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Resumo NP2 - Temas em Psicologia Social

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1 Gabriela Gomes – Resumo NP2 – TPSO 
RESUMO NP2 
TEMAS EM PSICOLOGIA SOCIAL 
 
IDENTIDADE 
Antonio da Costa Ciampa é o autor de uma importante 
teoria de identidade para a psicologia brasileira. Na vida 
real não existe a separação entre autor da história e 
personagens, então interpretamos esses dois papéis ao 
mesmo tempo. Você é o personagem do seu discurso 
ou o autor que cria essa personagem ao fazer o 
discurso? O problema da sociedade é achar que a 
identidade está embutida no sujeito. 
A primeira noção de identidade é a de diferença e 
igualdade, porque nosso primeiro nome, por exemplo, 
nos diferencia dos nossos pais, ao passo que o 
sobrenome nos iguala. Nós vamos nos diferenciando e 
igualando conforme os grupos sociais que fazemos 
parte. Esse é um exemplo de união dos contrários. 
Somos seres relacionais produzidos na diferença e 
igualdade, e só poderemos construir nossa identidade 
de modo processual. 
Nossa identidade não é dada, está se dando num 
contínuo processo de identificação, e ela não para após 
nos identificarmos como pessoa, ela varia conforme 
nosso contexto, é um processo relacional, que traz 
sempre algo que nos é total e algo que nos é singular, 
não é estático. A identidade é o mediador entre a 
consciência de si e a atividade. 
FIXIDEZ DA IDENTIFICAÇÃO 
É justamente a ideia de que a identidade é dada logo 
após a pessoa se identificar, como se ela se esgotasse 
com o produto, ou seja, produziu uma pessoa e pronto, 
o processo acabou. Em nossa linguagem costumamos 
dizer “eu sou filho” e não “eu estou filho”. E no dia que 
nos tornarmos pais? Nesse dado contexto, não seremos 
filhos, somente pais. Por isso a identidade é um 
processo. 
ILUSÃO DA PERMANÊNCIA 
IDENTITÁRIA 
A identidade que surge como representante do meu 
estar sendo, se converte no pressuposto do meu ser 
como totalidade, o que transforma minha identidade 
concreta (que se dá ao longo do tempo) em abstrata 
(atemporal, não está materializado no momento – 
dentro da faculdade sou aluna, fora dela não). 
IDENTIDADE-METAMORFOSE-
EMANCIPAÇÃO 
“O homem constitui sua identidade em um processo de 
construção histórica, em uma relação dialética com o 
mundo, na qual a identidade emerge como a síntese 
mediante os diversos personagens que os sujeitos 
assumem e os significados e sentidos a eles atrelados”. 
Na perspectiva de Ciampa, a identidade é vista como 
metamorfose, e a emancipação é a recusa de viver o 
que não merece ser vivido, é romper com a mesmice, 
não ficar estagnado. 
 
NOÇÕES DE GRUPO 
Para estuda-los, o foco são os conteúdos nos quais a 
contradição e o consenso são componentes que 
orientam a ação e comunicação. 
Grupo: duas ou mais pessoas que se relacionam entre 
si; é uma elação social com ou sem consenso; 
Agrupamento/multidão: conjunto de pessoas sem 
necessariamente uma relação social. 
Para a psicologia e a sociologia, grupos são 
intermediações entre indivíduo e massa (Adorno & 
Horkheimer). 
KURT LEWIN 
 Em sua análise, Lewin foca no nível intragrupal, 
estudando apenas a relação entre indivíduos já 
constituídos em um grupo já constituído; 
 Unifica os interesses dos membros do grupo; 
 Não explica a atribuição de papéis e naturaliza a 
história da formação do grupo: é apena a história 
da formação do grupo e da aprendizagem dos 
membros para aperfeiçoarem sua atuação nele, 
como um processo universal; 
 Tem como objetivo a maior eficácia no 
atendimento à demanda, (não analisa a 
demanda), reproduzindo relações de dominação 
na sociedade; 
 Abordagem individualista, identificando papel e 
campo psicológico. Ter um papel no grupo lhe faz 
sentir único e livre. 
GRUPOS OPERATIVOS 
 Linha argentina: Pichon-Rivière teoriza que o 
indivíduo somente aprende depois que suas 
ideologias e principalmente suas ansiedades 
inconscientes são analisadas; 
 Calderon e de Govia teorizam as fases/tipos de 
grupo: 
Aglutinado: líder define o problema as soluções, 
enquanto os membros só as aguardam; 
Possessivo: líder que coordena funções e as atividades 
a serem desenvolvidas com a participação de todos; 
Coesivo: a aceitação entre quem é membro e quem é 
líder é mútua, e há dificuldade em aceitar novos 
membros; 
Independente: a liderança é distribuída entre os 
membros do grupo, porque o grupo como um todo 
acumulou experiências e aprendizagens. 
 
