Buscar

Tecido sanguíneo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Sangue
O sangue contribui para a homeostasia transportando oxigênio, dióxido de carbono, nutrientes e hormônios para dentro e fora das células do corpo. Ele ajuda a reguglar o pH e a temperatura corporais e fornece proteção contra doenças por meio de fagocitose e produção de anticorpos.
O sangue é um tecido conjuntivo liquido que consiste em células circundadas pela matriz extracelular liquida (plasma).
O liquido intersticial é o liquido que banha as células do corpo, sendo constantemente renovado pelo sangue.
O ramo da ciência que estuda o sangue é chamado de hematologia.
Funções 
O sangue apresente três funções gerais:
Transporte: o sangue transporta O2 dos pulmões para as células do corpo e CO2 das células corporais para os pulmões para que seja exalado. Também leva nutrientes do sistema digestório para as células corporais e hormônios das glândulas endócrinas para outras células do corpo. Transporta calor e produtos residuais para diversos órgãos para que sejam eliminados do corpo.
Regulação: ajuda a manter a homeostasia de todos os líquidos corporais. Ajuda a regular o pH usando tampões. Auxilia no ajuste da temperatura corporal por meio de absorção de calor e propriedades refrigerantes da água no plasma sanguíneo e sua taxa variável de fluxo pela pele, onde o excesso de calor poder ser perdido do sangue para o ambiente. Além disso, a pressão osmótica do sangue influencia o conteúdo de água das células, principalmente por meio de interações de proteínas e íons dissolvidos.
Proteção: é capaz de coagular, que o protege contra perdas excessivas do sistema circulatório depois de uma lesão. Seus leucócitos protegem contra doença, realizando fagocitose. Diversos tipos de proteínas, como anticorpos, auxiliam na proteção contra doenças.
Características físicas do sangue
O sangue é mais denso e viscoso que a água.
Temperatura: 38ºC
pH: levemente alcalino, variando de 7,35 a 7,45
A cor varia de acordo com a quantidade de O2. Com O2 é vermelho vivo. Com pouco O2 é vermelho escuro.
Constitui cerca de 20% do liquido extracelular (8% da massa corporal)
Volume: de 5 a 6 litros em homem adulto mediano e de 4 a 5 litros na mulher adulta de porte mediano
Hormônios regulados pelo feedback negativo garantem que o volume de sangue e a pressão osmótica permaneçam constantes.
Componentes do sangue
Plasma sanguíneo: matriz extracelular aquosa que contem substancias dissolvidas (55%)
Elementos figurados: células e fragmentos celulares. (45%). Mais de 99% são as hemácias
Plasma sanguíneo
É composto 91,5% de água e 8,5% de solutos (7% proteínas). Essas proteínas são encontradas em outros lugares do corpo, mas as que são confinadas ao sangue são chamadas de proteínas plasmáticas.
Os hepatócitos sintetizam a maioria das proteínas, que são as albuminas (54%), globulinas (38%) e fibrinogênio (7%). Determinadas células amadurecem e se tornam produtoras de gamaglobulinas, um importante tipo de globulina. Essas proteínas plasmáticas também são chamadas de anticorpos ou imunoglobulinas porque são produzidas durante certas respostas imunológicas. 
Substancias estranhas estimulam a produção de milhões de anticorpos diferentes. Um anticorpo se liga especificamente ao antígeno que estimulou sua produção e dessa forma neutraliza o antígeno invasor.
Outros solutos no plasma são eletrólitos, nutrientes, substancias reguladores como enzimas e hormônios, gases e escorias metabólicas como ureia, acido úrico, creatinina, amônia e bilirrubina.
Elementos figurados
Hemácias ou eritrócitos: transportam O2 dos pulmões para as células corporais e CO2 das células do corpo para os pulmões
Leucócitos: protegem o corpo de patógenos invasores e outras substancias estranhas. Existem vários tipos: neutrófilos, basófilos, eosinófilos, monócitos e linfócitos. Os linfócitos são divididos em linfócitos B, linfócitos T e células exterminadoras naturais (natural killers, NK).
Cada tipo de leucócito contribui da sua maneira para os mecanismos de defesa do corpo.
Plaquetas: fragmentos celulares sem núcleo. Liberam substâncias químicas que promovem a coagulação do sangue nos casos de dano dos vasos sanguíneos.
