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GOVERNO DE GOIÁS Secretaria de Desenvolvimento Econômico Superintendência Executiva de Ciência e Tecnologia Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica Construções Rurais 2019 Construções Rurais Janeiro 2019 Ficha Catalográfica Expediente Governador do Estado de Goiás Ronaldo Ramos Caiado Secretário de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação Adriano da Rocha Lima Coordenador Geral - Pronatec Marcos Sussumo Andrade Coordenador Adjunto Pedagógico Pronatec José Teodoro Coelho Supervisão Pedagógica e EaD Israel Serique dos Santos Maria Dorcila Alencastro Santana Professor Conteudista Gláucia Mesquita Projeto Gráfico Maykell Guimarães Designer Andressa Cruvinel Revisão Técnica Joseane Dantas Alcântara Revisão da Língua Portuguesa Cícero Manzan Corsi Banco de Imagens http://freepik.com 6 Apresentação Empreendedorismo, inovação, iniciativa, criatividade e habilidade para trabalhar em equipe são alguns dos requisitos imprescindíveis para o profissional que busca se sobressair no setor produtivo. Sendo assim, destaca-se o profissional que busca conhecimentos teóricos, desenvolve experiências práticas e assume comportamento ético para desempenhar bem suas funções. Nesse contexto, os Cursos Técnicos oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento de Goiás (SED), visam garantir o desenvolvimento dessas competências. Com o propósito de suprir demandas do mercado de trabalho em qualificação profissional, os cursos ministrados pelos Institutos Tecnológicos do Estado de Goiás, que compõem a REDE ITEGO, abrangem os seguintes eixos tecnológicos, nas modalidades EaD e presencial: Saúde e Estética, Desenvolvimento Educacional e Social, Gestão e Negócios, Informação e Comunicação, Infraestrutura, Produção Alimentícia, Produção Artística e Cultural e Design, Produção Industrial, Recursos Naturais, Segurança, Turismo, Hospitalidade e Lazer, incluindo as ações de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (DIT), transferência de tecnologia e promoção do empreendedorismo. Espera-se que este material cumpra o papel para o qual foi concebido: o de servir como instrumento facilitador do seu processo de aprendizagem, apoiando e estimulando o raciocínio e o interesse pela aquisição de conhecimentos, ferramentas essenciais para desenvolver sua capacidade de aprender a aprender. Bom curso a todos! SED – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecno- lógico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação ESTADO DE GOIÁS 7 Conteúdo Interativo Essa apostila foi cons- truída com recursos que possibilitam a interatividade tais como hiperlinks e páginas com hipertexto. Pré-requisitos: Para acessar a interatividade utilize o Inter- net Explorer, ou salve o arquivo no computador e abra-o no Acrobat Reader. Sumário INTRODUÇÃO UNIDADE I Tópicos especiais sobre materiais de construção utilizado nas instala- ções rurais 11 1.1 – Características 11 1.1.1 – Agregados 11 1.1.1.1 – Obtenção dos agregados 12 1.1.1.1.1 – Pedras britadas 12 1.1.1.1.2 – Areia 12 1.1.2 – Aglomerados 13 1.1.3 – Madeira 14 1.1.3.1 – Tipos de madeiras de construção 15 1.1.4 – Materiais Cerâmicos 16 1.1.4.1 – Materiais cerâmicos comuns (baixa vitrificação) 16 1.1.4.2 – Materiais Alternativos 17 1.1.4.2.1 – Bambu 17 UNIDADE II Tópicos especiais sobre projetos arquitetônicos para instalações rurais 20 2.1 – Parte gráfica 21 2.1.1 – Planta Baixa 21 2.1.2 – Planta de Situação 21 2.1.3 – Planta de Localização 22 2.1.4 – Cortes e Fachadas 22 2.2 – Parte Descritiva 23 8 UNIDADE III Tópicos especiais sobre técnicas de construções das instalações rurais 24 3.1 – Fundações ou Alicerce 24 3.2 – Paredes 26 3.3 – Contrapiso e Piso 27 3.4 – Telhados 28 UNIDADE IV Tipos de Instalações Rurais 30 4.1 – Estufas 30 4.2 – Galpões Rurais 32 4.3 – Silo Trincheira 33 Referências 36 9 Recursos Didáticos FIQUE ATENTO A exclamação marca tudo aquilo a que você deve estar atento. São assuntos que causam dúvida, por isso exigem atenção redobrada. PESQUISE Aqui você encontrará links e outras sugestões para que você possa conhecer mais sobre o que está sendo estudado. Aproveite! CONTEÚDO INTERATIVO Este ícone indica funções interativas, como hiperlinks e páginas com hipertexto. DICAS Este baú é a indicação de onde você pode encontrar informações importantes na construção e no aprofundamento do seu conhecimento. Aproveite, destaque, memorize e utilize essas dicas para facilitar os seus estudos e a sua vida. VAMOS REFLETIR Este quebra-cabeças indica o momento em que você pode e deve exercitar todo seu potencial. Neste espaço, você encontrará reflexões e desafios que tornarão ainda mais estimulante o seu processo de aprendizagem. VAMOS RELEMBRAR Esta folha do bloquinho autoadesivo marca aquilo que devemos lembrar e faz uma recapitulação dos assuntos mais importantes. MÍDIAS INTEGRADAS Aqui você encontra dicas para enriquecer os seus conhecimentos na área, por meio de vídeos, filmes, podcasts e outras referências externas. VOCABULÁRIO O dicionário sempre nos ajuda a compreender melhor o significado das palavras, mas aqui resolvemos dar uma forcinha para você e trouxemos, para dentro da apostila, as definições mais importantes na construção do seu conhecimento. ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM Este é o momento de praticar seus conhecimentos. Responda as atividades e finalize seus estudos. SAIBA MAIS Aqui você encontrará informações interessantes e curiosidades. Conhecimento nunca é demais, não é mesmo? HIPERLINKS As palavras grifadas em amarelo levam você a referências externas, como forma de aprofundar um tópico. Hiperlinks de texto 10 INTRODUÇÃO Construções rurais e instalações rurais são de grande importância para a área da engenharia rural, pois estabelecem condições de inovações a partir do planejamento e construção de galpões, estábulos, edificações rurais entre outras instalações para atividades relacionadas às áreas da agronomia e veterinária. Edificações adequadas proporcionam ao produtor e/ou empresário rural condições apropriadas de criação de animais, armazenamento de insumos, equipamento e grãos, visando ganho econômico e melhores condições de trabaho no campo. Devido às características próprias de utilização das instalações rurais, estas requerem conhecimentos relacionados à área agronômica e veterinária, os quais, aliados à simplicidade e a estudos de execução, irão proporcionar, dentro da técnica, o desejável funcionamento das instalações. Deve-se atentar, no momento da execução da construção das obras rurais, aos estudos para o melhor local da construção, pois os custos são elevados. Deve-se observar disponibilidade de água e luz próximo a instalação rural, visto a impossibilidade da remoção do empreendimento do local. Observar Leis e Normas para construção visando a observação às Leis Ambientais, sob a disposição de resíduos como chorumes, dejetos/estercos entre outros, visando a não contaminação de solo e água. 1 - Construção rural. Fonte: http://baias-currais-estabulos-galpoes.blogspot.com/2015/10/empresas-construtoras-fabricantes-de.html 11 Os principais materiais de construção utilizados na construção rural descrevendo algumas de suas quali- dades, forma de utilização e aplicação. Os materiais de construção podem ser simples ou compostos, obti- dos diretamente da natureza ou podem constituir o resultado de trabalho industrial. Deve-se conhecê-los, pois de sua escolha depende parte da solidez, durabilidade e beleza das obras. Deve-se observar o fator eco- nômico pois este pode ser um fator decisivo na execução da obra e deverá ser observado na escolha do material. Entende-se por agregado o material granular, sem forma e volume definidos, geralmente inerte (não reagem com o cimento), de dimensões e propriedades adequadas para uso em obras de engenharia. Os agregados são obtidos apartir das rochas britadas, os fragmentos rolados no leito dos cursos d’água Tópicos especiais sobre materiais de construção utilizado nas instalações rurais UNIDADE I A importância dos matérias de construção está desde sua escolha, a finalidade ao qual será aplicado e custo de instalação. Os materiais de construção podem ser simples ou compostos, obtidos diretamente da natureza como pedra, areia ou podem ser de origem industrial como cimentos, telhas e tijolos. O conheci- mento dos materiais permite a escolha mais adequados à cada situação, assim como o seu correto, permite a solidez, a durabilidade, o custo e a beleza das obras (NOVAIS, 2014). De acordo com NOVAIS (2014, p. 6) os materiais são considerados adequados apresentando as seguintes características: a) Resistência: material deve apresentar resistência compatível com os esforços a que será submetido. b) Trabalhabilidade: refere-se à adaptabilidade e aplicabilidade do material, que em função de seu peso, forma, dimensão, dureza e plasticidade. Pode ou não ser trabalhá- vel em condições práticas. c) Durabilidade: resistência que o material oferece à ação dos agentes atmosféricos, biológicos e químicos, oriundos de causas naturais ou artificiais, tais como luz, calor, umidade, insetos, microrganismos, sais, etc. d) Higiene e Saúde: material não deve causar danos à saúde do trabalhador e nem do usuário da obra. e) Econômico: o material, respeitadas as considerações técnicas, deve ser adequado do ponto de vista econômico. As condições econômicas de um material de construção dizem respeito à facilidade de aquisição (dependendo de sua obtenção e transporte) e emprego do matéria (sua manipulação e conservação). 