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Hepatites Virais

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Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Guia de Vigilância em Saúde – MFC IV 
Hepatites virais 
 
Características gerais: 
As hepatites virais são causadas por diferentes vírus hepatotrópicos, que apresentam características 
epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas. 
Agentes etiológicos: 
HAV - família Picornaviridae 
HBV - família Hepadnaviridae 
HCV - família Flaviviridae 
HDV - família Deltaviridae 
HEV - família Hepeviridae 
Homem é o reservatório de ↑ importância epidemiológica. 
Modo de transmissão: 
Hepatites virais A e E: via fecal-oral. 
Hepatites B, C e D: sangue (via parenteral, percutânea, vertical), sexual (esperma, secreção vaginal). 
→ A transmissão pode ocorrer através de objetos contaminados (lâminas de barbear, alicates de unha, materiais 
para colocação de piercing e tatuagem, instrumentos para uso de substâncias injetáveis, inaláveis e pipadas), 
acidentes com exposição a material biológico, procedimentos cirúrgicos, odontológicos, hemodiálise, transfusão, 
endoscopia, entre outros. 
→ A transmissão vertical pode ocorrer no parto; o maior risco é para a hepatite B. Na hepatite C é menos frequente. 
 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Guia de Vigilância em Saúde – MFC IV 
Hepatites virais 
 
Manifestações clínicas: 
Após contato com o vírus, o indivíduo pode desenvolver hepatite aguda oligo/assintomática ou sintomática. Esse 
quadro agudo pode ocorrer na infecção por qualquer um dos vírus e possui seus aspectos clínicos e virológicos 
limitados aos primeiros 6 meses. 
✓ Hepatite aguda 
 • Período prodrômico ou pré-ictérico – ocorre após o período de incubação do agente etiológico e 
anteriormente ao aparecimento da icterícia. Os sintomas são inespecíficos: anorexia, náuseas, vômitos, 
diarreia ou, raramente, constipação, febre baixa, cefaleia, mal-estar, astenia e fadiga, aversão ao paladar 
e/ou olfato, mialgia, fotofobia, desconforto no hipocôndrio direito, urticária, artralgia ou artrite e exantema 
papular ou maculopapular. 
• Fase ictérica – com o aparecimento da icterícia, em geral, há diminuição dos sintomas prodrômicos. 
Observa-se hepatomegalia dolorosa, com ocasional esplenomegalia. 
• Fase de convalescença – segue-se ao desaparecimento da icterícia. A recuperação completa ocorre após 
algumas semanas, mas a fraqueza e o cansaço podem persistir por vários meses. 
 
✓ Hepatite crônica 
• Relacionada aos vírus B, C e D; 
• Detecção de material genético ou de antígenos virais por um período de 6 meses após o diagnóstico inicial; 
• Pode cursar de forma oligo/assintomática ou sintomática, normalmente com agravamento da doença 
hepática a longo prazo. Sinais histológicos de lesão hepática (inflamação, com ou sem fibrose) e marcadores 
sorológicos ou virológicos de replicação viral; 
Infecção crônica pelo HBV, sem manifestações clínicas, com replicação viral baixa ou ausente e que não apresentam 
alterações graves à histologia hepática → portadores assintomáticos → evolução tende a ser benigna. Vírus ainda 
pode ser transmitido, fator importante na propagação da doença. 
✓ Hepatite fulminante 
• Insuficiência hepática aguda, caracterizada pelo surgimento de icterícia, coagulopatia e encefalopatia 
hepática em um intervalo de até 8 semanas. 
• Condição rara e fatal (letalidade de 40 a 80% dos casos). 
• Fisiopatologia → degeneração e necrose maciça dos hepatócitos. Quadro neurológico progride para o 
coma ao longo de poucos dias após a apresentação inicial. 
 
Complicações 
 Casos crônicos de hepatite B, C e D: cirrose hepática e carcinoma hepatocelular; 
 Cronificação pelo vírus B: risco depende da idade. Em menores de 1 ano risco é de 90%, entre 1-5 anos varia entre 
20%-50%, e em adultos é cerca de 10%; 
 Cronificação pelo vírus C: varia entre 60%-90%, sendo maior no sexo masculino, imunodeficientes e maiores de 40 
anos; 
 Cronificação pelo vírus D: cronicidade alta na superinfecção cerca de 70% e baixa na coinfecção cerca de 5%. 
 
Diagnóstico laboratorial: 
Provas específicas: pesquisa inicial dos marcadores sorológicos e virológicos: 
 
✓ Hepatite A 
→Anti-HAV IgM: presença deste marcador define diagnóstico de hepatite aguda A. É detectado a partir do 
2º dia do início dos sintomas, e começa a declinar após 2ª semana, desaparecendo após 3 meses. 
 
