Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Pamela Barbieri – T23 Sistema Imunológico é entendido como a transferência de órgãos, tecidos e/ou células de seu local de origem para outro, com a finalidade de sanar uma deficiência ou patologia. Tipos de transplantes: → Autoenxerto: transplante de tecido de um local para o outro no mesmo indivíduo; transplante de pele (indivíduos vítimas de queimaduras); não há risco de rejeição. →Isoenxerto: transplante entre indivíduos geneticamente idênticos; não há risco de rejeição →Aloexerto: transplante entre indivíduos diferentes geneticamente da mesma espécie; há risco de rejeição na ausência de terapia de imunossupressora. →Xenoenxerto: transplante de uma espécie para outra; forte risco de rejeição; apresentam problemas extras na prevenção de sua rejeição. ▪Resposta imunológica ao transplante: A resposta imune dirigida às células da mesma espécie é chamada de resposta alogênica e o transplante alogênico pode ser divide e m 4 fases: 1) Inflamação cirúrgica e ativação da resposta imune inata 2) Reconhecimento de aloantígenos 3) Ativação de linfócitos antígenos-específicos 4) Fase efetora da rejeição do enxerto. A resposta inflamatória iniciada pelo processo cirúrgico, gera um microambiente inflamatório no enxerto e induz expressão e diversos mediadores inflamatórios, assim como recrutamento e ativação de diferentes tipos de células (linfócitos, macrófagos, células dentriticas). Se o transplante for autólogo (geneticamente idênticos) o processo inflamatório regride e desaparece e o enxerto permanece viável e funcional. No transplante alogêncio, a resposta imune inflamatória é perpetuada e amplificada, evoluindo para evolução e perda do enxerto se não for usada uma droga imunossupressora. A rejeição ocorre pela capacidade que as células do SI têm de reconhecer molecularmente Ag polimórficos derivados de células do doador e desencadear uma resposta imunológica agressiva dirigida ao enxerto. Dessa forma, transplantes entre doadores e receptores não idênticos (aloenxertos e xenoenxertos) são rejeitados porque o sistema imune reconhece antígenos estranhos no enxerto e monta uma resposta imune específica para eliminar o órgão estranho. Os antígenos de transplantes que estimulam a rejeição de aloenxertos entram em duas categorias: ▪ antígenos principais de transplantes ▪ antígenos secundários MHC e seu papel nas respostas imunológicas: Reconhecimento de Ag e esse reconhecimento é devido a: receptores de Ag das células T, os peptídeos antigênicos e as moléculas do MHC. Mecanismos de rejeição – aloenxertos ▪Direto: os Linfócitos T do receptor reconhecem MHC peptídeo nas APCs do doador. →APC do doador já vem com o Ag processado. APC alogência (veio do receptor). Antígenos principais de transplantes: HLA HLA pode levar a uma resposta exacerbada, porque a célula que está recebendo o órgão pode reconhecer essa molécula, por isso é necessário teste de compatibilidade. Pamela Barbieri – T23 Sistema Imunológico Direto: APC alogênica e linfócito do receptor reconhece. ▪Indireta: os Linfócitos T do receptor reconhecem os antígenos alogênicos derivados do doador, processados e apresentados na forma de peptídeos pelas APCs do próprio receptor. →processamento ocorre no receptor APC está no enxerto → essa APC é reconhecida por uma célula presente no receptor (essa célula tem que processar esse Ag para apresentar aloantígeno para o receptor) → uma célula produtora de Ag está no receptor → apresenta Ag ao Linfócito T do receptor. Células do enxerto são fagocitadas, suas moléculas MHC processadas e apresentadas como pepldeos estranhos a linfócitos do receptor como se fossem qualquer anlgeno não próprio e disparam uma resposta equivalente. ▪Semi-direta: as APCs do doador transferem MHC-peptídeo para as APCs do receptor e essas células, agora, adquirem capacidade de induzir alorreatividade. →Não precisa de processamento. Mistura dos dois mecanismos (direto – não processado no receptor – e indireto – APC do próprio receptor apresentando ao LT): tem APC do enxerto e tem a APC do receptor → ocorre a transferência do MHC para a APC do receptor → e então a apresentação para o linfócito T. Pamela Barbieri – T23 Sistema Imunológico Sensibilização: Essa fase corresponde ao momento de alorreconhecimento, ativação, proliferação e expansão clonal de linfócitos T alorreativos. Essa fase ocorre principalmente nos linfonodos, mas podem ocorrer no microambiente