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A intervenção fisioterapeutica em pacientes amputados referindo dor

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1 
 
A intervenção fisioterapêutica em pacientes amputados referindo dor 
fantasma em membros inferiores. 
Ronaira de Andrade Teixeira
1 
ronairadeandrade@gmail.com 
Dayana Priscila Maia Mejia
2
 
Luis Gustavo Gabim Pinto
3
 
Pós-graduação em fisioterapia neurofuncional – Faculdade Ávila 
Resumo 
A amputação é um procedimento cirúrgico bastante antigo que, consiste na retirada, na 
maioria das vezes cirúrgica, parcial ou total de um membro. Com o aumento da expectativa 
de vida, há uma prevalência maior de pessoas com doença arterial oclusiva crônica de 
membros inferiores e, conseqüentemente, um número maior de cirurgias para 
revascularização ou amputação do membro isquêmico. Dentre as etiologias das amputações 
de MMII (membros inferiores), podemos mencionar aquelas relacionadas a processos 
vasculares, neuropáticos, traumáticos, tumorais, infecciosos e congênitos. O fisioterapeuta 
desempenha um papel fundamental e indispensável na reabilitação, e o inicio precoce do 
tratamento apropriado poderá influenciar os resultados eventuais do processo de 
reabilitação e busca tornar o indivíduo o mais independente possível, favorecendo a 
realização de atividades de vida diária, com o uso ou não da prótese. O presente estudo 
trata-se de uma revisão bibliográfica utilizando-se de livros, artigos científicos e periódicos. 
Tem como objetivo apresentar os principais recursos fisioterapêuticos utilizados em 
amputados em membros inferiores. Os recursos fisioterapêuticos mais usados para este tipo 
de amputação incluem cinesioterapia, massoterapia, enfaixamento do coto, 
eletrotermofototerapia e hidroterapia. O atendimento ao indivíduo amputado deve ser 
realizado de forma global, percebendo sua saúde como um todo e buscando reintegrá-lo à 
sociedade. 
Palavras-chave: Amputação; Dor fantasma; Fisioterapia. 
1. Introdução 
Segundo Carvalho (2003), “amputação é uma palavra derivada do latim tendo o significado 
de ambi = ao redor de/em torno de e putatio = podar/retirar, definida como a retirada, 
geralmente cirúrgica, total ou parcial de um membro do corpo”. O ângulo e a superioridade 
das amputações são desconhecidos, a ausência ou perda do membro podem ocorrer por várias 
causas: ausência congênita, deformidade com redução do membro, reduplicação de partes, 
queimaduras térmicas ou elétricas, esmagamento, oclusões ou lesões vasculares, infecções, 
tumores, perda traumática e reabsorção neurogênica. 
Segundo CRENSHAW (2002) A amputação deve ser diferenciada de desarticulação, pois a 
amputação consiste na remoção de um ou mais ossos, diferente de desarticulação que remove 
uma parte por meio de uma articulação. 
 
 
1
 Pós-graduação em Fisioterapia Neurofuncional 
2 Graduada em fisioterapia, especialista em metodologia do ensino superior; mestrado em bioética e direito em 
saúde. 
3 Graduado em fisioterapia, Pós-graduado em fisioterapia dermato-funcional. 
2 
 
As indicações para amputação são difíceis, complexas e, às vezes, contraditórias, e só devem 
ser utilizadas, quando não é possível a realização de outro tratamento reconstrutivo 
(CAROMANO et al., 1992). 
Após amputação os pacientes relatam vários sintomas e principalmente a dor fantasma, que é 
relatada frequentemente pelos amputados, como uma sensação de dor em vários graus, desde 
dores leves até as mais intoleráveis. Há casos de dores que resistem ao tratamento persistindo 
por muito tempo (Giraux e Sirigu, 2003). 
A dor fantasma pode ser de caráter grave e de difícil controle, devendo ser diferenciada do 
quadro álgico que surge muitas vezes no coto da amputação, devido ao processo inflamatório 
ligado à cirurgia. Além disso, sua fisiopatologia ainda não esta estabelecidos, mas estudos 
clínicos vêm contribuindo para seu entendimento (PROBSTNER e THULER, 2006). 
Pode-se definir como membro fantasma a experiência de possuir um membro ausente que se 
comporta similarmente ao membro real, assim como sensações de membro fantasma a vários 
tipos de sensações referidas ao membro ausente (Rohlfs e Zazá, 2000). 
A sensação fantasma pode ser compreendida como uma superposição cortical de áreas 
vizinhas, que pode ocorrer, por exemplo, pela invasão do território representativo da face 
sobre o território da mão, ou até mesmo, pelo desmascarar de sinapses silenciosas (Conceição 
e Gimenes, 2004). 
De acordo com Probstner e Thuler (2006), essa sensação ocorre em pacientes amputados após 
a cirurgia, sendo relatada como sensação de pressão e formigamento, e algumas vezes 
dormência, a maioria dos pacientes submetidos à amputação evolui com algum tipo de 
incomodo no membro ausente e quando caracterizado como dor, esse desconforto reduz a 
qualidade de vida do paciente. 
De acordo com Bocolini (2000) as amputações de acordo com sua etiologia são classificadas 
em três tipos, congênitas o paciente já nasce com ausência de um membro ou parte dele, 
traumáticas que são causadas por traumas violentos e vasculares decorrentes de moléstias 
circulatórias, tumorais ou infecciosas. 
As amputações de membros superiores raramente são causadas por patologias vasculares (DE 
LUCCIA, 2003). As causas mais frequentes são as traumáticas, causadas por acidentes de 
trabalho, as amputações traumáticas são realizadas principalmente em adolescentes e adultos 
jovens, pois estes estão mais expostos aos acidentes de trabalho e acidentes por meios de 
transporte (O’SULLIVAN e SCHMITZ, 2003). 
Dentre as etiologias das amputações de MMII, podemos mencionar aquelas relacionadas a 
processos vasculares, neuropáticos, traumáticos, tumorais, infecciosos e congênitos. 
Segundo O’Sulivan e Schmitz (2204), a principal causa de amputação de MMII corresponde à 
doença vascular periférica, particularmente quando está associada ao tabagismo e diabetes. A 
segunda maior causa de amputação de MMII consiste nos traumas, geralmente em 
decorrência de acidentes de trânsito ou de ferimentos de arma de fogo, acometendo mais 
frequentemente adultos jovens e, principalmente, homens. 
Os níveis de amputação realizados nos MMII incluem: pelvectomia, hemipelvectomia, 
desarticulação coxo-femoral, amputação transfemoral, desarticulação de joelho, amputação 
transtibial, desarticulação tíbio-társica (amputação de Syme), amputação de Ricard, 
amputação de Pirogoff, amputação de Choppart, amputação de Linsfranc, amputação 
tranmetatarsiana, amputação metatarso falangeana e amputação interfalangeana (ARAÚJO, 
1995; CARVALHO, 2003; BOCOLINE, 2000). 
Segundo Probstner (2006), o tratamento medicamentoso consiste em drogas, como 
antidepressivos, tricíclicos, bloqueadores de canal de sódio, anticonvulsivantes, anestésicos, 
calcitonina e os menos eficazes como opióides e anti-inflamatórios não-esteróides. 
Segundo Carvalho (2003), o início do processo de reabilitação se dará a partir da cicatrização 
da sutura cirúrgica, o fisioterapeuta desempenha um papel fundamental e indispensável na 
3 
 
