Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ponto dos ConcursosPonto dos ConcursosPonto dos ConcursosPonto dos Concursos www.pontodosconcursos.com.br Atenção. O conteúdo deste curso é de uso exclusivo do aluno matriculado, cujo nome e CPF constam do texto apresentado, sendo vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação e distribuição. É vedado, também, o fornecimento de informações cadastrais inexatas ou incompletas – nome, endereço, CPF, e-mail - no ato da matrícula. O descumprimento dessas vedações implicará o imediato cancelamento da matrícula, sem prévio aviso e sem devolução de valores pagos - sem prejuízo da responsabilização civil e criminal do infrator. Em razão da presença da marca d’ água, identificadora do nome e CPF do aluno matriculado, em todas as páginas deste material, recomenda-se a sua impressão no modo econômico da impressora. CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES LUINPRÇÃDXTO-ESAF Módulo04 Prof. Odiombar Rodrigues I-Aprsentação Chegamos ao nosso quarto encontro, a nossa caminhada já passou da metade da jornada, é hora de organizar os conteúdos, sistematizar alguns conhecimentos que ficaram dispersos e intensificar a prática. Essa é uma tarefa que exige a colaboração de cada um, pois aqui neste meu rincão, isolado dos alunos, não tenho condições de perceber o que está faltando para cada um de vocês. A participação de todos é que permite tomar conhecimento das lacunas que o curso possa ter, das precariedades que possa apresentar, tudo a fim de melhorá-lo. Por outro lado, a opinião também é importante, quando aponta os pontos positivos do trabalho, pois isto permite intensificar ações que são frutíferas. Na nossa aula de hoje, vamos falar sobre a unidade básica do texto que é o parágrafo, estudando seu conceito, estrutura e organização dos argumentos. Para nós, que temos foco em concursos públicos, o estudo do parágrafo é fundamental, pois são abundantes as questões que ocorrem em provas. Ao longo de nossa explanação, estabelecemos relações entre os conteúdos e a prática da interpretação de texto em concursos. Ampliamos um pouco o assunto através de um pequeno estudo sobre argumentação, principalmente, enfocando questões de provas. Por fim, desenvolvemos um pequeno estudo sobre os tipos de discurso, dada a presença deste assunto em algumas questões de prova, especialmente enfocando a transformação de um tipo em outro de discurso. Vamos encerrar esta introdução e passar de imediato ao desenvolvimento de nossos assuntos de hoje. Boa aula. 1 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES Opágrafo Nas aulas anteriores, abordamos o texto como um todo, vendo tipologia, fatores de coesão e coerência e intertextualidade. Agora passamos a estudar o texto através de seus elementos constitutivos, ou seja, o parágrafo e a frase. Desde o ensino fundamental, os professores falam sobre parágrafo, mas o aluno fica restrito a uma postura nada sistemática, pois continua imaginando que a delimitação do parágrafo depende da vontade de cada um. Nada mais enganador. O parágrafo se autolimita, ao definir a primeira frase, pois ela contém (ou deve conter) os elementos indicadores de sua extensão. Por essa razão é que atribuímos tanta importância a ele. Vamos iniciar um estudo mais sistemático, estabelecendo dois aspectos importantes: a) Não se fala em “parágrafo padrão” no sentido de que uma fórmula é correta e as outras são erradas. Ao usarmos esta expressão, o que queremos propor é uma maneira didática de reconhecermos o parágrafo por suas características gerais. Cada autor tem seu modo de construí-lo, mas alguns traços são comuns e podem ser codificados. Por isso, o estudo do parágrafo é uma abordagem genérica tanto da construção, como da interpretação. b) A concepção de parágrafo atende a critérios técnicos e, também, à hierarquia das idéias no texto, isto em função da lógica argumentativa empregada. Em argumentos muito longos e complexos, o que poderia ser um parágrafo, subdivide-se em diversos outros, mantendo a lógica de uma idéia secundária em cada unidade. A maioria dos manuais de textos sobre parágrafo conceitua-o como uma unidade composta por orações que, no conjunto, formam um “pensamento completo”. A imprecisão do conceito é muito grande, pois é difícil imaginar a extensão de um “pensamento completo”. Esta medida não é confiável, por isso propomos um estudo centrado na estrutura do parágrafo para que possamos, com segurança, determinar a sua extensão. 2 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES Antes de passarmos para o estudo, propriamente dito, é importante ressaltar a relação do conteúdo com as provas de concursos. Muitas vezes o candidato lê o texto mais de uma vez, procurando localizar alguma passagem pedida pela ordem da questão. Quando se tem uma noção clara da estrutura do texto (introdução, desenvolvimento e conclusão) e da distribuição dos argumentos, fica fácil localizar qualquer passagem. Numa primeira leitura, o candidato já pode deixar o parágrafo com os destaques que lhe possibilitem responder com segurança. Em provas, as bancas publicam os textos divididos em parágrafos e, normalmente, com linhas numeradas. Este procedimento auxilia o leitor a localizar a informação e visualizar a organização dos argumentos. Em algumas ocasiões, as bancas distribuem os parágrafos de forma aleatória, a fim de solicitar ao candidato o ordenamento deles. Já estudamos este assunto, agrupando os parágrafos através dos marcadores de coesão. Agora nos interessa a prática de reconhecer os limites do parágrafo e a sua constituição. Para adquirirmos esta prática é importante desenvolvermos alguns conceitos básicos sobre o parágrafo: Conceito; Estrutura; Tópico frasal; Tipologia; Encadeamento Cnceito – Os textos são organizados em torno de pequenos trechos que formam uma unidade de idéia, chamados de parágrafos. Graficamente, o parágrafo é marcado pelo recuo da primeira linha. A extensão é muito variada, mas o que determina a sua amplitude é a unidade temática. Cada parágrafo deve conter uma idéia central com seu desenvolvimento. Estura- Assim como o texto, o parágrafo também tem introdução, desenvolvimento e conclusão, cada elemento é apresentado em períodos separados. Isso é um padrão, não uma obrigatoriedade. A introdução é composta por uma ou duas frases iniciais que expressam a idéia que será desenvolvida logo após. Geralmente, a primeira ou segunda frase do parágrafo encerra o tópico frasal que veremos logo a seguir. O desenvolvimento faz a ampliação da idéia exposta anteriormente, acrescentando alguns dados que possam ampliá-la ou explicá-la. A conclusão nem sempre está presente no parágrafo, pois a argumentação pode ter continuidade nos parágrafos seguintes e a 3 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES conclusão ser deixada apenas para o parágrafo final. Em outros casos, o período final do parágrafo não conclui, mas retoma o que foi proposto no tópico frasal. O estudo da conclusão é abordado pela questão um, logo abaixo. Esta estrutura padrão para o parágrafo é mais frequente em textos dissertativos, o que é muito comum ocorrer em provas de concursos, como já vimos anteriormente. No parágrafo introdutório, não aparece argumentação,o que, em geral, está presente nos parágrafos de desenvolvimento. Tópicofrsal – Acima já nos referimos ao tópico frasal, registrando a sua presença na introdução do parágrafo. O tópico frasal encerra a idéia central. A idéia central do primeiro parágrafo de um texto, em geral, corresponde à própria idéia central (tese) do texto. Por isso, é muito importante uma leitura atenta dele. No caso dos textos dissertativos, esta prática é a mais usual. Em torno do tópico frasal organizam-se as idéias secundárias, ele comanda a extensão do parágrafo, pois o que excede ao exposto nele deve passar para outro parágrafo. Nenhuma frase deve ultrapassar o conteúdo proposto no tópico frasal, esta é a medida que temos para a extensão do parágrafo. Nada além, nem aquém do que estiver presente no tópico. Tplogia–Em geral, os autores estabelecem nexo entre o tipo de parágrafo e o de texto, assim textos descritivos são compostos por parágrafos descritivos. Para nosso caso, é importante verificar que os textos dissertativos são compostos por parágrafos que priorizam a argumentação ou a exposição. Se o parágrafo for do tipo argumentativo, ele irá apresentar o tópico frasal com a tese que se propõe defender, seguida pela argumentação, concluindo pela sua aceitação ou refutação. Cada parágrafo, desse tipo, desenvolve uma tese/argumento que, em cadeia, constitui o texto como um todo. Por outro lado, se o parágrafo for expositivo, o tópico frasal será seguido por frases dependentes da principal. Para quem faz concurso isto é importante, porque permite mapear o texto e localizar todas as idéias principais e secundárias. Com este mapeamento, o candidato pode, com