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Apostila PT 2019

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1 
 
I- INTRODUÇÃO 
 
A produção de produtos terapêuticos nada mais é que farmacotécnica. 
Farmacotécnica é a ciência responsável pelo desenvolvimento e produção de 
medicamentos, levando-se em conta o efeito terapêutico e a estabilidade (prazo 
de validade) desejados, condições de acondicionamento, transporte e 
armazenamento, bem como a forma ideal de administração e dispensação. 
A farmácia magistral brasileira passou nos últimos anos por profundas 
transformações, adequando a novos parâmetros de qualidade mais exigentes e 
às novas legislações mais rigorosas. Contudo, o setor cresceu muito, e esse 
crescimento trouxe novos desafios decorrentes do aumento da demanda por 
medicamentos manipulados, tais como, o aumento da necessidade em atender a 
consumidores cada vez mais informados e exigentes, o crescimento da 
competição comercial e a necessidade de adequação à legislação. 
O principal desafio da farmácia magistral está na conquista da credibilidade 
que só será alcançada através do crescimento sustentado, pautado na obtenção 
de excelência em serviços e em produtos e na capacidade técnica-gerencial. A 
implantação de sistemas de garantia de qualidade, treinamentos contínuos, a 
informatização, o emprego de novas tecnologias, o cumprimento das legislações 
sanitárias, a política adequada de formação de preços e o marketing são alguns 
dos caminhos recomendáveis. 
A principal mudança foi à substituição da RDC n° 33/2000 pela RDC n° 
214/2006, a qual foi substituída pela RDC n° 67/2007, que fixa os requisitos 
mínimos exigidos para o exercício das atividades de manipulação de preparações 
magistrais e oficinais das farmácias, como as instalações, os equipamentos, 
recursos humanos, aquisição, armazenamento e controle da qualidade da 
matéria-prima, avaliação farmacêutica da prescrição, e principalmente a 
manipulação, conservação, transporte, e dispensação de preparações. 
A disciplina de farmacotécnica tem como objetivo estudar as principais formas 
farmacêuticas produzidas dentro das farmácias de manipulação com garantia da 
qualidade durante todas as etapas do processo. 
Assim sendo, desejamos bons estudos! 
 
II- FÓRMULA FARMACÊUTICA 
2 
 
 
a) Fórmula Magistral – Preparada em farmácia de manipulação, não tem registro. 
b) Fórmula Oficinal – Fórmula descrita em compêndio oficial ou farmacopéia. 
c) Especialidade Farmacêutica – Fórmula produzida em indústria farmacêutica, 
registrada em órgão oficial. 
 
Características das fórmulas: 
- Conter a quantidade adequada de PA; 
- Deve ser livre de materiais estranhos; 
- Liberar o PA na quantidade e velocidade adequadas; 
- Ser formulada de acordo com a via de administração a que se destina. 
 
 
III- EXCIPIENTES 
 
“Componentes das fórmulas farmacêuticas que tem como objetivo 
acidificar/alcalinizar, conservar, estabilizar, conferir consistência, viscosidade, forma, ou 
seja, corrigir do ponto de vista físico-químico a preparação.”Exemplos: 
- Agentes acidificantes/alcalinizantes: acertar e manter o pH. Ex: ácido cítrico, 
ácido acético, carbonato de sódio, bicarbonato de sódio, etc. 
 
- Conservantes: função de impedir a proliferação microbiana.Ex: Nipagin, nipazol, 
butilparabeno, ácido benzóico, benzoato de sódio, etanol, álcool isopropílico, etc 
 
- Antioxidantes: evitar a oxidação dos componentes da fórmula. A) De Fase 
aquosa - metabissulfito de sódio, ácido cítrico, EDTA, ácido tartárico. B) De Fase oleosa - 
vitamina E (tocoferol), BHT (butil-hidroxi-toluol), BHA (butil-hidroxi-alisol). 
 
- Agentes quelantes: formam complexos solúveis com certos componentes da 
fórmula, podendo ser usados para eliminar da preparação substâncias indesejáveis, ou 
para facilitar a dissolução de substâncias desejáveis. Ex: ácido cítrico, EDTA, etc. 
 
- Agentes de consistência: conferir consistência para as preparações 
farmacêuticas. Ex: cera de abelhas, álcool cetílico, MEG (monoestearato de glicerila). 
 
3 
 
- Corantes:Conferem cor. Ex: Betacaroteno, amarelo de tartrazina, azuleno, etc. 
• Não usar corantes em: colírios, errinos, injetáveis 
• Pouco usados em: pomadas, emulsões (2 fases), supositórios 
• Uso frequente: cápsulas, comprimidos, drágeas, xaropes, soluções de uso oral e 
externo, suspensões 
 
- Agentes emulsionantes:Função de emulsionar = dispersar e misturar 
intimamente dois líquidos imiscíveis, formando uma preparação estável. Ex: Lauril sulfato 
de sódio, etc. 
 
- Umectantes: substâncias com capacidade de umectar/hidratar a pele.Ex: 
Propilenoglicol, glicerina, etc. 
 
- Emolientes: ação amaciante da pele. Ex: glicerina, óleo de amêndoas, etc. 
 
- Solventes: dissolver componentes da formulação. Ex: Água, etanol, acetona, 
éter, propilenoglicol, óleo mineral, glicerina. 
 
- Tensoativos: solubilidade em água e óleo – formam micelas que estabilizam a 
preparação. Alteram a tensão superficial. Ex: Lauril sulfato de sódio, etc. 
 
- Espessantes: aumentam a viscosidade das preparações líquidas. Ex: CMC 
(carboximetilcelulose), hidroxietilcelulose, gelatina, gomas, carbopol, etc. 
- Isotonizantes: corrigem a pressão osmótica de preparações injetáveis, colírios, 
pomadas oftálmicas e errinos. Ex: NaCl (cloreto de sódio), KCl (cloreto de potássio), 
sacarose. 
 
- Edulcorantes: conferem sabor adocicado às preparações de uso oral. Ex: 
glicose, sorbitol, aspartame, etc. 
 
- Flavorizantes: conferir aroma e sabor.Aromatizantes: corrigem o 
aroma.Edulcorantes: corrigem o sabor. 
• edulcorantes naturais e artificiais: sorbitol, sacarose, manitol, sacarina, ciclamato 
de sódio, aspartame 
• sucos de frutas concentrados ou liofilizados: laranja, groselha 
4 
 
• extratos, tinturas, águas aromáticas 
• essências: obtidas de vegetais por destilação por arraste à vapor 
• compostos naturais ou sintéticos, que caracterizam aromas naturais. 
 
OBS:Preparações para uso externo - aromatizar (perfumar). Preparações para uso 
oral –flavorizar. 
 
IV- GMP (BPM) NA FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO 
 
Conjunto de normas que visam garantir a qualidade máxima do produto: 
1) Ingredientes e doses dos medicamentos 
2) Qualidade das matérias-primas (fornecedores/marcas conhecidos – não tem 
controle de qualidade) 
3) Acondicionamento e embalagem das matérias-primas e produtos acabados / 
rotulagem 
4) Manipulação dos medicamentos - normas de fabricação por escrito 
5) Evitar contaminação nas etapas de produção 
6) Durante a manipulação: não tossir, espirrar, assoar o nariz, cuspir, pentear os 
cabelos, alimentar-se, fumar. 
 
V- FORMAS FARMACÊUTICAS 
Maneira pela qual se apresenta a fórmula farmacêutica quanto ao seu estado físico, 
via de administração ou método de produção. 
- Líquidas: soluções, suspensões, emulsões, etc. 
- Sólidas: pós, cápsulas, comprimidos, drágeas, supositórios, etc. 
- Semi-sólidas: pomadas, pastas, cremes, géis, etc. 
 
 
 
 
Cálculos em Farmacotécnica. 
 
Frações Decimais 
5 
 
A vírgula decimal e o ponto de refêrencia usado para determinar o valor do lugar 
de um dígito em um número. 
Dígitos a esquerda da vírgula decimal indicam valores de 1 ou maiores, enquanto 
que dígitos a direita da virgula decimal indicam valores menores que 1. 
Um numero decimal que possui um valor menor que 1 e uma fração própria ou 
um decimal puro. Um numero decimal maior que 1 será uma fração mista. 
 
A. Decimais puros: (ex.: 0,83; 0,9; 0,5). 
 
B. Frações mistas (ex.: 1,9; 7,38; 2,252). 
 
Operações com Frações 
A soma de zeros a direita da fração decimal não muda o valor da fração. 
Ex.: 0,2 = 0,20 = 0,200 
Para somar ou subtrair números contendo decimais, alinhe a virgula de cada 
numero, uma diretamente sobre a outra e some ou subtraia normalmente. 
Ex.: 0,62 
 0,103 
 0,01 + 
 0,733 
 
Contudo na farmácia de manipulação as balanças são classificadas em: 
• Analítica – para quantidades mínimas de até 0,001 g 
• Semi- analítica - para quantidades mínimas de até 0,01 g 
Exercício 
Efetue as seguintesFrações, respeitando sempre as vírgulas. 
1) 0,215 + 0,2653 + 0,21 = 
2) 5,351 + 1,452 + 2,54 = 
3) 0,45 + 0,16 + 0,25 = 
4) 3,68 + 2,542 = 
5) 0,55 + 0,65 + 0,336 = 
6) 0,225 – 0,645 = 
7) 1,524 – 0,6542 = 
6 
 
8) 0,3325 – 0,2254 = 
9) 2,254 – 0,325 = 
10) 0,876 – 0,568 = 
 
Sistemas de Medidas e Interconversões 
Tabela 3: Sistema Métrico de Peso 
0,001kilograma (Kg) 1 grama (g) 
1000 miligramas (mg) 1 grama (g) 
1.000.000 microgramas (mcg) ou 
(µg) 
1 grama (g) 
1.000.000.000 nanogramas (ng) 1 grama (g) 
 
Interconversões (mais comuns em farmácia magistral): 
g => mg = multiplique por 1.000 
ex.: 0,1gx 1.000= 100 mg 
mg => mcg = multiplique por 1.000. 
ex.: 1mgx 1.000 = 1.000 mcg 
0,25mgx 1000 = 250 mcg 
 
g => mcg = multiplique por 1.000.000 
ex.: 1 g x 1.000.000 = 1.000.000 mcg 
 
mcg => mg = divida por 1.000 
ex.: 250 mcg - 1.000 = 0,25 mg 
 
mg => g = divida por 1.000 
ex.: 100 m g - 1.000 = 0,1g 
 
mcg => g = divida por 1.000.000 
ex.: 500 mcg x 1.000.000 = 0,0005g 
 
 De kg para g= x 1000. De g para Kg= ÷ 1000. 
De g para mg= x 1000. De mg para g= ÷ 1000. 
7 
 
 De mg para mcg= x 1000. De mcg para mg= ÷ 1000 
 
 
Tabela 4: Sistema Métrico de Volume 
1000 mililitros (ml) 1 Litro (L) 
1.000.000 microlitros (mcL) ou (µL) 1 Litro (L) 
1.000.000.000 nanolitros (nL) 1 Litro (L) 
Notas: 1ml = cm3 
 
 
 
 
 
 
De L para ml= x 1000. 
De ml para L= ÷ 1000. 
Siga o mesmo raciocínio para outras conversões, observando as tabelas acima 
de equivalência. O aprendizado das interconversões e de grande importância a 
todos os farmacêuticos, manipuladores e técnicos de laboratório da farmácia. 
 