do enxerto. Esses linfócitos ativados migram e são capazes de agredir as células do enxerto através de diversos mecanismos, como consequência de uma rede de interações celulares e moleculares (que compreendem secreção de diversas citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento). Ocorre o recrutamento de células predominantemente inflamatórias para o enxerto, contribuindo para agressão do órgão transplantado. Nas fases bem precoces do transplante, provavelmente induzidas pelo dano casado pela isquemia e reperfusão, ocorre ativação de diversos genes relacionados a indução de apoptose, assim como outros pró e anti-inflamatórios. É bem possível que o equilíbrio de ativação dos pro e anti-inflamatórios influenciem no desfecho evolutivo do enxerto, mesmo em longo prazo. Rejeição: Após a fase de sensibilização, os LT podem orquestrar diferentes mecanismos efetores de agressão ao órgão transplantado. ▪Mecanismos efetores de rejeição: Hipersensibilidade tardia, mediada por LTCD4, com produção de uma variedade de citocinas inflamatórias (IL-2, Interferon-gama e TNF), recrutando mais células inflamatórias, ativando-as e induzido a sua proliferação. Citotoxcidade mediada por LTCD8: esses linfócitos são capazes de induzir lise celular, ou indução de apoptose mediada por Fas/Fas-L. Pamela Barbieri – T23 Sistema Imunológico Além desses, os linfócitos T também podem ajudar os linfócitos B a produzirem aloanticorpos dirigidos contra moléculas polimórficas do doador, ou ainda dirigidos contra outros antígenos tecido-específicos. Esses Ac podem se fixar a componentes do complemento e causar dando tecidual após ativação da cascata do complemento ou ainda promover citotoxicidade mediada por Ac. Tipos de rejeição: Hiperaguda: receptor tem Ac pré-existentes contra o enxerto. É caracterizada por ocorrer dentro de minutos ou horas após o transplante. Assim, Ac pré-formados reagem com aloantígenos no endotélio vascular do enxerto, ativando sistema complemento e desencadeando trombose intravascular e necrose das paredes dos vasos. Aguda: mediada por linfócitos T (apresentação indireta) e anticorpos. Correlacionada ao mecanismo indireto. Caracterizada por uma hipersensibilidade tardia, com infiltrados de células TCD8 (principalmente) e CD4 e inicia após primeira semana do transplante. Assim LTCD4 causa inflamação caracterizando hipersensibilidade tardia, e o TCD8 reage com aloantígenos nas células do enxerto (citotoxicidade), ou então os anticorpos reativos com as células endoteliais, ocasionando lesão dessas células. Pode causar lesão vascular e parenquimatosa. Crônica: caracterizada por fibrose vascular, que pode ser expressão de citocinas estimuladoras de fibroblasto ou mesmo reparação de danos causados na rejeição aguda. É mediada por células CD4 e Ac. Pode resultar na oclusão total dos vasos, com proliferação de células musculares, como na aterosclerose do enxerto. Na rejeição crônica com aterosclerose do enxerto, as células T reativas aos aloantígenos do enxerto, podem produzir citocinas que induzem inflamação, proliferação de células musculares, levando a oclusão luminal. Ocorre após 6 meses a 1 ano. →Profilaxia e tratamento: Primeira etapa: correlação de tipo sanguíneo – verificar compatibilidade entre doador e receptor. Interação do Ig do receptor com o linfócito do doador → ataque a membrana. Soro doreceptor (com Ig), o qual se adere ao linfócito do doador, se ocorrer a lise, reatividade. - Quando não tenho Ac para o doador → receptor não possui Ac contra o enxerto → não ocorre lise. 1)Receptor possui Ac anti-doador 2) Receptor não possui Ac anti-doador Pamela Barbieri – T23 Sistema Imunológico Segunda etapa: correlação do antígeno leucocitário humano (HLA), através da tipagem tecidual. Terceira etapa: uso de imunossupressores A ciclosporina e FK506 inibe a ativação do NFAT (fator nuclear de células T ativadas) e a transcrição da citocina IL-2 e outros genes, o que bloqueia a proliferação e diferenciação de células T dependentes de IL-2. Mecanismos de fármacos imunossupressores: bloqueando a ativação de linfócitos T na sua reatividade contra o enxerto. CTLA-4 (impede ligação de B7 com CD28) pode ser utilizada como droga imunossupressora, não ocorrendo ativação de linfócitos (ficam anérgicos). Tomar anti-B7 para não ativar a célula pode diminuir a ativação da efetividade, mas há sim resposta para linfócito T (pois há uma infinidade de interações).
Compartilhar