facilidade, responder 4 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES questões que solicitam avaliar se uma determinada ideia é coerente com o texto ou não. Logo após, em nossa prática, retomaremos este assunto. Vamos parar de teorizar para fazermos uma pequena prática, examinando um parágrafo e seu tópico frasal. Leia o parágrafo abaixo com atenção: Ninguém discordará, em sã consciência, da necessidade de o Brasil passar por mudanças significativas em sua legislação penal, tendo em vista adquirir um melhor instrumental jurídico para combater algumas das nossas mais notórias chagas sociais contemporâneas, quais sejam, o desrespeito à vida humana, a violência desenfreada – principalmente (não só) nas grandes concentrações urbanas – e, sobretudo, a crônica impunidade. No entanto, a justa pressão social pela diminuição dos assombrosos índices de violência e criminalidade não pode dar margem a um atabalhoado processo de mudança das leis penais que abrigue contradições, inconstitucionalidades e até efeitos contrários ao que se pretende. O Congresso Nacional e toda a sociedade brasileira precisam estar atentos a projetos de lei que, em lugar de combater o crime, podem se tornar inteiramente contraproducentes, chegando a estimulá-lo (...) Para isolarmos o tópico frasal neste parágrafo, vamos identificar o primeiro período e retirar dele todos os elementos modalizadores. (em parênteses): Ninguém discordará, (em sã consciência),(1) da necessidade de o Brasil passar por mudanças significativas em sua legislação penal, (tendo em vista adquirir um melhor instrumental jurídico para combater algumas das nossas mais notórias chagas sociais contemporâneas, quais sejam, o desrespeito à vida humana, a violência desenfreada – principalmente (não só) nas grandes concentrações urbanas – e, sobretudo, a crônica impunidade.) (2) (1) O primeiro elemento a ser retirado é a advertência, de que “em sã consciência” todos concordam. É importante observar o detalhe que esta expressão atribui aos argumentos do texto: a autoridade de considerar em “má consciência” todos que se opuserem à tese do autor. 5 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES (2) A expressão “tendo em vista” introduz um argumento, portanto não faz parte mais do enunciado da tese. Assim, podemos isolar, no primeiro período do parágrafo a tese: Ninguém discordará da necessidade de o Brasil passar por mudanças significativas em sua legislação penal. Numa questão de concurso esta tese pode ser pedida, assim como está no próprio texto ou transposta para outras formas linguísticas que mantenham o sentido original como: � Todos concordam sobre a necessidade de o Brasil passar por mudanças significativas em sua legislação penal. – A frase apenas passou para uma forma positiva. � É consenso a necessidade de o Brasil passar por mudanças na legislação penal. Agora procedemos a uma substituição lógica: “todos concordam” por “é consenso” o que não altera o significado. Quanto a eliminarmos o modalizador “significativas” não há problemas, pois em “mudanças” já está contida a idéia de “mudanças significativas”, ou seja, é apenas uma questão de grau de intensidade da mudança. Este é um procedimento padrão que você pode repetir na maioria dos casos. Em alguns parágrafos pode não funcionar bem, devido a questões de estilo, como o autor iniciar por um argumento, ou alguma circunstância, ou algum elemento indicativo de tempo ou espaço. 15.-Ecdamento O parágrafo é a unidade básica do texto, assim como os períodos são seus constituintes. Por isso um texto pode ser graficamente representado: Texto = [parágrafo1 (período1+período2+período ) +paráfrafo2 (período1+período2+período ) +Parágrafo (período ...) Não se assustem, não é fórmula de matemática! Mas que parece, parece!!!!! Deste esquema resulta o entendimento de que um parágrafo é composto por mais de um período. O primeiro, destinado a apresentar a “idéia central” ou “tese”, seguido pelos períodos de argumentação sobre a importância do tema e, finalmente, um período 6 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES de encerramento do parágrafo. Para quem se dedica à produção de texto, este é um detalhe fundamental. Podemos enumerar os principais elementos de coesão entre os períodos, no parágrafo e entre esses em relação ao texto, vamos enumerar alguns elementos coesivos com seus significados mais comuns. Significado Elementos coesivos Exemplos Em primeiro lugar, Inicialmente, há a necessidade de distinguir as verdadeiras Prioridade Inicialmente necessidades do grupo.... Antes de mais nada Antes de mais nada, é importante cumprir a lei.... A situação econômica mundial está complicada, por Por exemplo exemplo, os países não estão conseguindo exportar... Ilustração A saber Países desenvolvidos estão em dificuldade, a saber .Estados ...quer dizer Unidos, Inglaterra....... Uma crise econômica atinge a todos, portanto o Brasil deve ... em suma tomar cuidado com...... Conclusão ... concluindo... .... concluindo, pode-se esperar mudanças para o próximo ...portanto ano, desde que as condições melhorem para as exportações.. Por outro lado, há distorções fundamentais..... Pelo contrário Mas, para mim mais fascinante é .... Oposição ...mas... Os países ricos deveriam ajudar os países em ...em vez de... desenvolvimento em vez de apenas explorá-los A crise atual, assim como a de 29, promove o ...assim como empobrecimento de muitos países.... Semelhança De acordo comDe acordo com as estatísticas, a população está crescendo Segundo mais lentamente....... ...além disso Também ficou comprovada a presença de álcool no Adição ...também organismo.... ...e A falta de crédito reduz as vendas e provoca desemprego... Talvez porque o homem vermelho seja selvagem, e não Talvez possa compreender. Dúvida Provavelmente Provavelmente, os países emergentes terão ganhos com a Pode ser que crise...... Certamente Certamente os investidores menos precavidos terão Certeza Por certo prejuízos consideráveis..... Sem dúvida Sem dúvida, todos terão prejuízos com esta crise..... Esta lista não se esgota na apresentação desses elementos, muitos outros podem ser arrolados como: tempo (enfim, imediatamente, tão logo), espaço (perto de, logo após, próximo a), causa (por isso, por consequência, em razão de) e muitos outros elementos que acrescentam circunstâncias ao texto (ver questão 9). Estes elementos podem estar posicionados no interior do período, na ligação entre períodos ou estabelecendo a relação entre parágrafos. Eles são fundamentais para a compreensão do texto, por isso você deve ter uma atenção especial quando encontrá- los, de preferência destacando-os bem. 7 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES Asdexto Para entendermos a “tese” é necessário estabelecer alguns pressupostos teóricos que a fundamentam. Quando falamos em “tese” estamos nos referindo, especialmente, ao texto dissertativo-argumentativo, conforme aula sobre tipologia de texto. Assim, nos textos descritivos e narrativos falamos em “idéia central”, porém nos textos argumentativos há uma transformação da “idéia” em tese, pois o que importa é convencer o leitor. Agora podemos entender que a tese é a própria “idéia central” embasada em argumentos que objetivam o convencimento do leitor. As bancas de concursos, na intenção de simplificar, eliminam esta distinção e usam termos genéricos para designar ora a “idéia central” ora a “tese”. Nos concursos públicos a maioria dos textos são dissertativo-argumentativos e, portanto, os enunciados visam identificar a tese do texto. A tese está intimamente ligada à intencionalidade, pois ambas revelam o objetivo do escritor ao produzir o texto. Argumentação Este é um dos assuntos fundamentais de nosso curso, pois os textos de provas, em geral, são dissertativo-argumentativos, como já repetimos muitas vezes. Agora cabe caracterizá-los através de seus procedimentos, ou seja, das estratégias argumentativas. O autor arregimenta recursos com a finalidade de convencer o leitor de seu ponto de vista: sua tese. Ao proclamar a tese e escolher os argumentos, o autor assume atitudes (procedimentos argumentativos) que revelam o seu modo de argumentação. Adrgumentivas Na construção do texto, o autor tem como fim último convencer o leitor, para isso ele utiliza uma das atitudes abaixo, o que não quer dizer de forma exclusiva. Ele pode eleger uma delas como básica e usar as demais como complementares em seu 8 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES processo argumentativo. Entre as atitudes mais comuns em textos de provas, podemos apresentar: Comparação; Análise; Classificação; Conceituação Acmpração– Neste procedimento o autor confronta dois argumentos a fim de optar por um deles. (lembre que estamos falando em texto dissertativo-argumentativo, se estivéssemos abordando a comparação nos textos dissertativo-expositivos, não haveria a “escolha” por um ou outro. O autor apenas faria a exposição das idéias). Na comparação, o autor procura encontrar as semelhanças e diferenças a fim de valorizar o seu ponto de vista. Quando o autor se propõe comparar, ele estabelece parâmetros que servem de referência para a sua escolha. Vejamos o texto abaixo em que o autor compara dois grupos de jovens, em termos de mercado de trabalho. Preste atenção no último parágrafo para observar que, ao concluir o texto, o autor retoma a idéia da frase inicial do texto. Texto2 1 De fato, os jovens têm motivos para se sentirem inseguros. Começam a vida 2 profissional assombrados pelos altos índices de desemprego. Quase a metade dos 3 desempregados nos grandes centros no Brasil é jovem. Além da falta de experiência, há 4 o despreparo mesmo. Grande parte tem baixa escolaridade. O mercado de trabalho ajuda 5 a perpetuar a desigualdade. Muitos jovens deixam de estudar para trabalhar. 