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TCC EDUCAÇÃO INFANTIL Correto (1)

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42
CARLA CRISTIANE PERES BIANCHIN
CONTAR HISTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CAMINHOS SIGNIFICATIVOS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO LUÍS
NÚCLEO DE APOIO DE SÃO CARLOS-SP
JABOTICABAL-SP
2014
CARLA CRISTIANE PERES BIANCHIN
 CONTAR HISTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
CAMINHOS SIGNIFICATIVOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade São Luís, como exigência parcial para a conclusão do curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Educação Infantil: Desafios e perspectivas.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Betanea
Platzer
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO LUÍS
NÚCLEO DE APOIO DE SÃO CARLOS-SP
JABOTICABAL-SP
2014
Dedico
a Deus por me conceder a oportunidade de lutar por um futuro melhor. 
Ofereço este trabalho ao meu esposo e minhas filhas por me incentivar e compreender minha ausência durante alguns momentos de suas vidas.
3
	AGRADECIMENTOS
A Deus por me dar forças para concluir este curso.
	As professoras e orientadoras do curso, que com seus ensinamentos forneceram os estímulos e as orientações necessárias para a elaboração deste trabalho.
	A minha família pelo incentivo e paciência.
	Ás amigas que me incentivaram.
3
O ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo (a mesma história ou outra). Afinal tudo pode nascer dum texto! 
4
 (ABRAMOVICH,1995,P.23)
RESUMO
	Através de um estudo bibliográfico este trabalho irá informar sobre a importância do ato de contar histórias na educação infantil, pois cada vez mais está sendo substituída por jogos da internet e outros oferecidos pelas novas ferramentas tecnológicas, extinguindo as rodas de conversas, as histórias da vovó e outros momentos importantes na vida da criança. Não há tecnologia que substitua o prazer de tocar as páginas de um livro e encontrar nelas um mundo repleto de encantamento. O principal na arte de contar histórias é saber despertar emoções, pois as forças do sonho, da magia, da fantasia, do mistério e da intuição atraem espontaneamente as crianças. Mexer com o imaginário infantil é benéfico na formação da personalidade da criança, ainda mais no primeiro ciclo de sua infância, pois por meio da assimilação dos conteúdos da história há uma união entre o real e o imaginário, porque a criança se identifica com os personagens. É de suma importância apresentar histórias aos educandos, porque através dos significados simbólicos apresentados nos contos, a criança incorpora os valores que regem a vida humana. E a escola tem em sua proposta pedagógica a função de tornar o aluno um indivíduo crítico e participativo.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------------------------------7 
1 A TRAJETÓRIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS------------------------------------------9
1.1 Contação de histórias e sua origem-----------------------------------------------------------9
1.1.1 O Brasil e a Literatura Infantil--------------------------------------------------------------11
1.2 Os contadores de histórias---------------------------------------------------------------------13
1.2.1 A arte de contar histórias e sua importância na educação infantil--------------15
1.3 Qual a diferença entre contar e ler histórias-----------------------------------------------15
2 A CONTRIBUIÇÃO DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL-------------------------------------------------------------------------------------------18
2.1 A história da Educação Infantil----------------------------------------------------------------18
2.2 A importância do processo de construção no conhecimento do indivíduo e a contribuição da contação de histórias no desenvolvimento infantil------------------20
2.3 A escolha e as formas de apresentação das histórias----------------------------------22
2.4 Materiais e técnicas para contar histórias-------------------------------------------------25
CONSIDERAÇÕES FINAIS-------------------------------------------------------------------------38
REFERÊNCIAS---------------------------------------------------------------------------------------39
 
INTRODUÇÃO
	Este trabalho tem o intuito de refletir sobre a importância de contar histórias na educação infantil e o desenvolvimento que esta atividade proporciona na vida das crianças.
	Aborda a trajetória da contação de histórias, mostrando o que ela faz no processo cognitivo, abrindo novos horizontes e despertando o imaginário, para que façam sua própria criação.
	Relata a importância de contar histórias de várias maneiras: envolvente visual e dramática, onde o educador pode criar novos métodos para atingir em sala de aula um resultado satisfatório.
	Apresenta a contação de história através de várias técnicas, onde a imaginação das crianças diversifica, tornando-os criativos, confiantes, autônomos e críticos, estimulando cada vez mais o lado intelectual da criança.
Espera contribuir para a discussão do tema de maneira que a escola seja vista como um ambiente de aprendizagem prazeroso onde todos podem se expressar e desenvolvam o lado cognitivo e imaginário, entrando no mundo de fantasia que os alunos possuem. Dando ao profissional de educação infantil apoio teórico-prático para o ponto de partida de uma viagem sem fim, a viagem do conhecimento.
7
A metodologia deste trabalho é feita através da pesquisa da literatura relativa ao assunto, sendo está uma pesquisa bibliográfica, onde abrange a leitura, 
interpretação e o fichamento do material colhido, para a colaboração do relatório final.
8
Esse trabalho apresenta dois capítulos. No primeiro aborda a origem da contação de histórias, a diferença entre ler e contar histórias e a importância da arte de contar histórias na educação infantil. Noi segundo relata a importância do processo de construção no conhecimento do individuo e a contribuição da contação de histórias no desenvolvimento infantil, a origem da educação infantil e a escolha e as formas de apresentar as histórias e os materiais e técnicas para conta-las.
1.A TRAJETÓRIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Neste capítulo será feito uma discussão sobre a origem da contação de histórias e a literatura infantil no Brasil. E também quem são os contadores de história e a arte de contar histórias e sua importância na educação infantil, além da diferença entre ler e contar histórias.
1.1 Contação de histórias e sua origem
De acordo com Zilberman (1994), a partir de um costume antigo de contar histórias que se originou a literatura Infantil. Foi através da adaptação de contos populares contados por pessoas comuns em rodas de histórias. Antes não havia preocupação em incluir as crianças na família ou na sociedade, pois a infância era desconsiderada, as crianças participavam com os adultos da vida social e política, testemunhavam a vida, as festas e as guerras.