Hematócrito: percentual do volume de sangue total ocupado pelas hemácias. Ex: hematócrito de 40 indica que 40% do volume de sangue são compostos por hemácias.
a testosterona (mais elevada nos homens) estimula a síntese de eritropoietina - EPO - (hormônio que estimula a produção de hemácias), sendo assim, os homens possuem hematócritos mais elevados que as mulheres.
perda excessiva de sangue na menstruação apresenta valores mais baixos
uma queda significativa no hematócrito indica anemia, que consiste em contagem de hemácias abaixo da normal
na policitemia, o percentual de hemácias está anormalmente elevado, o que aumenta a viscosidade do sangue, acentua a resistência ao fluxo e dificulta o bombeamento do sangue pelo coração, contribuindo para o aumento da pressão arterial e o risco de AVE. Causas: intensificação anormal da produção de hemácias, hipoxia tecidual, desidratação, dopagem sanguínea e uso de EPO por atletas.
Água e proteínas plasmáticas: porção liquida do sangue. Solvente e meio de suspensão.
absorve, transporta e libera calor. Responsável pela pressão coloidosmótica. Ajudam a regular o pH do sangue.
Albumina: menor e mais numerosa proteína plasmática.
auxilia a manter a pressão osmótica
Globulinas: proteínas grandes.
as imunoglobulinas ajudam a atacar vírus e bactérias. Alfaglobulinas e betaglobulinas transportam ferro, lipídeos e vitaminas lipossolúveis.
Fibrinogênio: tem participação essencial na coagulação sanguínea.
Formação das células sanguíneas
Sistemas de feedback negativo regulam a contagem total de hemácias e plaquetas na circulação. O processo pelo qual os elementos figurados do sangue se desenvolvem é chamado de hemopoese, eritropoese ou hematopoese. 
Antes do nascimento a hemopoese ocorre no saco vitelino do embrião e depois no fígado, baço, timo e nos linfonodos do feto.
A medula óssea vermelha se torna o principal local de hemopoese nos últimos três meses de gravidez e continua sendo a fonte de células sanguíneas ao longo da vida. É encontrada principalmente nos ossos do esqueleto axial, nos cíngulos dos membros superiores e inferiores e nas epífises proximais do úmero e fêmur. De 0,05 a 0,1% das células da medula óssea vermelha são chamadas de células tronco pluripotentes ou hemocitoblastos (derivados do mesênquima. Essas células são capazes de se desenvolver em muitos tipos de células diferentes. 
Nos recém-nascidos, toda a medula óssea é vermelha e ativa na produção de células sanguíneas. Com o envelhecimento, a velocidade da formação de células sanguíneas diminui; a medula óssea vermelha na cavidade medular dos ossos longos se torna inativa e é substituída por medula óssea amarela. 
As células tronco da MOV se reproduzem, proliferam e se diferenciam em células que dão origem a células sanguíneas, macrófagos, células reticulares, mastócitos e adipócitos. As células reticulares produzem fibras reticulares, que foram o estroma que dá suporte às células da medula óssea vermelha. Sangue das artérias nutrícias e metafisarias penetra no osso e passa para capilares dilatados e permeáveis, chamados seios, que circundam as fibras e as células da medula óssea vermelha. Depois da formação das células sanguíneas, elas entram nos seios e em outros vasos sanguíneos e deixam o osso pelas veias nutrícias e periosteais. Os elementos figurados não se dividem depois que deixam a medula óssea vermelha, com exceção dos linfócitos.
As células-tronco pluripotentes na medula óssea vermelha produzem mais dois tipos de células tronco:
Células-tronco mieloides: começam o seu desenvolvimento na medula óssea vermelha e dão origem a hemacias, plaquetas, monócitos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos e mastócitos. 
Células tronco linfoides: começam seu desenvolvimento na medula óssea vermelha e completam nos tecidos linfáticos. Origam as células NK. 
Algumas delas se diferenciam em células progenitoras e outras se desenvolvem diretamente nas célulasprecursoras.
Algumas células progenitoras são conhecidas como unidades formadoras de colônia (UFC). Depois da designação UFC vem a abreviação que indica os elementos maduros no sangue que vão produzir: UFC-E produz eritrócitos (hemácias) ; UFC-Meg produz megacariócitos, a fonte das plaquetas; e UFC-GM produz granulócitos (sobretudo neutrófilos) e monócitos.
Na geração seguinte, as células são chamadas de células precursoras, também conhecidas como blastos. Depois de várias divisões, elas se desenvolvem nos elementos figurados do sangue propriamente ditos. Por exemplo, os monoblastos se tornam monócitos.
