mas, segundo posição consolidada no Superior Tribunal de Justiça, não deve 
ultrapassar o prazo máximo de 30 anos. (Errado) 
VUNESP (TJ-SP 2015): Segundo a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, 
assinale a alternativa correta. O tempo de duração da medida de segurança pode ultrapassar o 
máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado. (Errado) 
Pena de Multa 
 Súmula 521 - STJ: A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de 
pagamento imposta em sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da 
Fazenda Pública. 
Após a Lei nº 9.268/96, que alterou o art. 51 do Código Penal, ao contrário do que é 
mencionado em diversas assertivas de provas (conforme será visto abaixo), não há 
que se falar em legitimidade do Ministério Público para executar pena de multa: 
 
 
 
22 
 
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, 
aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive 
no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 9.268, 
de 1º.4.1996) 
A execução também não deverá ser manejada pela Procuradoria da Fazenda respectiva no 
âmbito da Vara de Execuções Penais. Havendo vara especializada para a cobrança de dívidas, 
será sua a competência para a referida cobrança. 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
VUNESP (TJM-SP 2016): A pena de multa, não paga pelo sentenciado, será convertida em 
título executivo de dívida, ficando a cargo do Ministério Público propor a execução no Juízo da 
Execução Criminal do local em que tramitou o processo. (Errado) 
FCC (TJ-SE 2015): Na execução penal, de acordo com entendimento sumulado de Tribunal 
Superior, é concorrente a legitimidade do Ministério Público e da Procuradoria da Fazenda 
Pública para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em sentença 
condenatória. (Errado) 
CESPE (AGU 2015): A pena de multa, que poderia ser fixada em percentual do proveito 
econômico obtido com a prática do crime, ou do prejuízo causado à administração (Errado), terá 
de ser executada pela procuradoria da fazenda, na vara de execuções fiscais. (Certo) 
Sursis 
 Súmula 499 - STF: Não obsta à concessão do sursis condenação anterior à pena de 
multa. 
Art. 77, §1º do Código Penal: 
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, 
por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos 
e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§1º - A condenação anterior a pena de multa NÃO IMPEDE A CONCESSÃO DO 
BENEFÍCIO. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por 
quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde 
justifiquem a suspensão. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
 
 
23 
 
Perdão Judicial 
 Súmula 18 - STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção 
da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório. 
Arts. 107, IX e 120, ambos do Código Penal: 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de 
reincidência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Deve-se compreender que quando o agente é beneficiado pelo perdão judicial, não se está 
realizando um juízo absolutório de mérito (autoria ou materialidade), tampouco havendo 
condenação, vez que ausente fixação da pena. Daí ser imperiosa e pragmática a conclusão do 
STJ no sentido de qualificar essa decisão como “sentença declaratória de extinção da 
punibilidade”. Não há condenação ou absolvição, mas apenas a “declaração da 
situação de punibilidade extinta”. À época de sua edição, a súmula foi bastante pertinente, 
visto que havia intensa controvérsia jurisprudencialsobre o tema. 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
CESPE (TRF-5 2017): Para fins de prescrição, tratando-se de concurso de crimes, a extinção da 
punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente, sendo considerada para efeitos de 
reincidência a sentença que conceder o perdão judicial. (Errado) 
MPE-PR (Promotor de Justiça 2016): A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória 
da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório. (Certo) 
FUNCAB (PC-PA 2016): a concessão de perdão judicial não interfere na possibilidade de 
reconhecimento da reincidência. (Errado) 
FCC (DPE-BA 2016): o perdão judicial exclui os efeitos da condenação, salvo a reincidência. 
(Errado) 
MPE-GO (Promotor de Justiça 2016): A sentença autofágica ou de efeito autofágico18, como 
podemos observar em uma das Súmulas do STJ é: Aquela em que o juiz reconhece o crime e a 
culpabilidade do réu, mas julga extinta a punibilidade concreta. (Certo) 
MPDFT (Promotor de Justiça 2015): O perdão judicial é admitido em crimes de homicídio 
culposo e a sentença que o concede é considerada para fins de reincidência. (Errado) 
 