6 Mas a disputa é acirrada também entre os mais bem-preparados. A grande oferta 7 de mão-de-obra resulta em um processo cruel de avaliação, com testes de 8 conhecimentos e de raciocínio lógico, redação, dinâmica de grupo, entrevistas. E não é 9 só. O jovem deve demonstrar habilidades que muitas vezes nem teve tempo de saber se 10 possui ou de descobrir como adquiri-las. 11 Como o conhecimento hoje fica obsoleto muito rápido, a qualificação e o 12 potencial comportamental é que definem um bom candidato, e não só o preparo técnico. 13 (Isto é, 5/10/2005 – Texto adaptado). 9 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES Este pequeno texto nos auxilia a entender a questão da comparação. O primeiro parágrafo anuncia o tópico frasal “os jovens têm motivos para se sentirem inseguros”. Logo após, inicia-se a enumeração das razões para a insegurança dos jovens, classificando-as conforme o grau de preparo de cada grupo. No primeiro parágrafo, apresenta os menos preparados e, no segundo, os mais preparados. Nos dois casos há disputas e injustiças, mantendo-se a idéia do tópico frasal sobre a insegurança dos jovens. Ao concluir, no último parágrafo, o texto revela que os dois grupos são prejudicados pelo mercado de trabalho, pois, por uma razão ou outra, ambos acabam tendo insegurança. Aanálise– Alguns autores consideram a análise uma etapa posterior à comparação. Após eleger o seu posicionamento, o autor passa a examinar todos os elementos que constituem o seu argumento, reforçando as qualidades e minimizando os pontos fracos. A conclusão de um texto analítico, além de fundamentar a opção do autor, pode proporcionar o estabelecimento de alguma hierarquia entre os argumentos a fim de reforçar a tese, proposta na introdução. Alsficação– Em algumas situações, o autor pretende estabelecer relações entre a sua idéia e outras que fazem parte de um campo mais amplo. Ao estabelecer nexo entre o seu assunto com outros já conhecidos, o autor economiza esforço argumentativo, pois o contexto a que se refere já tem posicionamento consolidado. Ao enquadrar uma determinada atitude como racista, o autor já se vê descompromissado de argumentar sobre a condenação ao racismo, pois isso já está no senso comum. O seu esforço argumentativo pode se concentrar apenas na classificação do fato. Anceituação– O procedimento presente, neste tipo de texto, é o que caracteriza o seu assunto, de modo a permitir ao leitor identificar o fato como algo que está categorizado, isto é, concebido como tal e não se confunde com outro. Vejamos um exemplo: Ao estabelecer a definição do que seja “biocombustível” o texto deverá excluir, de sua origem, as fontes não renováveis, pois, por si só, este recurso energético tem por princípiopermanente a não utilização de recursos finitos como o petróleo. O texto abaixo apresenta uma conceituação do que seja “globalização”, leia-o: 10 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES 1 Globalização significa que todos nós dependemos uns dos outros. As distâncias 2 pouco importam agora. O que acontece em um lugar pode ter consequências mundiais. 3 Graças aos recursos, instrumentos técnicos e conhecimentos adquiridos, nossas ações 4 abrangem enormes distâncias no que sejam nossas intenções, erraríamos se não 5 levássemos em conta os fatores globais, pois eles podem decidir o êxito ou o fracasso de 6 nossas ações. O que fazemos (ou nos abstermos de fazer) pode influir nas condições de 7 vida (ou de morte) de gente que vive em lugares que nunca visitaremos e de gerações 8 que jamais conheceremos. (Zygmunt Bauman, O desafio ético da globalização Correio 9 Braziliense, 21/10/2001). No texto acima, podemos identificar o tópico frasal com facilidade, pois ele surge no primeiro período do texto e de forma direta, indicando, através do verbo “significar”, a intenção do autor ao estabelecer uma forma de conceituação para o termo “globalização. O parágrafo está composto por seis períodos. � O primeiro introduz o assunto e lança a idéia de que a “globalização” significa “interdependência”. � Os quatro parágrafos seguintes conceituam a globalização através de exemplos. � O último conclui o texto com um alerta sobre a necessidade de estarmos atentos às consequências de nossos atos no mundo globalizado. Para encerrarmos esta discussão sobre atitudes argumentativas, podemos afirmar que essas são quatro atitudes básicas, o que não significa que tenhamos esgotado o assunto. Com a prática da leitura e interpretação de textos, vamos percebendo que este esquema tem caráter apenas didático, pois nos confrontaremos com escritos que perpassam mais de uma dessas atitudes. Para o concurseiro, este é um assunto muito importante, pois ele terá de responder questões que abordam tais procedimentos e, nem sempre, estará preparado para reconhecê-los em cada questão. Agaçãmxtdencuros 11 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES Voltemos, agora, a nossa atenção para outro assunto importante na área da argumentação. Não podemos perder o nosso foco: a interpretação de texto nos concursos públicos. Pois bem, os textos, nestas situações, são predominantemente dissertativo-argumentativos, como já comentamos antes, por isso vale a pena aprofundarmos um pouco mais a caracterização deste tipo de discurso. Para argumentar, o autor pode tomar dois caminhos: � construir um discurso “autoritário” que impõe ao leitor o seu ponto de vista ou � construir um discurso persuasivo. O primeiro caso está centrado na ordem, na imposição, não deixando margem de reflexão para o leitor. O segundo caso caracteriza-se por um processo de sedução, de encantamento que o autor constrói com a finalidade de convencer o leitor. Quando alguém se apresenta, diante de nós, com um texto desta natureza, com certeza, ele toma algumas precauções para nos convencer de seus propósitos. O autor “fala” de um determinado ponto de vista, objetivando uma intencionalidade e munido de certos recursos para nos “arrastar” em direção ao seu propósito. É importante analisarmos as estratégias mais comuns, usadas no processo de enunciação desse tipo de discurso. Quando o autor almeja nos convencer, ele arregimenta alguns recursos que lhe permitem interferir na opinião do leitor. Dentre estes, podemos destacar: distanciamento; modalização; tensão; transparência. Dsciamento– a voz do falante assume uma postura de não comprometimento com o assunto tratado. Com este recurso, ele finge para aproximar-se do leitor e conquistar a sua simpatia. Ao falar sobre um assunto polêmico, mesmo sendo especialista na área, o autor assume a posição do leitor ao usar expressões como; “nós cidadãos comuns...” “É um dever de todos...” “cabe a todo cidadão denunciar...” e outras que tornam o texto menos comprometido com suas posições. Mdlização– Quando a estratégia escolhida não é a do disfarce como a anterior, o autor pode assumir diretamente no texto o caráter autoritário, revelando uma face imperativa. 