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9ºANOPROFESSOR

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Prévia do material em texto

Língua Portuguesa 
e Literatura 
 
 Professor 
 
 CCaaddeerrnnoo ddee AAttiivviiddaaddeess 
PPeeddaaggóóggiiccaass ddee 
AApprreennddiizzaaggeemm 
AAuuttoorrrreegguullaaddaa -- 0033 
99ºº aannoo || 33°° BBiimmeessttrree 
Disciplina Curso Bimestre Ano 
Língua Portuguesa Ensino Fundamental 3° 9º 
Habilidades Associadas 
1. Identificar o sentido especializado do termo “romance” diferenciando-o do uso comum 
do termo 
2. Relacionar características físicas e psicológicas dos personagens à sua composição como 
um todo. 
3. Utilizar pistas do texto para fazer antecipações e inferências a respeito do conteúdo. 
4. Estabelecer as diferenças estruturais entre romance, conto e crônica. 
 
2 
 
A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o 
envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem 
colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes 
preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado. 
A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma 
estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar 
suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma 
autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções 
para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional. 
Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das 
habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades 
roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é 
efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem. 
Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam, 
também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o 
a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática. 
Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior 
domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para 
o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as 
ferramentas da autorregulação. 
Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se 
para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o 
aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser. 
 A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da 
Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede 
estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim 
de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às 
suas aulas. 
Estamos à disposição através do e-mail curriculominimo@educacao.rj.gov.br para quaisquer 
esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material. 
Secretaria de Estado de Educação 
 
 
Apresentação 
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/
mailto:curriculominimo@educacao.rj.gov.br
 
3 
Caro tutor, 
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas 
habilidades e competências do 3° Bimestre do Currículo Mínimo de Língua Portuguesa 
do 9º ano do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante 
o período de um mês. 
 A nossa proposta é que o aluno desenvolva estas Atividades de forma 
autônoma, com o suporte pedagógico do professor aplicador, que mediará as trocas de 
conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no percurso. 
Neste Caderno de Atividades, os alunos irão estudar o romance “Vidas Secas” 
para compreender melhor esse gênero literário de grande importância para sua 
formação como cidadão. Na primeira aula, eles poderão aprender as diferentes 
definições para o termo “romance”. Na segunda aula, o aluno vai aprender a 
relacionar as características físicas e psicológicas dos personagens à sua composição 
como um todo. Na aula 3, eles vão aprender a inferir o significado de palavras 
desconhecidas no texto e, na aula 4, a utilizar as pistas do texto para fazer inferências 
de sentido. Dedicaremos a aula 5 ao aprofundamento das diferenças entre romance, 
conto e crônica. E, por fim, na aula 6, confrontaremos a estrutura do conto e da 
crônica com a do romance. 
Este documento apresenta 08 (oito) Aulas. As aulas serão compostas por uma 
explicação base, para que você seja capaz de auxiliar o aluno a compreender as 
principais ideias relacionadas às habilidades e competências do bimestre em questão, e 
atividades respectivas. As Atividades são referentes a dois tempos de aulas. Para 
reforçar a aprendizagem, propõe-se, ainda, uma pesquisa e uma avaliação sobre o 
assunto. 
 
Um abraço e bom trabalho! 
Equipe de Elaboração 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 Introdução............................................................................................................. 03 
 Objetivos Gerais.................................................................................................... 05 
 Materiais de apoio pedagógico............................................................................. 05 
 Orientação didático-pedagógica........................................................................... 07 
 Aula 1: Você sabe o que é romance? .................................................................... 08 
 Aula 2: Como são descritos os personagens?........................................................ 14 
 Aula 3: Palavras desconhecidas no texto .............................................................. 17 
 Aula 4: Nas entrelinhas: descobrindo os sentidos ................................................ 23 
 Aula 5: Diferenças entre crônica, conto e romance ............................................. 26 
 Aula 6: Registrando as diferenças ........................................................................ 30 
 Avaliação ............................................................................................................... 35 
 Pesquisa ............................................................................................................... 40 
 Referências ........................................................................................................... 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
5 
 
 
No 9º ano do Ensino Fundamental, o foco recai sobre o estudo do gênero 
romance. Considerando essa oportunidade, a opção foi pelo romance “Vidas Secas”, 
umas das obras mais importantes da literatura brasileira e, ao mesmo tempo, um texto 
relativamente de fácil apreensão, o que pode aproximar os adolescentes dos clássicos 
nacionais e ainda desfazer o mito da inacessibilidade das narrativas mais célebres. 
A abordagem deste caderno irá contemplar, em especial, as seguintes 
habilidades “identificar o sentido especializado do termo ‘romance’ diferenciando-o do 
uso comum do termo”, “relacionar características físicas e psicológicas dos 
personagens à sua composição como um todo”, “utilizar pistas do texto para fazer 
antecipações e inferências a respeito do conteúdo” e “estabelecer as diferenças 
estruturais entre romance, conto e crônica”. 
 
 
 
 
 No portal eletrônico Conexão Professor, é possível encontrar alguns materiais 
que podem auxiliá-los. Vamos listar estes materiais a seguir: 
 
Aula 
Referência 
TeleaulasAutonomia nº 
Orientações Pedagógicas do 
CM 
Reforço escolar 
Aula 1 
18 – EF 
19 – EF 
20 – EF 
81 – EF 
82 – EF 
83 – EF
 
http://www.conexaoprofessor.r
j.gov.br/downloads/cm/cm_11_
9_9A_3.pdf 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_74_9_9A_3.pdf 
 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_75_9_9A_3.pdf 
 
Aula 2 
08 – EF 
18 – EF 
 
 
 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_74_9_9A_3.pdf 
 
Materiais de Apoio Pedagógico 
 
Objetivos Gerais 
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
 
6 
19 – EF 
20 – EF 
22 – EF 
41 – EF 
44 – EF 
45 – EF
 
 
http://www.conexaoprofessor.r
j.gov.br/downloads/cm/cm_11_
9_9A_3.pdf 
 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_75_9_9A_3.pdf 
 
Aula 3 
11– EF 
15 – EF 
22 – EF 
32 – EF 
http://www.conexaoprofessor.r
j.gov.br/downloads/cm/cm_11_
9_9A_3.pdf 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_74_9_9A_3.pdf 
 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_75_9_9A_3.pdf 
 
Aula 4 
11– EF 
15 – EF 
22 – EF 
32 – EF 
http://www.conexaoprofessor.r
j.gov.br/downloads/cm/cm_11_
9_9A_3.pdf 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_74_9_9A_3.pdf 
 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_75_9_9A_3.pdf 
 
Aula 5 
18 – EF 
19 – EF 
20 – EF 
44 – EF 
64 – EF 
65 – EF 
84 – EF 
http://www.conexaoprofessor.r
j.gov.br/downloads/cm/cm_11_
9_9A_3.pdf 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_74_9_9A_3.pdf 
 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_75_9_9A_3.pdf 
 
Aula 6 
18 – EF 
19 – EF 
20 – EF 
44 – EF 
64 – EF 
65 – EF 
84 – EF 
http://www.conexaoprofessor.r
j.gov.br/downloads/cm/cm_11_
9_9A_3.pdf 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_74_9_9A_3.pdf 
 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_75_9_9A_3.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
 
7 
 
 
 Para que os alunos realizem as Atividades referentes a cada dia de aula, 
sugerimos os seguintes procedimentos para cada uma das atividades propostas no 
Caderno do Aluno: 
1° - Explique aos alunos que o material foi elaborado que o aluno possa compreendê-lo 
sem o auxílio de um professor. 
2° - Leia para a turma a Carta aos Alunos, contida na página 3. 
3° - Reproduza as atividades para que os alunos possam realizá-las de forma individual 
ou em dupla. 
4° - Se houver possibilidade de exibir vídeos ou páginas eletrônicas sugeridas na seção 
Materiais de Apoio Pedagógico, faça-o. 
5° - Peça que os alunos leiam o material e tentem compreender os conceitos 
abordados no texto base. 
6° - Após a leitura do material, os alunos devem resolver as questões propostas nas 
ATIVIDADES. 
7° - As respostas apresentadas pelos alunos devem ser comentadas e debatidas com 
toda a turma. O gabarito pode ser exposto em algum quadro ou mural da sala para 
que os alunos possam verificar se acertaram as questões propostas na Atividade. 
 Todas as atividades devem seguir esses passos para sua implementação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientação Didático-Pedagógica 
 
8 
 
 
Nesta aula, vamos relembrar rapidamente os gêneros narrativos que focamos 
no caderno anterior. 
Você se lembra que estudamos os gêneros crônica e conto? Pois bem! Neste 
caderno, vamos estudar um gênero que mantém uma relação muito estreita com a 
crônica e o conto, pois apresenta algumas características em comum com esses 
gêneros. Estamos falando do gênero “romance”. 
Comecemos pensando o que nos remete a palavra “romance”. Certamente 
você deve ter associado romance a relacionamento amoroso, namoro, enfim, algum 
tipo de relação a dois que envolve o sentimento amor. Na verdade, esse é um dos 
possíveis significados para a palavra romance, mas não é o único. 
Veja, a seguir, os possíveis significados para o termo romance: 
 
Romance 
1. Narração histórica em versos simples. 
2. Língua ou conjunto de línguas derivadas do latim. 
3. Narração em prosa, de aventuras imaginárias, ou reproduzidas da realidade, 
combinadas de modo a interessarem o leitor. 
4. Fantasia. 
5. Novela, conto. 
6. Relacionamento amoroso. 
Disponível em http://www.priberam.pt/dlpo/Default.aspx?pal=romance Acesso em 17 set. 2013. 
 
