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Pós graduação em Gestão de Desempenho e Edificações Módulo: Desempenho na execução de revestimentos e vedações Junho 2020 Ministrante: MSc. Francisco Pereira da Silva Júnior 2 Mini currículo • Doutorando em Engenharia Mecânica no PPGEM/UFPB; • Mestrado em Engenharia Urbana, pelo PPGEU/UFPB; • Graduação em Engenharia Civil, pela UFPB; • Bacharel em Direito, pela UFPB; • Técnico de Edificações, pela ETFPB; • Experiência de 15 anos na construção civil, com foco na concepção de projetos, fiscalização de obras e orçamentação; • Trabalhou na Votorantim Cimentos na área de assistência técnica em argamassas industrializadas; Ministrante: MSc. Francisco Pereira da Silva Júnior 3 Ementa Argamassas. Vedações. Blocos cerâmicos. Patologia dos Revestimentos argamassados. Patologia dos Revestimentos Cerâmicos. Patologia das vedações. Degradação dos materiais de revestimento e vedações. Vedações e Revestimentos para atender os requisitos da Norma de Desempenho. 4 1º Registro de emprego na construção: Pré-História • Piso polido de 180m² com pedras e argamassa de cal e areia: ~7000 a 9000 a.C. • Laje de 25cm de espessura executada com argamassa de cal no pátio da vila de Lepenske-Vir, na Iugoslávia: 5600 a.C. Argamassa Breve Histórico Fig. 1 - Lepenski Vir (Sérvia) pisos revestidos com argamassa de cal e areia Fonte: Google, 2020 5 Egípcios, Gregos, Etruscos e Romanos • Desenvolvimento de argamassas de cal e gesso; • Sistema construtivo aperfeiçoado em Roma, com a inclusão de pozolana originária de cinzas vulcânicas, com materiais inertes, originando as primeiras argamassas; • Pozzuoli: Cidade perto do Vesúvio Argamassa Breve Histórico Fig. 2 - Arcos na cidade de Pozzuoli Fonte: Google, 2019 6 Romanos • Marco Vitruvio Pollione • Produção e uso da cal em 13 a.C. e o primeiro livro sobre arquitetura, materiais e técnicas de construção, escrito entre os anos de 23-27 a.C. (época de Augusto) • Perpetuação das técnicas de engenharia e arquitetura Argamassa Breve Histórico Fig. 3 – Livros de Autoria de Marco Vitruvio Fonte: Google, 2020 7 Europa • Disseminado em vários países europeus Argamassa Breve Histórico Fig. 4 - Aqueduto em Pegões – Portugal Fonte: Google, 2020 Fig. 5 - Aqueduto em Gard – França Fonte: Wikipédia, 2020 Fig. 6 - Aqueduto em Segóvia – Espanha Fonte: Google, 2020 8 Brasil • Primeiro século da colonização (1500 a 1600) utilizada para assentamento de alvenaria de pedra; • Obtida através da queima de conchas e mariscos (cal rudimentar); • Óleo de baleia também foi utilizado com aglomerante. Argamassa Breve Histórico Fig. 7 - Ruína do Convento do Almagre (Cabedelo/PB) – Século XVII Fonte: Moura, 2011 9 Argamassa Breve Histórico Fig. 8 - Argamassa com cal de conchas do mar Fonte: Moura, 2011 Argamassa com cal de conchas do mar 10 Argamassa Breve Histórico Paraíba • 1ª fábrica de cimento na América do Sul; • Ilha de Tiriri – Santa Rita – 1892, funcionou por 3 meses. Fig. 9 – Fábrica de cimento em Tiriri Fonte: Medeiros, 2019 11 Argamassa Breve Histórico Europa e Estados Unidos • Introdução das argamassas industrializadas no final do século XIX 12 ABNT NBR 13281/2005 • Mistura homogênea de agregados miúdos, aglomerantes inorgânicos e água, contendo ou não aditivos, com propriedades de aderência e endurecimento, podendo ser dosada em obra ou em instalação própria. Argamassa Conceito 13 Argamassa Conceito Cimento Areia Água Cal Areia Água Cimento Cal Areia Água Aglomerante Aditivo Agregado miúdo Água 14 Apresentar boa plasticidade quando recém misturadas; Apresentar rigidez, resistência e aderência quando endurecidas. Argamassa Conceito 15 Concreto Argamassa Elemento estrutural por si só; Resistência a compressão é primordial. Pode ser utilizado como próprio elemento de revestimento. Liga unidades estruturais; Resistência à compressão é secundária; Elemento de revestimento de outros materiais. Argamassa Em razão de possuir componentes em comum com o concreto, ocorre a tendência de difundir suas tecnologias. 