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Risco Cirúrgico Avaliação pré-operatória = avaliação clínica + avaliação anestésica AVALIAÇÃO CLÍNICA Anamnese + Exame físico (mais importante que exames complementares) - Tolerância ao exercício - Comorbidades, medicamentos em uso e alergias - Antecedentes Anestésicos e Cirúrgicos - Histórico de sangramentos e cicatrização. - Histórico familiar Avaliar via aérea - Classificação de Mallampati (prevenir IR. Via aérea difícil?) Avaliar necessidade de consulta com especialistas (compensar comorbidades antes da cirurgia é essencial) Índice revisado de Lee - prevê risco de morbidade cardíaca perioperatória - DAC - Doença Arterial Coronariana - ICC - Insuficiência Cardíaca Congestiva - AVC - Doença Cerebrovascular - Diabetes insulinodependente - Creatinina pré-op >2 mg/dL - Cirurgia de alto risco intrínseco (c. vascular, cirurgia emergencial em paciente chocado...) Classe I - Sem variável - risco de 0,4% Classe II - 1 variável - risco de 0,9% Classe III - 3 variáveis - risco de 7% Classe IV - >3 variáveis - risco de 11% Risco Cardíaco de Goldman - História Clínica > 70 anos - 5 pontos IAM < 6m - 10 pontos - Exame Físico B3, turgência jugular - 11 pontos Estenose de aorta - 3 pontos - ECG Ritmo não sinusal - 7 pontos Extrassístole ventricular (>5/min) - 7 pontos - Estado Geral Hipoxemia, Hipercapnia, Potássio baixo, Bicarbonato baixo, aumento de AST ou hepatopatia crônica - 3 pontos - Cirurgia Cirurgia intraperitoneal, intratorácica ou vascular - 3 pontos Cirurgia de Emergência - 4 pontos Imagem: Google - SanarFlix Classe I - 0 a 5 pontos. 0,9% de risco Classe II - 6 a 12 pontos. 7% de risco Classe III - 13 a 25 pontos. 16% de risco Classe IV - 26+ pontos. 63,3% de risco Risco Pulmonar Todo paciente submetido a cirurgia não cardíaca deve passar por avaliação pulmonar, especialmente se: ● Possuir ICC ● AVC ● DM insulinodependente ● Creatinina > 2 mg/dL Ausculta, RX de tórax, TC, espirometria fazem parte da avaliação de risco pulmonar; para prevenir complicações respiratórias. Classificação de Mallampati Avaliação com paciente sentado à frente do examinador. 1- Toda a orofaringe e ponta da úvula são visíveis. Pouca chance de haver VA difícil (entubar é mais fácil) 2- Obstrução parcial da úvula e pilares amidalianos 3- Dá pra visualizar palato mole, mas não se vê úvula e pilares amidalianos. 4- Só se visualiza palato duro. VA difícil! Entubar será mais difícil. ASA - Risco Anestésico Cirúrgico Riscos relacionados ao procedimento: Tempo de cirurgia > 4h ou cirurgia de emergência Perda de sangue > 1,5L durante a cirurgia Invasão de cavidades Anestesia geral ou bloqueio de neuroeixo Relacionados ao paciente Idade >70a Doença CV, pulmonar, metabólica, hepática, renal Baixa capacidade funcional (<4 mets) Instabilidade CV e respiratória (paciente grave, na UTI, por exemplo) ASA 1 - Paciente saudável ASA 2 - Doença sistêmica leve, como HAS controlada ASA 3 - Doença sistêmica grave, como ICC compensada ASA 4 - Doença sistêmica grave, que representa ameaça constante à vida (descompensada) ASA 5 - Paciente moribundo, risco de morte com ou sem a cirurgia ASA 6 - Paciente doador de órgãos; morte encefálica. EXAMES PRÉ-OPERATÓRIOS Quando pedir? Baixo risco - Paciente homem> 44 a; mulher> 54 anos Pacientes com comorbidades Cirurgias de alto risco Pacientes sem comorbidades (ASA 1) <45 anos - nenhum exame (em geral, se solicita sim na prática!) 