Eritropoetina (EPO): aumenta o número de células precursoras de hemácias; produzida por células encontradas entre os túbulos renais.
Trombopoetina (TPO): hormônio produzido pelo fígado que estimula a formação de plaquetas.
Citocinas: pequenas glicoproteínas produzidas por células como as da medula óssea vermelha, leucócitos, macrófagos, fibroblastos e células endoteliais e atuam como hormônios locais. Estimulam a proliferação de células progenitoras na medula óssea e regulam atividades envolvidas nas defesas inespecíficas e respostas imunes. 
Hemácias
Contêm a proteína carreadora de oxigênio hemoglobina (pigmento vermelho). 
Um adulto saudável do sexo masculino possui cerca de 5,4 milhões de hemácias por microlitro de sangue e uma mulher adulta possui cerca de 4,8 milhões. Uma gota de sangue possui cerca de 50 µl.
Novas células maduras precisam entrar na circulação na velocidade de pelo menos 2 milhões por segundo para manter a contagem normal de hemácias.
Anatomia
Discos bicôncavos, com 7 a 8 µm de diâmetro.
As hemácias maduras apresentam uma estrutura simples
Membrana plasmática: resistente e flexível, o que possibilita a deformação eritrocitária sem ruptura quando elas atravessam capilares estreitos. Possui antígenos. 
Não possuem núcleo e outras organelas
Não podem se reproduzir nem realizar atividades metabólicas intensas.
Citosol: contem moléculas de hemoglobina. 
Fisiologia das hemácias
Especializadas na função de transportar O2. 
geram ATP de forma anaeróbica, pois não possuem mitocôndrias.
Cada hemácia contém cerca de 280 milhões de moléculas de hemoglobina. Uma molécula de hemoglobina consiste em uma proteína chamada globina, composta por quatro cadeias polipeptídicas (duas cadeias alfa e duas beta]), e um pigmento não proteico anular chamado heme (Figura 19.4B), que está ligado a cada uma das quatro cadeias. No centro de cada anel de heme, encontra-se um íon ferro (Fe2+) que pode se combinar reversivamente com uma molécula de oxigênio, possibilitando que cada molécula de hemoglobina se ligue a 4 moléculas de oxigênio. Cada molécula de oxigênio captada dos pulmões liga-se a um íon ferro. À medida que o sangue flui pelos capilares teciduais, a reação ferro-oxigênio se inverte. A hemoglobina libera oxigênio, que se difunde primeiro para o líquido intersticial e, depois, para as células.
A hemoglobina também transporta cerca de 23% do dióxido de carbono total, um subproduto do metabolismo. (O dióxido de carbono remanescente é dissolvido no plasma ou carreado na forma de íons bicarbonato.) O sangue que flui pelos capilares sanguíneos capta dióxido de carbono e parte dele se combina com aminoácidos na parte globina da hemoglobina. Conforme o sangue flui pelos pulmões, o dióxido de carbono é liberado da hemoglobina e, depois disso, é exalado.
Óxido nítrico (NO): produzido pelas células endoteliais dos vasos sanguíneos se liga a hemoglobina e quando ela libera o NO causa vasodilatação, melhorando o fluxo de sangue e aumenta o fornecimento de O2 para as células próximas do local de liberação do NO.
Ciclo de vida
Vivem aproximadamente 120 dias devido ao desgaste da membrana plasmática. Como não tem núcleo nem outras organelas, não conseguem sintetizar novos componentes para reparo. A membrana fica mais frágil e as hemacias mais propensas a se romper. As hemácias rompidas são removidas da circulação e destruídas por macrófagos fagociticos presentes no baço e no fígado e os produtos de sua degradação são reciclados e usados em vários processos metabólicos, inclusive formação de novas hemácias. 
1. Os macrófagos no baço, no fígado ou na medula óssea vermelha fagocitam hemácias rompidas ou gastas.
2. As porções globina e heme da hemoglobina são separadas.
3. A globina é degradada em aminoácidos, que podem ser reutilizados na síntese de outras proteínas.
4. O ferro é removido da porção heme na forma de Fe3+, que se associa à proteína plasmática transferrina, um transportador de Fe3+ na corrente sanguínea.
5. Nas fibras musculares, nos hepatócitos e nos macrófagos do baço e do fígado, o Fe3+ se desliga da transferrina e se fixa a uma proteína que armazena ferro chamada ferritina.