[...] Antes disto, não se escrevia para elas, porque não existia a “infância”. (ZILBERMAN, 1994, p.13). 
Segundo Coelho (1987), o “Livro Calila e Dimma” do século V a XIII, é o livro ‘infantil” mais antigo de que se tem notícia, ele foi escrito em sânscrito, seu conteúdo era ensinamento político e religioso, através de narrativas e fábulas.
Com objetivos de educar político, moral e religiosamente, na Idade Média, as fábulas eram escritas em manuscrito, eram contos de cavalaria, romanceadas, canções gesta e o bestiário (coleção de histórias sobre os animais reais ou imaginários).
9
No século XVII, durante o classismo francês, algumas obras foram publicadas e depois classificadas como literatura infantil; As aventuras de Telêmaco, de Fénelon, 
editadas em 1717; Fábulas de La Fontaine, editada entre 1668 e 1694; e o mais conhecido: O s Contos da Mamãe Ganso, de Charles Perrault, publicado em 1697. Ele foi considerado o grande percursor da literatura infantil, apesar de ter negado o gênero, atribuindo a coletânea de vários contos como: A Bela Adomercida, O Barba Azul,O Gato de Botas, Chapeuzinho Vermelho, As Fadas, etc. a seu filho, por ser ridicularizado pela Academia Francesa de Letras, no qual foi imortalizado, graças a estas obras.
	De acordo com Zilberman (1994), a infância surgiu no seio da sociedade burguesa do século XVIII, com conotação socioeconômica, assim o ser infantil se enfatiza no âmbito pedagógico, partindo daí o interesse pela criação de uma literatura específica; adaptando os contos populares e folclóricos, para a inserção da criança culturalmente na sociedade. A partir daí começou a surgir livros específicos para o público infantil.
Segundo Zilberman (1994), com a Revolução Industrial a literatura infantil se fortaleceu, pois a sociedade burguesa passa a ser classe social dominante e a família instituição, pregando a vida doméstica, com um modelo a ser seguido, com interesse financeiro oculto. Onde o beneficiário maior passa a ser a criança, impondo a preservação da infância, favorecendo o crescimento industrial ligado a este membro da família, com a industrialização de livros, brinquedos e novos ramos da ciência (pediatria, psicologia infantil, pedagogia). A partir daí que a literatura infantil emergiu, atuando na educação da sociedade infantil burguesa. 
	 A Literatura Infantil adentrou o século XIX com grande força, devido à “popularização” e o crescimento da escola.
	A criança passa ser vista como ser que necessitava de cuidados específicos para seu crescimento psicológico, físico e cognitivo, surgindo novos conceitos de educação, cultura e vida, abrindo caminhos para a área literária e pedagógica. Passando a ter consideração no contexto humano e no processo social.
	Consagrando a literatura infantil, novos autores surgiram com contos que se tornaram clássicos.
De acordo com Coelho (1987), os Irmãos Grimm (Wilhelm Grimm e Jacob), com contos baseados na memória popular do seu povo, contos folclóricos, narrativas de lendas e histórias de sua terra (Alemanha). Agradavam tanto adultos como as crianças, continham a fantasia, o fantástico e o mítico. A obra mais famosa foi “Contos de Fadas para Crianças e Adultos” publicada entre 1812 e 1822, com os contos: Os Músicos de Bremen, Os Sete anões e a Branca de Neve, A Gata Borralheira, O corvo, Frederico e Catarina, As Aventuras do Irmão Folgazão, A Alfaiate Valente, O ganso de ouro, O enigma, O lobo e as Sete Cabras, Joãozinho e Maria, O Pequeno Polegar entre muitos outros.
	 De acordo com Coelho (1987), Hans Cristian Andersen em suas obras retratava os valores de seus ancestrais. Começou escrever vinte anos após os Irmãos Grimm, com obras na mesma linhagem, porém, mais amadurecidas. Publicou entre 1835 e 1872, 168 contos: Os Sapatinhos Vermelhos, Os cisnes selvagens, O Isqueiro Mágico, Nicolau Grande e Nicolau Pequeno, a Pequena Vendedora de Fósforos, A Sereiazinha, A Rainha da Neve e a Roupa Nova do Imperador, etc.
	Os contos de Andersen, além de possuir a fantasia, estavam ligados ao cotidiano.
	Algumas outras obras também fizeram muito sucesso e são conhecidas até hoje: Mogli O Menino Lobo, de Rudyard Kipling; Vinte Mil Milhas Submarinas, de Júlio Verne, Os três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas; Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol; Pinóquio, de Collodi, Tarzan da selva, de Edgar Rice Burroughs, Peter Pan, de James M. Barrie, etc. 
1.1.1 O Brasil e a Literatura Infantil
	De acordo com Zilberman (1994), no Brasil a produção e publicação de livros infantis foram tardias, quase no século XX. Com a implantação da Imprensa Régia por D. João VI, em 1808. Algumas obras para crianças começaram a ser publicadas, como a tradução de “As aventuras do Barão Munkausen”.
	Segundo Zilberman (1994), devido à nova visão de educação, que a produção de livros infanto juvenis se fortaleceu no país. A consciência de ter uma literatura própria, que valorizasse o nacional, se fez necessário. Esta mudança começou na escola, com surgimento de livros de educação religiosa e livros de literatura para jovens e crianças. Foram os primeiros esforços para a nacionalização da literatura infantil.
O “Livro do Povo”, escrito por Antônio Marques Rodrigues, foi o primeiro livro lançado no Brasil, com repercussão no meio escolar. Depois foram lançados: “O Livro do Nenê”, escrito por Meneses Vieira; “Método do Abílio”, escrito por Abílio César Borges; “Série Instrutiva”, escrito por Hilário Ribeiro; etc. 
	De acordo com Zilberman (1994), depois surgiram os contos para diversão da infância, escritos por autores nacionais. Como: “Contos Infantis”, Júlia Lopes de Almeida, com mais de sessenta narrativas em verso e prosa.
