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à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 24 Ministério da saúde • Garantia de acesso a leitos de alto risco/cuidado intensivo para a mãe e o bebê pela Central de Regulação/Central de Leitos. • Atenção qualificada ao parto, já que 98% dos partos no Brasil são hospitalares e mais da metade das mortes maternas e neonatais ocorre durante a internação para o parto.2 Deve- -se considerar não apenas a estrutura hospitalar (equipamentos e recursos humanos), mas também o processo assistencial: acompanhamento adequado do trabalho de parto, utilização do partograma, promoção do trabalho de parto fisiológico evitando-se inter- venções desnecessárias que interferem na sua evolução (como ocitocina endovenosa de rotina, restrição ao leito, jejum, entre outras) e assistência adequada na sala de parto. Destacam-se ainda: - Direito a acompanhante da gestante e puérpera durante o trabalho de parto e parto (Lei Federal n° 11.108, de 7 de abril de 2005)22 e para o bebê,1 com garantia de aloja- mento conjunto, inclusive se for necessária a internação do bebê. - Promoção do contato mãe-bebê imediato após o parto para o bebê saudável, evi- tando-se intervenções desnecessárias de rotina e que interferem nessa interação nas primeiras horas de vida; estimular o contato pele a pele e o aleitamento materno na primeira hora de vida. • Captação após a alta hospitalar – após o nascimento ou internação, com agendamento de atendimento na Atenção Básica. Na maternidade, o RN deve receber a Caderneta da Criança com registros sobre a história da gravidez e nascimento, Apgar, peso e altura ao nascer, evolução do bebê, intercorrências, procedimentos realizados, condição de alta e recomendações para o seu cuidado no domicílio. Esta é uma ação fundamental para uma boa compreensão sobre a condição de saúde do bebê pela equipe de Atenção Básica ou especializada que dará continuidade a seu atendimento. • Identificação do RN de risco, notificação da alta, agendamento de consulta na atenção básica, programação de visita domiciliar e agendamento para o ambulatório de segui- mento do RN de alto risco, conforme protocolo local / Ministério da Saúde.20 • Continuidade do cuidado/captação do RN pela atenção básica de saúde que deve ser realizada após atendimento do RN em serviços de urgência ou após alta hospitalar, por meio de agendamento por telefone, pelo envio de cópia/listagem da DN, por meio de visita domiciliar e outros, para não haver descontinuidade da assistência. Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 25 A Saúde do Recém-Nascido no Brasil 1 Capítulo • Visita domiciliar na primeira semana após o parto, com avaliação global e de risco da criança, apoio ao aleitamento materno e encaminhamento para a “Primeira Semana Saú- de Integral” na atenção básica de saúde. • “Primeira Semana Saúde Integral” – abordagem global da criança e da mãe na atenção básica.20 • Primeira consulta na primeira semana de vida e marcação de retornos, conforme a necessidade. • Manutenção do calendário de acompanhamento na atenção básica e visitas domici- liares, conforme protocolo (local ou do MS)20 e de acordo com a necessidade da criança. • O RN de alto risco deverá manter o calendário de acompanhamento na atenção bási- ca, além do acompanhamento pelo ambulatório de atenção especializada. • O RN de alto risco deve ser acompanhado até pelo menos o segundo ano completo de vida (mínimo de duas avaliações por ano); o acompanhamento até o quinto ano é desejável, para melhor avaliação da função cognitiva e da linguagem. Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 26 Ministério da saúde Referências 1. BRASIL. Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Retificado no Diário Oficial da União, 27 set. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm>. Acesso em: 25 out. 2010. 2. LANSKY, S. et al. Evolução da mortalidade infantil no Brasil: 1980 a 2005. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2008: 20 anos SUS no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. p. 239-266. 3. BRASIL. DATASUS. Sistema de informação sobre nascidos vivos (Sinasc). Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em: <http://w3.datasus.gov.br/datasus/index.php?area=0205&VObj=http:// tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinasc/cnv/nv>. Acesso em: 17 set. 2009. 4. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. 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