Repare que há pelo menos seis definições possíveis para a palavra romance. 
Portanto, neste caderno, quando falarmos de romance,estaremos nos referindo ao 
gênero narrativo, literário, que pode vir ou não imerso em uma trama de amor. Você 
já ouviu falar ou mesmo já leu algum romance policial, ou de aventura, ou de ficção 
científica? Portanto, romance e amor não estão necessariamente ligados. Aqui, neste 
caderno, consideraremos a definição 3 de romance descrita anteriormente: uma 
 
Aula 1: Você sabe o que é romance? 
 
http://www.priberam.pt/dlpo/Default.aspx?pal=romance
 
9 
estrutura textual que apresenta um enredo (história), contado por um narrador, 
vivenciado por personagens, dentro de um limite de tempo e espaço. Não são 
exatamente esses mesmos elementos que podem aparecer também na crônica e no 
conto? Sim, mas o romance se diferencia da crônica e do conto pelo fato de o romance 
apresentar várias ações secundárias, que se desenrolam simultaneamente à ação 
principal, enquanto que a crônica e o conto apresentam, via de regra, apenas uma 
ação principal. Além disso, as personagens dos romances costumam apresentar uma 
profundidade psicológica maior do que as personagens de um conto, por exemplo. 
Também o tempo e o espaço apresentam organizações diferentes, não se limitando 
apenas aos seus aspectos linear (5 minutos, um mês, três anos, um século) e físico, (a 
casa, a rua, a fazenda, a feira), respectivamente. 
Dessa forma, para estudarmos o gênero romance, retomaremos alguns 
conceitos que já foram abordados no caderno anterior, porém, agora, com mais 
profundidade. Vamos começar nossos estudos? 
 
 
 
 
A seguir, transcrevemos um fragmento do primeiro capítulo de um conhecido 
romance da literatura brasileira, intitulado Vidas Secas, de Graciliano Ramos. A obra 
retrata a dura saga de uma família de retirantes sertanejos que migram fugindo da 
seca, da fome e da pobreza do sertão em busca de melhores condições de vida e 
sobrevivência. Neste capítulo, temos a descrição da terra árida e do sofrimento da 
família. Após a leitura, responda às questões propostas. 
 
MUDANÇA 
Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os 
infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. 
Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do 
rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma 
 
Atividade Comentada 1 
 
10 
sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da 
catinga rala. 
Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado 
no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a 
cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. 
O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. 
Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-
se a chorar, sentou-se no chão. 
- Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai. 
Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o 
pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano 
ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não 
acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo. 
A catinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas 
que eram ossadas. O voo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos 
moribundos. 
- Anda, excomungado. 
O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso, 
queria responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato 
necessário - e a obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo miúdo não 
era culpado, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava chegar, não sabia onde. 
Tinham deixado os caminhos, cheios de espinho e seixos, fazia horas que 
pisavam a margem do rio, a lama seca e rachada que escaldava os pés. 
Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a ideia de abandonar o filho 
naquele descampado. Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, 
irresoluto, examinou os arredores. Sinhá Vitória estirou o beiço indicando vagamente 
uma direção e afirmou com alguns sons guturais que estavam perto. Fabiano meteu a 
faca na bainha, guardou-a no cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do menino, que se 
encolhia, os joelhos encostados no estômago, frio como um defunto. Aí a cólera 
desapareceu e Fabiano teve pena. Impossível abandonar o anjinho aos bichos do 
mato. Entregou a espingarda a Sinhá Vitória, pôs o filho no cangote, levantou-se, 
agarrou os bracinhos que lhe caíam sobre o peito, moles, finos como cambitos. Sinhá 
 
11 
Vitória aprovou esse arranjo, lançou de novo a interjeição gutural, designou os 
juazeiros invisíveis. 
E a viagem prosseguiu, mais lenta, mais arrastada, num silêncio grande. 
Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado, 
morrera na areia do rio, onde haviam descansado, à beira de uma poça: a fome 
apertara demais os retirantes e por ali não existia sinal de comida. Baleia jantara os 
pés, a cabeça, os ossos do amigo, e não guardava lembrança disto. 
Num cotovelo do caminho avistou um canto de cerca, encheu-o a esperança de 
achar comida, sentiu desejo de cantar. A voz saiu-lhe rouca, medonha. Calou-se para 
não estragar força. 
Deixaram a margem do rio, acompanharam a cerca, subiram uma ladeira, 
chegaram aos juazeiros. Fazia tempo que não viam sombra. Sinhá Vitória acomodou os 
filhos, que arriaram como trouxas, cobriu-os com molambos. O menino mais velho, 
passada a vertigem que o derrubara, encolhido sobre folhas secas, a cabeça encostada 
a uma raiz, adormecia, acordava. E quando abria os olhos, distinguia vagamente um 
monte próximo, algumas pedras, um carro de bois. A cachorra Baleia foi enroscar-se 
junto dele. 
Estavam no pátio de uma fazenda sem vida. O curral deserto, o chiqueiro das 
cabras arruinado e também deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava 
abandono. Certamente o gado se finara e os moradores tinham fugido. 
Iam-se amodorrando e foram despertados por Baleia, que trazia nos dentes um 
preá. Levantaram-se todos gritando. O menino mais velho esfregou as pálpebras, 
afastando pedaços de sonho. Sinhá Vitória beijava o focinho de Baleia, e como o 
focinho estava ensanguentado, lambia o sangue e tirava proveito do beijo. 
A fazenda renasceria e ele, Fabiano, seria o vaqueiro, para bem dizer seria dono 
daquele mundo. 
Os troços minguados ajuntavam-se no chão: a espingarda de pederneira, o aió, 
a cuia de água e o baú de folha pintada. A fogueira estalava. O preá chiava em cima 
das brasas. 
Uma ressurreição. As cores da saúde voltariam à cara triste de Sinhá Vitória. Os 
meninos se espojariam na terra fofa do chiqueiro das cabras. Chocalhos tilintariam 
pelos arredores. A catinga ficaria verde. 
 
12 
Baleia agitava o rabo, olhando as brasas. E como não podia ocupar-se daquelas 
coisas, esperava com paciência a hora de mastigar os ossos. Depois iria dormir. 
Disponível em http://www.diciomario.com.br/vidas_secas_101.html Acesso em 15 set. 2013. 
 
Disponível em http://alimenteocerebro.com/a-aridez-e-a-frieza-de-vidas-secas/ Acesso em 15 set. 2013. 
1) Que personagens aparecem no capítulo “Mudança”? 
Resposta comentada: Fabiano, Sinhá Vitória, cachorra Baleia, o menino mais velho e 
o menino mais novo, o papagaio. 
 
2) Em que espaço os personagens vivenciam os fatos narrados? 
Resposta comentada: Na caatinga ou sertão. 
 
3) Em relação do foco narrativo, o narrador conta a história em 1ª ou 3ª pessoa? 
Justifique sua resposta com um fragmento do texto. 
Resposta comentada: 3ª pessoa, pois o narrador não é um dos personagens da 
história. Alguns fragmentos possíveis: 
“O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.” 
“Tinham deixado os caminhos, cheios de espinho e seixos, fazia horas que pisavam a 
margem do rio, a lama seca e rachada que escaldava os pés.” 
“A fazenda renasceria e ele, Fabiano,seria o vaqueiro, para bem dizer seria dono 
daquele mundo.” 
 
4) Nos romances, é muito comum o enredo não ser linear, ou seja, não obedecer a 
uma ordem temporal fixa, cronológica, em que um fato se sucede ao outro. No 
http://www.diciomario.com.br/vidas_secas_101.html
 
13 
capítulo “Mudanças”, o narrador faz um recuo no tempo e volta a acontecimentos 
anteriores aos fatos que está narrando. Transcreva do texto uma passagem que 
exemplifica um retrocesso do narrador, ou seja, um fato que aconteceu em um 
momento anterior ao momento em que está narrando as ações para o leitor. 
Resposta comentada: 
“Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado, morrera 
na areia do rio, onde haviam descansado, à beira de uma poça: a fome apertara 
demais os retirantes e por ali não existia sinal de comida. Baleia jantara os pés, a 
cabeça, os ossos do amigo, e não guardava lembrança disto.” 
 