16 Classificação das argamassas com relação a vários critérios: Critério de Classificação Tipo Quanto à natureza do aglomerante Argamassa aérea Argamassa hidráulica Quanto ao tipo de aglomerante Argamassa de cal Argamassa de cimento Argamassa de cimento e cal Argamassa de gesso Argamassa de cal e gesso Quanto ao número de aglomerantes Argamassa simples Argamassa mista Quanto à consistência da argamassa Argamassa seca Argamassa plástica Argamassa fluida Quadro 1a – Classificação das argamassas Fonte: IBRACON, 2017 17 Classificação das argamassas com relação a vários critérios: Critério de classificação Tipo Quanto à plasticidade da argamassa Argamassa pobre ou magra Argamassa média ou cheia Argamassa rica ou gorda Quanto à densidade de massa da argamassa Argamassa leve Argamassa normal Argamassa pesada Quanto ao número de aglomerantes Argamassa preparada em obra Mistura semipronta para argamassa Argamassa industrializada Argamassa dosada em central Quadro 1b – Classificação das argamassas Fonte: IBRACON, 2017 18 Campos de aplicação das argamassas Função Tipos Para construção de alvenarias Argamassa de assentamento (elevação da alvenaria) Argamassa de fixação (ou encunhamento) Para revestimento de paredes e tetos Argamassa de chapisco Argamassa de emboço Argamassa de reboco Argamassa de camada única Argamassa para revestimento decorativo monocamada Para revestimento de pisos Argamassa de contrapiso Argamassa de alta resistência para piso Para revestimentos cerâmicos (paredes/pisos) Argamassa de assentamento de peças cerâmicas (colante) Argamassa de rejuntamento Para recuperação de estruturas Argamassa de reparo Quadro 2 – Classificação das argamassas de acordo com suas funções Fonte: IBRACON, 2017 19 Campos de aplicação das argamassas Substrato (alvenaria) Chapisco Reboco ou Massa única Pintura Fig. 10 – Esquema aplicação de argamassa Fonte: Autor, 2020 Revestimento cerâmico Argamassa colante Argamassa de contrapiso Substrato (laje) Substrato (alvenaria) Chapisco Emboço Argamassa colante Revestimento cerâmico Argamassa de assentamento 20 Argamassa de assentamento de alvenaria • Definição: • A argamassa de assentamento de alvenaria é utilizada para a elevação de paredes e muros de tijolos ou blocos. 21 Argamassa de assentamento de alvenaria • Principais funções das juntas de argamassa na alvenaria: • unir as unidades de alvenaria de forma a constituir um elemento monolítico, contribuindo na resistência aos esforços laterais; • distribuir uniformemente as cargas atuantes na parede por toda a área resistente dos blocos; 22 Argamassa de assentamento de alvenaria • Principais funções das juntas de argamassa na alvenaria: • selar as juntas garantindo a estanqueidade da parede à penetração de água das chuvas; • absorver as deformações naturais, como as de origem térmica e as de retração por secagem (origem higroscópica), a que a alvenaria estiver sujeita. 23 Argamassa de assentamento de alvenaria • Propriedades essenciais ao bom desempenho das argamassas de alvenaria: • trabalhabilidade – consistência e plasticidade adequadas ao processo de execução, além de uma elevada retenção de água; • aderência; • resistência mecânica • capacidade de absorver deformações. 