 Exercício Converta as unidades de peso: 
 
1) Transformar 1.256 g para microgramas, miligramas e kilogramas. 
2) 8,4g de Na Cl em unidades de mg. 
3) 100mg de ácido cítrico em g? 
4) 10mg de EDTA (Ácido Etileno Diaminotetracético) em g. 
5) 0,1 g Na Cl em mg? 
6) Transformar 150mg de Glicose em g. 
7) Transformar 0,3Kg de ácido cítrico em g. 
8) Transformar 1500mg levotiroxina sódica em mcg. 
9) Transformar 2g em miligrama e kilogramas. 
10) Transforme 1200 mcg em miligramas. 
11) Transforme 1150 mcg em miligramas e gramas. 
L - litro 
ml - mililitro 
 
1l = 1000ml 
1ml = 20gotas 
 
 
8 
 
12) Transforme 2 Kg em miligramas. 
13) Transforme 1,5 Kg em miligramas e gramas. 
14) Transforme 200 mg em kilogramas e gramas. 
15) Transforme 4,5 Kg em gramas. 
 
 Exercícios: Converta as unidades de volume 
 
1) 0,5L de glicerina em unidades de ml. 
2) 30 ml de solução de NaOH em unidade de L. 
3) 50 ml de solução de ácido cítrico em unidades de L. 
4) 10 gotas de AMP 95 em ml. 
5) Transformar 3.5 L de água em ml. 
6) 5 ml de corante em gotas. 
7) 40 gotas de ácido acético em ml. 
8) 2 ml em gotas. 
9) 2.5L em ml. 
10) 500 ml em L. 
 
Regra de Três (Razão e Proporção) 
Quando se é confrontado com o problema de comparar duas ou mais 
quantidades, o procedimento de razão e proporção (conhecido como "regra de 
três") e um bom método para se utilizar e resolver o problema. 
Razão considera os tamanhos relativos de dois números. E encontrada dividindo-
se um numero com o qual ele esta sendo comparado. 
Utilizando-se razão e proporção, as duas razões sendo comparadas devem ser 
escritas na mesma ordem e devem estar nas mesmas unidades. 
 
 
Exemplo: 
Se em uma solução de hipossulfito de sódio, tenho 20g em 100ml, quantos 
gramas de hipossulfito eu precisaria para preparar 20ml de uma solução na 
mesma concentração? 
9 
 
 
• Determine o valor de x na proporção: 
 
 Solução: 
 5 . x = 8 . 15 
 5 . x = 120 
 
 x = 24 
 Logo, o valor de x é 24. 
 
Exercícios 
1- Um xarope para tosse contém 2 mg de maleato de bromfeniramina em 
cada 5 ml. Quantos miligramas do ativo devem estar contidos num frasco 
de 120 ml? 
2- Tomar de 12/ 12 horas 5 ml de xarope de Própolis a 50mg. Qual ó volume 
final a ser manipulado? 
3- Xarope a base Guaifenesina 100 mg/15 ml, tomar a cada 4 horas. Qual a 
quantidade em gramas (g) á ser pesada para 250 ml? 
4- Quanto devo pesar de Dipirona de 10 mg/ ml para preparar 30 ml? 
5- Formulação de suspensão de antibiótico, com posologia de 3/3 horas, onde 
a dosagem é de 500 mg, para tomar durante 10 dia. Qual a quantidade á 
ser pesada? 
 
Calculo envolvendo Produtos Industrializados (Alteração da Dosagem 
Padrão) 
10 
 
Veja a seguinte prescrição: 
Glicazida................................ 60mg 
Excipiente........... qsp....... 1 cápsula. 
Mande 30 cápsulas. 
A matéria-prima acima não esta disponível na forma de sal para manipulação, 
sendo necessária a utilização do produto industrializado chamado Diamicron® 
que se encontra disponível nas apresentações de 80mg com 20 ou 60 
comprimidos. Qual o numero de comprimidos de Diamicron® são necessários 
para o aviamento da formulação acima? 
 
Resposta: 60mg de glicazida x 30 cps = 1800 mg glicazida ÷ 80mg (Diamicron®) 
= 22,5 comprimidos de Diamicron® 
Resposta: Deverão ser utilizados 22,5 comprimidos de Diamicron® e quantidade 
suficiente de excipiente necessário para completar 30 cápsulas. 
 
Cálculos de Concentrações Percentuais em Preparações Liquidas: 
Exercício1: Qual a porcentagem de álcool na formulação abaixo? 
Espírito de clorofórmio 50,0ml (90% álcool) 
Elixir aromático 150,0 ml (21% álcool) 
Elixir de Terpeno hidratado 300,0 ml (45% álcool) 
Tome 5 ml para tosse. 
Solução: 
Passo 1 : 
50+ 150+ 300 = 500 ml 
Passo 2: 
50x90 = 4500 
150x21 = 3150 
300 x 45 = 13500 + 
 => 21150 
Passo 3: 
21150 ÷ 500 = 42,3% 
Resposta: 42,3% 
 
11 
 
Exercício 
1- Qual a quantidade de hidroxizine é necessária para a preparação de 150 
cápsulas de 25 mg cada? Expressar o resultado em mg, g e Kg. 
2- Formulação com o seguintes componentes: 
- Ext. seco de Alcachofra ...................200mg 
- Ext. seco Centella Asiática ..............150mg 
- Ext. seco Romã ..................................50mg 
Qual a quantidade em gramas(gr) á ser pesada para 30 cápsulas. 
3- Qual a quantidade a ser pesada de Ibuprofeno 500mg para manipular 60 
cápsulas, porém a balança só pesa em unidade de kilograma (kg)? 
4- Quanto devo pesar de Silimarina de 10 mg para tomar de 12/12 horas, 
durante 30 dias? 
5- Qual a quantidade de cápsula á ser manipulada de Difosfato de cloroquina 
de 75mg, com duração do tratamento de 3 meses, tomando 2 cápsulas ao 
dia? 
6- Qual a quantidade em gramas a ser pesada de cada componente, para 45 
cápsulas: 
- Chá verde .........................50 mg 
- Sene ..................................30 mg 
- Aloina ...............................20 mg 
7- Quanto devo pesar em gramas de Citrus aurantium de 500mg, para tomar 
1x ao dia, durante 30 dias? 
8- Qual a quantidade em kg de Amido de 1000mg? 
9- Quanto devo pesar de Creatina de 200mg para 60 dias, tomando 2 vezes 
ao dia? 
10- Qual a quantidade a ser pesada em gramas de Paracetamol a 0,010 kg 
para 30 cápsulas? 
 
Porcentagem 
E muito utilizado para expressar concentrações em formulações farmacêuticas. 
Por cento significa "partes por 100" e tem o símbolo %. 
Exemplo: 3% significa 3 partes em 100 partes totais. 
12 
 
Por cento e um numero relativo. Quando porcentagem e usada, dois valores 
estão envolvidos. 
 
Exercícios: 
1) Uma formulação de medicamento anti-inflamatório, custa $ 50,00 reais, 
porém o atendente ofereceu 25% de desconto. Qual o valor da fórmula? 
2) Um medicamento custa $ 75,00, pagando á vista tem desconto de 10%. 
Qual o valor do medicamento? 
3) Ao fazer um orçamento de um medicamento para artrite, o valor ficou $ 
120,00, porém o cliente pediu desconto, a farmácia concede até 30 %. 
Qual o valor do medicamento? 
4) Um medicamento custa $ 100,00, em dias de oferta tem desconto de 10%. 
Qual o valor do medicamento?5) Em dias de saldão de oferta, os medicamentos e perfumaria tem descontos 
de até 30%. Quanto irei pagar em Captopril $ 35,00 e um Creme Hidratante 
de $ 25,00 reais, respectivamente? 
 
Expressão de concentrações em porcentagem: 
 
A. Porcentagem peso por volume, % p/v: numero de gramas de um constituinte 
(soluto) em 100ml de uma preparação liquida (solução). 
B. Porcentagem peso por peso. %p/p: numero de gramas de um constituinte em 
100g de uma preparação. 
C. Porcentagem volume por volume. %v/v: numero de mililitros (ml) de um 
constituinte em 100 ml de uma preparação. 
D. Miligrama por cento. mg%: numero de miligramas de um constituinte em 100g 
ou 100ml de uma preparação. 
 
Exemplo 1: 
Se 4g de acido salicílico são dissolvidos em quantidade suficiente para preparar 
250 ml de solução, qual a concentração em termos de porcentagem p/v da 
solução? 
13 
 
 
 
Exemplo 2: 
Para se preparar 30g de um creme com colágeno a 5% p/p, qual a quantidade de 
colágeno a ser pesada? 
 
 
Exemplo 3: 
a. (x) ml soluto em 100 ml solução 
Ex: Álcool 70% (em 100ml de preparação ou solução tenho 70ml de álcool) 
b. (x) g soluto em 100g solução 
Ex: Creme salicílico 3% (em 100g de preparação tenho 3 g de ácido 
salicílico) 
c. (x) g soluto em 100ml solução 
Ex: Ácido bórico 2% (em 100ml de preparação tenho 2 g de ácido bórico 
 
Exercícios: Resolva 
• 5% em 200g 
• 3,5% em 100mg 
14 
 
• 0,05% em 1,55g 
• 0,025% em 1000ml 
• 0,5% em 2,75l 
• 0,8000% em 1,5l 
• 1,5%em 1500ml 
• 0,25% em 1,75g 
 
Calcule o valor a ser pesado de cada componente da formulação para 30 g. 
 1) - Óxido de zinco ............................................................................ 25 % 
- Talco ............................................................................................ 25 % 
- Glicerina ....................................................................................... 25 % 
- Metilparabeno ............................................................................ 0,15 % 
- Água.............................................................................................. 25 % 
 
2) - Enxofre Líquido ........................................................................... 0,5% 
 - Irgasan ...................................................................................... 0,5% 
 - Gel de Carbopol ................... qsp................................................ 50 g 
 
3) - Acido Salicílico ............................................................................ 2% 
 - Enxofre precipitado ...................................................................... 5% 
 - Creme Oil Free ...................... qsp .............................................100g 
 
4) - Ól. de Amêndoas .......................................................................... 5% 
 - Ól. Semente de Uva ...................................................................... 3% 
 - Creme base .................................. qsp ....................................... 50 gr 
 
 5) - Ext. Glic. de Arnica ..................................................................... 2% 
 - Ext.Glic de Calêndula .................................................................. 3% 
 - Pomada .................................qsp ................................................. 75g 
 
Diluição de Concentração 
15 
 
Para calcular a concentração de uma solução preparada através da diluição de 
uma outra solução de concentração conhecida, uma proporção pode ser 
empregada como a seguinte: 
C1 x V1 = C2 x V2 
Onde: 
C1 = Concentração Inicial 
V1 = Volume Inicial 
C2 = Concentração Final 
V2 = Volume Final 
 
Exercícios 
1. A partir de um álcool a 96%, produzir 100ml de álcool a 70%. 
2. A partir de uma solução 10% de açúcar em água, produzir 100ml de uma 
solução a 5%. 
3. Como podemos fazer para transformar 150mL de uma solução de Na Cl a 
45% em uma solução 25%? 
4. A partir de 500 ml de álcool 96%, produzir álcool a 70%. 
5. A partir de 1 litro de hipoclorito a 5%, produzir hipoclorito a 1,5% 
6. Produzir 500ml álcool a 70% usando álcool a 98% 
7. Produzir 1000ml hipoclorito 1% usando hipoclorito a 2,5% 
8. Produzir 1,5 l hipoclorito 2% usando hipoclorito a 15% 
9. A partir de 1500 ml de álcool 92%, produzir álcool a 70%. 
10. Como podemos fazer para transformar 100mL de uma solução de 
sacarose a 20% em uma solução 10%? 
 