5) No trecho “O pirralho não se mexeu. Fabiano desejou matá-lo.” Por que esse desejo 
do vaqueiro não se concretizou? Explique. 
Resposta comentada: Porque Fabiano sabia que o filho não era culpado pela sua 
desgraça, pela seca. 
 
6) Considerando a estrutura da narrativa, dividida em apresentação ou exposição, 
complicação, clímax e desfecho, responda: a que parte do romance Vidas Secas 
pertence o capítulo “Mudança”? Justifique. 
Resposta comentada: Trata-se da apresentação, uma vez que as circunstâncias da 
trama estão sendo apresentadas nesse capítulo e, por isso, ele é o primeiro. O 
narrador apresenta os personagens, o tempo, o espaço, faz a descrição desses 
elementos e introduz as primeiras ações vividas pelas personagens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
Nesta aula, vamos aprender a identificar e relacionar as características físicas e 
psicológicas das personagens à sua composição como um todo. 
Ao lermos uma história, quase sempre o narrador tem a preocupação de 
descrever os personagens para que o leitor possa fazer uma idéia de como eles são, 
tanto nos seus aspectos físico quanto psicológico. 
As características físicas geralmente estão associadas aos sentidos que o corpo é 
capaz de perceber (tato, paladar, audição, olfato e visão). Por exemplo, se uma pessoa 
é alta/baixa, magra/gorda, tem olhos azuis, verdes ou castanhos, se tem cabelos 
curtos/longos, lisos/cacheados, se é branca, negra ou morena, se possui dentes 
alinhados, tortos, brancos, amarelados ou se é banguela, forte/fraco, doente/ 
saudável... Enfim, as características físicas das personagens são descritas por meio de 
adjetivos, que constituem uma classe de palavra cujo objetivo principal é caracterizar 
os seres. Assim, pela utilização dos adjetivos no texto, o narrador é capaz de expor os 
traços exteriores do ser, como os traços faciais, as partes do corpo, o jeito de falar, de 
andar e de se vestir. 
Por outro lado, as características psicológicas são aquelas que dizem respeito aos 
aspectos emocionais, mentais e comportamentais do ser, tais como comportamento, 
defeitos, virtudes, personalidade, caráter, preferências. Portanto, dizer que uma 
pessoa é simpática/antipática, mentirosa, misteriosa, traiçoeira, falsa/confiável, 
determinada, pessimista/otimista, segura/insegura, triste/alegre, destemida/covarde, 
inteligente/estúpida são características psicológicas que os personagens podem 
apresentar numa narrativa. 
Por fim, cabe lembrar que nem sempre as características psicológicas das 
personagens aparecem de modo explícito no texto, assim como as características 
físicas. Muitas das características psicológicas podem ser percebidas por meio de 
inferências (deduções), a partir da análise das ações, falas e comportamentos das 
personagens. 
 
 
Aula 2: Como são descritos os personagens? 
 
15 
 
 
1) Observe com bastante atenção as imagens a seguir. A partir delas, preencha o 
quadro com as características físicas de cada personagem do romance “Vidas Secas”. 
 
Resposta comentada: 
Caro tutor, nesta atividade, o aluno deve guiar-se pelas imagens das personagens 
para fazer a descrição física delas. É apenas uma forma de os alunos compreenderem 
como podem ser identificadas as características físicas. Entretanto, as características 
físicas apontadas nessa atividade podem não corresponder às características 
descritas pelo narrador na obra. 
 
Personagens Características físicas 
Fabiano 
 
http://www.festlatinosp.com.br/2013/filme_vidas_secas.php 
 
Moreno, estatura mediana, 
magro, possui barba, rugas no 
rosto, usa roupas simples e 
surradas, camisa branca, 
chapéu de couro, carrega um 
facão nas mãos. 
Sinhá Vitória 
 
http://www.exopto.com/ 
Morena, cabelos pretos e 
lisos, lábios carnudos, usa um 
véu branco sobre a cabeça. 
Menino mais velho Moreno, magro, cabelos 
castanhos, usa pouca roupa, 
pés descalços. 
 
Atividade Comentada 2 
 
16 
 
http://www.palmeiraespirita.com.br/files/vidas_secas.htm 
Baleia 
 
http://expirados.com.br/loja/products/Vidas-Secas-%252d-
1963.html 
Cachorra malhada de branco e 
amarelo, pelos curtos, magra. 
 
2) Agora, propomos que você aponte uma característica psicológica de cada 
personagem que aparece no capítulo “Mudança” da aula anterior. Após, transcreva 
uma ação vivenciada por cada uma das personagens e que se relacione com a 
característica que você indicou. 
Resposta comentada: 
Personagem Característica psicológica Fragmento do texto 
 
Fabiano 
 
 
Rude, grosseiro. 
“- Anda, condenado do diabo, gritou-
lhe o pai.” 
“Não obtendo resultado, fustigou-o 
com a bainha da faca de ponta.” 
“O pirralho não se mexeu, e Fabiano 
desejou matá-lo.” 
 
Sinhá Vitória 
 
 
Protetora 
 
“Sinha Vitória acomodou os filhos, 
que arriaram como trouxas, cobriu-os 
com molambos.” 
 
Menino mais 
velho 
 
Medo, temor 
 
“Mas o pequeno esperneou acuado, 
depois sossegou, deitou-se, fechou os 
olhos.” 
 
Baleia 
 
 
Solidária 
 
“Iam-se amodorrando e foram 
despertados por Baleia, que trazia nos 
dentes um preá.” 
 
17 
 
Nesta aula, vamos estudar a importância de inferir, ou seja, deduzir, concluir, 
identificar o sentido com que uma palavra desconhecida está sendo usada num texto. 
Esta habilidade de leitura – inferir o significado de palavras desconhecidas no 
texto – é de extrema importância para uma leitura eficiente, uma vez que, em muitos 
momentos, você precisará ler um texto e compreendê-lo sem, contudo, dispor de um 
dicionário ou internet para pesquisar o significado de possíveis termos desconhecidos. 
Vamos fazer um rápido exercício para você compreender melhor como é possível 
deduzir o significado de uma palavra a partir do contexto em que ela está inserida. 
Observe o seguinte título de um texto: 
 
Como dirimir o trabalho infanto-juvenil no Brasil. 
 
(Disponível em: http://inez-nerez.blogspot.com.br/2012/06/como-dirimir-o-trabalho-infanto-
juvenil.html) 
 
Repare que há, nesse título, uma palavra que pode ser estranha para você: 
dirimir. 
 
Inicialmente, para que seja possível chegar a alguma conclusão sobre o possível 
significado da palavra “dirimir”, procure reconhecer: 
1) O tema que está sendo anunciado no título do texto. Percebeu que 
certamente o texto irá tratar de algo relacionado ao trabalho infanto-juvenil? 
2) Em seguida, procure refletir em torno do contexto em que a palavra 
“dirimir” aparece; pense que relação de sentido essa palavra estabelece com o 
tema que será abordado no texto, o trabalho infantil. 
3) Agora já é possível imaginar o significado de “dirimir”: extinguir, acabar, fazer 
cessar, abolir, resolver, solucionar, entre outros. 
 
 
Aula 3: Palavras desconhecidas no texto 
 
18 
Além dessa estratégia de análise do contexto, você também provavelmente 
utilizou seu conhecimento de mundo para chegar ao possível significado do termo 
desconhecido. Você já leu, já ouviu pessoas comentarem, já assistiu na TV reportagens 
ou até mesmo teve uma aula na escola sobre os prejuízosacarretados pelo trabalho 
infantil. Sendo assim, você não imaginaria que “dirimir” poderia apresentar um 
significado diferente de “extinguir”, “resolver”, pois seria no mínimo estranho alguém 
ser a favor do trabalho infantil nos dias de hoje, escrever sobre isso e principalmente, 
publicar na internet. 
 
Agora você vai ler um fragmento do terceiro capítulo de “Vidas Secas”, 
intitulado “Cadeia”. Pela primeira vez aparece a figura do soldado amarelo, que mais 
tarde voltará simbolizando a autoridade do governo. Também, pela primeira vez, 
insinua-se a ideia de que não é apenas a seca que faz de Fabiano e sua família pessoas 
animalizadas. Ele é preso sem qualquer motivo e torna a analisar sua situação de 
homem-bicho. Só que, desta vez, não tem mais coragem de sonhar com um futuro 
melhor. No final do capítulo, Fabiano está ciente de sua condição de homem vencido 
e, pior ainda, sem ilusões com relação à vida de seus filhos. 
 
