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ULTRASSONOGRAFIA DAS ADRENAIS EM PEQUENOS ANIMAIS - ABRIL 2020 SLIDE 2 As adrenais são pequenas glândulas localizadas próximo à face medial dos rins e aos grandes vasos (aorta abdominal do lado esquerdo e veia cava caudal do lado direito). Localizam-se entre o hilo renal e os grandes vasos (localização craniomedial aos rins). São órgãos pares e possuem duas camadas: cortical e medular. A camada cortical é a mais externa e responsável pela produção de diversos hormônios, dentre eles o cortisol. Já a camada medular produz outros hormônios, como adrenalina e noradrenalina. SLIDE 3 São órgãos de difícil avaliação ultrassonográfica devido ao seu tamanho bem reduzido e por serem estruturas um pouco mais profundas, não tão superficial. Atualmente ela é considerada parte do exame ultrassonográfico do abdômen, ou seja, quando solicita- se uma ultra abdominal, independente da suspeita clínica, o médico veterinário ultrassonografista precisa avaliar essas glÂndulas, já que ela pode apresentar alterações, sem manifestação de sintomas clínicos evidentes. Em pacientes de grande porta, como Golden Retrivier, Dobermann, Rottweiller e outros possuem mais musculatura abdominal, bem como gordura, sendo necessário mais pressão do transdutor para conseguir ver as adrenais. Exige mais força e experiência do ultrassonografista. Por serem estruturas pequenas, o uso de transdutores lineares permitirá melhor detalhe da imagem, por isso ele é mais recomendado, já que pequenas alterações podem ser visualizadas, como pequenos nódulos, sendo melhor avaliados com alta frequência. Os paceintes que não permitem o posicionamento ultrassonográfico ou que ficam ofegantes e agitados, podem necessitar de sedação para melhor conforto do animal e para melhor execução do exame. Com isso, a musculatura abdominal relaxada facilitará a execução do exame. SLIDE 4 Observem as glândulas adrenais localizada entre a face medial dos rins (onde está o hilo renal) e os grandes vasos (aorta abdominal do lado esquerdo e veia cava caudal do lado direito). SLIDE 5 A tricotomia irá auxiliar na melhor visualização da glândula adrenal, assim como ela será necessária para qualquer exame ultrassonográfico. Se o paciente estiver com muito conteúdo gasoso no TGI, podemos fazer uma manobra para tentar minimizar a interferência do gás (lembrar que o gás faz artefato de reverberação). Essa manobra consiste em posicionar o transdutor nas laterais do abdômen, retirando a sobreposição do intestino delgado e do cólon. SLIDE 6 O formato das glândulas irá variar de acordo com a espécie. Em cães, as adrenais terão formato de feijão ou amendoim com casca (semelhante ao amendoim de elefante). Lembrando que a adrenal esquerda é mais alongada e bilobada que a adrenal direita. Em gatos, as adrenais tem formato arredondado, mais ovalado. SLIDE 7 Já abordamos o posicionamento das adrenais, direita e esquerda. Agora iremos abordar a técnica que faremos para visualizar essas glândulas. Primeiro precisamos visualizar o rim. Depois, iremos pressionar um pouco o transdutor, apertando lentamente sobre o órgão. Em seguida, iremos inclinar o transdutor para a face medial do abdômen, na tentativa de visualizar os grandes vasos. Essa varredura precisa ser bem lenta, já que é uma estrutura pequena. SLIDE 8 Como será o aspecto ultrassonográfico das adrenais normais, sem alterações? Elas serão hipoecogênicas em relação à gordura abdominal, terao contornos regulares, parênquima com ecotextura homogênea e dimensões dentro da normalidade para o porte do paciente/raça. Em alguns animais, podemos observar as camadas cortical e medular de forma bem evidenciada. Essa visualização das camadas dependerá da qualidade do seu equipamento, bem como da frequência e do paciente. Nem sempre iremos visualizá-las, porém isso não significa uma alteração. SLIDE 9 As medidas das adrenais irá variar, principalmente nos cães, já que há uma grande variedade de raças/porte, com raças pequenas (cães pesando 2kg) e raças gigantes (cães pesando 60kg). Devido a essa grande variação, o comprimento das adrenais nos cães é bem variável, podendo chegar a 3cm. De largura, adotaremos a medida média de 0,50cm, principalmente nos cães até médio porte. Claro que se o paciente for maior, essa medida poderá sofrer alterações. Nos gatos, no entanto, essas glândulas não sofrem tanta variação de tamanho, já que eles não variam tanto de porte como os cães (exceto algumas raças, que não são tão comuns, como os Maine Coon). SLIDE 10 Glândula adrenal esquerda, com polo cranial medindo 0,50cm e polo caudal medindo 0,51cm. Percebam que ela é bilobada, ou seja, os pólos são bem marcados, bem distintos. Na parte mais ventral (ou seja, na parte superior da imagem) visualizamos o baço. SLIDE 11 Com o doppler colorido, conseguimos evidenciar a vascularização do órgão. Na imagem está marcado a frÊnico abdominal, que é o vaso que passa na ''cintura'' da adrenal, contornando o órgão. SLIDE 12 Observem a adrenal direita, com largura medindo 0,57cm (discretamente aumentada). Observem que ela não tem aquele formato tão bonito e clássico, quanto a adrenal esquerda.Não evidenciamos os polos bem distintos nessa imagem. Essa grande estrutura tubular anecogênica é a veia cava caudal. SLIDE 13 Nesse slide utilizamos um equipamento da marca Esaote e conseguimos visualizar, de forma bem evidenciada, as