24 Argamassa de assentamento de alvenaria Fig. 11 – Aplicação de argamassa de assentamento: (a) colher de pedreiro (foto: google, 2020), (b) bisnaga (foto: Biomassa, 2020) e (c) palheta ou meia desempenadeira (foto: Scanmetal, 2020) (a) (b) (c) 25 Argamassa de assentamento de alvenaria Fig. 12 – Interação entre argamassa de assentamento e os blocos em uma alvenaria (IBRACON, 2017) 26 Argamassa de assentamento de alvenaria Fig. 13 – Influência da resistência da argamassa na resistência da parede(Building Research Station, 1965 apud IBRACON, 2017) 27 Argamassa de revestimento • Definição: • Argamassa de revestimento é utilizada para revestir paredes, muros e tetos, os quais, geralmente, recebem acabamentos como pintura, revestimentos cerâmicos, laminados, etc. 28 Argamassa de revestimento • Camadas: • Chapisco; • Emboço; • Reboco; • Camada única; • Revestimento decorativo monocamada (RDM). 29 Argamassa de revestimento • Chapisco • Camada de preparo da base, aplicada de forma contínua ou descontínua, com finalidade de uniformizar a superfície quanto à absorção e melhorar a aderência do revestimento. • Em geral, executado no traço 1:3 (cimento:areia) quando preparado em obra; • Chapisco decorativo de peneira executado com areia grossa aplicada sobre peneira de abertura #4,8mm 30 Argamassa de revestimento • Emboço • Camada de revestimento executada para cobrir e regularizar a base, propiciando uma superfície que permita receber outra camada, de reboco ou de revestimento decorativo (por exemplo, cerâmica). • Executado apenas o sarrafeamento do revestimento para permitir melhor adesão com as camadas subsequentes; 31 Argamassa de revestimento • Reboco • Camada de revestimento utilizada para cobrimento do emboço, propiciando uma superfície que permita receber o revestimento decorativo (por exemplo, pintura) ou que se constitua no acabamento final; • Executado o desempeno da argamassa a fim de permitir uma superfície mais lisa para recebimento das próximas camadas, a fim de reduzir custos; • Os traços mais comuns são 1:2:8 e 1:2:9 (cimento:cal:areia), podendo ser utilizados aditivos plastificantes em substituição da cal. 32 Argamassa de revestimento • Massa única ou Camada única • Revestimento de um único tipo de argamassa aplicado à base, sobre o qual é aplicada uma camada decorativa, como, por exemplo, a pintura; também chamado popularmente de “massa única” ou “reboco paulista” é atualmente a alternativa mais empregada no Brasil. • Em geral, utiliza os mesmos traços do reboco e o acabamento da superfície é realizado com desempenadeira. 33 Argamassa de revestimento • Revestimento decorativo monocamada (ou monocapa) – RDM: • Trata-se de um revestimento aplicado em uma única camada, que faz, simultaneamente, a função de regularização e decorativa, muito utilizado na Europa; • A argamassa de RDM é um produto industrializado, ainda não normalizado no Brasil; • Em geral composto de cimento branco, cal hidratada, agregados de várias naturezas, pigmentos inorgânicos, fungicidas, além de vários aditivos (plastificante, retentor de água, incoporador de ar, etc.). 34 Argamassa de revestimento Fig. 14 – Diferentes alternativas de revestimento de parede: (a) emboço + reboco + pintura (pouco utilizado); (b) camada única + pintura; (c) emboço + argamassa colante + revestimento cerâmico Fonte: Autor, 2020 chapisco reboco Pintura emboço Substrato chapisco Camada única Pintura Substrato emboço Substrato chapisco Argamassa colante cerâmica (a) (b) (c) 35 Aplicações Fig. 15a – Aplicação de argamassa de revestimento (a) chapisco fino de peneira e (b) chapisco rolado Fonte: Moraes, 2017 (a) (b) 36 Aplicações Fig. 15b – Aplicação de argamassa de