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Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospermum mopane) no Posto Administrativo de Combomune

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA 
DIVISÃO DA AGRICULTURA 
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL 
 
 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane 
(Colophospermum mopane) no Posto Administrativo de Combomune 
 
 
Projecto final defendido como requisito para obtenção do grau de Licenciatura em 
Engenharia Florestal 
 
Autor: 
Baptista Jaime Milione 
 
Tutor: 
dr. Eleutério Mapsanganhe (MSc) 
 
Co-Tutor 
Eng. Severino Macôo 
 
 
 
 
Lionde, Outubro de 2017 
 
I 
 
 
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA 
Declaração 
 
Declaro por minha honra que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e 
das orientações dos meus tutores, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas 
estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final. Declaro ainda que 
este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para propósito semelhante ou 
obtenção de qualquer grau académico. 
 
 
Lionde, ______ de _______________ de 2017 
 
_______________________________________ 
(Baptista Jaime Milione) 
 
 
 
 
II 
 
DEDICATÓRIA 
 Dedico este trabalho ao meu pai Jaime Milione e a minha mãe Luisa José Dias que, com 
muito carinho е apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha 
vida. 
Aos meus irmãos Hortêncio Jaime Milione, Orlanda Jaime Milione, Águeda Jaime Milione e 
José Jaime Milione, pelo incentivo е pelo apoio constante. 
 
 
 
III 
 
AGRADECIMENTOS 
O meu primeiro agradecimento é a Deus por ter iluminado e abençoado a minha longa 
caminhada. 
Agradeço aos meus pais Jaime Milione e Luísa José Dias, aos meus irmãos Hortêncio Jaime 
Milione, Orlanda Jaime Milione, Águeda Jaime Milione, José Jaime Milione, e ao meu tio 
Padre José Luís Dias, pelo apoio moral e material que sempre souberam-me prestar. 
Agradeço ao dr. Eleutério José Gomes Mapsanganhe (MSc), por ter-me orientado e instruído 
com seu amplo conhecimento para que eu pudesse realizar este trabalho. 
 Ao Eng. Severino Macôo, pela sua disposição em me orientar e esclarecer as minhas dúvidas 
durante todo o percurso da realização do trabalho. 
 Também agradeço ao corpo Docente do curso de Engenharia Florestal, que sobejamente 
carregados de conhecimento, souberam transmiti-lo com profissionalismo, particularmente a 
Eng. Arménio Cangela (MSc), Eng. Mário Sebastião Tuzine (MSc), Eng. Pedro Wate, Eng. 
Emídio Matusse (MSc), Engª. Yolanda Malate, Eng. Edson Massingue, dr. Arão Finiasse, dr. 
Luís Comissário Mandlate (MSc) e dr. Sérgio Bila. 
 Agradeço ao SDAE de Mabalane em particular o Sr. Justino Heriques Timotio e ao produtor 
e comercializante de carvão Sr. Sebastião pela ajuda na colheita dos dados no campo. 
 Agradeço aos colegas de curso, em particular a Ernesto Victor Langa, Humberto Mário 
Maculuve, André Vino Salvador Chauque, Sílvio Jaime Miambo, Dalia Adriano Dalia 
Mamade, Ivânia dos Amores Adalberto Matsimbe, Alexandre Raul Livombo, Jorge José 
Calavete, Altino Fausto Cuna, Bento Cláudio, Ivan Paulo Farinha, Vilma Mafanela, Maura 
Edsa Maurício, Bilzia de Sousa, Rabeca Pedro, Gulamo Abubacar, e a todos os outros 
colegas que eu possa ter-me esquecido de citar, e que de certa forma também foram 
importantes para a minha formação. 
 O meu agradecimento estende-se aos meus amigos e amigas, Eunice da Agnalda Francisco 
Mabejane, Salva Violeta “Agrafinha”, Mustafa Lino Saide, Ana Sónia Sacar, Soares Rui, 
Manuel Inácio, Alcídio Azevedo e Elsídio Custódio, pelo apoio e amizade em todos os 
momentos da minha vida. 
 E há todos cujos nomes não mencionei mas que directa ou indirectamente contribuíram para 
minha formação académica. 
 
IV 
 
ÍNDICE 
DEDICATÓRIA .................................................................................................................................... II 
AGRADECIMENTOS ......................................................................................................................... III 
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................... VI 
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................................ VII 
LISTA DE ABREVIATURAS .......................................................................................................... VIII 
RESUMO .............................................................................................................................................. IX 
ABSTRACT ........................................................................................................................................... X 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 1 
 1.1. Problema e justificativa ................................................................................................................ 3 
 1.2.Objectivos ..................................................................................................................................... 4 
 1.2.1. Geral ....................................................................................................................................... 4 
 1.2.1. Específicos ............................................................................................................................. 4 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................... 5 
 2.1. Colophospermum mopane............................................................................................................ 5 
 2.2. Bens e serviços florestais ............................................................................................................. 5 
 2.3. Uso da biomassa como fonte de energia ...................................................................................... 6 
 2.4. Produção de carvão vegetal em Moçambique .............................................................................. 7 
 2.5. Consumo e comercialização de carvão e lenha no sul de Moçambique ...................................... 8 
 2.6.Valoração Económica Ambiental ................................................................................................. 9 
 2.6.1. Métodos de Valoração Ambiental .......................................................................................... 9 
 2.6.1.1. Método de Valoração Contingente (MVC) .................................................................... 10 
 2.6.2. Análise da viabilidade económica dos recursos florestais ................................................... 11 
 2.7. Técnicas de colecta de dados ..................................................................................................... 12 
 2.7.1. Inquérito ............................................................................................................................... 12 
 2.7.1.1. Inquéritos por entrevista ................................................................................................. 12 
 2.7.1.2. Inquéritos por questionário ............................................................................................ 13 
 2.7.2. Observação directa ............................................................................................................... 14 
 2.8. Métodos de amostragem ............................................................................................................ 14 
 2.8.1. Amostragem probabilística .................................................................................................. 14 
 2.8.1.1. Formas de amostragem probabilística ............................................................................14 
 2.8.2. Amostragem não probabilística ........................................................................................... 15 
 2.8.2.1. Formas de amostragem não probabilística ..................................................................... 15 
3. METODOLOGIA ............................................................................................................................. 17 
 3.1. Discrição da área de estudo ........................................................................................................ 17 
 
V 
 
 3.1.1. Clima .................................................................................................................................... 17 
 3.1.2. Relevo e Solo ....................................................................................................................... 18 
 3.1.3. Vegetação ............................................................................................................................. 18 
 3.1.4. Características Socioeconómicas da população ................................................................... 18 
 3.2. Materiais .................................................................................................................................... 19 
 3.3. Métodos de recolha de dados ..................................................................................................... 19 
 3.3.1. Determinação do tamanho da amostra para o inquérito ....................................................... 19 
 3.3.2. Identificação de bens e serviços disponibilizados pelo Mopane .......................................... 20 
 3.3.3. Avaliação do valor económico, social e ambiental das diferentes alternativas do uso 
ppppppppenergético do Mopane ........................................................................................................... 20 
 3.3.4. Avaliação da viabilidade económica das diferentes alternativas do uso energético do 
ppppppppMopane ................................................................................................................................. 21 
 3.3.5. Avaliação das diferentes técnicas usadas no processamento energético do Mopane ........... 21 
 3.4. Análise de dados ........................................................................................................................ 22 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................................... 23 
 4.1. Bens disponibilizados pelo Mopane .......................................................................................... 23 
 4.2. Perfil dos entrevistados .............................................................................................................. 24 
 4.2.1. Relação entre nível de escolaridade e a disposição a receber .............................................. 25 
 4.2.2. Relação entre faixa de renda e a disposição a receber ......................................................... 26 
 4.2.3. Relação entre faixa etária e a disposição a receber .............................................................. 27 
 4.3. O valor disposição a receber (DAR) .......................................................................................... 28 
 4.3.1. Análise da variância da DAR em diferentes faixas (escolaridade, renda e idade) ............... 29 
4.4. Avaliação da viabilidade económica das diferentes alternativas do uso energético do Mopane ... 31 
 4.4.1. Estrutura de custos da produção e venda de carvão e lenha ................................................. 31 
 4.4.2. Fluxo de caixa da produção e venda de carvão e lenha ....................................................... 33 
 4.4.3. Análise da viabilidade com base na relação custo benefício ............................................... 34 
 4.4.4. Principais fontes de rendimento dos inqueridos ................................................................... 34 
 4.5. Avaliação das técnicas usadas no processamento energético do Mopane ................................. 36 
 4.5.1. Dificuldades enfrentadas no acto da exploração do Mopane ............................................... 37 
5. CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 39 
6. RECOMENDAÇÕES ....................................................................................................................... 40 
7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 41 
ANEXO. ............................................................................................................................................... 47 
 
 
 