1.1 – Características 1.1.1 – Agregados 12 Alguns agregados são obtidos por extração direta do leito dos rios, ou por meio de dragas (areias e seixos), e às vezes de minas (areias). Posteriormente este material retirado sofre um beneficiamento que consiste em lavagem e classificação (SOUZA, 1997). São obtidas por redução de pedras maiores, por trituração através dos britadores. É bom observar neste momento, que para o desenvolvimento do trabalho, os britadores devem: estar adaptados às condições das rochas; possuir a capacidade desejada de produção; ser de fácil funcionamento, conservação e reparação; ser de construção simples (SOUZA, 1997). A areia é obtida a partir da desagregação das rochas até formar grãos de tamanhos variados. Pode ser classificada pela dimensão em: areia grossa, média e fina. As areias devem sempre ser isentas de sais, gra- xas, materiais orgânicos, barro ou qualquer outro elemento que prejudique a sua utilização (SOUZA, 1997). A Figura 1 apresenta os diversos tipos de areia utilizada em obras da construção civil, de acordo com sua granulometria determina-se a sua utilização. 1.1.1.1 – Obtenção dos agregados 1.1.1.1.1 – Pedras britadas 1.1.1.1.2 – Areia e os materiais encontrados em jazidas, provenientes de alterações de rochas. São utilizados em lastros de vias férreas, bases para calçamentos, pistas de rolamento das estradas, revestimento betuminoso, e como material granuloso e inerte para a confecção de argamassas e concretos. Os agregados são de grande importância: Em ar- gamassas e concretos os agregados são importantes do ponto de vista econômico e técnico, e exercem influência benéfica sobre algumas características importantes, como: retração, aumento da resistên- cia aos esforços mecânicos, pois os agregados de boa qualidade têm resistência mecânica superior à da pasta de aglomerante (SOUZA, 1997). 2 - Agregados da construção civil. Fonte: https://www.mbgeologia.com.br/novidades/detalhe/31/sabes-quais-sao-as- principais-utilizacoes-de-agregados-da-construcao-civil SAIBA MAIS Diversos tamanho de britas https://www.mapadaobra.com.br/capacitacao/conheca-os-tipos-de-brita/ https://www.mapadaobra.com.br/capacitacao/conheca-os-tipos-de-brita/ 13 3 - Tipos de areias. Fonte:https://img.olx.com.br/images/60/603829008214439.jpg a) Definição: Aglomerados, aglomerantes ou aglutinantes são produtos utilizados para rejuntar alvena- rias ou para a execução de revestimentos de peças estruturais. Apresenta-se sob a forma pulverulenta e, quando misturados com água, formam pasta capaz de endurecer por simples secagem. Essa ação ocorre em consequência das reações químicas, aderindo às superfícies com as quais foram postas em contato. De acordo com NOVAIS (2014) a classificação dos aglomerados podem ser: I) Quimicamente inertes: barro cru. II) Quimicamente ativos: cal, gesso, cimento. l Aglomerantes naturais: são os que procedem da calcinação de uma rocha natural, sem adição alguma. Como exemplo temos a cal, que pode ser utilizada em argamassas (reduz a permeabilidade, aumenta a plas- ticidade e a trabalhabilidade); e o gesso, utilizado para cobrir paredes, chapas para paredes e tetos, usados exclusivamente para interiores e não podem ter função estrutural. l Aglomerantes artificiais: são obtidos por calcinação de mistura de pedras de composição conhecidas, cuidadosamente dosadas. Cimentos artificiais procedentes de mistura de calcário, de argila, pedra, etc. l Aglomerantes hidráulicos: resistem satisfatoriamente quando empregados dentro d’água. Nos aglome- rantes hidráulicos, o endurecimento resulta da ação da água. Na categoria dos aglomerantes hidráulicos, a de- nominação aplica-se aos que precisam ser moídos depois do cozimento. Exemplo: cal hidráulica e os cimentos. Cimento Portland é um material pulverulento fabricado com calcário, argila, gesso e outras adições, ao ser misturado com água, hidrata-se e produz o endurecimento da massa, que oferece, então, elevada resis- tência mecânica. 1.1.2 – Aglomerados 14 4 - Instalação construída de madeira; corte mecanizado de madeira. Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQoV5YNlDVn-by93osM8dMjXKDTZcnng4aRic-gX48_kW05U3FjRQ https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS5GHAq38BxxudN7ui5NYGaJVVb6bvjR1QVdVIb3Be-1uhYRUdr3Q A madeira é um material bastante utilizado na construção rural em todas as etapas da construção serve como material de suporte, como uso de tábuas de sustentação para a formação de colunas, andaimes, etc. Na condição de material de construção, as madeiras incorporam todo um conjunto de características téc- nicas, econômicas e estéticas que dificilmente se encontram em outro material existente. De acordo com NOVAIS (2014, p. 10) este material possui as seguintes vantagens: - Apresenta resistência mecânica tanto a esforços de compressão como de tração e flexão: foi o primeiro material a ser utilizado tanto em colunas como em vigas e vergas; - Tem facilidade de afeiçoamento e simplicidade de ligações, onde pode ser trabalhado com ferramentas simples; - Boas características de isolamento térmico e acústico; - Grande variedade de padrões; - Reservas renováveis. Desvantagens: - Material heterogêneo; - Formas limitadas: alongadas e de seção transversal reduzida; - Deterioração fácil (depende do tipo de madeira e do tratamento). A Figura 2 apresenta estrutura de um galpão construído com madeira, e o corte mecanizado de toras de madeira para uso na área da construção civil. De acordo com SOUZA (1997, p. 27) madeiras utilizadas em construção são obtidas de troncos de árvo- res. Distinguem-se duas categorias principais de madeiras: a) madeiras duras - provenientes de árvores frondosas (com folhas achatadas e largas), de crescimento lento, como a peroba, ipê, aroeira, carvalho etc.; as madeiras duras de 1.1.3 – Madeira Uma breve história do cimento Portland PESQUISE https://www.abcp.org.br/cms/basico-sobre-cimento/historia/uma-breve-historia-do-cimento-portland/ https://www.abcp.org.br/cms/basico-sobre-cimento/historia/uma-breve-historia-do-cimento-portland/ 15 melhor qualidade são também chamadas madeiras de lei; b) madeiras macias - provenientes em geral das árvores coníferas (com folhas em forma de agulhasou escamas, e sementes agrupadas em forma de cones), de crescimento rápido, como pinheiro-do-paraná e pinheiro-bravo ou pinheirinho, pinheiros europeus, norte-americanos etc. Os tipos de madeiras utilizadas nas construções podem ser classificadas em duas categorias: (SOUZA, 1997, p. 27) I) Madeiras maciças: l Madeira bruta ou roliça: É empregada em forma de tronco, servindo para estacas, escoramentos, postes, colunas etc. As árvores devem ser abatidas de preferência na época da seca, quando o tronco tem menor teor de umidade. Após o abate, remove-se a casca, deixando-se o tronco secar em local arejado e protegido contra o sol. As madei- ras roliças, que não passaram por um período mais ou menos longo de secagem, ficam sujeitas a retrações transversais que provocam rachaduras nas extremidades; l Madeira falquejada: é a madeira que tem as faces laterais aparadas a machado, for- mando secções maciças, quadradas ou retangulares; é utilizada em estacas, cortinas cravadas, pontes etc.; l Madeira serrada: é o produto estrutural de madeira mais comum entre nós. O tronco é cortado nas serrarias, em dimensões padronizadas para o comércio, passando depois por um período de secagem; As madeiras serradas, são vendidas em secções padroni- zadas, com bitolas nominais em polegadas. 