	A primeira coletânea de Literatura Infantil Brasileira foi “Contos da Carochinha”, de Alberto Figueiredo Pimentel, traduzindo para a Língua Portuguesa, os contos estrangeiros de sucesso.
	 Para Zilberman (1994), muitos escritores se esforçaram para a popularização dos livros para crianças, mas o principal escritor da literatura infantil entre ontem e hoje foi Monteiro Lobato, que iniciou sua carreira com o livro: “A Menina do Narizinho Arrebitado”, publicado por sua própria editora, a Monteiro Lobato & Cia.
	Segundo Zilberman (1994), o real e o maravilhoso se misturam no famoso e lendário, “Sítio do Pica Pau Amarelo”, com personagens reais (Dona Benta, Tia Nastácia, Narizinho, Pedrinho e etc.) e personagens irreais (Visconde, Rabicó, Emília, Saci e Etc.) vivendo dentro de um universo do faz de conta lobatiano.
	De acordo com Zilberman (1994), outras obras foram publicadas de Monteiro Lobato, entre aos anos 1940 e 1942: “O Marquês de Rabicó”, “A Caçada da Onça”, “O Saci”, “Fábulas”, “A Cara da Coruja”, “O Noivado da Narizinho”, “O Circo de Cavalinho”, “A Pena do Papagaio”, “Aventuras do Príncipe”, “O Pó de Pirlimpimpim”, “Viagem ao Céu”, “As Reinações de Narizinho”, “Emília no País da Gramática”, “Caçadas de Pedrinho”, “Memórias da Emília”, “Geografia de Dona Benta”, “O Pica Pau Amarelo”, “O Poço do Visconde”, “A Chave do Tamanho” e várias adaptações de contos clássicos da literatura infantil mundial.
	De acordo com Zilberman (1994), outros autores contribuíram com a literatura infantil no Brasil, promovendo valores pedagógicos com interesse no desenvolvimento intelectual da criança e na diversão infantil.
Algumas obras foram lançadas nas décadas de 80 e 90: Marcelo Marmelo e Martelo, de Ruth Rocha; O Menino Maluquinho, de Ziraldo; A Bolsa Amarela, de Lígia Bojunga Nunes; Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque; A Arca de Noé, de Vinícius de Moraes, entre outros.
1.2 Os contadores de histórias
Segundo Coelho (1990), sempre houve quem contasse histórias! As avós são a prova do encantamento da infância em relação às sessões espontâneas de narração de história. As professoras nas escolas de Educação Infantil, sempre contaram histórias.
	Os contadores tradicionais e informais começaram a se preocupar com sua dicção e linguagem, aprenderam gestos como elementos constituintes da ação, da construção de personagens e cenários e entregaram-se a plateias mais numerosas que a da sala de aula ou a familiar. Conquistaram a noção técnica e o status de artista. Passaram a ensaiar e a elaborar previamente suas performances. A hora do conto passou a ser a sessão de contos.
	“Contar histórias é uma arte, por conseguinte requer certa tendência inata, uma predisposição, latente aliás em todo educador, em toda pessoa que se propõe a lidar com crianças. Além do conjunto de técnicas que a Didática ensina, há determinadas qualidades que contribuem para a eclosão desse talento e podem ser estimuladas, desenvolvidas. Em primeiro lugar, o contador precisa estar consciente de que a história é que é importante. Ele é apenas o transmissor, conta o que aconteceu e o faz com naturalidade, sem afetação, deixando as palavras fluírem”. (Coelho, 1990, P.50).
De acordo com Coelho (1990), o contador deve se entregar por inteiro, fazendo combinações entre fala, olhar e movimentos, dando emoção ao personagem, prendendo a atenção do ouvinte para que ele compreenda e descubra novos horizontes.
	O principal instrumento do narrador é a voz, ondeele transmite as emoções.
“Há vários tipos de vozes: sussurrante, adocicada, suave, cálida, eriçada, espinhenta, metálica, sem vibrações, sem modulações, inertes, sem consistência, inexpressivas, monocórdicas.” (Coelho, 1990, p. 51)
	Com base nas ideias de Coelho (1990), a voz do narrador deve ser definida, inconfundível, modulando de acordo com o que está contando. E devem ser considerados os seguintes aspectos:
	Clareza: ter boa dicção, correção de linguagem e evitar repetições desnecessárias.
	Intensidade: o timbre de voz deve variar conforme a distância de quem fala a quem ouve e conforme a emoção que se quer passar. É importante saber modular a voz e torná-la expressiva.
	Conhecimentos: o narrador precisa conhecer a literatura infantil, folclore e possuir noções básicas sobre psicologia evolutiva, para saber escolher histórias e saber avaliar as reações e os comentários das crianças. Além de gostar de crianças e se divertir tanto quanto elas e saber captar a mensagem implícita na narrativa.
	Segundo Coelho (1990), o sucesso da história está no narrador que deve ter entusiasmo e conhecer a história antes de contá-la. A falta de conhecimento do narrador é um dos fracassos na contação de história, pois não é só pegar um livro na biblioteca e lê-lo, sem nenhum significado e interação com a história.
	 A importância de contar histórias vai além de recreação. Através delas enriquecemos as experiências infantis desenvolvendo diversas formas de linguagem, ampliando o vocabulário, desenvolvendo a confiança na força do bem, formando o caráter, proporcionando a ele viver o imaginário.
	Além de estimular o desenvolvimento de funções cognitivas importantes para o pensamento: o pensamento hipotético, a comparação (entre texto e figuras), pensamento divergente ou convergente, o raciocínio lógico, as relações espaciais e temporais (toda história tem princípio, meio e fim). As ações dos personagens geralmente são organizadas com conteúdo moral, colaborando para a construção da cidadania e da ética em nossas crianças.
1.2.1 A arte de contar histórias e sua importância na educação infantil
	De acordo com Coelho (1990), contar histórias é uma arte linda. É brincar com rimas, versos e palavras. Deslumbramo-nos com a riqueza da comunicação através da oralidade. Todos de todas as idades se envolvem com o mundo de contar histórias.