VI 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Métodos de Valoração Ambiental………………………………………………...10 
Figura 2: Mapa da área do estudo…………………………………………………………...17 
Figura 3: Médias da DAR para a faixa etária dos indivíduos envolvidos na produção e 
comercialização do Carvão vegetal.………………………………………………………….30 
Figura 4: Médias da DAR para a faixa etária dos indivíduos envolvidos na extracção 
e comercialização da lenha…………………………………………………………………...30 
Figura 5: Medias da DAR para a faixa de renda dos indivíduos envolvidos na produção 
e comercialização do carvão e da lenha………………………………………………….......30 
Figura 6: Médias da DAR para a faixa de renda dos indivíduos envolvidos na extracção 
e comercialização da lenha……………………………...…………………………………....30 
Figura 7: Principais fontes de rendimento dos inqueridos…………………………………..35 
Figura 8: Preparação de forno para a produção de carvão……………………………..……50 
 
 
 
 
VII 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 – Materiais usados para a realização do estudo ………….……..………...………21 
Tabela 2 – Bens disponibilizados pelo Mopane…………….……………………………….23 
Tabela 3 – Sexo e idade dos indivíduos envolvidos nas actividades de uso energético do 
Mopane………………….……………………………………………………………………24 
Tabela 4 – Relação entre nível de escolaridade e a disposição a receber dos 
indivíduos envolvidos na actividade de uso energético do Mopane…………………………25 
Tabela 5 – Relação entre faixa de renda e a disposição a receber dos indivíduos 
envolvidos na actividade de uso energético do Mopane……………………………………..26 
Tabela 6 – Relação entre faixa etária e a disposição a receber dos indivíduos envolvidos 
na actividade de uso energético do Mopane………………………………………………….27 
Tabela 7 – Disposição a receber para cada cenário (lenha e carvão) ..……………………..28 
Tabela 8 – Probabilidade da ANOVA em diferentes faixas (escolaridade, renda e idade) ..29 
Tabela 9 – Estrutura de custos da produção e venda de carvão e lenha…………………….32 
Tabela 10 – Fluxo de caixa da produção e venda de carvão e lenha ……………………….33 
Tabela 11 – Análise económica dos diferentes intervenientes da produção e 
comercialização de lenha e carvão…………………………………………………………...34 
Tabela 13 – Comparação de médias pelo método de LSD………………………………….50 
Tabela 14 – Principais fontes de rendimento dos inqueridos……………………………….50 
 
 
 
 
VIII 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
Aneel – Agência Nacional de Energia Eléctrica. 
ANOVA – Analysis of variance. 
FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. 
hab – Habitantes. 
MAE – Ministério da Administração Estatal. 
ME – Ministério da Energia. 
MICOA – Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental actualmente designado por 
MITADER – Ministério de Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural. 
MVC – Método de Valoração Contingente. 
SNIF – Sistema Nacional de Informações Florestais do Brasil. 
TNA – Tabelas de Números Aleatórios. 
 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopan) e 
no Posto Administrativo de CombomuneIX 
 
RESUMO 
 O presente trabalho teve como objectivo principal estudar as diferentes alternativas usadas 
no aproveitamento energético de Mopane (Colophospermum mopane), no posto 
administrativo de Combomune. A metodologia baseou-se em inquérito, onde foram 
inqueridos 94 indivíduos envolvidos no uso energético do Mopane, sendo 67 produtores de 
carvão e 27 comercializantes de lenha. A análise dos resultados foi efectuada no pacote 
estatístico SPSS versão 21, com recurso a estatística descritiva. Os resultados do estudo 
mostra que, todos os sectores produtivos a nível do posto administrativo estão directa ou 
indirectamente ligados ao uso do Mopane, e que a produção e comercialização do carvão é a 
principal fonte de rendimento de cerca de todas as famílias que praticam nesta actividade 
representados por 71% dos 94 indivíduos inqueridos. O valor económico médio da produção 
e comercialização do carvão foi de 46.239,00 Mt e 51.259,00 Mt para a actividade de 
comercialização de lenha. Avaliando a DAR com base no perfil socioeconómico dos 
inqueridos, as médias apresentam diferenças significativas na componente faixa etária e 
renda, com excepção do nível de escolaridade. Em relação a viabilidade económica, para os 
indivíduos que produzem e comercializam carvão obteve-se uma razão B/C de 1,67 e para os 
indivíduos que comercializam lenha, obteve-se uma razão B/C igual a 1,43; e em termos 
lucrativos o comercio de carvão é 10 % eficiente que o comercio de lenha. O estudo concluiu 
que a comercialização de lenha apresenta maior média da DAR (51.259,00 Mt), maior desvio 
padrão (12724) e maior coeficiente de variação (24.82) em relação a produção e 
comercialização de carvão que apresenta valores iguais a 46.239,00 Mt de média de DAR, 
10442 de desvio padrão e 22.58 de coeficiente de variação. 
 
Palavras-Chave: Aproveitamento energético; Mopane; Valor; Viabilidade económica. 
 
 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopan) e 
no Posto Administrativo de Combomune 
X 
 
ABSTRACT 
 
 The main objective of this work was to study the different alternatives used in the energy 
utilization of Mopane (Colophospermum mopane), at the administrative post of Combomune. 
The methodology was based on a survey, where 94 individuals were involved in the energy 
use of Mopane, of which 67 were charcoal producers and 27 merchants of firewood. The 
analysis of the results was carried out in the statistical package SPSS version 21, using 
descriptive statistics. The results of the study show that all productive sectors at the 
administrative post are directly or indirectly linked to the use of Mopane, and that the 
production and marketing of coal is the main source of income for all families practicing in 
this activity represented by 71% of the 94 individuals interviewed. The average economic 
value of the production and sale of coal was 46,239.00 Mt and 51,259.00 Mt for the 
commercialization of firewood. Evaluating the DAR based on the socioeconomic profile of 
the respondents, the averages present significant differences in the age and income 
component, with the exception of the educational level. Regarding the economic viability, for 
the individuals that produce and commercialize coal obtained a B / C ratio of 1.67 and for the 
individuals that commercialize wood, a B/C ratio of 1.43 was obtained; and in profitable 
terms the coal trade is 10% efficient than the firewood trade. The study concluded that the 
commercialization of firewood presents a higher average of ARD (51,259.00 Mt), a higher 
standard deviation (12724) and a higher coefficient of variation (24.82) in relation to the 
production and commercialization of coal with values equal to 46,239.00 Mt mean DAR, 
10442 standard deviation and 22.58 coefficient of variation. 
Keywords: Energy use; Mopane; Value; Economic viability. 
 
Keywords: Energy use; Mopane; Value; Economic viability. 
 
 
 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopane) 
no Posto Administrativo de Combomune 
 
Autor: Baptista Jaime Milione 1 
 
1. INTRODUÇÃO 
Segundo Soares et al., (2006), o aproveitamento energético de uma dada espécie florestal 
pode ser levado a cabo em diferentes formas; tais como a queima directa, carvão vegetal, 
aproveitamento de resíduos da exploração, como é o caso de óleos essenciais, ácido piro 
lenhoso, alcatrão, dentre outros. Contudo a lenha foi o insumo energético básico de maior 
utilização no mundo e teve fundamental importância na revolução industrial para produção de 
vapor. 
 Nos últimos anos verifica-se que mais de 90% dos agregados familiares dos países em via de 
desenvolvimento utilizam exclusivamente lenha para cozinhar e menos de 10% utiliza carvão 
vegetal (World Bank, 1987; citado por Fernandes, 2016). Em Moçambique estima-se que 
cerca de 80% da população utiliza lenha e carvão para a produção de energia doméstica, 
sendo que o volume de biomassa extraído para este fim é estimado em 18 milhões de metros 
cúbicos por ano (Bila, 2005). 
 O distrito de Mabalane devido a presença da espécie Colophospermum mopane, é um dos 
principais fornecedores do carvão vegetal consumido na cidade de Maputo e noutros centros 
urbanos do Sul do país, como são os casos das cidades da Matola, Xai-Xai e Chókwè 
(MICOA, 2006; Puná, 2008). A crescente exploração de carvão verificada no distrito deve-se 
a baixa produtividade agrícola e da falta de emprego (MAE, 2005). 
 Entretanto, as transformações nas florestas provenientes da exploração não seguem padrões e 
processos universais e unidireccionais, elas têm sido aceleradas de forma desordenada e 
resultam na eliminação da vegetação. Necessitando deste modo avaliar-se a forma em que o 
uso desta vegetação esta sendo levado a cabo, e se as técnicas ou procedimentos estão sendo 
empregues de forma sustentável e, em alguns casos tem de se prover a recuperação das 
mesmas (Moran, 2009). 
 O ecossistema de Mopane é caracterizado pela dominância da espécie arbórea 
Colophospermum mopane, constituída predominantemente por estratos arbóreos e arbustivos, 
sendo os principais tipos de vegetação as savanas secas com árvores decíduas e as savanas 
secundárias de média e baixa altitude (Micoa, 2006). Em Moçambique ela ocupa de forma 
descontínua, uma faixa estreita a Norte e Sul do Rio Zambeze desde a fronteira com a 
Zâmbia até às proximidades do Distrito de Chemba em Sofala, descendo para Sul a Este do 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopane) 
no Posto Administrativo de Combomune 
 
Autor: Baptista Jaime Milione 2 
 
Parque Nacional da Gorongosa, desviando para Oeste a Sul deste e ocupando a parte Oeste 
das províncias de Inhambane e de Gaza (EPACDBM, 2010). 
 A realização deste trabalho no Posto Administrativo de Combumune reflecte as 
preocupações sobre pressão a que a floresta esta sujeita devido a altas taxas de exploração do 
Mopane para o uso como energia, havendo necessidade de se estimar o valor que esta tem 
para a comunidade que te usufruído o recurso. 
 
