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1 Faculdade Pitágoras Uberlândia Disciplina: Sist. Estr. p/ o Meio Ambiente // Prof: Marcelo V. B. Borges // Curso: Eng. Ambiental e Sanitária Sistemas Estruturais para o Meio Ambiente 1 Conceitos fundamentais 1.1 Conceito Geral Segundo (ALMEIDA, 2009) uma estrutura pode ser definida como uma composição de uma ou mais peças, ligadas entre si e ao meio exterior de modo a formar um sistema em equilíbrio. Tal equilíbrio pode ser estático ou dinâmico. Uma estrutura é, portanto, um conjunto capaz de receber solicitações externas, denominadas de ativas, absorvê-las internamente e transmiti-las até seus apoios ou vínculos, onde elas encontram um sistema de forças externas equilibrantes, denominadas forças reativas. 1.2 Conceito específico de estruturas Na Engenharia, especificamente, denomina-se estrutura a parte resistente de uma construção, à qual se aplica o conceito geral apresentado anteriormente. Em uma construção pode-se claramente distinguir alguns dos elementos estruturais que compõem a parte resistente, ou estrutura, do prédio: lajes, paredes, pilares, sapatas e blocos, estes dois últimos sendo integrantes das fundações. A Figura 1 a seguir mostra alguns desses elementos estruturais. Figura 1 - Elementos resistentes da estrutura Fonte: (BARIVIERA, 2015) Viga Pilar Laje Parede 2 Faculdade Pitágoras Uberlândia Disciplina: Sist. Estr. p/ o Meio Ambiente // Prof: Marcelo V. B. Borges // Curso: Eng. Ambiental e Sanitária Os elementos estruturais, assim como toda e qualquer estrutura, devem apresentar as propriedades de resistência e de rigidez, isto é serem capazes de resistir cargas, dentro de certos limites, sem se romperem e sem sofrer grandes deformações ou variações de suas dimensões originais. 1.3 Tipos de elementos estruturais Quanto às dimensões e as direções das ações os elementos estruturais podem ser classificados em uni, bi e tridimensionais. • Unidimensionais Estruturas compostas por elementos unidimensionais, ou seja, em que o comprimento prevalece sobre as outras duas dimensões. Esses elementos podem ser simplificadamente representados através dos seus eixos. A Figura 2 que se segue ilustra exemplos de elementos unidimensionais. Figura 2 - Elementos unidimensionais Fonte: Imagens Google • Bidimensionais São aquelas em que duas de suas dimensões prevalecem sobre a terceira. Exemplos: lajes, paredes e cascas (ou domos). A Figura 3 que se segue ilustra alguns elementos bidimensionais. 3 Faculdade Pitágoras Uberlândia Disciplina: Sist. Estr. p/ o Meio Ambiente // Prof: Marcelo V. B. Borges // Curso: Eng. Ambiental e Sanitária Figura 3 - Elementos bidimensionais Fonte: Imagens Google • Tridimensionais São estruturas maciças em que as três dimensões se comparam. Exemplos de estruturas tridimensionais, conforme ilustrado na Figura 3 que se segue, blocos de fundações, blocos de coroamento de estacas e estruturas de barragens. Figura 4 - Elementos tridimensionais Fonte: Imagens Google 4 Faculdade Pitágoras Uberlândia Disciplina: Sist. Estr. p/ o Meio Ambiente // Prof: Marcelo V. B. Borges // Curso: Eng. Ambiental e Sanitária 1.4 Esforços os ações Os esforços ou ações, na engenharia estrutural, se classificam conforme indicado no Quadro 1 a seguir. Quadro 1 - Classificação dos esforços ou ações Esforços ou Ações Solicitantes Externos Diretos (forças e momentos) Ativos e Reativos Indiretos Temperatura, recalque Internos Forças: N, Qx, Qy Momentos: T, My e Mz Resistentes Tensões normais e Tangenciais Fonte: (ALMEIDA, 2009) 1.5 Tipos de forças aplicadas As cargas podem ser classificadas quanto à posição, à duração, à forma de aplicação. Segundo esta classificação as cargas podem ser: • Quanto à posição Fixas: cargas que não mudam de posição, ou que podem ser consideradas como tal. (Ex: peso próprio). Móveis: cargas que mudam de posição. (Ex: as ações dos veículos sobre as pontes). • Quanto à duração Permanentes: ações permanentes sobre as estruturas. (Ex: peso próprio). Acidentais: são provenientes de ações que podem ou não agir sobre as estruturas. (Ex: peso de pessoas, mobiliário, etc). • Quanto à forma de aplicação Concentradas: quando de admite a transmissão de uma força, de um corpo a outro, através de um ponto. (Ex: Peso de pilares) 5 Faculdade Pitágoras Uberlândia Disciplina: Sist. Estr. p/ o Meio Ambiente // Prof: Marcelo V. B. Borges // Curso: Eng. Ambiental e Sanitária Distribuída: quando se admite a transmissão de uma força de forma distribuída, seja ao logo do comprimento ou através de uma superfície. (Ex: cargas em vigas e lajes respectivamente). 