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Criolipólise: indicações e cuidados para o tratamento definitivo de gordura localizada
Prof. Esp.: Eduardo Gusman Panichella
Fisioterapeuta - Brasil
Formação em Estética e Cosmética – França
Docente do UNICESUMAR
Especialista em: Fisioterapia Dermato-Funcional e
 Docência do Ensino Superior
	A busca pelo tratamento de remoção de gordura e melhora do contorno corporal tem crescimento acentuadamente, isso se deve ao fato da mídia impor um padrão de beleza irreal. 
	A lipoaspiração é ainda o mais efetivo tratamento para remover a gordura subcutânea localizada.
	Procedimento invasivo
	Risco Cirúrgico
	Complicações pós operatórias
Gordura Localizada
Gordura Localizada
	Tecido Adiposo
	O tecido adiposo é uma forma especializada de tecido conjuntivo, formado por células chamadas Adipócitos.
	Podem ser encontradas de forma isolada ou em pequenos grupos, nas malhas de muitos tecidos conjuntivos, ou ainda agrupados em grandes áreas do corpo, como no tecido subcutâneo.
Recapitulando alguns princípios: O nosso organismo, têm algumas células com a função de acumular energia, sob a forma de gordura, para ser usada quando nós precisarmos.
Estas células chamam-se adipócitos (células de gordura). Elas se localizam na hipoderme, a camada mais profunda da pele.
HIPODERME (Tela Subcutânea)
	O tecido adiposo não faz parte da pele, mais é importante porque fixa a pele as estruturas subjacentes, sendo também conhecida como tela subcutânea, tecido subcutâneo ou fáscia superficial.
Dependendo da região em estudo e do grau de nutrição do organismo, a hipoderme pode ter uma camada variável de tecido adiposo, sendo que nele se deposita a maior parte dos lipídeos nas pessoas obesas.
Como os mamíferos consomem energia de modo contínuo, mas se alimentam com intermitência, entende-se a importância de um reservatório de energia, representado pelo tecido adiposo. 
 Distribuição de gordura não uniforme:
	
	* Nunca acumulam gordura: Pálpebras; cicatriz umbilical, região esternal; pênis. 
	
	* Há maior acúmulo de tec. Adiposo: parede abdominal; proximal aos membros e laterais
Tipos de Adipócitos
	Existem 2 tipos de adipócitos que se distribuem pelo organismo e possuem diferentes estruturas e funções. 
	Os tecidos vivos têm pequenas cavidades que se chamam lóculos. 
	Por isso, esses dois tipos de adipócitos são denominados tecido adiposo unilocular e tecido adiposo multilocular.
Tecido adiposo unilocular 
Possui apenas um lóculo e é abundante no corpo humano. Sua coloração varia de branco ao amarelo-escuro, conforme a alimentação. 
As células deste tecido são poliédricas, em virtude da compressão das demais células, mas tornam-se esféricas quando isoladas. Como reserva de energia o tecido adiposo unilocular é composto por triglicerídeos absorvidos através da alimentação e degradados em ácidos graxos e glicerol quando o organismo requisita. 
Tecido adiposo unilocular 
Esta quantidade de armazenagem no interior do adipócito unilocular obedece o balanço energético, no qual o que se consome pela alimentação deve ter um equilíbrio com o gasto energético. 
O tecido unilocular é o que varia de tamanho, podendo sofrer hipertrofia. Ele também pode sofrer hiperplasia em algumas fases da vida como infância, adolescência e gravidez.
Tecido adiposo Multilocular 
Possui muitos lóculos, em razão da presença de inúmeras mitocôndrias e grande vascularização.
Sua cor castanha é devido à vascularização abundante e às numerosas mitocôndrias, que fazem gerar energia mais rápido que o tecido unilocular. 
Localiza-se em áreas determinadas, encontrados em grande quantidade em animais hibernantes e em recém nascidos. Tem como principal função gerar calor.
UNILOCULAR / MULTILOCULAR
Acúmulo de gordura
Lipogênese
Carboidrato 
 			 glicose 
					 figado (glicogênio)
Glicogênio 
				 Acido Graxos 									 Adipócitos
				Lipólise
A lipólise é exatamente o processo contrário da lipogênese. Quando o sangue está com concentração de glicose abaixo do normal, ele recebe glicose do fígado resultante da quebra do glicogênio.
O fígado, por sua vez, para manter seu nível de glicogênio estável, retira ácidos graxos do sangue, transformando-os em glicogênio.
Quando o sangue, que teve os ácidos graxos removidos pelo fígado, chega até a pele, esta, quebra a gordura armazenada em seus adipócitos e a introduz no sangue sob a forma de ácidos graxos.