18 Sobre decisões suicidas, autofágicas e vazias: 
https://www.facebook.com/Profpedrocoelho/photos/a.265357863802859.1073741827.262909287381050/5
06856269653016/?type=3&theater 
 
 
 
24 
 
CESPE (TJ-PB 2015): A sentença concessiva do perdão judicial obsta o cumprimento de pena 
privativa de liberdade, mas não extingue a punibilidade do réu. (Errado) 
Prescrição 
 Súmula 146 - STF: A prescrição da ação penal regula-se pela pena concretizada na 
sentença, quando não há recurso da acusação. 
Trata-se de uma materialização dos efeitos práticos da vedação à reformatio in pejus. Explico. 
Sabendo que o Código de Processo Penal (art. 617) e o sistema acusatório constitucional 
impede o agravamento da condição do acusado quando houver recurso exclusivo da defesa, 
o cálculo da prescrição deverá ser realizado a partir do quantum definido na sentença 
impugnada, afinal, eventuais mudanças geradas pelo recurso somente abrandarão a situação 
do réu, jamais recrudescerão o tratamento. 
 Súmula 147 - STF: A prescrição de crime falimentar começa a correr da data em 
que deveria estar encerrada a falência, ou do trânsito em julgado da sentença que a 
encerrar ou que julgar cumprida a concordata. 
Superada pela Lei de Falências (Lei nº 11.101/2005): 
Art. 182. A prescrição dos crimes previstos nesta Lei reger-se-á pelas disposições do Decreto-Lei no 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, começando a correr do dia da decretação da 
falência, da concessão da recuperação judicial ou da homologação do plano de recuperação 
extrajudicial. Parágrafo único. A decretação da falência do devedor interrompe a prescrição cuja 
contagem tenha iniciado com a concessão da recuperação judicial ou com a homologação do plano 
de recuperação extrajudicial. 
 Súmula 592 - STF: Nos crimes falimentares, aplicam-se as causas interruptivas da 
prescrição, previstas no Código Penal. 
 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
CESPE (TJ-DFT 2016): De acordo com as súmulas em vigência do STF, assinale a opção 
correta. Os crimes falimentares, por serem tipificados em lei especial, não se sujeitam às causas 
interruptivas da prescrição previstas no CP. (Errado) 
 
 
 
 
25 
 
 Súmula 497 - STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se 
pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da 
continuação. 
Art. 119 do Código Penal: 
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de 
cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Esse entendimento normativo e sumulado é bastante relevante, mormente em provas 
discursivas! Para o cálculo da prescrição, será considerada a pena isolada de cada delito. É 
dizer, portanto, que ainda que estejamos em concurso material, formal, continuidade delitiva 
(tratando-se do sistema de cúmulo material ou exasperação da pena) o juiz não deverá 
considerar o acréscimo deles advindos para analisar a prescrição respectiva. 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
FCC (TJ-PI 2015): A denominada prescrição retroativa deve ser calculada com base no total da 
pena, se reconhecida a continuidade delitiva. (Errado) 
 Súmula 604 - STF: A prescrição pela pena em concreto é somente da pretensão 
executória da pena privativa de liberdade. 
Superada, pois além da prescrição da pretensão executória, também se calcula pela pena em 
concreto tanto a prescrição retroativa, quanto a prescrição intercorrente. 
 Súmula 191 - STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o 
Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime. 
Assim, o fato de ter havido desclassificação por parte do Tribunal do Júri para crime diverso 
dos dolosos contra a vida, por exemplo, não tem o condão de afastar a incidência do artigo 
117, II do Código Penal, o qual indica que “o curso da prescrição interrompe-se pela pronúncia”, sem 
fazer qualquer ressalva. 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
MPE-PR (Promotor de Justiça 2016): A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que 
o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime. (Certo) 
 
 
 
