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Arquitetura & Construção Ed 352 Julho 2016

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4 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
10 [ COMENTE ] Elogios, comentários e notícias das redes sociais.
14 [ VITRINE ] Cabine de banho com recursos para relaxamento; 
três versões originais de cobogó para enriquecer a decoração; 
nova linha de papéis de parede com estampas inéditas de apelo natural; 
cerâmica que confere efeito 3D aos ambientes; pendentes de material 
reciclado que lembram papel machê; e o design verde e inventivo 
dos projetos de paisagismo do escritório oficina2mais.
24 [ CENÁRIO ] Casa de campo britânica incorpora elementos 
geológicos da natureza local; móveis esculturais do artista 
plástico Michael Beitz distorcem os formatos tradicionais; 
Escola Britânica de Artes Criativas (Ebac) abre suas portas em 
prédio conceitual em São Paulo; e três refúgios de verão expostos 
na mostra de arquitetura Serpentine, em Londres.
30 [ VIVER ] Morada na Tailândia aproveita verticalmente 
o espaço para possibilitar o uso misto, quintal de skatista tem 
pista construída de forma sustentável e entrevista sobre 
a mobilidade de ontem e de hoje nas grandes cidades.
36 UM CASAMENTO PERFEITO Junto há 30 anos, o casal 
formado por dois arquitetos ergueu um recanto de campo 
marcado pela praticidade e pelo foco no essencial.
46 LIMPA GEOMETRIA Casa em Brasília explora as características 
da cidade ao lançar mão da horizontalidade e da arquitetura pura. 
54 OBRA ABERTA Seis ideias criativas e funcionais para 
transformar varandas de apartamento em espaços multiúso.
66 QUE ENTRE A LUZ Com uma transformação radical, o sobrado 
escuro e compartimentado deu lugar a uma morada clara e integrada.
74 PENSAMENTO REVERSÍVEL A reforma que permitiu a um 
apartamento de 80 m2 se modificar sempre que recebe visitas.
82 JARDIM DE ESTAR Complexo paisagístico concebido para acolher 
os convidados da residência com conforto e prazer sensorial.
86 TAMANHO FAMÍLIA Desenhado e construído por profissionais 
que incluíram até o irmão e o pai do proprietário, sobrado de tijolos 
e metal concilia clássico e contemporâneo.
92 MUITO ALÉM DA TRANSPARÊNCIA Vidros para sua obra? 
As novidades da 12ª edição da Glass South America, em São Paulo.
96 [ SUA OBRA ] As boas soluções de quatro ambientes 
tiram partido do vidro em diferentes funções e formas.
104 [ ENDEREÇOS ] Os contatos de marcas, fornecedores, 
lojas e profissionais citados nesta edição.
106 [ CRÔNICA ] Gilberto Belleza, presidente do Conselho de 
Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP), destaca 
a importância de contar com o trabalho de um arquiteto.
ANO 32 NO 8 JULHO DE 2016
SUMÁRIO
36
66
54
[ CAPA CACÁ BRATKE (FOTO) E EMERSON CAÇÃO (TRATAMENTO DE IMAGEM) ]
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CARTA AO LEITOR
6 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
Histórias verdadeiras, de gente que vive intensamente 
a experiência de construir uma casa, reformar ou 
planejar sua morada, são o nosso assunto, sempre
A REALIDADE 
COMO ELA É
Dizem que, em tempos difí-ceis, as pesso-as valorizam 
ainda mais os momentos 
desfrutados na companhia 
dos amigos e da família. 
Como não poderia deixar 
de ser, penso logo nos lu-
gares onde essa interação 
acontece. Existem cidades 
dotadas de espaços públi-
cos convidativos e aquelas 
onde a praia e a natureza próxima são cenários 
privilegiados para esses encontros. Em outras, 
nem tanto. São Paulo, por exemplo, é pródiga nas 
fórmulas privadas de convivência. Já há alguns 
anos, registra um fenômeno: os novos edifícios 
residenciais sobem com amplas varandas, cha-
madas “gourmet”. A ideia é oferecer uns metros 
a mais de área, que podem depois ser fechados 
pelo dono da unidade. O assunto gera polêmica, 
claro. Entram em cena o mercado imobiliário, o 
poder público, os condomínios, o zoneamento, as 
regras para alteração da fachada... Sem desconsi-
derar todos esses fatores, e sabendo que a varanda 
é ‘o’ ambiente do momento em muitas metrópoles 
verticalizadas, preparamos a reportagem Obra 
Aberta (pág. 54), com ideias 
originais para aproveita-
mento desses terraços. Os 
alertas fundamentais estão 
lá! Também destacamos na 
capa deste mês (a matéria 
completa chama-se Um Ca-
samento Perfeito, pág. 36) 
a casa de campo feita por 
uma dupla de arquitetos de 
renomado bom gosto, que 
abraçou a proposta de uma 
vida mais simples e investiu 
em praticidade – sem jamais perder o requinte.
Em tempo: aproveito para dar uma expli-
cação. Alguns leitores e colecionadores de A&C 
têm escrito à redação sobre a nova lombada da 
revista, que passou a ser do tipo canoa. Esclareço 
o jargão: isso corresponde a uma necessária redu-
ção de páginas. Perdemos o espaço usualmente 
destinado às discussões sobre urbanismo e mobi-
lidade, temas que pretendemos incluir no corpo 
principal da revista. No mais, o projeto editorial 
segue o mesmo: assuntos, pautas, reportagens, 
seções. Como eu disse no início deste texto, é a 
tal realidade. Esperamos em breve reconquistar 
o espaço momentaneamente suprimido, que faz 
falta para vocês e para nós da redação também.
JOANA L. BARACUHY 
EDITORA-CHEFE
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FE
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DIRETOR-SUPERINTENDENTE
Edgardo Martolio
DIRETORES CORPORATIVOS
Marketing: Luis Fernando Maluf
Editorial: Claudio Gurmindo (Núcleo Celebridades) e Pablo de la Fuente (Núcleos Novos Leitores e Mensais)
Publicidade: Luciana Jordão 
Circulação: Marciliano Silva Jr. 
Internet e Mídia Digital: Alan Fontevecchia
Finanças: Osmar Lara
Jurídico e RH: Wardi Awada
DIRETORES EXECUTIVOS
TI: Cícero Brandão
Arte: André Luiz Pereira da Silva
DIRETORES
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Escritório Rio de Janeiro: Claudio Uchoa (Editorial ) 
Arte: Juliana Cuttin (Núcleos Negócios, Bem-Estar, Casa & Mulher ) e Kika Gianesi (Núcleo Novos Leitores)
GERÊNCIAS
Circulação: Luciana Romano (Assinaturas)
Marketing Publicitário e Eventos: Mariana Kotait
Eventos: Walacy Prado
Finanças e Controle: Marina Bonagura
Tecnologia Digital: Nicholas Serrano
EDITOR DE IMAGEM
Fotografi a: César Alves (RJ )
(Lançada em 1984)
Editora-Chefe: Joana L. Baracuhy
Editores: Silvia Gomez e Renato Bianchi; Editora-Assistente: Lara Muniz; Editora Visual: Deborah Apsan; 
Repórter: Marília Medrado; Estagiária: Elena Caldini; Editora de Arte: Andrea Liguori; Designer: Gabriela Graná; 
Revisora: Bianca Albert; Publicidade: Katia Honório e Silzer Draghi (Executivos de Negócios)
 ÁREAS COMPARTILHADAS
FOTOGRAFIA: Priscilla Vaccari (Editora), Rogério Pallatta (SP), Cadu Pilotto e Fabrizia Granatieri (RJ); Amanda 
Loureiro, Mariana Sardinha, Ramiro Pereira, Samantha Ribeiro e Tainara Passos (Assistentes); CIRCULAÇÃO: 
Pablo Barreto; MARKETING PUBLICITÁRIO E EVENTOS: Adrian a Trujillo (Editora Assistente), Cauê Yuiti (Designer) 
e Murilo Bosi (Analista de Marketing); MARKETING: Caroline Ryna, Fernando Almeida, Nilton Vieira, Natalie 
Fonzar (Apoio) e Gustavo Mendes (Editor de Arte); TI: Carlos Almeida, Dirceu Bueno, Ricardo Jota e Victor Fontes 
(Assistentes); LOGÍSTICA: Anicley Lima, Daniel Ferreira e Ivo Santos; RECURSOS HUMANOS: Renê Santos (Consultor); 
ADMINISTRAÇÃO, FINANÇAS E CONTROLE: Alessandro Silva e Arthur Matsuzaki (Analistas), Manoel Leandro 
(Consultor); PROCESSOS: Henrique Pereira e Fernanda Wassermann; DEDOC: Marco Vianna; PREPRESS: Alexandre 
de Sousa, André Uva, Dorival Coelho, Emerson Luis Cação, Rodrigo Figuerola e Rogerio Veiga
INTERNET E MÍDIA DIGITAL
EDITOR: Ademir Correa; PUBLICIDADE VIRTUAL: Bruna Oliveira, Deborah Burmeister e Thays Panar (Executivas); 
PLANEJAMENTO: Roberta Covre (Gerente) e Anne Muriel (Analista); MARKETING DIGITAL: Victor Calazans (Analista)
REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA
SÃO PAULO: Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 1400, 13º andar, conjs. 131/132, Jardim Paulista, CEP 04543-
000, SP, Brasil, tel.: (11) 2197-2000, fax: (11) 3086-4738; RIO DE JANEIRO: Torre Rio-Sul,Rua Lauro Müller, 116, conjunto 
3105, 31º andar, CEP 22290-160, RJ, Brasil, tel.: (21) 2113-2200, fax: (21) 2543-1657; ESCRITÓRIO COMERCIAL BRASÍLIA: 
Edifício Le Quartier Bureau, SHN Quadra 1 Bloco A, S/N, 12ª andar - Sala 1209, Cep: 70701-010, Brasília, DF, Brasil, Tel: 
(61) 3536-5138 / (61) 3536-5139, e-mail: carasbrasilia@caras.com.br
ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 352 (ISSN 0104-1908), ano 32, nº 8, é uma publicação mensal da EDITORA CARAS. Edições 
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MELHORES EMPRESAS PARA COMEÇAR A CARREIRA | PRÊMIO BOLA DE PRATA | SEMANA DO BEM-ESTAR
EDITOR RESPONSÁVEL
 Wardi Awada
UM TERCO_MINHA CASA_69x274_28JUN.indd 1 28/06/2016 17:28:23
AQ352_EXPEDIENTE.indd 8 6/28/16 8:36 PM
10 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
facebook.com/arquiteturaeconstrucao
COMENTE
“MUITO ORGULHO 
COM A NOSSA 
CASA NA CAPA DE 
ARQUITETURA & 
CONSTRUÇÃO.”