45 - 54 anos - ECG para o sexo masculino 55 - 69 anos - ECG; Hemograma e plaquetas >70 anos - ECG; Hemograma e Plaquetas; Eletrólitos, creatinina, ureia e glicemia Mulheres em idade reprodutiva, solicitar beta-HCG na manhã da cirurgia Para tabagistas, solicitar ECG e RX de tórax. O exame clínico não pode ser substituído por exames complementares. Exames complementares devem ser solicitados apenas em casos selecionados. Em média, os exames são válidos por 3 a 6 meses. QUAL MEDICAÇÃO SUSPENDER NO PRÉ-OPERATÓRIO? Cumarínicos (varfarina) - suspender 5 dias antes. INR imediato no pré-operatório, menor do que 2. Introduzir heparina no lugar, e suspender 12h antes do procedimento; reintroduzindo 12 horas após o procedimento. Rivaroxabana - suspender de 2 a 3 dias. AAS (100 mg/dia) - Pode ser mantida, exceto em cirurgia cardíaca e neurocirurgia. Clopidogrel - Suspender entre 2 a 3 dias antes da cirurgia. O Clopidogrel aumenta o risco de sangramento intraop mais do que a aspirina! MANTER: Antihipertensivos (seja qual for a classe) até a manhã da cirurgia. A PA no intraoperatório é controlada pelo anestesiologista (em geral, é feita por beta-bloq IV). Após a cirurgia, paciente volta a tomar Antidiabéticos orais injetáveis não insulínicos - suspender no dia da cirurgia. Porém, a insulina deve ser feira e é usada pra controle glicêmico intra e pós-operatório. ISRS e antipsicóticos devem ser mantidos, dado risco de descompensação do quadro psiquiátrico. ISRS podem interferir na agregação plaquetária, podendo aumentar risco de sangramento. ATENÇÃO! Fitoterápicos podem causar distúrbios hemorrágicos graves! Ex: Ginko Biloba aumenta risco de sangramento. Na dúvida, paciente deve suspender o uso de fitoterápicos, que também podem prejudicar a cicatrização. Classificação das cirurgias Classe 1 - Cirurgia limpa. Sem trauma, sem inflamação e sem entrada em cavidades TGI, do trato urinário e respiratórias Classe 2 - Cirurgia potencialmente contaminada. Cirurgias envolvendo TGI, respiratório ou urinário; sem extravasamento de conteúdo Classe 3 - Cirurgia contaminada. Ferida traumática, extravasamento grosseiro de cavidades, infecção a distância (risco de bacteremia) e quebra da técnica asséptica Classe 4 - Cirurgia infectada ou suja. Infecção com supuração; perfuração de víscera; ferida traumática com necrose ou corpo estranho com inflamação. Antibioticoterapia Cirurgia limpa - não requer ATB profilático, exceto em caso de uso de material sintético, como próteses, e incisões em osso, cirurgia cardíaca, neuro e oftalmológicas (risco de complicação, mesmo que cirurgia seja limpa) Principais germes - S. aureus, S. coagulase negativo ATB - Cefazolina (Cefalosporina de primeira geração) Cirurgia contaminada e potencialmente contaminada: Requer ATB profilático Intervenções no íleo terminal, cólon e reto - implicando em ATB para anaeróbio e gram negativo Cefalosporina de 2 geração - cefoxitina ou associações quinolona + metronidazol cefazolina + metronidazol (bom pra anaeróbio) Qual o tempo para profilaxia com ATB? 30 min - primeira dose de ATB junto com a indução anestésica Segunda dose em um intervalo de metade da meia vida da droga Cefazolina - meia vida de 8 horas. Segunda dose deve ser 4 horas depois da primeira dose! Quando devemos parar a profilaxia? Depende da cirurgia! A ATB profilática não deve se estender por mais de 48h. Há exceções! Em alguns procedimentos, com menor risco de contaminação, a profilaxia só é feita durante o ato cirúrgico. Cirurgia infectada tem profilaxia? NÃO! Tem antibioticoTERAPIA. Pois já há infecção, que deve ser tratada.
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