reabilitação de amputados de MMII, e o inicio precoce do tratamento apropriado poderá 
influenciar os resultados eventuais da reabilitação. 
Cabe ao fisioterapeuta realizar uma criteriosa avaliação cinético-funcional do indivíduo 
amputado, observando seu estado geral e as condições do coto. 
Depois de realizada a avaliação fisioterapêutica, serão traçados os objetivos do tratamento 
fisioterapêutico que, na fase de pré protetização, incluem: tornar o indivíduo o mais 
independente possível; favorecer a realização de atividades de vida diária, com o uso ou não 
da prótese; preparar o coto para a protetização; reintegrar o indivíduo na sociedade; entre 
outros. 
Reabilitar um amputado não quer dizer necessariamente protetizá-lo. Porém para pacientescandidatos à utilização de próteses, a reabilitação será concluída quando o indivíduo estiver 
fazendo uso das próteses, com total controle e independência nas atividades diárias, 
profissionais e recreativas. 
Para alcançar esse objetivo devem ser levados em consideração alguns pontos, como: 
conseguir um bom equilíbrio muscular, potencializar os grupos musculares debilitados, 
recuperar a função muscular prévia, impedir contraturas, impedir deformidades secundárias, 
diminuir e eliminar estados dolorosos, modelar e maturar o coto, colocar uma prótese em 
perfeitas condições de ajuste e alinhamento, realizar treinamento adequado de marcha e 
corrigir possíveis defeitos de marcha detectados. 
O presente estudo tem o objetivo de apresentar os principais recursos fisioterapêuticos 
utilizados em amputados em membros inferiores que referem dor fantasma. Trata-se de uma 
revisão bibliográfica realizada através de consultas a livros, artigos e revistas científicas. 
2. Amputação 
A amputação é um procedimento cirúrgico bastante antigo. Consiste na retirada, na maioria 
das vezes cirúrgica, parcial ou total de um membro (CARVALHO, 2003). Para algumas 
pessoas, este termo traz consigo a idéia de mutilação e derrota, além de um sentido negativo 
ligado à incapacidade e dependência. 
De acordo com Souza et. al. (2004), é importante que os pacientes tenham consciência dos 
procedimentos ocorridos na amputação, pois são atos de restauração de um órgão e não uma 
mutilação. Tornando importante o trabalho dos profissionais envolvidos na reabilitação do 
paciente para a estimulação do mesmo buscando uma recuperação. 
Para Probstner e Thuler (2006), “a amputação pode alterar a imagem corporal e comprometer 
a integridade do individuo”. A dor fantasma freqüentemente impede o processo de 
reabilitação, prejudicando novas adaptações diante da deficiência, impedindo a protetização, 
podendo resultar em danos na reabilitação do amputado. 
A necessidade de preservar maior quantidade de tecido viável tem exigido um melhor estudo 
desses membros. Um adequado exame clínico do paciente determinará o nível adequado para 
a amputação. Quanto mais distal for à amputação, menor será o gasto energético do paciente 
ao efetuar manobras, assim as próteses se adaptam com mais facilidade e os custos 
financeiros poderão ser menores com o retorno mais rápido do amputado ao convívio social e 
profissional (SANTOS e NASCIMENTO, 2003). 
De acordo com De Luccia (2003), as complicações mais comuns encontradas nos pacientes 
amputados, são as complicações circulatórias, que levam o edema, isquemia e necrose 
tecidual. Sendo que as complicações de aspecto psicológico, de origem nervosa, como a 
formação de neuromas e outros sem etiologia bem definida como a dor fantasma, são comuns 
em amputados. 
Afirma ainda Probstner e Thuler (2006), pesquisas antigas relatam que a incidência da dor 
fantasma era baixa, em torno de 2%. Mas estudos recentes contradizem, apresentando índices 
4 
 
