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SISTEMA DE ENSINO DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Livro Eletrônico LUCIANO DUTRA Advogado da União desde 2009. Autor de livros e articulista. Professor de Direito Constitucional com ampla experiência em cursos preparatórios para concursos públicos e Exames de Ordem presenciais e on-line. Aprovado em diversos concursos públicos. Comentarista jurídico de revistas, jornais, sites e rádios. Graduado em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e pós-graduado em Direito Público. Graduado e pós-graduado em Ciências Militares. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 3 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra 1. Controle de Constitucionalidade ................................................................4 2. Conceito ................................................................................................4 3. Pressupostos ..........................................................................................4 4. Legislação Aplicada .................................................................................9 5. Inconstitucionalidade por Ação e por Omissão .............................................9 6. Inconstitucionalidades Material e Formal ..................................................10 7. Inconstitucionalidade Total ou Parcial ......................................................12 8. Sistemas de Controle de Constitucionalidade ............................................14 9. Momento do Controle de Constitucionalidade ............................................16 10. Modelos de Controle de Constitucionalidade ............................................20 11. Formas de Controle de Constitucionalidade .............................................21 12. Controle Difuso ...................................................................................23 13. Controle Concentrado – Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ...........35 14. Controle Concentrado – Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) .....................................................................................................53 15. Controle Concentrado – Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) .....57 16. Controle Concentrado – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) .................................................................................65 17. Controle Concentrado – Representação Interventiva ................................73 18. Inconstitucionalidade por Arrastamento, por Arrasto, por Atração, Consequencial ou por Reverberação Normativa ............................................75 Resumo ...................................................................................................77 Questões de Concurso ...............................................................................87 Gabarito ................................................................................................ 111 Gabarito Comentado ............................................................................... 112 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 4 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra 1. Controle de Constitucionalidade Querido(a) aluno(a), estamos de volta. Espero que você esteja pleno(a) de saú- de e disposto(a), pois enfrentaremos uma árdua caminhada. Primeiramente, caso você tenha preconceito com o controle de constitucionali- dade, peço, encarecidamente, que se livre dessa mágoa. Reconheço que o controle de constitucionalidade é uma matéria extensa, mas está longe de ser um “bicho de sete cabeças”. Aliás, reputaria o assunto como fácil. Mas, para absorver os conhecimentos que apresentarei, concito que esteja de alma leve, sem trazer para nosso agradável encontro dissabores passados. Combinado? Então, vamos lá!!! Aperte o cinto que o avião do Gran Cursos Online decolará! 2. Conceito O que é e para que serve o controle de constitucionalidade? O controle de cons- titucionalidade é um conjunto de atos tendentes a garantir a supremacia formal da Constituição. Destina-se a averiguar a compatibilidade vertical das demais normas jurídicas e atos do Poder Público com o seu fundamento de validade – a Constitui- ção Federal. Se uma lei é elaborada desrespeitando os mandamentos constitucionais, deve ser expurgada do ordenamento jurídico. Para isso, os órgãos estatais se valem do controle de constitucionalidade. 3. Pressupostos São pressupostos do controle de constitucionalidade a rigidez constitucional e sua supremacia formal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 5 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Sabemos que, quanto à alterabilidade, as Constituições podem ser classificadas como imutáveis, rígidas, semirrígidas e flexíveis. Nos Estados que adotam Constituições rígidas (como é o caso do Brasil), as normas constitucionais só podem ser alteradas por um procedimento mais ri- goroso do que aquele previsto para a alteração das demais normas infraconsti- tucionais (estudaremos o processo de alteração da nossa Constituição Federal ao tratarmos do Processo Legislativo). Nesse modelo, segundo o escalonamento normativo proposto por Hans Kelsen, a Constituição ocupa o ápice do ordenamento jurídico, servindo de fundamento de validade para toda a produção normativa subsequente, ou seja, as normas consti- tucionais