REGINA STRUMPF, ARQUITETA, 
AUTORA DO PROJETO 
DESTACADO EM JUNHO
Abril de 2016
O autor do ambiente da pág. 85 da 
reportagem Tesouras à mostra é Eduardo 
Chalabi, do Zemel+Chalabi ARQUITETOS; e 
não Zemel + Arquitetos, como informado.
Junho de 2016
As fotos da reportagem Um passo 
acima (pág. 28) são de Cacá Bratke 
e não Evelyn Müller, como descrito.
Lances da vida
Muito boa a matéria do 
projeto da nossa casa 3.41. Parabéns.
@odvo_arquitetura, escritório 
autor do sobrado da pág. 80
CORREÇÃO
[ NO FACEBOOK ]
Comentários na rede
Sou fã de ARQUITETURA & 
CONSTRUÇÃO desde os anos 80, 
quando ainda era um menino. 
As capas me transportavam para 
aquele lugar misterioso aonde só a 
imaginação de uma criança é capaz 
de chegar. A cada nova matéria, esse 
menino se encontra em outro lugar.
Rogério Tavares
As matérias da capa e da 
construção em Campos do 
Jordão são exemplos de uma boa 
publicação de arquitetura.
Tulio Norte
[ NO INSTAGRAM ]
Percepções sobre a última revista 
Parabéns pelo trabalho.
@cristalpool
 
A capa está demais, adorei!
@herbertpinheiro
 
Top.
@abrolhos_engenharia
Linda foto e ótima matéria.
@estudiobola, sobre imóvel da pág. 68
Gazebo na serra
Suspiros para o refúgio da pág. 86
Que delícia.
@renatomedeirosarquitetura
 
Uau!
@luciolafelipe
Apartamento colorido
ATENDIMENTO AO LEITOR
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Kubitschek, 1400, 13o andar, CEP 
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São Paulo. De outras localidades, 
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VENDA DE CONTEÚDO
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textos e imagens publicados em 
ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO, 
acesse www.abrilconteudo.com.br
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12 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
COMENTE
[ ONLINE ]
Sem aperto
Compartilhe conosco as imagens do seu pequeno grande apê
Para a próxima edição de 
ARQUITETURA & CONS-
TRUÇÃO, estamos orga-
nizando uma reportagem 
especial sobre aparta-
mentos compactos. Além 
de soluções bacanas da-
das por arquitetos, quere-
mos saber: o que você fez 
para aproveitar melhor o 
pouco espaço? Usando 
as hashtags #meuapeta-
manhop e #revistaaec no 
Instagram, mostre para 
nós o seu cantinho. Ah, 
diga também quais são as 
medidas do ambiente. As 
ideias mais criativas serão 
publicadas em uma ma-
téria em nosso site! A sua 
participação é muito im-
portante para nós. Bora lá!
De arrancar suspiros e 
encher os olhos. Assim 
é o projeto assinado pelos 
arquitetos Alberto Lahós 
e Marco do Carmo. Além 
das fotos da reportagem 
Um Casamento Perfeito 
(pág. 36), há outros cliques 
exclusivos da residência 
marcada pela arquitetura 
simples e de rara beleza. 
Onde você confere es-
sas imagens extras? É só 
acessar: bit.ly/revistaaec.
Refúgio 
inspirador
Gostou da casa 
que estampa 
nossa capa este 
mês? Tem mais 
para você
FO
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S
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A
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K
E
Da cozinha ao banheiro. Da facha-
da ao jardim, além de revestimentos. 
Há várias referências entre os nossos 
boards para ajudá-lo a dar aquela re-
paginada na casa. Dá só uma olha-
da em: br.pinterest.com/revistaaec.
No Pinterest
Ideias para a reforma
@revistaaec @revistaaec arquitetura & construção /revistaaec
distribuição charmosa 
no apartamento de 
36 m2 decorado por 
gabriel valdivieso.
pedras filetadas 
cobrem a fachada 
rústica da casa de 
campo de autoria 
de alberto lahós e 
marco do carmo. 
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14 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO XXXXXXX 2016
Gigante dos metais sanitários chega à maturidade 
sustentável, tecnológico e com ênfase no design 
Brilho próprio
O cuidado com o meio ambiente, um dos pilares da marca sexa-
genária localizada em Joinville, SC, se apresenta logo na che-
gada ao parque fabril da empresa, que também vem chamando 
atenção e ganhando prêmios em outra ponta: o design de suas 
peças. É na área de 600 mil m2, dos quais 35% são � orestas pre-
servadas, que a criação de novos modelos da Docol ocorre, capi-
taneada pelo designer de produto Marcelo Alves. “O nosso ofício 
vai muito além da estética. Envolve funcionalidade e ergonomia 
que resultem numa peça bonita e capaz de atender às necessi-
dades do consumidor”, diz. Toda coleção nasce de um briefing, 
a partir do qual buscam-se referências visuais. Mas engana-
-se quem pensa haver no painel de imagens do profissional fo-
tos de torneiras e misturadores. “Busco outros elementos para 
me inspirar”, conta. Esboços, protótipos, apresentações, enge-
nharia, revisões de estrutura... Muito acontece até o metal bri-
lhar no final do processo, apresentando a almejada qualidade, 
tecnologia e o mínimo impacto na natureza. Confira um pou-
co desse processo e veja os itens mais recentes para banheiro.
REPORTAGEM MARÍLIA MEDRADO FOTOS ROGERIO PALLATTA
BASTANTE AUTOMATIZADA, A FÁBRICA 
CONTACOM ROBÔS QUE ACELERAM 
A PRODUTIVIDADE E GARANTEM O 
PADRÃO DE QUALIDADE – AGEM COMO 
VERDADEIROS BRAÇOS MECÂNICOS, 
PRECISOS E INCANSÁVEIS. 
RESÍDUO DO 
PROCESSO 
DE USINAGEM 
DAS PEÇAS, 
O CAVACO É 
REAPROVEITADO: 
DEPOIS DE SECO, 
É LEVADO PARA 
SER FUNDIDO 
NOVAMENTE. 
MARCELO ALVES, 
RESPONSÁVEL 
PELA ÁREA DE 
DESIGN. ABAIXO, 
CILINDROS DE 
LATÃO USADOS 
NA PRODUÇÃO 
DE PEQUENOS 
ACESSÓRIOS.
POR JOANA L. BARACUHY
VITRINE
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XXXXXXX 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 15 
RABISCOS E DESENHOS, 
PARTE DO PROCESSO DE 
CRIAÇÃO. SOBRE O PAPEL, 
REPOUSA O PROTÓTIPO E A 
VERSÃO FINAL DA MESMA 
TORNEIRA PARA LAVATÓRIO, 
DA LINHA ONI (R$ 1,8 MIL).
DA LINHA INDUSTRIAL, O MISTURADOR 
PARA LAVATÓRIO CUSTA CERCA DE R$ 1 430. 
OS ITENS DESSA COLEÇÃO SÃO INSPIRADOS 
NOS LOFTS AMERICANOS E MARCADOS 
PELA ESTÉTICA BRUTA E IMPERFEITA.
APÓS O 
BANHO DE 
GALVANIZAÇÃO, 
OS METAIS SÃO 
ANALISADOS E 
SELECIONADOS 
NA ÁREA À 
ESQUERDA DO 
CORREDOR. 
DAQUI, SEGUEM 
PARA A UNIDADE 
DE MONTAGEM.
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VITRINE
16 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
Em interpretações que variam do rústico ao 
geométrico, a peça-ícone da arquitetura 
brasileira enriquece a decoração
versões do cobogó
Muito além de manter a privacidade e assegurar boa luminosida-
de e ventilação natural aos ambientes, o elemento vazado vem 
assumindo o posto de peça curinga na hora de personalizar os 
espaços da casa. Os efeitos variam, como comprovam os lança-
mentos desta página. 1. De concreto, o Cobogó Raízes é assina-
do pela artista plástica e designer Ana Paula Castro. Há quatro 
opções (40 x 40 x 10 cm), que permitem paginar diferentes tra-
çados orgânicos. Da Linha Ideias Concretas, é vendido na Oficina 
de Ideias Ana Paula Castro por R$ 90 a unidade. 2. Vem do uni-
verso fashion a inspiração para o modelo cimentício Zig Zag (30 x 
30 x 8 cm), da Coleção Interativa. Assinado pela designer Ruth 
Fingerhut e produzido pela Resimix, sai a partir de R$ 123. Dispo-
nível nas cores Bali (foto), Branco, Gold, Preto e Rosadili. 3. Arte-
sanal, o Cobogó Mercúrio (17 x 17 x 7 cm) é composto de quatro 
tipos de argila, cuja mistura resulta nas oito tonalidades apre-
sentadas (esta é a natural). Fruto da parceria entre a Art.Base 
Arquitetura e Design e a Cerâmica Martins, vale R$ 11 cada um.
1
3
2
O NOME COBOGÓ NASCEU DAS INICIAIS DOS SOBRENOMES DE SEUS 
INVENTORES: OS ENGENHEIROS AMADEU OLIVEIRA COIMBRA, 
ERNESTO AUGUST BOECKMANN E ANTÔNIO DE GÓIS. É INSPIRADA 
NOS MUXARABIS QUE MARCAM A ARQUITETURA MOURA. 
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VITRINE
18 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
AS LUMINÁRIAS TÊM SOQUETE CERÂMICO E 
USAM LÂMPADA SOQUETE E27 (ROSCA COMUM).
A designer Valentina Carretta deu for-
ma aos lustres Egg of Columbus rea-
proveitando o que seria descartado. 
O resultado são cúpulas leves, de 22,5 
a 35 cm de diâmetro (cuja textura lem-
bra a de caixas de ovo), sustentadas por 
cabo revestido de tecido nas cores azul, 
amarela e vermelha. O clássico da grife 
italiana Seletti agora é vendido no Brasil 
pelo e-commerce da Entrenoz a R$ 222.
Luminárias levam 
o material reciclado
Feitas de papel
Cabine de banho oferece 
recursos para relaxar
Muito mais que um simples boxe, 
a Nexis Dual traz incrementos para 
deixar o momento da higiene pes-
soal ainda mais prazeroso. Além 
do assento de madeira, luzes de 
cromoterapia, sauna, entrada para 
MP3 e vapores distribuídos junto a 
dispenser de aromas constam do 
espaço encerrado por portas de 
vidro e perfis de metal cromado Da 
Novellini, R$ 56 878 na Interbagno.
Spa em casa
O COMPARTIMENTO MEDE 
90 X 170 X 242 CM E TEM 
TRAÇOS ELEGANTES.
COM DESIGN 
MINIMALISTA, 
O UTILITÁRIO FOI 
APRESENTADO 
DURANTE A 
MOSTRA DE 
COZINHAS QUE 
ACONTECE A 
CADA DOIS ANOS.
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O
Desembarca no próximo mês 
em território nacional o aces-
sório Portale, da marca italia-
na Valcucine, apresentado na 
Eurocucina 2016. Como o no-
me já diz, resume-se a uma 
espécie de pórtico funcional 
para ser colocado sobre a ban-
cada do tipo ilha, próprio para 
pendurar utensílios de cozinha 
com a ajuda de ganchinhos. 