 
 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopane) 
no Posto Administrativo de Combomune 
 
Autor: Baptista Jaime Milione 3 
 
1.1. Problema e justificativa 
 As causas da degradação florestal em Moçambique são na realidade múltiplas e complexas, e 
que muitas das causas directas (agricultura comercial, agricultura de subsistência, lenha e 
carvão vegetal, urbanização, exploração de madeiras e pecuária) agem de forma combinada 
sendo por vezes difíceis de separar, podendo numa mesma região actuar em combinação num 
mesmo período de tempo ou em sequência (Sitoe et al., 2016). 
 Esta degradação é notável no Distrito de Mabalane na floresta de Mopane, floresta esta, que 
possui como espécie predominanteo Colophospemum mopane, bem como outras menos 
predominantes. O distrito é um dos potenciais produtores de carvão vegetal da zona Sul do 
país, dada à presença do Colophospermum mopane, espécie vista como sendo uma com 
facilidade relativa de corte, preferida dos compradores e produtora de carvão de alta 
qualidade (MAE, 2005; Bila, 2005; MICOA, 2006). 
 Apesar do contributo socioeconómico da lenha e carvão vegetal para a população do distrito, 
de acordo com Baumert et al., (2016), o ritmo com que a espécie está sendo destruída pode 
comprometer a sustentabilidade dos recursos florestais existentes no distrito. O uso desta 
espécie deve basear-se no tripé social, ambiental e económico, de modo a garantir a 
preservação do meio ambiente. E com a preservação do meio ambiente, evita-se a redução da 
capacidade de sequestro de carbono pelas florestas assim como a degradação florestal e 
ambiental. 
 Desta maneira, surge à necessidade de reconhecer através do método de valoração 
económica, o quanto a população (de forma directa ou indirecta), valoriza o referente activo 
ambiental, possibilitando com isso uma melhor utilização, no que tange a sustentabilidade do 
distrito. Para isso há que evidenciar os bens e serviços disponibilizados pela espécie. 
 De acordo com Serra et al., (2004), o método de valoração ambiental vem criando mercados 
verdes, que têm por objectivo conciliar preservação do meio ambiente e crescimento 
económico, constituindo-se em uma possibilidade para o alcance da sustentabilidade. 
 Portanto tendo a espécie Colophospermum mopane sido atribuído a vários usos, é de 
fundamental importância compreender até que ponto a população depende deste recurso 
florestal, avaliando as técnicas de exploração e do processamento, assim como os 
equipamentos empregues para tais actividades de modo a maximizar o seu aproveitamento. 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopane) 
no Posto Administrativo de Combomune 
 
Autor: Baptista Jaime Milione 4 
 
Pois para além de um recurso florestal satisfazer os aspectos socioeconómicos, há que 
garantir a sua preservação (proteger) e conserva-lo (utilizar racionalmente). 
 A maior preocupação não é o aproveitamento da espécie, mas sim a extensão do 
aproveitamento, as quantidades extraídas acabam comprometendo a existência deste recurso, 
havendo necessidade de se moderar a dependência do uso desta espécie para lenha e carvão. 
 
1.2.Objectivos 
1.2.1. Geral 
 Estudar as diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane 
(Colophospermum mopane). 
 
1.2.1. Específicos 
 Identificar os bens e serviços disponibilizados pelo Mopane; 
 Estimar o valor económico, social e ambiental das diferentes alternativas do uso 
energético do Mopane; 
 Analisar a viabilidade económica das diferentes alternativas do uso energético do 
Mopane; 
 Analisar as diferentes técnicas usadas no processamento energético do Mopane. 
 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopane) 
no Posto Administrativo de Combomune 
 
Autor: Baptista Jaime Milione 5 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1. Colophospermum mopane 
 Segundo Sitoé (1996), Colophospermum mopane é uma espécie florestal da família 
Fabaceae, sub-família Caesalpinoideae, conhecida vulgarmente como Mopane. A espécie 
ocorre naturalmente no sul da África, principalmente em países como África do Sul, 
Zimbabwe, Moçambique, Angola, Botswana, Zâmbia, Namíbia e Malawi. Esta espécie se 
desenvolve em regiões quentes e secas, de baixa altitude e ocorre em solos argilosos, mas 
pode crescer em solos aluviais. Não tolera temperaturas baixas e se desenvolve em relevo de 
200 a 1.500m. 
 A árvore desta espécie é de pequeno ou médio porte e atinge uma altura entre 4 e 18 m. A 
sua madeira dura, de cor vermelha é utilizada para fins decorativos para pisos ou como 
isolante térmico, mas também é usada para a fabricação de instrumentos musicais e como 
combustível lenhoso (lenha e carvão). O tronco das árvores maiores é usado como postes, 
pilares na construção de moradia rural típica moçambicana e cercas. As suas folhas e ramos 
novos são comidos pelos animais. Serve também para a alimentação de larvas de Imbrasia 
belina, esta última usada como fonte de proteínas para as populações. Ramos e cinzas desta 
espécie são usados pelas comunidades rurais como creme dental para a limpeza dos dentes. 
Pode se colher variados produtos na floresta de Mopane como por exemplo gafanhotos e 
cogumelos comestíveis, mel, ervas e frutos silvestres (Bila e Mabjaia, 2012). 
 
2.2. Bens e serviços florestais 
 De acordo com o SNIFB (2016), bens são definidos como tudo aquilo que seja útil ao 
homem, com ou sem valor económico - ex: madeira, alimentos, resinas, óleos, água e 
outros. Em quanto que os serviços são prestações de assistência ou realização de tarefas 
que contribuem para satisfazer as necessidades humanas, sejam elas individuais ou 
colectivas - ex: sequestro de carbono, regulação do clima, regulação do ciclo 
hidrológico, controle de erosões e outros. Deste modo o SNIF destaca os principais bens 
e serviços que os ecossistemas florestais fornecem: 
 Fonte de matéria-prima - madeira, combustíveis e fibras; 
 Fonte de material genético; 
 Controle biológico; 
 Alimento - pesca, caça, frutos, sementes; 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopane) 
no Posto Administrativo de Combomune 
 
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 Produtos farmacêuticos; 
 Recreação, ecoturismo e lazer; 
 Valor cultural - estético, artístico, científico e espiritual; 
 Controle de erosão, enchentes, sedimentação e poluição; 
 Armazenamento de água em bacias hidrográficas, reservatórios e aquíferos; 
 Controle de distúrbios climáticos como tempestades, enchentes e secas; 
 Protecção de habitats utilizados na reprodução e emigração de espécies; 
 Regulação dos níveis de gases atmosféricos poluentes; 
 Regulação de gases que afectam o clima; 
 
2.3. Uso da biomassa como fonte de energia 
 De acordo com Cardoso (2012), o desenvolvimento da civilização está atrelado ao consumo 
de energia exercido pelo homem. A descoberta do fogo fez com que o homem passasse a 
utilizar sua energia para o cozimento de alimentos e outros fins, esta energia tem sido obtida 
através de actividades extractivistas, aproveitando-se assim dos recursos da natureza. Este 
processo era realizado sem quaisquer preocupações com os impactos que poderiam advir de 
sua execução, pois se acreditava que os recursos naturais eram fontes abundantes de energia, 
sem previsão de esgotamento. 
 A biomassa energética florestal é definida como produtos e subprodutos dos recursos 
florestais que incluem basicamente biomassa lenhosa, seu aproveitamento no uso final 
energético se realiza, principalmente, através de transformação termoquímica mais simples, 
como combustão directa e carbonização, mas rotas mais complexas também são empregadas 
para a produção de combustíveis líquidos e gasosos, como metanol, etanol, gases de síntese, 
licor negro (um subproduto da indústria de celulose), entre outros (Aneel, 2008). 
 O aproveitamento energético da biomassa florestal no mundo é mais atribuída ao uso como 
lenha e o carvão. Sendo a lenha definida como ramos, troncos, achas de madeira tosca ou 
quaisquer pedaços de madeira que podem ser utilizados como combustível. E a produção de 
lenha pode ser dividida em dois segmentos: a lenha catada, de uso residencial e a lenha 
produzida para fins comerciais. Em quanto que o carvão vegetal advém da transformação da 
lenha, e esta transformação é realizada através dos processos conhecidos como carbonização, 
que consiste na queima da lenha com presença controlada de ar, ou pelo processo de pirólise, 
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onde a lenha é submetida a altas temperaturas em um ambiente com pouquíssima ou 
nenhuma quantidade de oxigénio (Cardoso, 2012). 
Segundo o Ministério da Energia (2013), Moçambique possui uma população de cerca de 20 
milhões de habitantes dos quais maior parte deles vivem nas zonas rurais e tem a biomassa 
como a principal fonte de energia. Cerca de 80% de energia consumida no país provem da 
Biomassa lenhosa. A oferta dos combustíveis lenhosos é influenciada pelo estágio actual do 
recurso, sua gestão e acessibilidade, e a influência destes factores é vista de forma 
exponencial positiva, e por vezes negativa, de acordo com as seguintes abordagens: 
a) Estágio actual do recurso 
 A cobertura florestal actual corresponde a 51% do total da floresta, e confere ao país uma 
riqueza de vegetação, com destaque para as províncias de Zambézia, Sofala, Niassa, Cabo 
Delgado, Inhambane e Nampula. 
b) Acessibilidade do recurso 
 No país o acesso aos combustíveis lenhosos não constitui factor limitante particularmente 
nas zonas rurais onde a população depende destes recursos para satisfazer as necessidades da 
energia doméstica. Contudo, nas zonas urbanas o acesso tem estado a reduzir devido elevados 
preços praticados no mercado. 
c) Gestão dos recursos 
 Após a independência vários projectos de estabelecimento de plantações para fins 
energéticos foram desenvolvidos nos maiores centros urbanos do país, de destacar para as 
províncias de Maputo, Beira e Nampula, porém os resultados não foram satisfatórios, pois 
actualmente estes estabelecimentos encontram-se em péssimas condições, ou sem quaisquer 
controlos. 
 