CADEIA 
Aí certificou-se novamente de que o querosene estava batizado e decidiu beber 
uma pinga, pois sentia calor. Seu Inácio trouxe a garrafa de aguardente. Fabiano virou 
o copo de um trago, cuspiu, limpou os beiços a manga, contraiu o rosto. Ia jurar que a 
cachaça tinha água. Por que seria que seu Inácio botava água em tudo? perguntou 
mentalmente. Animou-se e interrogou o bodegueiro: 
- Por que é que vossemecê bota água em tudo? 
Seu Inácio fingiu não ouvir. E Fabiano foi sentar-se na calçada, resolvido a 
conversar. O vocabulário dele era pequeno, mas em horas de comunicabilidade 
enriquecia-se com algumas expressões de seu Tomás da bolandeira. Pobre de seu 
 
Atividade Comentada 3 
 
19 
Tomás. Um homem tão direito sumir-se como cambembe, andar por este mundo de 
trouxa nas costas. Seu Tomás era pessoa de consideração e votava. Quem diria? 
Nesse ponto um soldado amarelo aproximou-se e bateu familiarmente no 
ombro de Fabiano: 
- Como é, camarada? Vamos jogar um trinta-e-um lá dentro? Fabiano atentou 
na farda com respeito e gaguejou, procurando as palavras de seu Tomás da bolandeira: 
- Isto é. Vamos e não vamos. Quer dizer. Enfim, contanto, etc. É conforme. 
Levantou-se e caminhou atrás do amarelo, que era autoridade e mandava. 
Fabiano sempre havia obedecido. Tinha muque e substância, mas pensava pouco, 
desejava pouco e obedecia. 
Atravessaram a bodega, a corredor, desembocaram numa sala onde vários 
tipos jogavam cartas em cima de uma esteira. 
- Desafasta, ordenou o polícia. Aqui tem gente. 
Os jogadores apertaram-se, os dois homens sentaram-se, o soldado amarelo 
pegou o baralho. Mas com tanta infelicidade que em pouco tempo se enrascou. 
Fabiano encalacrou-se também. Sinha Vitória ia danar-se, e com razão. 
- Bem feito. 
Ergueu-se furioso, saiu da sala, trombudo. 
- Espera aí, paisano, gritou o amarelo. 
Fabiano, as orelhas ardendo, não se virou. Foi pedir a seu Inácio os troços que 
ele havia guardado, vestiu o gibão, passou as correias dos alforjes no ombro, ganhou a 
rua. 
Repetia que era natural quando alguém lhe deu um empurrão. 
Outro empurrão desequilibrou-o. Voltou-se e viu ali perto o soldado amarelo, 
que o desafiava, a cara enferrujada, uma ruga na testa. Mexeu-se para sacudir o 
chapéu de couro nas ventas do agressor. Com uma pancada certa do chapéu de couro, 
aquele tico de gente ia ao barro. Olhou as coisas e as pessoas em roda e moderou a 
indignação. Na catinga ele às vezes cantava de galo, mas na rua encolhia-se. 
- Vossemecê não tem direito de provocar os que estão quietos. 
- Desafasta, bradou o polícia. 
E insultou Fabiano, porque ele tinha deixado a bodega sem se despedir. 
 
20 
- Lorota, gaguejou o matuto. Eu tenho culpa de vossemecê esbagaçar os seus 
possuídos no jogo? 
Engasgou-se. A autoridade rondou por ali um instante, desejosa de puxar 
questão. Não achando pretexto, avizinhou-se e plantou o salto da reiuna em cima da 
alpercata do vaqueiro. 
- Isso não se faz, moço, protestou Fabiano. Estou quieto. Veja que mole e 
quente é pé de gente. 
O outro continuou a pisar com força. Fabiano impacientou-se e xingou a mãe 
dele. Aí o amarelo apitou, e em poucos minutos o destacamento da cidade rodeava o 
jatobá. 
- Toca pra frente, berrou o cabo. 
Fabiano marchou desorientado, entrou na cadeia, ouviu sem compreender uma 
acusação medonha e não se defendeu. 
- Está certo, disse o cabo. Faça lombo, paisano. 
Fabiano caiu de joelhos, repetidamente uma lâmina de facão bateu-lhe no 
peito, outra nas costas. Em seguida abriram uma porta, deram-lhe um safanão que o 
arremessou para as trevas do cárcere. A chave tilintou na fechadura, e Fabiano ergueu-
se atordoado, cambaleou, sentou-se num canto, rosnando: 
- Hum! hum! 
Disponível em http://www.diciomario.com.br/vidas_secas_101.html Acesso em 16 set. 2013. 
 
1) Desde o primeiro capítulo de “Vidas Secas”, você deve ter se deparado com várias 
palavras desconhecidas. Entretanto, é possível deduzir o significado de muitas delas ao 
considerar o contexto em que aparecem. A partir disso, aponte os possíveis 
significados dos termos destacados nos fragmentos a seguir. Uma dica: procure voltar 
ao texto e ler o parágrafo onde o termo se encontra. Assim, facilita a identificação do 
seu significado. 
 
a) “Atravessaram a bodega, a corredor, desembocaram numa sala onde vários tipos 
jogavam cartas.” 
Resposta comentada: entraram, adentraram, alcançaram, chegaram. 
b) “- Desafasta, ordenou o polícia. Aqui tem gente.” 
http://www.diciomario.com.br/vidas_secas_101.html
 
21 
Resposta comentada: afasta, saia do caminho, abra espaço. 
c) “Sinha Vitória ia danar-se, e com razão.” 
Resposta comentada: irritar-se, zangar-se. 
d) “Com uma pancada certa do chapéu de couro, aquele tico de gente ia ao barro.” 
Resposta comentada: cairia ao chão, tombaria. 
e) “A chave tilintou na fechadura...” 
Resposta comentada: balançou e produziu som, fez barulho. 
 
2) Você deve ter percebido que o fragmento do capítulo “Cadeia” traz algumas 
expressões bastante populares utilizadas na linguagem coloquial, aquele nível de 
linguagem que usamos com nossos amigos e familiares, em situações que não exigem 
formalidade. Observe os trechos transcritos a seguir e explique o significado de cada 
termo destacado, considerando-se o contexto em que aparecem. 
 
a) Aí certificou-se novamente de que o querosene estava batizado e decidiu beber 
uma pinga, pois sentia calor. 
Resposta comentada: Acréscimo de água ao querosene para aumentar o lucro nas 
vendas. 
b) Tinha muque e substância, mas pensava pouco, desejava pouco e obedecia. 
Resposta comentada: Músculo. 
c) Na catinga ele às vezes cantava de galo, mas na rua encolhia-se. 
Resposta comentada: Mandar, ser valente, comandar. 
d) - Lorota, gaguejou o matuto. 
Resposta comentada: Bobagem, conversa sem fundamento, mentira. 
e) Em seguida abriram uma porta, deram-lhe um safanão que o arremessou para as 
trevas do cárcere. 
Resposta comentada: Tapa, empurrão, ato violento. 
 
3) O capítulo “Cadeia” conta como aconteceu a prisão de Fabiano. Leia o capítulo 
novamente, identifique os elementos dessa parte da narrativa e preencha o quadro 
seguir. 
 
 
22 
Resposta comentada: 
Personagens Fabiano e o soldado amarelo 
Conflito O soldado amarelo prende e agride Fabiano sem motivo, abusa de 
seu poder de autoridade policial. 
Espaço Bodega ou botequim e cadeia ou prisão. 
Tempo Embora não esteja explícito, depreende-se que essa parte da 
narrativa aconteceu em algumas horas. 
Narrador Onisciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Caro aluno, nesta aula 4, vamos estudar um dos aspectos mais importantes da 
leitura que é a identificação de sentidos implícitos nos textos. 
Em muitos momentos, ao lermos um texto, temos a impressão de extrair dele 
algumas informações que não estavam escritas, mas tudo nos levava àquela conclusão. 
Certamente, isso já lhe aconteceu, pois essa situação é muito comum.Ser capaz de 
perceber informações “escondidas”, subentendidas ou pressupostas nos textos 
constitui-se uma habilidade essencial de leitura. Mas, para realizar uma leitura 
eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos, uma vez 
que leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas “entrelinhas”. Muitos textos 
exploram de forma produtiva informações implícitas, porque, de fato, para atingir os 
efeitos que se deseja, torna-se necessário trabalhar num nível mais profundo de 
leitura. 
Nos capítulos de “Vidas Secas” que temos estudado até aqui, há vários 
momentos em que informações implícitas são veiculadas pelo narrador, sem que, no 
entanto, estejam escritas letra por letra. A compreensão dessas informações 
subentendidas é condição essencial para se garantir um bom nível de leitura do 
romance. Dessa forma, em várias situações, aquilo que não é dito, mas apenas 
sugerido, importa muito mais do que aquilo que é dito abertamente. 
Vamos ver um pouco mais sobre isso na atividade a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 4: Nas entrelinhas: descobrindo os sentidos 
 
24 
 
1) Vamos relembrar um trecho do capítulo “Mudança”. Releia: 
 
“Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado, 
morrera na areia do rio, onde haviam descansado, à beira de uma poça: a fome 
apertara demais os retirantes e por ali não existia sinal de comida. Baleia jantara os 
pés, a cabeça, os ossos do amigo, e não guardava lembrança disto.” 
 