1.1.3.1 – Tipos de madeiras de construção Tabela 1. Dimensões nominais comerciais das madeiras serradas (adaptado de SOUZA, 1997). 5 - Madeira roliça, falquejada e serrada. Fonte: http://medeirosreflorestamento.com.br/produtos/ http://o-portico.blogspot.com/2017/04/os-seis-tipos-mais-comuns-de-madeiras.html A Tabela 1 apresenta os principais perfis, obedecendo à nomenclatura da ABNT (Padronização PB-5). 16 II) Madeiras industrializadas: l Madeira laminada e colada: é o produto estrutural de madeira mais importante nos países industrializados. A madeira selecionada é cortada em lâminas, de 15 mm ou mais de espessura, que são coladas sob pressão, formando grandes vigas, em geral de secção retangular. As lâminas podem ser emendadas com cola nas extremidades, formando peças de grande comprimento; l Madeira compensada: A madeira compensada é formada pela colagem de três ou mais lâminas finas, alternando-se as direções das fibras em ângulo reto. Os compensa- dos podem ter três, cinco ou mais lâminas, sempre em número ímpar. Os materiais de barro comum usados correntemente na construção civil são os tijolos, as telhas e as tijoleiras. Conforme a qualidade da argila empregada resultarão diversas qualidades de produtos. Eles vão desde os de baixa resistência (5 kg/cm2) até os de alta resistência (120 kg/cm2); vão desde os facilmente pulverizáveis até os de massa compacta (SOUZA, 1997). Por isso é difícil estabelecer limites entre a cerâmica comum e a cerâmica de qualidade superior. O cons- trutor deve considerar primordialmente a procedência para ter certeza sobre a qualidade. a) Tijolo comum: O tijolo pode ser caracterizado como um material de baixo custo, usados exclusivamen- 1.1.4.1 – Materiais cerâmicos comuns (baixa vitrificação) 6 - Madeira laminada e compensada. Fonte: http://www.iarq.com.br/madeira-laminada-colada/ http://blog.fazedores.com/mdf-compensado-aglomerado/three-light-plywood-boards-stacked/ Os materiais cerâmicos da construção civil são todos os materiais produzidos artificialmente a partir de argila cozida. Os produtos cerâmicos são os tijolos em suas mais variadas formas, telhas de diferentes forma- tos e tamanhos, ladrilhos para pisos e manilhas/tubulações. Chama-se cerâmica à pedra artificial obtida pela moldagem, secagem e cozedura de argilas ou de misturas com presença de argilas (NOVAIS, 2014). Os materiais usados correntemente na construção civil são os tijolos, as telhas e as tijoleiras. Conforme a qualidade da argila empregada resultarão diversas qualidades de produtos. Eles vão desde os de baixa resistência até os de alta resistência; vão desde os facilmente pulverizáveis até os de massa compacta. Por isso é difícil estabelecer limites entre a cerâmica comum e a cerâmica de qualidade superior. O construtor deve considerar primordialmente a procedência para ter certeza sobre a qualidade (NOVAIS, 2014, p.9). 1.1.4 – Materiais Cerâmicos 17 te para fins estruturais e de vedação, apresenta pouca exigência em relação a sua aparência (SOUZA, 1997). Independente da qualidade, há muitos formatos de tijolos. O mais comum é o tijolo cheio, também cha- mado maciço ou burro. A EB-19 estabelece dois tamanhos, mas trata-se de norma nem sempre obedecida pelas olarias (Figura 3). b) Tijolo furado (baiano): Tijolo cerâmico vazado, moldados com arestas vivas retilíneas. São produzidos a partir da cerâmica vermelha, tendo a sua conformação obtida através de extrusão. A seção transversal destes tijolos é variável, existindo tijolos com furos cilíndricos e com furos prismáticos (Figura4). No assenta- mento, em ambos os casos, os furos dos tijolos estão dispostos paralelamente à superfície de assentamento o que ocasiona uma diminuição da resistência dos painéis de alvenaria (NOVAIS, 2014). As faces dos tijolos sofrem um processo de vitrificação, que compromete a aderência com as argamassas de assentamento e revestimento, por este motivo são constituídas por ranhuras e saliências para aumentar a aderência. (Vocabulário: Aderência é a capacidade que a interface bloco-argamassa possui de absorver tensões tangenciais (cisalhamento) e normais (tração) a ela, sem causar rompimento). c) Telhas: As telhas de barro utilizadas como material de cobertura podem ser curvas ou planas, devendo ser duráveis tanto quanto econômica. Podem ser do tipo Marselha ou Francesa e telhas coloniais. Os pro- cessos de fabricação são semelhantes aos dos tijolos (NOVAIS, 2014, p. 10). 7 - Tijolo comum, tijolo furado e telhas. Fonte: http://www.constron.com.br/tijolo-comum-9x4x19cm-100-unidades.html http://www.olariagrimm.com.br/tijolos.php https://www.aarquiteta.com.br/blog/engenharia-e-construcao-civil/calcular-a-quantidade-de-telhas/ O uso do Bambu é uma técnica de construção milenar, muito utilizada no oriente. Possui alta flexibilidade a resistência de suas fibras sendo uma ótima alternativa para a construção. O uso mais comum do bambu no Brasil decorre de tradição do meio rural, por ser um material de fácil aquisição, normalmente se encontra com facilidade na área rural, onde são empregados em cercas e em pequenas construções, como galinhei- ros, currais, pequenos abrigos rústicos, gaiolas etc. (NOVAIS, 2014). As principais vantagens de uso do bambu: l Seu baixo custo; l Sua resistência e qualidade na construção; l O seu crescimento em grande escala garante a disponibilidade de recurso para construir habitações; l É uma material de ampla uso e função, podendo ser utilizado na confecção dos mais variados produtos. 1.1.4.2 – Materiais Alternativos 1.1.4.2.1 – Bambu 18 8 - Viveiro de estrutura de bambu. Fonte: https://www.pinterest.pt/pin/397794579556420706/?lp=true O Bambu tem como suas principais aplicações na construção rural em instalações avícolas, cercas, abri- gos para animais, delimitação de áreas, tabuleiros para criação de bicho da seda, confecção de ripados, for- mação de canaletas para recolhimento de enxurradas, pisos, paredes, coberturas, etc. (FREIRE, 1999, p. 48). As espécies mais apropriadas para utilização em construções são : l bambu gigante (Dendrocalamus giganteus) l bambu comum (Bambusa vulgaris) l bambu imperial (Dendrocalamus castilionis); l tulda (Bambusa tulda) l Bambusa tuldoides l Phyllostachys sp l Guadua sp De acordo com FREIRE (1999), as espécies tulda e gigante apresentam maior resistência mecânica. O Bambu possui diversas aplicações como material de construção: l para a obtenção de esteiras que, por sua vez, serão utilizadas na construção de paredes externas ou internas de residências l como fôrmas de lajes de concreto associadas a uma trama de viguetas de bambu apoiadas sobre colu- nas ou pontaletes domesmo vegetal, ou como fôrmas de vigas, colunas ou pilares l para o erguimento de andaimes provisórios l como elemento de reforço no concreto, em substituição às barras de aço comumente utilizadas nas lajes, vigas, pilares e colunas l para a construção de telhados (tesouras, armaduras secundárias e material de cobertura) Uma das grandes possibilidades da aplicação do Bambu nas construções rurais é na utilização de estru- turas para Casa de Vegetação ou Viveiros. Acredita-se que seja uma das mais promissoras aplicações, pois o alto custo na aquisição de estufas convencionais dificulta o acesso ao homem do campo a essa tecnologia (NOVAIS, 2014, p. 16). A Figura 5 representa uma casa de vegetação de baixo custo, onde se utiliza o bambu como material de estrutura e para a formação da estrutura telhado. Trabalhando a sustentabilidade da propriedade agrícola. 