Feito de alumínio pintado nas 
cores preta (foto) ou natural, 
alcança 3 m de comprimento e 
embute uma barra eletrificada, 
onde é possível conectar toma-
das e dispositivos com entrada 
USB. Preço conforme o projeto.
Chegando! De feira 
europeia para os 
gourmets locais
Direto 
de Milão
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VITRINE
20 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
[ PALETA DO ARQUITETO ]
6
Na cor preta, a luminária 
Re12, da Grado Iluminação, 
usa lâmpada halógena PAR 20 
de 50 W. Preço sob consulta.
A equipe da RF 
Serralheria adaptou 
as roldanas de ferro 
– cobertas com uma 
mistura de esmalte 
sintético azul (ref. 
5497, da Novacor) e 
cinza-escuro (ref. 55, 
da Novacor) e deu 
forma aos vasos.
6
O deck com réguas 
(0,10 x 2 m) de cumaru 
extra, com canal para 
� xação com presilha 
de alumínio sai a 
partir de R$ 359 o 
m², instalado e com 
acabamento, na Pau 
Pau Pisos de Madeira.
As plantinhas como o bálsamo (Sedum 
dendroideum) foram compradas em 
fornecedores especializados e na 
Companhia de Entrepostos e Armazéns 
Gerais de São Paulo (Ceagesp).
O metro do cabo de aço 
inoxidável (1,6 mm) custa 
R$ 2,83, na Comcabo 
Comércio e Importação. 
Na mesma loja, a unidade 
do nicopress (mesma 
espessura) vale R$ 0,27.
O muro foi pintado 
com látex acrílico branco 
fosco, da Suvinil.
Liderado pelas arquitetas Gabriela 
Tamari e Carolina Leonelli, o 
escritório oficina2mais traz no 
nome o modo de trabalhar das 
moças. Afinal, a dupla sempre se 
associa a jardineiros e agrônomos, 
entre outros profissionais, para 
maximizar o resultado de seus 
projetos de paisagismo
Parceria 
vicejante
REPORTAGEM VISUAL ELENA CALDINI 
TEXTO MARÍLIA MEDRADO FOTOS ROGERIO PALLATTA
De compactas hortas em apartamentos a par-
ques inteiros, não há escala que impeça as sócias 
Gabriela Tamari (à esq.) e Carolina Leonelli (à dir.) de 
imprimir seu toque verde, acompanhado do design 
criativo. Inaugurado em 2004, o endereço paulista-
no enveredou pelas trilhas do paisagismo há nove 
anos. “Sempre gostamos de trabalhar com plan-
tas e desenvolver soluções para área externa” diz 
Gabriela. “Hoje, além do cuidado com a escolha 
das espécies, acompanhamos do plantio (feito pela 
equipe do Ipiranga Paisagismo) ao jardim crescido”, 
prossegue. Cada projeto nasce de um brainstorming 
da dupla e depois se estende à equipe do escritório, 
composto atualmente de três colaboradoras. “O tom verde 
predomina nas nossas obras, mas buscamos fazer contrapon-
tos com outras cores, como azul, vermelho e amarelo”, acres-
centa Gabriela, a respeito do traço que aparece também na 
proposta paisagística ao lado, empreendida numa casa refor-
mada por Marina Acayaba e Juan Pablo Rosenberg, do escri-
tório AR Arquitetos. Confira os materiais e recursos adotados.
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 21 
O cabo de aço inoxidável (1,6 mm), 
preso com presilhas de alumínio do tipo 
nicropress (1,6 mm) em alguns pontos, 
percorre o sistema de roldanas e sustenta 
os recipientes de chapa metálica dobrada. 
Espécies rústicas, 
como o cacto jacaré 
(abaixo) e o bálsamo 
(pág. ao lado), foram 
adotadas porque 
suportam bastante sol 
e precisam de pouca 
água, facilitando a 
manutenção do jardim.
Na reforma, os tijolos da 
parede (de 5 m de altura 
e 6,50 m de comprimento) 
ganharam pintura branca.
O sistema de engrenagens 
metálicas e contrapesos permite 
brincar com a posição dos vasos. 
As peças de ferro foram pintadas 
e parafusadas no muro. Na 
Jelmark, as roldanas de ferro 
custam R$ 22 (14 cm de diâmetro) 
e R$ 48 (20 cm de diâmetro).
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Com 40,83m², o 
deck leva réguas de 
cumaru liso, protegido 
com impregnante 
Osmocolor stain 
incolor (da Montana).
Projetores embutidos no 
piso iluminam a borda 
composta de falso-íris 
azul (Neomarica caerulea) 
e amendoim ornamental 
(Arachis repens).
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VITRINE
22 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
Bastante apreciadas para forrar pare-
des e fachadas, as placas retangulares 
e estreitinhas ganharam nova versão. 
Cortado a partir de minerais resistentes 
(segredo do revendedor brasileiro), o River 
Stone pede pouca manutenção. Vem na 
cor Eufrates (o verde da foto), ou Ganges 
(roxo) e Tamisa (cinza). Da Palimanan Re-
vestimentos Naturais, o m² custa R$ 127.
Mais uma opção no formato, 
agora de rocha colorida
Tijolinho de pedra
Linha de papéis de parede nacional chega ao mercado
Pela primeira vez, o Empório Beraldin assina modelos desse prático revestimento – até 
então, as opções do gênero vendidas na loja eram importadas. Entre as estampas inédi-
tas, todas dotadas do apelo natural tão valorizado pela marca, despontam as versões 
Palha (1), Linhão (2), Círculos (3) e Chevron (4). Custam R$ 698 (o rolo de 0,53 x 10 m).
100% brasileira
MADE IN BRAZIL, 
OS PADRÕES 
PERTENCEM À 
COLEÇÃO MOSAICOS.
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OS VEIOS NATURAIS APARECEM 
NAS UNIDADES DE 7,5 X 23 CM E 
1 CM DE ESPESSURA.
Vitrificada e decorada 
manualmente, a placa 
do tipo ceramidráulica 
Kubic (aqui, na combi-
nação fendi, fendi claro 
e brick) reproduz um 
ladrilho hidráulico – 
dispensando a cera e 
com espessura menor 
(7 mm). Seu desenho 
brinca com o olhar e dá 
sensação de volume 
às superfícies internas. 
Nelas, sejam secas ou 
molhadas, pode ser 
usada tanto no piso 
quanto na parede. Feito 
sob encomenda pela 
Emme Due, nas 48 to-
nalidades disponíveis, 
o revestimento sai por 
R$ 20,89 a unidade. 
Cerâmica 
confere efeito 3D 
aos ambientes
Parece, 
mas não é
COM 19,3 X 19,3 CM, A PEÇA DÁ 
ASPECTO DE CONTINUIDADE GRAÇAS 
ÀS BORDAS RETIFICADAS, QUE 
PERMITEM REJUNTES ESTREITOS.
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24 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
POR SILVIA GOMEZ 
CENÁRIO
Este conceitual refúgio de fim de semana inglês 
toma da natureza local seus materiais e sua inspiração
ESCADA ACIMA
Poderia ser uma casa normal na vila de Waddesdon, em 
Buckinghamshire, na Inglaterra: três quartos, sala de jantar, 
cozinha e biblioteca, além de um anexo. Mas a Flint House não 
parece nada comum, com sua fachada ascendente como esca-
daria e seu aspecto monolítico. Assinada pelo escritório londri-
no Skene Catling de la Peña para uma das famílias mais ricas 
do mundo, os Rothschild, a construção de 465 m2 é inteiramen-
te coberta de sílex, uma pedra de quartzo dura e de aparência 
peculiar, abundante na região. Para os arquitetos Charlotte 
Skene Catling e Jaime de la Peña, o desenho deveria criar 
a impressão de brotar do solo como um elemento geológico 
antigo, carregando a mesma textura bruta e crueza do entorno. 
Quem avança os degraus é presenteado com a visão panorâmica 
do campo, no ponto mais alto. Tanta ousadia rendeu ao projeto 
o troféu de melhor residência do ano de 2015 no Reino Unido, 
 concedido pelo Royal Institute of British Architects (Riba).
TRANSPARÊNCIA
Janelas e portas de 
diferentes formatos 
enquadram a paisagem, 
criando uma rica 
percepção do exterior.
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 25 
PARA O ALTO 
A subida é suave, 
feita pelos degraus 
escalonados generosos, 
os quais formam 
pequenos terraços para 
apreciação da vista. 
DEGRADÊ
Rocha sedimentar silicatada 
de quartzo, a sílex vai do preto 
ao cinza, tons explorados na 
fachada. Ao terminar com 
uma camada mais clara, a 
cobertura parece querer se 
fundir com o céu. 
No interior, a casa exibe uma gran-
de área social integrada, no cen-
tro da planta. Ela é separada dos 
quartos por uma espécie de gruta 
revestida também de sílex, ambien-
te que tem água cobrindo o piso. 
Um anexo de 115 m2 complemen-
ta o projeto, apresentando o mes-
mo traçado do edifício principal.
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CENÁRIO
26 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
Nesta seleção de lançamentos internacionais, a cor é a estrela do design
NO MEIO DA ESTANTE
Fechado com um painel inteiriço de MDF, o 
nicho de armazenamento no centro do mó-
vel concentra as atenções na estrutura de 
alumínio de 36 x 98 x 160 cm. Da Baleri Italia.
NA BASE DA LUMINÁRIA
A Control valoriza o desenho puro da 
lâmpada ao colocá-la sobre um apoio 
simples de alumínio, que mede 16 x 
23 cm. Da marca escandinava Muuto.
NO REVESTIMENTO DA CADEIRA
A aparência simples da Ico, de 44 x 
62 x 77 cm, esconde uma estrutura 
complexa de madeira curva, cober-
ta de couro. De Ora ïto para a Cassina.
REALCE VERMELHO
Os móveis esculturais do artista plástico americano Michael Beitz distorcem 
os formatos tradicionais para propor reflexão sobre as funções cotidianas
TENTE CONVERSAR
Ocupando algum lugar entre a arte e o design, o trabalho 
de Michael Beitz já esteve exposto em museus de diver-
sos países, da Colômbia à Rússia. “Estou interessado em 
objetos que confundem função e estética”, afirma. Par-
te de uma série, a obra Dining Table explora as curvas da 
madeira para criar uma mesa surreal, metáfora da inco-
municabilidade contemporânea. “Ela fala da complexi-
dade dos relacionamentos e da experiência de isolamen-
to”, define Michael, que executa cada peça manualmente. 
“Vou descobrindo as formas à medida que as construo.”
Dining Table: a mesa de 
compensado de bétula e 
pinho, com 3,5 m de com-
primento, fica hospedada 
no museu West Collection, 
em Oaks, na Pensilvânia.