O fígado quebra glicogênio e libera glicose
Para o fígado manter a taxa de glicogênio normal ele retira ácido graxo do sangue
Então o sangue retira dos adipócitos (induzindo a quebra da gordura armazenada) para liberar ácido graxo na corrente sanguínea
Segundo Borges, 2010
Em condições normais a lipase (enzima) na gordura localizada permanece mais inativa. Ela precisa ser ativada por meio dos hormônios lipolíticos (ex: adrenalina e noradrenalina). 
Como resultado, teremos a ativação da enzima adenilciclase, que transforma o ATP em AMPciclíco. O AMPciclíco é o nucleotídeo que atua como mensageiro químico da lipólise, que ativa a lipase a degradar a molécula de triglicerídeo em ácidos graxos e glicerol. 
Os ácidos graxos serão liberados na corrente sanguínea e utilizados em forma em energia, enquanto que o glicerol pode ser captado pelo fígado e reaproveitado ou excretado pela urina.
Os fatores que influenciam a lipólise e a lipogênese são:
* ingestão calórica, 
* gasto energético, 
* hormonal, 
* psicológicos, 
* hereditário.
Fatores Genéticos
	Sem dúvida pode ser familiar!
	Os estudos de gêmeos têm tentado separar as influências ambientais das genéticas, já que, se forem criados em ambientes distintos (quando um dos gêmeos é adotado por outra família), teremos a possibilidade de obter informações sobre a influência ambiental em indivíduos com o mesmo patrimônio genético.
Fatores emocionais
	O hábito de assistir televisão, além de promover o sedentarismo, pode exercer influência negativa sobre a alimentação infantil, pois as crianças são bombardeadas por uma série de propagandas mostrando em sua maioria alimentos com alto teor de gorduras e açúcares.
	Fatores psicológicos também podem influenciar os hábitos alimentares. Muitas pessoas comem como resposta a emoções negativas como tristeza, tédio ou raiva.
Fatores decorrentes do não balanceamento energético
Fatores metabólicos
	O metabolismo é outro fator interno importante, crianças com metabolismo lento têm maior facilidade para o acúmulo de gordura, por outro lado as crianças com metabolismo mais acelerado têm menor probabilidade de desenvolver a obesidade. 
	Essa situação pode explicar o fato de determinadas pessoas que mesmo ingerindo grandes quantidades de alimentos e com hábitos sedentários, dificilmente estarem acima do peso e outras que não têm uma alimentação exagerada, frequentemente brigarem com a balança. 
	As taxas metabólicas podem ser parcialmente modificáveis, podemos acelerar o metabolismo com reeducação alimentar, atividades físicas e adequação dos hábitos diários. 
O que os Autores falam sobre Gordura Corporal ...
Os adipócitos (células gordurosas especializadas na síntese e armazenamento de triglicerídeos) aumentam em número (hiperplasia) até o início da adolescência. Aumentam também de tamanho (hipertrofia) durante toda a vida, pois estas células servem como reservatório de “energia”. A falta de exercício e o excesso alimentar podem estimular sua formação. Assim, a obesidade constitui uma combinação do número de adipócitos e de seu conteúdo lipídico. (BORGES, 2010)
Andróide / Ginóide
Princípios ativos utilizados no tratamento de gordura localizada
	Centella asiática: ativador da circulação
	Hera: aumenta a microcirculação
	Algas marinhas: fuccus
	Cafeína
	Cavalinha: aumenta a microcirculação
	Bétula: estimulante da circulação
Capítulo de cosmetologia no tratamento de gordura localizada e celulite (Borges (2010),
FIBRO EDEMA GELÓIDE 
“ CELULITE”
	O ideal de beleza no início do terceiromilênio é o “corpo perfeito”.
	 A presença de tecido adiposo é pouco aceita e as irregularidades deste tecido, a “Celulite”, é um pavor das mulheres, já que é provocada e atraída permanentemente para estar de acordo com os padrões de beleza atual. 
	A disfunção aparece cada vez mais cedo, afetando jovens e adolescentes, não respeitando até mesmo as mulheres magras.
Cellulite .. Celulite.. FEG ..LG ..
De acordo com Parienti (2001) “celulite”, palavra de origem latina, cellulite, quer dizer inflamação do tecido celular, derivada do adjetivo celulae, que significa células, mais o sufixo ite, indicativo de inflamação, o que não define o seu verdadeiro significado.
Varias hipóteses foram encontradas na literatura para criar um conceito básico da disfunção. 
	Segundo Guirro e Guirro (2002), sem dúvida trata-se de uma desordem localizada que afeta o tecido dérmico e subcutâneo com alterações musculares e lipodistróficos com resposta esclerosante, que resulta no inestético aspecto macroscópico..
