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* DEFINIÇÃO Mehta e Hill, 2004 “ A ventilação mecânica não-invasiva (VNI) se refere a uma das formas de ventilação mecânica pulmonar que im- plementa uma técnica que não requer uma via aérea artificial endotraqueal ou cânula de traqueostomia.” Década de 60 : Pressão positiva + intubação endotraqueal = condutas de rotina para insuficiência respiratória VNI = evitar complicações da VMI : Instituição precoce Menor necessidade de sedação Menor índice de infecções (método não-invasivo) e menor índice de mortalidade Preserva vias aéreas superiores = condiciona o ar Reduz taxa de permanência de internações prolongadas = alternativa de redução do custo HISTÓRICO Keenan et al, 2000 CPAP- Pressão positiva na inspiração e na expiração, com os mesmos valores (IPAP= EPAP) Bi-level- Pressão positiva na inspiração e na expiração, com valores diferentes (IPAP> EPAP) MODOS VENTILATÓRIOS Doenças obstrutivas: DPOC, Asma Brônquica, Fibrose cística, Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono(SAOS) Doenças Restritivas: Deformidades da caixa torácica, doenças neuromusculares, hipoventilação pela obesidade Doenças do parênquima pulmonar: Pneumonia em paciente com AIDS, Pneumonias infecciosas, SARA Doença cardiogênica: Edema pulmonar agudo Am J Resp Crit Care Med vol163.540-577, 2001 INDICAÇÕES Aliviar os sinais e sintomas : Melhorar a PA, FC, FR e SpO2 Reduzir o trabalho respiratório e cardiovascular : Promover aumento da complacência e higiene brônquica Expandir áreas de colapso alveolar Redistribuir a água extravascular Abolir a PEEP intrínseca Melhorar ou estabilizar a troca gasosa : Reverter hipoxemia e hipercapania Otimizar o conforto do paciente : Minimizar o esforço respiratório respiratório Paliativo na dispnéia (Nava et al. Chest 2006;129(5):1391) Aumento da tolerância ao esforço EFEITOS FISIOLÓGICOS Mehta e Hill, 2001 EFEITOS FISIOLÓGICOS Síndrome da Apnéia do Sono : colapsos de vias aéreas superiores Reprogramação do centro respiratório DPOC : PEEP intrínseca PaCO2 Edema agudo pulmonar : ↑ fluxo sanguíneo linfático lactato pressão de capilar pulmonar Insuficiência cardíaca : pré-carga de AD, AE e VE pós-carga de VE EFEITOS FISIOLÓGICOS Doença Neuromuscular : hipoventilação noturna deformidades torácicas fadiga muscular diurna Pós-operatórios (POI ao 7º dia) : ↑ complacência pulmonar infecções e atelectasias re-intubações Associação com o exercício : acidemia ↑ tolerância ao esforço CONTRA INDICAÇÕES ABSOLUTAS Hipoxemia e hipercapnia refratárias por mais de 2h- ph <7,25 Instabilidade hemodinâmica ou pós- PCR Fadiga muscular respiratória Pneumotórax não drenado Higiene brônquica ineficaz Trauma ou cirurgia de face recente Hemoptise ou epistaxe Obstrução de VAS Encefalopatias com alteração do nível de consciência IMOS( Insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas) Am J Resp Care Med vol 163, pp 540-577, 2001 II Consenso Brasileiro de VM, 2000 Síndrome do pânico/ incooperação Necessidade de FIO2 elevada Intolerância/ má adaptação à interface PO de trato digestivo alto Período pós prandial Tubos nasogástricos Obesidade mórbida CONTRA INDICAÇÕES RELATIVAS II Consenso Brasileiro de VM, 2000 Passo 1: Identificar os pacientes que necessitam de assistência ventilatória A) Sinais e sintomas de insuficiência respiratória aguda: Moderada a severa dispneia, aumento do esforço respiratório FR> 24 irpm, uso de musculatura acessória, respiração paradoxal B) Anormalidades na troca gasosa: PaCO2>45 mm Hg, ph< 7,35 PaO2/FIO2<200 Passo 2: Excluir os pacientes com alto risco do uso da VNI A) Parada respiratória B) Instabilidade hemodinâmica( choque hipotensivo, isquemia cardíaca não