6. Ao ser liberado de um local de reserva ou absorvido do sistema digestório, o Fe3+ se fixa novamente à transferrina.
7. O complexo Fe3+–transferrina é levado para a medula óssea vermelha, onde as células precursoras de hemácias os captam por meio de endocitose mediada por receptores (ver Figura 3.12) para uso na síntese de hemoglobina. O ferro é necessário para a porção heme da molécula de hemoglobina e os aminoácidos para a porção globina. A vitamina B12 também é essencial para a síntese de hemoglobina.
8. A eritropoese na medula óssea vermelha resulta na produção de hemácias, que entram na circulação.
9. Quando o ferro é removido da heme, a porção sem ferro da heme é convertida em biliverdina, um pigmento verde e, em seguida, em bilirrubina, um pigmento amareloalaranjado.
10. A bilirrubina entra no sangue e é transportada para o fígado.
11. No fígado, a bilirrubina é liberada pelos hepatócitos na bile, passa para o intestino delgado e, depois, para o intestino grosso.
12. No intestino grosso, bactérias convertem bilirrubina em urobilinogênio.
13. Parte do urobilinogênio é absorvida de volta ao sangue, convertida em um pigmento amarelo chamado urobilina e excretado na urina.
14. A maior parte do urobilinogênio é eliminada nas fezes na forma de um pigmento marrom chamado de estercobilina, que confere às fezes sua cor característica.
Eritropoese
começa na medula óssea vermelha com uma célula precursora chamada proeritroblasto, que se divide várias vezes, produzindo células que começam a sintetizar hemoglobina.
O núcleo é ejetado e se torna um reticulocito. A perda do núcleo faz com que o centro da célula sofra uma endentação, produzindo o formato bicôncavo. Ele retém algumas mitocôndrias, ribossomos e RE. Os reticulocitos passam da medula óssea para a corrente sanguínea se espremendo entre as células endoteliais dos capilares sanguíneos. Se tornam hemacias maduras no período de 1 a 2 dias depois da sua liberação da medula.
Normalmente, a eritropoese e a destruição de hemácias quase se equivalem. Se a capacidade de transportar oxigênio do sangue diminui porque a eritropoese não está acompanhando a velocidade de destruição das hemácias, um sistema de feedback negativo aumenta a produção de hemácias (Figura 19.6). A condição controlada é o aporte de oxigênio aos tecidos corporais.
Leucócitos
Possuem núcleos e um complemento total de outras organelas. 
Cerca de 5000 a 10000 celulas pro microlitro de sangue.
Classificados como granulócitos (neutrófilos, eusinófilos e basófilos) ou agranulares agranulocitos (linfócitos e monócitos), dependendo se contêm notáveis grânulos citoplasmáticos cheios de vesículas que se tornam visíveis com coloração quando visualizados no microscópio. 
Leucócitos granulócitos
Neutrófilos: núcleo apresenta dois a cinco lobos conectados por filamentos muito finos de material nuclear. Os neutrófilos mais velhos apresentam lobos nucleares de vários formatos diferentes.
Eosinófilos: os grânulos não cobrem ou obscurecem o núcleo, que possui dois lobos conectados por um filamento fino ou filamento espesso de material nuclear.
Basófilos: comumente obscurecem o núcleo, que apresenta dois lobos.
Leucócitos agranulócitos
Linfócitos: grandes ou pequenos. Não há diferença funcional entre o grande e o pequeno, maso aumento da quantidade de linfócitos grandes tem importância diagnostica nas infecções virais agudas e em algumas doenças causadas por imunodeficiência.
Monócitos: o sangue é um conduto para eles, que migram do sangue para os tecidos, onde crescem e se diferenciam em macrófagos. 
Os leucócitos e todas as outras células nucleadas do corpo apresentam proteínas, chamadas de complexo de
histocompatibilidade principal (MHC) ou HLA (human leukocyte antigen), que se projetam da membrana plasmática no líquido extracelular. Esses “marcadores de identidade celular” são únicos para cada pessoa (exceto gêmeos idênticos).
Embora as hemácias possuam antígenos de grupo sanguíneo, eles não apresentam antígenos MHC.
Quando patógenos entram no corpo, a função geral dos leucócitos é combatêlos por fagocitose ou respostas imunes. Para realizar essas tarefas, muitos leucócitos deixam a corrente sanguínea e se reúnem em locais de invasão patogênica ou inflamação. Uma vez que os leucócitos granulócitos e os monócitos deixam a corrente sanguínea para combater alguma lesão ou infecção, eles nunca retornam. Os linfócitos, por outro lado, voltam a circular de maneira contínua – do sangue para os espaços intersticiais dos tecidos, para o líquido linfático e de volta ao sangue. Apenas 2% da população total de linfócitos encontramse circulando no sangue em um determinado momento; o restante se encontra no líquido linfático e em órgãos como pele, pulmões, linfonodos e baço.