	O fibro edema gelóide afeta os tecidos cutâneo e adiposo em diversos graus, portanto ocorre comprovadamente nesta disfunção uma série de alterações estruturais na derme (pele), na microcirculação e nos adipócitos. ( Guirro e Guirro ) 
Guirro e Guirro (2002, p. 352) citam que “trata-se de um tecido mal oxigenado, subnutrido, desorganizado e sem elasticidade, resultante de um mau funcionamento do sistema circulatorio e das consecutivas transformacoes no tecido conjuntivo”.
	As fibras do tecido conjuntivo das mulheres são mais separadas que as dos homens, mas não é entrelaçado em forma reticular, o que favorece a insuflação das células gordurosas depositadas.
	A incidência é exclusiva na mulher.
	Sua ocorrência mais frequente durante a puberdade ou um episódio da vida
 Diferença estrutural na camada subcutânea, masculino a esquerda e feminino a direita.
Fonte: Ribeiro et al., 2001.
 Hidrolipodistrofia Ginóide
	De acordo com Guirro e Guirro (2002, p. 353), “de maneira geral pode-se delinear uma etiologia para o FEG, enumerando e subdividindo os fatores que provavelmente desencadeiam o processo em três classes”:
●Fatores predisponentes: causas genéticas, idade, sexo e desequilíbrio hormonal.
●Fatores determinantes: estresse, fumo, sedentarismo; desequilíbrios glandulares; perturbações metabólicas; maus hábitos alimentares; disfunção hepática.
●Fatores condicionantes: aumentar a pressão capilar; dificultar a reabsorção linfática; favorecer a transudação linfática nos espaços intersticiais
CLASSIFICAÇÃO
De acordo com Guirro; Guirro (2004), a classificação do FEG pode ser dividida em
três estágios:
Grau I ou brando:
Ainda não é visível à inspeção somente pela compressão do tecido entre os dedos ou contração voluntária, não há alteração de sensibilidade à dor, sendo sempre curável.
Grau II ou moderado:
As depressões são visíveis mesmo sem a compressão dos tecidos, com a luz incidindo lateralmente, as margens são especialmente fáceis de serem delimitadas.
	 Já existe alteração de sensibilidade, sendo freqüentemente curável.
Grau III ou grave:
O acometimento já é percebido com o indivíduo em qualquer posição, ortostática ou em decúbito. A pele fica enrugada e flácida. Há aparência por apresentar-se cheia de relevos, assemelha-se a um “saco de nozes”, a sensibilidade à dor está aumentada e as fibras do conjuntivo estão quase totalmente danificadas.
	 Este estágio grave é considerado como incurável ainda que passível de melhora.
TESTES
	Segundo Guirro; Guirro (2004), o primeiro teste para reconhecer o FEG, consiste no “teste da casca de laranja”, onde se pressiona o tecido adiposo entre os dedos polegar e indicador ou entre as palmas das mãos e a pele adquire uma aparência rugosa, tipo casca de laranja.
 “teste da preensão” (pinch test). Após a preensão da pele juntamente com a tela subcutânea entre os dedos, promove-se um movimento de tração. Se a sensação dolorosa for mais incômoda do que o normal, este também é um sinal do fibro edema gelóide, onde já se encontra alteração da sensibilidade.
Formas Clínicas do FEG
	Consistente (Dura) 
	 É dura, distende a epiderme ao máximo, parece granulosa ao tato, adere-se aos planos mais profundos, não se modifica com as posições e não produz dor. Localiza-se normalmente na metade superior da coxa.
	Em alguns casos é encontrada na região cervical, associada à artrose, podendo ocasionar cefaléia, mostrando-se rebelde aos analgésicos comuns. Geralmente esta forma é encontrada em mulheres jovens não obesas e em bom estado físico. A manipulação destas superfícies nos dá a sensação de manipular grãos muito duros.
	Edematosa 
	 Apresenta consistência pastosa nos membros inferiores, é dolorosa ao tato e à apalpação profunda, sendo acompanhada por sintomas de insuficiência circulatória, tais como: edemas, varizes, telangectasias, alterações da coloração da pele, fragilidade capilar, sensação de peso, cãibras, formigamento.
 Dão uma imagem de simples inchaço tecidual, já que o diâmetro do tornozelo e da rótula equiparam-se. É encontrada em pessoas de qualquer idade e de qualquer peso.
	Flácida 
	É um tecido que roda em baixo dos nossos dedos, que muda segundo a posição aonde a pele perdeu por completo sua capacidade de contenção. 