19 https://www.youtube.com/watch?v=nVM_7oFMx7c Como fazer seu viveiro de estrutura de bambu. MÍDIAS INTEGRADAS https://www.youtube.com/watch?v=nVM_7oFMx7c 20 Tópicos especiais sobre projetos arquitetônicos para instalações rurais UNIDADE II Durante a execução do projeto arquitetônico, o uso do projeto evita erros de execução, pois o mesmo foi elaborado de acordo com as necessidades e solicitações para a sua construção, visando desperdícios de materiais, estudo da logística do local e facilidades de construção, evitando assim possíveis falhas na execu- ção ou mesmo demolições da obra. Sempre que houver necessidade de fazer modificações na benfeitoria, é recomendável consultar primeiro o autor do projeto, sobretudo nas obras de maior responsabilidade. Ele ajudará a encontrar a melhor solução. Para organizar o projeto de uma construção, é importante saber que este compreende duas partes: a parte gráfica e a parte descri- tiva (NOVAIS, 2014, p. 5). Para a elaboração do projeto, deve-se levar em conta o fim ao qual se destina, estudar e determinar a área rural definitiva no qual será construído, quais as necessidades e perspectivas de aproveitamento da proprieda- de, se apenas para lazer ou proporcionar lucro. Neste último caso, é preciso identificar com clareza, que pro- cedimentos são mais recomendáveis para atingirem objetivos e metas capazes de tornar viável a execução do projeto, garantindo assim sua rentabilidade. O projeto consta de duas partes: gráfica e descritiva: 9 - Moradia estudantil na zona rural do Tocantins. Fonte: https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2018/11/moradia-estudantil-na-zona-rural-do-tocantins-e-eleita-melhor-nova-obra-de-arquitetonica-do-mundo.html O projeto é o conjunto de instruções necessárias à execução de uma obra. É composto de desenhos, placas e até, em alguns casos, de especificações. O importante é que defina o local onde será feita a obra, todas as suas dimensões, os materiais a serem utilizados e as suas quantidades. Quando bem elaborado o projeto pode reduzir o custo da obra, pois evita desperdícios e aumenta a qualidade e a durabilidade da construção (NOVAIS, 2014, p. 5). 21 A parte gráfica compõem-se de: l Planta baixa; l Planta de situação; l Planta de localização; l Cortes longitudinais e transversais (mínimo de dois cortes para cada pavimento) e Fachada. É a principal representação gráfica de uma constru- ção, pois consiste na visualização superior da construção. Nela devem estar detalhadas em escala as medidas das paredes (comprimento e espessura), portas, janelas, o nome de cada ambiente e seu respectivo nível. São se- ções horizontais da edificação e representam informa- ções relativas à largura e comprimento planta de situação e diagrama de cobertura. A planta deve ser desenhada sempre com a frente voltada para baixo (NOVAIS, 2014). A Figura 10 representa uma planta baixa aonde pode- mos visualizar as medidas de cada ambiente, assim como a sua identificação (apartadouro, embarcadouro, baias, etc.) Planta baixa é a projeção em plano horizontal resultan- te de um corte da obra na altura aproximada do peitoril (aproximadamente 1,50m em relação ao piso de cada pavimento), por meio de plano imaginário horizontal. Observando a planta baixa, observa-se os seguintes itens: localização dos diversos cômodos; localização de alvenarias, pilares e pilastras; dimensões dos ele- mentos; portas, janelas e vãos livres com respectivas dimensões; cotas internas e externas; diferenças de nível soleiras e degraus; projeção do beiral e projeção de passeios. Podendo indicar também a posição dos equipamentos (SANTOS, 2017, p. 3). Consiste na visualização superior do terreno e da construção situada em seu interior. Indica a forma e dimensões do terreno, os lotes e as quadras vizinhas, limites da propriedade ou parte dela (Figura 11) e ruas ou estradas de acesso (NOVAIS, 2007, p. 5). A planta de situação contem a orientação topográfica, a posição do norte, assim como as divisas e con- tornos, presença de construções e pontos de referências. 2.1 – Parte gráfica 2.1.1 – Planta Baixa 2.1.2 – Planta de Situação Figura 10. Planta baixa das instalações de uma propriedade rural. Fonte: https://3.bp.blogspot.com/-bAn22MMDBng/V0uU5Zx0ZTI/AAAAAAAAAQg/ w1RcbU_8EUsFoe_fvgVMu0nV4dOEN886QCLcB/s1600/PB-Curral.JPG 22 Situa a projeção da edificação (área coberta) no terreno. São projeções verticais de cortes efetuados por planos imaginários verticais na planta baixa. Podem ser longitudinais, quando feitos no sentido do maior comprimento da obra, e transversais, quando perpendiculares ao primeiro. Na planta baixa, o local exato dos cortes é indicado por linha grossa, interrompida e contendo letras como AB ou CD, etc. em cada extremidade (Figura 12). Os cortes devem ser efetuados nos cômodos que contenham maior dúvida ou necessidades de maiores esclarecimentos (SANTOS, 2017, p. 3). As plantas as quais apresentam os cortes obrigatoriamente devem apresentar os seguintes itens com as respectivas dim ensões: l altura dos cômodos ou pé- direito; l altura dos peitoris e vergas dos vãos; l espessura das alvenarias; l espessuras de lajes; l perfil do terreno; l altura do baldrame, se ocorreu aterros ou cortes; l engradamento do telhado; l diferença de nível dos pisos; Deve apresentar os revestimentos das alvenarias e posição de equipamentos caso possua. 2.1.3 – Planta de Localização 2.1.4 – Cortes e Fachadas Figura 11. Planta de Situação. Fonte: https://www.ecivilnet.com/dicionario/images/planta-de-situacao.jpg 23 Figura 12. Representação da escolha do local da realização do Cortes. Fonte: http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAffUsAI-2.jpg As Fachadas são vistas externas ao objeto e tem por finalidade mostrar as faces (aparência) da cons- trução exteriormente, nelas são apresentados tipos de revestimentos, pinturas e detalhes de telhados, a fachadas representa a obra após sua finalização. A parte descritiva e onde, de forma clara, direta e simples, descrevem-se as técnicas construtivas e os materiais a serem utilizados na construção. Os temas são abordados na sequência das fases de construção (trabalhos preliminares, de execução e de acabamento). Inclui-se também o orçamento, que é uma previsão de custos necessária para os cálculos do capital de desenvolvimento (custo da obra). Na parte descritiva deve-se quantificar os insumos, mão de obra, ou equipamentos necessários a realiza- ção de uma obra ou serviço bem como os respectivos custos e o tempo de duração dos mesmos. 2.2 – Parte Descritiva 24 A primeira etapa efetiva da construção é a execução das fundações. As fundações são obras enterradas no terreno, com a finalidade de receber todas as cargas da construção, transmitindo-as, uniformemente, sobre o leito de fundação. Por isto, as fundações devem ser resistentes e dimensionadas para as condições do local. Im- portância das fundações: serão à base das construções. Se uma fundação não for realizada corretamente, poderá comprometer a construção (obra) posteriormente, acarretando custos mais elevadose paralisação das atividades (NOVAIS, 2014, p. 11). Nas propriedades rurais, cuidados a serem tomados: l Deve preferir terreno de natureza geológica boa, se possível, protegido de ventos dominantes da região; l Deve-se evitar terrenos baixos, de lençol freático muito próximo à sua superfície; l Escolher locais afastados de pontos insalubres; l Terrenos turfosos e resultantes de aterro de lixo devem ser evitados, por serem fracos e úmidos, sujeitos à decomposição da matéria orgânica. A necessidade de enterrar das fundações se deve a duas razões: l Evitar o escorregamento lateral da construção; l Eliminar a camada superficial, geralmente composta de material em decomposição ou aterro. Leito da fundação refere-se ao plano que se prepara no subsolo para o assentamento dos alicerces. O alicerce serve como ancoragem da fundação, e suporta as lajes, sendo feito até a altura do solo. Tipos de fundações: podem ser diretas ou indiretas, subdividindo-se as diretas em contínuas e descontínuas (SANTOS, 2017, p. 15). 3.1 – Fundações ou Alicerce Tópicos especiais sobre técnicas de construções das instalações rurais UNIDADE III Ao iniciar o planejamento das instalações rurais, deve realizar um estudo da localização ideal para cons- trução da moradia, ou sede principal, galpões, galinheiros, chiqueiros, etc. para evitar custos desnecessários como a modificação do local posteriormente. Deve observar local plano e mais elevado para a construção da sede facilitando assim as atividades de manejo na propriedade (NOVAIS, 1997). O princípio fundamental das construções grande ou pequena é o de fazer uma obra praticamente perfei- ta, no menor tempo possível e ao menor custo, aproveitando o máximo rendimento das ferramentas e da mão-de-obra, realizando o aproveitamento da área, observando as características do terreno, como solo, presença de vegetação e logística de movimentação de equipamentos como tratores, implementos agríco- las e estrada. Logicamente é muito difícil, senão impossível, fazer-se a obra perfeita, mas deve-se procurar, por todos os meios, aproximar-se desta situação. Para que isto seja possível torna-se necessário, acentuada atenção em todas as fases de construção. Estas fases são: trabalhos preliminares, de execução e de acaba- mento (SANTOS, 2017). 