revestimento (c) emboço e (b) massa única Fonte: Moraes, 2017 (c) (d) 37 Aplicações Fig. 15c – Aplicação de argamassa de revestimento (e) RDM aplicado de forma manual; (f) acabamento de superfície aplicada o RDM e (g) RDM aplicado mecanicamente (projetado) Fonte: Moraes, 2017 (e) (f) (g) 38 Aplicações Fig. 15d – Aplicação de argamassa de revestimento (h) sarrafeamento de contrapiso; (i) contrapiso de argamassa auto adensável Fonte: Moraes, 2017 e (h) (i) 39 Aplicações Fig. 15e – Aplicação de argamassa de revestimento (j) argamassa colante no piso; (k) argamassa colante em parede e (l) assentamento de revestimento cerâmico Fonte: Moraes, 2017 (j) (k) (l) 40 Aplicações Fig. 15f – Aplicação de argamassa de revestimento (m) rejuntamento de fachada; (n) rejuntamento de parede interna e (l) rejuntamento de piso Fonte: Moraes, 2017 (m) (n) (o) 41 Argamassa de revestimento Principais funções de um revestimento de argamassa de parede: • proteger a alvenaria e a estrutura contra a ação do intemperismo, no caso dos revestimentos externos; • integrar o sistema de vedação dos edifícios, contribuindo com diversas funções, tais como: • isolamento térmico (~30%), • isolamento acústico (~50%) • estanqueidade à água (~70 a 100%); • segurança ao fogo e resistência ao desgaste e abalos superficiais; 42 Argamassa de revestimento Propriedade essenciais ao bom desempenho das argamassas de revestimento: • trabalhabilidade, especialmente consistência, plasticidade e adesão inicial; • retração; • aderência; • permeabilidade à água; • resistência mecânica, principalmente a superficial; • capacidade de absorver deformações. 43 Argamassa de revestimento Limites de Resistência a tração (Ra) Local Acabamento Ra (MPa) Parede Interna Pintura ou base para reboco ≥ 0,20 Cerâmica ou laminado ≥ 0,30 Externa Pintura ou base para reboco ≥ 0,30 Cerâmica ≥ 0,30 Teto ≥ 0,20 Tabela 1 – Limite de resistência de aderência à tração (Ra) para emboço e camada única, de acordo com NBR 13749/2013 Fonte: ABNT, 2013 44 Argamassa de revestimento Espessuras admissíveis de revestimentos internos e externos Revestimento Espessura (e) mm Parede interna 5 ≤ e ≤ 20 Parede externa 20 ≤ e ≤ 30 Tetos internos e externos e ≤ 20 Tabela 2 – Espessura admissíveis de revestimentos internos e externos, de acordo com NBR 13749/2013 Fonte: ABNT, 2013 45 Argamassa de revestimento Outros critérios a serem atendidos segundo a NBR 13749/2013 Revestimento Desvio Prumo H/900 Nivelamento L/900 Planeza ≤ 3mm/régua 2m Aderência Com martelo de madeira 1m²/50m² de teto e 1m²/100m² de parede Tabela 3 – critérios de aceitação de revestimentos de teto e paredes, de acordo com NBR 13749/2013 Fonte: ABNT, 2013 O revestimento deve ser aceito se atender a todos os requisitos desta Norma (NBR 13749/2013) 46 Argamassa de revestimento Tipo de argamassa Função Principais requisitos/propriedades Argamassa de assentamento de alvenaria (elevação) • Unir as unidade de alvenaria e ajudá-las a resistir aos esforços laterais • Distribuir uniformemente as cargas atuantes na parede por toda a área resistente dos blocos • Absorver deformações naturais a que a alvenaria estiver sujeita • Selar as juntas • Trabalhabilidade (consistência, plasticidade e retenção de água) • Aderência • Capacidade de absorver deformações • Resistência mecânica Quadro 2a – Principais requisitos e propriedades das argamassas para diferentes funções Fonte: IBRACON, 2017 Resumo das principais propriedades das argamassas associadas às suas funções 47 Argamassa de revestimento Tipo de argamassa Função Principais requisitos/propriedades Chapisco • Garantir aderência entre a base e o revestimento de argamassa • Contribuir com a estanqueidade da vedação • Aderência Emboço e camada única • Proteger a alvenaria e a estrutura contra a ação do intemperismo • Integrar o sistema de vedação dos edifícios contribuindo com diversas funções (estanqueidade, etc.) • Regularizar a superfície dos elementos de vedação e servir como base para acabamentos decorativos • Trabalhabilidade (consistência, plasticidade e adesão inicial) • Baixa retração • Aderência • Baixa permeabilidade à água • Capacidade de absorver deformações • Resistência mecânica Quadro 2b – Principais requisitos e propriedades das argamassas para diferentes funções Fonte: IBRACON, 2017 48 Argamassa de revestimento Tipo de argamassa Função Principais requisitos/propriedades Contrapiso • Regularizar a superfície para receber acabamento (piso). • Aderência • Resistência mecânica Argamassa colante (assentamentode revestimento cerâmico) • “Colar” a peça cerâmica ao substrato • Absorver deformações naturais a que o sistema de revestimento cerâmico estiver sujeito • Trabalhabilidade (retenção de água, tempo em aberto, deslizamento e adesão inicial) • Aderência • Capacidade de absorver deformações (flexibilidade) – principalmente para fachadas. Quadro 2c – Principais requisitos e propriedades das argamassas para diferentes funções Fonte: IBRACON, 2017 49 Argamassa de revestimento Tipo de argamassa Função Principais requisitos/propriedades Argamassa de rejuntamento (das juntas de assentamento das peças cerâmicas) • Vedar as juntas • Permitir a substituição das peças cerâmicas • Ajustar os defeitos de alinhamento • Absorver pequenas deformações do sistema • Trabalhabilidade (consistência, plasticidade e adesão inicial) • Baixa retração • Aderência • Capacidade de absorver deformações (flexibilidade) – principalmente para fachadas Argamassa de reparo de estruturas de concreto • Reconstituição geométrica de elementos estruturais em processo de recuperação • Trabalhabilidade • Aderência ao concreto e armadura originais • Baixa retração • Resistência mecânica • Baixa permeabilidade e absorção de água (durabilidade) Quadro 2d – Principais requisitos e propriedades das argamassas para diferentes funções Fonte: IBRACON, 2017 50 Trabalhabilidade e aspectos reológicos • É a propriedade das argamassas no estado fresco que determina a facilidade com que elas podem ser misturadas, transportadas, aplicadas, consolidadas e acabadas, em condição homogênea. • Resultante da conjunção de diversas propriedades: • Consistência; • Plasticidade; • Retenção de água e de consistência; • Coesão; • Exsudação; • Adesão inicial. 51 Trabalhabilidade e aspectos reológicos • Consistência: • É a maior ou menor facilidade da argamassa deformar-se sob ação de cargas. • Plasticidade: • É a propriedade pela qual a argamassa tende a conservar-se deformada após a retirada das tensões de deformação. • Retenção de água e de consistência: • É a capacidade de a argamassa fresca manter sua trabalhabilidade quando sujeita a solicitações que provocam a perda de água, seja por evaporação seja pela absorção de água da base. 52 Trabalhabilidade e aspectos reológicos • Coesão: • Refere-se às forças físicas de atração existentes entre as partículas sólidas da argamassa e as ligações químicas da pasta aglomerante. • Exsudação: • É a tendência de separação da água (pasta) da argamassa, de modo que a água sobe e os agregados descem pelo efeito da gravidade. Argamassas de consistência fluida apresentam maior tendência à exsudação. • Adesão inicial: • União inicial da argamassa no estado fresco ao substrato. Também chamada de “pegajosidade”. 