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Pamela Barbieri – T23 - FMBM Imunologia O que é um tumor? Células quando expostas a produtos químicos, radiação, infecção de certos patógenos ou mutações podem começar a se proliferar de maneira anormal (exagerado), produzindo assim, tumor ou neoplasma. Tumores benignos: São constituídos por células bem semelhantes às que os originou, bem delimitados, de crescimento lento e podem ser retirados cirurgicamente, além de que não reincidem após sua remoção, e nem se espalham. Tumores malignos: As células tumorais se separam da massa neoplásica principal e são carreadas pelo sangue ou pela linfa para locais distantes, onde se alojam e continuam a crescer. Os tumores secundários que surgem nesses sítios distantes são chamados de metástases. Diferenças anti-gênicas → antígenos tumorais. Os antígenos tumorais expressados pelas células tumorais podem ser gerados a partir de 4 processos: 1) Mutações de proteínas celulares normais, como radiações ou substâncias químicas; erros na divisão e replicação do DNA. 2) Produtos de oncogenes ou genes supressores de tumor. Exemplo: proteína p53 mutada (não expressos em células normais). 3) Vírus oncogênicos. Exemplo: papilomavírus humano E7. 4) Proteínas normais super-expressadas, como a tirosinase: PSA (antígeno prostático). ▪Os ANTÍGENOS TUMORAIS podem ser divididos em: Antígenos Tumorais Específicos (ATEs): expressos somente em um ou em alguns tumores. Antígenos Associados aos Tumores (ATAs): expressos tanto em células normais quanto em células cancerosas, porém características quantitativas e qualitativas permitem diferenciar sua presença em células tumorais e normais. Antígenos oncofetais: são antígenos de diferenciação presentes durante o desenvolvimento fetal, mas que normalmente não são expressos na vida adulta; no entanto, são expressos por células tumorais. Exemplos: CEA (antígeno carcinoembriônico – tumor tireoide). Muitos tumores expressam antígenos que podem servir com alvos específicos para o sistema imune. Marcadores tumorais → substâncias, geralmente proteínas, produzidas pelo organismo em resposta ao crescimento de cânceres, ou pelo próprio tecido cancerígeno, e que podem ser detectadas em sangue, O SISTEMA IMUNE RECONHECE CÉLULAS TUMORAIS COMO ALVOS? SE AS CÉLULAS DE UM TUMOR FOSSEM EXATAMENTE IGUAIS ÀS CÉLULAS NORMAIS, COMO SE EXPLICARIA SEU CRESCIMENTO DESCONTROLADO??? SE O SISTEMA IMUNE RECONHECE UMA CÉLULA TUMORAL COMO “ALVO”, POR QUE NÃO A ELIMINA? Pamela Barbieri – T23 - FMBM Imunologia urina ou amostras de tecido. Em sua maioria, os marcadores mais conhecidos também podem estar aumentados em doenças não cancerosas. Ex: marcadores tumorais O sistema imune é um fator de fundamental importância na resistência aos tumores principalmente sob a forma de “vigilância imunológica”. Por vigilância imune compreende-se o conjunto de mecanismos que contribuem para impedir a instalação de um tumor ou qualquer outra patologia. Principais mecanismos envolvidos na resposta tumoral: Citotoxicidade: principal mecanismo – por LTCD8 e NK. Produção de Ac: mediada por LB. Macrófagos participam de moto efetor do Pamela Barbieri – T23 - FMBM Imunologia reconhecimento. M1: pró-inflamatório e M2 anti-inflamatório. As principais células que participam desse processo são: NK, LTCD8, macrófagos ativados (M1, produção de citocinas pró-inflamatória) e a molécula de anticorpos. Anticorpos (produzidos pelos plasmócitos) duas importantes funções: ativação do sistema complemento pela via clássica e também a citotoxicidade mediada pela NK pelo receptor FC. Resposta imune humoral contra tumor: Anticorpo dirigido para TAA juntamente com ativação de complemento pode matar células cancerígenas Se tumores expressam antígenos que podem ser reconhecidos pelo sistema imune, a grande pergunta é: COMO CÉLULAS CANCEROSAS EVITAM SUA DESTRUIÇÃO E SE DESENVOLVEM EM TUMORES COMPLETOS? Os mecanismos que evitam a destruição pelo sistema imune: escape, subversão. ▪Mutação constante ▪ Redução da expressão de