 
 
Densidade 
A densidade e derivada da combinação de massa e volume. 
E definida como massa(g) por unidade de volume (ml) de uma substancia. 
Formula para o calculo da densidade: 
16 
 
 
Onde: 
d: densidade (g/ml) 
m: massa (g) 
v: volume (ml) 
 
Exemplo: a água a 25°C tem densidade igual a 1,000; isto significa que 1 grama 
de água nessa temperatura ocupa o volume de 1 mL. Adicionando-se sal na 
água, a densidade será alterada para mais. Já na mistura água, álcool etílico, a 
densidade será menor que 1,000. 
Portanto, nas misturas a densidade das substancias adicionadas interferira 
na densidade final, permitindo determinar possíveis adulterações através da 
medição da densidade. 
 
Quantidade Suficiente para (qsp): 
E bastante comum o medico ao final da formulação indicar a quantidade de 
veículo suficiente para determinada quantidade. Devemos então somar a 
quantidade total dos demais itens e subtrair do total solicitado. 
 
Exemplo 1: Creme 
Uréia ........................................ 5g 
Óleo de amêndoas .................. 10g 
Creme base ........ qsp ............. 50g. 
Utilizaremos de veiculo: 50 - (5 + 10) = 35g 
Resposta: 35g de creme 
 
Exemplo 2: Cápsulas 
Cascara sagrada .................... 100 mg 
Espirulina ................................ 200 mg 
Excipiente .......... qsp .............. 500 mg 
17 
 
Devemos utilizar de excipiente por capsula: 500 - (100 + 200) = 200 
Resposta: 200mg de excipiente. 
Diluição geométrica 
A diluição geométrica é um método utilizado para assegurar que pequenas 
quantidades de pós, geralmente fármacos potentes, estejam distribuídos 
uniformemente em uma mistura. É empregada com o objetivo de facilitar e 
aumentar a segurança e a precisão da pesagem de fármacos com baixa dosagem 
e difíceis de pesar com exatidão. 
Para o processo de homogeneização antes da encapsulação onde ocorre uma 
diferença de proporção entre os componentes ativos e o excipiente, é possível 
obter uma mistura mais homogênea por meio da adição sequencial destas 
substâncias no gral. Isso pode ser alcançado misturando-se a princípio os 
componentes ativos com um volume aproximadamente igual dos diluentes. 
Princípios ativos diluídos: Diluído à 1:10 (exemplos: Alprazolam, Clonazepam, 
Diazepam, Prednisolona, etc.), 1:100 (exemplos: Bumetamida, Clonidina, 
Digitoxina, Digoxina, Fludrocortisona, etc.) ou à 1:1000 (exemplos: T3, T4), etc, 
antes de ser estocado. 
 Tipos de Diluições Geométricas: As diluições normalmente empregadas são de 
1:10, 1:100 ou 1:1000, dependendo da faixa de dosagem da substância. 
• Até 0,1mg recomenda-se a diluição 1:1000 
• De 0,11mg a 0,99 mg recomenda-se a diluição 1:100 
• Acima de 1 mg recomenda-se a diluição 1:10 
De acordo com a literatura Prista, na mistura de dois pós que estão em uma 
formulação em quantidades desiguais, deve-se primeiro triturar o princípio ativo 
com igual volume do diluente, reduzindo a um pó com a mesma tenuidade. Esta 
operação é repetida, adicionando à mistura, de cada vez, um volume de diluente 
aproximadamente igual ao que ele já ocupa, até que todo diluente seja 
consumido. 
Outra técnica que pode ser utilizada para princípios ativos difíceis de pesar com 
exatidão é adição de corantes a estes ativos. Como por exemplo, uma diluição a 
1:100, pesa-se 0,1g de substância ativa, adiciona-se uma quantidade pequena de 
corante e mistura-se com o restante do excipiente,descontando deste excipiente 
o peso do ativo e do corante. Lembrar dos Pacientes Alérgicos a corantes. 
Diluição 1:10- diluições finamente pulverizadas de substâncias medicinais 
potentes, antes designadas oficialmente como contendo 1 parte de substância 
ativa em 10 partes de mistura. 
Exemplo: Quantos gramas de uma trituração 1:10 são requeridos para obter 
25mg de fármaco? 
18 
 
R.: 10g de trituração (paracetamol +excipiente) contêm 1g de fármaco 
(paracetamol) 
25mg paracetamol= 0,025g 
Por regra de três, 25mg de paracetamol está em 0,25g de trituração. 
 
Cálculo de Controle de Qualidade de Cápsulas (RDC 67/2007) 
Atender às normas de qualidade da Farmacopéia Brasileira IV evita que o 
estabelecimento que manipula insumos farmacêuticos sofra sanções aplicadas 
pelo órgão de Vigilância Sanitária. As infrações derivam do não cumprimento dos 
itens qualificados como Imprescindível (I) e Necessário (N) no Roteiro de 
Inspeção, constante do Anexo IV da Resolução RDC 33/00, sem prejuízo das 
ações legais que possam corresponder cada caso. 
Verificado o não cumprimento desses itens do Roteiro de Inspeção, deve ser 
estabelecido um prazo para adequação de acordo com a complexidade das ações 
corretivas que forem necessárias. Caso haja danos comprovados ao consumidor 
decorrentes de desvios da qualidade na manipulação de preparações magistrais e 
oficinais, o responsável estará sujeito às disposições previstas na Legislação 
Sanitária vigente. 
Se a Lei número 6.437/77 art 10, inciso XXIX – por transgredir normas legais e 
regulamentares destinadas à proteção da saúde – for contrariada, o proprietário 
do estabelecimento pode levar uma advertência, apreensão, inutilização e/ ou 
interdição do produto; suspensão de venda e/ou fabricação do produto, 
cancelamento do registro do produto; interdição parcial ou total do 
estabelecimento, cancelamento da autorização de funcionamento da empresa, 
cancelamento do alvará de licenciamento do estabelecimento e proibição de 
propaganda. 
Portanto, para garantir a qualidade do processo, a farmácia deve dispor de um 
laboratório de controle de qualidade capacitado para a realização de controle em 
processo e análise da preparação do medicamento, a fim de evitar as penalidades 
acima. 
 
Passo a passo 
Toda farmácia deve manter o Procedimento Operacional Padrão (POP) para a 
realização do Peso médio e Uniformidade de Doses Unitárias em cápsulas de 
acordo com o procedimento da Farmacopéia Brasileira IV edição. Para isso, é 
necessário seguir os seguintes procedimentos: 
 
Peso médio 
19 
 
Com a adoção do desvio padrão e, principalmente, do coeficiente de variação, é 
possível medir o tamanho do processo. Assim, estabelecerá um indicador para a 
qualidade do processo de encapsulação do medicamento e verificará a eficiência 
do manipulador. 
 
Procedimento para cápsulas duras 
 
a) Pesar individualmente 20 cápsulas e determinar o peso médio. Pode-se aceitar 
a variação dos pesos individuais em relação ao peso médio, conforme indicado na 
tabela: 
 
Forma farmacêutica- Peso médio ou valor nominal declarado- Limites de variação 
Cápsulas duras Até 300mg ± 10% 
Cápsulas duras Acima de 300 mg ± 7,5% 
 
b) Se uma ou mais cápsulas estiverem fora dos limites indicados, pesar 
individualmente 20 unidades, remover o conteúdo de cada uma e pesar 
novamente. 
 
c) Determinar o peso médio do conteúdo pela diferença dos valores individuais 
obtidos entre a cápsula cheia e vazia. 
 
d) Pode-se tolerar, no máximo, duas unidades fora dos limites especificados na 
tabela em relação ao peso médio. Porém, nenhuma poderá estar acima ou abaixo 
do dobro das porcentagens indicadas. 
 
e) Se mais que duas (porém não mais que seis cápsulas) estiverem com variação 
entre uma e duas vezes o índice da tabela em relação ao peso médio, é 
necessário determinar o peso do conteúdo em mais 40 unidades e calcular o peso 
médio das 60. 
f) Determinar as diferenças em relação ao novo peso médio. Pode-se tolerar no 
máximo seis unidades em 60 cápsulas, cuja diferença exceda os limites da tabela 
em relação ao peso médio, porém, nenhuma cuja diferença exceda o dobro dos 
mesmos. 
É importante que a farmácia mantenha os registros dos cálculos e dos valores 
dos pesos encontrados. 
20 
 
Desvio padrão e coeficiente de variação: Após a realização do peso médio é 
importante aplicar os conceitos de desvio padrão e coeficiente de variação, pois 
somente o peso médio pode proporcionar um resultado final errôneo. O objetivo 
em se medir o desvio é encontrar uma quantidade que indique a variação em 
torno da média de um conjunto de medidas. 
 
Conjunto 1 - Cápsulas contendo: 4mg, 5mg, 6mg, 7mg, 8mg. 
Conjunto 2 - Cápsulas contendo: 2mg , 4mg, 6mg, 8mg 10mg . 
 
A média de cada conjunto é igual a seis. Contudo a amplitude dos valores do 
segundo conjunto é o dobro da amplitude do primeiro, nesse caso o segundo 
conjunto varia duas vezes mais que o primeiro. 
a) Desvio Padrão- raiz quadrada da variância 
Exemplo: 
Como calcular o desvio padrão de 3,5,2,1,3,4,6,9,3? 
O primeiro passo para o cálculo do desvio padrão é calcular a média dos 
valores. 
 
