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Patricia Souza dos Santos Bromatologia e Tecnologia dos Alimentos EMBALAGENS DE ALIMENTOS IBMR, Rio de Janeiro/RJ 2020.1 EMBALAGEM “Ao criar o homem, a natureza deu ao mundo a sua primeira aula sobre tecnologia de embalagens, já que o corpo humano é um verdadeiro sistema de acondicionamentos rígidos e flexíveis, protegendo órgãos, tecidos, vasos, nervos...” (Evangelista, 2001). De acordo com a filosofia de marketing, a embalagem tem por finalidade, “vender o que protege e proteger o que vende” ou “a embalagem é a arte, a ciência e a técnica de acondicionar o produto, para que ele seja transportado, vendido e consumido”. Embalagem para alimento, de acordo com a ANVISA, é o invólucro, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento, removível ou não, destinada a cobrir, empacotar, envasar, proteger ou manter, especificamente ou não, matérias-primas, produtos semielaborados ou produtos acabados. “Qualquer forma pela qual o alimento tenha sido acondicionado, guardado, empacotado ou envasado”. (Definição conforme o decreto-lei 986/1969) EMBALAGEM - DEFINIÇÃO EMBALAGEM – IMPORTÂNCIA E FUNÇÕES Consumidor Metas técnicas Produtor Veículo de comunicação, distribuição e difusão do produto. ❑ PROTEÇÃO A embalagem é antes de mais nada um recipiente que contém o produto e que deve permitir o seu transporte, distribuição e manuseio, protegendo-o contra choques, vibrações e compressões que ocorrem em todo o circuito. O sistema de embalagem deve também proteger o produto contra adulterações ou perdas de integridade, acidentais ou provocadas através de sistemas de evidência de abertura (selos, tampas com anel de ruptura, tampas com botão indicador de vácuo, etc. EMBALAGEM – FUNÇÕES BÁSICAS ❑ CONSERVAÇÃO A embalagem deve manter a qualidade e a segurança do produto, prolongando sua vida útil e minimizando as perdas por deterioração. Para isso, ela deve controlar fatores como umidade, oxigênio, luz e ser uma barreira aos microrganismos presentes na atmosfera envolvente, impedindo o seu desenvolvimento no produto. Deve ser constituída por materiais e substâncias que não migrem para o produto, em quantidades que possam por em risco a segurança dos consumidores ou alterar as características organolépticas do produto. Ela é concebida e adaptada a uma certa tecnologia, desempenhando assim um papel ativo, como no processamento térmico, no acondicionamento asséptico e na atmosfera modificada. EMBALAGEM – FUNÇÕES BÁSICAS ❑ INFORMAÇÃO A embalagem é também, por excelência, o veículo de informação sobre o produto. A embalagem transmite informação para a gestão de estoques, instruções de armazenamento e de manuseio, preço e permite a identificação e rastreabilidade do produto. Ao nível do consumidor, a embalagem é suporte dos requisitos legais de rotulagem (nome e tipo do produto, quantidade, data de consumo, fabricante, etc.), da informação nutricional e de instruções de armazenamento doméstico, de preparação e uso. EMBALAGEM – FUNÇÕES BÁSICAS ❑ CONVENIÊNCIA OU SERVIÇO Os aspectos da embalagem como abertura fácil; tampas dosadoras e possibilidade de fechamento entre utilizações; possibilidade de aquecer/cozinhar e servir na própria embalagem; utilização em fornos micro- ondas; permitir a combinação de produtos diferentes; como iogurte e cereais e ser adequada a diferentes ocasiões de consumo, como em situações esportivas e em diferentes quantidades, doses individuais, etc.. Nesta função podem ser incluídos aspectos menos técnicos e mais relacionados com o marketing e a comunicação, já que a embalagem deve reter a atenção e seduzir o comprador no ponto de venda. EMBALAGEM – FUNÇÕES BÁSICAS • Manter condições de segurança contra microrganismos, ação enzimática, agentes químicos, físicos e ambientais. • Ser isenta de toxicidade. • Não causar incompatibilidade com o produto. • Ser adequada ao tamanho, à forma e peso do produto. • Por sua aparência e poder visual propiciar a venda do produto. • Possuir qualidades funcionais (fácil transporte e armazenamento do produto, desembaraço em seus sistemas de fechamento e abertura, dispositivos de observação do seu conteúdo). • Fora casos excepcionais, ser de baixo custo. • Informar o consumidor para compra e uso do produto. • Indicar a origem do produto, seu fabricante e seu padrão de qualidade. • Contribuir o menos possível, para o agravamento do problema de poluição. EMBALAGEM – REQUISITOS ESSENCIAIS -Animal Bexiga Cera animal Estômago Pele