25 Baldrames: A fim de elevar o piso da construção em relação ao terreno utiliza-se o baldrame. Os materiais podem ser os mesmos usados no alicerce. Quando o baldrame é de alvena- ria de tijolos e com altura superior a um metro recomenda-se cintar no respaldo com concreto armado. A caixa formada pelo interior dos baldrames deve ser aterrada, usan- do-se terra livre de matéria orgânica e apiloada em camadas de 15 a 20 cm. A fim de não aprofundar as fundações diretas contínuas além de 0,5 m pode-se usar o artifício de alcançar leito de maior resistência com o auxílio de brocas. Estas são furos feitos com um trado de 20 cm de diâmetro. As brocas são feitas a cada 0,50 m aprofundando até o solo resistente. Finalmente enche-se os furos de concreto (SANTOS, 2017, p. 16). b) Fundações diretas descontínuas: Indicadas para leitos resistentes a 1,0 m abaixo do nível do solo. Também para o caso específico de projetos cujas cargas de telhado, lajes e alvenarias sejam car- regados em vigas e estas aos pilares, e estes por sua vez ao alicerce. A fundação, portanto, restringir-se-á ao pilar. São limitadas a 5,0 m de profundidade do leito resistente (Figura 14). a) Fundações diretas contínuas: São utilizadas quando o leito resistente encontra-se a profundidade inferior a 1,0 m. Para obras rurais e habitações de 1 ou 2 pavimentos o leito resistente pode ser encontrado muitas vezes a essa profundidade. A norma exige como profundidade mínima para fundação de 0,50 m Fundações diretas contínuas são valas contínuas sob todos os segmentos das paredes (Figura 13). Figura 13. Fundação direta, para iniciar a alvenaria (parede). Fonte: https://www.ecivilnet.com/dicionario/images/baldrame.jpg Figura 14. Fundação direta descontinua. Fonte: https://docplayer.com.br/docs-images/39/18837458/images/58-0.png Após o estudo de resistência e a locação da obra são abertas as valas nas dimensões especificadas pelo projeto. O fundo da vala contínua deve ser pla- no (nivelado). Para terrenos inclinados o fundo é fei- to em degraus de modo que não haja altura menor que 0,50 m, a fim de eliminar a camada superficial. Após abertura da vala, deve-se fazer a compactação do seu fundo com soquete de ferro, a fim de promo- ver a consolidação do terreno e evitar a mistura de terra solta com o material do alicerce. SAIBA MAIS Para entender o processo de construção dos alicerces podemos visualizar a sua construção https://www.youtube.com/watch?v=vdGsPcZzZDA https://www.youtube.com/watch?v=vdGsPcZzZDA 26 c) Fundação indireta Utilizadas quando o leito resistente acha-se a profundidade su- perior a 5,0 m. Ambos os processos anteriores seriam antieconômicos, tornando-se necessário a utilização de estacas (concreto ou madeira) ou tubulões concretados. Utilizadas geralmente para obras civis em forma de prédios com mais de 2 pavimen- tos. Devem ser entregues a firmas especializadas de engenharia civil, que utilizam os chamados “bate-estacas”. SAIBA MAIS Para maior fixação do conteúdo https://www.youtube.com/watch?v=w4eiD1BBKE8 De acordo com NOVAIS (2014) a espessura das paredes é sempre múltiplo das dimensões dos tijolos. São colocadas em camadas horizontais (fiadas) e com juntas desencontradas. Podem ser dispostas de diversos modos conforme a espessura das paredes, que é indicada pelo número de tijolos. l Parede de espelho (cutelo) – os tijolos são assentados segundo a espessura e o maior comprimento. Está prática é empregadas nas divisões internas de edificações. l Parede de meio tijolo (frontal) – os tijolos são assentados segundo a sua face maior e de modo que a largura corresponda à espessura da parede. Servem para vedação e para suportar esforços. l Parede de um tijolo – tem como espessura o comprimento do tijolo. São recomendadas para paredes externas, pois oferecem boa resistência e impermeabilidade (quando revestidas). l Parede de um tijolo e meio – tem como espessura um tijolo e meio, sendo dispostos de várias manei- ras. Recomendadas para paredes que necessitarão de resistência. Quantidade de tijolo por parede Em função do tamanho dos tijolos e da espessura da junta podemos calcular quantas unidades de tijolos precisamos para preencher um metro quadrado de alvenaria, e, a partir daí, chegar ao consumo de material (NOVAIS, 2014, p. 12). Seja: N = TH x TV Onde: N= número de tijolos por m2 TH = Quantidade de tijolos na horizontal (metro linear) TV = Quantidade de tijolos na vertical (metro linear) TH = 110 (C= comprimento tijolo, J= junta) C + J TV = 100 (H= altura tijolo, J= junta) H + J 3.2 – Paredes https://www.youtube.com/watch?v=w4eiD1BBKE8 27 Exemplo: Supondo-se uma parede de 1 tijolo de 23 x 11 x 5 cm e junta de 1 cm, temos: N = 100 x 100 ≈ 70 (23 +1) (5+1) Portanto, para esta parede são necessários 70 tijolos por m². Acrescentar 10% para perdas. Outro método: Tijolo furado, assentamento em pé (½ tijolo). Medidas (m): 0,14 x 0,19 x 0,29; Área de 1 tijolo, incluindo juntas: 0,21m (21cm) x 0,31m (31cm) = 0,0651m2; Quantidade de tijolos por m2 : 1,00m2 ÷ 0,0651m2 = 15 peças. Acrescentar 10% para perdas. O contrapiso refere-se a base ou sustentação para o piso; e o piso refere-se ao acabamento o qual pode ser piso cerâmico, granito, pedra, ardósia, cimento, cimento queimado, etc. O contrapiso tem como função (NOVAIS, 2014, p. 13): l Servir de suporte para o revestimento de piso e seus componentes, l Corrigir pequenos desníveis na laje do piso, l Resistir às cargas atuantes durante a utilização, sem apresentar rupturas, l Embutir tubulaçõeselétricas e hidráulicas, l Incorporar sistemas de impermeabilização, l Complementar sistemas de isolamento acústico ou térmico, l Proporcionar os caimentos necessários para os diversos tipos de uso dos ambientes. As características observada no contrapiso: - A aspereza, determinada em função da granulometria da areia utilizada; - Poucas Ondulações (depende do processo de execução); - Resistência mecânica, decorrente dos materiais utilizados e de suas dosagens. Recomenda-se argamas- sa (piso) com traço de 1:3 ou 1:4, respectivamente, para cimento e areia. A água deve ser a estritamente necessária, e a argamassa deve ser espalhada em pequenas camadas, de- vidamente adensadas, se a espessura a cobrir for superior a 2 ou 3 centímetros. Para passagem ou galpões de máquinas, às vezes pode ser necessário a confecção de contrapiso reforçado (Tabela 1). 3.3 – Contrapiso e Piso FINALIDADE DE USO ESPESSURA Interior de residências 2 a 7,8 cm Áreas internas de edificações, passeios ou calçadas e áreas onde não passam animais de grande porte, tratores ou cargas pesadas 7cm Áreas externas com trânsito de pequenos veículos, áreas de confinamento de animais 10 cm Áreas de estacionamento de implementos, tratores e trânsito de veículos mais pesados (caminhões e tratores) 15 cm Tabela 1. Espessura de contrapiso em função de seu uso (Adaptado de NOVAIS, 2014, p. 13). Fonte: http://www.banet.com.br/construcoes/ 28 A argamassa para contrapiso geralmente possui o seguinte traço e o rendimento (Tabela 2). A argamassa para pisos possui geralmente uma espessura de 3 cm, mas pode variar em função do uso. A Tabela 3 apresenta os traços e rendimentos para alguns tipos de pisos que poderão ser utilizados em cons- truções e instalações rurais. De acordo SANTOS (2017), o telhado é a parte superior das construções, destinada a dar-lhes pro- teção contra as intempéries. O telhado deve cumprir 3 funções básicas: - Proteção das partes internas das construções contra a chuva, sol excessivo e neve; - Proporcionar Inclinação adequada de acordo com a telha utilizada, para drenar águas pluviais; - Formar um “colchão” de ar próximo a telha pos- sibilitando controle da temperatura interna e me- lhorando as condições de conforto térmico. O telhado é composto pela cobertura e pelo engradamento. A cobertura é a parte superior dos telhados, ou seja, as telhas. Já o engradamento é a estrutura de sustentação do telhado. 