12 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES É comum, neste tipo de discurso, o uso do imperativo e/ou o uso da segunda pessoa gramatical (tu, ou vós..). O que caracteriza bem este discurso é o fato de não deixar, ao leitor, espaço para tomada de decisão. Em geral são textos com muito pouco ou nenhuma argumentação, pois não interessa ao autor discutir o tema, basta expor a sua vontade. Outras vezes o uso de modalizadores está ligado ao interesse do autor em enfatizar ou diminuir um posicionamento já conhecido. Em textos que abordam mitos ou conhecimentos populares (já consagrados pelo povo) há uma necessidade de não afrontar o leitor diretamente. Com este propósito podem surgir expressões como “talvez fosse melhor..” “concordaria se...” “ninguém pode negar, mas...” Tensão- O discurso regido pela tensão é facilmente identificável pelo seu centramento na primeira pessoa gramatical (eu). O autor apresenta seu ponto de vista, desenvolve seus argumentos e pode até provocar o leitor para uma reflexão, mas não deixa espaço para a argumentação contrária. Uma forma comum neste recurso é quando o autor lança uma pergunta, mas não abre espaço para o contraditório. Este discurso é distinto do modalizado pelo fato de que não traz o caráter autoritário e imperativo. Tsprência – O grau de transparência ou opacidade do discurso pode revelar seu caráter mais ou menos autoritário. Quanto mais consciente de seu poder, mais o autor se revela ao leitor, pois ele não está interessado em velar seus posicionamentos. Quanto menos enfático ele deseja ser na revelação de seu posicionamento, menos transparente é o seu discurso e, portanto, mais velada é a linguagem. Não há quem não conheça discurso de “autoridades em economia” quando desejam mostrar planos econômicos mirabolantes e com práticas nada democráticas. Suas falas tornam-se confusas, entrecortadas por “explicações” que nada explicam e com conclusões imperativas. Na outra ponta, está o discurso da “otoridade” policialesca que determina o comportamento dos demais, sem se preocupar em ocultar sua intencionalidade, pelo contrário, intimidar faz parte de sua estratégia. O estudo destas estratégias não se constitui objeto central para o concurseiro, mas o reconhecimento delas é fundamental para interpretar questões que falam sobre coerência entre o texto e determinadas alternativas de resposta. Não há necessidade de 13 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES saber teoricamente cada uma, mas é um imperativo reconhecê-las no interior do texto. Ocorre diferente quando estamos envolvidos com a produção de texto, pois neste caso a aplicação de cada uma delas é necessária para que o texto tenha uma configuração coesa e coerente. Nos cursos sobre produção de texto, detalhamos melhor este assunto e propomos exercícios para a fixação do uso de cada uma destas estratégias. Tpedicuros Quando o texto envolve personagens com suas falas, ou citações, o discurso sofre alterações a fim de registrar com exatidão o que foi expresso.Nestes casos os discursos podem ser classificados como: Direto; Indireto; Indireto Livre Direto– O texto reproduz textualmente a fala das personagens, ou seja, o narrador cede espaço, em seu discurso, para que a personagem se expresse diretamente através de suas palavras. Para o leitor, o efeito é como se estivesse ouvindo a personagem sem interferências do narrador. Este tipo de discurso tem marcas próprias que o caracterizam e asseguram a autenticidade da fala da personagem. Dentre os elementos caracterizadores, podemos citar: � Inicia por verbos que introduzem as palavras alheias. São mais comuns verbos como: dizer, falar, contestar e outros. � A fala surge após dois pontos para marcar o final do discurso do narrador e o início das palavras da personagem. � Os elementos formais (linguísticos do texto) assumem as características do falante, por isso há alteração na pessoa gramatical, nas formas verbais e elementos modalizadores como de tempo e espaço. � Quando o texto apresenta diálogo, que é alternância entre falas de duas ou mais personagens, cada intervenção vem marcada pelo uso do travessão. O discurso direto pode surgir em textos narrativos, mas em algumas situações pode ocorrer em textos dissertativos, quando o autor deseja transcrever textualmente um 14 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES conceito ou um depoimento. Nestes casos, o discurso direto fica integrado ao texto e marcado por algum destaque como “aspas”, “itálico”, “negrito” ou sublinhado. ndiretoI– No discurso indireto, o narrador incorpora as palavras da personagem em seu próprio discurso, mantendo o mesmo sentido e vocabulário. O que acontece no discurso indireto é uma acomodação da fala da personagem ao texto do autor. Para o leitor, a consequência é que ele toma conhecimento da fala da personagem de forma indireta, ou seja, através da fala do narrador. Alguns procedimentos estão presentes neste tipo de discurso: � Assim como o discurso direto, a fala é introduzida por algum verbo que marca a fala alheia como: dizer, falar, declarar e outros. A distinção é que o fato dito, ou declarado, agora está integrado na fala do narrador. � Esta integração é marcada por partículas introdutórias como “que”, “se” e outras. Ex: “disse que...”, “falou que...”. � Os elementos linguísticos ficam em concordância com o narrador, geralmente os pronomes apresentam-se em terceira pessoa. A passagem de um discurso para outro é marcada por algumas mudanças no plano da linguagem que evidenciam a alternância de vozes. As frases que no discurso direto são interrogativas ou exclamativas, no discurso indireto passam a declarativas. Com um exemplo podemos clarear a explicação: � Discurso direto - Luís Fernando Veríssimo, falando sobre crase, disse: Eu era contra a crase até aprender a usá-la. Hoje, eu a defendo, para não concluir que perdi meu tempo. � Discurso indireto – Falando sobre crase, Luís Fernando Veríssimo disse que era contra a crase até aprender a usá-la. Hoje, ele a defende para não concluir que perdeu seu tempo. ndiretolivreI – No discurso indireto livre não há uma linha divisória entre a fala da personagem e o discurso do narrador, eles estão plenamente integrados. Sob o ponto de vista gramatical a fala pertence ao discurso do narrador enquanto que o significado fica com a personagem. 15 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES O discurso indireto livre pode ser caracterizado por alguns elementos como: � Oscila entre a objetividade e autenticidade do discurso direto e a subjetividade do discurso indireto. � A fala da personagem fica intermediada pela do narrador. � Não traz marcas linguísticas, nem do discurso direto, nem do indireto. A fala fica totalmente integrada no fluxo da narrativa. Para elucidar, vejamos um exemplo de discurso indireto livre, retirado da obra As meninas de Lygia Fagundes Telles. Aperto o copo na mão. Quando Lorena sacode a bola de vidro a neve sobe tão leve. Rodopia flutuante e depois vai caindo no telhado, na cerca e na menininha de capuz vermelho. Então ela sacode de novo. Assim tenho neve o ano inteiro. Mas por que neve o ano inteiro? Onde é que tem neve aqui? Acho lindo a neve. Uma enjoada. Trinco a pedra de gelo nos dentes. . A primeira frase nos indica um discurso em primeira pessoa (aperto), mas logo o texto incorpora a terceira pessoa (Lorena sacode..), um pouco mais adiante surge outra primeira pessoa (tenho neve..) que não é a mesma do início do texto. Continuando o texto, podemos encontrar um diálogo que não está posto com travessão ou dois pontos, mas que pode ser percebido como tal, pois há uma alternância entre os pontos de vista da narradora e da personagem. Em concursos públicos este assunto costuma aparecer em questões que avaliam os elementos marcadores do discurso, como travessão, dois pontos, formas verbais e pronominais. Além destes aspectos formais, podem surgir questões sobre a passagem de um tipo de discurso para outro, solicitando avaliação de correção de linguagem e ponto de vista. Questãonº1. Leia o texto abaixo para responder à questão. A arte brasileira dos anos 60 começa com um movimento aparentemente conservador, a volta à figura depois do domínio dos abstratos na década de 50. Mas 16 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES estava ali a senha para uma revolução. A pop arte não incorpora só os símbolos de consumo, tirados da propaganda, dos quadrinhos e das placas de trânsito. Tenta incorporar os objetos do mundo. E o mundo não se reduz a quadro, esculturas e gravuras – suporte tradicional da arte. (Folha de São Paulo, 20 de abril de 1994) Assinale o trecho que corresponde a uma conclusão coerente com a ideia central do texto. a) Além disso, a reação à arte abstrata busca pintar imagens do inconsciente. b) Assim, a arte brasileira dos anos 60 termina com a instalação da “Tropicália”. c) Dessa maneira, participação é a palavra-chave para se entender a pop arte. d) Enfim, a revolução da linguagem artística dessa década, não é nem conservadora nem inovadora. e) Começa, a partir daí, uma explosão de nova linguagem na arte. Cmeádnº1.-Gbarito: E A ordem da questão solicita que seja escolhida a alternativa que corresponda a uma conclusão coerente com a ideia central. Necessitamos avaliar a alternativa que é capaz de encerrar a tese do texto, ou seja, a idéia central proposta na introdução do parágrafo. A alternativa correta é a letra “e”. Observemos a palavra “daí” na alternativa “e”, ela remete a um antecedente que marca um momento histórico (daí = deste fato, deste lugar..). Observando a última frase do texto, podemos ter como referente para esta palavra o fato de que “o mundo não se reduz a quadros, esculturas e gravuras” A letra “a” levaria para uma conclusão inconsistente, pelo fato do texto não abordar a arte inconsciente. Por outro lado, a alternativa “b” confunde, pois o texto enuncia que a arte nos anos 60 inicia conservadora e caminha para uma cultura pop, o que não é o mesmo que “tropicalismo”. 