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 27 
Praça das Artes, em São Paulo, hospeda 
exposição sobre seu projeto premiado
BELEZA CONCRETA
Com o térreo aberto em 
diálogo com o centro de 
São Paulo, a Praça das 
Artes colecionou prê-
mios, entre eles o de 
ARQUITETURA & CONS-
TRUÇÃO, O Melhor da 
Arquitetura, em 2013. 
Um olhar minucioso so-
bre o edifício, composto 
de desenhos, plantas 
e fotografias, aparece 
em Quadra 27, exibição 
permanente na Sala de 
Exposições e no Foyer do 
prédio, mesmo espaço 
onde também acaba de 
ser inaugurada a mostra 
Concretude Correlata, 
com obras de acer-
vo de 12 artistas, entre 
eles Cildo Meireles e 
Mônica Nador, em car-
taz até 28 de agosto. A 
entrada é gratuita para 
os dois eventos. Ende-
reço: Av. São João, 281 
(perto das estações 
Anhangabaú e República 
do Metrô de São Paulo). 
UM LUGAR PARA CRIAR
Escola dedicada à economia criativa instala-se em prédio assinado na capital paulista
A partir de agosto, a Escola Britânica de Artes Criativas 
(Ebac) abrirá suas portas em um prédio projetado pelo ar-
quiteto Isay Weinfeld no bairro da Vila Madalena, em São 
Paulo. Os cursos livres, técnicos e de graduação em áreas 
como design gráfico e direção de arte digital, entre outros, 
ocuparão salas amplas conectadas com o exterior e decora-
das por dois estúdios: o brasileiro LPA Arquitetura e o russo 
Form. “A principal ideia era não deixar a escola com cara de 
escola. O espaço parece um playground gigante com peças 
abstratas espalhadas aleatoriamente e trechos mais vazios, 
abertos à expressão artística, onde a imaginação possa ficar 
livre”, explica Vera Odyn, sócia de Olga Treivas no Form. 
LÁ DENTRO
As áreas de convívio e 
recepção foram mais 
detalhadas e coloridas 
pelo projeto de design de 
interiores, enquanto salas 
e auditórios ganharam um 
tom mais neutro. 
LÁ FORA
A transparência, presente 
já no desenho do edifício, 
com seus terraços 
abertos para o exterior, 
será marcante nos 
espaços, que privilegiama integração, além de 
divisórias de vidro.
A Praça das Artes na época da construção: o concreto evidenciado na estrutu-
ra é parte do impacto do complexo cultural assinado pelos arquitetos Francisco 
Fanucci, Marcelo Ferraz e Luciana Dornellas (Brasil Arquitetura) e Marcos Cartum. 
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CENÁRIO
28 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
TRANSPARENTE 
Baseado em Londres, Asif Khan 
estudou a incidência solar no 
lago ao redor do Queen Caroline’s 
Temple para criar o volume 
vazado de tábuas de madeira 
dispostas circularmente.
ONDULADA
O estúdio alemão Barkow 
Leibinger pensou uma 
estrutura que oferecesse a visão 
360° do parque. Faixas de 
compensado curvado trazem a 
sensação de um traço vivo. 
MODULAR
A proposta do húngaro Yona 
Friedman pode ser montada em 
diferentes formações, princípio 
de seu projeto La Ville Spatiale, 
de 1959, manifesto por uma 
arquitetura � exível. 
2.1. 3.
TRÊS CASAS PARA PASSAR O VERÃO
O programa do evento anual, um dos mais esperados do 
mundo na área, incluiu em sua edição de 2016 uma novida-
de além do conhecido pavilhão principal, assinado desta 
vez pelo estúdio dinamarquês Bjarke Ingels Group (BIG). 
A ideia era convidar arquitetos renomados para desenhar 
moradas de verão compactas inspiradas no Queen Caroline’s 
Temple, uma construção clássica de 1734 situada no parque 
Kensington Gardens, onde acontece a exibição. O resul-
tado são visões contemporâneas surpreendentes e expe-
rimentais, que podem ser visitadas até o dia 9 de outubro. 
Os refúgios conceituais que chamaram a atenção na mostra de arquitetura Serpentine, em Londres
Os premiados arquitetos portugueses Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura 
colaboram em projeto de museus em ponto histórico da cidade de Santo Tirso
ODE À MEMÓRIA
A preciosa região do Mosteiro de São Bento, da-
tado de 978 e classificado como monumento na-
cional de Portugal desde 1910, acaba de receber o 
novo edifício do Museu Internacional de Escultura
Contemporânea (Miec) em conjunto com o 
restauro do Museu Municipal Abade Pedrosa 
(MMAP), de 1989. Uma ligação funcional se dá 
entre os dois prédios, mas sem macular a lingua-
gem independente e a programação de cada um. 
Concreto e mármore estão entre os materiais 
usados nas áreas novas, cuja altura manteve-
-se no nível das construções antigas ao redor. 
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O volume branco reto 
encerra a entrada co-
mum – espécie de átrio 
– para os dois museus.
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30 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
Neste projeto na Tailândia, os moradores descem 
um andar e já chegam ao escritório
De casa ao trabalho
Aproveitar verticalmente o espaço foi o mote para criar esta 
construção de 286 m2, parte de um empreendimento de qua-
tro imóveis assinados pelo estúdio tailandês Integrated Field 
(IF). “Propostas de uso misto são comuns em Bancoque”, diz 
o arquiteto Korkiat Kittisoponpong, um dos autores. Aqui, as 
diferentes funções surgem setorizadas ao longo dos níveis: o 
térreo e o mezanino hospedam o escritório, enquanto os dois 
pisos superiores recebem as áreas de estar e os quartos. A plan-
ta aberta tem poucas divisórias, o que favorece uma ocupa-
ção mais � exível no centro. Para que isso aconteça, uma faixa 
na lateral concentra a circulação, as escadas e os banheiros. 
Painéis de vidro do piso ao teto fazem da fachada uma fon-
te de luz, compensando a falta de janelas nas outras faces.
VIVER
POR SILVIA GOMEZ
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Cozinha e salas se distribuem pelo 
segundo andar, que conta ainda 
com a farta iluminação resultante 
de um recorte no telhado e no 
paredão lateral, o que possibilitou 
esta espécie de terraço central.
No térreo, o espaço 
livre dá margem à 
customização da 
área de trabalho, 
complementada pelo 
mezanino, acima.
Com 6,30 m 
de largura, a 
casa geminada 
recebe luz 
natural graças 
aos generosos 
painéis de vidro 
frontais.
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Profissional desde 1998, Marcos ET treina todos 
os dias logo depois de acordar. “Meu escritório é 
de concreto”, diz ele, referindo-se à pista insta-
lada em parte do terreno de 1090 m2 onde fica 
sua residência, em Atibaia, SP. Com cerca de 
20 m de extensão, ela pode até parecer uniforme 
se vista de fora, mas sua superfície de cimento 
é cheia de saliências e inclinações específicas 
para o exercício. “Misturei aqui vários obstácu-
los, mas sem deixar de ter os mais básicos para 
a prática, da rampa menor ao bowl. São dife-
rentes tipos de curva, cada uma com sua pró-
pria transição – ora mais suave, ora mais forte”, 
conta Marcos, que confiou o projeto ao cons-
trutor Daniel Arnoni, especializado no tema. 
“A premissa foi não derrubar nenhuma árvore 
e criar um caminho integrado ao jardim. Para 
isso, exploramos ao máximo o relevo natural, 
usando a terra do próprio local”, explica Daniel. 
O espaço arborizado nos fundos da casa 
do skatista do interior de São Paulo 
ganhou pista feita de forma sustentável
Skate no 
próprio quintal
REPORTAGEM VISUAL ELENA CALDINI FOTOS PAULO SANTOS
A obra teve execução artesanal, 
ponto a ponto, a fim de evitar 
a retirada das árvores existentes 
no lote, como mangueiras e 
abacateiros. “Direcionamos um 
caminho para que o ponto mais 
baixo garantisse a drenagem 
natural da pista, oferecendo essa 
água ao jardim”, fala Daniel. 
VIVER
MODELAGEM MANUAL
Ela se valeu de técnicas 
ecológicas, como o 
superadobe, que utiliza 
sacos de polipropileno. 
“Também usamos 
garrafas PET empilhadas 
preenchidas com a terra 
do lugar”, revela Daniel. 
CONCRETO ARMADO POLIDO 
Para obter a curvatura ideal, 
o revestimento precisa ter um 
traço especial (proporção entre 
água, pedra, areia e cimento) 
para pistas de skate. “Na borda, 
aplicamos o coping block, 
detalhamento que facilita as 
manobras”, complementa Daniel. 
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VIVER
34 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
Por que assistimos à crise da mobilidade 
urbana? Os bairros vão se adensando, mas 
as avenidas são inelásticas. O colapso é fru-
to da incapacidade das ruas de atender a 
tantas viagens. É falsa a ideia de que o car-
ro proverá todo o deslocamento da popula-
ção, pois a capacidade de vazão é limitada. 
Qual a consequência para a cidade e seus 
habitantes? Com as ruas saturadas e o trânsito, 
o processo econômico é bloqueado. Demora-se para 
chegar ao trabalho e, cansadas, as pessoas produzem menos. 
As empresas precisam comprar mais caminhões para aten-
der à demanda. Há a emissão de poluentes, o risco aumen-
tado de acidentes com motos... É uma ‘deseconomia’ geral. 
Há saídas? A curto prazo, criar faixas exclusivas para ônibus. 
Numa via expressa, uma faixa de 
3 m de largura escoa 2,8 mil pes-
soas por hora. Se essa mesma via 
ficar só para ônibus, o número 
cresceria para 40 mil. Melhorar 
o sistema com semáforos con-
trolados por computador, dando prioridade aos 
ônibus nos cruzamentos, é outra alternativa. 
A longo prazo, acredito em implantar nos cor-
redores um esquema de transporte elétrico 
como o bonde, hoje chamado de veículo leve 
sobre trilhos, o VLT, que usa energia limpa.
Que lições nos lega o passado? Entre 1900 
e 1968, com o fim dos bondes, havia mais de 
700 km de linhas instaladas. Esses trilhos que per-
corriam os bairros poderiam ter sido transferidos para 
os principais corredores, redesenhando toda a trama. Iniciati-
vas como a inauguração do VLT na cidade do Rio de Janeiro 
e na Baixada Santista só começam a ocorrer agora no Brasil. 
Lá fora, cidades francesas com cerca de 400 mil habitantes 
adotaram o bonde como opção de mobilidade. As alemãs es-
tão os recolocando de onde foram 
retirados. Lisboa, em Portugal, e 
Madri e Barcelona, na Espanha, 
reimplantaram suas redes.O me-
lhor: esse processo também revi-
taliza as áreas onde acontecem.
Em seu livro, o arquiteto e urbanista Ayrton Camargo e Silva conta como 
esse meio de transporte deu lugar aos carros na vida de nossas metrópoles. 
