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Atenção Primária à Saúde PNAB Programa Nacional de Atenção Básica • Ações de saúde: individual, familiar e coletiva • Ações de promoção, prevenção e proteção • Tratamento, recuperação e reabilitação • Práticas de cuidados integrados • Equipe multiprofissional • Território definido APS Cuidado complexo, área com necessidade de saúde de maior freqüência, com critérios de risco e vulnerabilidade, faz-se acolhimento a qualquer demanda e é a principal porta de entrada e coordenadora da RAS (redes de atenção a saúde) Histórico Flexner: método curativo ↓ Dawson: APS O re l a t ó r i o D a w s o n d e fi n i u d u a s c a r a c t e r í s t i c a s b á s i c a s d a A P S : regionalização e integralidade. • Declaração Alma - Ata 1978 = definiu a saúde como direito do cidadão e a criação de políticas públicas para melhoria da saúde até o ano 2000. APS deve ser orientada de acordo com os principais problemas sanitários da comunidade e prestar atenção preventiva e curativa. • Carta de Ottawa - Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde = promoção de saúde é o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde e uma maior participação no controle desse processo. no Brasil: 1920 e 1940 → experiências isolados Constituição de 1988 → APS preconizada pelo SUS 1991 → Programa de Agentes Comunitários de Saúde - PACS 1994 → Programa de Saúde da Família 1997 → PSF → reorientação do modelo assistencial 2006 (portaria 648) e 2011 (portaria 2.488)→ Política Nacional de Atenção Básica 2017 → Portaria 2436 Principios 1. Universalidade: possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de entrada aberta e preferencial da RAS, acolhendo a pessoas e p r o m o v e n d o a v i n c u l a ç ã o e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de saúde. As equipes devem receber e ouvir todas as pessoas que procuram seus serviços, de modo universal, de fácil acesso e sem diferenciações excludentes → acessi- bilidade e acolhimento. 2. E q u i d a d e : o f e r t a r o c u i d a d o , reconhecendo as d i f e renças nas condições de vida e saúde e de acordo com as necessidades das pessoas, considerando que o direito à saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender à diversidade. 3. Integralidade: é o conjunto de serviços executados pela equipe de saúde que atendam às necessidades da população adscrita nos campos do cuidado, da promoção e manutenção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos cuidados paliativos. Diretrizes 1. Regionalização e hierarquização: dos pontos de atenção da RAS, sendo a atenção básica o ponto de comunicação entre esses. Considera-se regiões de saúde como um recorte espacia l estratégico para fins de planejamento, organização e gestão de rede de ações e serviços de saúde em determinada localidade e a hierarquização como forma de organização de pontos de antemão da RAS entre si, com fluxos e referências estabelecidos. 2. Territorialização e Adstrição: de forma a permitir o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco em um território específico, com impacto na situação, nos condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividade que constituem aquele espaço e estão, portanto, adstritos a ele. 3. População Adscrita: população que está presente no território da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento de relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população, garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser referência para o seu cuidado. 4. Cuidado centrado na pessoa: aponta para o desenvolvimento de ações de cuidado de forma singularizada, que auxilia as pessoas a desenvolverem os conhecimentos, aptidões, competências e a confiança necessária para gerir e tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva. O cuidado é construído com as pessoas, de acordo com suas necessidades e potencialidades na busca de uma vida independente e plena. A família, a comunidade e outras formas de coletividade são elementos relevantes, mu i t as vezes cond ic ionan tes ou determinantes na vida das pessoas e, por consequência, no cuidado. 5. Resolutividade: reforça a importância da atenção básica ser resoluta, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, centrada na pessoa, na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais. Deve ser capaz de resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população, coordenando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS quando necessário. 