capital é de cinco anos, caso haja pagamento, ainda que parcial, sendo que o início do prazo é a data da ocorrência do fato gerador. 3. Diferençar os conceitos de aquisição da disponibilidade jurídica e aquisição de disponibilidade econômica. Verbas indenizatórias podem ser consideradas “renda”. Por quê? Analise criticamente os anexos I, II e III. Resposta: Primeiramente, salienta-se que para fins de identificação do Imposto de Renda, aquisição possui o sentido de adquirir, ser proprietário ou estar em posse, já disponibilidade é a situação que possibilita o titular dar destinação livre e imediata à renda ou provento percebido, de acordo com o que preceitua a doutrinadora Mary Elbe Queiroz[footnoteRef:8]. [8: QUEIROZ, Mary Elbe. O Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza – Tributação das Pessoas Físicas. Curso de Especialização em Direito Tributário – Estudos analíticos em homenagem a Paulo de Barros Carvalho. Coordenação: Prof. Eurico Marcos Diniz de Santi. Rio de Janeiro: Forense, 2005. ] Neste sentido a disponibilidade econômica é a percepção efetiva da renda ou provento, e a aquisição se dá pelo fato material, independentemente da legalidade ou não da obtenção. Já a disponibilidade jurídica diz respeito à aquisição de um título jurídico que confere direito de percepção de um valor definido, um ingresso legal no patrimônio. Por fim, em relação às verbas indenizatórias, deve-se se ter em mente, em primeiro momento, que o salário e as remunerações em geral têm como pressuposto o caráter contraprestativo, isto é, remuneração pelo trabalho que acresce o patrimônio do trabalhador, sendo, por isso, base de cálculo para incidência do Imposto de Renda. Por outro lado, as verbas indenizatórias são parcelas que visam tão somente indenizar o empregado ou trabalhador por algum dano sofrido, configurando-se mera recomposição patrimonial e não havendo, portanto, nessa hipótese, percepção de renda ou acréscimo patrimonial. E exatamente por não constituírem retribuição do trabalho, mas simples indenização pelo dano sofrido é que não devem se sujeitar à incidência de contribuição previdenciária e Imposto de Renda. Nesse sentido segue a jurisprudência: “TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AVISO PRÉVIO INDENIZADO. NÃO INCIDÊNCIA. CUSTAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SUCUMBÊNCIA MÍNIMA DO INSS. CONDENAÇÃO DA AUTORA. 1. Decisão do Supremo Tribunal Federal em medida cautelar na ADIN 1659-6 quanto à não incidência de contribuição previdenciária sobre aviso prévio indenizado não afasta o interesse processual da parte autora. 2. Não incide contribuição previdenciária sobre verbas pagas a título de aviso prévio, por não comportarem natureza salarial, mas terem nítida feição indenizatória. 3. Tendo o INSS sucumbido de parte mínima do pedido, correta a condenação da parte autora no ônus da sucumbência. 4. Apelação da sociedade, apelação do INSS e remessa oficial a que se nega provimento.” (destaque nosso) (BRASIL. Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Apelação Cível n.º 1997.38.00.061675-1/MG – Oitava Turma – Rel. Des. Federal Maria do Carmo Cardoso, Rel. Convocado Juiz Federal Mark Yshida – j. 13.03.09 – DJ 27.03.09) “PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SAT. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. AUXÍLIO-DOENÇA. QUINZE PRIMEIROS DIAS DE AFASTAMENTO. AUXÍLIO-ACIDENTE. SALÁRIO-MATERNIDADE. ADICIONAIS DE HORA-EXTRA, TRABALHO NOTURNO, INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE. PRECEDENTES. 