Nesta entrevista, ele re� ete sobre a mobilidade de ontem e de hoje
Vá de bonde
“É UMA HISTÓRIA DE 
ESCOLHAS EQUIVOCADAS 
NO PLANEJAMENTO DA 
CIDADE E DA MOBILIDADE”
AYRTON CAMARGO E SILVA 
ARQUITETO E URBANISTA
TEXTO MARÍLIA MEDRADO
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1. À frente, olha-se para a Avenida São João, no centro de São Paulo. À esquerda, está a Rua Líbero Badaró. Nesta foto de 1918, 
nota-se a primeira faixa exclusiva para bondes da cidade, que ligava a região do Vale do Anhangabaú ao Largo do Paissandu.
2. Vista da Rua Líbero Badaró, também na mesma época. O poste no meio da via, antes alinhado à calçada, revela o alarga-
mento do local para dar passagem aos veículos. 3. Capa do livro de Ayrton Tudo É Passageiro (Annablume Editora, R$ 42,75).
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Inevitável lembrar que 
os dois dizem estar nu-
ma fase de paixão pelo 
Mediterrâneo ao ver a en-
trada, com as paredes al-
vas e a porta pivotante azul 
(Coral, ref. Amsterdam). O 
piso contribui para o clima: 
leva pedra de lajão espes-
sa, apoiada sobre base de 
areia e cimento molhada, 
sem contrapiso. A mesma 
mistura cobre as frestas. 
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 37 
Um casamento 
PERFEITO
A parceria pessoal e profissional dos donos desta casa de campo soma mais de 30 anos. 
No escritório onde são sócios e nos projetos que realizam, um se dedica à arquitetura e 
o outro cuida dos interiores. Como nas uniões felizes e longevas, eles ergueram este recanto 
inaugurando uma fase madura da vida, marcada pela praticidade e pelo apreço ao essencial inaugurando uma fase madura da vida, marcada pela praticidade e pelo apreço ao essencial 
POR DEBORAH APSAN (VISUAL) E JOANA L. BARACUHY (TEXTO) 
PROJETO ALBERTO LAHÓS E MARCO DO CARMO ARQUITETURA E INTERIORES FOTOS CACÁ BRATKE
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Se adotar um porcelanato 
que imita madeira parecia 
impensável, a facilidade 
de manutenção persuadiu 
Alberto e Marco, cansa-
dos de tábuas empena-
das e cera. Mas a escolha 
foi criteriosa. O Ecowood 
canela (Portobello), em 
réguas de 22 cm e 15 cm 
de largura, forra a casa 
toda com vantagens: a 
textura é gostosa de pisar 
e, no dia a dia, basta var-
rer e passar pano úmido.
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O talento da dupla não é pouca coi-sa. Com passagem pelo escritó-rio do arquiteto e decorador Sig Bergamin, mestre de uma agra-
dável mescla de estilos, Alberto Lahós e Marco 
do Carmo tornaram-se sócios em 1985 e, des-
de então, se dedicam a projetar casas e espaços 
com supremo conforto, bom gosto, ecletismo e 
atenção aos detalhes. O sítio que ergueram por 
mais de uma década – arrumado meticulosa-
mente, canto por canto – traduzia em grande 
nota essa trajetória. Horta, cozinha, objetos e 
quadros se somavam para um resultado pri-
moroso, quase cenográfico. Mas... a manu-
tenção trabalhosa e onerosa, o acesso difícil 
e a vontade de simplificar, típica da maturi-
dade, falaram alto. Anos atrás, eles resolve-
ram vender o suntuoso imóvel e aderir a uma 
proposta mais simples, afinada com a nova 
fase da vida. Escolheram um lote na mesma 
região – Joanópolis, a duas horas de carro de 
São Paulo – e se lançaram. “Antes, a conta 
na lojinha local de agropecuária era enorme. 
Não dava tempo para descansar, tínhamos 
que resolver tudo”, sentencia Marco, justifi-
cando a escolha por um condomínio fechado, 
que dispensa o caseiro e requer apenas faxina 
semanal, limpeza da piscina e jardinagem. 
Não levaram na mala certezas de que daria 
certo se instalar em lugar tão diferente, por is-
so as decisões vieram aos poucos. Para come-
çar, optaram por um terreno alto de 1 150 m2, 
onde a construção poderia se abrir para os 
dois lados, receber muito sol e alcançar a vis-
ta de uma represa. Pensando em não destoar 
do ambiente, imaginaram algo com telhado, 
singelo e compacto. E investiram em acaba-
mentos práticos, aplicados de maneira char-
mosa e original, grande feito da empreitada. 
“Nos rendemos à funcionalidade, vencendo 
nossos preconceitos quanto a materiais que 
não são autênticos”, continua. Assim o refúgio 
de 228 m2 ganhou forma. Rapidamente, uma 
rotina inédita se estabeleceu. Amigos vêm 
passar o dia: a estrada asfaltada possibilita 
isso. Não há mais cozinheira, é Marco quem 
prepara os quitutes, servidos casualmente na 
varanda. São outros tempos, celebrados pela 
dupla com leveza. “Se antes acima da mesa de 
jantar pendia um lustre de cristal, agora ele é 
de taboa. Aqui a gente tem menos coisas, não 
acumula. Basta o essencial”, finaliza Alberto.
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1. O capricho aparece nas portas internas de réguas tingidas de branco e nas lu-
minárias de ferro, desenhadas por Marco e encomendadas a uma serralheria lo-
cal. 2. No banheiro, lambris nas paredes reforçam o estilo campestre. 3. A suíte 
e o escritório ostentam uma aplicação original para o MDF Essencial Duna Preto 
(Eucatex), instalado sobre sarrafos nas paredes. A paginação foi planejada por 
Alberto, que solicitou o corte dos encaixes macho-e-fêmea antes da fixação.
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 41 
A solução alia bom isola-
mento, preço atraente e 
visual impecável: as portas 
e janelas são de alumínio 
branco por dentro, nos 
caixilhos com vidro, e preto 
por fora, nas venezianas 
– ambas cores econômi-
cas. O gradil quadricula-
do remete à arquitetura 
brasileira tradicional.
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42 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
ÁREA: 228 M2; PEDRAS: PR 
PISCINAS E PEDRAS; TELHAS: 
TELHAS SANTA CATARINA; 
ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO: 
ESQUADRIAS VITÓRIA; MAR-
CENARIA: A ESTÂNCIA; SER-
RALHERIA: PEÇAS FORJADAS.
N
VARANDA
4,50 x 4,50 m
SALA DE ESTAR
4,50 x 4 m
QUARTO
3,30 x 3 m
BANH.
1,30 x 
1,80 m
COZINHA
3,20 x 4,50 m
QUARTO
3,20 x 2,70 m
LAV.
2,20 x 
1,50 m
BANH.
3,20 x 
1,30 m
BANH.
3,20 x 
1,30 m
SALA DE TV
3,20 x 3,20 m
QUARTO
3,20 x 3 m
O plano era erguer algo fácil de ser executado pela mão de obra da 
região. Daí o corpo de concreto e alvenaria, as lajes pré-moldadas 
na cobertura e os telhados: um da casa, outro da varanda 
CAIPIRA E MUITO CHIQUE
Quem chega pensa estar diante de uma edificação térrea, pois não vê o quar-
to extra (abaixo, na planta), inserido no declive. A telha cerâmica palha, do ti-
po americana, foi amarrada e acompanha manta de subcobertura. Com-
põe com a pedra-madeira, aplicada sem massa aparente em paredes e muros.
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EM ETAPAS
O terreno permitiu 
estabelecer pa-
tamares e, num 
deles, acomodar 
a piscina. Postada 
no topo, a cons-
trução é atraves-
sada pela brisa: as 
aberturas nos dois 
lados favorecem a 
ventilação cruzada.
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1. Encantados com as enormes árvores do terreno, Marco e Alberto esco-
lheram este lote. Depois, trataram de estabelecer sob as copas um quintal, 
onde põem as cadeiras e repousam à sombra. 2. Na sala de jantar, móveis 
antigos em nova função e o pendente de fibra natural. 3. Rústica, a bancada 
é feita com pranchão de angelim-pedra protegido com resina (Bona do Brasil). 
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44 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
Em clima de sossego, os 
donos da casa curtem es-
te terraço, de onde enxer-
gam a represa, as áreas de 
mata preservada e o vasto 
horizonte. A atmosfera fi-
ca calorosa graças à pin-
tura terracota (Coral, ref. 
Cobre-Alaranjado), marca 
registrada dos trabalhos 
deles. Quando o sol fica 
forte demais (nopoente), 
mudam-se para o trecho 
na frente da residência.
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 45 
“BUSCAMOS ALGO COM A CARA DA 
REGIÃO E ALGUMA MODERNIDADE”
MARCO DO CARMO
ARQUITETO
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46 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
Limpa 
geometria
Com vãos generosos e poucas divisórias, esta 
casa em Brasília dialoga com a arquitetura pura 
e a horizontalidade características da cidade
POR DEBORAH APSAN (VISUAL) E SILVIA GOMEZ (TEXTO) 
PROJETO VALÉRIA GONTIJO [+] STUDIO DE ARQUITETURA FOTOS EDGARD CESAR
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 47 
O olhar atravessa da entrada ao jardim, 
mérito da planta livre de colunas e divi-
sórias na área de estar. A formalidade 
visual é compensada pela combinação 
de materiais quentes, como a pedra mo-
ledo (Pedras Bellas Artes), aplicada nos 
paredões principais, embaixo, e a ma-
deira das venezianas dos quartos, em 
cima. Estas escondem, por dentro, um 
guarda-corpo de vidro com perfis embu-
tidos, além de painéis de vidro em mol-
duras de alumínio, para total vedação. 
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48 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
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1. Um jardim compacto funciona como hall da casa, com o paredão 
da fachada revestido de pedra moledo, boa parceira para a madeira 
de demolição da porta de entrada. 2. Três painéis de vidro correm 
em esquadrias de alumínio (Talentus Esquadrias) quando é preciso 
isolar o estar do exterior. 3. O rasgo de 2,65 m de comprimento traz 
a luz do jardim para o escritório, situado no bloco logo atrás dele. 
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 49 
Esta casa tem um nome: foi chamada de Pedra pelas arquitetas Valéria Gontijo, Isabela Moura e Isabela Valença, do Valéria Gontijo [+] Studio de Arquitetura, responsável pelo projeto de 920 m2 num lote privi-
legiado, de 800 m2, em Brasília. São os cortes brutos de rocha 
moledo, cuidadosamente alinhados nos principais paredões 
do térreo, os responsáveis pelo ar caloroso da residência, 
pensada originalmente para um casal com duas crianças. 
“Eles desejavam linhas retas e poucos limites entre os am-
bientes. O revestimento rústico foi essencial como contra-
ponto para marcar a fachada e as paredes internas do estar, 
trazendo o acolhimento necessário”, justifica Isabela Moura. 