Neutrófilos e macrófagos são ativos na fagocitose; são capazes de ingerir bactérias e destruir matéria morta. Várias substâncias químicas diferentes liberadas por micróbios e tecidos inflamados atraem os fagócitos, um fenômeno chamado de quimiotaxia. As substâncias que estimulam a quimiotaxia incluem as toxinas produzidas por micróbios; as cininas, que são produtos especializados de tecidos danificados; e alguns dos fatores estimuladores de colônia (FEC). Os FEC também intensificam a atividade fagocitária dos neutrófilos e macrófagos.
Entre os leucócitos, os neutrófilos respondem mais rapidamente à destruição tecidual causada pelas bactérias. Depois de engolfar um patógeno durante a fagocitose, o neutrófilo libera várias substâncias químicas que destroem este patógeno.
Os eosinófilos deixam os capilares e entram no líquido tecidual. Acredita-se que liberem enzimas, como a histaminase, que combatem os efeitos da histamina e outras substâncias envolvidas na inflamação durante reações alérgicas. Os eosinófilos também fagocitam complexos antígeno–anticorpo e são efetivos contra alguns parasitas. Muitas vezes, uma contagem de eosinófilos elevada indica uma condição alérgica ou uma parasitose.
Nos locais de inflamação, os basófilos deixam os capilares, entram nos tecidos e liberam grânulos que contêm heparina, histamina e serotonina. Essas substâncias intensificam a reação inflamatória e estão envolvidas em reações de hipersensibilidade (alérgicas). Os basófilos demonstram função similar aos mastócitos, células de tecido conjuntivo que se originam das células-tronco pluripotentes na medula óssea vermelha. Assim como os basófilos, os mastócitos liberam substâncias envolvidas na inflamação, inclusive heparina, histamina e proteases. Os mastócitos estão amplamente dispersos no corpo, sobretudo nos tecidos conjuntivos da pele e nas túnicas mucosas dos sistemas respiratório e digestório.
Os linfócitos são os principais soldados nas batalhas do sistema linfático (descrição em detalhes no Capítulo 22). A maioria dos linfócitos se movimenta continuamente entre os tecidos linfoides, linfa e sangue, passando apenas algumas horas no sangue por vez. Dessa forma, apenas uma pequena proporção dos linfócitos totais é encontrada no sangue a cada momento. Os linfócitos B e T e as células NK são os três tipos principais de linfócitos. Os linfócitos B são efetivos sobretudo na destruição de bactérias e na inativação de suas toxinas. As células T atacam vírus, fungos, células transplantadas, células cancerígenas e algumas bactérias e são responsáveis pelas reações transfusionais, alergias e rejeição de órgãos transplantados. As respostas imunes realizadas pelos linfócitos B e T ajudam a combater infecção e fornecem proteção contra algumas doenças. As células NK atacam inúmeros microrganismos infecciosos e determinadas células tumorais que surgem de maneira espontânea.
Os monócitos levam mais tempo para alcançar o local de infecção que os neutrófilos, porém chegam em número maior e destroem mais invasores. Na chegada, os monócitos crescem e se diferenciam em macrófagos migratórios que removem os resíduos celulares e microbianos por fagocitose depois de uma infecção.
Conforme podemos concluir, a elevação da contagem de leucócitos circulantes geralmente indica inflamação ou infecção. O médico pode solicitar uma contagem diferencial de leucócitos, que consiste na contagem de cada um dos cinco tipos de leucócitos para detectar infecção ou inflamação, determinar os efeitos de possível intoxicação por substâncias químicas ou drogas, monitorar distúrbios sanguíneos (p. ex., leucemia) e efeitos da quimioterapia ou constatar reações alérgicas e parasitoses. Uma vez que cada tipo de leucócito desempenha uma função diferente, determinar o percentual sanguíneo de cada tipo de leucócito ajuda no diagnóstico da condição.
Plaquetas
Células-tronco mieloides → colônia de megacariocitos → megacarioblastos → megacariócitos → se quebram em 2000 a 3000 fragmentos
· Cada fragmento envolvido por um pedaço de membrana plasmática é uma plaqueta. 