→Anti-HAV IgG: presente na fase de convalescença e persiste indefinidamente, proporcionando imunidade 
específica ao vírus. Importante marcados epidemiológico para demonstrar prevalência de contato com o 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Guia de Vigilância em Saúde – MFC IV 
Hepatites virais 
 
HAV. Está presente em indivíduo vacinado contra Hepatite A. 
 
→Anti-HAV total: anticorpos contra HAV das classes IgM e IgG simultaneamente. 
 
 
 
✓ Hepatite B 
→HBsAg (antígeno de superfície do HBV): detectado em indivíduos com hepatite B crônica ou aguda. 
Juntamente com HBV-DNA, é um dos primeiros marcadores da infecção, detectável em torno de 30 a 45 dias 
após infecção; pode permanecer detectável por até 120 dias nos casos de hepatite aguda. 
Ao persistir por mais de 6 meses: infecção crônica. 
 
→Anti-HBc IgM (anticorpos da classe IgM contra o antígeno do capsídeo do HBV): marcador de infecção 
recente, surge 30 dias após o aparecimento do HBsAg. É encontrado por até 32 semanas após infecção. 
 
→Anti-HBc Total: anticorpos contra o vírus da hepatite B da classe IgG e IgM simultaneamente. 
 
→Anti-HBs (anticorpos contra o antígeno de superfície do HBV): presente em títulos de pelo menos 10UI/mL 
confere imunidade ao HBV. Surgimento associado ao desaparecimento do HBsAg → indicador de cura e 
imunidade. Presente isoladamente em pessoas que tomaram vacina contra HBV. 
 
→HBV-DNA: material genético do vírus; quantificação corresponde a carga viral; indicador direto da 
presença do vírus; monitoramento e acompanhamento da terapia antiviral. 
 
→HBeAg: antígeno da partícula “e” do vírus da hepatite B, marcador de replicação viral. 
 
→Anti-HBe: anticorpo específico contra o antígeno “e” do HBV. 
 
 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Guia de Vigilância em Saúde – MFC IV 
Hepatites virais 
 
 
 
 
✓ Hepatite C 
→Anti-HCV (anticorpo contra o HCV): indica contato prévio com o vírus. Detectado na infecção aguda ou 
crônica e no paciente curado (não diferencia a fase da doença). Após infecção, demora 8 a 12 semanas para 
der detectado, mantendo-se reagente indefinidamente. 
 
→HCV-RNA (RNA do HCV): material genético viral; presença é uma evidência da presença do vírus; 
diagnóstico complementar. Detectado entre uma a duas semanas após infecção. Quando não detectado → 
cura natural, clareamento viral, resposta sustentada ao tratamento. 
 
✓ Hepatite D 
→Anti-HDV total: anticorpos contra o vírus da hepatite D das classes IgM e IgG simultaneamente. 
 
→HDV-RNA: marcador de replicação viral, tanto na fase aguda como na fase crônica e como controle do 
tratamento. Detectado 14 dias após infecção. 
 
Formas de ocorrência na infecção pelo vírus da hepatite D: 
▪ Superinfecção – portador crônico do HBV infectado pelo HDV. 
▪ Coinfecção – infecção simultânea pelo HBV e HDV em indivíduo suscetível. 
 
 
 
✓ Hepatite E 
→Anti-HEV IgM: anticorpo específico para hepatite E em indivíduos infectados recentemente. Detectado 4 a 
5 dias após início dos sintomas e desaparecimento de 4 a 5 meses depois. 
 
→Anti-HEV IgG: anticorpo indicativo de infecção pelo HEV no passado. Está presente na fase de 
convalescença e persiste indefinidamente. 
 
→Anti-HEV total: IgG e IgM simultaneamente. 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Guia de Vigilância em Saúde – MFC IV 
Hepatites virais 
 
 
 
Prognósticos: 
Hepatite A: recuperação após 3 meses. Não possui forma crônica, mas podem ocorrer formas prolongadas e 
recorrentes, com aminotransferases permanecendo elevadas por meses. A forma fulminante apesar de rara, 
apresenta prognóstico ruim. Quadro clínico é mais intenso à medida em que se aumenta a idade do paciente; 
Hepatite B: hepatiteB aguda normalmente tem bom prognóstico, com resolução da infecção em cerca de 90%-95% 
dos casos (depende da idade). Menos de 1% evolui para forma fulminante. Cerca de 10% permanecem com HBsAg 
reagente por mais de 6 meses, caracterizando a fase crônica. Parte dos pacientes com hepatite crônica evoluem para 
cirrose ou carcinoma hepatocelular; 
Hepatite C: cura espontânea após infecção aguda pelo HCV ocorre em 25%-50% dos casos. A hepatite C é 
habitualmente diagnosticada na fase crônica, com sintomas escassos e inespecíficos. 
Hepatite D: maior risco de cronificação na superinfecção (70%) e risco menor na coinfecção (5%). Na coinfecção 
pode haver uma taxa maior de casos de hepatite fulminante. A superinfecção geralmente determina uma evolução 
mais rápida para cirrose; 
Hepatite E: não relatos de cronificação ou viremia persistente. Em gestantes é grave e pode apresentar formas 
fulminantes. A taxa de mortalidade em gestantes chega a 25%, especialmente no 3° trimestre. Abortos e mortes 
intrauterinas podem ocorrer em qualquer período da gestação. 
 