53 Dosagem Tipo de argamassa Traço em volume Referências Cimento Cal Areia Revestimento de paredes internos e de fachada 1 2 9 a 11 NBR 7200/1982* Assentamento de alvenaria estrutural Alvenaria em contato com o solo 1 0-1/4 2,25 a 3x (volume de cimento + cal) ASTM C 270 Alv. Sujeita a esforços de flexão 1 ½ Uso geral, sem contato com o solo 1 1 Uso restrito, interno/baixa resistência 1 2 Quadro 3a – Traços recomendados por algumas entidades normalizadoras. *Norma Cancelada: a versão atual (1998) não apresenta proposições de traços de argamassa Fonte: IBRACON, 2017 54 Dosagem Tipo de argamassa Traço em volume Cimento Cal Areia Assentamento de tijolos sem função estrutural (sem cal) 1 0 6 1 0 8 Assentamento de tijolos sem função estrutural (com cal) 1 2 9 1 ½ 6 Assentamento de tijolos com função estrutural (com cal) 1 1 6 1 4,5 ½ Quadro 3b – Traços recomendados para alguns tipos de uso argamassas Fonte: Revista A&C, 1991 55 Dosagem Tipo/Uso Traço em volume Cimento Cal Areia Assentamento de Alvenarias Tijolo comum/alicerce 1 2 8 Laminado (1 tijolo de espessura) 1 1 6 Tijolo furado 1 2 8 Bloco de concreto de enchimento-19cm 1 0,5 8 Bloco de vidro 1 0,5 5 Pedra irregulares 1 - 4 Quadro 3c – Traços recomendados para alguns tipos de uso de argamassas Fonte: Revista A&C, 1991 56 Dosagem Tipo/Uso Traço em volume Cimento Cal Areia Chapisco Sobre concreto 1 - 3 Para impermeabilização 1 - 2 Sobre alvenaria 1 - 4 Emboço Uso Externo/Externo 1 2 9 Assentamento de cerâmica ou pastilhas 1 2 8 Emboço de forro 1 2 9 Quadro 3c – Traços recomendados para alguns tipos de uso de argamassas Fonte: Revista A&C, 1991 57 Dosagem Tipo/Uso Traço em volume Cimento Cal Areia Reboco (Massa única) Assentamento interno de azulejos e ladrilhos 1 1 5 Assentamento externo de pastilhas 1 1 6 Interno para pintura 1 2 6 Piso Cimentado Para receber tacos 1 - 4 Base para niveladora para cerâmica 1 - 5 Piso/colocação de ladrilhos* 1 0,5 5 Quadro 3c – Traços recomendados para alguns tipos de uso de argamassas Fonte: Revista A&C, 1991 58 Aderência da argamassa • Didaticamente, pode-se dizer que a aderência da argamassa deriva da conjunção de três propriedades da interface argamassa-substrato: • A resistência de aderência à tração; • A resistência de aderência ao cisalhamento; • A extensão de aderência (razão entre a área de contato efetivo e a área total possível de ser unida). 59 Aderência da argamassa Aderência Condições climáticas • Temperatura, UR e vento Argamassa • Reologia, adesão inicial, retenção de água, etc. Substrato • Sucção de água, rugosidade, porosidade, etc. Execução • Energia de impacto (aplicação manual/projeção mecânica; ergonomia), limpeza e preparo da base, cura, etc. 60 Medida da resistência de aderência • NBR 13528/2019 – Revestimento de paredes de argamassas inorgânicas – Determinação da resistência de aderência à tração • Parte 1: Requisitos gerais • Parte 2: Aderência ao substrato • Parte 3: Aderência superficial 61 Medida da resistência de aderência • NBR 13528/2019 – Revestimento de paredes de argamassas inorgânicas – Determinação da resistência de aderência à tração • Parte 1: Requisitos gerais • Parte 2: Aderência ao substrato • Parte 3: Aderência superficial 62 12 corpos de prova distribuídos de forma aleatória, espaçados entre si e nos cantos e quinas, em no mínimo 50mm NBR 13528-2/2019 Fig. 16 – Posição dos corpos de prova para a realização do ensaio Fonte: NBR 13528/2019 Medida da resistência de aderência ao Substrato 63 1) Corte do revestimento perpendicularmente ao seu plano – delimitação do corpo- de-prova (CP). A norma atual determina o emprego de CPs circulares (de 5 cm de diâmetro). Importante: garantir o corte de toda a