3.4 – Telhados APLICAÇÃO TRAÇO RENDIMENTO POR SACO DE CIMENTO DE 50 KG DICA Concreto magro 1 saco de cimento 50 kg 8 ⁄ latas de areia 11 ⁄ latas de pedra 2 latas de água 14 latas ou 0,25m3 O concreto magro serve como base para pisos em geral. Antes de receber o concreto magro, o solo deve ser umedecido. APLICAÇÃO TRAÇO RENDIMENTO POR SACO DE CIMENTO DE 50 KG DICA Piso Cimentado 1 lata de cimento - 3 latas de areia 4 m2 (com espessura de 2,5 cm) O cimento liso é o acabamento de piso mais econômico. Pode ser queimado com pó de cimento e colorido com pó corante. Tabela 2. Traço e rendimento da argamassa para contrapiso (Adaptado de NOVAIS, 2014, p. 14). Tabela 3. Traço e rendimento de argamassas para pisos (Adaptado de NOVAIS, 2014, p. 14). Figura 15. Representação das quedas ou “águas” da cobertura. Fonte: http://construindodecor.com.br/wp-content/uploads/2014/06/como-fazer-um-telhado.png 29 Cobertura Os telhados podem ser classificados quanto a forma em elementares ou simples, compostos e especiais. As mais comuns são: 1 água, 2 águas, 3 águas e 4 águas e cônico. As formas compostas são para construções com mais de 1 ala. A Figura 11 apresenta as partes componentes da cobertura com suas denominações, para o caso de telhados elementares. Componentes das estruturas de sustentação dos telhados A estrutura principal é um conjunto de componentes ligados entre si com a função de suportar a estru- tura secundária e o telhado, pode ser constituída por tesouras, pontaletes ou por vigas e a estrutura secun- dária constituída pelas ripas, caibros e terças. A estrutura é considerada como o conjunto de componentes ligados entre si, com a função de suportar o telhado. A estrutura é composta por uma armação principal e outra secundária. Para estruturas metálicas e de madeira onde são assentadas telhas do tipo ondulada a estrutura secundária resume-se basicamente em terças, frechais e pontaletes. (NOVAIS, 2014, p. 15). A estrutura secundária é um conjunto de componentes ligados entre si com a função de suportar o te- lhado, podendo ser constituída das seguintes peças: l Ripas: Peças de madeira pregadas sobre os caibros, atuando como apoio das telhas cerâmicas; l Caibro: Peças de madeira, apoiadas sobre as terças, atuando por sua vez como suporte das ripas; l Terças: Peças de madeira ou metálica, apoiadas sobre tesouras, pontaletes ou ainda sobre paredes, funcionando com sustentação dos caibros (caso das telhas cerâmicas) ou telhas onduladas (fibra de vidro, cimento-amianto, zinco, alumínio); l Frechal: Viga de madeira ou metálica, co- locada no topo das paredes com a função de distribuir as cargas concentradas provenientes de tesouras, vigas principais ou outras peças da estrutura. E comum, também, chamar de frechal a terça da extremidade inferior do telhado; l Cumeeira: Terça da parte mais alta do telhado; l Pontaletes: Peças dispostas verticalmen- te, constituindo pilares curtos sobre os quais apoiam-se as vigas principais ou as terças; l Chapuz: Calço de madeira, geralmente de for- ma triangular, que serve de apoio lateral para a terça; l Contra ventamento: Peça disposta de forma inclinada, ligando as tesouras com a finalidade de travar a estrutura. Esta disposição aumenta a esta- bilidade das tesouras, pois com o seu intermédio a uma maior resistência à ação lateral do vento. Figura 16. Representação dos componentes da estrutura de telhados. Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-kwmNx0WsfD4/Tq3mArwbuTI/AAAAAAAAAB4/Qg6Olt5LTvE/ s1600/ref_telhado_madeiramento.gif 30 Tipos de Instalações Rurais UNIDADE IV As estufas ou (Ambiente Protegido) é aquele que propicia um microclima adequado ao desenvolvimento vegetal. Ele pode ser coberto com vidro ou plástico e são comumente chamado chamados de estufas ou casas de vegetação. As principais características de uma estufa plástica são a eficiência e a funcionalidade. Entende-se por ‘eficiência’ a faculdade que a mesma tem de oferecer um determinado elemento do clima não de maneira estática, porém dentro dos limites de exigências fisiológicas da cultura. A ‘funcionalidade’ é um conjunto de requisitos que permitem a melhor utilização da estufa, tanto do ponto de vista técnico como econômico. Estas características devem estar completamente harmonizadas com o objetivo de definir um sistema produtivo capaz de obter colheitas fora da época normal, com mercado e rentabilidade adequada à sobrevivência do empreendimento (REIS, 2005, p. 2). As estufas climatizada são usadas em regiões de clima muito frio, onde as baixas temperaturas não permitem o desenvolvimento das plantas, contando somente com o calor armazenado dentro delas devido ao efeito estufa. É necessário o uso de equipamentos que controlem a temperatura, umidade relativa do ar e ventilação. Normalmente, são utilizadas para culturas sensíveis, como flores, quando requerem faixas míni- mas de tolerância relativa ao ambiente (NOVAIS, 2014). A vantagem do uso das estufas climatizadas (Fi- gura 17) são que essas foram desenvolvidas de tal forma a permitir um alto percentual de automati- zação dos equipamentos, para que se consiga um grande controle ambiental. Devido a todas as exi- gências que as cercam, são construções dispendio- sas (https://www.dicio.com.br/dispendioso/) e por isso só devem ser empregadas em situações espe- ciais ou quando se tornam economicamente viável. 4.1 – Estufas SAIBA MAIS As casas de vegetação são um instrumento de proteção ambiental para produção de plantas, como hortaliçase flores. Por definição, casas de vegetação são estruturas construídas com diversos materiais, como madeira, concreto, ferro, alumínio, etc, cobertas com materiais transparentes que permitam a passagem da luz solar para crescimento e desenvolvimento das plantas. Figura 17. Estufa climatizada com controle de temperatura e umidade. Fonte: http://www.agriestufa.com.br/site/produtos/casa-de-vegetacao-climatizada/ https://www.dicio.com.br/dispendioso/ 31 As estufas ou casa de vegetação não climatizada são bastante utilizada para produção de mudas, na área horticultura (https://www.dicio.com.br/horticultura/) o ambiente protege as mudas, desde o plantio da semente até a comercialização das mudas ou frutos (Figura 18). As estufas não climatizadas são construções sim- ples, baratas e geralmente construídas pelos pró- prios agricultores. O controle do ambiente nor- malmente é realizado pela aberturas e cortinas laterais O calor quando desejado é obtido pelo efeito estufa. São utilizadas em clima quente e ameno e restringem-se à culturas menos sensíveis, como hortaliças e outras, e alguns tipos de flores. Dificilmente se consegue manter as condições do ambiente, durante todo o tempo, dentro da faixa ideal exigida pela cultura. Um efeito que ocorre no interior de um ambiente protegido é o chamado efeito estufa (NOVAIS, 2014, p. 24). Efeito estufa. https://www.significados.com.br/efeito-estufa/ A radiação solar de onda curta consegue passar pela cobertura plástica ou pelo vidro, é absorvida pelo solo contribuindo para elevar a sua temperatura. Qual- quer superfície aquecida, como o solo, emite radiação sob a forma de onda longa, que sob a forma de calor vai aquecer a atmosfera adjacente ao solo. Esse calor, dentro do ambiente protegido, é transferido para camadas mais superiores, não sendo totalmente perdido devido ao anteparo que é a cobertura plástica, ou de vidro. Por esse motivo, tem-se um ambiente sempre quente, algumas vezes com temperaturas elevadas. Figura 18. Casa de vegetação não climatizada. Fonte: http://www.metaflonestufas.com.br/content/casas-de-vegetacao/5 FIQUE ATENTO No momento da construção da estufa, deve-se ter em mente o espaço disponível para sua construção e o tamanho adequado à espécie vegetal que será plantada. FIQUE ATENTO Os fatores de maior importância na escolha do modelo da estufa são a facilidade de acesso e a transmissão da luz, bem como a estabilidade e a durabilidade. Ao se construir uma estufa, a recomendação é que deve-se observar a orientação dos ventos predominantes, ou seja, a construção nunca deve ser perpendicular à direção do vento, e sim, construída no sentido da sua direção. Para instalação e construções de estruturas rurais como estufas e aviários deve observar a direção Leste- -Oeste, esta posição reduz a um mínimo o sombreamento das vigas da estrutura. Para estufas é uma forma de obter a máxima vantagem da radiação solar principalmente no inverno. https://www.dicio.com.br/horticultura/ https://www.significados.com.br/efeito-estufa/ 32 Figura 19. Galpão de alvenaria. Fonte: https://fotos.habitissimo.com.br/foto/galpao-em-alvenaria_675744 Figura 20. Galpão de metalon. Fonte: http://www.idealferros.com.br/2011/08/galpoes-metalicos-estruturas-metalicas.html Os galpões são instalações rurais com diversas finalidades, estas são estabelecidas pelo produtor de acordo como a necessidade da propriedade rural. São locais os quais servem para guardar máquinas, im- plementos e equipamentos agrícolas, para armazenar a produção e também como depósito e materiais e insumos rurais. Existem galpões que tem a finalidade para criação de aves, coelhos, ovelhas e outros animais. O com- primento, a altura, a largura, as condições de ventilação e iluminação