17 www.pontodosconcursos.com.br (Esaf – TTN) CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES Na alternativa “c” há uma tentativa de inferir um dado do texto, só que a inferência não está autorizada, porqueo texto não fala em “entender” a arte, apenas expõe o caráter popular dela. Na alternativa seguinte (“d”), surge uma tentativa de mediar a evolução da arte, o que não é verdadeiro, o texto não tem tom conciliatório entre conservadorismo e vanguarda. O texto fala em uma passagem da arte conservadora para a pop, sem estabelecer termos médios. Para responder às questões 2 e 3, leia com atenção o texto abaixo: Seja nos mitos de criação seja na cosmologia de hoje, há uma busca do sentido do mundo, um esforço de compreensão da natureza e do universo. As representações do espírito humano, num caso e noutro, constituem variações sobre o mesmo tema: penetrar no âmago da realidade. Não é segredo algum descobrir que a busca de sentido para o cosmos se engata com a procura de sentido para a existência da família humana. Para além das concepções científicas e das diversidades culturais, o porquê da nossa vida, de sua origem e do seu destino, acompanha passo a passo nossa evolução histórica. A ocupação do planeta, a organização da confiabilidade, a compatibilização dos contrários, presentes em toda a parte, e a eterna busca de valores transcendentes estão no mesmo séquito que acompanha a observação do mundo natural, das descobertas de nexo entre causa e efeito, nos postulados científicos e nas aplicações técnicas. Não mais se conta com um eixo filosófico ou religioso sobre o qual girem as ciências, as técnicas e até mesmo a organização social. Como adverte Edgar Morin, a ciência também produz a ignorância, uma vez que as especializações caminham para fora dos grandes contextos reais, das realidades complexas. Paradoxalmente, cada avanço unidirecional dos conhecimentos científicos produz mais desorientação e perplexidade na esfera das ações a implementar para as quais se pressupõem acerto e segurança. Vivemos em uma nebulosa que não a via-láctea deslocando-se no espaço cósmico e explicável pela astronomia, mas uma nebulosa provocada pela falta de contornos definidos para o saber, para a razão e, na prática, para as decisões fundamentais, afinal o que significa tudo isso para a felicidade das pessoas e o destino 18 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES último da sociedade. (COIMBRA, José de Ávila Aguiar. Fronteiras da Ética. São Paulo: Senac, 2002, p. 20) Questãonº2. Assinale a opção que está de acordo com a idéia central do texto. (Esaf – MF/TRF) a) A cosmologia é uma ciência exata que dispensa valores humanísticos e procura apenas relações de causa e efeito. b) Os mitos, como exclusivas representações do espírito humano, configuram o caminho por excelência para a busca por valores transcendentais. c) As concepções científicas e a diversidade cultural são obstáculos que invalidam uma visão hegemônica do mundo natural. d) O porquê da vida humana, sua origem e seu destino são indagações subjacentes tanto aos mitos quanto às investigações de caráter científico. e) Nos postulados científicos e nas aplicações técnicas, as descobertas de nexo entre causa e efeito negligenciam as leis da cosmologia. Cmeádnº2.-Gbarito: D Conforme explanamos anteriormente, a idéia central está expressa no primeiro período do primeiro parágrafo, retirando os elementos secundários. Neste caso, o primeiro parágrafo é exemplar, tanto define a idéia central como já está reduzido a puro enunciado. Ora, dentre as alternativas a única que contempla o procedimento comparativo é a “d, portanto a correta. Para elucidarmos a questão vamos comentar o erro nas demais alternativas. O desenvolvimento da proposta da alternativa “a” está no segundo parágrafo e não constitui núcleo, idéia central, apenas é uma idéia periférica. As alternativas “b” e “c” são parciais, pois cada alternativa fala em um elemento do texto, a primeira faz referência aos mitos e a segunda à ciência. É fundamental ter cuidado com questões que abordam tema central, pois as alternativas podem encerrar verdades que não são centrais no texto. 19 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES A letra “e” contradiz o texto. A descoberta de causa e efeito é também um parâmetro buscado pela cosmologia. Questãonº3. Assinale a opção que está emdesacrdocom as idéias do texto. (Esaf – MF/TRF) a) O eixo filosófico ou religioso sobre o qual giravam as ciências, as técnicas e até mesmo a organização social não está mais disponível. b) Como as especializações se desviam dos grandes contextos reais e das realidades complexas, a ciência também produz ignorância. c) Se o avanço dos conhecimentos é unidirecional, produz-se desorientações e perplexidade nas ações para as quais acerto e segurança são pressupostos. d) A falta de contornos definidos para o saber é provocada pela razão e pelas decisões fundamentais da prática. e) A nuvem de matéria interestelar em que vivemos, que se desloca no espaço cósmico é explicável pela astronomia. Cmeádnº3.-Gbarito: D Agora estamos num campo muito próximo da questão anterior, mas não podemos confundir. Quando falamos em “idéia central” falamos no núcleo do texto e quando falamos em “idéias”, estamos no campo da presença delas no enunciado; é uma forma mais genérica - É o mesmo que dizer que são coerentes com o texto. Prestemos atenção: a questão pede a alternativa que está em desacordo, portanto aquela que não corresponde às idéias presentes no texto. A letra “d” extrapola plenamente o texto ao atribuir à razão a falta de contornos definidos para a ciência. Isto é contrário ao proposto no texto que expressa que a busca de valores transcendentes estão no mesmo séquito que acompanha (não que seja provocada) a observação do mundo natural, das descobertas de nexo entre causa e efeito, nos postulados científicos e nas aplicações técnicas (decisões da prática). 20 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES A alternativa “a” é textual, no terceiro parágrafo podemos ler: Não mais se conta com um eixo filosófico ou religioso sobre o qual girem as ciências, as técnicas e até mesmo a organização social. Na advertência de Edgar Morin, sabe-se que a ciência também pode produzir ignorância quando a especialização afasta-se dos contextos reais, isto comprova a adequação da alternativa “b”. Na letra “c” há uma forma de paráfrase do texto original. O último parágrafo é explícito ao afirmar que cada avanço unidirecional dos conhecimentos científicos produz mais desorientação e perplexidade. A alternativa “e” é interessante no modo como usa o texto. Lá, o autor faz uma metáfora com a via-láctea, mas na questão a banca usa parte da metáfora (apenas a parte denotativa) para explicar o que seja “a nuvem de matéria interestelar”. Não saiu do texto, o que significa que é pertinente (está de acordo) ao texto. Para responder às questões 4 e 5, leia com atenção o texto abaixo: 1 O país talvez esteja passando por períodos de descrença e desrespeito para com o 2 patrimônio público, pois parece que a separação entre o bem comum e o bem privado 3 deixa de existir ou pelo menos de ser respeitada. Essa descrença talvez seja resultado de 4 um processo de décadas de injustiça social e de negação da identidade cidadã. Uma 5 nação constituída por pessoas que defendem e honram os seus direitos e deveres tem 6 melhores condições de diminuir as injustiças sociais, dentre elas as causadas pela 7 corrupção,e aumentar o nível de desenvolvimento e progresso. 8 O desenvolvimento da Educação Fiscal torna-se primordial, pois permite 9 informar os mecanismos de constituição do Estado, ao mesmo tempo em que torna o 10 cidadão ciente da importância de sua contribuição, fazendo com que o pagamento de 11 tributos seja entendido e visto como investimento para o bem comum. Com a 12 informação, o indivíduo pode se apropriar do poder de questionar e verificar a utilização 13 destes investimentos sociais. (Adaptado de www.receita. Fazenda.gov.br.) Questãonº4. 21 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES Em relação às idéias do texto, assinale a opção ncoretai. (Esaf – Sefaz/PI) a) Os argumentos do texto defendem o poder da informação no exercício da cidadania. b) O respeito à separação entre o bem comum e o bem privado é necessário para neutralizar a descrença. c) Justiça social, desenvolvimento e progresso estão relacionados à defesa e respeito aos direitos e deveres de cada indivíduo. d) A injustiça social e a negação da cidadania existentes há décadas podem estar provocando descrença. e) É dispensável, para que os tributos sejam considerados investimentos para o bem comum, um processo de esclarecimento ao cidadão. Cmeádnº4.