2.4. Produção de carvão vegetal em Moçambique 
 A principal cobertura vegetal em Moçambique usada pelas famílias para a produção de 
carvão vegetal na região centro norte são as florestas de Miombo que são florestas tropicais 
secas e na região sul a floresta de Mopane. A exploração nas florestas de Miombo e outros 
tipos de vegetação da floresta são essenciais para a subsistência dos moradores rurais 
(emprego, renda, consumo de bens e serviços) (Fernandes, 2014). 
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 A exploração é estimulada pelo poder de compra da população urbana. Isto pode ser 
observado no crescimento do consumo de lenha e de carvão vegetal substituindo a 
electricidade e gás como fonte alternativa de energia (Atanassov et al., 2012). 
 Os principais factores que afectam as perspectivas de oferta e procura, inclui o estado actual 
dos recursos florestais e seu uso, acessibilidade aos recursos, população, renda, tecnologia, 
instituições e políticas, os preços dos produtos florestais, produtos substitutos e materiais de 
madeira. O estado e o potencial das florestas existentes é um factor no desenvolvimento de 
oferta futura de produtos e serviços, enquanto os níveis passados e actuais de consumo são 
factores para determinar a demanda futura de produtos e serviços (Brouwer e Falcão, 2004). 
 
2.5. Consumo e comercialização de carvão e lenha no sul de Moçambique 
 Estudos realizados pela DNFFB em 1985 e 1988 para analisar o abastecimento de lenha e 
carvão vegetal em Maputo revelaram que, em média, 130 e 100 camiões transportando 
combustíveis lenhosos entravam diariamente em Maputo através de Postos de Controlo 
existentes nas Estradas Nacionais N1 e N2 em 1985 e 1988, respectivamente (Falcão, 2013). 
 O autor acima citado, afirma que o carvão vegetal e a lenha são até os dias de hoje o 
principal combustível nas áreas urbanas de Moçambique. Enquanto cerca de 70 a 80% das 
habitações urbanas contam com os combustíveis lenhosos, as habitações rurais dependem 
inteiramente destes combustíveis para a sua energia doméstica. A utilização de carvão vegetal 
por parte dos habitantes das cidades é afectada pela sua disponibilidade. Durante a estação 
chuvosa, há geralmente uma escassez de carvão vegetal nos mercados urbanos e, 
invariavelmente, os preços sobem. 
A elevada procura de combustíveis lenhosos em Maputo foi apontada como a principal força 
motriz da desflorestação e provável degradação das florestas naturais. Saket (1994), citado 
por Falcão (2013), estimou que a desflorestação em Maputo no período compreendido entre 
1970 e 1988 era de 20%. 
 Apesar dos recursos florestais estarem completamente esgotados pela produção de carvão 
vegetal em Maputo, o fornecimento de combustíveis lenhosos permanece como produto 
primário para a maioria das famílias. Esta situação deverá persistir já que as fontes 
alternativas de combustível como a electricidade não são acessíveis nem fiáveis para uma boa 
parte das famílias, quer a nível económico quer a nível de funcionamento (Sitoe et al., 2004). 
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2.6.Valoração Económica Ambiental 
 Segundo Azevedo (2010), os recursos naturais não são mercadorias, constituem-se em 
activos essenciais a preservação da vida de todos os seres. O enfoque sistémico da valoração 
ajuda no entendimento de como é importante compreender o valor que tem o meio ambiente 
para a sobrevivência das espécies na terra. 
 Para Ortiz (2003), a valoração económica ambiental é uma ferramenta fundamental para a 
formulação e a avaliação de políticas orientadas ao desenvolvimento sustentável e a 
preservação dos recursos ambientais. O valor de um recurso ambiental não é observado no 
mercado através do sistema de preços, mas sim pelos seus atributos que podem ou não estar 
associados a um uso. 
 O valor de uso (VU) é subdividido em valor de uso directo propriamente dito, valor de uso 
indirecto (quando o beneficio de seu uso deriva de funções ecossistêmicas) e valor de opção 
refere-se ao valor que os indivíduos atribuem ao recurso ambiental para uso directo e 
indirecto no futuro. O valor de não uso (VNU) ou valor de existência (VE) refere-se a um 
valor que está dissociado do uso dos recursos ambientais independentemente de uma relação 
com os seres humanos, mesmo que estes não representem uso actual ou futuro para ninguém 
(Marques e Comune, 1995). 
 
2.6.1. Métodos de Valoração Ambiental 
 Os métodos de valoração ambiental podem ser classificados em directos e indirectos. Os 
métodos directos procuram captar as preferências das pessoas utilizando mercados 
hipotéticos ou de mercados de bens complementares para obter a disposição a pagar ou a 
disposição a aceitar dos indivíduos pelo bem ou serviço ambiental (Motta, 2006). 
 
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 Para proceder a valoração económica de uso e não uso de recursos ambientais, é necessário a 
utilização de métodos de valoração económica ambiental. Os principais métodos utilizados na 
valoração de recursos ambientais são os apresentados na figura 1. 
 Embora esses métodos de valoração apresentem resultados muitas vezes divergentes, todos 
partem do mesmo princípio da racionalidade económica. As pessoas realizam suas escolhas a 
partir do que observam, procurando maximizar o bem-estar limitado pelas restrições 
orçamentárias (Pearce, 1993). 
 
2.6.1.1. Método de Valoração Contingente (MVC) 
 O MVC faz uso de consultas a população para captar directamente os valores individuais, de 
uso e não uso, atribuídos a um recurso natural. Simula um mercado hipotético, informando 
aos entrevistados sobre os atributos do recurso natural a ser avaliado, e os interrogando sobre 
MÉTODOS DE VALORAÇÃOAMBIENTAL 
Métodos Directos de Valoração 
Métodos da função de demanda: 
Obtêm as preferências das pessoas 
através da disposição a pagar (ou 
aceitar) do indivíduo para bens e 
serviços ambientais. 
Métodos Indirectos de Valoração 
Métodos da função de produção: 
Estimam o valor económico do 
impacto das alterações ambientais 
em produtos ou serviços com preços 
no mercado 
Valoração Contingente 
Estima as preferências das pessoas 
em situações hipotéticas via 
função de utilidade individual. 
Produtividade Marginal 
 Dose - resposta 
Figura 1: Métodos de valoração ambiental. 
Fonte: Adaptado de Motta (2006). 
Mercado para bens 
complementares 
 Preços Hedónicos 
 Custo de viagem 
Mercado de Bens Substitutos 
 Custos evitados 
 Custos de controlo 
 Custos de reposição 
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sua disposição a pagar (DAP) para prevenir a degradação do recurso, ou a disposição a 
receber (DAR) para aceitar uma alteração em sua provisão ambiental (Motta, 2006). 
 Motta (1997) destaca que a avaliação de aceitabilidade das estimativas de DAP ou DAR 
estará concentrada nas questões teóricas e metodológicas do MVC. Essas questões podem ser 
divididas nas categorias confiabilidade, validade e viés. 
 A validade refere-se ao grau em que os resultados obtidos no MVC indicam o "verdadeiro" 
valor do bem que esta sendo investigado, enquanto a confiabilidade analisa a consistência das 
estimativas. Quando a aplicação do MVC alcança estimativas consistentes, mas sujeitas a 
presença de viés, os resultados são julgados não validos. 
 