controlada, arritmias) C) Incapacidade de proteger as vias aéreas( com tosse ineficaz, disfagias) D) Excesso de secreções pulmonares E) Incooperativos ou agitados F) Trauma facial, queimadura, cirurgias faciais recentes, anormalidades anatômicas que interfiram no uso da máscara Diretrizes para seleção de pacientes DPOC e com insuficiência respiratória aguda (IRA) candidatos à VNI PROTOCOLO PARA SE INICIAR A VNI NA IRA Paciente no leito ou na cadeira com 30 graus de angulação Selecionar a interface e o ventilador Evitar excessiva tensão do fixador Conectar a interface ao circuito e este ao ventilador Iniciar com pressão e volumes baixos no modo espontâneo - IPAP entre 8 e 10 cmH2O - EPAP de 4-5 cmH2O - Volume de 6 a 8ml/kg Aumentar gradualmente, de acordo com a tolerância, alívio da dispneia, queda da FR e boa sincronia com o ventilador: - IPAP ( a cada 2 cmH2O, no máximo 20 cmH2O) - EPAP(em 1-2 cmH2O até 10 cm H2O ) - VC ( 10 a 15 ml/ Kg) PROTOCOLO PARA SE INICIAR A VNI NA IRA Oferecer suplementação de O2 para manter Sat>90% Checar vazamentos, ajuste do fixador Oferecer umidificação Considerar leve sedação Avaliar a gasometria arterial após 30 min Se não houver melhora em 2h= IOT + VMI Conforto Interface bem ajustada Sincronia paciente-ventilador Uso musculatura acessória Sinais vitais Oximetria contínua Gasometria arterial periódica MONITORIZAÇÃO Hill. Respir Care 2004; 49(1): 72-89 VENTILADORES NÃO INVASIVOS Menor custo comparado aos ventiladores invasivos Compensam perdas Utilizam apenas energia elétrica Não necessitam de ar comprimido e/ou O2 para funcionamento Marcas disponíveis no mercado: Respironics, ResMed, Breas Schönhofer et al, 2001 INTERFACES Formato triangular ou pronga Material: plástico, gelatina ou silicone Pode possuir escape para exalação do ar Melhor tolerada = desconforto e claustrofobia Permite alimentação e expectoração Diminuem o espaço morto = 105 ml Mais empregada com o suporte pressórico Meduri et al, 2001 Antonelli et al, 2000 Nasal Envolve nariz e boca Boa para respiradores orais Espaço morto = 250 ml Preferida na insuficiência respiratória aguda; descrição ampla na literatura Maior aerofagia Schönhofer et al, 2001 Facial ou Oronasal Schönhofer et al. Eur Respir Monograph 2001 ; 16 : 259 - 273 VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS INTERFACES Aspectos Clínicos Faciais Nasais Vazamento bocal + - Respiração bocal + - Pressão nas vias aéreas + - Melhora PaO2 e PaCO2 + - Aspectos Clínicos Faciais Nasais Espaço morto - + Alimentação - + Expectoração - + Aspiração dieta - + Aerofagia - + Claustrofobia - + Conforto - + Custo - + Facial Facial total Menor espaço morto Menor retenção de CO2 Troca gasosa mais eficiente Antonelli M, 2004 Facial tipo Helmet ou capacete Maior tolerância Maior conforto Previne fuga aérea Maior espaço morto Risco de reinalação de CO2 INTERFACES Nasal : - Desconforto - Acne - Úlceras de pressão Liesching T, Hill N, Chest, 2003 Complicações Facial : - vazamento em olhos e boca - ressecamento de mucosa - dor em pontos de contato - reinalação de CO2 - úlceras de pressão - claustrofobia Envolvem as máscaras em 2 a 5 pontos NÃO HÁ CONSENSO SOBRE A MELHOR : Quantidade de pontos Tipo do rosto e integridade cutânea Material usado = alergias FIXAÇÕES Hill, 2004 Indicadores Qualitativos Diminuição da taxa de mortalidade Menor taxa de internações e da estadia hospitalar / UTI Menortaxa de intubação endotraqueal Melhora da qualidade do sono Melhora do cansaço Melhora da tolerância ao exercício RESULTADOS CPAP HIGHCOCK, M. et al. The Effect of Noninvasive Intermittent Positive-Pressure Ventilation During Exercise in Severe Scoliosis, 2003.
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