Repare que, nesse fragmento, há uma informação explícita e outra informação 
implícita a respeito do fato que ocorrera ao papagaio. Com base nisso, responda: para 
quem o papagaio serviu de comida? Explique. 
Resposta comentada: O papagaio serviu de comida não só para baleia, como aparece 
explicitamente no texto (“Baleia jantara os pés, a cabeça, os ossos do amigo...”), mas 
também para toda a família. Essa informação não aparece explícita no texto, mas 
podemos depreendê-la, uma vez que a causa da morte do papagaio não foi fome ou 
sede. Se fosse, provavelmente teria sido informado pelo narrador. Se considerarmos 
o trecho “...a fome apertara demais os retirantes e por ali não existia sinal de 
comida.”, entende-se que o papagaio foi comido pela família porque eles estavam 
com muita fome e não havia comida por perto. Outra confirmação de que a família 
comeu o papagaio encontra-se novamente na passagem: “Baleia jantara os pés, a 
cabeça, os ossos do amigo...”. Baleia jantou apenas os pés, a cabeça e os ossos, mas 
não a carne, que certamente serviu de alimento para a família. 
 
2) Leia o último parágrafo do capítulo Baleia: 
 
“Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as 
mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam 
com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de 
preás, gordos, enormes.” 
 
Atividade Comentada 4 
 
25 
Disponível em http://veja.abril.com.br/blog/todoprosa/antologia/que-cena-a-morte-de-baleia-em-
vidas-secas/ Acesso em 17 set. 2013. 
 
O que podemos deduzir do sonho de Baleia? O que ela imagina existir? 
Resposta comentada: Imagina a existência de um mundo feliz após a morte, um 
mundo dos cachorros, cheio de preás gordos, um mundo farto, sem seca, sem 
privações e sofrimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Nesta aula, você vai aprender a identificar as principais características que 
diferenciam e aproximam os gêneros crônica, conto e romance. 
Mas você pode estar se perguntando: o que, afinal, distingue crônica, conto e 
romance? Veja, na tabela, as seguintes definições para cada um dos gêneros 
narrativos. 
Crônica Conto Romance 
A crônica se caracteriza 
por ser um texto curto, 
leve, que geralmente 
aborda temas do cotidiano 
e, devido à sua atualidade, 
geralmente é veiculada no 
meio jornalístico. 
Uma crônica pode contar, 
comentar, descrever ou 
ainda analisar um fato. 
 
É uma narrativa mais curta 
que o romance e que tem 
como característica central 
condensar um único 
conflito, tempo, espaço e 
reduzir o número de 
personagens. 
É uma espécie de flash da 
vida das personagens 
É uma narrativa longa, que 
habitualmente envolve um 
número maior de 
personagens complexos, 
maior número de conflitos, 
tempo e espaço mais 
aprofundados. 
É possível classificar o 
romance quanto à sua 
temática: de amor, de 
aventura, de memórias, 
policial, histórico, ficção 
científica, psicológico, etc. 
 (GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. São Paulo: Ática, 2006.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 5: Diferença entre crônica, conto e romance 
 
27 
 
Agora, você vai ler último capítulo de “Vidas Secas”. Com a nova seca, Fabiano 
juntou todas as coisas, a sua família e seguiu caminho. Mais uma vez estavam de 
mudança. Como não queria confronto com o patrão, fugira de madrugada, mas não 
sabia para onde iria, sabia apenas que tinha que prosseguir. 
 
Capítulo XIII – Fuga 
A vida na fazenda se tornara difícil. Sinhá Vitória benzia-se tremendo, manejava 
o rosário, mexia os beiços rezando rezas desesperadas. Encolhido no banco do copiar, 
Fabiano espiava a catinga amarela, onde as folhas secas se pulverizavam, trituradas 
pelos redemoinhos, e os garranchos se torciam, negros, torrados. No céu azul as 
últimas arribações tinham desaparecido. Pouco a pouco os bichos se finavam, 
devorados pelo carrapato. E Fabiano resistia, pedindo a Deus um milagre. Mas quando 
a fazenda se despovoou, viu que tudo estava perdido, combinou a viagem com a 
mulher, matou o bezerro morrinhento que possuíam, salgou a carne, largou-se com a 
família, sem se despedir do amo. Não poderia nunca liquidar aquela dívida exagerada. 
Só lhe restava jogar-se ao mundo, como negro fugido. 
Saíram de madrugada. Sinhá Vitória meteu o braço pelo buraco da parede e 
fechou a porta da frente com a tramela. Atravessaram o pátio, deixaram na escuridão 
o chiqueiro e o curral, vazios, de porteiras abertas, o carro de bois que apodrecia, os 
juazeiros. Ao passar junto às pedras onde os meninos atiravam cobras mortas, Sinhá 
Vitória lembrou-se da cachorra Baleia, chorou, mas estava invisível e ninguém 
percebeu o choro. 
Desceram a ladeira, atravessaram o rio seco, tomaram rumo para o sul. Com a 
fresca da madrugada, andaram bastante, em silêncio, quatro sombras no caminho 
estreito coberto de seixos miúdos - os meninos à frente, conduzindo trouxas de roupa, 
Sinhá Vitória sob o baú de folha pintada e a cabaça de água, Fabiano atrás, de facão de 
rasto e faca de ponta, a cuia pendurada por uma correia amarrada ao cinturão, o aio a 
tiracolo, a espingarda de pederneira num ombro, o saco da matalotagem no outro. 
 
Atividade Comentada 5 
 
28 
Caminharam bem três léguas antes que a barra do nascente aparecesse. Fizeram alto. 
E Fabiano depôs no chão parte da carga, olhou o céu, as mãos em pala na testa. 
Arrastara-se até ali na incerteza de que aquilo fosse realmente mudança. Retardara-se 
e repreendera os meninos, que se adiantavam, aconselhara-os a poupar forças. A 
verdade é que não queria afastar-se da fazenda. A viagem parecia-lhe sem jeito, nem 
acreditava nela. Preparara-a lentamente, adiara-a, tornara a prepará-la, e só se 
resolvera a partir quando estava definitivamente perdido. Podia continuar a viver num 
cemitério? Nada o prendia aquela terra dura, acharia um lugar menos seco para 
enterrar-se. Era o que Fabiano dizia, pensando em coisas alheias: "o chiqueiro e o 
curral, que precisavam conserto, o cavalo de fábrica, bom companheiro, a égua alaza, 
as catingueiras, as panelas de losna, as pedras da cozinha, a cama de varas. E os pés 
dele esmoreciam, as alpercatas calavam-se na escuridão. “Seria necessário largar 
tudo?”As alpercatas chiavam de novo no caminho coberto de seixos. Agora Fabiano 
examinava o céu, a barra que tingiao nascente, e não queria convencer-se da 
realidade. Procurou distinguir qualquer coisa diferente da vermelhidão que todos os 
dias espiava, com o coração aos baques. As mãos grossas, por baixo da aba curva do 
chapéu, protegiam-lhe os olhos contra a claridade e tremiam. 
Os braços penderam, desanimados. 
- Acabou-se. 
Disponível em: 
http://www.portaleducarbrasil.com.br/Userfiles/P0001/File/Vidas_secas_de_Graciliano_Ramos.pdf 
Acesso em set. 2013. 
 
 
1) Você deve se lembrar da estrutura clássica da narrativa: apresentação ou exposição, 
complicação, clímax e desfecho. A que parte do enredo pertence o Capítulo XIII – 
Fuga? Explique. 
Resposta comentada: O Capítulo XIII – Fuga é o último capítulo e constitui o desfecho 
da obra. Nesse capítulo, continua a saga da família fugindo da seca e em busca de 
melhores condições de vida. 
 
2) Por que Fabiano resolveu deixar a fazenda? Explique. 
Resposta comentada: Porque já havia chegado outra grande seca e tudo na fazenda 
estava praticamente perdido. 
http://www.portaleducarbrasil.com.br/Userfiles/P0001/File/Vidas_secas_de_Graciliano_Ramos.pdf
 
29 
3) Por que Fabiano foi embora, de madrugada, sem, sequer, despedir do fazendeiro? 
Resposta comentada: Porque estava devendo o dono da fazenda e não poderia pagá-
lo. 
 
4) Ao abandonar a fazenda e reiniciar sua peregrinação fugindo da seca, que 
sentimento impulsiona Fabiano a buscar um lugar melhor para viver? Comprove sua 
resposta com uma passagem do capítulo XIII. 
Resposta comentada: Fabiano tinha esperança de encontrar um lugar melhor para 
viver. “Nada o prendia aquela terra dura, acharia um lugar menos seco para 
enterrar-se.” 
 