que variam de 60 a 80%. Assim com base nestes fatos este estudo busca identificar a 
prevalência de dor fantasma em pacientes submetidos à amputação de membro inferior, 
buscando relacionar o índice de dor fantasma com a etiologia da amputação. Visando 
minimizar as possíveis complicações na reabilitação do amputado. 
3. Dor fantasma 
A dor fantasma é uma sensação dolorosa referente ao membro perdido que pode se apresentar 
de diversas formas tais como ardor, aperto, compressão ou até mesmo uma dor intensa e 
freqüente, a dor normalmente está presente na primeira semana após amputação, mas ela pode 
aparecer após meses ou até vários anos, estando localizada principalmente na parte distal do 
membro fantasma (Rohlfs e Zazá, 2000). 
Segundo Benedetto, Forgione e Alves (2002), “a dor pode permanecer por muito tempo após 
a cicatrização dos tecidos já que dor está relacionada com uma regeneração defeituosa dos 
nervos do coto podendo formar neuromas”. Por vezes, a dor pode assemelhar-se à que estava 
presente antes da amputação. 
Para Souza, Oliveira, Maugin, Oliveira, Melo, Silva, Dias, Parreira, Servulo e Santos (2004), 
“a dor fantasma deve ser produzida pela ausência de impulsos nervosos do membro”. Quando 
um nervo é seccionado, produz uma violenta descarga lesional em todos os tipos de fibras. 
Esta excitação diminui rapidamente e o nervo seccionado torna-se silencioso, até que novas 
terminações nervosas comecem a crescer. Isto implica que o sistema nervoso central (SNC) 
dá conta da falta de influxo normal, assim, alguns amputados têm tão pouca dor, que negam 
ter incômodos em membros fantasmas, sendo que outros sofrem dores com freqüência maior. 
Para Probstner e Thuler (2006), “a dor fantasma caracteriza-se como sensação de câimbra ou 
de constrição, uma dor penetrante ou dor ardente”. Em alguns casos, ocorrem as três 
manifestações juntas. A administração química e psicológica é uma das tentativas de 
tratamento, mas existem causas que a dor prevalece pelo resto da vida. 
De acordo com Ticianeli e Baraúna (2002), influxos anormais, traumáticos ou não, podem 
modificar a atividade no próprio sistema nervoso central, de uma maneira que os padrões 
anormais de impulsos nervosos são desencadeados por influxos aferentes cutâneos e eferentes 
simpáticos modulados pela atividade cerebral. Todas as qualidades que os pacientes sentem 
no corpo, incluindo a dor, são também sentidas na ausência de estímulo ao corpo, onde a 
origem do padrão que está abaixo das qualidades da experiência, encontra-se na rede neural 
do cérebro e os estímulos podem disparar o padrão, porém não pode produzi-los. 
Para Probstner e Thuler (2006), a explicação possível é que os neurônios do corno póstero-
medial, com territórios receptores na pele, localizados em partes distais do membro 
apresentem atividades espontâneas do membro, o que resulta em que estas células possam se 
dirigir para áreas localizadas mais próximas. Segundo Ticianelli e Baraúna (2002), “as ‘zonas 
gatilho’ podem estender se a regiões do mesmo lado ou do lado oposto do corpo”. A dor 
numa zona distante do coto pode provocar incômodos de dores no membro fantasma. 
De acordo com O’Sulivan a sensação do membro fantasma é notada imediatamente após a 
amputação é descrita como formigamento, dormência, posição do membro e temperatura. E a 
dor fantasma é a sensação dolorosa do membro ausente. 
Essa percepção no membro amputado é tão real que o amputado pode até 
ficar em pé, andar ou apoiar-se sobre o membro que não existe mais. Tanto 
dor fantasma como sensação fantasma, são sensações que aparecem após 
alguns dias da amputação e tendem a diminuir com os passar dos meses. 
Durante o período de reabilitação essas intercorrências retardam a melhora 
do paciente (LIMA, CBB; CHAMLIAN, TR; MASIERO, D. Dor fantasma 
em amputados de membro inferior com fator preditivo de aquisição de 
marcha com prótese. ACTA FISIATR, p. 159, 2006). 
5 
 
4. Tipos de amputação 
De acordo com Bocolini (2000), as amputações de acordo com sua etiologia são classificadas 
em três tipos: 
 Congênitas: o paciente já nasce com a ausência de um membro ou parte dele; 
 Traumáticas: conseqüentes a traumas violentos; 
 Vasculares: decorrentes de moléstias circulatórias, tumorais ou infecciosas. 
De acordo com Carvalho (2003), as amputações de membros superiores raramente são 
causadas por patologias vasculares. As causas mais freqüentes são as traumáticas, causadas 
por acidentes de trabalho, com explosivos tumores. As amputações traumáticas são realizadas 
principalmente em adolescentes e adultos jovens, pois estes estão mais expostos aos acidentes 
de trabalho e acidentes por meios de transporte. Porém, com o advento de técnicas cirúrgicas 
e a utilização de fixadores externos,o índice de amputações por lesões traumáticas tem 
diminuído razoavelmente nos últimos anos. 
Amputação de membros inferiores 
A necessidade de preservar maior quantidade de tecido viável tem exigido um melhor estudo 
desses membros. Um adequado exame clínico do paciente determinará o nível adequado para 
a amputação. Quanto mais distal for à amputação, menor será o gasto energético do paciente 
ao efetuar manobras, assim as próteses se adaptam com mais facilidade e os custos 
financeiros poderão ser menores com o retorno mais rápido do amputado ao convívio social e 
profissional (SANTOS e NASCIMENTO, 2003). 
Segundo De Luccia (2003), o aspecto geral referente ao procedimento cirúrgico é relativo a 
cada nível. Aproximadamente 80% das amputações de membros inferiores são realizadas em 
pacientes com doença vascular periférica e/ou diabetes, sendo fundamental que o cirurgião 
vascular conheça os principais fatores cirúrgicos que influenciam a recuperação clínica e a 
protetização destes indivíduos. 
4.1 Amputação de membros inferiores 
A necessidade de preservar maior quantidade de tecido viável tem exigido um melhor estudo 
desses membros. Um adequado exame clínico do paciente determinará o nível adequado para 
a amputação. Quanto mais distal for à amputação, menor será o gasto energético do paciente 
ao efetuar manobras, assim as próteses se adaptam com mais facilidade e os custos 
financeiros poderão ser menores com o retorno mais rápido do amputado ao convívio social e 
profissional (SANTOS e NASCIMENTO, 2003). 
Segundo De Luccia (2003), o aspecto geral referente ao procedimento cirúrgico é relativo a 
cada nível. Aproximadamente 80% das amputações de membros inferiores são realizadas em 
pacientes com doença vascular periférica e/ou diabetes, sendo fundamental que o cirurgião 
vascular conheça os principais fatores cirúrgicos que influenciam a recuperação clínica e a 
protetização destes indivíduos. 
4.2 Níveis de amputação em membro inferior 
De acordo com Bocolini (2000), Carvalho (1999) e Kottke, Lehmann (1994), existem doze 
níveis de amputações no membro inferior: 
a) A amputação interfalangiana é causada por processos traumáticos ou vasculares, podendo 
levar a amputações espontâneas. Procura-se manter a base da falange proximal porque se 
encontra a inserção dos tendões extensor flexor curto. 
b) A amputação metatarsofalangiana, geralmente é de causas vasculares e traumáticas. È uma 
desarticulação, a superfície cartilaginosa é removida e os tendões flexores e extensores são 
suturados nos meta tarsos. 
6 
 
