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temos pielonefrite e nefrite induzidas por fármacos; Por últimos, células titulares afetadas resultando em necrose tubular aguda. Observação: ainda assim qualquer uma dessas citadas podem induzir necrose tubular aguda. - NECROSE TUBULAR AGUDA: Caracteriza-se pela destruição das células do epitélio tubular e consequente necrose dos túbulos com desprendimentos de células epiteliais. Tende a ser mais grave no TP e na AH (ramo ascendente). O desprendimento de células epiteliais pode gerar obstrução dos túbulos por restos celulares e cilindros celulares. É um método de diferenciação para analisar se foi causada por uma isquemia (a falta sangue de forma é desigual e afeta mais o TP e AH) ou por uma questão tóxica (padrão contínuo de lesão porque a substância tóxica está chegando e afeta de forma igual. Além de acometer mais a região inicial). - EXAME DE URINA: Como saber se estamos na IRA pré-renal ou na NTA? Índice Pré-renal NTA EAS Normal ou pouco cilindros Anormal Osmolaridade >500 300-350 Na(U)mEq/L <20 >40 FENa% (fração de excreção de sódio percentual) <1 >2 Razão U/Cr (do sangue) >40:1 20-30:1 B i a n c a L o u v a i n F i s i o l o g i a I V | 4 Celularidade: no exame de urina não é normal ver muitas células epiteliais, caso essas sejam vistas em grande quantidade, indicam algum prejuízo renal. Osmolaridade: na pré-renal temos redução da TFG e o filtrado que chega (ainda que pouco) é reabsorvido. Já na NTA a não presença de células epiteliais faz com que a reabsorção e secreção não ocorram de forma adequadade e assim temos a osmolaridade semelhante a do plasma. Fração de excreção de sódio: devido a diminuição do filtrado ocore aumento do processo de reabsorção. Assim o sódio é muito reabsorvida. Já na NTA a reabsorção e secreção estão comprometidas e temos aumento da excreção de sódio.Razão U/Cr: a ureia volta e creatinina não retorna, ou seja, normalmente no sangue a ureia está maior no sangue. Já no prejuízo a ureia e creatinina estão sendo muito eliminadas. Na lesão pré-renal ocorre reabsorção de sódio e água e estes geram reabsorção da ureia. Conforme os solutos e água são absorvidos, eles se concentram. Como a creatinina não é reabsorvida, apenas o numerador irá aumentar e gerar aumento do valor. Na NTA não ocorre reabsorção eficiente de ureia e ela vai ser eliminada na urina. Assim teremos diminuição do numerador e diminuição do valor. [ IRA PÓS-RENAL OU OBSTRUTIVA ] A insuficiência pós-renal é causada por obstrução da drenagem da urina produzida nos rins. A obstrução pode ocorrer no ureter (cálculos e estenoses), na bexiga (tumor ou bexiga neurogênica) ou na uretra (hiperplasia da próstata). Como o volume maior de urina não pode ser excretado (urina não excretada) em consequência da obstrução, a pressão é transmitida em sentido inverso aos túbulos e aos néfrons, que por fim são lesados. Nesse caso ocorre aumento da pressão hidrostática da cápsula de Bowman, redução da pressão efetiva de filtração e consequente redução da TFG. Consequência: dilatação da pelve, dos cálices renais e dos ureteres Como os dois ureteres devem estar obstruídos para causar insuficiência renal, a obstrução da via de saída da bexiga raramente causa insuficiência renal aguda, a menos que um dos rins já esteja lesado ou que o paciente tenha apenas um rim. Novamente, pode ser reversível, a depender do tempo, obstrução, intensidade, dois rins afetados ou não. [ DOENÇA RENAL CRÔNICA – DRC ] Doença renal crônica (DRC) é um problema mundial que afeta pessoas de todas as idades, raças e grupos socioeconômicos. A prevalência e a incidência dessa doença – que refletem as das doenças como diabetes, hipertensão e obesidade – estão aumentando. As altas taxas de morbidade e mortalidade, hospitalizações e o parâmetro da diálise e expectativa de vida tornam importante o conhecido do quadro para