Características epidemiológicas: 
Doenças de notificação compulsória regular (em até 7 dias). 
Fontes de notificação: unidade de saúde, hemocentro e bancos de sangue, clínicas de hemodiálise, laboratórios, 
comunidade, creches, escolas... 
A melhoria das condições de higiene e de saneamento básico das populações, a vacinação contra o vírus da hepatite 
B e as novas técnicas moleculares de diagnóstico do vírus da hepatite C constituem fatores potencialmente 
associados às transformações no perfil dessas doenças. A heterogeneidade socioeconômica, a distribuição irregular 
dos serviços de saúde, a incorporação desigual de tecnologia avançada para diagnóstico e tratamento de 
enfermidades devem ser considerados na avaliação do processo endemoepidêmico das hepatites virais no Brasil. 
 
Medidas de prevenção e controle: 
Hepatites A e E: após identificação dos primeiros casos, estabelecer cuidados com o consumo de água, manipulação 
de alimentos e com condições de higiene e saneamento básico. 
 
Hepatites B, C e D: situações em que se suspeite de infecção coletiva – em serviços de saúde, fornecedores de 
sangue ou hemoderivados, em que não sejam adotadas as medidas de biossegurança –, investigar caso a caso, 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Guia de Vigilância em Saúde – MFC IV 
Hepatites virais 
 
buscando a fonte da infecção. Quando observada situação de surto, notificar à vigilância sanitária para a adoção de 
medidas de controle nos estabelecimentos. 
Orientação de instituições coletivas, como creches, pré-escolas e outras, sobre as medidas adequadas de higiene, 
desinfecção de objetos, bancadas e chão, utilizando-se hipoclorito de sódio 2,5% ou água sanitária. 
Lavagem e desinfecção, com hipoclorito de sódio, dos alimentos consumidos crus. 
Afastamento do paciente, se necessário, de suas atividades de rotina. Para os casos de hepatites A e E, essa situação 
deve ser reavaliada e prolongada em surtos em instituições que abriguem crianças sem o controle esfincteriano (uso 
de fraldas), onde a exposição e o risco de transmissão são maiores. 
Solicitação de exames no pré-natal (hepatite B). 
Solicitação de sorologia de hepatites para os doadores e receptores de órgãos. 
Transmissão sanguínea e sexual: orientação sobre a importância do não compartilhamento de objetos de uso 
pessoal (lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente, materiais de manicure e pedicure). Além disso, as 
pessoas que usam drogas injetáveis e/ou inaláveis devem ser orientadas sobre a importância do não 
compartilhamento de agulhas, seringas, canudos e cachimbos. 
O uso de preservativos é recomendado em todas as práticas sexuais. 
Imunização: 
Vacinas contra hepatite A e B. 
Indicação vacinal conforme as situações vacinais encontradas para as crianças menores de cinco anos de idade:
Vacina para hepatite B (recombinante) – recomendada de forma universal, a partir do nascimento. Aplicação da 
primeira dose nas primeiras 12-24 horas de vida (prevenção da transmissão vertical). 
Vacinação em crianças resulta em imunidade prolongada, mesmo com queda de anticorpos. A vacina é administrada 
em 3 doses e não são recomendadas dose de reforço. A vacina protege contra o HDV, visto que essa forma só ocorre 
em pessoas previamente infectadas pelo HBV. 
Vacinação contra Hepatite B deve ser completada com a vacina penta (difteria, tétano, pertussis, hepatite B 
recombinante e Haemophilus influenza B conjugada), aos 2, 4 e 6 meses de vida; 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Guia de Vigilância em Saúde – MFC IV 
Hepatites virais 
 
 Esquema vacinal a partir de 1 ano até 4 anos, 11 meses e 29 dias: três doses da vacina penta, com intervalo de 60 
dias entre as doses, mínimo de 30 dias. 
A partir de 5 anos sem esquema vacinal: 3 doses da vacina de hepatite B com intervalo de 30 dias entre a primeira e 
segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira; 
Para os que tiverem esquema vacinal incompleto, não reiniciar, apenas completar; 
Para gestantes de qualquer faixa etária e idade gestacional, recomenda-se aplicar 3 doses da vacina de hepatite B, 
considerando o histórico de vacinação anterior. Em RN de mães com hepatite B, aplicar vacina e imunoglobulina 
humana anti-hepatite B, preferencialmente nas primeiras 12 horas. Se acontecer, amamentação não é 
contraindicada. 
Imunoglobulina anti-hepatite B (IGHAB): indicada para pessoas não vacinadas ou com esquema incompleto, após 
exposição ao vírus da hepatite B.

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