· Em cada microlitro de sangue há 150000 a 400000 plaquetas.
· Tem muitas vesículas, porém sem núcleo.
· Seus grânulos contêm substâncias químicas que quando liberadas promovem a coagulação do sangue (tampão plaquetário). 
· Apresentam vida curta, de apenas 5 a 9 dias.
Hemostasia
Sequência de respostas que interrompe o sangramento. Três mecanismos reduzem a perda de sangue: (1) espasmo vascular, (2) formação de tampão plaquetário e (3) coagulação sanguínea. Quando bem sucedida, a hemostasia evita hemorragia, que consiste na perda de grande volume de sangue dos vasos. Os mecanismos hemostáticos conseguem evitar a hemorragia de vasos sanguíneos pequenos, porém as hemorragias substanciais de vasos maiores demandam intervenção médica.
Espasmo vascular
Quando artérias ou arteríolas são danificadas, o musculo liso arranjado de forma circular em suas paredes contrai-se de imediato. O espasmo vascular reduz a perda de sangue por vários minutos a algumas horas. É provavelmente causado pelo dano ao musculo liso, por substancias liberadas de plaquetas ativadas e por reflexos iniciados pelos receptores de dor.
Formação do tampão plaquetário
1. Inicialmente, as plaquetas entram em contato e se fixam a partes do vaso sanguíneo danificado, como fibras de colágeno do tecido conjuntivo subjacente às células endoteliais danificadas. Esse processo é chamado de adesão plaquetária.
2. Essa adesão ativa as plaquetas e suas características mudam de maneira drástica. As plaquetas estendem muitas projeções que possibilitam entrar em contato e interagir umas com as outras; as plaquetas começam a liberar os conteúdos das suas vesículas. Essa fase é chamada de reação de liberação das plaquetas. O ADP liberado e o tromboxano A2 desempenham um papel essencial na ativação das plaquetas vizinhas. A serotonina e o tromboxano A2 atuam como vasoconstritores, promovendo e sustentando a contração do músculo vascular liso, o que diminui o fluxo de sangue pelo vaso lesado.
3. A liberação de ADP torna as outras plaquetas da área visguentas, e essa condição das plaquetas recém-recrutadas E ativadas promove sua adesão às plaquetas originalmente ativadas. Essa aglomeração de plaquetas é chamada de agregação plaquetária. Por fim, o acúmulo e a fixação de numerosas plaquetas formam uma massa chamada de tampão plaquetário.
Coagulação do sangue
Normalmente, o sangue permanece em seu estado líquido enquanto se encontra no interior dos vasos sanguíneos. Se for coletado do corpo, no entanto, torna-se espesso eforma um gel. Por fim, o gel se separa do líquido. O líquido de cor palha, chamado soro, é simplesmente plasma sanguíneo sem as proteínas de coagulação. O gel é chamado de coágulo sanguíneo, que consiste em uma rede de fibras proteicas insolúveis chamadas de fibrina, na qual os elementos figurados do sangue são aprisionados
O processo de formação do gel, chamado de coagulação, consiste em uma série de reações químicas que culmina na formação de filamentos de fibrina. Se o sangue coagula com muita facilidade, uma das consequências pode ser trombose – coagulação em um vaso sanguíneo não danificado. Se o sangue demora muito tempo para coagular, pode ocorrer hemorragia.
A coagulação envolve inúmeras substâncias conhecidas como fatores de coagulação. Esses fatores incluem os íons cálcio (Ca2+), várias enzimas inativas sintetizadas por hepatócitos e liberadas na corrente sanguínea e diversas moléculas associadas às plaquetas ou liberadas pelos tecidos danificados. A maioria dos fatores de coagulação é identificada por numerais romanos que indicam a ordem da sua descoberta (não necessariamente a ordem da sua participação no processo de coagulação).
1. Duas vias, chamadas de via extrínseca e intrínseca (Figura 19.11A, B), que serão descritas brevemente, levam à formação de protrombinase. Uma vez formada a protrombinase, as etapas envolvidas nas duas fases seguintes da coagulação são as mesmas tanto na via intrínseca quanto na extrínseca e, juntas, essas duas fases são chamadas de via comum.
2. A protrombinase converte a protrombina (uma proteína plasmática formada pelo fígado) na enzima trombina.
3. A trombina converte fibrinogênio solúvel (outra proteína plasmática formada pelo fígado) em fibrina insolúvel. A fibrina forma os filamentos do coágulo.

Outros materiais