c) A amputação transmetatarsiana, é causada por processos vasculares e traumáticos. È 
realizada à secção óssea do primeiro ao quinto metatarso. 
d) A amputação de lisfranc é uma desarticulação dos metatarsos com os ossos cubóides 
e cuneiformes é causada por processos vasculares. 
e) A amputação de chopart é uma desarticulação realizada entre os ossos navicular e cubóide 
com o tálus e o calcâneo. Geralmente de causas traumáticas e, em menor número 
tumorais. 
f) A amputação de syme, geralmente causada por patologias vasculares, processos 
traumáticos, anomalias congênitos e deformidades adquiridas. È realizada uma 
desarticulação tibiotársica, posteriormente secção óssea abaixo dos maléolos lateral e 
medial, conservando na sindesmose tibiofibular. 
g) A amputação de Pirogoff é realizada uma artrodese entre a tíbia e o calcâneo, o calcâneo é 
seccionado verticalmente eliminando sua parte posterior uma rotação superior a 90 graus 
até ocorrer encontradas superfícies do calcâneo e da tíbia. 
h) A amputação transtibial é feita uma desarticulação tibiotársica e a de joelho, sendo 
dividida em três níveis, amputação transtibial em terço proximal, médioe distal. 
Geralmente causada por patologias vasculares, processos traumáticos, infecciosos e 
neoplásicos ou anomalias congênitas. 
i) A desarticulação de joelho é indicada para traumatismos ortopédicos irreversíveis, 
anomalias congênitas de tíbia e fíbula e alguns tumores mais distais. Essa amputação 
preconiza a preservação da patela. 
j) A amputação transfemoral é realizada entre a desarticulação de joelho e quadril, sendo 
causada por processos traumáticos, vasculares, infecciosos e neoplásicos ou anomalias 
congênitas. 
k) A desarticulação de quadril é realizada a retirada de todo membro inferior inclusive da 
cabeça do fêmur, sendo causada por traumatismos complexos e processos tumorais. 
l) A hemipelvectomia é realizada a remoção de metade da pelve e de todo o membro inferior 
homolateral, é causada por neoplasias ósseas, de tecidos moles com invasão para região 
pélvica, e as metástases regionais. 
 
 
4.3 Causas da amputação 
De acordo com Carvalho (2003), “antigamente as amputações eram causadas por diversos 
motivos, como deformidades congênitas, que eram bastante comuns, especialmente nos países 
árabes, onde casamentos entre primos de primeiro grau eram incentivados”. As amputações 
traumáticas ocorriam durante as batalhas, nos momentos de captura dos inimigos ou de 
punição judicial. Além destes fatores, as amputações desta época também eram causadas por 
doenças como gangrena, tuberculose e lepra. 
Segundo Brito (2003), “a perda do membro pode ocorrer por diversas causas, congênita ou 
adquirida”. As adquiridas são as mais freqüentes sendo o traumatismo a principal causa de 
amputação de membro superior e as doenças vasculares periféricas é a causa mais freqüente 
de amputação de membro inferior. Dentre as doenças vasculares, a principal relacionada com 
as amputações é a arteriosclerose obliterante periférica, doença que apresenta fatores de risco 
irreversíveis, como o envelhecimento, e fatores de risco reversíveis ou passíveis de16 
monitoramento, como a hipertensão arterial sistêmica, o diabetes mellitus, a dislipidemia, o 
tabagismo, a obesidade e o sedentarismo. 
5. Procedimento Cirúrgico 
7 
 