possuem uma força destacada apta a condicionar a validade das normas infraconstitucionais. Como consequência dessa estrutura hierarquizada de normas, fala-se em su- premacia formal das normas constitucionais em face das demais leis do orde- namento jurídico. Pode-se afirmar, portanto, que em um sistema jurídico dotado de supremacia constitucional, todas as normas constitucionais, independentemente de seu con- teúdo, equivalem-se em termos de hierarquia (isso é muito importante) e são dotadas de supremacia formal em relação às demais normas infraconstitucionais. A consolidação da tese da supremacia formal da Constituição está intimamente ligada às ideias propostas por Konrad Hesse, a partir da divulgação de sua obra A Força Normativa da Constituição, que se contrapõem às ideias trazidas por Ferdinand Lassalle. Lembre-se do seguinte: Lassalle nega a existência de força normativa da Constituição jurídica (também chamada por ele de Constituição escrita ou Cons- tituição formal), e, por consequência, nega a possibilidade de supremacia formal do seu texto, pois, no seu entender, caberia à Constituição apenas a expressão dos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 6 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra “fatores reais do poder” que regem uma nação. Para ele, a Constituição não tem força normativa para condicionar os atores estatais. Emsentido contrário, Konrad Hesse afirma que a Constituição jurídica não configura apenas a representação dos “fatores reais do poder”. Significa muito mais do que o simples reflexo das forças sociais e políticas. Para ele, a Constituição ju- rídica possui força ativa capaz de condicionar a realidade política e social de um Estado, o que denominou de “força normativa da Constituição”. A Constituição possui força normativa se os mandamentos constitucionais forem efetivamente realizados pelos detentores do poder político – é o que o autor denomina “vonta- de de Constituição”. Hesse concorda com Lassalle ao afirmar que a Constituição jurídica é condicionada pela realidade político-social; concorda, também, que a pretensão de eficácia da Constituição somente pode ser realizada se for levada em conta essa realidade. Entretanto, não concorda com Lassalle quando este conceitua a Constituição jurídica como “mera folha de papel”, pois, para Hesse, é inconcebível reduzir a Constituição jurídica à mísera função de justificar as relações de poder dominantes. Segundo a visão de Hesse, a Constituição jurídica e a Constituição sociológica estão em relação de coordenação, condicionando-se mutuamente. No entanto, em caso de eventual conflito entre ambas, a Constituição jurídica deve prevalecer, uma vez que é dotada de força normativa própria. Em resumo, nossa atual Constituição Federal de 1988 é rígida, possuindo, por- tanto, supremacia formal em relação às demais normas infraconstitucionais. Des- sa maneira, as leis só são válidas e estão aptas a produzir seus efeitos no mundo jurídico se, e somente se, forem compatíveis com seu fundamento de validade – a Constituição Federal vigente. Vejamos como isso pode cair na sua prova. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 7 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Questão 1 (EXAME DA OAB/2009.3) Entre os pressupostos do controle de consti- tucionalidade, destacam-se a supremacia da CF e a rigidez constitucional. Certo. Exatamente o que acabo de explicar! Questão 2 (TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2005) A norma constitucional que prevê a liberdade de convicção religiosa tem maior hierarquia que a norma consti- tucional que estabelece a imunidade tributária dos locais destinados a cultos reli- giosos. Errado. Em consequência da supremacia formal da Constituição Federal, todas as normas constitucionais equivalem-se em termos de hierarquia. Questão 3 (TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2011) É prevalecente, na doutrina consti- tucional brasileira, o entendimento de que as normas que consagram as cláusulas pétreas estão em nível hierárquico superior às demais normas constitucionais. Errado. Mais uma vez, todas as normas constitucionais equivalem-se em termos de hierar- quia. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 8 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Questão 4 (CGU/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/2003) A existência de su- premacia formal da constituição independe da existência de rigidez constitucional. Errado. Só se fala em supremacia formal da Constituição em Estados que adotam a Cons- tituição do tipo rígida. Questão 5 (DEFENSOR PÚBLICO DO ACRE/2006) A supremacia da constituição ocorre mesmo nas chamadas constituições flexíveis. Errado. Mais uma vez, para fixarmos definitivamente a ideia central: só se fala em supre- macia formal da Constituição em Estados que adotam a Constituição do tipo rígida. Questão 6 (CGU/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/ 2003) A concepção de constituição, defendida por Konrad Hesse, não tem pontos em comum com a con- cepção de constituição defendida por Ferdinand Lassalle, uma vez que, para Konrad Hesse, os fatores históricos, políticos e sociais presentes na sociedade não concor- rem para a força normativa da constituição. Errado. Konrad Hesse concorda com Ferdinand Lassalle no sentido de que a Constituição jurídica é condicionada pela realidade político-social; concorda, também, que a pretensão de eficácia da Constituição somente pode ser realizada se for levada em conta essa realidade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 9 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra 4. Legislação Aplicada Para estudarmos o controle de constitucionalidade, é fundamental estarmos de posse, além da nossa tradicional fonte de estudo (a Constituição Federal), das Leis n. 9.868, de 1999, e n. 9.882, também de 1999. Portanto, imprima as leis citadas e as mantenha ao seu lado durante o estudo. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Conjunto de atos tendentes a garantir a supremacia formal da CF Declaração de inconstitucionalidade é uma medida excepcional (princípio da presunção de constitucionalidade das leis) PRESSUPOSTO Rigidez constitucional (só há supremacia formal em Constituições rígidas) LEGISLAÇÃO APLICÁVEL CF Lei n. 9.868, de 1999 Lei n. 9.882, de 1999 5. Inconstitucionalidade por Ação e por Omissão Considerando que a inconstitucionalidade é justamente o indesejável desrespei- to à Constituição vigente, é importante fixar que essa desconformidade pode se dar por ação ou por omissão. A inconstitucionalidade por ação diz respeito à verificação da compatibilidade verti- cal entre as normas jurídicas e os atos do Poder Público com o seu parâmetro de con- trole – a Constituição Federal. Significa um fazer inconstitucional do Poder Público. Por sua vez, a inconstitucionalidade por omissão decorre de um não fazer do Es- tado que ofende uma determinação constitucional. A falta de ação do Poder Público em regulamentar o direito de greve dos servidores públicos civis caracteriza uma inércia inconstitucional. A aferição desta inconstitucionalidade por omissão pode se O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 10 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra dar pela via concentrada, por meio de uma ação direta de inconstitucionalidade por omissão, ou pela via difusa, por meio de mandado de injunção. Daqui a pouco falaremos das ações de controle concentrado de constitucionali- dade. Por ora, basta saber que existem instrumentos capazes de combater a omis- são inconstitucional. Questão 7 (MPOG/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNA- MENTAL/2009) A supremacia da Constituição exige que todas as situações jurídicas se conformem com os princípios e preceitos da Constituição, mas ainda não existe instrumento jurídico capaz de corrigir omissão inconstitucional. Errado. Conforme vimos, existem mecanismos jurídicos para corrigir omissão inconstitucional. O que é inconstitucionalidade? POR AÇÃO fazer inconstitucional POR OMISSÃO inércia ofensiva à CF somente possível quando a CF exige um fazer total ou parcial ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE6. Inconstitucionalidades Material e Formal Teremos a inconstitucionalidade material (também chamada de nomoestática) quando o vício está no conteúdo da norma (na sua matéria). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 11 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Já na inconstitucionalidade formal (ou nomodinâmica), o vício está no processo legislativo. Essa inconstitucionalidade formal subdivide-se em: a) subjetiva: o vício está na iniciativa para a propositura do projeto de lei. Pense o seguinte: o art. 61, § 1º, determina que as matérias ali previstas sejam de inicia- tiva privativa do Presidente da República. Caso um parlamentar federal apresente um projeto de lei sobre uma daquelas matérias, haverá uma inconstitucionalidade formal subjetiva; b) objetiva: o vício estará situado nas demais fases do processo legislativo, como, por exemplo, uma lei complementar, que exige um quórum de maioria ab- soluta (art. 69), aprovada por maioria simples. Isso gera uma inconstitucionalidade formal objetiva; c) orgânica: aqui, o vício está na repartição constitucional de competências, como, por exemplo, uma lei estadual que legisle sobre trânsito. Como a matéria é federal (art. 22, XI), caso isso aconteça, haverá uma inconstitucionalidade formal orgânica. Questão 8 (MPU/ANALISTA PROCESSUAL/2010) Verifica-se a inconstitucionalida- de formal, também conhecida como nomodinâmica, quando a lei ou o ato norma- tivo infraconstitucional contém algum vício em sua forma, independentemente do conteúdo. Certo. Exatamente. Na inconstitucionalidade formal, o vício é na forma, ou seja, no pro- cesso legislativo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 12 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Questão 9 (DPU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) A inobservância da competên- cia constitucional de um ente federativo para a elaboração de determinada lei en- seja a declaração da inconstitucionalidade material do ato normativo. Errado. Na verdade, a inobservância da competência constitucional de um ente federativo para a elaboração de determinada lei enseja a declaração da inconstitucionalidade formal orgânica do ato normativo. Questão 10 (DPU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Qualquer ato normativo que desrespeite preceito ou princípio da CF deve ser declarado inconstitucional, por possuir vício formal insanável. Errado. Se o vício é no conteúdo por ter desrespeitado matéria constitucional, teremos a inconstitucionalidade material. 