5) O capítulo XIII – “Fuga” e o capítulo I – “Mudanças” apresentam uma semelhança 
em relação às ações das personagens, isto é, uma marca constante no enredo e que 
fica ainda mais evidente nesses dois capítulos. Aponte essa semelhança na narrativa. 
Resposta comentada: Os dois capítulos narram a peregrinação da família em busca 
de um lugar com melhores condições de vida e sobrevivência. Foram inúmeras as 
tentativas de fuga feita pela família, pois eles tinham necessidade de fugir da seca 
para sobreviver. A saga da família começa no capítulo “Mudanças”, perpassa todo o 
enredo e retorna no capítulo “Fuga” com a mesma esperança do primeiro capítulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Lembra-se de quando você estudou no caderno anterior os gêneros crônica e 
conto? Certamente você deve ter percebido que esses gêneros apresentam 
características semelhantes e distintas em relação ao romance. Uma dessas diferenças 
diz respeito à estrutura e à temática mais complexa nos romances. Para entender 
melhor essas diferenças, você irá ler, a seguir, exemplos desses três gêneros. Então, 
releia a crônica “O homem trocado” e o conto “Por que o cachorro foi morar com o 
homem” que você já estudou no caderno anterior a este. Não se lembra destes textos? 
Não tem problema. Eles estão aqui e podem ser relidos com calma por você. Considere 
também os capítulos de “Vidas Secas” que você já leu neste caderno e observe as 
particularidades da crônica, do conto e do romance. 
 
Texto 1 - Crônica 
O homem trocado 
 
O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de 
recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem. 
- Tudo perfeito - diz a enfermeira, sorrindo. 
- Eu estava com medo desta operação... 
- Por quê? Não havia risco nenhum. 
- Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos... 
E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca de 
bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca 
entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Descoberto o erro, 
ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira mãe, pois o pai 
abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê 
chinês. 
- E o meu nome? Outro engano. 
- Seu nome não é Lírio? 
- Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e... 
 
Aula 6: Registrando as diferenças 
 
31 
Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. 
Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O 
computador se enganara, seu nome não apareceu na lista. 
- Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mês 
passado tive que pagar mais de R$ 3 mil. 
- O senhor não faz chamadas interurbanas? 
- Eu não tenho telefone! 
Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram 
felizes. 
- Por quê? 
- Ela me enganava. 
Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que 
não fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer: 
- O senhor está desenganado. 
Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma 
simples apendicite. 
- Se você diz que a operação foi bem... 
A enfermeira parou de sorrir. 
- Apendicite? - perguntou hesitante. 
- É. A operação era para tirar o apêndice. 
- Não era para trocar de sexo? 
Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/MjMxNDk5/ Acesso em 08 ago. 2013. 
 
Texto 2 – Conto 
Por que o cachorro foi morar com o homem 
 
O cachorro, que todos dizem ser o melhor amigo do homem, vivia antigamente 
no meio do mato com seus primos, o chacal e o lobo. 
Os três brincavam de correr pelas campinas sem fim, matavam a sede nos 
riachos e caçavam sempre juntos. 
Mas, todos os anos, antes da estação das chuvas, os primos tinham dificuldades 
para encontrar o que comer. A vegetação e os rios secavam, fazendo com que aos 
animais da floresta fugissem em busca de outras paragens. 
 
32 
Um dia, famintos e ofegantes, os três com as línguas de fora por causa do forte 
calor, sentaram-se à sombra de uma árvore para tomarem uma decisão. 
– Precisamos mandar alguém à aldeia dos homens para apanhar um pouco de 
fogo - disse o lobo. 
– Fogo?- perguntou o cachorro. 
– Para queimar o capim e comer gafanhotos assados - respondeu o chacal com 
água na boca. 
– E quem vai buscar o fogo?- tornou a perguntar o cachorro. 
– Você!- responderam o lobo e o chacal, ao mesmo tempo, apontando para o 
cão. 
De acordo com a tradição africana, o cão, que era o mais novo, não teve outro 
jeito, pois não podia desobedecer a uma ordem dos mais velhos. Ele ia ter que fazer a 
cansativa jornada até a aldeia, enquanto o lobo e o chacal ficavam dormindo numa 
boa. 
O cachorro correu e correu até alcançar o cercado de espinhos e paus pontudos 
que protegia a aldeia dos ataques dos leões. A notícia, e das cabanas saía um cheiro 
gostoso. O cachorro entrou numa delas e viu uma mulher dando de comer se distrair 
para ele pegar um tição. 
Uma panela de mingau de milho fumegava sobre uma fogueira. Dali, a mulher, 
sem se importar com a presença do cão, tirava pequenas porções e as passava para 
uma tigela de barro. 
Quando terminou de alimentar o filho, ela raspou o vasilhame e jogou o resto 
do mingau para o cão. O bicho, esfomeado, devorou tudo e adorou. Enquanto comia, a 
criança se aproximou e acariciou o seu pêlo. Então, o cão disse para si mesmo: 
– Eu é que não volto mais para a floresta. O lobo e o chacal vivem me dando 
ordens. Aqui não falta comida e as pessoas gostam de mim. De hoje em diante vou 
morar com os homens e ajudá-los a tomar conta de suas casas. 
E foi assim que o cachorro passou a viver junto aos homens. E é por causa disso 
que o lobo e chacal ficam uivando na floresta, chamando pelo primo fujão. 
 
BARBOSA, Rogério Andrade. Histórias Africanas para contar e recontar. 
Disponível em: http://docenciaonlinesaberespedagogicos.blogspot.com.br/2012/10/alguns-contos-
africanos.html Acesso em 11 ago. 2013. 
http://docenciaonlinesaberespedagogicos.blogspot.com.br/2012/10/alguns-contos-africanos.html
http://docenciaonlinesaberespedagogicos.blogspot.com.br/2012/10/alguns-contos-africanos.html33 
 
Agora, preencha o quadro a seguir e registre as diferenças existentes entre a 
crônica “O homem trocado”, o conto “Por que o cachorro foi morar com o homem” e o 
romance “Vidas secas”. 
 
CRÔNICA (O homem trocado) CONTO (Por que o cachorro 
foi morar com o homem) 
ROMANCE (Vidas Secas) 
Qual a trama? 
Um homem, que a vida toda 
vivenciou enganos, se interna 
para fazer uma simples cirurgia 
de apêndice, mas acaba sendo 
submetido, equivocadamente, 
a uma cirurgia de mudança de 
sexo. 
 
A mando do chacal e do 
lobo, o cão vai até a aldeia 
dos homens pegar fogo. 
Chegando lá, o cão é bem 
tratado por uma mulher e 
seu filho. O cachorro decide, 
então, viver ao lado dos 
humanos porque era mais 
bem tratado por eles do que 
por seus parentes. 
Uma família de retirantes 
caminha pelo sertão em 
busca de uma vida melhor. 
Enfrenta grandes 
dificuldades como fome, 
sede, a falta de um lugar 
para de estabelecer. Depois 
de muito caminharem, os 
retirantes encontram uma 
casa aparentemente 
abandonada, mas logo chega 
o dono, para quem Fabiano 
começa a trabalhar e por 
quem é explorado. 
Desiludida, a família deixa a 
fazenda e recomeça sua 
peregrinação pelo sertão em 
busca de um lugar melhor 
para viver. 
Onde ocorre a trama (espaço)? 
No hospital. 
 
 
 
Na floresta. No sertão nordestino. 
Quando ocorre a trama (tempo)? 
 
Não há indicação precisa, mas 
percebe-se que a narrativa se 
passa em algumas horas. 
 
Não há indicação precisa, 
mas percebe-se que 
acontecera há muitos anos. 
 
Não há indicação precisa de 
tempo. Parece que a trama 
dura alguns meses. Há mais 
presença do tempo 
psicológico do que 
cronológico. 
Quais os personagens da trama? 
 
O homem e a enfermeira. 
 
 
 
O cachorro, o chacal, o lobo 
e os homens. 
Fabiano, Sinhá Vitória, a 
cachorra Baleia, o menino 
mais novo, o menino mais 
velho, o papagaio, o 
fazendeiro ou patrão, Seu 
Tomás da bolandeira, Seu 
 
Atividade Comentada 6 
 
34 
Inácio, o soldado amarelo. 
Qual o desfecho da trama? 
O homem descobre que 
novamente foi vítima de um 
engano e passou por uma 
cirurgia de mudança de sexo. 
 
 
 
O cão, ao ser bem tratado 
pelos humanos, decide viver 
ao lado destes e abandona 
seus parentes. 
Fabiano foge da fazenda 
onde trabalhava e vai 
novamente seguir sua 
peregrinação no sertão em 
busca de um lugar melhor 
para viver. 
É possível dar continuidade à história? Como você imagina essa continuidade? 
Resposta pessoal: é possível 
que os alunos imaginem uma 
continuação para a trama. O 
professor deve apenas estar 
atento para avaliar se essa 
continuação estará coerente 
com o restante da narrativa. 
 