2 Gabriela Gomes – Resumo NP2 – TPSO 
CRÍTICAS E CONCEPÇÃO 
ALTERNATIVA DE GRUPO 
Essas teorias revelam uma postura tradicional, em que 
a função do grupo seria apenas a de definir papéis e a 
identidade social dos membros, garantindo sua 
produtividade pela harmonia e manutenção das 
relações apreendidas na convivência. 
É necessário levar em conta a perspectiva que 
considera a inserção do grupo na sociedade e suas 
determinações, bem como reconhecer seu caráter 
histórico e processual. 
TRANSVERSALIDADE 
Sociedade – instituições – organizações – grupos – indivíduos 
 
É em grupo que acontece a mediação concreta entre 
indivíduo e sociedade, onde ocorre a atividade. A 
sociedade é um modo de produção que se sustenta nas 
instituições (religião, patriarcado, educação, etc), e 
essas instituições se manifestam nas organizações 
(igreja, empresas, famílias, escola) que determinam o 
funcionamento dos grupos, formando o indivíduo. 
Não existe indivíduo sem os grupos, porque é na 
socialização que se constrói o ser humano, e este 
adquire identidade e consciência. Ao passo que não 
existem grupos sem os indivíduos. É a partir da 
organização dos indivíduos como representantes de 
classes sociais nas lutas, que ocorre a formação dos 
grupos, esses indivíduos dão significado e mantêm o 
seu funcionamento. 
COMO UM GRUPO SE CONSTITUI? 
A partir da necessidade de socialização, da fragilidade 
humana. 
 Socialização primária: na família 
 Socialização secundária: a partir da escola 
ELEMENTOS DA ANÁLISE GRUPAL 
 Reconhecimento da alienação; 
 Existência do grupo dentro das instituições; 
 Importância da história dos membros; 
 Contradição e negação das relações de 
dominação; 
 Papéis e representações ideológicas. 
CATEGORIAS FUNDAMENTAIS 
 Conscientização pela prática de se pensar como 
grupo e pelos determinantes sociais; 
 Produção, que é a própria constituição do grupo; 
 Relações de dominação no grupo; 
 Grupo-sujeito, que é um grupo que toma 
consciência. Um grupo só é um grupo quando 
produz algo que transforma as relações entre os 
membros, ou seja, o grupo se produz. 
 
POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL 
Em uma noção antecedente, para a escola de Chicago, 
a pobreza está relacionada a uma desorganização 
transitória, pois novos membros se assimilam ao 
cenário urbano de maneira desordenada. 
Para Oscar Lewis, a cultura da pobreza é característica 
da sociedade abrangente, composta por lutas pelo 
mercado de trabalho, renda e acesso aos bens e 
serviços. 
Êxodo rural na concepção marxista: é onde se 
expressam as contradições dos modos de produção 
capitalista (pessoas vão para as cidades em busca de 
emprego, e ao se integrarem nas engrenagens 
produtivas, se veem em um cenário desigual). 
 
