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UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE GABRIELE LOISE MARTINS ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA: DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA SANTANA DE PARNAÍBA 2020 2 SUMÁRIO 1. RESUMO............................................................................................... 03 2. INTRODUÇÃO....................................................................................... 04 3. FISIOPATOLOGIA................................................................................. 05 4. PROGNÓSTICO E TRATAMENTO........................................................07 5. CONCLUSÃO.........................................................................................09 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.......................................................10 3 1. RESUMO O presente trabalho objetiva por meio de uma abordagem básica sobre a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica esclarecer os principais aspectos de tal patologia tão presente atualmente na sociedade. Acompanhando o folder preventivo produzido, busca-se explicitar os processos etiológicos que levam ao quadro e como evitar ou reconhecer os principais fatores de risco. 4 2. INTRODUÇÃO O crescimento do consumo de tabaco que se iniciou da década de 50 acompanha o desenvolvimento capitalista e industrial de produção em massa, assim como as mudanças sociais e de consumo das populações. Consequentemente, eleva-se o número de patologias relacionadas e a necessidade de abordar o tema. Segundo relatório da US Surgeon General, publicado em 2014, o número de fumantes subiu em 200 milhões entre os anos 1980 e 2012. Isso demonstra que apesar de haver mais informações acerca das doenças relacionadas ao hábito, o tabagismo ainda permanece como um problema de saúde pública. Sua principal complicação atualmente é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, uma degeneração crônica progressiva do tecido pulmonar que pode levar a crises tão graves que ocasionam em óbito. Em 2018, foi a quarta maior causa da internação no Sistema Único de Saúde. O objetivo do trabalho subsequente é abordagem a origem da DPOC, quais os tratamentos atuais e a atuação fisioterapêutica clínica. 5 3. FISIOPATOLOGIA A origem do desenvolvimento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica está na interação entre fatores genéticos e/ou relacionados ao sistema do paciente com agentes ambientais. A principal alteração genética é a deficiência do inibidor de enzimas Alfa-1 Antitripsina. Ela é produzida pelo fígado e tem a função de inativar a elastase (enzima anti-inflamatória que quebra proteínas). Quando há uma alteração e a Alfa-1 não é produzida, não há balanceamento da ação da elastase nos pulmões e o tecido pulmonar começa a ser destruído. Há exames laboratoriais indicados para descoberta desta condição e o paciente normalmente apresenta sinais de enfisema precoce e/ou problemas hepáticos. Outra situação comum em pacientes de DPOC que possuem fatores de risco endógenos é a hiperresponsividade brônquica. Mais conhecida como asma brônquica, a H.R.B. é designada como hiperconstrição exagerada das vias aéreas frente a algum estímulo exógeno. Importante salientar que embora a asma seja um agente de vulnerabilidade para o desenvolvimento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, ambas são muito diferentes e não devem ser confundidas. A asma ocorre apenas nas vias aéreas como uma resposta exacerbada e pode ser controlada ou até mesmo revertida, enquanto a DPOC é um processo degenerativo intensificado por toxinas, que acomete as vias aéreas assim como todo o parênquima pulmonar e não pode ser revertido. Outros acometimentos que tornam o indivíduo com alta propensão a desenvolver a doença é a prematuridade, desnutrição ou distúrbios do crescimento pulmonar. Analisando os fatores ambientais, o principal deles e mais comum é o tabagismo. O cigarro possui aproximadamente mais de 4.700 substâncias tóxicas, sendo algumas delas o monóxido de carbono e plutônio. O monóxido de carbono possui uma afinidade muito mais alta com a hemoglobina do que o oxigênio, se difundindo pela membrana capilar com muita velocidade. 6 Consequentemente, os tecidos passam a receber CO ao invés de O2 e em altos níveis pode ocorrer intoxicação que leva à morte. Já o plutônio é um metal radioativo e é um dos elementos mais encontrados em biópsias de neoplasias malignas pulmonares. O segundo maior fator de risco exógeno é a DPOC ocupacional, em que há trabalhadores expostos por um longo período a agentes tóxicos passíveis de inalação. De forma sistêmica, a inalação de tais toxinas por um tempo prolongado - estimativas apontam que 20 anos contínuos de consumo já são suficientes - desencadeia processos inflamatórios permanentes. Forma-se então um desequilíbrio entre as proteases pulmonares (incluindo a elastase) e seus inibidores. Há então maior quebra proteica e subsequente destruição tecidual já que sua inibição não é suficiente. Em níveis graves, a inflamação não pode ser controlada e se torna crônica, resistindo até mesmo ao tratamento com anti-inflamatórios corticoides. Os pacientes então desenvolvem sintomatologias de duas patologias concomitantemente, sendo estas: • Bronquite Obstrutiva Crônica: Inflamação crônica da traqueia e brônquios médios, com obstrução por formação constante de muco; • Enfisema Pulmonar: Perda da capacidade elástica alveolar e risco severo de atelectasia. Os principais exames para detectar a presença de DPOC são os testes de função pulmonar, aliado aos dados coletados durante anamnese. Exames de imagem como radiografias de tórax também se mostram úteis em revelar situações mais graves e comorbidades. Em pacientes com idade inferior a 50 anos ou sem exposição à fatores de risco, é recomendado o exame laboratorial dos níveis de Alfa-1 Antritripsina. 