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B i a n c a L o u v a i n | 1 (equilibrio acido-basico) MINI RESUMO DO EQUILIBRIO ACIDO-BASICO – FISIOLOGIA RENAL O equilíbrio ácido-básico é extremamente importante para o nosso organismo, mantendo assim as funções essenciais do nosso corpo. RELEMBRANDO... • Ácido – qualquer substancia que libera prótons (H+) em meio aquoso. H2CO3 + H2O ↔ H3O + HCO3 • Base – qualquer substancia que recebe prótons (H+). HCO3 + H3O ↔ H2CO3 Observação: proteínas tem carga negativa e aceitam H+. ALTERAÇÕES NO PH O pH de uma solução é medido através da concentração de H+ e, como a concentração de H+ no nosso organismo é muito baixa (0,00004 Eq/L ou pH = 7,4), qualquer mínima alteração é capaz de causar uma disfunção. Por exemplo, o pH normal do nosso corpo é de 7,4, ligeiramente alcalino. Com isso, uma mudança de 1 unidade de pH representa uma mudança de 10 vezes na concentração do pH. • Proteínas intracelulares, como enzimas e canais de membrana, são particularmente sensíveis ao pH, uma vez que a função dessas proteínas depende da sua forma tridimensional. Mudanças na concentração do H+ alteram a estrutura terciária de proteínas através da interação com ligações de hidrogênio dessas moléculas, alterando a estrutura tridimensional das proteínas e suas atividades; • Um pH anormal pode afetar significativamente a atividade do sistema nervoso. Se o pH é muito baixo – uma condição denominada acidose –, os neurônios tornam-se menos excitáveis, resultando em depressão do SNC. Os pacientes tornam-se confusos e desorientados e, então, entram em coma. Se a depressão do SNC progride, os centros respiratórios deixam de funcionar, levando à morte; • Se o pH é muito alto – uma condição denominada alcalose –, os neurônios tornam-se hiperexcitáveis, disparando potenciais de ação mesmo frente a pequenos sinais. Essa condição se manifesta primeiro por alterações sensoriais, como falta de sensibilidade ou formigamento, e depois por abalos musculares. Se a alcalose é grave, as contrações musculares tornam-se sustentadas (tetania) e paralisam os músculos respiratórios. Observação: algumas enzimas fogem do padrão sanguíneo – entre 7,2 e 7,4 – sendo elas a pepsina que atua no pH 2 e a do suco pancreático. Distúrbios do equilíbrio acidobásico estão associados com distúrbios no equilíbrio do K. Isso ocorre parcialmente devido ao transporte renal que desloca os íons K e H em um antiporte. Na acidose, os rins excretam H e reabsorvem K utilizando uma H-K-ATPase. Na alcalose, os rins reabsorvem H e excretam K. O desequilíbrio do K geralmente se manisfesta como distúrbios em tecidos excitáveis, principalmente no coração. B i a n c a L o u v a i n | 2 DISTURBIOS DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO Os distúrbios podem ser metabólicos (quando há alteração na concentração de HCO3) ou respiratório (quando está relacionado com a alteração de CO2). ↑ HCO3 – alcalose metabólica (cetoacidose/acidose láctica) ↓ HCO3 – acidose metabólica (ingestão excessiva de HCO3 por antiácidos e excesso de vômito) ↑ PCO2 – acidose respiratória (DPOC) ↓ PCO2 – alcalose respiratória (ventilação artificial excessiva) REGULAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE PH A homeostasia do pH ocorre pelos tampões, pulmões através da ventilação e rins através do H+ e HCO3-. • Os tampões são a primeira linha de defesa, sempre presentes e esperando para impedir grandes oscilações do pH. • A ventilação é a segunda linha de defesa, é uma resposta rápida regulada reflexamente que pode controlar cerca de 75% dos distúrbios do pH. Sua regulação ocorre através do centro respiratório (formação reticular do bulbo) que regula a remoção de CO2 e H2CO3 do LEC; • A linha final de defesa fica com os rins. Eles são mais lentos do que os tampões e os pulmões, mas são muito eficientes ao enfrentar qualquer