2.6.2. Análise da viabilidade económica dos recursos florestais 
 A viabilidade da utilização e transformação dos recursos florestais podem ser avaliados 
utilizando a razão beneficio-custo. Que é definida por Oliveira et al., (2014), como sendo um 
indicador que relaciona os benefícios de um negócio ou projecto, expressos em termos 
monetários, e o seus custos, também expressos em termos monetários. 
 A razão benefício-custo (B/C) é obtida pela razão entre o valor presente dos benefícios e o 
valor presente dos custos para uma dada taxa de desconto. A viabilidade do negócio é 
verificada quando o resultado é maior que 1 (Oliveira et al., 2014). 
B/C 
∑ 
∑ 
 
 Onde: Rj = receita no final do ano j, em meticais; 
Cj = custo no final do ano j em meticais; 
i = taxa de desconto (% ao ano); 
n = duração do projeto, em anos. 
 Deste modo, tendo sido avaliado a viabilidade de um negócio, pode-se calcular 
alucratividade, que é um indicador que demonstra a eficiência operacional de um negócio. É 
expressa como um valor percentual que indica a proporção de ganhos de um negócio. 
Lucratividade = 
 
 
 x 100 
Equação (1) 
Equação (2) 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Projeto
https://pt.wikipedia.org/wiki/Custo
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2.7. Técnicas de colecta de dados 
2.7.1. Inquérito 
 Segundo Pombal et al., (2008), consiste em colocar a um conjunto de inquiridos, geralmente 
representativo de uma população, uma série de perguntas concretas sobre uma determinada 
realidade, que podem envolver as suas opiniões, a sua atitude em relação a opções ou a 
questões humanas e sociais, as suas expectativas, o seu nível de conhecimentos ou de 
consciência de um acontecimento ou de um problema, ou ainda sobre qualquer outro ponto 
que interesse os investigadores. 
 Os inquéritos podem ser por entrevista e por questionário. 
 
2.7.1.1. Inquéritos por entrevista 
 Segundo Gil (2008) pode-se definir entrevista como a técnica em que o investigador se 
apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objectivo de obtenção dos 
dados que interessam à investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interacção 
social. Mais especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes 
busca colectar dados e a outra se apresenta como fonte de informação. 
Podendo estas entrevistas serem classificadas em: informais, focalizadas, por pautas e 
formalizadas (Gil, 1999). 
 Entrevista informal: recomendado nos estudos exploratórios, que visam a abordar realidades 
pouco conhecidas pelo pesquisador, ou então oferecer visão aproximativa do problema 
pesquisado. 
Entrevista focalizada: empregado em situações experimentais, com o objectivo de explorar a 
fundo alguma experiência vivida em condições precisas. Também é bastante utilizada com 
grupos de pessoas que passaram por uma experiência específica, como assistir a um filme, 
presenciar um acidente, entre outros. 
Por pautas: o entrevistador faz poucas perguntas directas e deixa o entrevistado falar 
livremente, à medida que reporta às pautas assinaladas. 
Entrevista estruturada, ou formalizada: se desenvolve a partir de uma relação fixa de 
perguntas, cuja ordem e redacção permanecem invariáveis para todos os entrevistados que 
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geralmente, são em grande número. Por possibilitar o tratamento quantitativo dos dados, este 
tipo de entrevista torna-se o mais adequado para o desenvolvimento de levantamentos sociais. 
 
2.7.1.2. Inquéritos por questionário 
 O questionário, segundo Gil (1999), pode ser definido como a técnica de investigação 
composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às 
pessoas, tendo por objectivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, 
expectativas, situações vivenciadas, entre outros. 
 Segundo Nogueira (2002), os questionários podem ser: abertos, fechados, directos, 
indirectos, assistidos e não assistidos. 
Questionários abertos: têm como vantagem a característica de explorar todas as possíveis 
respostas a respeito de um item, servindo de base para a futura elaboração de um questionário 
fechado; 
Questionários fechados: apesar de se apresentarem de forma mais rígida do que os abertos, 
permite a aplicação directa de tratamentos estatísticos com auxílio de computadores e elimina 
a necessidade de se classificar respostas á posteriori, possivelmente induzindo tendências 
indesejáveis; 
Questionários directos: apresentam a vantagem de se colectar directamente a resposta 
desejada; 
Questionários indirectos: alternativas utilizadas para os casos em que não é possível obter 
uma resposta precisa às questões por impossibilidade ou por se tratar de um assunto delicado; 
Questionários assistidos: permitem ao pesquisador acompanhar e coordenar directamente as 
perguntas aos entrevistados, porém que podem induzir os respondentes a expressarem-se de 
acordo com ênfases do pesquisador, ao invés de suas próprias; 
Questionários não assistidos: que se por um lado eliminam a possibilidade de contaminação 
por parte de um aplicador, podem não ser respondidos ou respondidos por pessoas não 
adequadas. 
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2.7.2. Observação directa 
 Segundo Pombal et al., (2008), os métodos de observação directa constituem os únicos 
métodos de investigação social que captam os comportamentos no momento em que eles se 
produzem e em si mesmo, sem a mediação de um documento ou de um testemunho. A 
observação pode assumir formas diferentes, participante do tipo etnológico, ou, não 
participante. 
Observação participante de tipo etnológico: consiste em estudar uma comunidade durante 
um longo período, participando na vidacolectiva. O investigador estuda os seus modos de 
vida, de dentro e pormenorizadamente, esforçando-se por perturbá-los o menos possível. 
Observação não participante: o investigador não interage de forma alguma com o objecto do 
estudo. A observação pode ser curta, ou de longa duração, feita à revelia, ou com o acordo 
das pessoas em questão, ou ainda realizada com ou sem a ajuda de grelhas de observação 
pormenorizadas. 
 
2.8. Métodos de amostragem 
De acordo com Luchesa e Neto (2011), uma amostra pode ser definida como parte de uma 
população seleccionada para fins de análise. E destacam-se dois tipos de amostragem: a 
probabilística e a não probabilística. Ambas apresentam suas subdivisões. 
 
2.8.1. Amostragem probabilística 
 Segundo Brites (2007), são amostras em que os componentes são extraídos da população de 
acordo com probabilidades conhecidas. Os elementos da amostra são seleccionados através 
de alguma forma de sorteio não tendencioso, como por exemplo, tabelas de números 
aleatórios ou números aleatórios gerados por computador. Com a utilização de sorteio 
elimina-se a influência do pesquisador na obtenção da amostra, e garante que todos os 
integrantes da população têm a probabilidade de pertencer à amostra. 
 
2.8.1.1. Formas de amostragem probabilística 
 Segundo Martins (2009), as formas de amostragem probabilísticas podem ser: aleatória 
simples, sistemática, estratificada e por conglomerados. Em que, na: 
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Amostragem aleatória simples: recomenda-se fazer uma listagem dos elementos da 
população, atribuindo aleatoriamente um número para cada um desses elementos. Feito isso, 
o pesquisador deverá sortear dentro de toda a população, atribuindo aleatoriamente um 
número para cada um desses elementos. Feito isso, o pesquisador deverá sortear dentro de 
toda a população, desconhecendo inteiramente a quem esses números estão associados, os 
números adequados de elementos que irão compor a amostra. 
Amostragem estratificada: consiste essencialmente em pré-determinar quantos elementos 
da amostra serão retirados de cada estrato. A pré-determinação pode ser feita de várias 
formas, sendo as mais comuns chamadas de uniforme (onde se sorteia um número igual de 
elementos em cada estrato) e proporcional (onde o número de elementos sorteados em cada 
estrato é proporcional ao número de elementos no estrato). 
Amostragem por conglomerados: os elementos da população são divididos em grupos 
distintos denominados conglomerados. Cada elemento da população pertence a um e somente 
um conglomerado. Extrai-se, então, uma amostra aleatória simples dos conglomerados. 
Todos os elementos contidos em cada conglomerado amostrado formam a amostra. 
 
2.8.2. Amostragem não probabilística 
 Brites (2007), afirma que em uma amostra não probabilística você selecciona os itens ou 
indivíduos sem conhecer suas respectivas probabilidades de selecção. Sendo assim, uma 
amostragem será não probabilística quando a probabilidade de alguns ou de todos os 
elementos da população de pertencer à amostra é desconhecida. 
 
2.8.2.1. Formas de amostragem não probabilística 
 Segundo Martins (2009), as formas de amostragem não probabilísticas podem ser: por 
acessibilidade, conveniência, por cotas, e intencional ou por julgamento. Em que, na: 
Amostragem por acessibilidade: este pode ser considerado o menos rigoroso de todos os 
tipos de amostragem, uma vez que se procede a selecção dos elementos aos quais se tem 
acesso para que a realização da pesquisa se torne possível. 
 Infelizmente esta situação ocorre com muita frequência na prática, uma vez que nem sempre 
é possível se ter acesso a toda a população objecto de estudo, sendo assim é preciso dar 
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segmento a pesquisa utilizando-se a parte da população que é acessível na ocasião da 
pesquisa. 
Amostragem de conveniência: É uma técnica de amostragem em que, como o próprio nome 
implica, a amostra é identificada primeiramente por conveniência. Elementos são incluídos 
na amostra sem probabilidades previamente especificadas ou conhecidas de eles serem 
seleccionados. 
Amostragem sistemática: trata-se de uma variação da aleatória simples, que exige que cada 
elemento da população possa ser identificado de acordo com sua posição, o que só pode ser 
feito em caso de se poder identificar a posição de cada membro num sistema ordenado. 
Amostragem intencional ou por julgamento: Nas amostras intencionais enquadram-se os 
diversos casos em que o pesquisador deliberadamente escolhe certos elementos para 
pertencer à amostra, por julgar tais elementos bem representativos da população. 
Amostragem por cotas: é um tipo de amostragem por julgamento. Em uma amostra por 
cota, fixam-se cotas de acordo com determinados critérios, mas, dentro das cotas, a escolha 
dos itens da amostra depende de julgamento pessoal. É utilizada quando não existe um 
cadastro da população que possibilite a realização do sorteio necessário à amostragem 
aleatória, mas ao mesmo tempo, existe informação suficiente sobre o perfil populacional. 
 