26 
 
 Súmula 220 - STJ: A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão 
punitiva. 
Atenção! De acordo com o art. 110 do Código Penal, a reincidência influi no prazo da 
prescrição da pretensão executória, entretanto, conforme se depreende da súmula, não influi 
no prazo da prescrição da pretensão punitiva: 
Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória 
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela 
pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um 
terço, se o condenado é reincidente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
CESPE (DPE-AC 2017): São efeitos da reincidência: I. o aumento do prazo da prescrição 
executória. (Certo) 
MPE-PR (Promotor de Justiça 2016): A reincidência interrompe o prazo da prescrição da 
pretensão punitiva. (Errado) 
CESPE (PC-PE 2016): A reincidência penal caracteriza causa interruptiva do prazo da 
prescrição da pretensão punitiva. (Errado) 
CESPE (TJ-PB 2015): A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva, 
mas impõe a majoração do lapso prescricional no que se refere à prescrição executória. (Certo) 
 Súmula 438 - STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da 
pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da 
existência ou sorte do processo penal. 
A súmula trata da prescrição virtual, conhecida também por prescrição em perspectiva, 
hipotética, por prognose, projetada ou, ainda, antecipada. Ela caracteriza-se “no 
reconhecimento da prescrição retroativa com base em hipotética pena, sob o argumento de 
que eventual pena a ser aplicada em caso de condenação ensejaria, inevitavelmente, ou com 
grande margem de probabilidade, a prescrição retroativa da pretensão punitiva” 19. Esse 
entendimento possui apoio da parcela relevante da doutrina processual penal especializada. 
Consoante nos ensina Paulo Queiroz, devemos analisar a decretação da prescrição, em 
casos tais, antes mesmo de sua consumação, em virtude das múltiplas circunstâncias do caso, 
entre as quais (i) o tempo decorrido, (ii) ausência de antecedentes do réu e, sobretudo, (iii) a 
consequente provável pena a ser aplicada20. 
 
19 Lozano Jr. Prescrição penal. São Paulo: Saraiva, 2002, p.181. 
20 Queiroz,Paulo. Curso de Direito Penal – Parte Geral. Editora JusPodivm: 2014, pág. 571. 
 
 
 
27 
 
Apesar de bastante defendida e de utilidade prática (em um viés pragmático salutar do processo 
penal), não possui previsão legal e, por essa razão, não é admitida pelos Tribunais Superiores. 
A ideia da prescrição em perspectiva envolve, de maneira bastante sintética, do vislumbrar da 
prescrição pela pena em concreto “imaginada”, hipotética – como menciona a súmula -, para o 
caso. Em outras palavras, imagina-se, considerando as circunstâncias do fato delituoso, a 
possível pena que será aplicada, e, com base nesta suposição, tem-se que, provavelmente, 
ocorrerá prescrição retroativa. Na verdade, se constatada a prescrição virtual, não se trataria 
de um arquivamento por causa extintiva de punibilidade, mas sim por falta de interesse de 
agir. Se ao “imaginar” qual seria a provável pena aplicável numa futura sentença 
condenatória, concluir-se que pela pena concreta ocorreria a prescrição retroativa, é sinal de 
que a ação seria inútil, faltando interesse de agir. 
Além dos argumentos de falta de previsão legal, violação da presunção de inocência, 
fundamentação em dado aleatório, possibilidade de mutatio libelli e da própria Súmula 438 do 
STJ, deve-se registrar que esse entendimento também resta consolidado em âmbito do 
Supremo Tribunal Federal, conforme se afere do precedente a seguir colacionado, 
reproduzido no Informativo 788 daquela Corte: 
COMPETÊNCIA – PRERROGATIVA DE FORO – CESSAÇÃO DE MANDATO – AGRAVO 
REGIMENTAL. Estando o agravo regimental voltado a infirmar ato de integrante do Supremo, a 
este incumbe o julgamento, mostrando-se neutra a cessação do mandato gerador da prerrogativa de 
foro. RECURSO – ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO – PRESCRIÇÃO VIRTUAL – 
DECLINAÇÃO DA COMPETÊNCIA – JULGAMENTO. Surgindo a prerrogativa de o investigado 
ter o inquérito em curso no Supremo, cumpre ao Juízo, defrontando-se com recurso em sentido 
estrito, remeter os autos ao Tribunal competente, atuando este sob o ângulo da revisão do que 
decidido. PRESCRIÇÃO EM PERSPECTIVA. Inexiste norma legal que, interpretada e 
aplicada, viabilize assentar a prescrição da pretensão punitiva considerada possível sentença 
condenatória. (Inq 3574 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 
02/06/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-114 DIVULG 15-06-2015 PUBLIC 16-06-2015). 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
CESPE (TJ-DFT 2016): A extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva, com 
fundamento em pena hipotética, é admitida, independentemente da existência ou do resultado 
do processo penal. (Errado) 
CESPE (TJ-AM 2016): Em se tratando de procedimento comum ordinário, o juiz deverá 
absolver sumariamente o acusado quando verificar que punibilidade está extinta em razão da 
ocorrência da prescrição da pretensão punitiva em perspectiva. (Errado) 
 