de porco Tripa -Vegetal Bambu Borracha Cera vegetal Cipó Fibras prensadas Folhas verdes Madeira Papel e derivados Palha -Mineral Barro cozido Certos metais Folha de flandres Folha de alumínio Louça Materiais de revestimento Mármore Parafina Vidro -Sintéticos Plásticos EMBALAGEM – ORIGEM DAS MATÉRIAS-PRIMAS EMBALAGEM – SEGUNDO A ESTRUTURA DO MATERIAL ▪ Primária, ▪ Secundária e ▪ Terciária. EMBALAGEM – SEGUNDO A FUNÇÃO OU NÍVEL As embalagens metálicas para alimentos classificam-se fundamentalmente em dois tipos: embalagens de três peças, com corpo, tampa e fundo; e embalagens de duas peças, cujo corpo e fundo são uma peça única e tampa. EMBALAGEM – DE METAL ✓ Leve e resistente. ✓ Elevada barreira. ✓ Moderada resistência à corrosão. ✓ Boa capacidade de formação. ✓ Flexível ou rígido (depende da espessura). ✓ Possibilidade de combinação com papel ou plástico (laminados). ✓ Reciclável. ✓ Custos elevados de produção. EMBALAGEM – DE METAL (BASE DE ALUMÍNIO) ✓ Interação química com o produto: corrosão. ✓ Resistente à baixas e elevadas temperaturas. ✓ Boa resistência mecânica. ✓ Possibilidade de decoração. ✓ Elevada barreira a gases. ✓ Não transparente. ✓ Reutilização limitada. ✓ Reciclável e facilidade de separação dos resíduos. EMBALAGEM – DE METAL (BASE DE AÇO) Condições essenciais da folha de flandres como material de embalagem: receber revestimento protetores, ser resistente, conduzir calor, ter maleabilidade, permitir soldagem segura. Tipos de revestimento: estanho, óleos resinosos, sintéticos, etc. EMBALAGEM – DE LATAS (FOLHAS DE FLANDRES) EMBALAGEM DE METAL – APLICAÇÃO ❑ Vantagens: ✓ Alto valor mercadológico de visualização; ✓ inerte, a maioria das substâncias; ✓ resistente às temperaturas de esterilização até 100 oC; ✓ perfeita impermeabilidade; ✓ não transmite odor e sabor; ✓ prescinde de revestimentos; ✓ fácil abertura e possibilidade de fechar o recipiente, depois de aberto; ✓ facilmente colorível; ✓ reutilização doméstica. ❑ Desvantagens: ✓ fragilidade; ✓ peso, relativamente, grande; ✓ preço mais elevado; ✓ menor condutibilidade térmica; ✓ dificuldade de manipulação. EMBALAGEM DE VIDRO ✓ Várias espessuras e formatos. ✓ Combinação com vários materiais para formar produtos laminados ou revestidos. ✓ Baixa resistência mecânica. ✓ Baixa barreira. ✓ Falta de inércia. ✓ Resistente à baixas temperaturas. ✓ Boa impressão. ✓ Baixo peso. ✓ Reciclável. EMBALAGEM DE PAPEL ❑ Embalagens de papelão Empregadas: para o envasamento de produtos secos, como embalagem auxiliar, protegendo unidades já embaladas, como embalagem de transporte. ❑ Embalagens de polpa moldada Elaborada por aparas de papel. ❑ Embalagens de madeira EMBALAGEM DE PAPEL, PAPELÃO E MADEIRA EMBALAGEM DE PAPEL Polietileno, polipropileno, poliestireno, policloreto de vinila, polietileno tereftalato, poliamidas, etc). ❑ Vantagens: ✓ Peso reduzido; ✓ Dificilmente quebram; ✓ Fácil enchimento; ✓ Melhores condições de transporte; ✓ Maior comodidade de manuseio; ✓ Fabricação requer menores investimentos em ✓ Máquinas e instalações; ✓ Ausência de fragmentos perigosos; ✓ Reciclável. ✓ Possibilidade de combinação com papel e alumínio ou outros plásticos ❑ Desvantagens: ✓ Pequena resistência à temperaturas altas; ✓ Reciclagem ainda limitada. ✓ Geração de lixo. EMBALAGEM DE PLÁSTICO EMBALAGEM DE PLÁSTICO 1) PET = Politereftelato de etileno – usado em garrafasde refrigerantes, água, vinagre, detergentes. 2) PEAD = Polietileno de alta densidade – usado em recipientes de xampus, condicionadores. 3) PVC = Policloreto de vinila – usado em forros, bandejas de refeições, assoalhos. 4) PEBD = Polietileno de baixa densidade – usado em filmes, sacolas de supermercado. 5) PP = Polipropileno – usado em tupperware, embalagens para iogurte e água mineral. 6) PS = Poliestireno – usado em copos de água e de café, isopor. 7) Outros As modificações nos hábitos alimentares também explicam o progressivo aumento na quantidade de resíduos de embalagens no total dos resíduos sólidos urbanos produzidos. No que diz respeito à gestão dos resíduos de embalagem, existe uma hierarquização dos métodos de gestão, denominada 3R’s da sustentabilidade: REDUÇÃO na origem, REUTILIZAÇÃO e RECICLAGEM. EMBALAGEM X AMBIENTE A redução na origem não é apenas o uso de menos embalagens, consiste na minimização do consumo de materiais, na redução do consumo de energia e na eliminação do uso de substâncias nocivas ao ambiente na produção e transformação das embalagens. A reutilização implica no retorno da embalagem