Assim: 
Média= 3+5+2+1+3+4+6+9+3 / 9 36/9 Média= 4 
 
O segundo passo é calcular (xi - média.)², onde xi é cada um dos valores. 
Assim teremos: 
(3-4)² = (-1)² = 1 
(5-4)² = (1)² = 1 
(2-4)² = (-2)² = 4 
(1-4)² = (-3)² = 9 
(3-4)² = (-1)² = 1 
 (4-4)² = (0)² = 0 
(6-4)² = (2)² = 4 
(9-4)² = (5)² = 25 
(3-4)² = (-1)² = 1 
21 
 
 
O terceiro passo é calcular a variância (s²): 
s² = ∑ (xi –média )2 / (n – 1) 
s² = 1+1+4+9+1+0+4+25+1 
s² = 46/(n-1) 
s² = 46/(9-1) 
s² = 46/8 
s² = 5,75 
Esse valor é chamado de variância. 
 
Finalmente, o desvio padrão (s) é a raiz quadrada da variância, isto é, 
s= √s² 
s = √5,75 = ~ 2,3979 
 
b) CV: 
Calcular o desvio padrão pela fórmula: 
 
Em que: 
s = desvio padrão da amostra; 
X = média; 
 
De acordo com a literatura técnica farmacêutica e farmácia galênica, recomenda-
se adotar como tolerância o valor de 5%. 
Fator de Correção e de Equivalência 
 
* Fator de Correção: 
Permite corrigir substâncias originalmente comercializadas na forma diluída. 
Essas diluições são fornecidas pelo fabricante. 
Exemplo: Vitamina E 50%. 
22 
 
Fc = 100%/50% = 2 
Fc = a quantidade que se quer/ pela quantidade que se tem. 
 
Então você descobre quantas vezes mais você precisa usar esse material para 
conseguir a quantidade desejada. 
 
* Fator de Equivalência (Feq): 
 
Permite intercambiar uma substância na sua forma salina, éster ou hidratada com 
sua molécula base ou anidra, em relação a qual forma farmacêutica de referência 
estaria dosificada (em relação à substância que se deseja usar). 
Pode-se então ver quanto que uma forma salina de um composto por exemplo, 
quantas vezes tem que usá-lo para equivaler à quantidade da substância 
farmacêutica na sua forma "pura" sem se ligar a nenhum sal. 
Exemplo: 
- Hidrocortisona - 0,1 g 
- Creme base q.s.p. 30 g 
 
O médico prescreve na forma de hidrocortisona, mas acetato de hidrocortisona (a 
forma salina dele) que é a forma disponível para compra. 
PM do acetato de hidrocortisona = 405,51. 
PM do hidrocortisona base = 362,47. 
Feq = 405,51/362,47 = 1,12. 
 
Descobre-se assim a quantidade de vezes que tem que aumentar o valor de 
hidrocortisona quando se tiver utilizando seu sal (acetato de hidrocortisona). 
0,1 X 1,12 = 0,112 g (Passará a ter que ser utilizado para ter a mesma quantidade 
de hidrocortisona -ter o mesmo efeito- do que se fosse utilizado sua forma pura). 
Então corrigindo o valor a ser pesado para a formulação com 0,1 g de 
hidrocortisona, se usar acetato de hidrocortisona terá que pesar 0,112 g para ter a 
mesma quantidade de hidrocortisona. 
 
FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS 
23 
 
1- SOLUÇÕES 
São sistemas homogêneos de duas ou mais substâncias (Dissolução = operação 
física que consiste em misturar duas ou mais substânciasem um meio líquido, de modo a 
formar um sistema homogêneo chamado de solução). 
Classificação quanto à via de administração: 
- solução oral (xarope , elixir, mélito, etc.) 
- solução nasal (errino) 
- solução auricular (solução otológica) 
- solução oftálmica (colírios) 
- soluçõescavitárias (colutório, gargarejo, ducha, enema) 
- soluções injetáveis 
 
Solvente mais usados 
Atóxico, baixo custo, inerte, não irritante e compatível com os componentes da 
formulação e com o material de acondicionamento. 
- Água: Por exercer efeito solvente sobre a maioria das substâncias, a água natural 
é impura e contém quantidades variáveis de sais inorgânicos dissolvidos e 
microorganismos. A água para ser aceitável deve ser transparente, incolor inodora e 
neutra. A água potável de torneira é utilizada como matéria-prima para a obtenção de 
água purificada, e somente a água purificada poderá ser utilizada na produção de 
medicamentos. 
Controle de Qualidade da água: 
• pH 
• resistividade. (-resistiv. = mais pura) 
• microbiológico 
• propriedades organolépticas – cor, odor, sabor 
• análise de material orgânico 
• análises químicas específicas (teste de Ca, Mg, etc.) 
 
- Álcool: É empregado como o principal solvente para muitos compostos 
orgânicos. Forma com a água compostos hidro-alcoólicos que dissolvem substâncias 
solúveis tanto em álcool quanto em água, sendo uma característica principal na extração 
de substâncias ativas de drogas naturais. No entanto, à parte suas vantagens como 
solvente e conservante, existem preocupações quanto aos seus efeitos tóxicos, quando 
de sua ingestão de medicamentos, principalmente em crianças. 
24 
 
- Glicerina: A glicerina é um líquido viscoso, transparente e doce. É miscível em 
água e álcool. Como solvente, é comparável ao álcool, mas, devido a sua viscosidade, o 
processo de dissolução dos solutos é lento, a menos que a viscosidade seja reduzida 
pelo aquecimento. A glicerina tem propriedades conservantes, e muitas vezes usada 
como estabilizante e como solventes auxiliar em misturas com álcool e água. 
- Propilenoglicol: É um líquido viscoso miscível em água e álcool. Trata-se de um 
solvente útil que tem muitas aplicações e freqüentemente é usado em lugar da glicerina 
nas modernas fórmulas farmacêuticas. Controle de qualidade da água: 
OBS: Se a solubilidade for em água, melhor. Se não for em água fria precisa ver se 
pode aquecer a formulação sem degradar o PA. Se não for solúvel em água procurar 
outro solvente, não esquecendo de verificar a estabilidade da solução 
 
Filtração da solução 
1- Papel de filtro: Utiliza-se, de modo geral, o papel qualitativo na filtração de 
soluções não viscosas ou de baixa viscosidade. No caso da preparação de formas 
farmacêuticas líquidas são obtidas soluções límpidas e, portanto, emprega-se o papel 
pregueado e não liso, usado apenas quando se quer aproveitar o sólido retido. 
2- Gaze e algodão: Xaropes e soluções viscosas devem ser filtrados por papéis 
próprios ou em gaze dobrada e colocada no interior do funil. Através da filtração ficam 
retidos os materiais estranhos à formulação. Todos os medicamentos preparados sob a 
forma de solução devem ser filtrados e depois acondicionados 
 
1.1- SOLUÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO ORAL PROPRIAMENTE DITA 
Técnicas de preparo: 
- redução do tamanho das partículas (trituração, tamisação) 
- pesagem ou medida de volume 
- dissolução, diluição 
- homogeneização 
- filtração 
- acondicionamento 
- rotulagem (verde) 
Dispensação:colher de chá (5mL), colher de sopa (10 a 15mL), gotas, frasco 
medida, flaconete. 
 
1.2- XAROPE 
 
Forma farmacêutica líquida com cerca de 2/3 de seu peso em sacarose. 
25 
 
 
- Xaropes com adoçantes artificiais (diabéticos) =uso de espessantes(CMC, MC, 
glicerina). 
- Preparo: a frio ou a quente 
- Alterações: degradação do PA. Caramelização: desenvolvimento de 
microorganismos, oxidação (luz), com o tempo ocorre cristalização da glicose. 
Devido à concentração de 2/3 de sacarose desfavorece a contaminação 
microbiana.Se não for consumir imediatamente há a necessidade da adição de 
conservante. 
 
1.3- ELIXIR 
Forma farmacêutica líquida hidroalcoólica, aromatizada e edulcorada com sacarose 
ou sacarina para uso oral.Ex. elixir de fenobarbital, elixir paregórico, etc. 
- Menos doce e viscoso que o xarope. 
- propilenoglicol, glicerina ou sorbitol: viscosidade 
- pode ser um veículo para outra preparação 
- Não é necessário o uso de conservante. Tem bastante álcool. 
Preparação: a frio: dissolução e mistura. Cuidado com a turvação. 
 
2- SOLUÇÕES ESPECIAIS 
 
2.1- PREPARAÇÕES OTOLÓGICAS 
São formas farmacêuticas líquidas, pastosas ou em pó, destinadas a serem 
instiladas no canal auditivo para o tratamento de otites externas e médias ou para a 
lavagem auricular. 
Características 
1. Devem ser produtos semi-estéreis 
2. O veiculo deve ser viscoso, para aderir às paredes do canal auditivo: glicerina, 
propilenoglicol, óleos, ou uma mistura de água. 
3. Deve ter o pH entre 5 e 7,8 
 
Preparo 
1. Pese ou meça precisamente cada matéria-prima da formulação 
2. Dissolva as M.P em cerca de ¾ da quantidade de veículo e misture bem. 
26 
 
3. Adicione o veículo em q.s.p para o volume final e misture bem. 
4. Tome a amostra da solução, determine o pH, transparência e outros fatores de 
qualidade. 
5. Embale e rotule. 
 
2.2- PREPARAÇÕES NASAIS 
São formas farmacêuticas em soluções de uso nasal, com ação local ou sistêmica. 
São preparadas para a administração na forma de gotas ou sprays.Podem existir, ainda, 
as suspensões nasais e os géis nasais e pomadas nasais. 
Características dos veículos 
1. Possuir um pH situado entre 6,5 e 8,3 
2. Ter uma tonicidade que na interfira na motilidade dos cílios nasais (isotonia) 
3. Não modificar a viscosidade normal do muco nasal 
4. Ter uma cerca capacidade tampão 
5. Ser compatível com a fisiologia nasal 
6. Possuir estabilidade que se mantenha por longo tempo 
7. Conter antimicrobianos em quantidade suficiente para inibir o crescimento de 
bactérias que nele sejam introduzidas pelo conta-gotas 
8. Ser estéril 
 
2.3- COLÍRIOS 
“Soluções ou suspensões aquosas ou oleosas contendo uma ou várias substâncias 
medicamentosas destinadas à instilação ocular.” 
- o fármaco vai se dissolver no filme aquoso formado pela conjuntiva 
- conjuntiva = membrana que recobre a córnea e a pálpebra internamente, muito 
vascularizada  umidade natural do olho 
- Absorção depende - balanço hidro/lipossolúvel 
- pH 
-estabilidade: antioxidantes (sulfito de sódio, metabissulf. de sódio) 
O conservante pode ser inativado por: 
- pH da preparação 
- exposição ao calor 
- reação com recipiente 
27 
 
- presença de inativadores na formulação 
 
2.4- COLUTÓRIOS 
“Formas farmacêuticas líquidas, aquosas, destinadas a serem aplicadas diretamente 
sobre as partes internas da boca e garganta para tratamento de afecções e infecções.” 
Características 
- preparações viscosas 
- veículos: glicerina, propilenoglicol, xarope, mel 
- uso de essências e corantes (cores fortes- não é para deglutir) 
- fármacos: antissépticos, antibióticos, anestésicos locais 
 
2.5- GARGAREJOS 
“Soluções aquosas destinadas à lavagem e assepsia da boca e garganta.” 
Característica: Não é para ingerir, o veículo é aquoso ou hidroalcoólico, pode conter 
mel, glicerina e flavorizantes. São antissépticos, antibióticos, anestésicos locais. 
 