 
 
28 
 
MPE-PR (Promotor de Justiça 2016): É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição 
da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou 
sorte do processo penal. (Certo) 
MPE-GO (Promotor de Justiça 2016): A prescrição da pretensão punitiva com fundamento 
em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal é: Inadmissível 
conforme entendimento sumulado do STJ. (Certo) 
TRF 3ª Região (Juiz Federal 2016): Se, no curso da ação penal, o magistrado notar que a 
prescrição está prestes a ocorrer, poderá: Declarar, desde logo, a extinção da punibilidade, pela 
prescrição em perspectiva. (Errado) 
VUNESP (TJ-SP 2015): É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão 
punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do 
processo penal. (Certo) 
CESPE (TJ-PB 2015): É admissível a extinção da punibilidade em razão da prescrição da 
pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética. (Errado) 
CEFET-BA (MPE-BA 2015): É admissível a extinção da punibilidade pela prescrição da 
pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou 
sorte do processo penal. (Errado) 
Contravenções Penais 
 Súmula 51 - STJ: A punição do intermediador, no jogo do bicho, independe da 
identificação do “apostador” ou do “banqueiro”. 
 
 Súmula 720 - STF: O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra 
do fato perigo de dano, derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no 
tocante à direção sem habilitação em vias terrestres. 
O STF assentou a derrogação do art. 3221 da Lei de Contravenções Penais, no âmbito das 
vias terrestres, pelo art. 30922 do Código de Trânsito, precisamente porque o último, além de 
converter em crime a infração, para a sua configuração passou a reclamar a ocorrência de 
perigo concreto, ou seja, a efetiva comprovação da ocorrência da situação de perigo. 
 
21 Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a motor em aguas públicas: 
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
22 Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, 
ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: 
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. 
 
 
 
29 
 
Furto 
 Súmula 442 - STJ: É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de 
agentes, a majorante do roubo. 
Importante! Essa Súmula deve ser entendida, mas analisada com muito cuidado para os que 
estiverem prestando provas de etapas mais avançadas em concurso de Defensoria Pública. 
O raciocínio que não prevaleceu no STJ, mas se revela interessante no dia a dia criminal 
prático, era no sentido de que o crime de furto qualificado pelo concurso de agentes (art. 155 
§ 4º IV do CPB23) tem a pena duplicada em relação ao furto simples. Todavia, alguns 
passaram a advogar a tese de que esse incremento seria irrazoável e desproporcional. Para 
comprovar a tese ventilada, apontavam como parâmetro comparativo situação semelhante 
prevista pelo legislador para o roubo praticado em concurso de agentes. Diferentemente da 
duplicação da pena, no roubo haveria “simples” aumento de pena entre 1/3 e ½. O STJ 
admitiu a utilização do parâmetro do artigo 157, parágrafo 2º (roubo) para os casos de furto 
qualificado? Não! A utilização da analogia no caso em tela foi refutada, pois não se trata de 
uma omissão do legislador e a utilização por parte do juízo de parâmetro legal diverso daquele 
pretendido pelo Poder Legislativo culminaria em ofensa ao postulado da separação de 
poderes. Daí ter prevalecido o entendimento consubstanciado na Súmula 442 do STJ. 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
CESPE (TJ-DFT 2016): Em decorrência do princípio da individualização da pena, é possível 
aplicar a majorante do roubo ao delito de furto qualificado pelo concurso de agentes, desde que 
essa ação seja fundamentada nas circunstâncias do caso concreto. (Errado) 
VUNESP (TJ-SP 2015): É admissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a 
majorante de roubo. (Errado) 
 Súmula 511 - STJ: É possível o reconhecimento do privilégio previsto no §2º do art. 
155 do CP 24 nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a 
 