à indústria de alimentos ou bebidas, após consumo, para nova utilização. São mais empregadas no mercado de cervejas/refrigerantes com as embalagens de vidro e no de água mineral, na forma de galões de 20 L, em polipropileno. A reciclagem pode ser orgânica, que consiste no tratamento das partes biodegradáveis da embalagem com microrganismos e produção de resíduos orgânicos utilizáveis. A reciclagem mecânica consiste no processamento dos resíduos das embalagens para fabricar outras embalagens ou outros objetos. EMBALAGEM X AMBIENTE A migração é a transferência de substâncias da embalagem para o alimento, por fenômenos de natureza físico-química. A inércia total não existe e, por isso, os fenômenos de migração ocorrem em todos os materiais, sendo os plásticos e os papéis os mais problemáticos, dada a natureza das moléculas destes materiais e, por isso, são alvo de maior atenção. A migração é normalmente classificada em migração global ou específica. A primeira corresponde à totalidade dos componentes que migram da embalagem, sejam eles conhecidos ou não. A migração específica diz respeito à determinação da transferência de compostos bem identificados. EMBALAGEM X INOCUIDADE As embalagens ativas têm várias funções adicionais em relação às embalagens passivas. As embalagens ativas alteram as condições do produto, aumentando sua vida de prateleira, segurança e qualidade e, ou melhorando suas características sensoriais. As principais técnicas em embalagens ativas dizem respeito a substâncias que absorvem oxigênio, etileno, umidade e odor, e aquelas que emitem dióxido de carbono, agentes antimicrobianos, antioxidantes e aromas. Essas técnicas consistem na incorporação e, ou imobilização de certos aditivos à embalagem em vez da incorporação direta no produto. EMBALAGENS ATIVAS A embalagem antimicrobiana é um tipo promissor de embalagem ativa que apresenta substância antimicrobiana incorporada e, ou imobilizada no material da embalagem e é capaz de eliminar ou inibir microrganismos deterioradores e, ou patogênicos. O princípio básico de atuação dessa embalagem é a adição de uma barreira extra (microbiológica) às barreiras físicas (oxigênio e umidade). EMBALAGENS ATIVAS - ANTIMICROBIANAS A oxidação constitui um dos mecanismos mais frequentes de deterioração e redução da vida útil dos alimentos. Além de alterar o gosto (rancificação) e a qualidade nutritiva (perda de vitaminas e ácidos graxos essenciais) dos alimentos, a oxidação resulta em compostos reativos e tóxicos que representam um perigo para os consumidores. EMBALAGENS ATIVAS - ANTIOXIDANTES As embalagens aromáticas constituem um tipo de embalagem ativa para alimentos, atrativas no que diz respeito, principalmente, à melhoria da aceitação sensorial dos produtos acondicionados. Elas são produzidas pela incorporação de aromas voláteis na matriz polimérica. A característica de volatilidade de uma embalagem aromática é fundamental para a sua aplicação. A volatilidade dos aromas é amplamente dependente do peso molecular desses químicos, a maioria apresentando entre seis e 18 carbonos. EMBALAGENS ATIVAS - AROMÁTICAS Os sistemas de embalagens inteligentes podem ser compostos por rótulos, etiquetas ou filmes que proporcionam maiores possibilidades de monitoramento da qualidade do alimento. A embalagem pode ser considerada a ferramenta mais simples e viável de fornecer informações sobre a qualidade do alimento nela embalado durante as etapas de transporte e acondicionamento. O monitoramento do produto por meio da embalagem permite que o consumidor final tenha acesso às reais condições do alimento imediatamente antes do consumo. Essas embalagens podem ser divididas em dois grandes grupos: embalagens carreadoras de dados, onde estão inseridos o código de barras e as etiquetas de identificação por frequência de rádio (RFID), e embalagens indicadoras, merecendo destaque os indicadores do binômio tempo- temperatura, indicadores de gases, como oxigênio e etileno, e os indicadores de microrganismos patogênicos e toxinas. EMBALAGENS INTELIGENTES EMBALAGENS INTELIGENTES EMBALAGENS INTELIGENTES o Nome do produto; o Informação nutricional; o Lista de ingredientes; o Quantidade do produto; o Identificação do lote; o Identificação da origem; o Data de fabricação e de validade; o Tabela de Informação nutricional; o Preparo e conservação; o Instruções para uso. EMBALAGENS – INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA
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