- SOLUÇÕES EXTEMPORÂNEAS 
São as soluções preparadas imediatamente antes de se usar devido à degradação. 
Recomenda-se guardar em geladeira. 
 
3- SUSPENSÕES 
Formas farmacêuticas líquidas, heterogêneas, de duas fases, constituídas por um 
sólido insolúvel num líquido. 
Usos:tópico (sulfato de selênio, calamina), oral (antibióticos), parenteral (penicilina 
benzatina) e em mucosas (colírio de acetato de cortisona). 
Vantagens:administração de PAs insolúveis, instabilidade de PAs em solução, PAs 
com odor e sabor desagradável:mascarar sabor desagradável, permite prolongar o 
tempo de ação do medicamento, retardando-se o tempo de liberação e absorção. 
Características desejáveis 
- Sedimentação lenta 
- Uma boa suspensão deve sedimentar-se lentamente; 
- Fácil redispersão 
- Deve voltar a dispersar facilmente com agitação suave do recipiente 
28 
 
- Escoamento adequado 
- A suspensão deve escoar com rapidez e uniformidade do recipiente. 
- Quanto mais viscosas, mais estáveis serão as suspensões. Porém, o excesso de 
viscosidade compromete o aspecto e a retirada do medicamento do frasco. 
- Tamanho das partículas adequado 
 
Principais fatores que interferem na estabilidade 
- Concentração do PA, 
- Queremos que as partículas permaneçam totalmente dispersas 
- Molhabilidade: substituição da fase ar/sólido pela fase líquido/sólido – facilidade 
com que o líquido se espalha pela superfície sólida., 
- Sedimentação: toda suspensão sedimenta com o tempo (gravidade) 
- tamanho das partículas sólidas – quanto maior a partícula, mais rapidamente se 
deposita 
- a taxa de sedimentação diminui à medida que a diferença entre a densidade das 
partículas sólidas e do líquido diminuem 
- viscosidade da fase líquida – quanto maior a viscosidade, maior o tempo de 
sedimentação 
- Redispersibilidade: prevenção da compactação. 
- Crescimento dos cristais: O crescimento dos cristais depende de sua solubilidade 
no liquido dispersante. 
OBS: Quando não se pode evitar qualquer inconveniente com a suspensão, resta a 
possibilidade de preparar no momento da utilização.O produto é dispensado ao paciente 
na forma de pó ou granulado, ao qual basta adicionar com agitação, uma determinada 
quantidade de liquido (geralmente, água). 
Agentes molhantes: facilitam o espalhamento do líquido na superfície sólida. Ex: 
monoestearato de alumínio, propilenoglicol, glicerina 
Agentes suspensores (espessantes): compostos utilizados para aumentar a 
viscosidade da fase externa de uma suspensão. Características: não irritante, atuar em 
concentrações baixas e inerte. 
- SUSPENSORES PARA VEÍCULOS AQUOSOS: Gomas, Alginatos, Metilcelulose, 
Carboximetilcelulose, Celulose microcristalina, Carbopol, gelatina, PEGs, etc. 
- SUSPENSORES PARA VEÍCULOS OLEOSOS: Lanolina, Ceras, Óleo de rícino. 
Procedimento geral para preparo de suspensões 
- dispersar o agente suspensor em q.s. de água 
- tamisar os sólidos insolúveis 
29 
 
- micronizar os fármacos com agente molhante e um pouco de água em gral com 
pistilo (levigação) 
- adicionar o agente suspensor disperso em q.s. de água no gral descrito em 3 
- transferir para um cálice e conferir o volume 
- adicionar o flavorizante, o conservante, o edulcorante e o corante  se houver em 
prescrição. 
- embalar e rotular. 
 
Acondicionamento: vidros siliconados = evitam a aderência dos cristais nas 
paredes do vidro e formação de espuma na agitação (presença de tensoativos) 
 
Ensaios realizados com as suspensões 
- Determinação do tamanho das partículas 
- Determinação da densidade aparente 
- Determinação do teor do PA:homogeneidade de dose 
- Determinação do pH: deve estar compatível com o pH do veículo (interfere na 
solubilidade), e com a via de administração, influi na solubilidade do PA e na sua 
liberação 
- Medida de viscosidade 
- Determinação do volume de sedimentação: colocar a suspensão numa proveta e 
deixar depositar até que não aumente a altura do sedimento 
- Suspensões oftálmicas e Suspensões injetáveis:esterilidade. 
4- EMULSÕES 
“Mistura termodinamicamente instável de 2 líquidos imiscíveis”. Uso agente 
emulsificante (tensoativo): Após a agitação um líquido se dispersa no seio do outro. Com 
o passar do tempo há a separação de fases (sistema instável), mas com o uso do agente 
emulsificante pode-se ter a estabilização das emulsões. 
O tensoativo tem uma parte apolar (se liga na fase oleosa) e outra parte polar (se liga 
a fase aquosa).O tensoativo vai estar sempre na interface das fases interna e externa. 
Tipos:Forma farmacêutica: uso oral, parenteral e uso externo e Forma cosmética: 
cremes e loções. 
Estabilidade relacionada: 
- tamanho das partículas 
- viscosidade da fase externa maior, mais estável 
- uso de tensoativo 
30 
 
 
Componentes de uma emulsão 
a) Fase aquosa: água, compostos hidrossolúveis, PAs, conservantes (têm que ficar 
na fase aquosa pois osmos se desenvolvem nesta fase), corantes 
b) Fase oleosa: óleos, ceras, gorduras, vitaminas e PAs lipossolúveis, antioxidantes, 
conservantes,Lanette (Henkel), Polawax (Croda) 
c) Agentes emulsificantes: Tendência que um líquido tem para reduzir a tensão 
superficial entre as fases. 
 
Vantagens e Desvantagens 
Nas emulsões o fármaco pode estar dissolvido ou suspenso nas fases aquosa ou na 
oleosa, e esta versatilidade é uma das principais vantagens das emulsões. 
Entre as desvantagens, destacam-se: Baixa estabilidade física ou físico-química; 
Menor uniformidade 
 
Tensoativo 
Os tensoativos, ou agentes emulsificantes auxiliam na produção de uma dispersão 
estável, pela redução da tensão interfacial e conseqüente manutenção da separação das 
gotículas dispersas, através da formação de uma barreira interfacial. 
Os tensoativos têm um grupamento polar (hidrofílico) que é orientado em direção a 
água e um grupamento apolar (lipofílico) que está direcionado ao óleo. 
O processo de emulsificação permite a dispersão de um liquido em outro, sendo um 
hidrófilo e ooutro lipófilo, de forma que o sistema fique estável, mesmo depois no estado 
de repouso. Esteprocesso se dá pela adição de um tensoativo, também chamado de 
emulsificante ou surfactante. Tipos: 
a) Tensoativos aniônicos:Ex: lauril sulfato de sódio, lauril sulfato de trietanolamina 
b) Tensoativos catiônicos:exemplos: compostos quaternários de amônio 
c) Tensoativos não-iônicos:Monoestearato de glicerila, Tweens (ésteres do 
sorbitano) - originam emulsões O/A, Spans (ésteres do polioxietilenosorbitano) - originam 
emulsões A/O 
d) Tensoativos anfóteros: dodecil-diaminoetil-glicocola (DAG) 
Outros: 
- goma arábica: 
- gelatina: 
- metilcelulose, CMC sódica 
- alginatos, agar-agar 
31 
 
- dextrinas 
- ceras, lanolina 
 
Adjuvantes complementares nas emulsões 
1) Umectantes:função de evitar a evaporação da fase aquosa (principalmente em 
emulsão O/A). Exemplo: glicerina, sorbitol, propilenoglicol 
2) Conservantes:Colocar os conservantes em > quantidade pois os tensoativos 
interagem com uma parte deles. 
OBS: Quando a concentração o emulsificante é alta, pode-se formar um filme rígido 
entre as fases imiscíveis que atua como uma barreira à coalescência das micelas. 
A formação de uma camada dielétrica resulta em forças elétricas de repulsão entre 
as gotículas minimizando a coalescência. 
 
5- LOÇÕES 
“Formas farmacêuticas líquidas, de característica aquosa, que se destinam à 
aplicação externa, sem fricção. Podem ser soluções, suspensões ou emulsões.” 
Vantagens: fácil espalhabilidade, fácil remoção, menos irritantes para a superfície 
cutânea do que as pomadas (não obstruem os poros). 
Usos: Externo (tópico); Anti-sépticos, germicidas e anti-micóticos (infecções da 
pele); ação calmante e sedativa nas irritações cutâneas 
Preparo: vai depender da loção ser uma emulsão, solução ou suspensão 
6- INJETÁVEIS 
“Formas farmacêuticas constituídas por soluções, suspensões ou emulsões estéreis, 
envasadas em recipientes que conservam a esterilidade, destinados à administração 
parenteral, ou seja, debaixo de uma ou mais camadas da pele”. 
 
Vias de administração: ID, SC, IM, IV (nessa, não devem ser administradas 
suspensões/emulsões). 
Veículos utilizados: 
- água: principal (quando tiver problemas de solubilidade  uso de outros solventes) 
- óleos: geralmente óleos vegetais (atóxicos, não irritantes), utilizados para retardar 
a absorção 
- nunca usar óleo mineral (vaselina) - é inerte quimicamente  formação de um 
depósito que dificilmente será removido 
- não usar óleo demilho 
32 
 
- álcoois: uso por problemas de solubilidade em misturas com água - etanol, álcool 
benzílico, propilenoglicol, etc. 
Conservantes: utilizados em injetáveis de dose múltipla – insulina. Geralmente, são 
substâncias com certo grau de toxicidade  pequenas quantidades, uso criterioso 
Controle do pH = importante. Esterilidade: requisito indispensável 
 
 
FORMAS FARMACÊUTICAS PASTOSAS 
 
São preparações de consistência semi-sólida destinadas a serem aplicadas sobre a 
pele ou determinadas mucosas a fim de exercer uma ação local ou de realizar a 
penetração percutânea de princípios medicamentosos. São também utilizadas com o 
objetivo e ação emoliente e protetora. 
 
1- POMADAS 
“Formas farmacêuticas de consistência mole e aspecto pegajoso, que se destinam 
ao uso externo e que, normalmente, são preparadas com excipientes gordurosos ou com 
polietilienoglicois. São usadas para ação tópica ou geral e também com fins de proteção 
ou lubrificação”. 
Na farmácia magistral, há a preparação da pomada base que pode ser armazenada 
para, posteriormente, serem incorporados os ativos, conforme a prescrição. 
O polietilenoglicol é uma exceção de excipiente, pois pode ser lavado não tem 
natureza lipofílica. 
São preparações anidras, ou seja, funcionam como uma película sobre a pele. A 
pomada não tem água na sua formulação, não é uma emulsão. 
O P.A. se deposita sobre a pele formando a película, conseqüentemente a pomada 
só é usada para tratar afecções superficiais: tratar infecções bacterianas em feridas, para 
cicatrização  o P.A. não penetra. 
Existem tipos especiais de pomadas: 
- CERATOS: Pomadas gordurosas que contém ceras (>20%) animais 
(espermacete ou abelhas) ou vegetais (carnaúba), mas que não sejam 
emulsionadas; 
- UNGUENTOS: Tipo de pomada que contém resinas. São mais espessas que os 
ceratos. 
 