	Para autora as histórias são importantes no desenvolvimento das crianças, pois atuam de forma lúdica na imaginação e tem linguagem educativa e prazerosa, possibilitando o resgate da memória cultural e afetiva.
	Segundo Coelho (1990), o ato de contar histórias auxilia o professor em debates referentes ao cotidiano escolar e também uma forma de ensinar temas de cidadania, éticos e de propiciar um mundo imaginário para encantar a criança. Além de desenvolver sua imaginação, criatividade, linguagem oral, observação e o prazer pela arte.
	Contar histórias estabelece um relacionamento entre a pessoa que ouve e a que conta, aproximando os sujeitos envolvidos, proporcionando momentos de contato prazeroso com a literatura, fazendo com que os alunos desenvolvam percepção, concentração e argumentação.
	De acordo com Coelho (1990), o professor deverá saber dar toques de entusiasmo às histórias, com sua inteligência, criatividade e imaginação. Deve ser mediador entre os objetos do conhecimento e seus alunos na educação infantil. As histórias fazem parte desse conhecimento, pois desde pequena é necessário ouvir estórias para sentir emoções e sentimentos como alegria, medo, segurança, se socializar, descobrir lugares imaginários e outras culturas distantes da sua realidade. É nesta fase que se desenvolve o gosto e o hábito pela leitura e o professor tem o papel de mediador na construção deste hábito através da contação de histórias.
	Contar histórias é uma maneira de estimular a união, de divertir e uma forma de ajudar o ser humano em busca do autoconhecimento.
1.3 Qual a diferença entre contar e ler histórias
Com base nas ideias de Coelho (1990), ambas são diferentes, mas são muito importantes. O texto escrito segue as normas da língua escrita, que são diferentes da linguagem falada. A criança ao ouvir a leitura de uma história introjeta funções sintática da língua e aumenta seu vocabulário e seu campo semântico. Por isso que a pessoa que lê a história deve dominar a arte de contá-la, preparada para fazer o livro de apoio e utilizá-lo de acessório à técnica da voz.
	Para a autora ao ler para a criança não é transmitido apenas o conteúdo da história, mas sim o encontro com a leitura, desenvolvendo nela o sentido do valor de um livro e o prazer de ler.
	É muito importante saber como contar e como ler uma história, pois é preciso técnica e preparo para despertar o prazer e o desejo das crianças pela leitura. Pois contar histórias é uma arte, ela é o uso harmônico e simples da voz.
	De acordo com Coelho (1990), é importante conversar sobre o tema da história antes de conta-la. Ela não deve ser longa, só o tempo necessário para que as crianças se predisponham a escutar a história dos amigos. Isso facilitará a identificação e a integração da mensagem. 
	A conversa informal estabelece a empatia e permite ao narrador conhecer melhor as crianças, além de deixa-los falar.
	Ao contarmos uma história, podemos interpretá-las de várias maneiras, usar nossas próprias palavras, podemos recriá-las, acrescentar elementos novos vindos de nossa imaginação ou contexto, no qual estamos inseridos. A história que se conta é mais flexível, dependendo da pessoa que conta. Já ler uma história é utilizar as palavras que estão escritas, que geralmente não utilizamos cotidianamente ao falar. Podendo apenas modificar a entonação, o timbre e a altura da voz.
	Com base nas ideias de Coelho (1990), quem conta ou lê a história deve criar um clima de envolvimento e de encantamento. Deve saber criar intervalos, dar pausas, respeitar o tempo para o imaginário de cada criança construir seu cenário. Evitar as descrições grandes e cheias de detalhes, saber utilizar as possibilidades e modalidades da voz, dando pausas para valorizar o momento da história, deve saber começar o momento da contação e segurar o ouvinte desde o início e saber dizer que a história acabou de um jeito especial. No caso da leitura de um livro é fundamental mostrar à criança que o que ouviu está impresso num livro e que ela pode voltar a ele quantas vezes queira e folheie o livro bem folheado para encontrar o momento especial que está buscando, mesmo que ainda não saiba ler.
	De acordo com a autora, após a história também se deve conversar com as crianças, pois o comentário do ouvinte evidencia o efeito da história contada e conseguimos avaliar sua repercussão. Nesta fase que o narrador observa as reações básicas das crianças, aprimorando-se na prática da arte de contar histórias e aperfeiçoando o seu estilo.
17
Ler e contar histórias serve para ensinar a criança a pensar, a escutar e a ver com os olhos da imaginação.
2. A CONTRIBUIÇÃO DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
	Este capítulo apresentará a história da educação infantil, a importância do processo de construção no conhecimento do individuo e a contribuição da contação de histórias no desenvolvimento infantil. Além da escolha e as formas de apresentação das histórias e os materiais e técnicas para contar histórias.
2.1 A história da Educação Infantil
De acordo com Ahmed (2009 apud Partes, 2012), a infância nos trouxe diversas concepções e meios de sua própria jornada, através do passar do tempo, dos séculos e dos caminhos pela sociedade. Antigamente a criança era vista como uma miniatura de adulto, onde a responsabilidade de cuidar e educar eram da família, principalmente da mãe. Existiam instituições onde as crianças menos favorecidas, filhos da classe operária ficavam.
	Segundo a autora, a infância teve um olhar diferente a partir do século XIII, referente à sua existência, onde seu progresso e desenvolvimento passam a ser acompanhados nos campos das artes e no surgimento de imagens, símbolose novos caminhos, nos séculos XV e XVI. No passado o sentimento em relação à infância não existia.
18
	De acordo com Ahmed (2009 apud Partes, 2012), no século XVI, não existia a consciência sobre o universo infantil, era oferecido atendimento precário as crianças, havia grande número de mortalidade infantil, devido às péssimas condições de higiene e saúde. Quando uma criança morria era substituída pelo nascimento de outra, pois entendiam que a criança que morria não faria falta e qualquer outra podia ocupar o seu lugar.