De acordo com Lianza (1995), a cicatriz operatória deve sempre que possível ser terminal, 
onde a sutura deve ser realizada plano por plano, evitando ao máximo as aderências aos 
planos profundos. Às aderências quando presentes podem provocar dor, repuxamento e mal-
estar, dificultando o apoio do coto na prótese. As cicatrizes colocadas nas partes posterior, 
anterior ou lateral, serão fatalmente comprimidas entre a parede interna da prótese e os planos 
profundos do coto podendo causar desconforto e impossibilidade de uma descarga. 
Segundo Carvalho (2003) diz que a ponta do coto deve ser bem trabalhada, não devendo ter 
massa muscular muito volumosa e "solta", o que pode prejudicar a ancoragem da prótese. 
Deve-se obter uma camada regular do músculo para proteção da extremidade óssea. 
De acordo com Bocolini (2000), as extremidades ósseas devem ser tratadas de maneira 
especial, para evitar certas inconveniências. Geralmente as desarticulações não têm bons 
resultados, pois os cotos obtidos são extremamente dolorosos. A extremidade óssea deverá ser 
"desperiostizada" na extensão de 2 a 3 cm para se evitar a formação de espículas. 
Para Lianza (1995), os vasos devem ser ligados à medida que os músculos forem seccionados 
não devendo garrotear um membro com afecção vascular periférica, pois os vasos lesados 
piorarão sua situação se apertados e traumatizados. Bocolini (2000), diz que os principais 
troncos nervosos devem ser seccionados cuidadosamente, deixando-se, após o corte, a 
extremidade dos nervos e retrair ficando sepultado sob a massa muscular. Os pequenos 
neuromas que se formam pela cicatrização, são protegidos pela massa muscular, não 
produzindo dor. 
6. Complicações circulatórias 
De acordo com Pereira e Silva (2003), todos os tecidos necessitam de um suprimento 
sangüíneo mínimo para se manterem vivos, e quandoeste princípio básico é desrespeitado, 
forma-se a necrose. Esta necrose é variável, e o grau de comprometimento da estrutura 
depende do trauma vascular lesado. Para Bocolini (2000), as necroses teciduais são 
complicações circulatórias devido à evolução do quadro para uma nova intervenção cirúrgica. 
Pode se estender desde as falanges distais até extensas necroses de pé e perna por quadro 
misto isquêmico/infeccioso. Quando a necrose provoca grandes extensões do membro, ou 
compromete segmentos ósseos, é necessária uma amputação de nível mais elevado, podendo 
ocorrer outras complicações posteriores. 
Quando existe necrose ou dor intensa, o risco de morte decorrente de uma cirurgia de 
revascularização é muito alto, principalmente em pacientes debilitados, há muitos anos, com 
pouca chance de voltar a andar após a revascularização (SANTOS e NASCIMENTO, 2003). 
Para De Luccia (2003), a infecção representa uma grande destruição tecidual pós processo 
infeccioso, normalmente associado a micróbios anaeróbios. Esse tipo de infecção exige a 
retirada de todo tecido desvitalizado, mantendo-se a ferida operatória aberta por mais tempo 
do que o esperado, levando a uma evolução com um prognóstico mais restrito. 
Para Carvalho (2003), as condições clínicas do paciente influenciam muito a decisão do nível 
da amputação, pois os pacientes com doenças que levam um estado nutricional muito 
debilitado podem ter dificuldades na cicatrização dos tecidos, tornando as amputações em 
níveis mais distais nos pacientes isquêmicos ainda mais difíceis de cicatrizar. Também nos 
pacientes com alto risco cirúrgico, devido a graves problemas cardíacos, respiratórios, renais 
ou de coagulação a tendência é realizar uma amputação com cicatrização mais segura, para se 
evitar uma possível re-intervenção ou a cicatrização por segunda intenção. 
De acordo com Bocolini (2000), o edema é uma das complicações circulatórias que deve ser 
evitado com o enfaixamento do coto com atadura gessada, ainda na mesa operatória, mesmo 
que o indivíduo não vai usar prótese imediata. Nesse procedimento, economizam-se dois a 
8 
 
três meses na colocação da prótese, pois se houver o aparecimento de edema no coto, há 
necessidade de um tempo enorme de enfaixamento para reduzir seu tamanho. 
7. Aspectos psicológicos 
Segundo Cavalcanti (1994), a remoção de um membro coloca o paciente diante de muitos 
problemas, sendo negligência permitir que o paciente os ignore. Todos os esforços devem 
dirigir-se para explicar com honestidade e realidade a necessidade da cirurgia e verificar a 
aceitação e compreensão, assegurando os cuidados necessários para enfrentar as dificuldades 
que virão após o processo cirúrgico. 
Para Probstner e Thuler (2006), a deficiência física, pode afetar a imagem corporal do 
indivíduo, e uma vez alterada essa imagem de forma brusca se faz necessário à reintegração 
desta imagem ao novo esquema corporal. Esta reintegração irá repercutir no próprio auto-
conceito do amputado, sendo de fundamental importância que o amputado conte com uma 
reconstrução positiva da imagem corporal. 
De acordo com Ephraim et. al. (2003), o paciente que passa por um processo cirúrgico de 
remoção de membros sofre modificações em sua vida, sendo afetado diretamente seu 
comportamento e sua maneira de agir. Pacientes com amputação de membros inferiores 
enfrentam desafios de se ajustar psicologicamente de algum modo à perda desse membro, 
ajustar-se à deficiência física, podendo tornar-se incapacitado, afetando suas condições de 
saúde e o seu bem-estar. 
O período pré-operatório, que é o período entre a indicação da cirurgia, a aceitação por parte 
do paciente e o início da operação, comporta uma série de medidas propostas em avaliar as 
condições psicofísicas do paciente, os riscos ligados ao ato cirúrgico, assim como os 
benefícios e prejuízos. O que se realiza é que ao lado dos exames, dos controles de infecções e 
de outras condições associadas, não ocorre o mesmo cuidado pelos aspectos emocionais, 
mantendo-se pouco conhecidos os fenômenos psicológicos (CAVALCANTI, 1994). 
8. Tratamento medicamentoso 
O tratamento medicamentoso é importante para o tratamento sintomático, tendo efeitos 
anti-inflamatórios que diminuem o inchaço das articulações, analgésico reduzem as dores 
e antipiréticos diminuem ou curam a febre se ela existir; são sintomáticos porque não 
modificam o curso da doença, mas são úteis para controlar os sintomas devido a 
inflamação. 
A abordagem terapêutica para este acometimento é organizada em três 
modalidades: medicamentosa, de apoio e cirúrgica, podendo ser usada em 
conjunto ou separadamente. No grupo de medicamentos, são utilizados 
drogas, como antidepressivos, tricíclicos, bloqueadores de canal de sódio, 
anticonvulsivantes, anestésicos, calcitonina e os menos eficazes como 
opióides e antiinflamatórios não-esteróides. Por outro lado os tratamentos de 
apoio incluem técnicas não invasivas como estimulação elétrica, terapia 
vibratória, acupuntura e biofeedback, já as abordagens cirúrgicas não tem 
resultados eficazes e é pouco utilizada. (PROBSTNER, D e THULER, LCS. 
Revista Brasileira de Cancerologia, p. 396, Out. 2006). 
9. Objetivos da fisioterapia 
Segundo Schweitzer (2004), o fisioterapeuta desempenha papel fundamental quanto à 
reeducação funcional, acompanhando o paciente em todos os estágios do programa de 
reabilitação, fazendo parte de equipe multidisciplinar, supervisionando e tratando desde o 
9 
 