-Gbarito: E O mesmo caso da questão anterior é pertinente a esta: verificar a coerência entre o enunciado e as idéias contidas no texto e, mais uma vez, solicita a ncoretai. O texto denuncia as injustiças e exorta para a necessidade de esclarecimento do cidadão. A letra “e” contradiz o texto todo ao considerar “dispensável” o esclarecimento ao cidadão, por isso ela é a errada em relação ao texto, mas a exigida pela ordem da questão. A alternativa “b” está de acordo com o texto ao expressar que “o respeito a separação entre o bem comum e o bem privado é necessário” conforme podemos ler no primeiro parágrafo. A letra “c” é direta do texto, enquanto que a “d” também tem apoio no texto ao constatar que a descrença é fruto da injustiça social, conforme o primeiro parágrafo. Questãonº5. Em relação às estruturas do texto, assinale a opção ncoretai. (Esaf – Sefaz/PI) 22 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES a) A incerteza em relação às afirmações do primeiro parágrafo é reforçada pelas expressões “talvez” (linha 1 ) e “parece” (linha .2.). b) A expressão “para com o” (linha 1 ) corresponde semanticamente ae.mrelçãao c) A forma verbal “tem” (linha 5 ) está no singular para concordar com “Uma nação (linha 4 e 5 ). d) Pode-se substituir “fazendo com que” (linha 10 ) porpermtindoque, sem prejuízo para a correção gramatical do período. e) A expressão “torna-se primordial” (linha 8 ) corresponde gramaticalmente e semanticamente aftnpmordial. Cmeádnº5.-Gbarito: E A incorreta é a letra “E” porque a substituição proposta altera substancialmente a frase ao trocar a forma verbal “tornar-se” que é reflexiva, por uma forma passiva. Observe-se também a troca do tempo verbal (presente pelo pretérito). Além da questão semântica que altera o sentido, a forma passiva ficaria sem sentido pela ausência do agente. As demais alternativas são corretas, pois são simples de conferir, basta proceder à mudança solicitada para perceber que são plenamente substituíveis. Nestas questões de substituições, às vezes, o candidato se engana ao imaginar que não necessita conferir a proposta da banca. A alternativa pode apresentar uma proposta de substituição que, em tese, é possível, mas no texto se mostra inadequada. Vamos conferir cada alternativa para apreciarmos as substituições. Na alternativa “a” os termos “talvez” e “parece” apresentam, realmente a ideia de dúvida, incerteza. Na letra “b” é feita a proposta para substituir “para com o” por “em relação ao”. Nada há que impeça tal troca, o que pode causar um pouco de estranheza ao candidato é que a expressão “em relação ao” acrescenta a preposição “a” o que é exigido pela palavra “relação a”. 23 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES Em “c” temos um caso em que a confirmação exige uma atenção especial quanto a frase do texto. Neste caso, devemos ter presente a oração principal: Uma nação (...) tem melhores condições de diminuir as injustiças sociais... O que está entre “uma nação” e a forma verbal “tem” são orações intercaladas. A substituição proposta na letra “d” é plenamente aceitável e não precisa ser mostrada. Leia o texto abaixo para responder à questão 6. 1 O século XX foi o mais assassino na história registrada. O número total de 2 mortes foi estimado em 187 milhões. O equivalente a mais de 10% da população 3 mundial em 1913. 4 Entendido como tendo-se iniciado em 1914, foi um século de guerra quase 5 ininterrupta, com poucos e breves períodos sem conflito armado organizado em algum 6 lugar. Foi dominado por guerras mundiais: quer dizer, por guerras entre Estados 7 territoriais ou alianças de Estados. 8 Apesar disso, o século não pode ser tratado como um bloco único, seja 9 cronológica, seja geograficamente. Cronologicamente, ele se distribui em três períodos: 10 a era de guerras mundiais centradas na Alemanha, e era de confronto entre as duas 11 superpotências e a era desde o fim do sistema de poder internacional clássico. Chamarei 12 a esses períodos de 1, 2 e 3. Geograficamente, o impacto das operações militares tem 13 sido desigual. Com uma exceção (a Guerra do Chaco), não houve guerras entre Estados 14 significantes (em oposição a guerras civis) no hemisfério Ocidental no último século. 15 Em contrapartida, guerras entre Estados, não necessariamente desconectadas do 16 confronto global, permaneceram endêmicas ao Oriente Médio e ao sul da Ásia, e 17 guerras maiores diretamente resultantes do confronto global aconteceram no leste e no 18 sudeste da Ásia. 19 Mais impressionante é a erosão da distinção entre combatentes e não-20 combatentes. As duas guerras mundiais da primeira metade do século envolveram toda 24 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES 21 a população dos países beligerantes; tanto combatentes quanto não combatentes 22 sofreram. (Eric Hobsbawn,Apmidguera, com adaptações.) Questãonº6. Assinale a opção ncoretai a respeito da organização das idéias do texto: (Esaf – MRE/AC). a) O texto admite o seguinte resumo: O século XX foi o mais assassino na história registrada. Foi dominado por guerras mundiais, que fizeram erodir a separação entre combatentes e não combatentes. Não pode ser tratado como um bloco único, pois apresenta diferenças cronológicas e geográficas. b) Constam, no segundo e terceiro parágrafos, argumentos que comprovam a tese apresentada no primeiro: o século XX foi o mais assassino da história registrada. c) A organização do terceiro parágrafo do texto corresponde ao seguinte esquema: Hemisfério Ocidental Geograficamente Oriente Médio e Ásia Século XX Período 1 Cronologicamente Preíodo 2 Período 3 d) Os períodos históricos enumerados nas linhas 11 e 12 correspondem respectivamente a 1: guerras mundiais centradasna Alemanha. 2: confronto entre superpotências com o fim do poder internacional clássico. 3: guerras entre Estados no Oriente Médio e no sul, leste e sudeste asiático. 25 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES e) O parágrafo conclusivo do texto reforça o que afirma a oração inicial, porque mostra a abrangência da violência do século XX. Cmeádnº6.-Gbarito: D Nesta questão, a Esaf está plenamente renovada, apresentando esquemas e tabelas que auxiliam a compreensão. Se, por um lado, este procedimento torna a questão mais longa, por outro a torna mais clara. A alternativa “d” fica incorreta pelo fato de que os conflitos enunciados, na ordem, não correspondem aos presentes no texto. O texto distribui os conflitos em três eras. Nesta alternativa a era 1 está correta, mas a dois apresenta duas eras juntas. No texto diz: (...) a era de guerras mundiais centradas na Alemanha (1), e era de confronto entre as duas superpotência (2)s e a era desde o fim do sistema de poder internacional clássco (3). . A alternativa “a” trata de resumo. O resumo é uma espécie de texto definido como aquele que contém todos os elementos do texto principal, apenas excluindo as idéias secundárias. Examinando o texto, podemos perceber que todas as idéias estão contidas nele e, portanto, é correto, não servindo como resposta. Realmente os parágrafos dois e três são argumentativos com relação ao primeiro, por isso a alternativa “B” também é correta. No parágrafo um, o autor expõe a tese de que “O século XX foi o mais assassino na história registrada. No parágrafo dois ele determina o período, como sendo após o conflito de 1914. No parágrafo três o autor mapeia as guerras em função da divisão cronológica e geográfica. O esquema da “c” está “bonitinho” e correto, pois corresponde ao conteúdo do texto. A “e” também é correta, pois o parágrafo final é conclusivo e coerente com o primeiro. O parágrafo final expõe a intensidade dos conflitos que não distinguiram 26 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES combatentes de não combatentes. Isto fecha o argumento inicial de que o século XX foi o mais assassino na história registrada. Para responder às questões 7 e 8, leia o texto abaixo. A mata que cobria uma das margens de um rio estava em chamas. Um escorpião, vendo que iria morrer carbonizado, pede a um sapo, que se preparava para ir para a outra margem, que o leve nas costas. O sapo recusa-se, dizendo que o escorpião poderia picá-lo. Este diz que não haveria nenhuma razão para isso, pois se o aguilhoasse, morreria afogado. Continua dizendo que ele poderia estar tranquilo, pois aferroá-lo era ir contra a sua própria vida. O sapo consente, então em transportá-lo. O escorpião acomoda-se em suas costas. O sapo começa a nadar. No meio do rio o escorpião pica-o. Sentindo a ação do veneno, o sapo indaga o porquê daquela atitude, já que ambos iriam morrer. O escorpião responde que não podia resistir à vontade de aferroar os outros. Questãonº7. Assinale a alternativa que corresponde à idéia principal, em torno da qual se organiza a história acima. (Esaf – FR/MT) a) A vingança é uma atitude de seres mesquinhos. b) É comum a falta de solidariedade entre as pessoas. c) A importância de os seres se prepararem para certas exigências da vida. d) Nenhuma circunstância pode mudar a natureza e a índole do homem. e) As pessoas não cumprem a palavra empenhada. Cmeádnº7.