Preparo das pomadas 
A FRIO: simples dispersão com auxílio de uma espátula ou pão-duro. 
33 
 
A QUENTE: funde-se os componentes. 
Com relação àspomadas oftálmicas: 
- devem se estéreis 
- preparadas com excipientes não-aquosos, de baixo PF (fácil difusão) 
- se tiver sólidos, devem estar finamente divididos 
- excipientes mais utilizados: vaselina, lanolina, parafina 
- usos: 
• PAs insolúveis 
• Quando deseja-se ação lenta (anti-inflamatório, anti-séptico) 
• PAs lipossolúveis 
- problema: pode ocorrer obstrução do canal lacrimal 
 
2- PASTAS 
São preparações farmacêuticas que contêm uma proporção de pó igual ou superior a 
20%. Em geral são menos gordurosas que as pomadas: 
- deve-se tamisar os pós 
- produzidas por técnica de suspensão 
- exercem efeito de adsorção – preparações secantes 
- usadas em doenças de pele em que haja tendência de formação de crostas 
- não são congestivas 
- pouca contaminação 
- ação puramente epidérmica (superficial) 
 
3- GÉIS 
Os géis são soluções coloidais ou suspensões de substâncias, formando um 
excipiente transparente ou translúcido. Os géis são veículos destinados a peles oleosas 
ou acnéicas. 
Exemplos são os géis hidratantes para pele oleosa, géis protetores solares, géis 
esfoliantes para a pele, géis fixadores e modeladores para os cabelos, géis para banho, 
xampus géis, etc. 
O mercado faz distinção entre um gel creme e um creme gel que são direcionados 
geralmente como hidratantes para pele oleosa. Ambos os produtos possuem a fase 
aquosa espessada por um polímero orgânico hidrossolúvel. No entanto, um creme gel 
34 
 
possui uma fase oleosa constituída de derivados graxos que são emulsionados na fase 
aquosa espessada onde apenas foi dado um esbranquiçamento ao gel. 
 
Características dos gés: 
1. Possuem consistência de gelatina, transparentes e TIXOTROPIA (fenômeno 
associado à diminuição da viscosidade do sistema provocado por forças mecânicas, 
sendo, porém, reversível quando em repouso). 
2. São livres de gordura, cujo teor de água á bastante alto: contaminação alta. 
3. Possuem baixíssima penetrabilidade cutânea: uso álcool isopropílico e 
propilenoglicolaumentam a penetração cutânea. 
4. Na sua formulação contém gelificantes, umectantes, conservantes, antioxidante, 
quelantes e outros. 
 
EspessantespHnão dependente: 
1. Carboximetilcelulose (CMC) 
 Incompatíveis com: ativos ácidos, sais de alumínio e zinco, pH abaixo de 2; 
2. Hidroxietilcelulose (NATROSOL, CELLOSIZE) 
o Estável em pH entre 2,0 a 12. 
3. Metilcelulose (MC): polímero não-iônico, com várias incompatibilidades (fenol, 
cloreto de cetilpiridíneo, PABA, parabenos, etc). 
 
Espessantes pH dependente: 
1. CARBOPOL (CARBÔMEROS) 
2. CARBOPOL 934 
3. CARBOPOL 940 
4. CARBOPOL ULTREZ 
 
As resinas de Carbopol, quando dispersas em água, umecta e forma uma dispersão 
aquosa (resina/água) com valor de pH na faixa de 2,8 a 3,2. Neste estado pré-dissolvido 
a molécula de Carbopol está extremamente enrolada e sua capacidade espessante é 
limitada. 
Para obter o espessamento é necessário a neutralização das cargas com bases 
inorgânicas, como o NaOH ou aminas de baixo peso moléculas (Trietanolamina). 
35 
 
Ao acrescentar a trietanolamina ou o NaOH, o polímero “estica”, devido à 
neutralização dos grupos carboxila presentes no polímero. O máximo da viscosidade é 
obtido em pH 7. 
 
 
FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS 
 
1- PÓS 
 
São preparações provenientes de drogas vegetais ou animais, assim como 
substâncias químicas submetidas a um grau de divisão suficiente para lhes assegurar 
homogeneidade e facilitar a extração do PA ou a administração. 
Administração VO: antiácidos, reidratantes, etc. 
Uso tópico: talcos e pós anti-sépticos 
Administração IV: A produção é industrial e são sempre soluções ou suspensões. 
Forma farmacêutica intermediária para granulado, cápsula, comprimido, drágea e 
suspensão. 
 
Preparo geral: 
a) Operações preliminares: 
- triagem 
- divisão grosseira 
- estabilização 
- amolecimento 
- secagem 
 
Obs.: principalmente se drogas vegetais 
 
b) Pulverização: 
- trituração 
- fricção notamis 
- porfirização 
36 
 
- moinhos 
- pulverização por intermédio 
 
Obs.: a escolha do processo pode depender das características da droga, da 
finalidade e da quantidade. 
c) Operações acessórias 
- tamização 
- micronização 
- esterilização 
Pós compostos: Mistura de dois ou mais pós simples. Escala industrial: uso de 
misturadores. 
Pulverização por intermédio: 
1. Drogas moles ou elásticas: Amido e sacarose (pó inerte): indicar no rótulo a 
natureza e a proporção destas substâncias. 
2. Cânfora: q.s. álcool ou éter. 
3. Enxofre, clorobutanol, sais de benzilpenicilina: eletricidade estática. Uso q.s. de 
óleo 
Acondicionamento: envelopes, frascos, latas, papéis, frascos 
 
 
 
 
2- GRANULADOS 
São pequenos grânulos irregulares que em conjunto apresentam aspecto 
homogêneo. 
 
Preparo 
- Via úmida: Mistura os pós levando em consideração as regras para a mistura, 
umedecer os pós com solução contendo o aglutinante, granular, secar, calibrar (tamis). A 
mistura é feita em gral, o umedecimento também, a granulação é feita em tamis, a 
secagem em estufa e a calibração em tamis. 
- Via seca: Industrialmente. 
 
3- CÁPSULAS 
37 
 
Invólucro para uma forma farmacêutica (via oral): 
- Inertes (para o organismo e para o PA) 
- ausência de odor / sabor desagradável 
- barreira contra agentes externos (luz, ar, umidade) 
- não causar danos ao aparelho digestivo 
- preparação fácil e precisão de dosagem 
Tamanho da cápsula em função de volume (ml) e capacidade (mg) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enchim
ento de 
cápsulas 
duras: 
- em 
farmácia de 
manipulaçã
o: placas de 
encapsulaçã
o 
- em 
indústrias: 
máquinas 
selecionam cápsulas vazias, separam corpo da tampa.realizam o enchimento (200.000 
cáps. / hora) 
Nº CÁP. 
VOLUME (mL) 
Parke Davis 
VOLUME (mL) 
Eli Lilly 
PESO 
(mg) 
000 1,37 1,42 700 a 1000 
00 0,95 0,92 500 a 700 
0 0,68 0,70 300 a 500 
1 0,50 0,50 200 a 300 
2 0,37 0,40 100 a 2003 0,30 0,37 50 a 100 
4 0,21 0,21 25 a 50 
5 0,13 0,12 10 a 25 
38 
 
- pó simples 
- pó simples titulado: utilizado para PAs potentes – dilui-se o pó com um composto 
inerte para diminuir riscos 
- pó composto: misturas de 2 ou mais pós simples 
- pós com densidade alta são fáceis de encapsular, pós pouco densos são mais 
difíceis 
- adição de lubrificantes à pós pouco densos para facilitar o escoamento 
estearato de magnésio, talco 
 
Enchimento de cápsulas moles: 
- solução, suspensão, pasta (nunca pós) 
- apresenta maleabilidade (presença de glicerina, PEG, sorbitol) 
- mecanismo de encapsulação: 
- aplicações: vitaminas, óleo de alho, óleo de fígado de bacalhau, óleos de banho, 
etc. 
 
 
4- COMPRIMIDOS 
“São formas farmacêuticas sólidas, de formato variado, que em geral são obtidas 
agregando-se, por meio de pressão, PAs e excipientes.” 
Excipientes: 
- diluentes - acertar o peso (lactose, amido, manitol, celulose microcristalina) 
- desagregantes – promover/acelerar a desintegração do cp. (amido, derivados da 
celulose) 
 
Modo de ação dos desagregantes: 
 • inchando em contato com a água – separação dos grãos 
 • reagindo com a água (comprimidos efervescentes) 
 • dissolvendo-se na água – formação de canalículos que facilitam adesagregação 
dos comprimidos 
 
Aglutinantes:formação do granulado, evita aderência dos pós às punções e 
matrizes (talco, estearato de Magnésio, Áido. Esteárico). 
39 
 
Agentes promotores de reologia:melhora as caract. reológicas do granulado 
(aerosil) 
Lubrificantes – evitam a aderência dos pós às matrizes, facilitam o deslizamento. 
São deslizantes (talco, carbowax) ou anti-aderentes (estearatos, parafina, cera branca) 
Excipientes de ação múltipla: Ludipress (lactose = lubrificante,PVP = aglutinante) 
Outros:Corantes, edulcorantes, flavorizantes 
 
Produção de comprimidos: 
1- Compressão direta: 
- uso de adjuvantes especiais (compostos de cálcio) 
- misturar os excipientes e os PAs compressão 
- processo mais rápido 
- não expõe o PA à ação do calor e umidade 
- problema = custo dos adjuvantes para compressão direta 
 
2- Granulação úmida: (método mais utilizado) 
GRANULADO = etapa intermediária da fabricação de comprimidos – os grânulos são 
mais fáceis de comprimir do que os pós. Melhor aspecto e menos problemas na 
compressão. 
 
3- Granulação seca: usado para PAs hidrolisáveis (penicilinas, AAS) 
 
5- DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS 
Drágea - é um comprimido revestido com açúcar, o formato do comprimido é 
alterado. 
Comprimido Revestido – o processo de revestimento é feito com polímeros (película 
de polímero) 
POR QUE REVESTIR / DRAGEAR UM COMPRIMIDO? 
- estabilidade do PA 
- melhorar o aspecto 
- mascarar o odor e sabor desagradável 
- controlar a liberação do PA 
 
40 
 
Pré-requisitos do comprimido para o revestimento: 
- forma e tamanho (somente para o drageamento): utilizar cp. bastante duros, quanto 
menores mais fácil de dragear 
-dureza e friabilidade 
 
6- SUPOSITÓRIOS E ÓVULOS 
“Supositórios são preparações farmacêuticas consistentes de forma cônica ou oval, 
destinadas à aplicação retal e obtidas por solidificação ou compressão em moldes de 
massa adequada encerrando substâncias medicamentosas” (Farmacopeia Brasileira II). 
Óvulos são “preparações farmacêuticas consistentes de forma ovóide, destinadas à 
aplicação vaginal, obtidas por solidificação ou compressão em moldes de massa 
adequados encerrando substâncias medicamentosas. Em geral destinado à ação local, 
sendo os antibióticos, anti-parasitários, anti-sépticos, entre outros, os fármacos mais 
utilizados em óvulos”(Farmacopeia Brasileira II). 
 