 A escolha não resulta visualmente pesada dian-
te da amplitude de espaços e da integração dentro e fora, 
qualidades viabilizadas pelos vãos 
generosos. “O desafio era criar 
essas grandes aberturas sem a 
interferência de pilares, por isso 
a estrutura de concreto armado 
robusta, com vigas protendidas. 
Além disso, executamos testeiras 
[vigas superiores] menores para as 
fachadas, elementos que reforçam a sensação de horizon-
talidade do conjunto.” Essa calculada geometria é também 
trabalhada na implantação, estabelecida em dois volumes 
perpendiculares – o dos quartos, em cima, parece apoiado 
sobre o de baixo, dedicado aos ambientes sociais e de lazer, 
voltados para a piscina. “Foi importante criar um espaço 
gourmet externo totalmente vinculado ao restante da casa. 
Como o terreno tinha 20 m de largura e teríamos de respei-
tar os afastamentos obrigatórios impostos pela legislação de 
Brasília – de 3 m em uma das laterais e na frente e de 5 m 
nos fundos –, esse jogo permitiu separar melhor os cômodos 
que deveriam ficar privados”, complementa Isabela Moura. 
 Mas, se a cidade impõe algumas restrições ao 
desenho, também oferece motivos de inspiração. “Ela é 
sem dúvida estimulante para a 
nossa profissão. Sua arquitetura 
moderna revela as possibilida-
des construtivas da época, o que 
também procuramos transpor às 
nossas obras hoje, mas sem aban-
donar novas pesquisas e tecnolo-
gias”, compara Valéria Gontijo. 
“TRABALHAMOS COM 
VOLUMES CLAROS 
E DEFINIDOS. NÃO 
HÁ ADORNOS NEM 
SUPÉRFLUOS”
VALÉRIA GONTIJO
ARQUITETA
Um pergolado de aço corten e vidro estabelece o caminho co-
berto até a sala de estar, ambiente totalmente aberto para fora. 
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50 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
O bloco de lazer reúne área de refeições, sala de TV, brinquedoteca e até adega. Assim como aconte-
ce no estar, esse espaço volta-se para a piscina, revestida de pastilhas de 2,5 x 2,5 cm da Bisazza (Vallori),
com piso de travertino romano bruto ao redor (Silestone de Brasília) e deck de ipê (Talentus Esquadrias). 
ÁREA: 920 M2; ARQUITE-
TA S C O L A B O R A D O R A S: 
ISABELA MOURA, ISABELA 
VALENÇA E LUIZA LANDIM; 
CÁLCULO ESTRUTUR AL: 
SI T UA RE A R QUI T E T UR A 
+ ENGENHARIA; CONS-
TRUÇÃO: RHC - REZENDE 
HERMETO ARQUITETURA E 
CONSTRUÇÃO; ESQUADRIAS: 
TALENTUS ESQUADRIAS; 
MARCENARIA: TALENTUS 
ESQUADRIAS; LUMINOTÉC-
NICA: DESSINE; PAISAGIS-
MO: ANA PAUL A ROSEO
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PAVIMENTO INFERIOR: 255 m2
TÉRREO: 395 m2
PRIMEIRO PAVIMENTO: 270 m2
BRINQUED. 
3,70 x 
4,50 m
ADEGA
1,90 x 4,60 m
SALA DE TV
6,40 x 5,85 m
SALA DE 
REFEIÇÕES
6,40 x 6,40 m
VARANDA
9x 4,90 m
COZINHA
3,35 x 7,95 m
SALAS DE 
JANTAR E 
DE ESTAR
9 x 11,35 m
ESCRIT.
6,50 x 
3,20 m
GARAGEM
9,60 x 12 m
LAVAND.
4,85 x 4 m
ÁREA DE 
SERVIÇO
4,85 x 3 m
QUARTO
3,35 x 
2,95 m
QUARTO
3,35 x 
2,95 m
QUARTO
3,85 x 7,50 m
SUÍTE
3,85 x 7,50 m
QUARTO
3,85 x 5,35 m
QUARTO
3,85 x 4,40 m
SALA DE TV
5,70 x 7,50 m
Em função dos recuos obrigatórios e a � m de aproveitar melhor a largura do terreno, de 20 m, 
o projeto se estabelece em dois blocos perpendiculares, separando claramente social e privado
UM PRA LÁ, OUTRO PRA CÁ
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 51 
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1. A abertura de 2,56 x 3,05 m na parede de pedra moledo distri-
bui a circulação para o eixo perpendicular. 2. À esq., fica o es-
critório dos moradores, com janela voltada para o jardim de en-
trada. 3. À dir., o corredor leva à cozinha, seguida, mais à frente, 
pelos ambientes de lazer abertos para a área externa. Em todo o 
piso, repete-se o travertino romano bruto (Silestone de Brasília).
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52 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 53 
MIX DE REVESTIMENTOS
PEDRA MOLEDO 
Variedade do granito, esse material rústico 
tem na superfície irregular e manchada seu 
trunfo. “O aspecto primitivo é interessan-
te para cobrir paredões e muros de áreas 
externas, principalmente. É naturalmente 
resistente em função da prévia exposição 
ao tempo”, afirma Cid Chiodi Filho, geó-
logo e consultor da Associação Brasileira
da Indústria de Rochas Ornamentais 
(Abirochas). Aqui, os recortes foram as-
sentados com bastante regularidade. 
TRAVERTINO ROMANO BRUTO
Instalado em placas de 1,20 x 2,30 m na 
parede e no piso, ele empresta seu vi-
sual clássico e neutro à casa. “Trata-se 
de uma rocha carbonática formada em 
ambientes continentais de água doce, 
não marinhos, o que gera as cavidades 
porosas. Por isso, é sujeito a infiltrações 
e menos resistente a ataques químicos 
ácidos, poluição e desgaste abrasivo”, 
ensina Cid. Recomendação? Sobretudo 
nos locais ao ar livre, aplique selante im-
permeabilizante contra água e óleo. 
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Se estendendo do interior 
ao exterior, os dois tipos 
de pedra usados no projeto 
dialogam na variação de 
tons, do cinza ao bege
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54 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
Obra aberta
Para além do marketing do chamado espaço gourmet, 
as varandas hoje se valorizam com múltiplos usos nos 
apartamentos. Veja a seguir uma seleção de projetos que 
aproveitaram cada centímetro de forma criativa
POR DEBORAH APSAN (VISUAL) E RENATO BIANCHI (TEXTO) 
Elas vieram para ficar: não é de hoje 
que deixaram de ser um simplescanto 
de relaxamento no apartamento. Com 
finalidades e estruturas cada vez mais 
surpreendentes, as varandas já desfru-
tam do status de espaço cobiçado. Essa 
vocação híbrida possibilita diferentes 
formas de ocupação: sala de estar ou 
de jantar, escritório, salão de jogos e até 
cozinha. Também podem ser converti-
das em extensão natural do living, des-
de que haja um sistema de isolamento 
contra o vento e o barulho. Vale saber: 
a multiplicação desses espaços decor-
re, entre outras razões, do código de 
zoneamento de algumas cidades. Eles 
permitem que, até certo limite, os ter-
raços não sejam computados como área 
útil dos edifícios. No entanto, antes de 
empreender qualquer transformação 
no ambiente, é preciso saber se sua 
estrutura comporta as modificações e 
se existem impedimentos legais e do 
condomínio. Cada munícipio tem suas 
próprias normas quanto ao fechamen-
to, nivelamento e outras intervenções. 
Por isso, o projeto de arquitetura deve 
levar em conta todas essas questões.
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 55 
CINCO EM UM
O arquiteto Rafael Leão, do Studio 
3.7 Arquitetura e Interiores, con-
verteu a varanda do apartamento 
paulistano em um ambiente poli-
valente, com cinco funções. Todas 
as microambiências conversam 
de forma harmônica e se integram 
ao living, separado pelas portas 
de correr de vidro originais, man-
tidas. Para tanto, o piso e o forro 
foram nivelados e a iluminação, 
uniformizada, com lâmpadas di-
croicas pontuais. A marcenaria 
(Marcenaria Silva & Suzuki), toda 
de freijó, se encarrega de reforçar 
a unidade. Assim, o trecho em L 
de 66 m2 ganhou sala com lareira, 
além de um canto com churras-
queira e áreas de trabalho, descan-
so, estudos e jogos. Entre as solu-
ções, se impõe a estante de livros 
– a família toda adora ler. No chão, 
porcelanato de 90 x 90 cm (ref. 
Urban Concreto, da Portinari).
DUAS UTILIDADES
A lareira a gás (LCZ 
Lareiras) ocupa o centro 
da mesinha de travertino 
romano bruto (Mont Blanc 
Mármores), de 
35 x 60 x 200 cm. 
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56 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
Para transformar o espaço da 
varanda em uma cozinha, es-
te projeto exigiu uma pequena 
obra além da troca de revesti-
mentos, começando pela tu-
bulação. O sistema hidráulico 
conectou-se ao ponto de água 
da churrasqueira antes exis-
tente, removida na reforma. 
Tudo isso feito sob a laje, pelo 
forro do andar de baixo, área 
comum do prédio. Já a parte 
elétrica foi puxada do quarto si-
tuado bem ao lado na planta.
COMO ADAPTAR A INFRAESTRUTURA
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 57 
PIA ESPECIAL
Os arquitetos desenharam 
esta cuba de superfície 
sólida mineral (Corian, 
da DuPont; execução da 
Serplac), que se debruça 
sobre a bancada de granito 
preto são gabriel levigado 
(Di Mármore). 
FORMATO RETRÔ
Rústico, o piso original deu 
lugar ao ladrilho hidráulico 
hexagonal, de 16,5 x 
16,5 cm (Dalle Piagge). 
VIROU COZINHA
Uma churrasqueira e nada mais. 
Assim era constituída a varanda 
de 18 m2 do apartamento em São 
Paulo. Como a família é aficiona-
da por gastronomia e a cozinha 
era pequena, tiveram a ideia de 
criar uma segunda área no terra-
ço para preparar pratos e receber 
convidados. Responsável pelo 
projeto, o DT Estudio nivelou o pi-
so e retirou a porta de correr que 
isolava o local, instalando um ba-
tente de madeira. Na parede, azu-
lejos Liverpool White (Portobello). 
Marcenaria da Real Móveis. 
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58 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
JANTAR
Deste lado, as 
refeições se organizam 
na mesa laqueada, 
que tem como 
apoio a bancada de 
Marmoglass, ao fundo. 
Sob esta, o ripado 
esconde uma adega.
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 59 
ESTAR
Este trecho recebeu 
sofá, poltrona e mesa 
de centro, tornando-se 
uma extensão da área 
social adjacente. 
DUAS SALAS
O apartamento recém-comprado 
ostentava uma varanda generosa, 
com quase 11 m de comprimento. 