-Gbarito: D Esta questão traz uma novidade que é a presença de uma fábula, espécie de texto dificilmente presente em provas. O que caracteriza a fábula é o fato das personagens serem animais e possuirem uma moral final. A função da fábula, exatamente esta, é 27 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES transmitir uma lição moral às crianças. Armados por este conhecimento teórico, podemos passar à resolução da questão. A letra “d” corresponde, realmente, a uma moral da história: a natureza (humana ou animal) é imutável. É da natureza do escorpião picar, portanto, não há acordo que o livre deste “destino”. Na letra “a” surge o tema da vingança, o que é descabido, pois o escorpião não teria nenhuma razão para vingar-se do sapo que, além de inocente, foi solidário. A resposta do escorpião é que “não podia resistir à vontade de aferroar”, este impulso é o motivo e não a questão da solidariedade. Na verdade, o escorpião estava de carona e solidário estava sendo é o sapo. Este raciocínio invalida a alternativa “b”. Na alternativa “c” aparece o tema do “inesperado”, algo que também não justifica a atitude do escorpião. Não há exigências da vida na atitude do escorpião. O mesmo ocorre com a “e”, pois não é uma questão de quebra de trato, mas sim da força imperiosa de picar que comanda o animal. Como o texto é uma fábula, o compromisso argumentativo é com a moral que está sendo transmitida e não com a lógica da natureza. O tipo de texto, também, determina a coerência textual. Questãonº8. O texto sónãoapresenta: (Esaf – MRE/AC) a) Discurso direto b) Sequência cronológica de ações c) Elementos descritivos d) Elementos dissertativos e) Narrador em terceira pessoal 28 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES Cmeádnº8.-Gbarito: A A questão 8 avalia uma série de elementos de constituição do texto. Vamos analisar um por um: a) Discurso direto – Examinamos este assunto na parte teórica quando caracterizamos os tipos de discurso. No texto, todas as falas são indiretas, não há transcrição das palavras das personagens. A afirmativa é incorreta em relação ao texto e, portanto, é a exigida pela ordem da questão. b) Sequência cronológica de ações – Você pode observar os verbos que designam ação e perceberá que eles estão em ordem crescente do início para o fim da história. Verdadeira, portanto não serve como resposta. c) Elementos descritivos – O texto inicia com uma descrição: A mata que cobria uma das margens de um rio estava em chamas. Realmente, este é um processo descritivo e confirma que a alternativa é correta em relação ao texto, mas não serve como resposta para a questão. d) Elementos dissertativos – Os aspectos dissertativos do texto tornam-se evidentes pelas argumentações presentes nas falas. O diálogo entre os dois no momento em que o escorpião convence o sapo de transportá-lo é um exemplo de processo dissertativo. e) Narrador em terceira pessoa – Basta examinar as formas verbais para constatar que estão na terceira pessoa. Muito simples esta questão, embora implique conteúdos pouco usuais em provas de concurso, mas o inesperado é uma arma importante das bancas! Questãonº9. Numere os sequencializadores na ordem em que devem preencher as lacunas do texto, de modo a garantir-lhe coesão. A seguir, marque a ordenação correta. (Esaf - ANEEL - 2004) ( ) ou ( ) assim ( ) que ( ) pois ( ) além do que ( ) além de 29 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES Depois da primeira linha de transmissão – LT Taquaruçu/Assis/Sumaré, de 505 km de extensão, __1__ entrou em operação comercial em 12/10/2001, com investimento deR$ 207,5 milhões, diversos empreendimentos passaram a operar comercialmente __2__ foram licitados com sucesso. __3__ a ANEEL já outorgou concessões para 13,7 mil quilômetros de novas linhas e entre elas 7,4 mil quilômetros entraram em operação comercial até junho de 2004 __4__ está prevista a entrada em operação de mais 800 km até o final do ano. Esses empreendimentos melhorarão significativamente a capacidade de transmissão de energia, __5__ acrescentarão mais de 20% na extensão das linhas, em relação aos 61,5 mil km existentes em 1995, __6__ criarem oportunidade de empregos diretos para mais de 25 mil pessoas. (Adaptado de texto de www.Aneel.gov.br) A ordenação correta é a) 2, 5, 3, 4, 1, 6. d) 3, 4, 1, 5, 2, 6. b) 1, 3, 2, 6, 5, 4. e) 6, 1, 3, 5, 2, 4. c) 4, 2, 3, 6, 1, 5. Cmeádnº9.-Gbarito: A Este tipo de questão avalia a capacidade de perceber os elementos de conexão do texto. Para responder à questão, é importante verificar, na lista, aqueles elementos conectores que são mais fáceis de identificar. Neste exercício o “que”, funcionando como relativo, é um elemento bem notório. Duas posições ele pode preencher ( 1 - 2 ). Na posição 1 o “que” mantém coerência, mas na posição 2 a frase fica prejudicada. Portanto, podemos definir o quinto elemento da sequência como sendo: ? - ? - ? - ? - 1 - ? O outro elemento fácil é “ou”, pois deve estar na posição alternativa com o relativo, portanto na posição 2 (que entrou em operação (...) ou foram licitados...) Agora sabemos a posição de mais um elemento: : 2 - ? - ? - ? - 1 - ? O primeiro período fala do sucesso da concessão de linhas, o que nos permite prever uma argumentação afirmativa “assim”. (Assim a ANEEL já outorgou concessões ....) Agora já temos mais um elemento na sequência: : 2 - ? - 3 - ? - 1 - ? Agora podemos concentrar nossa atenção em duas expressões semelhantes: “além do que” e “além de”. Na posição quatro só pode entrar “além do que”, devido à forma verbal 30 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES vizinha que exige conjunção. (..... além do que está prevista....). O “além de” tem duas posições disponíveis, porém somente na seis ele faz sentido, portanto (..... além de criarem..... ). Temos mais dois elementos: : 2 - ? - 3 - 4 - 1 - 6. Agora temos resolvida a posição cinco que só pode ser “pois”: 2 - 5 - 3 - 4 - 1 - 6. Esta sequência está na alternativa “a”, que é a correta. Este tipo de questão não é difícil, mas o concurseiro deve estar muito concentrado para não confundir a posição da palavra no texto e a ordem dos números resultante da escolha. Questãonº10. Em cada item marque o seqüenciador pertinente à lacuna correspondente no texto e, depois, escolha a seqüência correta. (Esaf - ANEEL - 2004) Getúlio chegou ao poder em meio a um movimento que representava a ruptura com as oligarquias da República Velha. Personalizava, ____________(A), um projeto de mudança, _____________(B) dele não fosse consciente. É verdade que ele próprio tinha pertencido ao regime anterior – foi ministro da Fazenda e presidente do Rio Grande do Sul –, numa repetição de padrão brasileiro. ______________ (C), chegou ao Rio de Janeiro no bojo de um movimento que propunha algo de inovador. Seu período na Presidência marcou a presença na política de um novo ator: a classe trabalhadora. Getúlio soube perceber a importância das classes populares e passou a apelar para elas. ___________________ (D), não se tratava exatamente de um novo ator – ____________(E), o povo não tinha força efetiva. (Adaptado de Fernando Henrique Cardoso) (A) x. portanto; y. todavia (D) x. Já que; y. Na verdade (B) x. porquanto; y. mesmo que (E) x. afinal; y. conquanto (C) x. De todo modo; y. Ademais a) y,x,x,y,y c) y,x,y,x,x e) x,y,x,y,y b) x,y,x,y,x d) x,x,y,y,x 31 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES Cmeádnº10.Gbarito:- B Esta questão é muito semelhante à anterior, apenas acrescenta uma dificuldade pelo fato de que cada alternativa oferece duas palavras: “x” ou “y”. Conforme for sendo feita a escolha, por “x” ou “y”, vai determinando a sequência nas alternativas. Na posição “A” o texto exige um elemento conclusivo, pois são argumentos cumulativos (representa uma ruptura com o passado e um tem como desfecho um projeto de mudança. Ao optarmos por “portanto” temos o primeiro elemento da sequência: : x - ? - ? - ? - ?. Na posição “B” devemos incluir um elemento concessivo, pois Getúlio é um promotor de um projeto de mudanças mesmo que dele não fosse consciente (embora não fosse consciente). A nossa sequência ganha mais um elemento: : x - y - ? - ? - ?. Na posição “C” não podemos ter um elemento cumulativo de argumentação como “ademais”. O contexto exige “de todo modo.” Novamente, temos “x”, o que significa que nossa sequência já é: : x - y - x - ? - ?. Na penúltima posição temos uma frase retificatória, “....na verdade, não se tratava exatamente de um novo ator” que fecha o texto com uma conclusiva: “afinal”. Assim definimos os dois últimos elementos da sequência: : x - y - x - y - x o que corresponde a alternativa “b”. Questãonº1. Nesta questão você encontrará cinco blocos de planejamento de texto que se compõem de um título e tópicos. Marque o item em que um ou mais tópico(s) não é/são coerente(s) com o título. (Esaf - Prefeitura do Recife - 2003) a) Criação da Câmara de Gestão do combate à violência Seguir o modelo da Câmara criada na crise da energia; juntar esforços do governo federal e governos estaduais. b) Forças-tarefa Combate à violência não pode esperar pela reorganização dos serviços de segurança pública; as forças-tarefa atuarão nas regiões metropolitanas; atuação nos focos de ausência do Estado e de controle pelo crime organizado. 