camada de revestimento, atingindo o substrato entre 1 e 5mm. NBR 13528-2/2019 Fig. 17a – Delimitação do corpo de prova de revestimento pelo corte Fonte: NBR 13528/2019 Fig. 17b – Perfuração com serra copo Fonte: IBRACON, 2017 Medida da resistência de aderência ao Substrato 64 2) Colagem de um dispositivo para acoplar o equipamento de tração (pastilha). Importante: colar a pastilha no centro do CP delimitado pelo corte para evitar a aplicação do esforço de tração excêntrico; A espessura da camada de cola não pode ultrapassar 5mm. NBR 13528-2/2019 Fig. 18 – Colagem da pastilha na argamassa Fonte: NBR 13528/2019 Medida da resistência de aderência ao Substrato 65 3) Retirar 3 amostras do revestimento da região para ensaio de umidade 𝑈 = 𝑚𝑢−𝑚𝑖 −𝑚𝑆 𝑚𝑆 × 100 NBR 13528-2/2019 Fig. 19 – Extração da amostra para umidade Fonte: NBR 13528/2019 Medida da resistência de aderência ao Substrato 66 4) Acoplamento do equipamento de tração e execução de esforço de tração até a ruptura. Obs.: existem vários equipamentos para essa finalidade. Importante: verificar a calibração do equipamento (erro máximo 2%); garantir a correta velocidade de carregamento e garantir a perfeita perpendicularidade entre o esforço exercido pelo equipamento e o revestimento. NBR13528-2/2019 Fig. 20 – Montagem do equipamento de tração Fonte: IBRACON, 2017 Medida da resistência de aderência ao Substrato 67 5) Cálculo da resistência de aderência. 𝑅𝑎 = 𝐹 𝐴 , em MPa Onde: F = carga de ruptura (em N) A = área do corpo de prova (em mm²) 6) Análise da superfície de ruptura após o arrancamento anotando o percentual de cada tipo de ruptura. NBR 13528-2/2019 Fig. 20 – Análise da área de ruptura Fonte: IBRACON, 2017 Medida da resistência de aderência ao Substrato 68 Medida da resistência de aderência ao Substrato NBR 13528-2/2019 Fig. 21 – Forma de ruptura no ensaio de resistência de aderência à tração Fonte: Adaptado de NBR 13528-2/2013 69 NBR 13528-2/2019 Fig. 22 – Planilha determinação da aderência ao substrato Fonte: NBR 13528/2013 Medida da resistência de aderência ao Substrato 70 Ensaio de resistência à tração Fonte: https://youtu.be/p8cwm23Bk_0 71 1) Cálculo da resistência de aderência superfiial 𝑅𝑠 = 𝑃 𝐴 , em MPa Onde: P = carga de ruptura (em N) A = área do corpo de prova (em mm²) 6) Análise da superfície de ruptura após o arrancamento anotando o percentual de cada tipo de ruptura. NBR 13528-3/2019 Fig. 20 – Forma de ruptura do corpo de prova Fonte: Adaptado da NBR 13528-3/2019 Medida da resistência de aderência superficial 72 NBR 13528-3/2019 Fig. 21 – Planilha para determinação da resistência superficial Fonte: NBR 13528-3/2019 Medida da resistência de aderência superficial 73 NBR 7200/1998 – Revestimento de paredes e tetos com argamassa inorgânica - Procedimento Fig. 22 – Esquema de acompanhamento do serviço de revestimento Fonte: ANEXO A - NBR 7200/1998 74 NBR 7200/1998 – Revestimento de paredes e tetos com argamassa inorgânica - Procedimento Fig. 23 – Modelo de planilha para acompanhamento do serviço de revestimento de argamassa Fonte: ANEXO B - NBR 7200/1998 75 Procedimentos para execução de revestimentos internos de paredes e tetos, conforme SINDUSCON/SP-2003 Fig. 24 – Etapas de revestimento de paredes e tetos com argamassa inorgânica Fonte: SINDUSCON/SP, 2003 76 Procedimentos para execução de revestimentos internos de paredes e tetos, conforme SINDUSCON/SP-2003 Fig. 25 – Ficha de verificação de serviço de revestimento em argamassa Fonte: SINDUSCON/SP, 2003 MUITO OBRIGADO! Francisco Pereira da Silva Júnior Telefone (83) 9 8812 0515 Email fjuniorcivil@gmail.com
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