7 4. PROGNÓSTICO E TRATAMENTO O primeira e mais fundamental ação terapêutico é a cessação do tabagismo. O Sistema Único de Saúde oferece a nível nacional em sua Atenção Básica orientações sobre como abandonar o vício, por meio do número 135 e grupos de apoio nas Unidades Básicas de Saúde. O manejo do paciente estável de DPOC é impedir o agravamento dos estágios da patologia e assim evitar as exarcebações (todas as crises agudas que acarretam dispneia grave e risco eminente de morte). O tratamento medicamentoso e o fim do tabagismo são a base de todo o plano terapêutico, uma vez que tal condição por ser crônica e progressiva necessita de fármacos que diminuam os sintomas. A classe de broncodilatadores fornecem grande alívio e poucas ações colaterais, sendo ministrados de preferência por via inalatória e receitados a critério do médico. Já os corticosteroides inalatórios, embora demonstrem benefício de baixa magnitude e efeitos transitórios, também pode ser usado por sua maior velocidade farmocinética. Porém, seus efeitos colaterais são severos e há inclusive risco de o quadro evoluir para pneumonia. Por último e menos usada pelos seus custos, a oxigenoterapia domiciliar é indicada para casos em que há evolução do quadro para hipoxemia crônica. O serviço deve ser provido por agentes especializados e qualificados, afinal há necessidade de monitorar os níveis de PaO2 e SpO2 e pela existência do risco de intoxicação. Junto ao fim da inalação do fator lesivo e do acompanhamento medicamentoso necessário, surge a necessidade de recuperação de função pulmonar ou seu mantimento. É então que a Fisioterapia Respiratória age. Seus principais objetivos terapêuticos e condutas são: • Reduzir a dispneia por meio de posicionamentos específicos (por exemplo: inclinação superior do tronco com apoio dos membros superiores) e exercícios respiratórios de expiração ativa, freno labial e diafragmática. Em casos de dispneia intensificadapor ansiedade, exercícios de relaxamento são indicados; 8 • Melhora da capacidade aeróbica para exercícios ou atividades de vida diária: O treinamento de endurance demonstra altamente recomendado para pacientes de DPOC em qualquer estágio, exceto em caso de incapacidade severa de manter o tempo necessário. Neste caso, alternar para o treinamento intervalado até obter condições para evolução. • Potencializar a higiene brônquica: Através de técnicas de expiração forçada e drenagem postural (que podem inclusive serem feitas de forma autônoma), há bons resultados na mobilização e excreção de secreções. • Reeducação pulmonar: Ganho de força muscular do aparelho inspiratório para potencializar a ventilação e oxigenação pulmonar e como prevenção para que não ocorra dispneia durante treinamento físico. 9 5. CONCLUSÃO Embora dados demonstrem a importância de tal patologia para os sistemas de saúde mundiais, a população ainda desconhece a condição e não adere ao principal método preventivo: cessação do tabagismo. Há diversas iniciativas governamentais e políticas públicas, no Brasil, que buscam diminuir o número de fumantes. Tais ações têm resultado em bons índices: Desde 2006, o Brasil diminuiu em 40% o número de fumantes. Além disso, não é apenas a DPOC que tem origem no tabagismo. Doenças cardíacas e neoplasias de pulmão ou vias aéreas têm também enorme impacto no sistema de saúde e na mortalidade da população adulta. Portanto, é necessário por meio de informações e estratégias educacionais inserir a importância de evitar o tabagismo e de reconhecer a sintomatologia para que o tratamento adequado seja ministrado. 10 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES. The health consequences of smoking – 50 years of progress: a report of the Surgeon General. – Atlanta, GA.: U.S. 2014. Acesso 18 de Abril de 2020. 2. WISE, ROBERT A. Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) disponível em: < https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios- pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e- doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva- cr%C3%B4nica-dpoc>. Acesso 17 de Abril de 2020. 3. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 609, de 6 de junho de 2013: Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Disponível em: < https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/abril/02/pcdt- doenca-pulmonar-obs-cronica-livro-2013.pdf>. Acesso em 18 de Abril de 2020. 4. LANGER, D, & PROBST, VS, & PITTA, F, & BURTIN, C, & HENDRIKS, E, & SCHANS, CPVD, & PATERSON, WJ, & VERHOEF-DEWIJK, MCE, & STRAVER, RVM, & KLAASSEN, M, & TROOSTERS, T, & DECRAMER, M, & NINANE, V, & DELGUSTE, P, & MURIS, J, & GOSSELINK, R. Guia para prática clínica: fisioterapia em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Revista Brasileira de Fisioterapia, 13(3),183-20, 2009. Disponível em: < https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=2350/235016469011>. Acesso 17 de Abril de 2020. 5. Brasil está entre os países com maior número de casos de DPOC. Disponível em: <https://guiadafarmacia.com.br/brasil-esta-entre-os- paises-com-maior-numero-de-casos-de-dpoc/>. Acesso 18 de Abril de 2020. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/abril/02/pcdt-doenca-pulmonar-obs-cronica-livro-2013.pdf https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/abril/02/pcdt-doenca-pulmonar-obs-cronica-livro-2013.pdf https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=2350/235016469011 https://guiadafarmacia.com.br/brasil-esta-entre-os-paises-com-maior-numero-de-casos-de-dpoc/ https://guiadafarmacia.com.br/brasil-esta-entre-os-paises-com-maior-numero-de-casos-de-dpoc/
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