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1 ESCLARECIMENTOS Olá! Você está recebendo a atualização do CADERNO SISTEMATIZADO ESTATUTO DO DESARMAMENTO. As atualizações são uma cortesia, por isso são enviadas de forma separada, indicando exatamente os pontos que foram alterados e/ou inseridos em seu caderno. Não haverá o envio integral do Caderno. Estamos juntos! Bons estudos!! 2 PÁGINA 5 - após o parágrafo “O Estatuto pune a posse (...)”, incluímos o disposto abaixo. (...) Em janeiro de 2019, editou-se o Decreto 9.685/2019 que regulamentava o registro, posse e comercialização de arma de fogo. Em maio, foi editado o Decreto 9.785/2019 (revogou o decreto de janeiro) que, por sua vez, foi revogado pelo Decreto 9.847/2019 de junho. Então, atualmente, o registro, posse e comercialização de arma de fogo é regulamentado pelo Decreto 9.847/2019. Em 2019, ainda, o Estatuto foi alterado pela Lei 13.870/2019 (autorização para a posse de arma de fogo abrange toda a extensão da propriedade rural, não apenas a sede), pela Lei 13.886/2019 (destinação das armas de fogo aprendidas) e pela Lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime). 3 PÁGINA 6 – substituímos o parágrafo “Destaca-se que o Decreto 5.123/2004 (...), pelo disposto abaixo: (...) Salienta-se que, atualmente, o Decreto 9.847/2019 regulamenta o SINARM e o Sistema de Gerenciamento Militar de Armas, o legislador optou por uma regulamentação da lei, conforme observamos, por exemplo, nos arts. 3º, parágrafo único, 4º, III, 4º, §8º, dentre outros. Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente. Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei. Todas as armas de fogo deverão ser cadastradas no SINARN (Sistema Nacional de Arma de Fogo) ou no SIGMA (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas), é o Decreto 9.847/2019 que determina em qual sistema a arma será cadastrada. 4 PÁGINA 13 – após o item 1.2 OBJETIVIDADE JURÍDICA, incluímos três novos itens: CONDUTA, OBJETO MATERIAL e ELEMENTO NORMATIVO DO TIPO. 1.3. CONDUTA O tipo penal descreve duas condutas: possuir e manter sob a guarda. Indaga-se as condutas possuir e mantar sob a guarda possuem o mesmo significado? 1ªC (Nucci) - possui e manter sob a guarda possuem o mesmo significado. O legislador apenas utilizou palavras sinônimas para descrever a mesma conduta. 2ªC (Capez) – são expressões distintas, assim: • Possuir significa estar na posse da própria arma; • Manter sob guarda significa guardar arma de terceiros. Salienta-se que não é necessário contato físico entre o infrator e a arma para configuração do crime de posse ilegal de arma de fogo. 1.4. OBJETO MATERIAL Considera-se objeto material a arma de fogo, a munição e acessórios. Ressalta-se que o art. 12 do Estatuto do Desarmamento é uma norma penal em branco que será complementada pelo art. 2º do Decreto 9.847/2019. Obs.: não há definição legal do que se entende por acessório. O juiz irá definir na análise do caso concreto. 1.5. ELEMENTO NORMATIVO DO TIPO Também chamado de elemento espacial do tipo, é o que diferencia do porte. Observe a tabela. POSSE PORTE Ocorre na residência ou na dependência da residência do infrator (intramuros) Local do trabalho do infrator, desde que seja proprietário ou responsável legal. Em qualquer outro local. Imagine que João é gerente do posto de gasolina XX. Durante o dia Flávio faz a segurança armada do estabelecimento. Indaga-se: há crime? João e Flávio praticaram quais condutas? 5 • João responderá por posso ilegal de arma de fogo, tendo em vista que é o responsável legal pelo posto de gasolina; • Flávio responderá por porte ilegal de arma de fogo, já que está portando em qualquer outro lugar (fora de sua residência e não é nem proprietário e nem responsável legal pelo posto de gasolina). Obs.: Importante lembrar que em áreas rurais, toda a propriedade rural, será considerada como residência para efeitos do Estatuto do Desarmamento. Ressalta-se que, de acordo com o entendimento do STJ, veículo não é residência, ainda que utilizado como instrumento de trabalho. Assim, caso seja encontrada uma arma dentro de um caminhão, o caminhoneiro cometerá o delito de porte ilegal de arma de fogo. Há ainda outro elemento normativo do tipo, consagrado na expressão “em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. POSSE LEGAL POSSE ILEGAL Trata-se de fato atípico, tendo em vista que o agente obteve o registro, seguindo as disposições legais. É o crime tipificado no art. 12 do Estatuto do Desarmamento. 6 PÁGINA 24 – após o parágrafo “Quando a arma de fogo é de uso restrito (...)” incluímos o disposto abaixo: (...) Perceba que a Lei nº 13.964/2019, conhecida como Pacote Anticrime, modificou o art. 16 do Estatuto do para diferenciar arma de fogo de uso RESTRITO de arma de fogo de uso PROIBIDO. ESTATUTO DO DESARMAMENTO Antes da Lei 13.964/2019 ATUALMENTE Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: (...) Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: (...) Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (...) § 1º Nas mesmas penas incorre quem: (...) Não havia § 2º do art. 16. § 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 7 PÁGINA 28 – reformulamos o item 5.7 ROL DOS CRIMES HEDIONDOS, razão pela qual recomendamos a substituição pelo disposto abaixo: Explicação feita pelo Professor Márcio Cavalcante, disponível no Buscador do Dizer o Direito. Antes do Pacote Anticrime, a Lei nº 8.072/90 afirmava que era crime hediondo a “posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003”. O Pacote Anticrime alterou a redação da Lei nº 8.072/90 e passou a dizer que é crime hediondo “o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003”. LEI DE CRIMES HEDIONDOS Antes da Lei 13.964/2019 ATUALMENTE Art. 1º (...) Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime de genocídio previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956, e o de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou consumados. Art. 1º (...) Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados: I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956; II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição,previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado. Desse modo, pela nova redação dada pela Lei nº 13.964/2019: • O art. 16 do Estatuto do Desarmamento passou a diferenciar arma de fogo de uso restrito de arma de fogo de uso proibido; • Somente é crime hediondo a posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido; • Não é mais crime hediondo a posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Isso significa que as pessoas condenadas pelo art. 16 do Estatuto do Desarmamento por condutas envolvendo armas de fogo de uso restrito não mais poderão receber o tratamento 8 destinado aos crimes hediondos. Tais crimes deixaram de ser hediondos. Houve, portanto, novatio legis in mellius. Diversamente entende Cleber Masson, considera-se crime hediondo tanto a conduta de uso de arma de fogo de uso proibido quanto de uso restrito, faz uma interpretação sistemática. Perceba que o art. 1º, parágrafo único, II da Lei nº 8.072/90 fala de forma genérica no “art. 16 da Lei nº 10.825, de 22 de dezembro de 2003”, não restringindo ao §2º. 9 PÁGINA 28 – após o parágrafo “A pena será de três a seis anos (...) incluímos o disposto abaixo: (...) Salienta-se que o Pacote Anticrime acrescentou o §2º ao art. 16 do Estatuto do Desarmamento, prevendo pena de 4 a 12 anos para as condutas descritas no §1º que envolverem arma de fogo de uso proibido. Art. 16, § 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 10 PÁGINA 30 – após o parágrafo “É possível a tentativa (...) incluímos o disposto abaixo: 6.7. FIGURA EQUIPARADA O Pacote Anticrime criou uma figura equiparada ao comércio ilegal de arma de fogo, observe a redação do §2º do art. 17: Art. 17, § 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Perceba que se trata de uma situação de flagrante preparado. 6.8. ROL DOS CRIMES HEDIONDOS O Pacote Anticrime incluiu o crime de comércio ilegal de arma de fogo ao rol de crimes hediondos. Art. 2°, parágrafo único (...) III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 6.9. PENA O Pacote Anticrime aumentou a pena para 6 a 12 anos (era de 4 a 8 anos) e multa. Por isso, não é possível aplicação dos institutos despenalizadores, como a transação penal e a suspensão condicional do processo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.826.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.826.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5 11 PÁGINA 31 – após o parágrafo “É possível a tentativa (...) incluímos o disposto abaixo: (...) 7.6. FIGURA EQUIPARADA O Pacote Anticrime criou uma figura equiparada ao tráfico ilegal de arma de fogo, observe a redação do parágrafo único do art. 18: Art. 18, Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Perceba que, novamente, se trata de uma situação de flagrante preparado. 7.7. ROL DOS CRIMES HEDIONDOS O Pacote Anticrime incluiu o crime de tráfico ilegal de arma de fogo ao rol de crimes hediondos. Art. 2°, parágrafo único (...) IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 7.8. PENA O Pacote Anticrime aumentou a pena para 8 a 16 anos (era de 4 a 8 anos) e multa. Por isso, não é possível aplicação dos institutos despenalizadores, como a transação penal e a suspensão condicional do processo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.826.htm#art18 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
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