6. L o n g i t u d i n a l i d a d e d o c u i d a d o : pressupõe a continuidade da relação de cuidado, com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo permanente e consistente, acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida das pessoas, evitando a perda de referências e diminuindo os riscos de iatrogenia que são decorrentes do desconhecimento das h i s t ó r i a s d e v i d a e d a f a l t a d e coordenação do cuidado. 7. Coordenar o cu idado: e l abora r, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através de uma relação horizontal, contínua e integrada, com o objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral. Articulando também as outras estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. 8. Ordenar as redes: reconhecer as necessidade de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que o planejamento das ações, assim como a programação dos s e r v i ç o s d e s a ú d e , p a r t a d a s necessidades de saúde das pessoas. 9. Participação da comunidade: estimular a participação das pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde na atenção básica e a competência cultural no cuidado, como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território. Funcionamento da atenção básica A atenção básica funciona nas UBSs, nas Unidades de Saúde Fluviais e nas Unidades Odontológicas Móveis, onde atuam equipes multiprofissionais. • É re c o m e n d a d o q u e U B S t e n h a m funcionamento com carga horário mínima de 40 horas/semanais, no mínimo 5 dias da semana e no 12 meses do ano. • Horários alternativos podem ser pactuados nas instâncias de participação social. • Podem ter até 4 equipes de Atenção Básica ou Saúde da Família para atingir seu potencial resolutivo. • Assumem a responsabilidade sanitária por 1 população de 2000 a 3500 pessoas, residentes em territórios definidos. Devem realizar acolhimento e escuto ativa de todos, mesmo que não seja da área de abrangência, com classificação de risco e encaminhamento responsável e articulado com outros serviços. • Cinco tipos de equipe: I. Equipe de Saúde da Família (ESF) II. Equipe de Atenção Básica (EAB) III. Equipe de Saúde Bucal IV. Núcleo ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) V. Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde - EAP: portaria nº 2539 deverão ser compostas minimamente por médicos eenfermeiros, preferencialmente especialistas em medicina de família e comunidade. poderão ser de 2 modalidades: I. Carga horária mínima do profissional de 20 horas semanais, com população adscrita de 50% da adstrita para a ESF; ou II. Carga horária mínima do profissional de 30 horas semanais, com população adscrita de 75% da adscrita para a ESF. O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos. Em área de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da população com número máximo de 750 pessoas por ACS. O NASF-AB é constituído por uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por categorias de profissionais da saúde, complementar as equipes que atuam na AB - Portaria nº 154 de 2008: criar os NASF (núcleos de apoio à saúde da família) com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da AB, bem como sua resolubilidade, apoiando a inserção da estratégia de saúde da família na rede de serviços e o processo de territorialização e regionalização a partir da AB. - Portaria nº 3124 de 2012: - Portaria nº 2436 de 2017: compete especificamente aos NASF-AB a) participar do planejamento conjunto com as equipes que atuam na AB à que estão vinculadas. b) contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS, com o aumento da capacidade de análise e interveção, tanto clínica quando sanitária. c) realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado, interconsulta, educação permanente, ações de prevenção e promoção da saúde… Poderão compor NASF-AB: médico acunpuntu r i s ta , ass is ten te soc ia l , p r o fi s s i o n a l d e e d u c a ç ã o f í s i c a , f a r m a c ê u t i c o , fi s i o t e r a p e u t a , fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo, médico veterinário… equipes para populacoes específicas Equipes de consultório na rua (ECR): composição variável, articular e prestar atenção integral à saúde de pessoas em situação de rua ou com características análogas. Equipe de atenção básica prisional (EABP): equipe multiprofissional que deve estar cadastrada no Sistema Nacional de Estabelecimentos de Saúde Vigente, função de articular e prestar atenção integral à saúde das pessoas privadas de liberdade. Atribuições dos profissionais da Atenção Básica I. Participar do