Componentes usuais 
a) Excipientes inertes: Devem desintegrar-se obrigatoriamente a 37 ºC. Bases: 
manteiga de cacau, óleos hidrogenados,polioxietilenoglicóis, glicerina, etc 
b) Tensoativos: Facilitam a dispersão de matérias hidrófobas, promovendo absorção. 
Ex: lecitina de soja epolissorbatos. 
c) Antioxidantes: Protegem os excipientes oleosos daoxidação. Ex.: Alfa-tocoferol, 
butil-hidroxianisol, etc. 
d) Endurecedores: São utilizados para aumentar a consistência e elevar o ponto de 
fusão. Ex: parafina, ceras, PEG 4000. 
e) Amolecedores: São substâncias empregadas para abaixar o ponto de fusão. Ex: 
glicerina, propilenoglicol, óleos vegetais e minerais. 
 
Preparo 
a) Fusão-solidificação: As matérias-primas são misturadas ao(s) excipiente(s) 
previamente fundido(s) e em seguida a massa é vertida em moldes apropriados. Depois 
do resfriamento, os supositórios são retirados dos moldes, exceto no caso em que o 
molde é a embalagem do produto. 
b) Compressão: O excipiente é triturado e misturado ao fármaco e depois 
comprimido em equipamento apropriado. Este método, devido a desvantagens como a 
necessidade de equipamento especializado, dificuldade de homogeneização e aspectos 
irregulares dos supositórios obtidos, só é usado casos específicos como, por exemplo, 
para fármacos termolábeis. 
 
7- OUTRAS FORMAS FARMACÊUTICAS 
41 
 
 
FORMAS FARMACÊUTICAS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA: Liberação 
controlada, ação prolongada, ação sustentada, retard, liberação prolongada. 
Existe uma diferença entre liberação controlada e liberação sustentada: na liberação 
sustentada temos a liberação do fármaco num período de tempo maior (comparado com 
a liberação convencional). Na liberação controlada existe um controle da velocidade de 
liberação do fármaco a partir da FF. 
OBS: A CMC age como controle para a liberação do fármaco. Ela modula a 
absorção. 
 
LINIMENTOS: Diferem das pomadas pela consistência - consistência intermediária 
entre os óleos e as banhas (gorduras). Diferem das loções pelo modo de aplicação 
(loções - não se emprega fricção). USOS: ação revulsiva (hiperemia e aquecimento do 
local), ação emoliente, ação sedativa (tópica), ação anestésica (tópico) 
 
PASTILHAS: Preparações farmacêuticas de consistência sólida, destinadas a 
dissolverem-se lentamente na boca, que são preparadas por moldagem de uma massa 
plástica constituída, na maioria das vezes, por mucilagens e/ou açúcar associados ao PA. 
 
Noções de Conservação de Medicamentos: Utilização de conservantes e 
estabilizantes 
As formas farmacêuticas sólidas ou líquidas que não contenham água na 
sua composição, normalmente apresentam uma estabilidade bem maior quando 
comparadas com formas farmacêuticas que contenham água. Portanto pós, 
comprimidos, cápsulas, tabletes e outras formas solidas ou liquidas que não 
contenham água (ex. veiculo oleoso) são mais estáveis e portanto poderão 
apresentar um prazo de validade maior quando comparadas com as formas 
farmacêuticas que contém água como por exemplo xaropes, suspensões 
aquosas, soluções aquosas, emulsões, etc. 
 
Conceito 
Estabilidade é definida como a extensão de tempo em que o produto retém, 
dentro dos limites especificados e dentro do período de armazenamento e de uso 
(isto é, o se prazo de validade), as mesmas características que possuía na 
ocasião em que foi fabricado ou manipulado. 
42 
 
Segundo a RDC 67/2007 “ Todo produto manipulado deve apresentar no rótulo o 
prazo de validade e, quando necessário, a indicação das condições para 
conservação.” 
A estabilidade de um medicamento ou formulação estão divididas em: 
 
Estabilidade química: 
Cada ingrediente ativo contido na preparação, mantém sua integridade e 
atividade indicada, dentro de limites especificados. 
Há vários mecanismos de degradação química, porém os processos de 
instabilidade mais comuns são causados por oxidação, hidrólise, redução, fotólise 
ou fotodegradação e racemização. 
Embora muitos processos de degradação química de fármacos possam ser 
observados através de mudanças de cor, formação de precipitados e evolução de 
gases, a maioria das incompatibilidades químicas resultantes de interações que 
promovem alterações moleculares, não são visivelmente observáveis. 
Ex.: hidroquinona, ácido retinóico, óleos, vitaminaC, tetraciclina, AAS, 
nicotinamidaetc. 
 
Estabilidade fisica: 
As propriedades físicas originais, incluindo aparência, palatabilidade, 
uniformidade, suspendabilidade (aplicável a suspensões) são mantidas. 
 
Estabilidade microbiologica: 
A esterilidade ou resistência ao crescimento microbiano é mantida de 
acordo com os requerimentos especificados e aplicação do produto. Os agentes 
antimicrobianos que estão presentes mantêm sua efetividade dentro de limites 
especificados. 
Fatores que afetam a estabilidade de preparações farmacêuticas: 
• pH 
• Temperatura 
• Luz 
• Exposição á atmosfera (ao oxigênio) 
• Umidade 
43 
 
• Cristalização 
• Vaporização 
Contudo é necessário o uso de adjuvantes farmacotécnicos que mantenham a 
estabilidade e garantam a conservação do medicamento ou formulação. 
 
Estabilidade Química 
• Antioxidantes: ácido ascórbico, metabissulfito de sódio, sulfito de sódio, vit. 
E, BHT, BHA. 
• Agentes quelantes: EDTA 
• Modificadores de pH: fosfato de potássio, citrato de sódio, ácido cítrico. 
 
Estabilidade Física 
• Suspensores: CMC, HPMC 
• Tensoativos: lauril éter sulfato de sódio, Tween. 
 
Estabilidade Microbiológica 
• Conservantes: nipagim e nipazol 
As sugestões de prazo validade recomendadas abaixo, leva em consideração que 
a preparação magistral seja corretamente manipulada, acondicionada em 
recipientes adequados e compatíveis, armazenados em condições 
recomendadas. 
 
 
 
 
 
Tabela 1 - Formas Farmacêuticas e Prazo de Validade 
Característica da Forma Farmacêutica Prazo de Validade presumida (a partir 
da data de manipulação) 
Formulações sólidas e semi-sólidas 
não contendo água 
6 meses 
 
Formulações sólidas, semi-sólidas e 3 meses 
44 
 
líquidas , não contendo água, com 
drogas reconhecidamente 
susceptíveis a processos de 
degradação química. 
 Formulações semi-sólidas e líquidas, 
contendo água, sem adição de 
estabilizantes e conservantes. 
14 dias (refrigerado) 
Formulações semi-sólidas e líquidas, 
contendo água, com adição de 
estabilizantes e conservantes 
3 meses 
Formulações contendo antibióticos e 
antimicrobianos na forma de pó para 
a dispersão extemporânea caseira. 
3 meses (validade antes da dispersão 
caseira com água) 7 a 14 dias (após a 
dispersão com água e conservada a 
partir de então, sob refrigeração) 
Bases galênicas semi-sólidas e 
líquidas com adição de conservantes 
e estabilizantes e sem a adição de 
ativos 
6 meses 
 
Técnicas de esterilização de medicamentos. Esterilização química e física, 
desinfecção, assepsia e antissepsia, liofilização e pasteurização. 
 
Os microrganismos, assim como as bactérias, somente foram apontados 
como causa de doenças durante o século XIX graças às descobertas de Louis 
Pasteur. A partir de então, metodologias foram estabelecidas e são empregadas 
até hoje, desenvolvendo processos de desinfecção através de diferentes 
processos e substâncias químicas. Atualmente, a manipulação dos 
microrganismos em diferentes meios depende dos conhecimentos de destruir, 
inibir ou removê-los. 
 
Definições 
 
Esterilização 
45 
 
Processo pelo o qual há completa eliminação de todos os microrganismos 
presentes, como as bactérias, vírus, fungos, protozoários e incluindo também as 
formas mais resistentes como as micobactérias, vírus não envelopado e esporos 
bacterianos. 
Portanto a palavra estéril é um termo absoluto um material está estéril ou 
não. Não pode ser “parcialmente estéril” ou “quase estéril”. Desta forma, um 
objeto estéril no sentido microbiológico, está completamente livre de 
microrganismos vivos, contudo a esterilização pode ser obtida com o uso de 
esterilizantes físicos e químicos. 
 
Esterilizantes Físicos: 
Os esterilizantes físicos mais comuns são: calor seco e o calor úmido. 
Estes métodos são amplamente utilizados em hospitais e é indicado para muitos 
materiais, exceto aqueles sensíveis ao calor, ou que são constituídos de 
substâncias químicas tóxicas ou voláteis. 
Esterilização Calor Seco Esterilização Calor 
Úmido 
 - Incineração - Água Fervente 
- Flambagem - Autoclave (vapor 
saturado sob 
- Estufa ( temp. 100°C – 180°C) pressão) 
 
A filtração também é outro tipo de esterilização física, muito utilizada na 
remoção de bactérias e fungos do ar (como os filtros HEPA) ou de soluções 
sensíveis ao calor. 
 
Há a esterilização pela radiação ionizante e não-ionizantes (a exemplo das 
microondas e raios ultravioleta) são exemplos de métodos físicos de esterilização 
e muito utilizados. Porém, seu uso requer cuidados adicionais devido à 
necessidade de exposição direta. 
 
46 
 
Por fim, substâncias químicas com poderes esterilizantes são utilizadas 
com freqüência, porém um agente químico com poder esterilizante “ideal” deve ter 
características que apresentem eficiência sob todas as condições. 
 
Esterilizantes Químicos: 
Os principais esterilizantes químicos mais utilizados são: derivados de 
aldeídos, como o formaldeído, fomalina, o glutaraldeído, óxido de etileno, 
compostos halogenos, entre outros. Estes produtos possuem ação esterilizante 
pela formação de compostos incompatíveis com as funções celulares vitais. 
 
Desinfecção: 
Desinfecção é um processo que inclui a destruição ou a remoção da 
maioria, mas não de todos os microrganismos viáveis. Na prática é sinônimo de 
germicida; entretanto os microrganismos mortos por germicidas não são 
necessariamente patogênicos. Por definição, a desinfecção diferencia da 
esterilização por não eliminar os esporos bacterianos, propriedade inerente da 
esterilização. 
 