detecção precoce retardo do progresso da doença. B i a n c a L o u v a i n F i s i o l o g i a I V | 5 A lesão renal por 3 meses ou mais gera anormalidades estruturais e/ou funcionais. Em consequência, pode (ou não) ter redução da TFG (consequências no sangue e urina). A TFG é considerada o melhor indicador da função global do rim. A TFG normal varia com a idade, o sexo e o tamanho corporal e pode ser usada para classificar a DRC em cinco estágios, que começam com lesão renal com TFG normal ou aumentada, progridem para DRC e podem evoluir para insuficiência renal. Estágio Descrição TFG (mL/min) I Lesão renal com TFG reduzida ou normal <90 II Leve redução da TFG 60-89 III Redução moderada da TFG 30-59 IV Redução grave da TFG 15-29 V Insuficiência renal <15 ou diálise Observação: após os 40 anos, perde-se 10% nos néfrons a cada 10 anos. Aos 80 anos, o FSR e TFG diminuíram cerca de 40-50%. Como ocorre? Inicialmente temos a perda de uma determinada quantidade de néfrons por uma doença de base. Essa perda faz com que os néfrons que sobreviveram dividam o trabalham e fiquem sobrecarregados. Por esse motivo não há redução significativa da TFG pois os néfrons estão compensando para manutenção da homeostasia. Com o tempo essa sobrecarga pode levar a danos estruturas cada vez maiores. Nas fases III e IV temos perda funcional – as manifestações clínicas ocorrem com perda de 70-75% dos néfrons. Isso gera um ciclo vicioso com progressiva perda de néfrons. Observação: a detecção precoce pode ocorrer pela análise de albumina sérica. - ALTERAÇÕES LABORATORIAIS: Creatinina e ureia – aumentam proporcionalmente à redução da TFG. São os primeiros a serem identificados; H+ e PO4 – aumentam posteriormente, pois inicialmente ocorre maior secreção dessas substâncias e redução da reabsorção tubular; Na+ e Cl – aumentam ainda mais posteriormente; Isostenúria – ocorre com a incapacidade de concentrar a urina de acordo com a necessidade do organismo devido à perda de néfrons, resultando em osmolaridade urinária = osmolaridade plasmática. - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Sindrome urêmica – conjunto de sinais e sintomas que ocorre em pacientes com insuficiência renal avançada. Pode ser chamada de doença renal terminal e o tratamento indicado é diálise ou transplante. (TFG 10-15mL/min – estágio 5). Quando temos a redução de 10-15mL/min temos sintomas inespecíficos: mal-estar, fraqueza, insônia, incapacidade de concentração, náusea e vômito. Outros sintomas refletem disfunção generalizada a partir de manifestações: Cutâneas (hiperpigmentação, neve urêmica e palidez); Cardiovasculares (sobrecarga de volume, edema, HAS, isquemia, hipertrofia, arritmia e IC); Neurológicas (insônia, incapacidade de concentração, perda de memória, confusão mental); Gastroinestinais (anorenia, náuseas e vômitos); Hematológicas (anemia por não produção de eritropoietina pelo rim); Ósseas (hiperparatireodismo secundário – osteodistrofia renal, pois a vitamina D é ativada nos rins e direcionada para o intestino onde irá regular a reabsorção de cálcio); Endócrinas e metabólicas (menor gliconeogênese). B i a n c a L o u v a i n F i s i o l o g i a I V | 6 - TRATAMENTO: Através da dieta e medicações – redução de sódio, evitar diuréticos; Evitar agentes nefrotóxicos através da revisão constante das medicações. O tratamento terá como objetivo tratar a causa da DRC, evitar ou retardar sua progressão, além de prevenir ou tratar as complicações da DRC. Controle da glicemia em pacientes diabéticos; Controle da pressão arterial pelo uso de inibidores de ECA e bloqueadores de receptores de ANGII (BRA); Ocorre também a indicação de dieta com baixo teor de Na+ e hipoproteica. - ALGUMAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES: Hiponatremia pode ser evitada reduzindo o aporte de água (1,5L/dia) Dieta com baixo teor de K+ (40-60mEq/L) e diuréticos poupadores