estágio pré e pós-operatório, na educação de mobilidade pré e pós-protética e, se necessário, 
em cuidados de manutenção das funções músculo-esqueléticas. 
Segundo Sampol, (2000), nesse sentido, a presença do fisioterapeuta é importante no processo 
dinâmico, criativo, progressivo, educativo e, objetiva a restauração ótima do indivíduo, sua 
reintegração à família, comunidade e sociedade. 
Para Gauthier-Gagnon et al. (2000), o tratamento deverá ser iniciado de forma precoce para 
recuperação funcional, com objetivo de acelerar a protetização e o retorno às atividades8. De 
maneira específica, os objetivos visam cicatrização e redução de edema, manter ou aumentar 
força muscular de ambos os membros, transferências e cuidados no leito, prevenir contraturas 
articulares do membro residual ou qualquer membro, instrução nos cuidados do membro 
residual e deambulação com muletas. 
Segundo Diogo et al. (2003), são vários os fatores que devem ser considerados para 
prescrição adequada de tratamento, como presença de múltiplas afecções, independência 
funcional, autonomia, idade avançada, etiologia e nível de amputação, tempo de evolução 
entre amputação e início da reabilitação. Devido a tais fatores, é fundamental um trabalho 
multidisciplinar, que vise o desenvolvimento e participação ativa do paciente no seu 
tratamento. 
9.1 Conduta fisioterapêutica 
Segundo Vidal et al. (2004), a fisioterapia deve ser realizada logo após a amputação, atuando 
no posicionamento correto no leito, dessensibilização do coto, exercícios ativo-assistidos, 
ativo-livres e isométricos, uso de bandagens, exercícios de propriocepção, trabalho do 
membro contralateral e membros superiores e treino de marcha. Tendo como objetivo a 
manutenção da amplitude de movimento, aumento de força muscular, equilíbrio e adaptações 
da marcha de acordo com a possibilidade do paciente, envolvendo orientação e condutas de 
prevenção e reabilitação. 
9.2 Orientações fisioterapêuticas gerais no pré e pós-operatório imediato 
Segundo Ticianeli et al. (2003), para correto posicionamento do coto no leito, o indivíduo 
deve evitar comportamento de flexão de joelho, abdução e rotação externa de coxa, não usar 
travesseiro embaixo do coto e manter sempre os membrosinferiores alinhados para evitar 
contraturas,que podem surgir em decorrência do enrijecimento fascial e do desequilíbrio 
muscular, de um reflexo protetor de retirada, da perda da estimulação plantar em extensão ou 
resultado de algum posicionamento inadequado. 
9.3 Tratamento fisioterapêutico 
A cinesioterapia é amplamente utilizada no tratamento de amputados, sendo fundamental em 
sua reabilitação. Segundo Kisner (2005), os exercícios fisioterapêuticos correspondem ao 
treinamento sistemático e planejado de movimentos corporais, posturas ou atividades físicas 
com o objetivo de proporcionar ao paciente meios de: tratar ou prevenir comprometimentos; 
melhorar, restaurar ou aumentar a função física; evitar ou reduzir fatores de risco relacionados 
à saúde; otimizar o estado de saúde geral, o preparo físico ou a sensação de bem-estar. 
A cinesioterapia vai utilizar-se de exercícios de condicionamento e recondicionamento 
aeróbico; exercícios de desempenho muscular: força, potência e treinamento de resistência à 
fadiga; técnicas de alongamento; exercícios de equilíbrio e treinamento de agilidade; 
exercícios de relaxamento; exercícios respiratórios; treinamento funcional específico à tarefa, 
entre outros (KISNER, 2005). 
10 
 
Todos os grupos musculares dos membros superiores, do tronco e dos membros inferiores 
devem ser trabalhados, e não somente aqueles que agem contra as deformidades 
(CARVALHO, 2003). 
A massoterapia envolve a manipulação e mobilização de tecidos moles. Segundo Carvalho 
(2003), a massoterapia é utilizada nos cuidados com a cicatriz com aderências ou retrações. 
As técnicas realizadas são: a compressão, o deslizamento superficial e profundo, o 
amassamento, o enrolamento e fricção; sendo contra-indicada em deiscências de suturas e em 
alguns casos de neuromas superficiais, pois são facilmente estimulados e desencadeiam 
estímulos dolorosos ao paciente. Porém, quando o paciente tolera, são utilizadas técnicas de 
deslizamento superficial e profundo, e fricções são realizadas de a de acordo com a tolerância 
do paciente. Conforme a dessensibilização vai sendo conseguida, a pressão aplicada vai sendo 
aumentada. 
Brito et al (2005), definem dessensibilização como estímulos sensitivos realizados na 
extremidade distal do coto que irão levar ao saturamento dos receptores das vias aferentes 
sensitivas, visando uma normalização da sensibilidade local. Objetiva-se com isso, diminuir a 
hipersensibilidade local, para que seja suportável a adaptação à prótese, mediante movimentos 
lentos e graduais, começando do estímulo mais fino para o mais áspero, sendo passado de 
uma fase para outra à medida em que o paciente relatar não ser mais um incômodo o estímulo 
realizado pelo fisioterapeuta. 
O enfaixamento do coto é uma técnica indispensável na reabilitação do paciente amputado. 
Os enfaixamentos com ataduras elásticas são úteis tanto na redução do edema como 
principalmente para moldar o coto para uma posterior protetização, tornando-o afunilado e 
apto a receber o encaixe protético (CARVALHO, 2003). 
No enfaixamento deve-se ter cuidado para não apertar muito a faixa, já que a tensão será dada 
pelo grau de estiramento que se der à faixa elástica enquanto se enfaixa o coto. 
A eletrotermofototerapia é amplamente utilizada na reabilitação de amputados. O ultrasom é 
bastante utilizado. Segundo Agne (2006), tem efeito sobre neuromas de amputação, sendo 
comprovado sua maior eficácia com o modo pulsado (10-20%) a 16-48 Hz e dose de 
0,4W/cm2. A redução da dor deve-se a fatores como o aumento da extensibilidade do tecido 
conjuntivo que envolve o nervo ou inclusive pela própria reparação nervosa modificando o 
tipo de dor. Uma forma de contribuir no tratamento é associar o ultra-som paravertebral. E 
ainda, nas retrações do tecido fibroso, o ultra-som melhora a extensibilidade e facilita o 
estiramento. Para se ter um aumento da temperatura, deve ser aplicado no modo contínuo e a 
ao redor de 1.0 W/cm2. 
O TENS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea) tem um bom índice de utilização. As 
indicações para o uso do TENS são o alívio da dor, ou seja, a eletroanalgesia, fazendo-se 
assim o uso em qualquer síndrome dolorosa aguda ou crônica de causa diagnosticada, 
inclusive em pós operatórios imediatos. (GUIMARÃES, 1998 apud CACHOEIRA e FERÃO, 
2002). 
O emprego do ultra-som e do TENS tem diminuído eventuais problemas em relação à dor e à 
sensação fantasma (CARVALHO, 2003). 
A laserterapia de baixa potência ainda é considerada uma área recente, em que predominam 
alguns efeitos terapêuticos observados clinicamente, como a analgesia local, ação 
antiedematosa e anti-inflamatória, a cicatrização de feridas de difícil evolução (AGNE, 2006). 
Sendo também utilizado na reabilitação de amputados, em sua fase de pré protetização. 
A hidroterapia também pode ser realizada. Segundo Kisner (2005), a hidroterapia em piscina 
facilita a aplicação de várias técnicas fisioterapêuticas estabelecidas, incluindo alongamento, 
fortalecimento, mobilização articular, treinamento de marcha e de equilíbrio e de resistência à 
fadiga. Possui os objetivos de: facilitar os exercícios de amplitude de movimento; iniciar o 
treinamento resistido; facilitar atividades de descarga de peso; facilitar os exercícios 
11 
 