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3. METODOLOGIA 
3.1. Discrição da área de estudo 
 A área de estudo localiza-se em Moçambique, na província de Gaza, ao norte do Distrito de 
Mabalane, Posto Administrativo de Combomune. O mapa abaixo ilustra a area de estudo 
(Posto administrativo de Combomune) e os povoados em que se realizam as actividades do 
uso energético do Mopane. 
 
Figura 2: Mapa da área do estudo 
 
3.1.1. Clima 
 O clima do distrito é do tipo tropical seco, com uma precipitação média anual inferior a 
500mm, temperaturas médias anuais superiores a 24°C e humidade relativa média anual entre 
60-65%. Devido a grande irregularidade da quantidade de precipitação ao longo da estação 
chuvosa, nota-se uma ocorrência frequente de períodos secos durante o período de 
crescimento das culturas (MAE, 2005). 
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3.1.2. Relevo e Solo 
O relevo do distrito é Mabalane ligeiramente acidentado, mas com altitudes inferiores a 
200m. Os solos são caracterizados por três principais unidades, com base principalmente na 
fisiografia do terreno, na textura e na cor: argilosos localizados nas zonas baixas e nas 
encostas inferiores; arenosos, localizados nas zonas altas; e solos franco argilosos, 
localizados nas zonas intermédias (MAE, 2005). 
 
3.1.3. Vegetação 
 O Distrito de Mabalane possui como espécies predominantes o Colophospemum mopane e a 
Androstachis johansonii, bem como outras menos predominantes, como Terminalia sericea, 
Afzelia quanzenzis, Strychnos madagascarensis, Vangueriain fauta e Adansonia digitata 
(Instituto Nacional de Investigação Agrária, 1999; Citados por Bila e Mabjaia, 2012). 
 A relação entre a flora e o tipo de solo revela que, nos solos mais arenosos predominam a 
Terminalia sericea e Rhigozum sp. e, à medida que o solo se torna mais fraco, verifica-se um 
aumento de espécies dos géneros Acacia, Commiphora, Grewia e Combretum. Por outro 
lado, à medida que o solo se torna mais argiloso, o tipo de vegetação transita para o 
Colophospermum mopane (Instituto Nacional de Investigação Agrária, 1999; Citados por 
Bila e Mabjaia, 2012). 
 
3.1.4. Características Socioeconómicas da população 
 O distrito de Mabalane tem cerca de 70% do seu territóriodesabitado e desaproveitado. Da 
área total, estima-se em cerca 30 mil ha a terra com elevada aptidão para a agricultura, 290 
mil ha para a pecuária e os restantes 580 mil ha para florestas e fauna bravia. Só 2/3 da área 
apropriada para a agricultura tem-se utilizado, sendo cultivados pelo sector 
familiar 10 mil ha, em regime de sequeiro e em explorações com uma média de 1 ha, na sua 
maioria, localizadas ao longo do vale do Limpopo (MAE, 2005). 
 As principais culturas de alimentos básicos têm fracos rendimentos e incluem a mandioca, o 
milho, o feijão, o amendoim e o arroz que, junto com as hortícolas, constituem a base da dieta 
das famílias. Nos períodos de escassez, as famílias recorrem a uma diversidade de estratégias 
de sobrevivência que incluem a participação em programas de "comida pelo trabalho" a 
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recolha de frutos silvestres, a caça, o comércio informal, a venda de madeira e carvão, e as 
remessas de familiares a trabalhar na República Sul Africana (MAE, 2005). 
 Dada a existência de um estrato graminoso e arbustivo abundante, é a produção pecuária á 
actividade agrária com maior potencial neste distrito. Porém, a falta de água para o 
abeberamento do gado constitui o maior entrave ao aproveitamento do potencial de pasto. 
Porém, a actividade florestal é alvo duma exploração não sustentável, em especial, para 
madeiras e extracção de combustível lenhoso (lenha e carvão). As queimadas descontroladas 
têm contribuído, significativamente, para a destruição do ecossistema, bem como dificultado 
a implantação de investidores nas áreas de fauna e pecuária (MAE, 2005). 
 
3.2. Materiais 
Tabela 1 – Materiais usados para a realização do estudo. 
# Material Função 
1 Ficha de inquérito Para colher informações da população inquerida. 
2 Máquina fotográfica Para obter imagens do que se sucede no local de estudo. 
 
3.3. Métodos de recolha de dados 
3.3.1. Determinação do tamanho da amostra para o inquérito 
 O tamanho da amostra da população, foi determinada utilizando a seguinte equação: 
 
 
 
 
Onde: 
 = é o tamanho da amostra; 
𝑍 = é o valor crítico que corresponde ao nível de confiança adoptado; 
𝑒 = representa o erro máximo permitido; 
𝑃 = é a proporção de ocorrência da variável em estudo na população; e 
𝑄 = é a proporção de não ocorrência da variável em estudo na população (sendo 𝑃 𝑄 ). 
Equação (3) 
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 Como os valores de 𝑃 e 𝑄 não são conhecidos, foram considerados iguais a 0,5 que é o valor 
mais conservador, como sugere a literatura (Mattar, 1996). E adoptou-se um nível de 
confiança de 90% (Z = 1,645) e um erro amostral de 10%. 
Resolvendo a equação, chegou-se a uma amostra mínima necessária de 67 indivíduos. 
 Este valor foi usado para inquerir os que estão envolvidos na actividade de produção e 
comercialização de carvão, pois o número dos que estão envolvidos na actividade de 
comercialização de lenha é muito menor, podendo apenas chegar-se a uma amostra de 27 
indivíduos. 
 Uma vez que não foi possível ter acesso a toda população objecto de estudo, a selecção dos 
inqueridos foi realizada seguindo a amostragem por acessibilidade, dando-se segmento a 
pesquisa utilizando-se a parte da população que é acessível na ocasião da pesquisa. 
 
3.3.2. Identificação de bens e serviços disponibilizados pelo Mopane 
 Os bens disponibilizados pelo Mopane foram obtidos com base no inquérito, através de 
questões relacionadas ao uso da espécie Colophospemum mopane, o seu contributo para o 
ambiente, em consórcio com a questão referente as principais fontes de rendimento das 
famílias, e o rendimento médio da actividade de uso energético de Mopane em que estão 
envolvidas. Os serviços disponibilizados pelo Mopane foram obtidos com base na informação 
literária. 
 
3.3.3. Avaliação do valor económico, social e ambiental das diferentes alternativas do 
uso energético do Mopane 
 Através do inquérito, obteve-se informações referentes ao valor económico, social e 
ambiental das diferentes alternativas do uso energético do Mopane. Onde para o cálculo do 
valor económico recorreu-se ao método de valoração contingente, método este que consistiu 
em quantificar o valor que um consumidor estaria disposto a receber (DAR) como 
compensação pela perda desse benefício (uso energético do Mopane). 
Os valores referentes a disposto a receber foram adquiridos usado lances livres ou forma 
aberta (open-ended), ou seja, foi apresentado directamente ao entrevistado a questão “quanto 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopane) 
no Posto Administrativo de Combomune 
 
Autor: Baptista Jaime Milione 21 
 
você está disposto a receber”. Esta forma de pergunta produziu uma variável contínua de 
lances, e o valor esperado da disposição a receber foi estimado pela sua média. 
 Para a obtenção da informação referente ao valor social e ambiental das diferentes 
alternativas do uso energético do Mopane, consta na ficha de inquérito questões referentes a 
estas duas vertentes, e o resultado destas questões foi enquadrado na componente bens e 
serviços disponibilizado pelo Mopane. Para complementar os aspectos referente ao valor 
ambiental recorreu-se a informação literária. 
 
3.3.4. Avaliação da viabilidade económica das diferentes alternativas do uso energético 
do Mopane 
 A viabilidade económica das diferentes alternativas do uso energético do Mopane foi obtida 
através da razão beneficio-custo (Equação 4), adaptação da Equação 1. Este indicador 
relacionou os benefícios de cada indivíduo no uso do Mopane nas diferentes alternativas 
energéticas em termos monetários, e o seus custos, também expressos em termos monetários. 
 Tendo sido avaliado a viabilidade do negócio, calculou-se a proporção de ganhos do 
negócio, a lucratividade (Equação 2). Deste modo Fez-se a relação entre a disposição a 
receber e os benefícios de cada um na actividade que esta envolvido. 
 