Resposta pessoal: talvez seja 
possível que os alunos 
imaginem uma continuação 
para a trama. O professor 
deve estar atento para 
avaliar se essa continuação 
estará coerente com o 
restante da narrativa. 
 
Nos romances, o enredo é 
organizado de forma 
circular. Ao concluir a 
história, o autor não permite 
o acréscimo de outras ações 
paralelas à trama, pois a 
história está organizada em 
uma estrutura fechada e 
qualquer acréscimo 
descaracterizaria a obra . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
Caro, Professor Aplicador, sugerimos algumas diferentes formas de avaliar as turmas 
que estão utilizando este material: 
 
1° Possibilidade: 
 As disciplinas nas quais os alunos participam da Avaliação do Saerjinho, pode-se utilizar 
a seguinte pontuação: 
 Saerjinho: 2 pontos 
 Avaliação: 5 pontos 
 Pesquisa: 3 pontos 
 
As disciplinas que não participam da Avaliação do Saerjinho, podem utilizar a 
participação dos alunos durante a leitura e execução das atividades do caderno como 
uma das três notas. Neste caso teríamos: 
 
 Participação: 2 pontos 
 Avaliação: 5 pontos 
 Pesquisa: 3 pontos 
 
Caro(a) aluno(a), 
Agora que você estudou as seis aulas deste bimestre, está preparado para 
testar os conhecimentos adquiridos ao longo destas quatro semanas! A seguir, você 
deverá responder às questões propostas. Elas foram formuladas, de acordo com as 
habilidades trabalhadas neste caderno. Bom trabalho e boa prova! 
Nas questões a seguir, propomos que você leia outro fragmento de “Vidas 
Secas” para poder respondê-las. 
Leia o Capítulo VI – O menino mais velho – para responder às questões de 1 a 3. 
 
 
 
 
Avaliação 
 
 
36 
Capítulo VI – O menino mais velho 
Animara-se a interrogar Sinhá Vitória porque ela estava bem-disposta. Explicou 
isto a cachorrinha com abundância de gritos e gestos. Ele nunca tinha ouvido falar em 
inferno. (...) Sinhá Vitória, distraída, aludiu vagamente a certo lugar ruim demais, e 
como o filho exigisse uma descrição, encolheu os ombros. O menino foi à sala 
interrogar o pai, encontrou-o sentado no chão, com as pernas abertas, desenrolando 
um meio de sola. - Bota o pé aqui. A ordem se cumpriu e Fabiano tomou medida da 
alpercata: deu um traço com a ponta da faca atrás do calcanhar, outro adiante do 
dedo grande. Riscou em seguida a forma do calçado e bateu palmas: - Arreda. O 
pequeno afastou-se um pouco, mas ficou por ali rondando e timidamente arriscou a 
pergunta. Não obteve resposta, voltou à cozinha. (...) Naquele dia a voz estridente de 
Sinhá Vitória e o cascudo no menino mais velho arrancaram Baleia da modorra e 
deram-lhe a suspeita de que as coisas não iam bem. Foi esconder-se num canto, por 
detrás do pilão, fazendo-se miúda entre cumbucos e cestos. (...) O pequeno sentou-se, 
acomodou nas pernas a cabeça da cachorra, pôs-se a contar-lhe baixinho uma história. 
Tinha um vocabulário quase tão minguado como o do papagaio que morrera no tempo 
da seca. Valia-se, pois, de exclamações e de gestos, Baleia respondia com o rabo, com 
a língua, com movimentos fáceis de entender. (...) Como não sabia falar direito, o 
menino balbuciava expressões complicadas, repetia as sílabas, imitava os berros dos 
animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na catinga, roçando-se. 
Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra, com certeza importante (...) Não 
acreditava que um nome tão bonito servisse para designar coisa ruim. (...) Achava as 
pancadas naturais quando as pessoas grandes se zangavam, pensava até que a zanga 
delas era a causa única dos cascudos e puxavantes de orelhas. Está convicção tornava-
o desconfiado, fazia-o observar os pais antes de se dirigir a eles. (...) A cadelinha 
chegou-se aos pulos, cheirou-o, lambeu-lhe as mãos e acomodou-se. Como era 
possível haver estrelas na terra? Entristeceu. Talvez Sinhá Vitoria dissesse a verdade. O 
inferno devia estar cheio de jararacas e suçuaranas, e as pessoas que moravam lá 
recebiam cocorotes, puxões de orelhas e pancadas com bainha de faca. 
Disponível em http://textolivre.com.br/livre/24886-vidas-secas-de-graciliano-ramos-carcara-cega-mata-
e-come-mas-nao-os-comeram Acesso em 28 set. 2013. 
 
 
 
http://textolivre.com.br/livre/24886-vidas-secas-de-graciliano-ramos-carcara-cega-mata-e-come-mas-nao-os-comeram
http://textolivre.com.br/livre/24886-vidas-secas-de-graciliano-ramos-carcara-cega-mata-e-come-mas-nao-os-comeram
 
37 
1) No trecho “(...) - Bota o pé aqui. A ordem se cumpriu e Fabiano tomou medida da 
alpercata (...)” há presença do discurso direto. Assinale a alternativa que apresenta a 
transposição INCORRETA do trecho em destaque para o discurso indireto. 
a) (...) Fabiano mandou que o filho botasse o pé lá. 
b) (...) O pai havia dito para o filho colocar o pé ali. 
c) (...) Fabiano ordenou ao filho que botasse o pé aí. 
d) (...) O pai disse ao menino que botasse o pé no local indicado. 
Resposta comentada: A resposta correta é letra C. 
Em “– Bota o pé aqui.”, foi utilizado o modo imperativo “bota” e o advérbio “aqui”. Na 
transposição do discurso direto para o indireto, é necessário que se acrescente um 
verbo dicendi para indicar que a fala é do narrador (“mandou”, “havia dito”, “disse”). 
Além disso, a forma verbal “bota” vai para o imperfeitodo subjuntivo (“botasse”) ou 
pode ser substituída pela forma “para colocar o pé”, sem prejuízo de sentido. O 
advérbio “aqui” é substituído pelos advérbios “lá” e “ali” ou também pelo adjunto 
adverbial de lugar “no lugar indicado”. Entretanto, o advérbio “aí” não está adequado 
porque remete a um lugar em que se encontra o personagem no momento de sua 
fala. Como o personagem teve sua fala “traduzida” pelo narrador (discurso indireto), o 
advérbio foi incorretamente utilizado. Dessa forma, as alternativas A, B e D estão 
corretas quanto à passagem do discurso direto para o indireto. 
 
2) Nesse capítulo, fica evidente que uma das características psicológicas mais marcantes 
do menino mais velho era a 
a) inteligência. 
b) curiosidade. 
c) obediência. 
d) doçura. 
Resposta comentada: A resposta correta é letra B. 
No capítulo VI, fica evidente que o menino mais velho é curioso, procura saber das 
coisas. Ele quer saber o significado da palavra “inferno” e pergunta ao pai e à mãe. 
Não há indicação de que, por ser curioso, ele era necessariamente inteligente. Por 
isso, a resposta da letra A está incorreta. As alternativas C e D também não se 
sustentam no texto. Não há pistas de que o menino seja “doce” ou “obediente”. 
 
38 
3) Em qual das passagens a seguir evidencia-se a presença de um narrador onisciente, 
aquele que revela os sentimentos e pensamentos das personagens? 
a) “Ele nunca tinha ouvido falar em inferno.” 
b) “A ordem se cumpriu e Fabiano tomou medida da alpercata (...)” 
c) “Como era possível haver estrelas na terra? Entristeceu. Talvez Sinhá Vitoria 
dissesse a verdade.” 
d) “O pequeno sentou-se, acomodou nas pernas a cabeça da cachorra, pôs-se a contar-
lhe baixinho uma história.” 
Resposta comentada: A resposta correta é a letra C. 
Nas alternativas A, B e D, fica claro que o narrador limitou-se apenas a contar as ações 
da personagem. Não houve nessas opções nenhum tipo de informação sobre as 
emoções ou pensamentos dela. Já na letra C, o narrador transmite para o leitor um 
pensamento (“Como era possível haver estrelas na terra?”, “Talvez Sinhá Vitoria 
dissesse a verdade.”) e um sentimento da personagem (“Entristeceu”). 
 