	As fibras elásticas e colágenas estão extremamente lesadas, perdendo toda a sua capacidade de elasticidade e tonicidade. 
	Não é dolorosa, está localizada na face anterior das coxas e braços, ocasionalmente associa-se com distrofia muscular e estrias. 
	Encontram-se em mulheres com mais de 40 anos e geralmente naquelas que realizaram tratamentos intempestivos, ilógicos emagrecimentos rápidos, massagens fortes ou violentas.
	Mista Consistente (Dura) 
 É a forma mais comum da LDG, “celulite”. Geralmente encontra-se consistente nas coxas, associada a flácida, no abdome ou então uma consistente na coxa, lateralmente acompanhada de uma flácida na parte interna da coxa. 
CRIOLIPÓLISE
	A crioterapia é um tratamento de alteração cíclica e rápida do calor para o frio e vice e versa.
	É utilizada há muitos anos, e exerce a função de criotermólise na qual consiste a aplicação de técnicas que viabilizam e facilitam atuação dos profissionais de estética por possuir variações de temperatura de -1 grau a 45°C, que nos faz substituir outros modelos de aparelho anteriormente usados (GIRRO, 2002)
	Tal processo sugere ao organismo que existe algo errado a persistência da baixa temperatura, de modo que é indicada a emissão de órdens ao cérebro para que a lipólise seja eliminada para abastecer a produção de calor (energia).
	Através da termoterapia, ocorre uma dilatação dos vasos sanguíneos, melhorando a circulação e consequentemente potencializando as trocas metabólicas locais: os nutrientes chegam as células, as toxinas são eliminadas e a água que estava acumulada permite melhor permeação de princípios ativos (CURI, 2002)
	Com o frio (CRIO) o corpo começa a quebrar a gordura para produzir a energia, e consequentemente, aumentar a temperatura.
	Como a lipólise quebra os triglicerideos em acido graxo e glicerol que são molélucas menores, elas conseguem passar sobre a membrana celular e diminui o volume do local tratado. (CURI, 20002)
	Devido a esses fatores, a busca pelo tratamento de gordura localizada de forma conservadora tem aumentado consideravelmente e muitos equipamentos e procedimentos estéticos têm sido desenvolvidos para a redução de gordura subcutânea não invasiva com a ausência de riscos ao paciente e o mínimo ou nulo tempo de recuperação pós-tratamento.
	Os artigos científicos sugerem que as células de gordura podem ser mais sensíveis ao frio do que outros tecidos quando realizada a técnica de aplicação de frio sobre a pele. 
Criolipólise: A potente ação do frio no tratamento estético corporal 
	Definição
Criolipólise é uma técnica não-invasiva de tratamento e atua por meio do resfriamento da gordura corporal, com o objetivode reduzir acúmulos localizados de gordura 
Já em uso nos EUA deste 2009, foi criado pelos médicos R. Rox Anderson e Dieter Manstein, do WellMan Center, centro de ensino afiliado à Universidade de Harvard. Tendo seu uso aprovado pelo FDA e, agora também já com aprovação pela ANVISA.
Liberado no brasil em 2011.
	Se coloca um aparelho no formato de um copo pequeno ou ventosa sobre a pele para extrair o calor do corpo gradualmente, até que os níveis de gordura subcutânea sejam congelados. 
	Como a epiderme permanece dentro de uma gama de temperaturas normais (e também é fundamentalmente mais resistente ao frio), a pele permanece intacta. 
	As células adiposas são extremamente sensíveis ao frio, por isso, o congelamento intenso e localizado causa a lipólise nos adipócitos, pois a baixa temperatura provoca a desagregação de gordura por danificar as células que murcham ao longo do tempo. 
	O resfriamento do tecido ocorrerá entre -10oC a +5oC , a depender dos critérios de avaliação e protocolo, como resultado, o organismo começa a quebrar a gordura para produzir energia e elevar a temperatura corporal.
	Este fenômeno é chamado de ciclotermia e é responsável pelo aumento da vascularização e, consequente, aumento do aporte nutricional ao tecido, ocasionando a remoção de toxinas e o excesso de água.
	Quando o copo aplicador congela a área escolhida, as membranas das células de gordura do local são danificadas, levando-as naturalmente à autodestruição ou apoptose, num período de seis a oito semanas. Gradualmente, as células de defesa são atraídas pela apoptose e acabam eliminando a gordura degradada entre seis e oito semanas seguintes.
	Essa gordura é liberada lentamente pelo sistema linfático e é metabolizada no fígado, mas sem comprometer o seu funcionamento. A gordura é eliminada de forma natural, lentamente. O tratamento não provoca necrose ou quaisquer outros danos aos outros órgãos.

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