1.6 Objetivos da análise estrutural • Determinação dos Esforços solicitantes internos (ESI) • Determinação das reações de apoio 2 Conceitos básicos da estática 2.1 Graus de liberdade Qualquer movimento de um ponto no espaço é perfeitamente definido por meio de seis componentes ou graus de liberdade. Já a estrutura plana fica-se reduzido a 3 graus de liberdade como mostrado na Figura 5 a seguir. Figura 5 - Componentes de movimento de um ponto no espaço e no plano Fonte: (ALMEIDA, 2009) Sendo: Ө = rotação em torno do eixo D = Deslocamento no eixo 6 Faculdade Pitágoras Uberlândia Disciplina: Sist. Estr. p/ o Meio Ambiente // Prof: Marcelo V. B. Borges // Curso: Eng. Ambiental e Sanitária 2.2 Equações de equilíbrio estático O que impedem que as estruturas se desloquem quando submetidas a forças ativas são os apoios, capazes de gerar forças reativas nas direções dos deslocamentos impedidos. O equilíbrio das forças e momentos do sistema, nas direções X, Y e Z, fornece as seguintes equações de equilíbrio estático: = = = 0 0 0 z y x F F F = = = 0 0 0 z y x M M M 2.3 Representação dos apoios • Apoio simples (ou móvel): ✓ Impede a translação em uma direção; ✓ Permite a translação na direção perpendicular à impedida; ✓ Permite a rotação (em torno de Z) A Figura 6 que se segue ilustra exemplos de representação do apoio simples. Figura 6 - Apoio simples Fonte: Autor • Rótula (ou fixo): ✓ Impede as translações nas duas direções (X e Y); ✓ Permite a rotação (em torno de Z). A Figura 7 que se segue ilustra exemplos de representação do apoio fixo. 7 Faculdade Pitágoras Uberlândia Disciplina: Sist. Estr. p/ o Meio Ambiente // Prof: Marcelo V. B. Borges // Curso: Eng. Ambiental e Sanitária Figura 7 - Apoio fixo Fonte: Autor • Engaste: ✓ Impede as translações nas duas direções (X e Y); ✓ Impede a rotação (em torno de Z). A Figura 8 que se segue ilustra exemplos de representação do engaste. Figura 8 - Engaste Fonte: Autor 2.4 Estaticidade e estabilidade de modelos planos Quanto à estabilidade as estruturas podem ser classificadas como: • Estáveis: quando o sistema de forças reativas for capaz de equilibrar qualquer sistema de forças ativas. • Instáveis: quando as forças reativas forem em número insuficiente, ou formarem um sistema de forças paralelas ou concorrentes. A Figura 9 a seguir ilustra duas estruturas, a primeira é considerada estável e a segunda instável. 8 Faculdade Pitágoras Uberlândia Disciplina: Sist. Estr. p/ o Meio Ambiente // Prof: Marcelo V. B. Borges // Curso: Eng. Ambiental e Sanitária Figura 9 - Estabilidade das estruturas Fonte: autor Quanto a estaticidade as estruturas podem ser classificadas como isostáticas hipostáticas ou hiperestáticas, dependendo apenas do seu grau de liberdade (g). Onde: 3−= vg Sendo: g = graus de liberdade; v = numero de vínculos ou reações • Isostática: estrutura cujos vínculos impedem que ela se movimente; o número de vínculos é o estritamente necessário para impedir movimento (g = 0);• Hipostática: estrutura que pode apresentar movimento; o número de vínculos é menor que o número necessário (g < 0); • Hiperestática: estrutura que não pode apresentar movimento mesmo retirando-se algum vínculo; grau de hiperestaticidade é o número máximo de 9 Faculdade Pitágoras Uberlândia Disciplina: Sist. Estr. p/ o Meio Ambiente // Prof: Marcelo V. B. Borges // Curso: Eng. Ambiental e Sanitária vínculos que podem ser suprimidos sem que se torne hipostática o número de vínculos é maior que o número necessário (g > 0). A Figura 10 a seguir ilustra três exemplos quanto à estaticidade das estruturas. Figura 10 - Estaticidade das estruturas Fonte: autor Referências Bibliográficas ALMEIDA, M. C. (2009). Estruturas Isostáticas. São Paulo: Oficina de Textos. BARIVIERA, C. (19 de Junho de 2015). ESO - Alvenaria Racionalizada: Primeira fiada. Acesso em 21 de Janeiro de 2017, disponível em ESO: https://www.ufrgs.br/eso/content/?tag=alvenaria
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