	Depois começaram a surgir às primeiras instituições que cuidavam e atendiam as crianças abandonadas, devido às guerras e movimentos de migração e miséria.
	Surgiram no século XIX, as primeiras instituições de Educação Infantil em diversos países da Europa. No Brasil, a partir dos anos 1970.
Segundo a autora, no século XX, apareceram novas concepções educacionais e pedagógicas, fazendo com que a educação infantil evoluísse em diversos patamares. Com influência de Froebel, que foi o fundador dos jardins de infância que visavam à importância das brincadeiras e jogos no desenvolvimento infantil, com uma pedagogia que atendia diversos níveis de faixa etária.
	Segundo Ahmed (2009 apud Partes, 2012), no Brasil em 1875, a Educação Infantil começou apresentar importância, atendendo crianças da classe industrial. Em 1930, devido à pressão dos sindicatos e da classe operária, as pré-escolas passaram a ter o setor público envolvido, pois lutavam por educação pública gratuita e de qualidade.
	Na Constituição de 1988, foi reconhecida a Educação Infantil como direito da criança, sendo a educação formal, não apenas responsabilidade dos pais trabalhadores. Estas instituições recebiam crianças a partir de zero a seis anos de idade. Com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, lei número 9394/96, a Educação Infantil passa ser a base inicial da educação básica. Onde as escolas infantis deixam de ser vistas como assistencialistas.
	Através da LDB (9394/96, art.29) a responsabilidade da escola é também integrar a responsabilidade da família no processo de desenvolvimento integral da criança.
	Para a autora, através das propostas pedagógicas, a Educação Infantil, visa promover, transformar e desenvolver atividades interativas, para promover reflexão sobre o mundo social e físico, levando em conta os conhecimentos prévios das crianças, seu contexto social e sua subjetivação.
	Para o desenvolvimento da criança, dentro da escola no qual existem diversos paradigmas sociais e etnias é de suma importância o respeito mútuo e vários instrumentos com seus meios físico, emocional e intelectual, que prioriza e constrói a Educação Infantil.
2.2 A importância do processo de construção no conhecimento do indivíduo e a contribuição da contação de histórias no desenvolvimento infantil
Segundo Coelho (1990), tanto no processo social, quanto na área da psicologia, o processo de construção no desenvolvimento do indivíduo nos apresenta diversas concepções. Mostra as mudanças e caminhos de cada pessoa no contexto sociocultural. Na Educação Infantil em suas diversas etapas da vida, acompanhamos o trabalho contínuo da aprendizagem da criança.
	Segundo Ribeiro (2007), o desenvolvimento do indivíduo se dá a partir da troca de experiências e da vivência, do conteúdo absorvido do meio em que se vive, onde cada um evolui e aprende com o outro, onde é chamado de percurso social de cada jornada humana. E não se dá apenas aos fatores ambientais ou genéticos.
	O indivíduo é transformado pelo meio, assim como o indivíduo transforma o meio, construindo o homem como percussor do ambiente e suas diferentes formas de agir, pensar, sentir e ser ativo na sociedade.
	Por intermédio da mediação da sociedade, a construção do conhecimento se dá através da apropriação de sujeito, dos conhecimentos e das produções culturais da sociedade em que vive. A mediação é ação que se interpõe entre o objeto de conhecimento e o sujeito.
	De acordo com as ideias de Coelho (1990), a linguagem é um papel de destaque no processo de pensamento. Ela é o elemento mediador, possibilitando a comunicação entre os indivíduos. A linguagem pode ser usada para mostrar ou indicar um objeto, tanto na sua ausência quanto na sua presença.
	A literatura dentro do ambiente escolar ou fora dele, resulta no conhecimento da sociedade e de si próprio, onde ouvir uma história e uma roda de conversa é de suma importância para o papel reflexivo e evolutivo da criança. Pois, através de materiais e instrumentos que chamam atenção da criança, quem ouve a história, reflete, cria, interpreta e produz seu próprio conhecimento.
	A Educação Infantil é o primeiro contato da criança com o mundo social, fora de seu âmbito familiar, onde os educadores apresentam elementos que estimulam esse processo rico e didático, através de habilidades e fontes lúdicas para o conhecimento. Por isso é de grande importância a contação de histórias, nesse contexto de descobrimento e imaginação do mundo.
	O educador pode observar e intervir tais avanços, trabalhando de maneira natural, o interesse da criança e sua forma de olhar o mundo ao seu redor. Através de uma história pode-se mudar toda uma visão desta, onde é ouvida, lida e interpretada, para dar suporte às novas dimensões, onde são construídas as posturas e características de avaliar o trabalho docente e a criança.
A Educação Infantil tem como tarefa, a interação social para a criança encontrar e retribuir novas atitudes e entendimentos no seu processo de construção e novos valores. Havendo uma interação entre a família (ambiente educacional informal) e a escola (educação formal).
O professor deve encorajar o aluno através de atividades que lhe causem desiquilíbrios, porque ele é o mediador do processo de construção dos conhecimentos e deve fazer o aluno pensar.
Para Ribeiro (2007), na Educação Infantil, as práticas sociais promovem novas integrações e organizações para o avanço cultural, redescobrindo novas linguagens e paradigmas que possibilitam às crianças integração e novos recursos de aprendizagem, com possibilidades diferentes e ênfase aos processos de construção do conhecimento.
Gira em torno da observação e da supervisão de suas tarefas, a tomada de decisões do professor, onde ele utiliza materiais e cria situações em que as crianças devam e possam participar. 
Para Coelho (1990), através da história a criança em seu mundo, cria, reflete, indaga e faz a partir da sua imaginação e olhar, a extração de seu senso crítico.
A criança desenvolve modos de observar o mundo e descobre os significados e as hipóteses do ambiente ou da atividade proposta. Sendo assim o projeto didático pedagógico, deve oferecer às crianças a oportunidade de explorar sua criatividade e seus conhecimentos prévios.