A desinfecção é dividida em desinfecção de baixo nível, nível intermediário 
ou de alto nível. 
 
Desinfecção de baixo nível: são destruídas as bactérias de forma vegetativa 
alguns vírus e alguns fungos. Exemplos: álcool etílico e isopropílico, quaternário 
de amônia. São utilizados para desinfetar instrumentos não críticos como 
aparelhos de pressão, eletrodos de eletrocardiograma e estestocópios. 
 
Desinfecção de nível intermediário: além dos microrganismos eliminados na 
desinfecção de baixo nível, são atingidos o Mycobacterium tuberculosis, vírus da 
hepatite B e a maioria dos fungos. Mas esporos bacterianos e vírus lentos 
sobrevivem. Exemplos: álcool etílico e isopropílico (70 a 90%), fenólicos, etc. São 
utilizados para desinfetar superfície ou instrumentos que têm pouca probabilidade 
de contaminação com os esporos bacterianos. 
 
47 
 
Desinfecção de alto nível: resistem apenas alguns tipos de esporos bacterianos 
mais resistentes. Exemplos: Hipoclorito de sódio, cloro e compostos clorados, 
ácidos peracético, glutaraldeído, peróxido de hidrogênio, etc. São utilizados para 
desinfectar objetos envolvidos em procedimentos invasivos que não podem 
suportar os procedimentos de esterilização como endoscópio, instrumentos 
cirúrgicos. 
 
Tabela 2 - Processo de Desinfecção 
PRODUTO NÍVEL DE 
DESINFECÇÃO 
TEMPO DE 
EXPOSIÇÃO 
RESTRIÇÕES 
DE USO 
EPI 
GLUTARALDEÍDO 
A 2% 
ALTO 30 minutos Materiais 
porosos retem 
o produto 
Máscara de 
filtro químico, 
avental 
impermeável, 
óculos, luva de 
borracha cano 
longo, botas 
ÁCIDO 
PERACÉTICO A 
0,2% 
ALTO 10 minutos Danifica metais Máscara de 
filtro químico, 
avental 
impermeável, 
óculos, luva de 
borracha cano 
longo, botas 
HIPOCLORITO DE 
SÓDIO A 1% 
MÉDIO 30 minutos Danifica metais 
e mármore 
Avental 
impermeável, 
luva de 
borracha cano 
longo,botas, 
óculos 
ÁLCOOL A 70% MÉDIO 30 segundos Danifica acrílico 
e borracha 
Luva de 
borracha 
48 
 
QUATERNÁRIO 
DE AMONIA 
BAIXO 30 minutos Não há Luva de 
borracha 
 
Assepsia: 
É a destruição de micro-organismos existentes nas camadas superficiais ou 
profundasda pele, mediante a aplicação de um agente germicida de baixa causticidade, 
hipoalergênico e passível de ser aplicado em tecido vivo. 
Sabões e detergentes sintéticos aniônicos exercem ação bactericida contra 
microorganismos muito frágeis como o Pneumococo, porém, são inativos para 
Stafilococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa e outras bactérias Gram negativas. 
Consequentemente, sabões e detergentes sintéticos (não iônicos e aniônicos) devem ser 
classificados como degermantes, e não como anti-sépticos. 
 
Antissepsia: 
É o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de microorganismos 
ou removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-los e para tal fim 
utilizamos anti-sépticos ou desinfetantes. 
Esses compostos são selecionados em relação à sua segurança e 
eficiência. O exemplo dos álcoois que embora tendam a secar a superfície da 
pele devido à remoção dos lipídios, eles não são tóxicos e têm excelente 
atividade contra os grupos de microrganismos, exceto os esporos. Outros 
exemplos além dos álcoois incluem: iodóforos (antisséptico cutâneo), clorexidina 
(com atividade mais prolongada do que o álcool), e o triclosan (somente ativo 
contra bactérias). 
 
Pasteurização: 
No século XIX, Luis Pasteur iniciou a microbiologia como ciência, 
desenvolvendo um método de prevenção da perda da qualidade dos vinhos, 
destruindo, pelo calor, bactérias capazes de deteriorar a bebida, sem alterar 
seriamente o sabor do produto. Tal método posteriormente aplicado ao 
tratamento do leite para eliminar possíveis patógenos veiculados, recebeu o nome 
de Pasteurização. Contudo a Pasteurização consiste em aquecer o produto a 
63ºC por 30 minutos e, em seguida, resfriar bruscamente, reduzindo o número de 
49 
 
microrganismos presentes, mas ela não assegura uma esterilização. É uma 
técnica muito aplicada no setor alimentício, a pasteurização aumenta a vida do 
alimento, reduzindo as taxas de alterações microbiológicas e enzimáticas. 
Existem 3 tipos de pasteurização: a clássica (63ºC por 30 min), a HTST 
(72ºC por 15 seg) e a UTH(140ºC por menos de 1 seg). Após qualquer um desses 
processos, o produto deve ser refrigerado. 
 
Liofilização: 
É um processo de secagem onde a água passa do estado sólido para o de vapor, 
sem passar para o estado líquido, ocasionando uma redução da atividade da água e o 
alimento pode ser conservado em temperatura ambiente. 
Esta conservação tem como finalidade aumentar o tempo de prateleira e 
assegurar as condições adequadas de higiene do produto , ocasionando alterações 
mínimas nas sua características iniciais. 
Na área farmacêutica é mais utilizado nos medicamentos injetáveis. 
 
 
Etapas da Liofilização: 
- (Pré) Congelação (< 0ºC) 
- Secagem Primária (eliminada 90% da água – produto com 15% de humidade) 
- Secagem Secundária (eliminada 10% da água – água ligada – produto 
desidratado até 2% de humidade) 
 
 
 
Exercícios 
1) Por definição, a desinfecção diferencia da esterilização por não eliminar os 
esporos bacterianos, propriedade inerente da esterilização”. Pode-se dizer que 
essa idéia está: 
a) Incorreta. 
b) Correta. 
2) Antisépticos são desinfectantes usados para reduzir o número de 
microrganismos na superfície da pele. O exemplo dos alcoóis, que embora 
tendam a secar a superfície da pele devido à remoção dos lipídios, não são 
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tóxicos e têm excelente atividade contra os grupos de microrganismos, exceto os 
esporos”. Pode-se dizer que essa idéia está: 
a) Correta. 
b) Incorreta. 
3) Os instrumentos que tenham algum componente de material têxtil ou de 
borracha não podem ser esterilizados pelo calor seco.” 
Pode-se dizer que essa idéia está: 
a) Incorreta. 
b) Correta. 
4) O álcool etílico a 70% é empregado em grande escala na desinfecção de 
bancadas de 
laboratórios, graças a sua atividade microbicida, pois a desnaturação das 
proteínas do microrganismo faz se mais rapidamente na presença da água. Pode-
se dizer que essa idéia está: 
a) Correta. 
b) Incorreta 
5) Em casa, é normal a fervura da água com o objetivo de esterilizá-la para 
consumo. No entanto, a fervura onde a água atinge seu ponto de ebulição não é 
confiável para a esterilização. Pode-se dizer que essa idéia está: 
a) Correta. 
b) Incorreta. 
6) A Pasteurização é um processo de esterilização comercial de alimentos que 
trabalha com altas temperaturas e, em seguida, com resfriamento imediato. Ela 
garante a eliminação de microrganismos patogênicos, mas não de estruturas 
termoresistentes. Pode-se dizer que essa idéia está: 
a) Incorreta 
b) Correta. 
7) A pasteurização é sem dúvida um bom método de redução da população 
microbiana em alimentos porque, além disso, esta técnica não produz alterações 
no sabor dos alimentos devido ao menor tempo de exposição a temperaturas 
mais altas. Pode-se dizer que essa idéia está: 
a) Correta 
b) Incorreta 
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8) O leite pode passar por processos que levam a temperatura a 72ºC e um 
tempo de 15 
segundos e imediatamente resfriado. Este processo é conhecido como UHT 
(ultrahigh temperature). A UHT é aplicada em leites para que possam ser 
armazenados sem refrigeração. Esse tratamento é mais útil em partes do mundo 
onde as condições para refrigeração nem sempre estão disponíveis. Pode-se 
dizer que essa idéia está: 
a) Incorreta 
b) Correta 
9) Os fungos, conhecidos como bolores, são freqüentemente encontrados na 
microbiota de frutos que produzem sucos. São pouco exigentes em nutrientes; 
fundamentalmente aeróbios e, em geral, apresentam baixa resistência térmica 
com limite superior para crescimento em torno de 60ºC, de forma que em 
produtos pasteurizados sua presença é facilmente evitada. 
a) Correta 
b) Incorreta 
10) A filtração é aplicada como método de esterilização em materiais sensíveis ao 
calor, os chamados termosensíveis, como alguns meios de cultura, enzimas, 
vacinas, soluções 
antibióticas e para retirada de microrganismos indesejáveis do ar. Pode-se dizer 
que essa idéia está: 
a) Correta 
b) Incorreta 
11) Os agentes antimicrobianos que matam os microrganismos são conhecidos 
como 
microbicidas. Daí as denominações de bactericida, viricida e fungicida. Pode-se 
dizer que esta idéia está: 
a) Correta. 
b) Incorreta. 
 
Protocolo de Good Manufacturing Practices (GMP), controle em processo. 
Todas a ações comprovadas e documentadas na política e no manual da 
qualidade da empresa, assegura ao cliente que o produto a ser comercializado 
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(neste caso, um medicamento) tem pureza e identidade comprovadas e que sua 
eficácia e segurança estão garantidas, através da validação de processo, 
assegurando a qualidade. 
A validação deverá ser o registro documentado de testes e procedimentos 
de fabricação do produto, obviamente baseado na GMP, isto é, proporcionando 
um alto grau de segurança. Um determinado processo torna-se confiável ao ser 
validado, portanto, produzirá consistentemente um bem dentro das especificações 
e atributos de qualidade pré-determinados. 
O estabelecimento que manipular formas farmacêuticas sólidas deve 
monitorar o processo de manipulação. 
 - Devem ser realizadas análises de teor de pelo menos um diluído preparado, 
trimestralmente. 
- As amostras para análise de teor devem ser coletadas em pelo menos três 
pontos do diluído e analisadas separadamente, para fins de avaliação da sua 
homogeneidade. 
- Devem ser realizadas análises de teor e uniformidade de conteúdo do principio 
ativo, de formulas cuja unidade farmacotécnica contenha fármaco(s) em 
quantidade igual ou inferior a vinte e cinco miligramas, dando prioridade aquelas 
que contenham fármacos em quantidade igual ou inferior a cinco miligramas. 
- A farmácia deve realizar a analise de no mínimo uma formula a cada três meses. 
 
Água 
A água utilizada na manipulação de produtos é considerada matéria-prima 
produzida pela própria farmácia por purificação da

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