cardiovasculares; iniciar a simulação de atividades funcionais; favorecer o relaxamento do 
paciente; entre outros. 
Ainda dentro da hidroterapia, a utilização do turbilhão é indicada, pois tem ajudado na 
liberação de cicatrizes retráteis (CARVALHO, 2003). As respostas fisiológicas que são 
aceitas de qualquer forma de calor são o aumento da extensibilidade do tecido colágeno, a 
diminuição da rigidez articular, a produção do alívio da dor e aumento do fluxo sanguíneo, 
efeitos esses conduzidos pela utilização do turbilhão (LEHMANN, 1994 apud CACHOEIRA 
e FERÃO, 2002). 
10. Metodologia 
A pesquisa foi realizada com base em artigos científicos, no idioma de língua portuguesa, o 
período de publicação foi entre 2000 e 2012, o material foi selecionado e analisado 
cuidadosamente, através de leitura crítica, visando encontrar qualquer menção à hipótese 
sugerida neste estudo. Utilizando-se combinações entre as palavras-chave, foram analisados 
os resumos desses artigos e, para leitura e análise do artigo completo. 
Foram incluídos neste levantamento bibliográfico os artigos que abordavam de forma direta 
ou indireta qualquer relação entre dor fantasma, amputações e o tratamento fisioterapêutico 
em amputados de membros inferiores. Entretanto, é importante esclarecer que nenhum dos 
artigos encontrados ou selecionados relacionou diretamente a dor fantasma em pacientes 
amputados referindo dor fantasma em membros inferiores, mas nessa relação pode ser retirada 
como sugestão oferecida pelos artigos incluídos nesta revisão. Foram excluídos desta revisão 
artigos que abordassem temas sobre amputações sem relação com o processo de dor fantasma, 
ou outros assuntos em amputados que não se encaixassem na relação citada no processo de 
inclusão. 
11. Resultados e Discussão 
Embora a dor fantasma seja um tema muito discutido na literatura científica, nos últimos 
anos, estudos com enfoque em sua prevalência em pacientes amputados são escassos e 
apresentam grande variabilidade nos resultados. 
Para Carvalho (2003) a amputação é um procedimento cirúrgico bastante antigo que consiste 
na retirada, na maioria das vezes cirúrgica, parcial ou total de um membro. Para algumas 
pessoas, este termo traz consigo a idéia de mutilação e derrota, além de um sentido negativo 
ligado à incapacidade e dependência. 
Souza (2004) diz que é importante que os pacientes tenham consciência dos procedimentos 
ocorridos na amputação,pois são atos de restauração de um órgão e não uma mutilação. 
Para Probstner e Thuler (2006), “a amputação pode alterar a imagem corporal e comprometer 
a integridade do individuo”. A dor fantasma freqüentemente impede o processo de 
reabilitação, prejudicando novas adaptações diante da deficiência, impedindo a protetização, 
podendo resultar em danos na reabilitação do amputado. 
Rohlfs e Zazá (2000) relatam que a dor fantasma é uma sensação dolorosa referente ao 
membro perdido que pode se apresentar de diversas formas tais como ardor, aperto, 
compressão ou até mesmo uma dor intensa e freqüente, a dor normalmente está presente na 
primeira semana após amputação, mas ela pode aparecer após meses ou até vários anos, 
estando localizada principalmente na parte distal do membro fantasma. 
Para Souza et. Al. (2004) a dor fantasma deve ser produzida pela ausência de impulsos 
nervosos do membro. Quando um nervo é seccionado, produz uma violenta descarga lesional 
em todos os tipos de fibras. Esta excitação diminui rapidamente e o nervo seccionado torna-se 
silencioso, até que novas terminações nervosas comecem a crescer. 
12 
 