camadas cortical (mais hipoecogênica) e a camada medular (mais hiperecogênica, central). Observem que há uma hiperplasia bilateral das adrenais, ou seja, ambas estão com as dimensões dos polos aumentadas. SLIDE 14 A síndrome de Cushing, também chamada de hiperadrenocorticismo, é a endocrinopatia mais comum em cães, assim como a Diabetes Mellitus. A ultrassonografia irá auxiliar o diagnóstico do HAC, porém ela não é o teste padrão ouro. A ultra consegue visualizar se a adrenal está aumentada, se esse aumento é bilateral ou unilateral e se há presença de nódulos, massas nessas adrenais. Porém, a ultrassonografia não tem como dizer se essa adrenal está produzindo cortisol em excesso ou se ela produzindo outro hormônio, como adrenalina. Por isso, o teste padrão ouro é o hormonal (ACTH ou Dexametasona). Existem 3 tipos de HAC: hipófise dependente, adrenal dependente ou iatrogênico (também conhecido por induzido por corticoides). SLIDE 15 No HAC hipófise dependente, a hipófise irá liberar ACTH em maior quantidade, estimulando ambas as adrenais (esquerda e direita) a produzirem cortisol. Dessa forma, haverá uma hiperplasia bilateral das adrenais, ou seja, ambas ficarão aumentadas. No HAC adrenal dependente, uma adrenal estará tumoral ou aumentada, produzindo cortisol em excesso, enquanto que a adrenal contralateral ficará atrofiada, já que ela entende que não precisa produzir cortisol, já que a outra está produzindo muito. O HAC induzido por corticoides ocorre por aquele tutor que fornece corticoide em doses altas ou por longo período de tempo. Desta forma, as adrenais entendem que não precisa produzir cortisol, já que ele recebe por via exógena. Então, nesse HAC ambas as adrenais estarão atrofiadas/hipoplásicas. A ultrassonografia é importante para saber se há presença de nódulos, massas....caso haja um tumor muito grande, que altere o formato das adrenais, pode ser necessário realização de uma tomografia computadorizada para diagnosticar se aquele tumor de fato é a adrenal ou se há invasão de alguma estrutura adjacente, como veia cava caudal. SLIDE 16 Observem a adrenal esquerda com aumento dos polos, cranial e caudal. SLIDE 17 Observem essa adrenal esquerda com aumento de ambos os polos e com presença de um tumor hiperecogênico, com centro arredondado hipoecogênico. Há presença de um tumorem polo caudal de adrenal esquerda. SLIDE 18 Essa imagem está identificada como topografia de adrenal esquerda, porque ela já perdeu o formato característico da glândula, está com as dimensões muito aumentadas e disforme. Por isso, o ideal seria realizar uma TC para ter a certeza de que se trata de uma adrenal e observar se há invasão de estruturas/órgãos adjacentes. SLIDE 19 Observem a presença de um nódulo hiperecogênico, arredondado ocupando todo o polo cranial dessa adrenal. SLIDE 20 Já abordamos o conteúdo desse slide anteriormente. No HAC induzido por corticóides, também chamado de iatrogênico, haverá atrofia de ambas as adrenais. SLIDE 21 A síndrome de Addison, também chamado de hipoadrenocorticismo, consiste na baixíssima produção de cortisol pela glândulas adrenais. Dessa forma, as adrenais ficam muito atrofiadas/hipoplásicas e muitas vezes temos dificuldade de visualizá-las pela ultrassonografia. Às vezes, nem conseguimos vê-las. Pode ser necessário uma TC para melhor visualização. É fundamental a realização dos testes hormonais para elucidação diagnóstica, bem como a dosagem de eletrólitos, como sódio/potássio/cálcio, já que pode haver um desequilíbrio eletrolítico nesta afecção hormonal. SLIDE 22 Observem essa adrenal marcada pelo cursor 1 e 2, com atrofia de toda a glândula. Ela é tão fina, quase imperceptível ao exame ultrassonográfico, parece um filete. SLIDE 23 Os gatos apresentam mais alterações na tireoide do que na adrenal. Os gatos idosos podem apresentar, mais frequentemente, mineralização das adrenais. Pode ocorrer presença de massas, nódulos nessas glândulas, porém são muito raros. SLIDE 24 Esse slide está bem auto explicativo. A ultrassonografia não é capaz de dizer se um nódulo é benigno e maligno. Apenas a histopatologia e imunohistoquímica podem fazer o diagnóstico definitivo. No entanto, sabe-se que tumores malignos podem metastizar para fígado, baço, estômago, pulmões, linfonodos....e que esses tumores malignos podem invadir grandes vasos e estruturas, como veia cava caudal, por exemplo. Os principais tumores malignos relatados das adrenais são: feocromocitoma e carcinoma. SLIDE 25 Presença de um nódulo arredondado, hiperecogênico, ocupando todo o polo cranial da adrenal esquerda, enquanto a adrenal contralateral está atrofiada. SLIDE 26 Presença de um nódulo arredondado, hiperecogênico, ocupando todo o polo cranial da adrenal. SLIDE 27 Presença de um nódulo arredondado, hiperecogênico, ocupando todo o polo cranial da adrenal. Polo caudal também está aumentado, pelas medidas apresentadas. SLIDE 28 Os trombos neoplásicos são tumores de adrenal que cresceram para dentro da luz/lúmen do vaso. Eles dificultam o fluxo sanguíneo e esse paciente pode ter como consequência um aumento de pressão arterial pela ocorrência deste trombo. Não são trombos móveis como os coágulos. São trombos fixos. Normalmente, são malignos e quando já há invasão de grandes vasos a cirurgia não é indicada (maior risco de complicações trans operatórias).
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