23 Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
III - com emprego de chavefalsa; 
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
24 Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
§2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão 
pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 
 
 
 
30 
 
primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem 
objetiva. 
Trata-se do furto privilegiado-qualificado (ou furto híbrido), reconhecido não só pelo STJ 
- vide súmula -, como também pelo STF: 
DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS. FURTO QUALIFICADO. RÉU PRIMÁRIO. RES 
FURTIVA DE PEQUENO VALOR. POSSIBILIDADE DE INCIDÊNCIA DO PRIVILÉGIO 
PREVISTO NO PARÁGRAFO 2º DO ART. 155 DO CP. ORDEM CONCEDIDA. 1. A questão 
tratada no presente writ diz respeito à possibilidade de aplicação do privilégio previsto no parágrafo 
2º do art. 155 do Código Penal ao crime de furto qualificado. 2. Considero que o critério norteador, 
deve ser o da verificação da compatibilidade entre as qualificadoras (CP, art. 155, § 4°) e o 
privilégio (CP, art. 155, § 2°). E, a esse respeito, no segmento do crime de furto, não há 
incompatibilidade entre as regras constantes dos dois parágrafos referidos. 3. No caso em tela, 
entendo possível a incidência do privilégio previsto no parágrafo 2º do art. 155 do Código Penal, visto 
que, apesar do crime ter sido cometido em concurso de pessoas, o paciente é primário e a coisa furtada 
de pequeno valor. 4. Ante o exposto, concedo a ordem de habeas corpus. (HC 96843, Relator(a): Min. 
ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 24/03/2009, DJe-075 DIVULG 23-04-2009 
PUBLIC 24-04-2009 EMENT VOL-02357-04 PP-00719 LEXSTF v. 31, n. 364, 2009, p. 490-495). 
Percebe-se então que a jurisprudência dos Tribunais Superiores admite sim o furto 
privilegiado-qualificado (ou furto híbrido), desde que estejamos diante de qualificadoras 
objetivas! Mas o que são qualificadoras objetivas e subjetivas? 
Qualificadora objetiva é aquela que está relacionada intimamente com o fato delituoso 
praticado, circunstâncias em que o crime fora praticado, modo, lugar, tempo, instrumentos 
utilizados, ao passo que a qualificadora subjetiva se verifica com vinculação à pessoa do 
agente criminoso. Podemos dividir as qualificadoras do parágrafo 4º do artigo 155 do CPB 
na seguinte classificação: 
Qualificadoras Objetivas Qualificadoras Subjetivas 
(a) com destruição ou rompimento de obstáculo 
à subtração da coisa; 
(b) com emprego de chave falsa; 
(c) mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
(a) com abuso de confiança, ou mediante 
fraude, escalada ou destreza; 
 
 
 