O problema era a largura: apenas 
2,5 m. Os novos donos queriam que 
o espaço comportasse uma mesa 
de jantar e uma sala de estar, mas 
a estrutura não ajudava. A solução 
dada pelo arquiteto Felipe Hsu foi 
instalar um banco de freijó junto 
ao guarda-corpo, ligando as duas 
extremidades do terraço e asse-
gurando unidade ao ambiente. 
Piso de travertino romano bruto.
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60 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
CONTROLE DA LUZ
Os dois painéis de azulejos 
(Alexandre Mancini) com 
moldura metálica e madeira 
laqueada no verso correm por 
toda a varanda, bloqueando o 
sol de acordo com a hora do dia. 
Cada um mede 1,10 x 2,45 m. 
MIX NO PISO
Peças de diferentes cores 
de superfície de quartzo 
(Silestone) se combinam 
com tacos de sucupira 
(RB Pisos de Madeira) na 
paginação escama de peixe.
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 61 
PARA AS HORAS 
DE FESTA
Em vez de cortinas, dois modernos 
painéis móveis se posicionam para 
regular a entrada de claridade e 
preservar a vista privilegiada des-
te apartamento paulistano. Essa 
solução norteou a arquiteta Flávia 
Gerab ao incorporar a varanda 
em L de 25 m2 à sala. “A divisão de 
ambientes não fazia sentido para 
os moradores, um jovem casal, 
sobretudo porque eles costumam 
receber muitos convidados ao 
mesmo tempo”, explica Flávia. A 
obra nivelou e uniformizou piso e 
forro e removeu os caixilhos exis-
tentes. A vegetação em vasos de 
pano comprados em viagem im-
prime um charme especial e real-
ça o aspecto solar do novo espaço. 
MUITOS AMIGOS
A pedido do casal, os 
arquitetos projetaram 
uma grande mesa de 
sucupira (WV Design). 
Com 1,20 x 4,30 m, ela 
abraça o pilar.
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62 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
VOLUME DE MADEIRA
O deck de cumaru vai 
além do piso e reveste 
não só o sofá voltado 
para a vista como 
também esconde o ar-
condicionado. Trabalho 
da Moraes Marcenaria. 
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 63 
EFEITO TAPETE
O mobiliário foi 
escolhido para 
harmonizar com 
os tons do piso de 
ladrilho hidráulico que 
já havia sido colocado 
pelos clientes. 
PURO LAZER
O desafio estava posto: transfor-
mar uma varanda de 20 m2 que 
os moradores mal conseguiam 
utilizar em um ponto de conví-
vio aconchegante. Para tanto, era 
preciso esconder o inconvenien-
te aparelho de ar condicionado 
e reinventar o ambiente a partir 
dos elementos já incorporados pe-
los clientes. “A proposta era criar 
uma sala de estar para receber 
os amigos sem perder a essên-
cia de local aberto e relaxante”, 
diz a arquiteta Andrea Lucchesi, 
do Mestisso, autor do projeto. 
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64 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
BELO ALINHAMENTO
Piso e forro foram 
nivelados e a varanda 
em L ganhou proteção 
de vidro (Sistema Vão 
Livre), com folhas 
laminadas de 10 mm 
de espessura em 
perfis de alumínio. 
Existem três sistemas prin-
cipais: o europeu (articulado, 
permite abertura total do vão), 
o stanley (de correr) e o ver-
satik (limita a abertura, mas 
veda melhor). Para Vítor da 
Rosa, da Alump, especializada 
nessas estruturas, as folhas 
da parte superior, independen-
temente do sistema, devem 
ser temperadas, com ao me-
nos 8 mm de espessura. Para 
o guarda-corpo, o especialis-
ta indica superfícies duplas 
de vidro laminado tempera-
do, com 6 mm cada uma.
O FECHAMENTO DE VIDRO IDEAL
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 65 
PONTOS DE MADEIRA
A marcenaria (Eduardo 
MorenoMarcenaria) 
tem papel essencial 
no projeto, que aplicou 
o mesmo carvalho 
francês nos painéis e no 
mobiliário, interligando 
os ambientes.
INTEGRAÇÃO 
TOTAL
Quando a família contratou o escri-
tório Storrer Tamburus para pensar 
a obra do apartamento de 352 m2 
em São Paulo, um dos objetivos era 
dar mais amplitude à ala social. 
“Propusemos incorporar completa-
mente a varanda de 80 m2, gerando 
um grande espaço aberto”, explica 
o arquiteto Fábio Storrer. Uma das 
sacadas da nova distribuição foi 
conectar tudo, a exemplo do sofá 
único, que pode ser usado em am-
bos os lados, atendendo, ao mes-
mo tempo, o estar e a área da TV. 
O escritório também foi incluído 
nesse trecho, e a cozinha gourmet, 
anexada ao jantar. No piso, porce-
nalato de 1,20 x 1,20 m da Lappatto.
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66 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
Que entre 
A LUZ
Uma reforma radical transformou este sobrado paulistano, 
antes escuro e compartimentado, numa morada clara e 
integrada. Cercado de jardins, ele ganhou ainda mais vida 
entre as texturas de madeira, pedra e concreto 
POR DEBORAH APSAN (VISUAL) E MARÍLIA MEDRADO (TEXTO) 
PROJETO GALERIA ARQUITETOS FOTOS EVELYN MÜLLER
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 67 
No fundo da sala, a lumi-
nosidade ganhou passa-
gem graças aos painéis 
de vidro em esquadrias de 
freijó e batentes de cumaru 
(SD Marcenaria) que en-
velopam o pátio interno. 
No piso, tacos de peroba 
de demolição. Tijolinhos 
assentados com junta 
seca cobrem a parede es-
trutural mantida na obra.
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68 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
“DA SALA, É POSSÍVEL SENTIR O 
TERRENO DE FORA A FORA, DA FRENTE 
ATÉ OS FUNDOS DELE”
FERNANDA NEIVA, ARQUITETA
A pedra goiás verde reveste 
o piso externo e a moledo, o 
muro. A parede de concreto 
esconde a porta social – o 
banco de madeira delimita 
o acesso de pedestres ao 
estar e completa o espaço. 
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Uma casa gostosa de morar e integrada, com área externa para receber os amigos, uma co-zinha agradável onde a proprietária pudesse desfrutar de seu hobby em meio a ingredien-
tes e panelas, além de quatro quartos e... ah, não menos im-
portante: um telhado bem tradicional. Em meio a tantos 
desejos, reformar o imóvel adquirido pelo casal com dois 
filhos num bairro nobre da capital paulista parecia mes-
mo assunto urgente. Apesar da boa localização, a excessi-
va compartimentação e a área de serviço grande demais, 
aspectos costumeiros em residências antigas como esta, 
pediam atualização. A princípio pequena na imagina-
ção dos moradores, a mudança tomou proporções reais 
– bem maiores – na prancheta dos arquitetos Fernanda 
Neiva e Gil Mello, sócios no escritório Galeria Arquitetos. 
“Reaproveitar a estrutura existente era uma premissa, 
pois não fazia sentido pensar numa fundação nova no 
terreno com características de várzea”, explica Fernanda.
Aos olhos dos profissionais, outro problema cha-
mava a atenção: a falta de luz na parte central do tér-
reo. “O quintal antigo, situado onde agora fica a lavan-
deria, era um local escuro e úmido, espremido entre 
o muro de 6 m do vizinho e a velha edícula.” Trans-
ferido para o lado desse paredão, o anexo de serviços 
deu lugar à área de lazer, banhada pela luz da manhã. 
Além disso, criou-se um pátio interno, inundando de 
claridade o meio da planta. “O pavimento de cima já 
possuía o recorte. Só removemos a laje, o que permi-
tiu que a luminosidade chegasse ao andar de baixo.”
Redesenhada e aberta por esse novo vão, que pa-
rece se prolongar até a sala de estar, a entrada tornou-
-se um convite a quem chega. Mesmo no interior, o 
verde dos jardins ao redor da construção apresenta-se 
através das janelas e portas de vidro generosas. A vi-
são é proporcionada em parte também pela mudan-
ça do sentido da escada metálica vazada, pintada de 
verde. Lá em cima, a distribuição dos cômodos foi re-
feita. Ao migrar para os fundos, o quarto do casal en-
controu espaço suficiente para virar uma suíte com 
closet. Na frente, olhando para a rua, instalaram-se 
dois novos dormitórios onde antes havia apenas um.
E o telhado? Ao projeto apresentado pelos arquite-
tos, só houve um pedido de alteração dos clientes. “O dese-
nho sugeria uma cobertura reta, mas eu fazia questão de-
le”, revela a moradora. Pronto, lá está agora a armação de 
quatro águas valorizada pelo esmerado beiral de cumaru.
À esq.: as janelas do térreo dão visibilidade ao jardim composto de helicônia, costela-de-adão, filodendro e íris, pai-
sagismo assinado pelo escritório Gabriella Ornaghi Arquitetura da Paisagem. À dir.: comprida, a prateleira de concre-
to armado perto do forro parece alongar a sala de TV. Ela continua do lado de fora, protegendo os caixilhos das intempéries.
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70 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
1. Além das salas, a nova cozinha também fica aberta para o pátio interno, grande fonte de luminosida-
de natural no térreo. 2. Diante do vizinho, uma das laterais da casa ganhou tijolos de vidro de 8 x 19 x 19 cm 
(2s Glass Block). Essas peças, ora foscas, ora transparentes, garantem privacidade ao pavimento superior.
ÁREA: 240 M2; ARQUI-
TETOS COLABORADO-
RES: JULIA PINHEIRO 
E LILIANE NAMBU (CO-
ORDENAÇÃO) E KARINA 
A L M E I D A ; C Á L C U L O 
ES TRUTUR AL: JAIRO 
CORREA JUNIOR; CONS-
TRUÇÃO: BOGNER EM-
PREITEIRA; PAISAGISMO: 
GABRIELL A ORNAGHI 
ARQUITETURA DA PAISA-
GEM; LUMINOTÉCNICA: 
GALERIA ARQUITETOS
N
TÉRREO: 104 m2
PRIMEIRO PAVIMENTO: 136 m2
A área social parece abraçar o pátio no centro do térreo. Em cima, a fachada 
da frente passou a abrigar dois quartos, deixando a suíte maior nos fundos 
ANTES SEGREGADA, AGORA INTEGRADA
SALA DE ESTAR
6,20 x 8,35 m
QUARTO
3,90 x 2,75 m
BANH.
1,40 x 3,35 m
BANHEIRO
1,95 x 3,90 m
BANH.