HLA de classe I ▪ Produção de fatores imunossupressores (TGF-beta) ▪ Indução de Tregs Pamela Barbieri – T23 - FMBM Imunologia O processo de formação do tumor é chamado de tumorigênese, sendo dividido em três fases principais, a iniciação, a promoção e a progressão do tumor. Fase de iniciação é caracterizada pela mutação, epigenética, genes oncogênicos expressos, proteínas hiperexpressadas. A fase de progressão do tumor caracteriza-se pela invasão das células tumorais em locais distantes do sítio primário, denominando metástase. Os 3 “E” característicos de uma resposta imune tumoral: Eliminação: destruição da célula tumoral. Mediada por macrófagos (M1), NK (perforina e granzima), linfócitos TCD8, LTCD4 (Th1), citocinas (interferon tipo 1) e moléculas de Ac (LB). NK secretam IFN-γ que induz aumento da produção de proteínas citolíticas como as perforinas. Promove a indução de ligantes apoptóticos como o Faz. IFN-γ induz a ativação de células dendríticas e consequentemente promovendo a geração de linfócitos T CD4+ e T CD8+ específicos contra as células tumorais. O principal mecanismo imunológico para a eliminação das células tumorais ocorre por meio do reconhecimento de antígenos tumorais via MHC de classe I pelos linfócitos T CD8+ citotóxicos capazes de eliminar as células tumorais Pamela Barbieri – T23 - FMBM Imunologia Equilíbrio: não há progressão, mas também não há destruição. O sistema imunológico é capaz de conter, mas não de eliminar o tumor. Participam dessa fase: LTCD8, LTCD4, Ac e Interferon (em menores quantidades quando comparada com a fase de eliminação) Escape: as células tumorais crescem e desenvolvem doença clinicamente aparente. Desenvolvimento da célula tumoral, tendo a participação de: M2, citocinas IL-10 e TGF-beta, LTreg e diminuição da expressão de MHC (principalmente de classe I); bloqueia participação de M1, NK e LTCD8 (diminuição da participação); aumento da expressão de moléculas como CTLA-4, PD-1 e IDO (moléculas que impedem a função efetora de linfócitos). Outras células como os macrófagos associados a tumores (TAM) presentes no tumor produzem a citocina IL-10 criando um ambiente imunossupressor, inibindo as respostas imunológicas efetoras do hospedeiro e, consequentemente favorecem a progressão do tumor. Pamela Barbieri – T23 - FMBM Imunologia ANOTAÇÕES AULA BBB: Expressão de CTLA-4 inibe a resposta imune contra o tumor: a) Célula APC junto com uma molécula de MHC e o antígeno: essa célula vai interagir com o linfócito T e há 2 co-moléculas que interagem (B7 e CD28), estimulando a ativação da célula T. b) Invés da expressão do CD28, há a expressão do CTLA-4 (PD-1), impedindo função efetora do linfócito T. Indução de moléculas inibidoras de células tumorais: CTLA-4, PDL1, IDO e Arginase. ESCAPE: ESCAPE: Outras células como os macrófagos associados a tumores (TAM do inglês, tumor- associated macrophages) presentes no tumor produzem a citocina IL-10 criando um ambiente imunossupressor, inibindo as respostas imunológicas efetoras do hospedeiro e, consequentemente favorecem a progressão do tumor. Pamela Barbieri – T23 - FMBM Imunologia Mecanismos de escape que favorece a evasão do tumor a resposta imune: Perda de reconhecimento pelos LT, devido a baixa expressão de Ag associados ao tumor, devido a deficiência de MHC de classe I ou um ambiente imunossupressor. E também expressão de moléculas que não permite interação com B7. Padrão de resposta Th17 A expressão de IL-17 está associada com o aumento de célulasTregs e com o pior prognóstico da doença. Em modelo de tumor mamário que desenvolve metástase foi demonstrado que os linfócitos T infiltrantes do tumor produzem IL-17, enquanto que a neutralização dessa citocina in vivo reduziu o crescimento do tumor, prevenindo a migração de neutrófilos e de células tumorais para sí2os secundários do tumor, demonstrando o seu papel pro-tumoral. Dessa forma, o bloqueio de IL-17 parece ser uma abordagem atrativa para o controle de tumores invasivos.
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