1. Recursos especiais interpostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e por Cremer S/A e outro, contra acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, segundo o qual: CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE REMUNERAÇÃO. PRESCRIÇÃO. LC. Nº118/2005. NATUREZA DA VERBA. SALARIAL. INCIDÊNCIA. SALÁRIO-MATERNIDADE. AUXÍLIO-DOENÇA. AUXÍLIO-ACIDENTE. AVISO-PRÉVIO INDENIZADO. ADICIONAIS NOTURNO. INSALUBRIDADE. PERICULOSIDADE. NATUREZA INDENIZATÓRIA AUXÍLIO-DOENÇA NOS PRIMEIROS QUINZE DIAS DE AFASTAMENTO. AVISO-PRÉVIO INDENIZADO, AUXÍLIO-CRECHE. ABONO DE FÉRIAS. TERÇO DE FÉRIAS INDENIZADAS. O disposto no artigo 3º da LC nº 118/2005 se aplica tão-somente às ações ajuizadas a partir de 09 de junho de 2005, já que não pode ser considerado interpretativo, mas, ao contrário, vai de encontro à construção jurisprudencial pacífica sobre o tema da prescrição havida até a publicação desse normativo. As verbas de natureza salarial pagas ao empregado a título de auxílio-doença, salário-maternidade, adicionais noturno, de insalubridade, de periculosidade e horas-extras estão sujeitas à incidência de contribuição previdenciária. Já os valores pagos relativos ao auxílio- acidente, ao aviso-prévio indenizado, ao auxílio-creche, ao abono de férias e ao terço de férias indenizadas não se sujeitam à incidência da exação, tendo em conta o seu caráter indenizatório. (...) IV. Acerca da incidência de contribuição previdenciária sobre as parcelas discutidas no recurso especial das empresas recorrentes, destaco a linha de pensar deste Superior Tribunal de Justiça: a) AUXÍLIO-DOENÇA (NOS PRIMEIROS QUINZE (15) DIAS DE AFASTAMENTO DO EMPREGADO): - A jurisprudência desta Corte firmou entendimento no sentido de que não incide a contribuição previdenciária sobre a remuneração paga pelo empregador ao empregado, durante os primeiros dias do auxílio-doença, uma vez que tal verba não tem natureza salarial. (REsp 768.255/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 16/05/2006). - O empregado afastado por motivo de doença, não presta serviço e, por isso, não recebe salário, mas, apenas uma verba de caráter previdenciário de seu empregador, durante os primeiros 15 (quinze) dias. A descaracterização da natureza salarial da citada verba afasta a incidência da contribuição previdenciária. Precedentes. (REsp 762.491/RS, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 07/11/2005). - A diferença paga pelo empregador, nos casos de auxílio-doença, não tem natureza remuneratória. Não incide, portanto, contribuição previdenciária. (REsp 951.623/PR, Desta Relatoria, DJ de 11/09/2007) (...)” (destaque nosso) (BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n.º 973436/SC – Primeira Turma – Rel. Min. José Delgado – DJU 25.02.08) 4. O art. 42 da Lei 9.430/96 criou uma nova hipótese de incidência para o imposto de renda? Essa hipótese de incidência baseia-se em uma presunção ou em uma ficção? O direito tributário admite o uso de presunções e de ficções para tanto? (Vide anexo IV). Resposta: Entende-se, nesse caso, que o artigo 42, da Lei n.º 9.430/1996 não criou uma nova hipótese de incidência para o Imposto de Renda, mas, tão somente, instituiu uma forma de apuração de renda auferida pelo contribuinte, uma vez que aqueles valores que ingressaram em suas contas bancárias representam auferimento de renda. Ademais, a própria Lei, de modo a evitar a inferência de que a tributação se basearia em uma mera presunção ou ficção da ocorrência da hipótese de incidência estabelece que, para que ocorra, o contribuinte será previamente intimado a justificar o ingresso em questão, havendo de ser respeitado o devido processo legal para tal imposição. Por fim, ressalta-se que não é estranho ao direito tributário o uso de presunções ou ficções para delimitação da base de cálculo, como ocorre, por exemplo, no caso de IRPJ sobre o lucro presumido, entretanto, como esclarecido acima, o uso de tais mecanismos não se caracteriza como tal. 5. A atual tabela progressiva do imposto sobre a renda da pessoa física prevê alíquotas de 7,5%, 15%, 22,50% e 27,5%. Tal previsão observa o princípio da progressividade? Qual é o efeito da chamada “parcela a deduzir”? Pode a lei restringir as deduções, da base de cálculo do IRPF (vide art. 4º da Lei 9.250/95)? Há parâmetros constitucionais ou legais para a fixação dos abatimentos e deduções possíveis e seus respectivos limites? Quais? Resposta: Primeiramente, importante identificar a premissa de que a tabela progressiva do Imposto de Renda não consegue atender à progressividade. Isso por que,