3.3.5. Avaliação das diferentes técnicas usadas no processamento energético do Mopane 
 A avaliação das diferentes técnicas usadas no processamento energético do Mopane foi 
efectuada com base em inquérito e observação directa, tendo para tal cada entrevistado 
descrito o processo de exploração ou abate do recurso e sua devida transformação para a 
obtenção do produto final. 
 O tipo de observação em que o estudo baseou-se foi a não participante, em que não houve de 
forma alguma uma interacção com o objecto do estudo no momento em que se realizou a 
observação. O que permitiu o uso de instrumentos de registo sem influenciar o objecto de 
estudo. 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Custo
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopane) 
no Posto Administrativo de Combomune 
 
Autor: Baptista Jaime Milione 22 
 
3.4. Análise de dados 
 Para analisar os dados referentes ao valor económico do uso energético do Mopane recorreu-
se ao método de valoração contingente, onde com o auxílio do programa estatístico SPSS 
versão 22 foram efectuados o cálculo da média dos valores da DAR em diferentes perfis 
socioeconómicos, seguido da análise de variância com um factor (One-Way ANOVA), com o 
intuito de avaliar-se se a diferenças em termos estatísticos nos valores médios da DAR, e para 
complementar esta análise efectuou-se o teste de comparação de médias (teste de 
homogeneidade). 
 A informação referente ao valor social e ambiental do uso energético do Mopane, assim com 
os bens e serviços disponibilizados pelo Mopane foi analisada de forma descritiva,tendo 
como base a resposta dos entrevistados. O mesmo efectuou-se para a informação referente a 
avaliação das diferentes técnicas usadas no processamento energético do Mopane, tendo esta 
sido acrescentada a componente crítica. 
 Os dados referentes a viabilidade económica das diferentes alternativas do uso energético do 
Mopane, foram analisados com base na equação ajustada da razão beneficio-custo, e com o 
cálculo da lucratividade. Equações estas processadas na folha de cálculos do Microsoft Office 
Excel. 
 
 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopane) 
no Posto Administrativo de Combomune 
 
Autor: Baptista Jaime Milione 23 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
4.1. Bens disponibilizados pelo Mopane 
 A floresta de Mopane esta cada vez mais reconhecida como um espaço de importância 
fundamental para a manutenção dos valores naturais e para a melhoria da qualidade de vida 
das populações. É notável a importância da espécie Colophospemum mopane, pois é a 
espécie mais abundante a nível do distrito de Mabalane. A tabela abaixo ilustra algumas das 
principais importâncias socioeconómicas desta espécie, uma vez que os serviços por esta 
prestada e a sua importância ecologia estão descritas na componente revisão bibliográfica. 
Tabela 2 – Bens disponibilizados pelo Mopane. 
Importância Descrição 
Socioeconómico 
 
 Uso de carvão vegetal como fonte de energia; 
 Construção na base de estacas de Mopane (como espécie 
alternativa); 
 Agricultura praticada em locais em que a espécie Mopane serve de 
quebra vento e evita a erosão do solo; 
 Uso das folhas do Mopane para a alimentação dos animais. 
 A floresta é tida como elemento místico na cultura da população, 
especialmente para as que nelas vivem. Pois está completamente 
associada a rituais tradicionais da comunidade. 
 
 FAO (2007), em seu estudo sobre, Florestas e Fauna Bravia na Segurança Alimentar, 
Nutrição e Alívio à Pobreza, afirma que a lenha e carvão para além de garantirem a renda das 
comunidades rurais, são utilizados principalmente para cozinhar e para aquecimento no 
tempo frio, afectando deste modo, a qualidade de alimentos e o ambiente das populações. Nas 
zonas rurais, todo o material de construção (estacas, capim, fibras para cordas) e os utensílios 
domésticos (cestos, colheres, pilões, cadeiras, etc.) são obtidos das florestas locais. Deste 
material inclui-se o material para a construção de currais para os animais domésticos e 
celeiros para a conservação de produtos agrícolas, que são a base para a segurança alimentar 
e nutrição das populações rurais. 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopane) 
no Posto Administrativo de Combomune 
 
Autor: Baptista Jaime Milione 24 
 
4.2. Perfil dos entrevistados 
 Foram inqueridos um total de 94 questionários a indivíduos residentes no posto 
administrativo de Combomune que estão envolvidos no uso energético do Mopane. Dos 
entrevistados, 67 estão envolvidos na actividade de produção e comercialização de carvão e 
27 estão envolvidos na actividade de colecta comercialização de lenha. Na tabela 3 consta a 
distribuição dos entrevistados por sexo e idade. 
Tabela 3 – Sexo e idade dos indivíduos envolvidos nas actividades de uso energético do 
Mopane. 
Actividades de uso 
energético do 
Mopane 
Masculino Feminino 
A B C D E A B C D E 
Produção e comercialização de 
carvão 
9 17 30 5 0 1 5 0 0 0 
Comercialização de lenha 3 5 12 3 1 0 2 1 0 0 
Total 12 22 42 8 1 1 7 1 0 0 
 
Como pode-se observar, as actividades do uso energético do Mopane estão mas centrada nos 
indivíduos do sexo masculino, sendo no seu todo 85 indivíduos, enquanto o sexo feminino é 
representado apenas por um total de 9 indivíduos, dos quais 6 encontram-se envolvidas na 
produção e comercialização de carvão e somente 3 na comercialização de lenha. 
 Chavana (2014), em “estudo da cadeia de valor de carvão vegetal no sul de Moçambique” 
apesar de ter inquerido 21 indivíduos, obteve resultados semelhantes quanto a participação do 
sexo feminino na actividade de produção de carvão, onde do total dos entrevistados mais de 
95% era do sexo masculino. Uma situação diferente foi observada por Mabote (2011), em seu 
estudo sobre “avaliação do impacto da comercialização do carvão vegetal no rendimento das 
famílias rurais do distrito de Magude”, onde inqueriu 50 indivíduos que comercializam 
carvão vegetal, sendo maior parte do sexo feminino, no total 42 pessoas. 
 
A – Menos de 29 anos; B – De 30 a 39 anos; C – de 40 a 49 anos; D – De 50 a 59 anos; E – + de 60 anos. 
 
Sexo e 
 Idade 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopane) 
no Posto Administrativo de Combomune 
 
Autor: Baptista Jaime Milione 25 
 
4.2.1. Relação entre nível de escolaridade e a disposição a receber 
 A partir dos dados colectados, as respostas foram estratificadas em seis categorias de grau de 
instrução formal para os dois grupos que estão envolvidos no uso energético do Mopane 
(Carvão e Lenha), de acordo com a tabela 3. 
 Tabela 4 – Relação entre nível de escolaridade e a disposição a receber dos indivíduos 
envolvidos na actividade de uso energético do Mopane. 
Níveis de escolaridade 
Carvão Lenha 
n % DAR ̅ n % DAR ̅ 
Não têm educação formal 14 20,90 45 429,00 8 29,63 42 000,00 
1ª a 5ª classe 33 49,25 47 939,00 13 48,15 53 846,00 
6ª a 7ª classe 13 19,40 48 308,00 1 3,70 60 000,00 
8ª a 10ª classe 4 5,97 36 000,00 3 11,11 63 333,00 
Ensino secundário (11ª a 12ª) 3 4,48 36 000,00 2 7,41 49 000,00 
Outro (Indivíduos que possuem 
ensino técnico ou superior) 
0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 
Total 67 100 
 
27 100 
 
DAR ̅: média do valor em que cada inquerido esta disposto a receber. 
 Observa-se que tanto os indivíduos envolvidos na actividade de produção e comercialização 
de carvão assim como os envolvidos na comercialização de lenha, apresentam um baixo nível 
de educação formal, pois maior parte deles encontram-se entre a 1ª a 5ª classe, sendo 49,25% 
para carvão e 48,15% lenha, e este baixo nível de educação formal é reforçado pela 
considerável percentagem dos indivíduos sem educação formal, dos quais 20,90% pertencem 
a produção e comercialização de carvão e 29,63% a comercialização de lenha. 
 Apesar de ambos cenários (carvão e lenha) não apresentarem indivíduos que possuem ensino 
médio ou superior, a actividade de comercialização de lenha apresenta maior percentagem de 
indivíduos com 8ª a 10ª classe assim como indivíduos com ensino secundário em relação a 
actividade de produção e comercialização de carvão, sendo 11,11% e 7,41 contra 5,97% e 
4,48% respectivamente. Mas a diferença dos dois cenários na percentagem dos indivíduos 
com 6ª a 7ª classe é muito elevada, sendo maior em carvão em relação a lenha. 
 As médias da disposição a receber para os indivíduos envolvidos na produção e 
comercialização de carvão assim como na comercialização de lenha, não são 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopane) 
no Posto Administrativo de Combomune 
 
Autor: Baptista Jaime Milione 26 
 
directa/inversamente proporcional aos níveis de escolaridade, sendo assim a influência do 
nível de escolaridade na DAR foi analisada com base no teste da ANOVA (tabela 7). 
 A provável causa deste cenário, deve-se ao facto de que os indivíduos com níveis de 
escolaridade mais avançada, tem a percepção de que o mais importante não é o rendimento 
imediato disponibilizado pelo uso do Mopane, mas sim o rendimento constante que esta pode 
disponibilizar quando utilizada de maneira sustentável. Por isso os seus valores da DAR 
tendem a ser variados (valor em que cada individuo esta disposto a receber). 
 