Os mais variados temas das histórias visam à curiosidade e a relação afetiva da criança com o tema e ela pode elaborar e investigar seus próprios projetos, possibilitando-as experiências prévias na interação com as outras e o surgimento e construção social e histórica, proporcionando o processo de construção do conhecimento, onde a infância é fundamental neste processo.
	A arte de contar histórias é de grande importância, desde os primeiros anos de vida, e a Educação Infantil é o suporte para dar continuidade nesse âmbito, contribuindo com a construção no processo para a evolução cognitiva, interativa e social e é fundamental para as novas etapas a seguir, buscando a construção do conhecimento.
2.3 A escolha e as formas de apresentação das histórias
	Com base nas ideias de Coelho (1990), a história é uma importante fonte de prazer para a criança e contribui para o seu desenvolvimento. Por isso não podemos improvisar. Vários fatores se interligam para o sucesso da narrativa: um roteiro, o desempenho do narrador, a elaboração de um plano. Desta maneira o roteiro transforma o improviso em técnica, fundindo a teoria à prática.
	Escolher a história é o primeiro passo, pois nem todas vêm no livro prontas para ser contadas, requer adaptação verbal para facilitara compreensão e torna-la mais comunicativa e dinâmica.
	É necessária uma seleção inicial, feita em revistas, livros, para encontrar a história adequada à faixa etária, as condições socioeconômicas, o interesse do ouvinte e ao objetivo específico que a ocasião requer. É importante também que o narrador a aprecie, pois se esta não nos desperta a emoção, a sensibilidade, não a
contamos com sucesso. Precisamos saber se o assunto é interessante, se demonstra riqueza de imaginação, se é original e se consegue agradar às crianças. 
	Vejamos o seguinte quadro organizado por Coelho (1990, p. 15):
	FAIXA ETÁRIA E INTERESSES	
	
Pré-escolares
	
Até 3 anos: fase pré-mágica
3 a 6 anos: fase mágica
	- histórias de bichinhos, brinquedos, objetos, seres da natureza (humanizados).
- histórias de crianças.
- histórias de repetição e acumulativas (Dona Baratinha, A Formiguinha e a Neve, etc.).
- histórias de fadas.
	
	
7 anos
	- histórias de crianças, animais e encantamento.
- aventura no ambiente próximo: família, comunidade.
- histórias de fadas.
	
Escolares
	
8 anos
	- histórias de fadas com enredo mais elaborado.
- histórias humorísticas.
	
	
9 anos
	- histórias de fadas.
- histórias vinculadas à realidade.
	
	
10 anos em diante
	- aventuras narrativas de viagens, explorações, invenções.
- fábulas, mitos e lendas.
Com base nas ideias de Coelho (1990), na fase pré-mágica (até 3 anos), as histórias devem ter enredo vivo, atraente e simples, com situações que se aproximam da vida da criança, assim ela pode integrar-se com os personagens e conseguir sentir-se no lugar e viver os enredos em que lhe foram narrados. Nesta fase as histórias devem conter muito ritmo e repetição.
Segundo Coelho (1990), a fase mágica (a partir de 4 anos) a imaginação da criança torna-se criadora. Ela conversa com os brinquedos, inventa falas ao telefone, inventa nomes e conversa com amiguinhos invisíveis. As crianças pedem várias vezes a mesma história e a escutam com o mesmo interesse e encanto. É a fase do “conte outra vez”, “conte de novo”. Pois da primeira vez tudo é novidade, nas outras ela já sabe o que vai acontecer e pode se identificar mais ainda, apreciando os detalhes. Esta fase se estende mais ou menos até os sete anos, no primeiro período a criança prefere histórias com pouco texto e expressões reduzidas; no segundo já começa a apreciar histórias de circo, flores, nuvens, festas, zoológico etc. Com sua linguagem mais evoluída, a criança exige enredos mais longos e amplia seu conhecimento permitindo maior variedade de assuntos.
Segundo Coelho (1990), é necessário estudar a história, divertindo-se com ela, captando a que está implícita e depois identificar os elementos que constituem a sua estrutura.
Deve ser contado na íntegra o essencial e os detalhes fluem por conta da criatividade do narrador.
É preciso estudar a história e escolher a melhor maneira de apresenta-la. Há vários recursos utilizados: a narrativa, o uso de desenhos, de gravuras e a narrativa com interferências dos ouvintes e do narrador.
Para Coelho (1990):
Narrativa com auxílio do livro: há livros que é indispensável à apresentação do mesmo, pois a ilustração os complementa, onde a apresentação gráfica e a imagem são tão ricas quanto o texto, ou até mais rica. Narrar com o livro, não ler a história e sim estuda-la e contar com suas próprias palavras, sem consultas ao texto.
A simples narrativa: é forma mais tradicional e autêntica, nem requer nenhum acessório, se dá através da voz do narrador e de sua postura, concentrando na expressão corporal. Esta maneira de contar história contribui para estimular a criatividade.
Com o uso de desenhos: escrever nomes dos personagens na lousa e enquanto narrar desenhar ao lado de cada nome e a ideia que o personagem tem na cabeça. Interromper a narrativa e convidar os ouvintes ao quadro para expressarem suas próprias ideias. 
Com o uso de gravuras: ampliar gravuras em cartolina através de colagem, para obter efeito visual, considerando sempre os elementos essenciais da história. As gravuras permitem que as crianças observem detalhes e organizem seu pensamento, facilitando mais tarde a identificação de fatos principais, da ideia central e fatos secundários.
Com interferências do narrador e dos ouvintes: esta é feita com participação ativa dos ouvintes, pela voz ou gestos, podendo ser:
- falada: repetindo uma frase, uma palavra em determinados momentos do enredo.
- cantada: no momento exato um estribilho se repete.
- de grupo: o narrador divide os ouvintes em dois grupos e através de um gesto deste, cada grupo canta ou fala e ao mesmo tempo gesticula, conforme o enredo. Em algumas histórias há a oportunidade de usar a interferência, mas as crianças devem acostumar-se a ouvir caladas, sem interferir.
De acordo com Coelho (1990), para cada apresentação é necessário saber escolher o recurso. Devem ser definidas dependendo das circunstâncias e do local.