 
31 
 
Prevalece, apesar de alguma divergência, que a única qualificadora subjetiva e incompatível 
com o privilégio do artigo 155, parágrafo 2º do CPB é quando a prática do delito envolver 
abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza. 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
FCC (DPE-ES 2016): No que concerne aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que: 
possível o reconhecimento da figura privilegiada do delito nos casos de furto qualificado, se 
primário o agente e de pequeno valor a coisa subtraída, independentemente da natureza da 
qualificadora, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça. (Errado) 
TRF 4ª Região (Juiz Federal 2016): Em se tratando de furto qualificado, não cabe a aplicação 
do privilégio de que trata o parágrafo 2º do artigo 155 do Código Penal, cujo teor é o seguinte: 
“Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de 
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa”. 
(Errado) 
CESPE (TJ-DFT 2016): O reconhecimento do privilégio previsto para o furto simples nos casos 
de crime de furto qualificado é inadmissível, mesmo que o criminoso seja primário, a coisa furtada 
seja de pequeno valor e a qualificadora seja de ordem objetiva. (Errado) 
 Súmula 567 - STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou 
por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não 
torna impossível a configuração do crime de furto. 
Conforme preconiza o art. 17 do Código Penal, para configurar crime impossível (tentativa 
inidônea ou quase-crime) se faz necessário a ineficácia absoluta do meio ou a impropriedade 
absoluta do objeto. Portanto, o CP adota, quanto ao crime impossível, a teoria objetiva 
temperada - aquela que considera haver crime tentado se a ineficácia do meio ou a impropriedade do objeto 
for relativa: 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
No caso de monitoramento eletrônico em estabelecimentos comerciais, o Tribunal entende 
que não há, necessariamente, absoluta ineficácia do meio. Em verdade, há uma ineficácia ou 
impropriedade relativa - pois não evita a ocorrência de furto de maneira absoluta -, razão pela qual se 
configuraria crime na modalidade tentada, salvo se, por outros aspectos envolvidos no caso 
 
 
 
32 
 
concreto, se perceber que o crime seria impossível, a partir dos requisitos e condições do 
CPB25. 
COMO CAIU NA SUA PROVA: 
CESPE (TJ-PR 2017): Constitui crime impossível a tentativa de furto em loja comercial dotada 
de sistema de monitoramento por câmeras de vídeo, por impossibilidade de sua consumação. 
(Errado) 
CESPE (PGM Belo Horizonte 2017): É crime impossível o peculato praticado por servidor 
público que subtrai bens da administração pública municipal aos quais tenha acesso em razão do 
cargo, quando há sistema de vigilância por monitoramento eletrônico. (Errado) 
MPE-RS (Promotor de Justiça 2017): O sistema de vigilância por monitoramento eletrônico 
no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível o cometimento do furto. 
(Certo) 
CESPE (PC-PE 2016): É possível a consumação do furto em estabelecimento comercial, ainda 
que dotado de vigilância realizada por seguranças ou mediante câmara de vídeo em circuito 
interno. (Certo) 
CESPE (DPE-RN 2015): A existência de sistema de segurança ou de vigilância eletrônica torna 
impossível, por si só, o crime de furto cometido no interior de estabelecimento comercial. (Errado) 
CESPE (DPU 2015): A presença de sistema eletrônico de vigilância em estabelecimento 
comercial torna crime impossível a tentativa de furto de um produto desse estabelecimento, por 
absoluta ineficácia do meio, conforme entendimento consolidado do STJ. (Errado) 
CESPE (BACEN 2013): A existência de sistema de vigilância em estabelecimento comercial 
exclui a possibilidade de consumação de crime patrimonial, dada a caracterização de crime 
impossível ante a ineficácia absoluta do meio empregado. (Errado) 
CESPE (DPE-PI 2009): A jurisprudência do STJ pacificou-se no sentido de que a presença de 
sistema eletrônico de vigilância no estabelecimento comercial torna o agente completamente 
incapaz de consumar o furto, a ponto de reconhecer configurado o crime impossível, pela 
absoluta ineficácia dos meios empregados. (Errado) 
 
25 Na espécie, embora remota a possibilidade de consumação do furto iniciado pelas recorridas no interior do 
mercado, o meio empregado por elas não era absolutamente inidôneo para o fim colimado previamente, não 
sendo absurdo supor que, a despeito do monitoramento da ação delitiva, as recorridas, ou uma delas, lograssem, 
por exemplo, fugir, ou mesmo, na perseguição, inutilizar ou perder alguns dos bens furtados, hipóteses em que 
se teria por aperfeiçoado o crime de furto. (...).

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