distúrbio de pH restante, sob condições normais. Eles promovem a excreção da urina (ácida ou alcalina) através do ajuste da concentração de H+ do LEC. SISTEMA TAMPÃO Um tampão é uma molécula que atenua, mas não previne, alterações no pH através da sua combinação com H+ ou da liberação desse íon. Na ausência de tampões, a adição de ácido a uma solução causa uma grande mudança no seu pH. Na presença de um tampão, a mudança de pH é moderada ou pode ser até imperceptível. Devido à produção de ácidos ser o maior desafio para a manutenção da homeostasia do pH, a maioria dos tampões fisiológicos se combina com o H. Os tampões são encontrados dentro da célula e no plasma. Tampões intracelulares incluem as proteínas celulares, os íons fosfato (HPO4) e a hemoglobina. A hemoglobina nos eritrócitos tampona o H+ produzido pela reação do CO2 com a H2O. Cada íon H tamponado pela hemoglobina deixa um íon bicarbonato no interior do eritrócito. Esse HCO3 pode, então, deixar o eritrócito em troca por um íon Cl- plasmático. PULMÃO/VENTILAÇÃO O aumento da ventilação é uma reação de compensação respiratória para a acidose. Mudanças na ventilação podem corrigir alterações no equilíbrio acidobásico, mas também podem causá- las. Devido ao equilíbrio dinâmico entre o CO2 e o H+, qualquer mudança na plasmática afeta tanto o conteúdo de H+ quanto o de HCO3 no sangue. Dessa forma, uma hipoventilação pode causar acidose e uma hiperventilação pode causar uma alcalose. B i a n c a L o u v a i n | 3 A ventilação será regulada por quimiorreceptores presentes no seio carotídeo que sinalizam para os centros bulbares de controle respiratório aumentarem a ventilação. Importante: os quimiorreceptores centrais do bulbo não podem responder diretamente às mudanças de pH no plasma, uma vez que o H+ não atravessa a barreira hematencefálica. Entretanto, mudanças no pH alteram a , e o CO2 estimula os quimiorreceptores centrais. REGULAÇÃO RENAL Os rins realizam aproximadamente 25% da compensação que os pulmões não podem dar conta. Eles alteram o pH de duas maneiras: • Diretamente, através da excreção ou da reabsorção de H; • Indiretamente, através da alteração da taxa, na qual o tampão HCO3 é reabsorvido ou excretado. A amônia derivada dos aminoácidos e os íons fosfato (HPO4) atuam como tampões renais, convertendo grandes quantidades de H+ em NH4 e H2PO4 . Esses tampões permitem uma maior excreção de H. Íons fosfato estão presentes no filtrado e se combinam com o H+ secretado no lúmen do néfron. Mesmo com esses tampões, a urina pode tornar-se muito ácida, até um pH de aproximadamente 4,5. Enquanto o H+ está sendo excretado, os rins sintetizam novo HCO3 a partir de CO2 e H2O. O HCO3 é reabsorvido para o sangue para atuar como um tampão e aumentar o pH. Na alcalose, os rins revertem o processo geral recém-descrito para a acidose, excretando HCO3 e reabsorvendo H+, em uma tentativa de trazer os valores de pH de volta para o normal. A compensação renal é mais lenta que a compensação respiratória, e seu efeito no pH pode não ser percebido antes de 24 a 48 horas. Contudo, uma vez ativada, a compensação renal controla de modo eficaz quase todas as alterações, exceto os distúrbios acidobásicos graves. Como acontece? 1. O H+ é secretado pela célula do túbulo proximal para o lúmen tubular em troca de um Na+ filtrado, que se desloca do lúmen para a célula tubular. Essa troca ocorre pela ação do NHE; 2. O H secretado combina-se com o HCO3 filtrado para formar CO2 no lúmen tubular. Esta reação é catalisada pela anidrase carbônica que está ligada à membrana luminal das células tubulares; 3. O CO2 recém-formado se difunde do lúmen para a célula tubular; 4. No citoplasma, o CO2 reage com a água para formar H2CO3, que se dissocia em H e HCO3; 5. O H+ formado no passo 4 pode ser secretado novamente no lúmen, substituindo o H+ que se combinou com o HCO3 filtrado