4) O termo “romance” pode apresentar vários significados. Assinale a alternativa que 
melhor caracteriza o romance como um gênero literário, tal como “Vidas Secas”. 
 
a) “O negócio do romance está se tornando rapidamente em uma indústria 
multibilionária, e a ilha de Grand Bahama encontrou uma forma de fazer dinheiro 
nesse nicho de crescente de mercado. Butiques exclusivas como o hotel Old Bahama 
Bay, na ponta oeste de Grand Bahama, e o Pelican Bay, em Lucaya, têm feito 
casamentos encantadores e pacotes de lua-de-mel desenhados para seduzir a maioria 
dos casais com seus gostos e necessidades distintas.” 
(Disponível em: http://www.bahamasturismo.com.br/bahamas/noticias_show/1 Acesso em 02 out. 
2013.) 
 
b) “Encontram-se agrupadas sob a designação de línguas românicas todas aquelas que 
tiveram a sua origem no Latim, em particular no Latim Vulgar, e a partir dele 
evoluíram. (...) a partir do século V, motivado pela invasão dos povos bárbaros a 
unidade linguística desfez-se, dando origem a diferentes falares, os romances, que 
correspondiam à contaminação do latim vulgar por diversos substratos e superstratos. 
Entre os romances que se formaram entre o século V e o século X, temos o castelhano, 
http://www.bahamasturismo.com.br/bahamas/noticias_show/1
 
39 
o leonês, o galo-provençal, o romance lusitânico, do qual o português é um 
prolongamento.” 
(Disponível em http://esjmlima.prof2000.pt/hist_evol_lingua/R_GRU-D.HTM Acesso em 02 out. 2013.) 
 
c) “Romance é uma forma literária do gênero narrativo literário que transpõe para a 
ficção a experiência humana. Suas características são a narrativa longa, geralmente 
dividida em capítulos, os personagens variados e complexos em torno das quais 
acontece a história principal e também histórias paralelas a essa, pode apresentar 
espaço e tempo variados. 
Disponível em http://obelletrista.wordpress.com/2012/10/10/conceito-e-caracteristicas-do-romance/ 
Acesso em 02 out. 2013. 
 
d) “Um primeiro olhar nesses números pode até levar a concluir que não, a amizade 
não existe - é sempre um romance fracassado ou dormente. Mas especialistas dizem 
que é justamente por causa dessa atração que a amizade pode surgir. Na verdade, 
mesmo quando não há envolvimento sexual, pode haver atração.” 
Disponível em: http://super.abril.com.br/cotidiano/namoro-ou-amizade-535998.shtml 
Resposta comentada: 
O significado de “romance” que melhor define a obra “Vidas Secas” encontra-se na 
letra C e diz respeito ao gênero literário. As opções A e D apresentam o sentido do 
termo “romance” como relacionamento amoroso entre pessoas, amor. Já na letra B, 
o conceito de “romance” diz respeito às diversas línguas que se originaram do latim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://esjmlima.prof2000.pt/hist_evol_lingua/R_GRU-D.HTM
http://super.abril.com.br/cotidiano/namoro-ou-amizade-535998.shtml
 
40 
 
 
 Caro professor aplicador, para esta atividade, sugerimos que divida a turma em 
grupos. 
Se possível, permita que os alunos acessem a sala de informática ou consultem 
jornais, revistas e livros na sala de leitura da escola para dinamizarem o trabalho com 
novas possibilidades de fontes de pesquisa. 
Bom trabalho para vocês! 
 
Para esta atividade, é importante que você organize grupos com os seus 
colegas. Se possível, pesquise na sala de informática ou em jornais, revistas e livros na 
sala de leitura da escola. 
Bom trabalho para vocês! 
 
O romance foi escrito em 1938 e narra em 13 capítulos a história de uma típica 
família de nordestinos brasileiros, sobreviventes das secas. A história passa-se no semi-
árido do nordeste brasileiro, iniciando com a “Mudança” e terminando com a “Fuga”. 
O leitor tem a impressão de que a saga da família é circular: as mesmas dificuldades 
que a família enfrenta durante todo o livro ainda se repetirão diversas vezes em sua 
constante peregrinação. 
A partir dessas informações, pesquise na internet ou em outras fontes as 
seguintes informações: 
1. O enredo de Vidas Secas 
Resposta comentada: 
Uma família de retirantes caminha pelo sertão em busca de uma vida melhor. 
Enfrenta grandes dificuldades como fome, sede, a falta de um lugar para de 
estabelecer. Depois de muito caminharem, os retirantes encontram uma casa 
aparentemente abandonada, mas logo chega o dono, para quem Fabiano começa a 
trabalhar e por quem é explorado. Desiludida, a família deixa a fazenda e recomeça 
sua peregrinação pelo sertão em busca de um lugar melhor para viver. 
 
Pesquisa 
 
41 
2. Qual o problema social que permeia Vidas Secas? 
Resposta comentada: 
A obra denuncia a pobreza excessiva, a miséria e as dificuldades pelas quais passam 
os sertanejos nordestinos. 
 
3. Contexto histórico de Vidas Secas. 
Resposta comentada: 
O livro Vidas Secas foi escrito em 1938, menos de dez anos após a Crise de 1929, em 
uma época em que os efeitos ainda podiam ser notados. Levando a população a 
temer seus efeitos em longo prazo. Neste sentido, o autor buscava denunciar as 
condições de miséria na qual se encontrava a grande maioria dos nordestinos. 
4. Pesquise fotos sobre a seca de 2013 no nordeste brasileiro. 
5. De posse das informações e das fotos, é hora de montar o painel. Cole algumas fotos 
e abaixo delas coloque as informações pesquisadas sobre Vidas Secas. Ao término, 
reflita com seus colegas de grupo sobre o seguinte questionamento: o que mudou de 
1938 para 2013 para a população nordestina? 
Resposta comentada: o aluno pode trazer fotos de jornais, revistas ou retirar da 
internet. Após a seleção, colar as fotos em cartolina e expor no mural da sala. 
Quanto ao questionamento, o aluno deve chegar à conclusão de que pouco mudou 
para a vida do nordestino em termos de enfrentamentoda seca, da miséria e de 
outros problemas sociais. Será ainda proveitoso que eles ampliem a reflexão para 
todo o país. 
 
Caro tutor, aproveite a oportunidade do estudo do romance “Vidas Secas”, e 
recomende a leitura integral da obra, certamente disponível na biblioteca da escola e 
também por meio da internet, como pelo link: 
http://colegioconexaoserradamesa.com.br/public/material/material_1ano_em_livro_v
idassecas.pdf 
 
 
http://colegioconexaoserradamesa.com.br/public/material/material_1ano_em_livro_vidassecas.pdf
http://colegioconexaoserradamesa.com.br/public/material/material_1ano_em_livro_vidassecas.pdf
http://colegioconexaoserradamesa.com.br/public/material/material_1ano_em_livro_vidassecas.pdf
 
42 
 
 
[1] ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M.; PONTARA, Marcela. 
Português: contexto, interlocução e sentido. São Paulo: Moderna, 2010. 2º vol., p. 174-
230. 
[2] Brasil, Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da educação: SAEB: 
ensino médio: matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília: MEC, SAEB; Inep, 
2008. 
[3] CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens. V. 
2, ensino médio. 7. ed. ref. São Paulo: Saraiva, 2010. 
[4] GANCHO, Candida Vilares. Como analisar narrativas. São Paulo: Ática, 2006. 
[5] ILARI, Rodolfo. Introdução à semântica: brincando com a gramática. 5 ed. São 
Paulo: Contexto, 2004. 
[6] KOCH, Ingedore. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 
2006. 
[7] MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. 3. 
ed. São Paulo: Parábola, 2008, p. 233. 
[8] (Org.) Editora Moderna. Projeto Araribá. Português 7ª série. São Paulo: Ed. 
Moderna, 2006. 
[9] PLATÃO, Francisco; FIORIN, José Luiz. Para entender o texto: leitura e redação. 10. 
ed. São Paulo: Ática, 1995. 
[10] Rio de Janeiro. Secretaria de Estado de Educação. Orientações Pedagógicas para o 
9º ano do Ensino Fundamental – 1º e 2º ciclos do 3º bimestre. Rio de Janeiro, 2013. 
[11] Rio de Janeiro. Secretaria de Estado de Educação. Roteiro de Atividades para o 9º 
ano do Ensino Fundamental – 1º e 2º ciclos do 3º bimestre. Rio de Janeiro, 2013. 
 
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Referências 
 
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COORDENADORES DO PROJETO 
 
Diretoria de Articulação Curricular 
 
Adriana Tavares Maurício Lessa 
 
Coordenação de Áreas do Conhecimento 
 
Bianca Neuberger Leda 
Raquel Costa da Silva Nascimento 
Fabiano Farias de Souza 
Peterson Soares da Silva 
Marília Silva 
 
PROFESSORES ELABORADORES 
Andréia Alves Monteiro de Castro 
Aline Barcellos Lopes Plácido 
Flávia dos Santos Silva 
Gisele Heffner 
Leandro Nascimento Cristino 
Lívia Cristina Pereira de Souza 
Tatiana Jardim Gonçalves 
 
 
Equipe de Elaboração

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