e a facilidade de limpeza dos galpões rurais devem atender às necessidades funcionais da atividade a ser desenvolvida dentro deles, porque todos esses itens têm muita importância na produtividade. Por esse motivo, um galpão só deve ser construído em local adequado à sua finalidade e depois de feito o respectivo projeto. Além disso, o ideal é que o espaço interno do galpão rural seja inteiramente livre, sem pilares. O conforto animal cada vez mais, vem sendo aplicado pelos produtores rurais visualizando a busca de maior produtividade e qualidade da produção. As agroindústrias visam fatores importante como o conforto ambiental, pois a partir desta prática assegura: - bem-estar dos animais durante todas as etapas de crescimento não é apenas uma questão ética e/ou humanitária; - asseguram medidas sanitárias e de manejo baseadas em evidências científicas que objetivam a saúde e a segurança dos animais são, cada vez mais, exigências básicas para o comércio internacional; Além disso, a manutenção do conforto animal pode aumentar a produtividade, diminuir os gastos e me- lhorar significativamente a qualidade da produção. De acordo NOVAIS, (2014), os galpões rurais pré-moldados de concreto oferecem algumas vantagens como: l Permite atender às necessidades funcionais; l Possibilita um espaço interno inteiramente livre; l São mais duráveis; l Dispensam a manutenção rotineira; l São fáceis de construir e simples de montar; l São muito resistentes à intempéries (temporais, chuvas e ventos fortes) (Figura 19); l Têm custo bastante reduzido, dependendo do material utilizado tem rápida execução (Figura 20). 4.2 – Galpões Rurais 33 https://www.youtube.com/watch?v=ucrEGVXrDAw Como fazer silagem em silo trincheira MÍDIAS INTEGRADAS O que garante o espaço interno, inteiramente livre nos galpões rurais pré-moldados de concreto é a colocação dos pilares apenas no contorno da construção no sentido do comprimento (NOVAIS, 2014, p. 19). A Figura 21 apresenta um modelo de galpão pré-moldado para guarda de tratores e equipamentos agrícolas. Existem várias soluções técnicas para construção de galpões rurais pré-moldados de concreto. As duas mais econômicas e simples são: - Galpão de uma água, para vãos de até 6,5m; - Galpão de duas águas, para vãos com mais de 6,5m. A construção de instalações para o armazenamen- to de Agrotóxicos, deve seguir à ABNT através da nor- ma NBR 9843 a qual estabelece regras para o armaze- namento adequado de praguicidas, visando à garantia da qualidade dos produtos, bem como à prevenção de acidentes. Segundo o Decreto n.º 98.816, de 11/01/1990 do Ministério da Agricultura, o armaze- namento de praguicidas deverá obedecer às normas nacionais vigentes, sendo observadas as instruções fornecidas pelos fabricantes, bem como as condições de segurança explicitadas no rótulo e bula. O armazenamento de agrotóxicos deve seguir as legislações locais, inclusive de municípios, muitas vezes estabelecem detalhes, especialmente quanto à localiza- ção dos armazéns de produtos perigosos. Os praguicidas (Agrotóxicos) são mercadorias que podem deteriorar- -se, tornando-se ineficazes e até perigosas se não forem armazenados em condições adequadas. Figura 21. Galpão pré-moldado para equipamentos agrícolas. Fonte: http://www.panucci.com.br/uploads/photo/file/66/content_Panucci_-_Galpao_Pre- Moldado_-_02.jpg De acordo OLIVEIRA e MARTINS (2005) existem diversos tipos de silos, sendo cada um executado de acordo com as necessidade do produtor, e custo de execução. Os tipos de silo mais utilizados são: silo de superfície, silo tipo trincheira e silos cilíndricos que podem ser de meia-encosta ou cisterna (poço). Cada um deles tem suas vantagens e desvantagens referentes, principalmente, ao custo de construção, facilidade de carregamento e descarregamento e eficiência na conservação da silagem (alguns tipos de silos apresentam maiores perdas de silagem do que outros). O silo trincheira é uma construção permanente (benfeitoria). O tipo trincheira é ca- racterizado por uma vala feita no chão, preferencialmente em lugar alto e contra um barranco, na qual se deposita a silagem, compactada com um trator e posteriormen- te fechadaa sua frente com tábuas e com lona plástica recoberta por terra, areia ou pneus (NOVAIS, 2014, p. 16). 4.3 – Silo Trincheira https://www.youtube.com/watch?v=ucrEGVXrDAw 34 Para reduzir custos de construção, pode ser utilizado sem revestimento de alvena- ria, porém há deterioração rápida das paredes laterais, mesmo que se utilize lona plástica nas laterais e no fundo do silo. As paredes laterais devem ser inclinadas (25%), como também deve haver uma inclinação das laterais para o meio do silo e do fundo para a boca do silo. Esse procedimento facilita o escoamento de um possível efluente. Quando revestidos com alvenaria ou tijolos em espelho, redu- zem acentuadamente as perdas. Deve haver atenção com relação a profundidade do lençol freático. A execução do silo-trincheira começa pela marcação previa do terreno. Depois é feita a escavação manual ou mecânica (com trator), dependendo do seu tamanho e do local onde o silo vai ser construído. O fundo do silo deve ser bem compactado, com caimento mínimo de 2% (2cm por metro) do fundo para a entrada. As paredes laterais devem ter inclinação, em relação a vertical, correspon- dente a 25% da profundidade do silo. Depois devem ser preparadas as fundações das paredes. Elas podem ser do tipo baldrame, com altura de 30cm e largura igual à da parede. Se o revestimento do talude das paredes for de solo-cimento, o bal- drame também poderá ser desse material. O revestimento das paredes e do piso do silo-trincheira deve ser feito com materiais de boa qualidade, resistentes a ação do tempo e a trepidação gerada por tratores ou carretas forrageiras no seu interior (NOVAIS, 2014, p. 17). A Figura 22 apresenta o silo trincheira após sua construção e sendo preenchido pelo silo, aonde pode obser- var a compactação do silo para retirada de ar, visando uma ensilagem de melhor qualidade. Dependendo da situação, do tipo de solo local e das condições gerais da região, podem ser adotadas várias soluções de revestimento. As paredes laterais podem ser revestidas com: l Concreto l Placas de concreto l Blocos de concreto l Solo-cimento l etc. A escolha do melhor tipo de revestimento para as paredes vai depender das condições do local onde o silo será construído. Por exemplo, em regiões de boa drenagem e com solos arenosos, o usa do solo-cimento pode proporcionar grande economia (NOVAIS, 2014). O piso do silo trincheira pode ser feito com: concreto ou solo-cimento. O piso de concreto, com uma camada maciça moldada no próprio local, tem as seguintes vantagens: l Elevada resistência ao peso e ao desgaste produzido por tratores ou carretas forrageiras l Maior resistência a ação das chuvas, por ser impermeável l Facilidade de limpeza l Possibilidade de construção na propriedade, sem o auxílio de equipamentos especiais l Utilização de materiais de construção fáceis de comprar l O piso do silo-trincheira também pode ser feito com uma camada maciça de solo-cimento executada no próprio local da obra. Figura 22. Silo trincheira, ensilagem sendo executada. Fonte: http://www.pioneersementes.com.br/PublishingImages/Silagem/2017/2_processo- enchimento-compactacao-silo-trincheira.jpg 35 Fatores importante na execução da silagem como o tipo da lona devem ser observado para a manuten- ção da temperatura e conservação do material. Devemos dar destaque também as agroindústrias as quais geram emprego e renda, tanto dos pequenos quanto grandes produtores. A agroindustrialização da produção realizada pelos agricultores familiares se constitui em uma importante alternativa de geração de emprego e renda no meio rural. É uma alternativa econômica para a fixação dos agricultores familiares no campo e para a construção de um novo modelo de desenvolvimento sustentável na cadeia agrícola. Nesses empreendimentos, os agricultores são protagonis- tas do processo, atuando ao longo de toda a cadeia produtiva: produção, industrialização e comercialização. Além disso, ofertam alimentos saudáveis, seguros e saborosos. Além de preservar a identidade culinária e cultural dos locais de origem. FIQUE ATENTO Silagem para pequenos agricultores.Embrapa gado de corte. https://www.youtube.com/watch?v=HNN7hDNTdGk SAIBA MAIS A agroindústria é o ambiente físico equipado e preparado onde um conjunto de atividades relacionadas à transformação de matérias-primas agropecuárias provenientes da agricultura, pecuária, aquicultura ou silvicultura são realizadas de forma sistemática. Têm a finalidade de transformar as matérias- primas, prolongando sua disponibilidade, aumentando seu prazo de validade, diminuindo a sua sazonalidade além de agregar valor aos alimentos in natura, procurando manter as características originais dos alimentos. https://www.youtube.com/watch?v=HNN7hDNTdGk 36 BUENO, Carlos Frederico Hermeto. Tecnologia de materiais de construção. Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Engenharia Agrícola, Construções Rurais e ambiência, 2000. (Apostila) FREIRE, Wesley Jorge. Materiais Alternativos de construção. Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Agrícola, (Apostila), 1999. NOVAIS, Dirlane. Instalações Rurais. Técnica em agricultura. Instituto Formação. Cursos técnicos profissionali- zantes, 2014.2 OLIVEIRA, Jackson Silva; MARTINS, Carlos Eugênio. Tipos de Silos. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- -Embrapa, Parque Estação Biológica, Brasília-DF, 2005. REIS, Neville V. B. Construção de estufas para produção de hortaliças nas Regiões Norte, Nordeste e Centro- -Oeste. Circular técnica 38, Brasília-DF, Dezembro, 2005 SANTOS, Rodrigo Couto. Técnicas Construtivas Rurais. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDA DE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS Engenharia Agrícola, Dourados-MS, 2017 SOUZA, Jorge Luiz Moretti de. MANUAL DE CONSTRUÇÕES RURAIS (3o EDIÇÃO REVISTA E COMPLEMENTADA) UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, Setor de Ciências Agrárias, Departamento de Engenharia e Tecnologia Rurais Laboratório de Construções Rurais, 1997. Referências Inaciolândia Gouvelândia Quirinópolis V icentinópolis Acreúna Santo Antônio da Barra Rio Verde Jataí Turvelândia Porteirão Maurilândia Castelândia Portelândia Santa Rita do Araguaia Serranópolis Aporé Itajá Itarumã Cachoeira Alta Paranaiguara Represa de São Simão Doverlândia Baliza Bom Jardim de Goiás Aragarças Nerópolis Urutaí Cristianópolis Ipameri Campo Alegre de Goiás Rio Quente Caldas Novas Nova Aurora Corumbaíba Marzagão Buriti Alegre Itumbiara Panamá Bom Jesus de Goiás Cachoeira Dourada Morrinhos Joviânia Aloândia Pontalina Diorama Arenópolis Palestina de Goiás V ianópolis Silvânia Leopoldo de Bulhões Terezópolis de Goiás Ouro V erde de Goiás Inhumas Caturaí Goianira Brazabrantes Nova Veneza Bonfinópolis Goianápolis Caldazinha Bela V ista de Goiás São Miguel do Passa Quatro Orizona Palmelo Santa Cruz de Goiás Pires do Rio Senador Canedo Edéia Edealina Professor JamilCromínia Mairipotaba Varjão Cezarina Indiara Montividiu Paraúna São João da Paraúna Aurilândia Firminópolis Turvânia Nazário A velinópolis Araçu Adelândia Sanclerlândia Fazenda Nova São Miguel do Araguaia Novo Planalto Santa Tereza de Goiás Montividiu do Norte Trombas Minaçu Campinaçu Colinas do Sul Cavalcante Alto Paraíso de Goiás Teresina de Goiás Divinópolis de GoiásMonte Alegre de Goiás Campos Belos Nova Roma Guarani de Goiás Iaciara Posse Buritinópolis Alvorada do Norte Sítio D'Abadia Damianópolis Mambaí Flores de Goiás FormosoMutunópolis Amaralina Mara Rosa Campinorte Alto Horizonte Nova Iguaçu de Goiás Uruaçu Pilar de Goiás Hidrolina Guarinos Itapaci Nova América Morro Agudo de Goiás Nova Glória São Patrício Carmo do Rio Verde Itapuranga FainaMatrinchã Montes Claros de Goiás Itapirapuã Jussara Santa Fé de Goiás Britânia Guaraíta Rialma Santa Isabel Rianápolis Pirenópolis Vila Propício Padre Bernardo Planaltina ÁguasLindas de Goiás Novo Gama Cidade Ocidental Damolândia Abadiânia Alexânia Corumbá de Goiás Cocalzinho de Goiás Jaraguá Itaguaru Jesúpolis São Francisco de Goiás Petrolina de Goiás Heitoraí Formosa V ila Boa Cabeceiras Mimoso de Goiás Água Fria de Goiás São João D'Aliança São Luiz do Norte Barro Alto Santa Rita do Novo Destino Crixás Estrela do Norte Bonópolis Mundo Novo Nova Crixás Uirapuru Santa Terezinha de Goiás Campos Verdes Mozarlândia Araguapaz Aruanã Itauçú Taquaral de Goiás Itaguari Santa Rosa de Goiás Itaberaí Americano do Brasil Buriti de Goiás Mossâmedes Novo Brasil Jaupaci AnicunsSão Luís de Montes Belos Córrego do Ouro Cachoeira de Goiás Ivolândia Moiporá IsraelândiaIporá Amorinópolis Jandaia Palminópolis Palmeiras de Goiás Campestre de Goiás Trindade Santa Bárbara de Goiás Guapó Aragoiânia Abadia de Goiás Água Limpa Goiandira Cumari Anhanguera Ouvidor Três Ranchos Davinópolis Represa de Cachoeira Dourada Repr esa de Itumbiara Repr esa de EmbocaçãoCaçu Aparecida do Rio Doce Chapadão do Céu Perolândia São Domingos Lagoa Santa Gameleira de Goiás Campo Limpo de Goiás Ipiranga de Goiás Luziânia SED - SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECÔNOMICO www.sed.go.gov.br Gabinete de Gestão: (62) 3201-5438 / 3201-5443 Regional 2 Regional 1 Regional 4 Regional 5 Regional 3 Regionais Léo lince do Carmo Almeida Acesse: www.ead.go.gov.br Niquelândia Ceres Uruana Goianésia Santo Antônio do Descoberto Anápolis Goiás Porangatu Catalão Piracanjuba CristalinaGoiânia Goiatuba Santa Helena de Goiás Caiapônia Piranhas Mineiros Hidrolândia Aparecida de Goiânia Valparaíso de Goiás Encontre um Itego mais próximo de você São Simão Rubiataba ESTADO DE GOIÁS ITEGOs em expansão CATALÃO: GOIÁSTEC / NIQUELÂNDIA / PIRACANJUBA / LUZIÂNIA / POSSE APARECIDA DE GOIÂNIA: INOV@PARECIDA / QUIRINÓPOLIS HIDROLÂNDIA: TECNOPARQUE / INHUMAS PLANALTINA: JK PARQUE TECNOLÓGICO ITEGOs em funcionamento - 24 unidades ANÁPOLIS ITEGO - Governador Onofre Quinan APARECIDA DE GOIÂNIA ITEGO - Dr. Luiz Rassi CAIAPÔNIA ITEGO - Ruth Vilaça Correia Leite Cardoso CATALÃO ACN ITEGO - Aguinaldo de Campos Netto CATALÃO LF ITEGO - Artes Labibe Faiad CERES ITEGO - Célio Domingos Mazzonetto CIDADE DE GOIÁS ITEGO - Goiandira Ayres do Couto CRISTALINA ITEGO - Genervino Evangelista da Fonseca FORMOSA ITEGO - Carmen Dutra de Araújo GOIANÉSIA ITEGO - Governador Otávio Lage GOIÂNIA SS ITEGO - Sebastião de Siqueira GOIÂNIA ABF ITEGO - Artes Basileu França GOIÂNIA JLB ITEGO - José Luiz Bittencourt GOIÂNIA LL ITEGO - Educação a Distância Léo Lince do Carmo Almeida GOIATUBA ITEGO - Jerônimo Carlos do Prado MINEIROS ITEGO - Raul Brandão de Castro PALMEIRAS ITEGO - Artes Padre Antônio Vérmey PIRANHAS ITEGO - Fernando Cunha Júnior PORANGATU ITEGO - Maria Sebastiana da Silva SANTA HELENA ITEGO - Luiz Humberto de Menezes URUANA ITEGO - Celso Monteiro Furtado St. ANTÔNIO DO DESCOBERTO ITEGO - Sarah Luísa Lemos Kubitschek de Oliveira ITABERAÍ ITEGO - Aparecido Donizete Rodrigues da Silva VALPARAÍSO ITEGO - Paulo Renato de Souza ESTADO DE GOIÁS https://www.dicio.com.br/dispendioso/ Introdução UNIDADE I Tópicos especiais sobre materiais de construção utilizado nas instalações rurais 1.1 – Características 1.1.1 – Agregados 1.1.1.1 – Obtenção dos agregados 1.1.1.1.1 – Pedras britadas 1.1.1.1.2 – Areia 1.1.2 – Aglomerados 1.1.3 – Madeira 1.1.3.1 – Tipos de madeiras de construção 1.1.4 – Materiais Cerâmicos 1.1.4.1 – Materiais cerâmicos comuns (baixa vitrificação) 1.1.4.2 – Materiais Alternativos 1.1.4.2.1 – Bambu UNIDADE Ii Tópicos especiais sobre projetos arquitetônicos para instalações rurais 2.1 – Parte gráfica 2.1.1 – Planta Baixa 2.1.2 – Planta de Situação 2.1.3 – Planta de Localização 2.1.4 – Cortes e Fachadas 2.2 – Parte Descritiva UNIDADE Iii Tópicos especiais sobre técnicas de construções das instalações rurais 3.1 – Fundações ou Alicerce 3.2 – Paredes 3.3 – Contrapiso e Piso 3.4 – Telhados UNIDADE iv Tipos de Instalações Rurais 4.1 – Estufas 4.2 – Galpões Rurais 4.3 – Silo Trincheira Referências Botão 6: Botão 7: Button 1025: Button 1027: Button 1026: Button 1028: Button 1019: Página 4: Button 1021: Página 4: Button 1020: Página 5: Button 1022: Página 5: Button 1015: Página 6: Página 8: Página 10: Página 12: Página 14: Página 16: Página 18: Página 20: Página 22: Página 24: Página 26: Página 28: Página 30: Página 32: Página 34: Página 36: Button 1017: Página 6: Página 8: Página 10: Página 12: Página 14: Página 16: Página 18: Página 20: Página 22: Página 24: Página 26: Página 28: Página 30: Página 32: Página 34: Página 36: Button 1016: Página 7: Página 9: Página 11: Página 13: Página 15: Página 17: Página 19: Página 21: Página 23: Página 25: Página 27: Página 29: Página 31: Página 33: Página 35: Button 1018: Página 7: Página 9: Página 11: Página 13: Página 15: Página 17: Página 19: Página 21: Página 23: Página 25: Página 27: Página 29: Página 31: Página 33: Página 35: Button 1031: Button 1032: Button 1029: Botão 5:
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