1,85 x 
1,70 m
QUARTO
5,40 x 6,75 m
QUARTO
2,95 x 3,60 m
QUARTO
2,95 x 3,60 m
SALA 
DE TV
4,15 x 3,75 m
PÁTIO 
2,95 x 2,95 m
COZINHA 
2,90 x 5,35 m
LAVANDERIA 
2,30 x 2,70 m
SALA DE 
JANTAR
4,15 x 3,50 m
1 2
EM BUSCA DA CLARIDADE
Duas soluções ajudaram a trazer mais luz para a residência
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 71 
“O PÁTIO INTERNO FOI ESSENCIAL 
AO TRAZER LUZ E INTEGRAÇÃO 
ESPACIAL AO PROJETO”
FERNANDA NEIVA, ARQUITETA
A cozinha tem armários 
de MDF revestidos de 
folhas de freijó. Toda a 
marcenaria foi realizada 
pela Roberto Gonçalves 
Comércio de Móveis. 
No piso, optou-se pelo la-
drilho hidráulico de 10 x 
20 cm (ref. Azul Ultramar, da 
Ladrilar) com resina im-
permeabilizante protetora.
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72 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
Acima: pendurado numa viga metálica, o pergolado de cumaru possui cobertura de vidro. Além de um convite à permanên-
cia, o banco curvo de concreto delimita o canteiro do jardim, que conta com uma pitangueira e vegetação tropical. Abaixo: 
o mesmo ladrilho hidráulico do piso da cozinha é repetido no frontão da churrasqueira. Os armários são de ripas de freijó. 
No piso, a pedra goiás verde do pátio de entrada exibe aqui outro tratamento: emoldurada pela grama, deixa o solo permeável.
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Quando abertas, as vene-
zianas de correr das janelas 
ficam embutidas na alvena-
ria, padrão que se repete na 
fachada da frente da casa.
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PENSAMENTO REVERSÍVEL
Todo aberto, o projeto de 
reforma deste apartamento 
de 80 m2 em São Paulo 
atendeu perfeitamente ao 
dia a dia do jovem casal 
sem � lhos. Mas, quando há 
visitas, cada canto pode se 
transformar para receber 
os amigos e a família 
sem maiores incômodos
POR DEBORAH APSAN (VISUAL) 
E SILVIA GOMEZ (TEXTO) 
PROJETO SUB ESTÚDIO 
FOTOS VICTOR AFFARO
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PENSAMENTO REVERSÍVELDa porta de entrada, 
é possível visuali-
zar até os fundos da 
planta, claramen-
te distribuída em 
dois setores: áreas 
secas, com sala e 
quartos (à esq.), e 
molhadas, com cozi-
nha, banheiro e área 
de serviço (à dir.).
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76 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
É tudo novo, não sobrou quase nada: na refor-ma do apartamento paulistano de 80 m2, caíram todas as paredes que podiam ser retiradas, sem papel de sustentação. Dos 
acabamentos, apenas a superfície bruta do cimento 
agora se revela no teto e nas paredes, expondo a estru-
tura original do prédio dos anos 70. “Tentamos man-
ter o piso de madeira, mas logo percebemos que ele 
não aguentaria mais um restauro. No final, não apro-
veitamos muita coisa”, conta Isabel Nassif, uma das 
arquitetas do escritório Sub Estúdio, autor da obra. 
Inexpressiva e dividida, a planta ganhou abor-
dagem completamente nova, calcada na integração 
de espaços – no dia a dia, até 
o quarto do casal permanece 
aberto. O segundo dormi-
tório, contíguo, assumiu a 
função de closet, delimitado 
por um grande armário de 
madeira do piso ao teto. Apa-
rentemente comum, esse ele-
mento se mostra essencial no 
jogo inteligente de funções 
elaborado para o jovem ca-
sal. “Os dois são de Porto Alegre e, de vez em quando, 
recebem a família. Era importante então inventar 
uma solução reversível para esses momentos”, afirma 
a arquiteta Renata Pedrosa, também do Sub Estúdio. 
Quando há visitas, um colchão desliza pela frente da 
cama da suíte e se instala no closet, que, por sua vez, 
vira um segundo quarto com as portas de vidro fe-
chadas. Privacidade? Basta puxar as cortinas do tipo 
blecaute e correr os dois painéis de madeira recolhi-
dos na lateral dos gaveteiros, um pouco à frente. O ba-
nheiro único passa a ser acessado somente pelo corre-
dor (há uma entrada pelo cômodo do casal) e a cena 
se completa, instaurando a dinâmica compartilhada. 
Graças a essa marce-
naria tão calculada, não há 
lugar para bag unça nem 
excessos, o que deixa emer-
gir o estilo do projeto, en-
tre o retrô e o industrial, no 
qual esquadrias de ferro e 
louças de demolição convi-
vem com concreto e canos à 
mostra. Sim, tudo novo, mas 
com leve perfume antigo.
1. Duas portas de correr de freijó – a mesma madeira de toda a marcenaria da casa – escorregam da lateral esquer-
da a fim de criar a situação para visitas, formando uma caixa ao encontrar o armário de 0,60 x 3,15 m. Este móvel 
grande faz as vezes de divisória, demarcando um pequeno corredor que leva ao banheiro. 2. Na versão aberta, adota-
da no cotidiano do casal, o espaço interno é usado como closet, auxiliado pelos gaveteiros ao longo de toda a parede. 
“O ARMÁRIO 
FUNCIONA COMO 
DIVISÓRIA, E 
PORTAS DE CORRER 
FLEXIBILIZAM O 
ESPAÇO, DE CARÁTER 
MULTIÚSO”
RENATA PEDROSA
ARQUITETA
 S
EM
 HÓSPEDES2CO
M 
HÓSPEDES1
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 77 
LIMITE SUTIL
Ajudada pelas 
cortinas, a porta 
de vidro isola o 
quarto sem pesar 
o visual. Repare 
que ela se encaixa 
entre os gaveteiros, 
interrompidos para 
sua passagem.
Além da marcenaria, 
detalhes como a bi-
cama, os caixilhos de 
ferro da porta de vidro 
(3 cm de espessura) e 
os puxadores de aço 
dos armários foram 
desenhados pelas ar-
quitetas. Serralheria 
da Cuenca & Cuenca.
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78 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
A planta apresenta dois blocos claros, separados pelo corredor central estabelecido pelo 
armário: quartos e sala, de um lado, e áreas molhadas, com banheiro e cozinha, de outro
FAIXA DUPLA
LAVANDERIA CURINGA
Camuflada atrás do vidro jateado, 
ela cedeu uma pequena parte de 
sua área ao banheiro, bem ao lado. 
“Conseguimos absorver nele um 
dos módulos de sua janela. Além 
de luz, o arranjo trouxe espaço 
para encaixar a banheira, desejo 
dos moradores”, conta Renata.
ÁREA: 80 M2; ARQUITETAS: ANA DIX, ISABEL NASSIF, MARINA CAUSÍ, MARINA MORELLI E RENATA PEDROSA; OBRA:
REPRENC PROJETOS E DECORAÇÕES; MARCENARIA: MARCENARIA LAERCIO; SERRALHERIA: CUENCA & CUENCA
QUARTO
3,55 x 3,15 m
QUARTO
3,55 x 3,35m
SALA DE ESTAR
5,95 x 2,95 m
COZINHA
3,20 x 3,50 m
LAVANDERIA
1,35 x 2,15 m
BANHEIRO
3 x 2,85 m
DEMOLIDO
CONSTRUÍDO
LUZ NATURAL
Os cobogós 
de cimento 
(NeoRex) trazem 
a luminosidade 
e a ventilação da 
área de serviço, 
situada logo atrás 
do banheiro.
À esq.: com dois lavatórios, o banheiro pode ser usado como um único ambiente ou dividido ao meio, funcionando como lava-
bo. Pia de demolição da loja Produtos Fora de Linha. À dir.: com entrada pelo quarto do casal, este trecho tem bancada de con-
creto e metais da Deca banhados de cobre (trabalho do Hospital das Pratas). Na parede, azulejos comprados na Leroy Merlin. 
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Para conseguir aco-
modar a banheira, o 
ambiente tomou um 
pedaço da lavanderia e 
de sua janela. Na obra, 
o degrau de 18 cm 
de altura precisou 
ser criado para pas-
sar o encanamento 
novo (ralo e esgoto), 
o que acabou deli-
mitando a área do 
banho. O piso exibe 
pastilhas hexago-
nais (Cerâmica Atlas). 
CANOS 
APARENTES
De cobre, eles 
foram assumidos 
na reforma. Nesta 
instalação, as curvas 
funcionam como 
toalheiro aquecido 
quando o chuveiro 
está ligado. 
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DETALHE DECORATIVO
Com 80 cm de altura, 
o painel de vidro 
jateado em caixilho 
de aço corre no trilho 
superior, compondo 
arranjo com as 
prateleiras de freijó. 
1. No estar, as paredes descascadas e lixadas revelam o concreto do prédio, protegido com verniz Acqüella (Vedacit). O mate-
rial foi usado para erguer a estante da TV (Onofre Móveis), que se desdobra em um banco de 48 cm de altura sob a janela, ocu-
pado com plantas. 2. A cozinha tem bancadas de granito preto absoluto (Pedras Marajoara Marmoraria) acima dos armários 
de freijó. 3. Vista do corredor formado pelo armário também de freijó. O baixo-relevo nele está calculado para receber quadros. 
1
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 81 
DISFARCE PARA OS DUTOS
Os tubos de PVC do ar-
condicionado foram escondidos 
pela moldura de aço enferrujado, 
de 30 cm de altura. “Para manter 
a linguagem ao longo do imóvel, 
ela percorre todas as vigas”, 
pontua Renata.
Aberta, a cozinha 
tem seus limites in-
dicados pelo piso de 
pastilhas hexagonais 
de porcelana, mes-
mo acabamento visto 
no banheiro. À esq., 
está a porta da la-
vanderia, que repete 
os caixilhos de ferro 
da divisória do dormi-
tório dos moradores.
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82 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO JULHO 2016
JARDIM DE ESTAR
O complexo paisagístico instalado num terreno de 2 500 m2 ousa 
ir além da exuberância visual: o lugar foi concebido para receber 
convidados com conforto e prazer para todos os sentidos
POR RENATO BIANCHI (TEXTO) 
PROJETO GILBERTO ELKIS FOTOS RENATO ELKIS
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JULHO 2016 ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 83 
Contemplação e convívio. A partir des-ses dois princípios, o paisagista Gilberto Elkis transformou o terreno antes inós-pito, parte de uma casa em Campinas, 
SP, num exuberante jardim toscano. “Como o pro-
prietário gosta de estar com amigos, a ambien-
tação, além de bonita, deveria ser bem aconche-
gante e hospitaleira”, lembra o autor do projeto.
A composição da área externa, portanto, não po-
deria atender apenas ao olhar. Era preciso que o espaço 
abrigasse áreas de convivência acolhedoras e valesse 
como um “convite ao uso”, nas palavras de Elkis. Com 
isso em mente, ele desenvolveu uma solução rica em 
texturas e plena de recantos de 
convívio. Entre eles, sobressaem 
o banco/cama – um futon res-
guardado sob o pergolado cam-
pestre – e o solário com piscina.
Para explorar plenamente 
o aspecto funcional do jardim,

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