32 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES c) Reaparelhamento e salários O reaparelhamento das polícias deve caber à União; os Estados devem adotar política salarial consentânea com carreira de estado. d) Saneamento das polícias Focos de corrupção: desperdícios; investigação independente das corporações para fazer frente ao corporativismo. e) Unificação das polícias Polícias trabalham como se buscassem fins diferentes. As polícias não se comportam como instrumentos políticos complementares; objetivo a perseguir: manutenção do status quo. Cmeádnº1.Gbarito:- E Esta questão é muito interessante, pois ela não traz texto, mas os seus elementos constituintes. Cabe ao aluno avaliar o tópico em relação às idéias propostas abaixo. Cada uma das alternativas é como se tivéssemos o esquema de um texto: o tópico frasal e os argumentos. A banca aponta a alternativa “e” como a que não mantém coerência entre o tópico e os argumentos. Vamos examinar. O tópico é “Unificação das polícias”. A primeira frase pode servir como um argumento para a necessidade da unificação, pois trabalham como se buscassem fins diferentes. A segunda esbarra numa questão fora de contexto, pois não é função policial ser instrumento político. Ninguém promoveria uma “unificação das polícias” tendo por finalidade “manter o status quo”. Por estas e outras razões estes elementos não são coerentes com a tese (tópico) proposta. Assim a letra “e” é a solicitada pela ordem da questão. Na alternativa “a” as duas frases são coerentes com a “Criação de Câmara de Gestão de combate à violência.A primeira frase escolhe o modelo criado para a “crise de energia”. A segunda frase propões a unificação dos esforços das esferas federal e estadual. A coordenação de ações é coerente com a ideia de “Câmara de Gestão”. A letra “b” aponta como saída a criação de “Forças-tarefa. No desenvolvimento, aponta a necessidade urgente que não pode esperar pelas reorganização dos serviços de segurança. O local de atuação são as regiões metropolitanas e com presença nos locais controlados pelo crime organizado. 33 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES No item “c” fala em “Reaparelhamento e salários”. Nos argumentos aponta para a definição de competências. À União cabe o reaparelhamento, enquanto que aos Estados compete o pagamento de salários dignos com a carreira de estado. A alternativa “d” trata do “Saneamento das polícias. Todos os itens que seguem abordam fatores de desprestígio das polícias: corrupção, investigação independente e corporativismo. Questãonº12. Em cada parágrafo das questões seguintes, encimado por um subtítulo, ordene os itens de modo a formar um texto coeso e coerente. Descarte o item que não for coerente e coloque nesse item um “d”. Marque, depois, a seqüência correta. (Esaf - Prefeitura do Recife - 2003) Câmara de Combate à Violência ( ) Igualmente importante é saber como o país chegou ao atual estágio de insegurança pública. ( ) É o que constata desde o Presidente da República até o brasileiro mais humilde. ( ) A prisão perpétua significa pouco ou nada para eles. ( ) Para combatê-la é preciso distribuir renda. ( ) A violência atingiu um grau insuportável, que não pode ser mais tolerado. ( ) Mas não é só: estamos propondo a criação da Câmara de Combate à Violência, nos moldes da Câmara de Energia. a) 3, 1, d, 5, 4, 2 c) 4, 1, d, 3, 2, 5 e) 2, 5, 3, 4, 1, d b) 5, 2, d, 3, 1, 4 d) d, 1, 5, 4, 2, 3 Cmeádnº12.Gbarito:- B Como podem observar, neste módulo estamos explorando tipos de questões diferentes a fim de que os candidatos não sejam surpreendidos por “novidades” que, embora simples, podem 34 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES atrapalhar na hora de responder. Esta questão 12 é semelhante à outras de ordenação de texto, a novidade é que há o descarte de um dos elementos, marcado na sequência com a letra “d”. Neste tipo de questão, é necessário observar muito bem o tópico e os elementos que seguem, procurando, em primeiro lugar, o que deve ser descartado. Esta questão fala em “Câmara de combate à violência”, portanto, todos os elementos devem estar voltados para ações preventivas. O terceiro elemento mostra que “A prisão perpétua significa pouco ou nada para eles”. Isto não é ação preventiva e, além disso, o “eles” remete aos infratores, que não são o tema em discussão. O que se discute é a criação de uma câmara de combate à violência. A frase que pode ser tese para o parágrafo é: “a violência atingiu um grau insuportável, que não pode ser mais tolerado”. Ela justifica a ação de criar a “Câmara”. Surge, logo em seguida, o argumento de que a violência é de conhecimento de todos: do Presidente da República até do brasileiro mais humilde. Assim temos definidos dois elementos: ? - 2 - d - ? - 1 - ?. A frase que segue é uma das soluções possíveis para o combate à violência: “distribuição de renda”. Uma ação não é suficiente, por isso um “mas” pode dar sequência, apresentando outra ação, ou seja, criar a câmara nos moldes da Câmara de Energia que tem outra solução, buscar as razões que levaram a este estado de violência (5). Agora temos a sequência exigida pela questão: 5 - 2 - d - 3 - 1 - 4. Revisão Estudamos alguns pontos teóricos muito importantes para a interpretação de texto, mas muitos outros aspectos desses assuntos podem ser abordados e as bancas estão sempre à procura de “novidades”, o que significa que tendem a privilegiar aqueles aspectos sobre os quais as pessoas estão menos informadas. Esta é a razão de trabalharmos com uma visão mais ampla dos conteúdos, a fim de cobrir um campo maior de conhecimento, bem como conferir tipos de questões diferentes. Dos pontos teóricos abordados, a argumentação mereceria um pouco mais de profundidade, mas o que foi abordado consegue fornecer conhecimento suficiente para responder grande parte das questões propostas. No módulo de hoje, abordamos mais 35 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES alguns termos teóricos. O importante não é sabê-los de cor, mas reconhecê-los em textos, a fim de avaliar seu uso. Muitas questões do fórum são comuns a muitos alunos. Estou preparando um arquivo para incluir no módulo 05 retificações e respostas a assuntos repetidos. É uma forma de atingir a todos ao mesmo tempo. O nosso módulo 04 ficou muito longo, pois estamos com mais de quarenta páginas, quando o projeto inicial era de vinte e cinco a trinta páginas. Espero que não tenham ficado aborrecidos pelo excesso de conteúdos. Como anexo, incluí o arquivo com os nomes de origem indígenas que originalmente era para ser enviado só para quem solicitasse, mas os pedidos foram tantos que resolvi distribuir a todos. Cnclusão Chegamos ao final de mais uma aula, novos conteúdos foram acrescentados. Espero que tenham usufruído tanto dos aspectos teóricos, como dos práticos. Não esqueçam de que toda a dúvida deve ser enviada por e-mail, a fim de que possamos ajudar, de forma mais individualizada, a cada um de vocês. O sucesso de nosso curso depende muito da colaboração de cada um dos alunos. Como falamos no início, ainda há tempo de incluirmos em nosso trabalho algum tópico que vocês possam julgar necessário, não deixem de sugerir. Vamos encerrar por aqui, aguardando mensagens de vocês. Até o próximo encontro. Odiombar - odiombar@pontodosconcursos.com.br 36 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES Anexo I PALAVRAS PORTUGUESAS DE ORIGEM TUPI Antônio Geraldo da Cunha Obs: muitas destas palavras podem apresentar uma ou múltiplas variantes gráficas aguapeaçoca andiroba aramaçá aguaraquiá angaturama aramarê aí angüera arapapá A aiapa anhá arapari aiereba anhaíba (anhuíba) arapiraca abacatuaia aig anhaibatã araponga abacaxi aipim anhangá arapuã abaeté airi anhangaquiabo arapuca abaruna ajajá anhangüera arara abati ajuberaba anhanguiara arará abativi ajuru anhuma ararambóia abijaguaçu ajuruaçu anhumapoca araranim abiu (abio) ajuruatubira anijuacanga araraúba abiurana ajurucatinga aninga araraúna abuna ajurucurau aniuá arari abutua (ajurucurica) apapá araribá acaçu ajuruetê apareíba ararica açaí ajuruim apé araroba acaiacá ajuruju apeíba arasoare acaju ambuá aperema (ara[pa]soare) acajucatinga ambuaçava apiacá arataca acapu amendoim apicu arataciú acapurana amingua apií araticum acará amisaua apitiuba araticu-panã acaracoro amoré aquê aratu acaracoroi amoreatim aquiqui aratuém acaraobi amoreguaçu ará araturé acarapeba amorepoca arabutã arauebóia acarapitanga anacã araçá arauiri acarapitinga anajá aracanhuna
Compartilhar