A pobreza está intimamente ligada à exclusão, porque 
além de ser a privação de emprego, de meios para 
participar do mercado de consumo, de bem-estar e 
direitos, de liberdade e esperança, a pobreza tem 
também uma dimensão moral, em que não possibilita 
ao indivíduo a ascensão social. 
TIPOS DE EXCLUSÃO PARA JODELET 
 Marginalização: a mais comum, pessoas em 
situação de rua, vendendo bala no farol, são 
pessoas à parte de um grupo/instituição social; 
 Discriminação: o que negros e pessoas com 
problemas mentais vivem, é o fechamento ao 
acesso a recursos e papéis; 
 Segregação: apartheid, leprosos, em que havia a 
manutenção de uma distância topográfica entre 
eles e o restante da sociedade; 
 Assimilação: pessoa inserida num grupo, mas 
sem sua autenticidade; é a inclusão desde que 
perdendo suas características originais; 
 Inclusão perversa: inclusão em posição de 
subalternidade. 
IMPLICAÇÕESNA SUBJETIVIDADE 
A preocupação do pobre não é, como dizem, em 
“sobreviver”. O pobre tem desejos independente das 
privações que sofre, e sua condição marginal afeta 
diretamente sua parte emocional. A emoção não tem 
um peso maior ou menor que a fome. Falar sobre 
exclusão é falar sobre afetividade, temporalidade e 
desejos, e ao mesmo tempo, de poder, economia e 
direitos sociais. 
ESPINOZA E AS AFECCÇÕES DO 
CORPO 
Por que os homens aceitam sacrificar a vida pela 
exploração das autoridades? A paixão constitui o 
combate à tirania, pois ela é a base da ética, sabedoria 
e ação coletiva. 
 
 
3 Gabriela Gomes – Resumo NP2 – TPSO 
HELLER 
A dor é própria da vida humana, é necessária. O 
sofrimento é a dor mediada pelas injustiças sociais. 
VYGOTSKY 
O afeto nos constitui enquanto sujeitos, e produz 
também o afeto coletivo. Emoções e sentimentos estão 
atrelados ao nosso viver cotidiano. 
SOFRIMENTO ÉTICO-POLÍTICO E 
FELICIDADE PÚBLICA 
Esse sofrimento está atrelado aos sofrimentos do corpo 
e da alma, e é determinado pela organização social. 
Retrata a vivência das questões sociais em cada 
contexto histórico, especialmente a dor que emerge da 
condição de exclusão. 
Seu contraponto é a felicidade pública, vivida apenas 
por aqueles que sentem a conquista da cidadania e da 
emancipação de si e do outro, e não apenas dos bens 
materiais. 
A felicidade ético-política só é sentida quando se 
ultrapassa o individualismo. 
CATEGORIZAÇÃO PARA JODELET 
Categorização tem dois sentidos: da classificação com 
base na divisão social (em que colocamos as pessoas em 
uma categoria dada – jovem, velho, mulher, homem); e 
da atribuição de características a alguém 
(estigmatização e estereótipos). 
A categorização pode segmentar o meio social em 
classes sociais, nas quais os membros são considerados 
equivalentes em função de características, ações e 
intenções comuns. 
A acentuação das semelhanças dentro de uma 
categoria, ou de suas diferenças com outra categoria, 
favorece relações desarmônica entre grupos. 
 
O PANORAMA BRASILEIRO DA 
DESIGUALDADE SOCIAL 
 Concentração de renda provoca a desigualdade 
social 
 Índice de Gini mede o grau de concentração de 
renda da população; 
 Aumento de renda = acentuação da 
desigualdade, já que a renda se concentra em 
uma minoria de pessoas; 
 2001: criação de políticas com direcionamento 
social: trouxeram mais acesso e inclusão; 
 2004: houve crescimento econômico e 
diminuição da desigualdade social, aliando apoio 
ocupacional, educacional e de renda; 
 Importância dos indicadores econômicos para 
ilustrar a situação social do país de forma 
concreta 
 
IMPACTOS NA SUBJETIVIDADE 
Dicotomia da desigualdade social: dimensão objetiva 
(dados) e subjetiva (relações sociais e expressão 
política; 
Efeitos: 
 Miséria, subcidadania (hierarquia de valor das 
pessoas determina quem é gente – sem direitos 
e dignidade – e quem é cidadão); 
 Naturalização da desigualdade social; 
 Desigualdade social consolida a pobreza e a 
vulnerabilidade social; 
 Ideias de meritocracia, sorte e azar; 
 Raiz histórica: condição colonial, trabalho 
escravo, monopólio da terra, capitalismo; 
 Pouca consciência das diferentes camadas sociais 
sobre a desigualdade social; 
 Na Psicologia há poucas pesquisas sobre a 
dimensão subjetiva dos fenômenos sociais.

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