4.2.2. Relação entre faixa de renda e a disposição a receber 
 Através das informações as quaisse puderam colectar, para uma melhor simplificação, os 
dados foram estratificados. As categorias de renda gerada pelo uso energético do Mopane e 
as suas médias de DAR constam na tabela abaixo. 
Tabela 5 – Relação entre faixa de renda e a disposição a receber dos indivíduos envolvidos 
na actividade de uso energético do Mopane. 
Faixas de renda 
Carvão Lenha 
n % DAR ̅ n % DAR ̅ 
De 2.000,00 Mt |–› 4.000,00 Mt 15 22,39 35 200,00 11 40,74 43 090,00 
De 4.000,00 Mt |–› 6.000,00 Mt 32 47,76 44 938,00 16 59,26 56 875,00 
De 6.000,00 Mt |–› 8.000,00 Mt 13 19,40 54 000,00 0 0,00 0 
Mais 8.000,00 Mt 7 10,45 61 429,00 0 0,00 0 
Total 67 100 
 
27 100 
 
 
 Nota-se que a renda dos indivíduos envolvidos na actividade de comercialização de lenha 
centra-se nas primeiras duas categorias, com ausência das duas últimas categorias. Em 
indivíduos envolvidos na produção e comercialização de carvão, observa-se que 47,76% dos 
entrevistados possuem renda média mensal que varia de 4000,00Mt a 6000,00Mt, e também 
se pode observar que 22,39% apresentam uma renda média mensal que varia de 2000,00Mt a 
4000,00Mt. Verifica-se ainda que até o nível 3 os percentuais obtidos são razoáveis, porém, o 
nível 4 apresentou um baixo percentual, com apenas 10,45%, o que torna possível 
caracterizar que a distribuição de renda da amostra está mais concentrada na faixa 2, seguida 
de 1 e 3 respectivamente. 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopane) 
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Autor: Baptista Jaime Milione 27 
 
 Este cenário das variações percentuais nas faixas de renda, diferem-se por uma pequena 
margem quando comparados com os resultados do estudo realizado por Chavana (2014), em 
“estudo da cadeia de valor de carvão vegetal no sul de Moçambique”, onde a distribuição da 
renda está mais centrada em valores acima de 6.000,00Mt. 
 Quando aos valores médios do DAR, pode-se observar que nos dois cenários tendem a 
aumentar com o aumento da faixa de renda, sendo que a ultima faixa demonstra-se com 
maior média da DAR, somente para o cenário 1 (carvão), pois no cenário 2 (lenha) não há um 
percentual expressivo. Podendo se dizer que, os inqueridos estipulam o valor a receber com 
base em seus ganhos nas actividades envolvidas. 
 
4.2.3. Relação entre faixa etária e a disposição a receber 
A faixa etária dos entrevistados foi separada em 5 categorias de idades partindo de menos de 
29 anos a mais de 60, como ilustra a tabela abaixo. 
Tabela 6 – Relação entre faixa etária e a disposição a receber dos indivíduos envolvidos na 
actividade de uso energético do Mopane. 
Faixa etária 
 Carvão Lenha 
n % DAR ̅ n % DAR ̅ 
Menos de 29 anos 10 14,93 32 400,00 3 11,11 40 667,00 
De 30 a 39 anos 22 32,84 42 091,00 7 25,93 46 571,00 
De 40 a 49 anos 30 44,78 52 400,00 13 48,15 51 077,00 
De 50 a 59 anos 5 7,46 55 200,00 3 11,11 74 667,00 
 + de 60 anos 0 0,00 0,00 1 3,70 48 000,00 
Total 67 100 
 
27 100 
 
 
 Analisando as estratificações por faixa etária, observa-se que as actividades do uso 
energético do Mopane apresentam um percentual baixo para os indivíduos acima de 50 anos 
bem como abaixo de 29 anos. Mais pode-se concluir que as duas actividades centram-se mais 
nos indivíduos com idades que compreendem de 30 a 49 anos. 
 As médias da DAR são maiores em indivíduos com idades mais avançadas, com excepção da 
última faixa etária (+ de 60 anos), em que para a actividade de produção e comercialização de 
carvão não apresenta um percentual expressivo e na actividade de comercialização de lenha é 
representado apenas por 3,70% e uma DAR de 48.000,00Mt, o que significa que é 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopane) 
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Autor: Baptista Jaime Milione 28 
 
representado por apenas um individuo que tem como seu valor de disposição a receber para o 
não uso do Mopane um valor equivalente a 48.000,00Mt. 
 Almeida et al., (2014), no estudo sobre “Disposição a pagar pela preservação e melhoria do 
Parque Olhos Dágua – DF” em Belo Horizonte, aponta que em estudos referentes a 
disposição a pagar (DAP), os valores destes são inversamente proporcional a faixa etária, e 
em estudos referentes a disposição a receber (DAR), observa-se o contrário, isto é, a DAR é 
directamente proporcional a faixa etária. Levando em conta que os indivíduos com idades 
mais avançadas são chefes dos agregados familiares resulta num aumento na disposição a 
receber a que estes estão a necessitar. 
 
4.3. O valor disposição a receber (DAR) 
 Com o propósito de se obter o valor de disposição a receber fez-se a estimativa da média de 
todos os indivíduos entrevistados para ambos os cenários: lenha (n = 67) e carvão (n = 27) 
separadamente. Em seguida foram analisados os seus valores de desvio padrão e o coeficiente 
de variação. A seguir, Tabela 6, são apresentados os resultados das estimativas. 
Tabela 7 – Disposição a receber para cada cenário (lenha e carvão) 
 
Cenário 1 (carvão) Cenário 2 (lenha) 
Média da DAR 46 239,00Mt 51 259,00Mt 
n 67 27 
Desvio padrão 10442 12724 
CV % 22.58 24.82 
 
 De acordo com os coeficientes de variação determinados para os cenários distintos, o cenário 
1 se mostrou com menor valor de CV em relação ao cenário 2. O que significa que os valores 
da DAR do cenário 1 apresentam menor variabilidade em relação à média da população, 
quando comparado com o cenário 2. 
 Pode-se considerar que tanto para o cenário 1 (carvão) assim como para o cenário 2 (lenha) 
os CV do DAR são alto (pois são encontrados entre 20 a 30%), o que leva-se a acreditar que 
estes valores são altamente influenciados pelos aspectos sócio económicos dos indivíduos 
inqueridos. De acordo com Gomes (1985), o CV é inversamente proporcional à classificação 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopane) 
no Posto Administrativo de Combomune 
 
Autor: Baptista Jaime Milione 29 
 
da precisão do experimento, ou seja, quanto maior o CV menor a precisão experimental. 
Deste modo como o CV é alto, a precisão de disposição a receber par ambos cenários é baixa. 
 
4.3.1. Análise da variância da DAR em diferentes faixas (escolaridade, renda e idade) 
 A tabela abaixo ilustra os valores da probabilidade da ANOVA nos dois Cenários (carvão e 
lenha), de modo a se observar se diferentes nível de escolaridade, faixa etária e, renda 
influenciam ou não no valor a que cada individuo esta disposto a receber. 
Tabela 8 – Probabilidade da ANOVA em diferentes faixas (escolaridade, renda e idade) 
 Cenário 1 (Carvão) Cenário 2 (Lenha) 
Probabilidade 
Nível de escolaridade 
Faixa de etária 
Faixa de renda 
* *, Comprova que existe diferenças significativas a 1% e 5% de probabilidade, e NS para valores não 
significativos. 
 Com base na tabela acima (tabela 7), é possível notar que o nível de escolaridade não tem 
grande influência sobre o valor em que cada indivíduo está disposto a receber pelo não uso do 
Mopane. Isto é, as médias de nível de escolaridade não apresentam diferenças significativas 
para os dois cenários. Quanto a componente faixa etária e renda estas sim influenciam no 
valor em que cada indivíduo está disposto a receber, para os dois cenários a 1% e 5% de 
probabilidade. Abaixo esta representada a comparação das médias. 
 A comparação das médias com base no teste LSD (Diferença Mínima Significativa), 
permitiu avaliar quais médias apresentam uma certa homogeneidade entre elas. A seguir 
mostra-se os gráficos de comparação das médias: 
 
Estudo das diferentes alternativas usadas no aproveitamento energético de Mopane (Colophospemum mopane) 
no Posto Administrativo de Combomune 
 
Autor: Baptista Jaime Milione 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 – Menos

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