Bocolini (2000), afirma que as amputações de acordo com sua etiologia são classificadas em 
congênitas, traumáticas e vasculares. 
Para Santos e nascimento (2003) a necessidade de preservar maior quantidade de tecido viável 
tem exigido um melhor estudo desses membros. Um adequado exame clínico do paciente 
determinará o nível adequado para a amputação. Quanto mais distal for à amputação, menor 
será o gasto energético do paciente ao efetuar manobras, assim as próteses se adaptam com 
mais facilidade e os custos financeiros poderão ser menores com o retorno mais rápido do 
amputado ao convívio social e profissional. 
Brito (2003) afirma que a perda do membro pode ocorrer por diversas causas, congênita ou 
adquirida. As adquiridas são as mais freqüentes sendo o traumatismo a principal causa de 
amputação de membro superior e as doenças vasculares periféricas é a causa mais freqüente 
de amputação de membro inferior. Dentre as doenças vasculares, a principal relacionada com 
as amputações é a arteriosclerose obliterante periférica, doença que apresenta fatores de risco 
irreversíveis, como o envelhecimento, e fatores de risco reversíveis ou passíveis de16 
monitoramento, como a hipertensão arterial sistêmica, o diabetes mellitus, a dislipidemia, o 
tabagismo, a obesidade e o sedentarismo. 
A intervenção fisioterapêutica é muito importante para a recuperação do paciente, Segundo 
Sampol, (2000), nesse sentido, a presença do fisioterapeuta é importante no processo 
dinâmico, criativo, progressivo, educativo e, objetiva a restauração ótima do indivíduo, sua 
reintegração à família, comunidade e sociedade. 
Segundo Schweitzer (2004), o fisioterapeuta desempenha papel fundamental quanto à 
reeducação funcional, acompanhando o paciente em todos os estágios do programa de 
reabilitação, fazendo parte de equipe multidisciplinar, supervisionando e tratando desde o 
estágio pré e pós-operatório, na educação de mobilidade pré e pós-protética e, se necessário, 
em cuidados de manutenção das funções músculo-esquelético. 
Segundo Vidal et al. (2004), a fisioterapia deve ser realizada logo após a amputação, atuando 
no posicionamento correto no leito, dessensibilização do coto, exercícios ativo-assistidos, 
ativo-livres e isométricos, uso de bandagens, exercícios de propriocepção, trabalho do 
membro contralateral e membros superiores e treino de marcha. Tendo como objetivo a 
manutenção da amplitude de movimento, aumento de força muscular, equilíbrio e adaptações 
da marcha de acordo com a possibilidade do paciente, envolvendo orientação e condutas de 
prevenção e reabilitação. 
Dentro da fisioterapia existem varias técnicas fisioterapêuticas que podem ser realizadas para 
ajudar o paciente na recuperação. 
Para Kisner (2005), os exercícios fisioterapêuticos correspondem ao treinamento sistemático e 
planejado de movimentos corporais, posturas ou atividades físicas com o objetivo de 
proporcionar ao paciente meios de: tratar ou prevenir comprometimentos; melhorar, restaurar 
ou aumentar a função física; evitar ou reduzir fatores de risco relacionados à saúde; otimizar o 
estado de saúde geral, o preparo físico ou a sensação de bem-estar. 
Carvalho (2003) afirma que todos os grupos musculares dos membros superiores, do tronco e 
dos membros inferiores devem ser trabalhados, e não somente aqueles que agem contra as 
deformidades, varias técnicas podem ser utilizadas como a massoterapia, o enfaixamento do 
coto, eletroestimulação técnicas de fortalecimento. 
Para Agne (2006) a eletrotermofototerapia é amplamente utilizada na reabilitação de 
amputados. O ultrasom é bastante utilizado, tem efeito sobre neuromas de amputação, sendo 
comprovado sua maior eficácia com o modo pulsado (10-20%) a 16-48 Hz e dose de 
0,4W/cm2. A redução da dor deve-se a fatores como o aumento da extensibilidade do tecido 
conjuntivo que envolve o nervo ou inclusive pela própria reparação nervosa modificando o 
tipo de dor. Uma forma de contribuir no tratamento é associar o ultra-som paravertebral. E 
ainda, nas retrações do tecido fibroso, o ultra-som melhora a extensibilidade e facilita o 
13 
 
estiramento. Para se ter um aumento da temperatura, deve ser aplicado no modo contínuo e a 
ao redor de 1.0 W/cm2. 
Souza et. al. (2004), afirmam que os estudos apresentaram em cerca de 10% dos amputados, a 
dor é intensa e pode agravar-se com os anos. Pode começar imediatamente após a amputação, 
ou meses e mesmo anos mais tarde. Sente-se em pontos precisos do membro fantasma. Esta 
pesquisa confirmou que realmente a dor fantasma surge após a amputação permanecendo por 
meses ou até anos. 
Portando para ter sucesso na reabilitação não é necessário somente a equipe multiprofissional, 
como médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e fisioterapeutas, como também da 
aceitação da amputação pelo próprio paciente, colaborando com a reabilitação, principalmente 
motivando e dedicando para sucesso da mesma. 
O tratamento fisioterapêutico quanto mais precoce for mais rápido será a recuperação do 
paciente, pois a fisioterapia tratará diretamente a necessidade do paciente evitando mais 
complicações futuras retardando possíveis complicações, melhorando suas atividades de vida 
diária (AVDs) e prolongando sua vida. 
12. Conclusão 
Devido ao grande número de amputados por todo mundo e a necessidade de reabilitá-los, 
proporcionando a maior independência possível para a realização de tarefas, vem crescendo a 
importância do tratamento fisioterapêutico após a amputação. 
O diabetes mellitus é considerado problema de saúde pública, nacional ou mundial, 
traduzindo-se pelo impacto epidemiológico que produz expresso pelas crescentes taxas de 
morbidade e mortalidade e, principalmente, pelas seqüelas de incapacidade que provoca. 
Além disso, ressalta-se a necessidade de diagnóstico e encaminhamento precoce de processos 
isquêmicos ao cirurgião vascular em tempo hábil para proceder à revascularização e 
conseguir, assim, reduzir o sofrimento e a queda do bem-estar que a amputação como opção 
terapêutica tardia acaba acarretando. 
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