processo de territorialização e mapeamento da área II. Cadastrar e manter atualizado o cadastramento no sistema de informação da AB vigente III. Realizar o cuidado integral à saúde da população adscrita IV. Realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade da população, bem como as já previstas legalmente V. Garantir a atenção à saúde da população, buscado a integralidade e garantir de atendimento da demanda espontânea, realização das ações programáticas, coletivas e de vigilância. VI. Participar do acolhimento VII. Responsabilizar-se pelo acompanhamento d a p o p u l a ç ã o p e r m i t i n d o a longitudinalidade do cuidado VIII.Participar do cuidado individual e familiar IX. Responsabil izar-se pela população mantendo a coordenação do cuidado X. Utilizar o Sistema Informação da Atenção Básica vigente para registro das ações de saúde na AB. XI. Realizar antemão domiciliar a pessoas que necessitam XII.Realizar trabalhos interdisciplinares e em equipe XIII.Participar de reuniões de equipes XIV.Articular e participar das atividades de educação XV. Realizar acoes de educação em saúde XVI.Contribuir para o processo de regulação do acesso XVII.Realizar gestão das filas de espera, evitando encaminhamento desnecessário XVIII.Prever nos fluxos das RAS entre os pontos de atenção de d i ferentes configurações tecnológicas a integração por meio de serviços de apoio logístico, técnico e de gestão XIX.Instituir ações para segurança do paciente XX.Realizar busca ativa e notificar doenças, situações sanitárias.. XXI.Realizar busca ativa de internações e atendimentos de UE por causas sensíveis à AB XXII.Realizar visitas domiciliares à pessoa em res idênc ia , ins t i tu ições de longa permanêninca, abrigos. XXIII.Part icipar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS XXIV.P r o m o v e r a m o b i l i z a ç ã o e a participação da comunidade XXV.Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializar ações intersetoriais XXVI.Acompanhar e registrar no sistema de informação da atenção básica e no mapa de acompanhamento do programa bolsa família as condicionalidades de saúde das familiar beneficiárias XXVII.Realizar outras ações e atividades, de acordo com as prioridades locais Médico I. Realizar a atenção à saúde às pessoas e famílias sob sua responsabilidade; II. Realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais e s p a ç o s c o m u n i t á r i o s ( e s c o l a s , associações…), em conformidade com p ro t o c o l o s , d i re t r i z e s c l í n i c a s e terapêuticas, bem como outras normativas técnicas estabelcidadas pelos gestores (federal, estadual, municipal ou distrito federal), observadas as disposições legais da profissão; III. Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; IV. Encaminhar, quando necessário, usuários a outos pontos de atenção, respeitando fluxos loca is , mantendo sob sua responsabilidade o acompanhamento do plano terapêutico prescrito; V. Indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanhamento da pessoa; VI. Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS e ACE rm conjunto com os outros membros da equipe; VII. Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. acolhimento/desfecho Acolhimento com classificação de risco: escuta qualificada e comprometida com a avaliação do potencial de risco, agravo à saúde e grau de sofrimento dos usuários, considerando dimensões de expressão (física, psíquica, social, etc) e gravidade, conforme a necessidade, a partir de critérios clínicos e de vulnerabilidade disponíveis em diretrizes e protocolos assistenciais definidos no SUS As informações obtidas no acolhimento com classificação de risco deverão ser registradas em prontuário do cidadão. Os desfechos do acolhimento com classificação de risco poderão ser definidos como: 1. Consulta ou procedimento imediato 2. Consulta ou procedimento em horário disponível no mesmo dia 3. A g e n d a m e n t o d e c o n s u l t a o u procedimento em data futura 4. Procedimento para resolução de demanda simples prevista em protocolo, como renovação de receitas para pessoas com condições crônicas, condições clínicas estáveis ou solicitação de exames para o seguimento de linha de cuidado bem definida. 5. Encaminhamento a outro ponto de atenção da RAS, mediante contato prévio 6. Orientação sobre territorialização e fluxos da RAS, com indicação específica do serviço de saúde que deve ser procurado nas demandas em que a classificação de risco não exija atendimento no momento da procura do serviço.
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