2.4 Materiais e técnicas para contar histórias
De acordo com Oliveira (2012), é recomendável ser bastante criativo ao contar histórias, utilizando técnicas e materiais diversos. Deve-se variar de acordo com o conteúdo da história a ser apresentada ou contada.
Há várias maneiras para contar uma história, segundo Oliveira (2012). Algumas delas são:
Flanelógrafo
As figuras são desenhadas, pintadas, ampliadas e recortadas em papel grosso. Atrás delas cola-se palha de aço fina, lixa grossa, tiras de cola e areia fina ou outro material que sirva para manter a figura presa na flanela de base.
Para o uso do flanelógrafo é necessário que os personagens e o enredo sejam bem destacados. Por isso não são todos os textos que se adaptam ao uso do flanelógrafo. Progressivamente a história é contada e a criança pode e deve manipular as gravuras para recontar a história.
O material do flanelógrafo deve ser guardado em envelopes, contendo na frente deste as características do material.
Outra maneira de utilizar o flanelógrafo é propor ao aluno que crie uma história, desenhe e recorte as figuras e conte-a utilizando o mesmo.
Fonte: www.educarpartilhando.blogspot.com.br Fonte: www.tecnologiaetreinamento.com.br
Imanógrafo
É um recurso de apresentação progressiva, que utilizamos no lugar da flanela uma placa de latão ou zinco e no verso dos letreiros ou figuras colocamos pedaços pequenos de imãs.
 Fonte: www.rayuela123.blogspot.com Fonte: www.keepinglifecreative.com
Álbum seriado
As figuras são desenhadas e pintadas em folhas de papel levemente encorpado, evitando a visibilidade da próxima página. As ilustrações devem ser grandes, para melhor visualização das crianças. Para a educação infantil o correto é utilizar papel do tamanho de uma cartolina.
	As crianças gostam muito do álbum seriado, pela possibilidade de criar expectativa, suspense e envolvimento.
	Há livros apropriados para este recurso, onde apresenta riqueza de ilustrações, par o desenvolvimento de um álbum seriado. 
 Fonte: www.educar.com-Karine.blogspot.com.br Fonte: www.educar.com-Karine.blogspot.com.br
Álbum sanfonado
Este é semelhante ao álbum seriado, a história é contada em sequência, mas em vez de virarmos as folhas, desdobramos as partes. Ele é feito de pedaços de papel-cartão e dobrado em forma de sanfona e as partes do papel são ligadas com fita de pano, fita adesiva ou cadarço.
 Fonte: www.turminhadaysa.blogspot.com.br
Quadro de pregas
O quadro de pregas deve ser confeccionado em cartolina ou papel grosso. As pregas são de 5 a 7 cm de altura. As figuras podem ser as mesmas do flanelógrafo, mas na base devemos acrescentar 5 a 7 cm de cartolina para encaixar nas pregas.
 Fonte: www.educar.com-Karine.blogspot.com.br
Mural didático
É um recurso visual que pode ser feito de papelão corrugado, cartolina, Eucatex ou outro material. O tamanho é de 100x60cm aproximadamente e deve ser colocado numa altura de fácil visualização.
	É usado pelo professor, que escolhe a mensagem a ser trabalhada. Monta-se a história e as letrase figuras são cobertas. E o professor vai revelando de acordo com o desenrolar da história.
	O professor pode usar o mural didático para desenvolver várias outras atividades, dentre elas pode ser usado para a criança contar a “sua história”. Pode ser usado para organizar um mural a partir de um texto lido, da criação de uma história a partir de uma história, da criação de uma história a partir de um texto, continuar uma história já trabalhada.
 Fonte: www.casfeitosaeva.blogspot.com.br 
Transparência
As ilustrações e figuras podem ser passadas para a transparência (usada no retroprojetor) e a história vai sendo contada enquanto o professor vai projetando. Depois os alunos também podem contar a história.
Com a transparência o professor pode projetar enquanto os alunos contam a história e depois o educador conta sua.
Dependendo da história os personagens podem se movimentar no cenário.
 Fonte: www.pnepigreja.blogspot.com.br
Cineminha
A história deve ser desenhada ou utilizar as imagens do próprio livro. As figuras e os desenhos devem ser sequenciados. A partir da última cena o filme é enrolado na vareta inferior (deixa-se um pedaço de papel em branco) na outra extremidade é presa na vareta superior, de maneira que a primeira apareça na boca da apresentação.
Conforme o professor vai contando a história ele vai virando a vareta superior. As cenas podem ser mostradas aos poucos criando expectativa e envolvimento com a história por parte das crianças.
Este recurso permite que o professor pare em uma das folhas das cenas para introduzir expressão corporal, mímica, cantos...
É um recurso simples e antigo, que desperta a curiosidade e o interesse da criança.
Fonte: www.alfabetizaçaocefaproponteselacerda.blogspot.com.br
Slide com recurso audiovisual (Power Point)
Este recurso é eficiente quando é planejado. Devem-se preparar os alunos para o que vão ver e ouvir. Há vários textos que são acompanhados de imagens. Este recurso deve ser utilizado como estímulo, antes, durante e no fim da leitura.
 Fonte: www.pnaunamac.blogspot.com.br
DVD
O DVD é mais um recurso que pode ser utilizado pelo professor para ajuda-lo a comunicar uma história para o aluno. Existem várias histórias em DVD.
	Ao utilizar o DVD o professor deve orientar os alunos para o que vão ver ouvir e preparar outras atividades posteriores, para que haja aprendizagem.
 Fonte: www.janainaferreira2010.blogspot.com.br
	Dramatização
As histórias infantis na maioria das vezes podem ser adaptadas para o teatro. Os alunos fazem o papel dos personagens e representam na sala de aula ou no palco. As crianças podem usar máscaras, fantasias...
	É importante que o aluno assimile a mensagem transmitida pela história através da linguagem gestual e oral.
As crianças devem participar de todo o processo de elaboração da dramatização. 
 Fonte: www.leninhapimentablogspot.com.br
Teatro de sombra
Este recurso é muito interessante. Deve-se colocar uma cortina transparente esticada no meio do palco. Colocar uma luz atrás da cortina, para projetar a sombra das personagens.
Outra maneira de se fazer um teatro de sombra é colocar papel vegetal em caixa e projetar figuras de papel cartão preto.
 Fonte: www.fabianaeaarte.blogspot.com.br
Teatro de fantoches
Outro recurso que as crianças adoram e as desperta interesse é a criação de fantoches, para reproduzir a história. As crianças assimilam o conteúdo e desenvolvem o dom artístico e a imaginação. Os materiais que podem ser utilizados para a confecção de fantoches são: meia, tecidos, massa, sucata e utilizar as próprias mãos pintadas.
	Há vários tipos de fantoches: fantoche de são de papel, fantoche de meia, fantoche de mão, fantoche de tecido, dedoches, fantoches de luvas, fantoches de varas...
 
 Fonte: www.tiafabiolaecia.blogspot.com.br
Fonte: www.aprendendocomtiacelia.com. Fonte: www.eucontadoradehistoria.com.br
Fonte: www.docesorrisodaclaudinha.com.br Fonte: www.fantoche&cia.com.br
Teatro de varas
Através de um biombo feito com compensado ou papelão corrugado e personagens feitos de cartolina e varas, apresenta-se uma peça de teatro, movimentando as varas de acordo com a sequência da história. 
 Fonte: www.arteficioss.blogspot.com.br
Máscaras
Fáceis de fazer e baratas, as máscaras substituem os “figurinos” e é excelente recurso. Podem ser feitas de papel, tecidos ou sacos de papel.
 Fonte:www.tiafabíolaecia.blogspot.com.br
De acordo com Oliveira (2012), há vários tipos de atividades que podem ser desenvolvidas após a história:
1) Desenhos, recortes, dobraduras, modelagem:
Devemos pedir que cada um expresse de acordo com suas preferências: recortar, desenhar, dobrar, modelar etc.
2) Pantomina:
Através da expressão corporal, reproduzir a história, sem usar a voz.
3) Brincadeiras:
Algumas histórias sugerem novas advinhas, cantigas de roda, outros brinquedos infantis, parlendas, etc.
4) Dramatização:
Brincar de representar a história. Alguns enredos prestam melhor a dramatização, são eles os enredos movimentados, de repetição e fáceis de guardar. A dramatização ajuda a desinibir os retraídos e tímidos.
5) Construção de maquetes:
Reproduzir uma ou mais cenas da história. Cada criança escolhe a tarefa de seu gosto, depois arrumam às peças que construíram com o material disponível, isto as deixam muito animadas.
6) Quadros e cartazes:
Colagem e desenhos são atividades que despertam interesse e criatividade. Após a história ser lida pode ser representada com desenhos feitos pelos alunos, em forma de quadro e cartazes, que serão colocados na parede à medida que a história é contada. Os alunos também podem procurar figuras em jornais, revistas relacionadas ao tema para fazer colagem em cartazes. O professor também pode sugerir que tragam letras ou palavras de histórias, para formar frases relacionadas com a história ou montar outra história.
7) Dobraduras:
A dobradura é outra atividade interessante para ser feita através da contação de histórias. Pois cada criança pode escolher sua história e falar porque a escolheu, fazer uma dobradura relacionada ao tema
8) Jogos:
Há vários jogos que podem ser feitos baseados nas histórias lidas, como jogos de montagem, dominós, baralhos, quebra-cabeça, jogo da memória, mímica.
9) Histórias sequenciadas:
Este atividade é excelente para ajudar o aluno a expressar-se oralmente, além de organizar seu pensamento logicamente. A história é contada em sequência e depois a criança tem a oportunidade de montar sua sequência através das figuras.
37
O cultivo da imaginação é muito importante e através das atividades lúdicas, a arte de contar história na educação infantil permite o desenvolvimento da capacidade de expressão, de comunicação e interação do educando, de maneira que amplie seu desenvolvimento. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse trabalho foi baseado em pesquisas bibliográficas, que destacaram a importância de se contar histórias na educação infantil.
Foi confirmado que a ação de contar e ouvir histórias proporciona a volta da memória afetiva e cultural, porque contar histórias é amais antiga das artes e abre espaço para o prazer de ler, para alegria, para interpretar a si próprio e à realidade do mundo. O principal é gostar de contar história, dominar seu conteúdo, improvisar se necessário e agir com amor para despertar emoções, desenvolvendo o imaginário infantil, porque sem imaginação o mundo se torna triste e vazio.
Desde a primeira infância a contação de história deve ser introduzida na vida das crianças para proporcionar um aprendizado global, influenciando na área psíquica, afetiva e social.
Interagindo com os colegas e com o professor na sala de aula, atravésda contação de história há o auxílio no processo de aprendizagem, porque as crianças podem explorar seus conhecimentos prévios e sua criatividade, colaborando para a formação do raciocínio lógico e abstrato, pela análise e observação.
Os professores devem procurar todos os meios para criar situações de aprendizagem que proporcionam às crianças a construção do conhecimento sobre seu mundo real.
REFERÊNCIAS
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www.partes.com.br/educacao/historicoinfancia.asp Acesso em 02/07/2014
COELHO, B. Contar histórias uma arte sem idade. 3. ed. São Paulo: Editora Ática,1990.
COELHO, N.V. O conto de fadas. São Paulo: Editora Ática, 1987.
OLIVEIRA, M.A. Dinâmicas em literatura infantil. 15. ed. São Paulo: Paulinas,2012.
RIBEIRO, E.C. A prática pedagógica do professor mediador na perspectiva de Vygotsky. Disponível em:
www.avm.edu.br/monopdf/6/ELIZABETH+1%20DA%20CRUZ%20RIBEIRO.PDF
Acesso em 20/07/2014.
ZILBERMAN, R. A literatura infantil na escola. 8. ed. São Paulo: Global, 1994.
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