7. Inconstitucionalidade Total ou Parcial Como o próprio nome já indica, a inconstitucionalidade total atinge todo o ato normativo, ao passo que, na inconstitucionalidade parcial, apenas parte da lei é atingida pelo vício de inconstitucionalidade. Questão 11 (TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2011) A inconstitucionalidade formal rela- ciona-se, sempre, com a inconstitucionalidade total, visto que o ato editado em desconformidade com as normas previstas constitucionalmente deve todo ele ser declarado inconstitucional. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 13 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Errado. Pode haver inconstitucionalidade parcial mesmo no caso de inconstitucionalidade formal. Vamos a uma hipótese: imagine que tramita no Congresso Nacional um projeto de lei ordinária que trate de matéria própria de lei ordinária; no entanto, é inserido um artigo cuja matéria deveria ser tratada por lei complementar. Como todo o projeto de lei foi aprovado por maioria simples, esse artigo não atingiu a maioria absoluta exigida pela Constituição para tratar de matéria própria de lei complementar, sendo apenas o referido artigo atingido pelo vício de incons- titucionalidade. Percebeu? Haverá uma inconstitucionalidade formal apenas em parte da lei. Antes de continuarmos, vejamos um mapa mental. ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL (NOMOESTÁTICA) FORMAL (NOMODINÂMICA) TOTAL PARCIAL vício no processo legislativo Subjetiva vício na iniciativa (Ex.: art. 61, § 1°) Objetiva vício nas demais fases (Ex.: art. 69) Orgânica vício na repartição de competências (Ex.: art. 22) conflito de conteúdo Toda a lei Toda a lei O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 14 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra 8. Sistemas de Controle de Constitucionalidade Pelo mundo, os sistemas de controle de constitucionalidade são o jurisdicional (ou judicial), o político e o misto. No controle jurisdicional ou judicial, a competência para realizar o controle de constitucionalidade é conferida aos órgãos que integram o Poder Judiciário. Por sua vez, no controle político, o controle de constitucionalidade recai sobre órgãos que não integram o Poder Judiciário. Já no controle misto, parte das leis são fiscaliza- das por órgãos de natureza política, alheios à estrutura do Poder Judiciário, e outra parte são fiscalizadas pelo próprio Poder Judiciário. E como é no Brasil? No Brasil, o controle é predominantemente judicial. Não se trata de um modelo jurisdicional puro, haja vista existir, pontualmente, controles de natureza política realizados pelos demais Poderes da República. São exemplos de controle político no Brasil: a) a competência das Comissões de Constituição e Justiça para verificarem a constitucionalidade dos projetos de lei; b) o veto jurídico do Presidente da República pela inconstitucionalidade do pro- jeto de lei (art. 66, § 1º); e c) o enunciado da Súmula 347 do STF, que permite que os Tribunais de Contas, no exercício de suas atribuições, apreciem a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. Como você pode notar, são órgãos que não integram o Poder Judiciário realizan- do controle de constitucionalidade no Brasil. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 15 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Questão 12 (MPOG/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVER- NAMENTAL/2009) No Brasil, o controle de constitucionalidade realiza-se mediante a submissão das leis federais ao controle político do Congresso Nacional, e as leis estaduais, municipais, ou distritais ao controle jurisdicional. Errado. No Brasil, quem detém a competência para realizar o controle de constitucionalida- de é o Poder Judiciário, havendo apenas traços de controle político. Questão 13 (SERPRO/ADVOGADO/2010) De acordo com a jurisprudência do STF, os tribunais de contas, no exercíciode suas atribuições, não podem apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público, em razão de suas decisões serem de caráter eminentemente administrativo. Errado. À luz da Súmula 347 do STF, é permitido que os Tribunais de Contas, no exercício de suas atribuições, apreciem a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 16 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra SISTEMAS DE CONTROLE JUDICIAL POLÍTICO MISTO NO BRASIL realizado por órgãos não integrantes do Poder Judiciário ex.: França (realizado pelo Conselho Constitucional Francês) parcialmente judicial e parcialmente político ex.: Suíça (leis nacionais – controle político; leis locais – controle judicial) predominantemente judicial CCJ Veto jurídico (art. 66, § 1° ) Súmula 347 do STF realizado pelo Poder Judiciário CONTROLES POLÍTICOS NO BRASIL sempre no controle concreto Súmula 347 do STF: o Tribunal de Constas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. 9. Momento do Controle de Constitucionalidade Quanto ao momento do controle de constitucionalidade, pode ser preventivo ou repressivo. Será preventivo quando se fiscaliza um projeto de lei, com o fim de se evitar que seja inserida no ordenamento jurídico uma norma incompatível com a Constituição. Todos os Poderes da República têm a possibilidade de atuar no controle preventivo. No caso do Poder Legislativo, o controle preventivo fica a cargo das já citadas Co- missões de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. O Poder Executivo exerce o controle preventivo por meio do veto jurídico do Presidente da República previsto no art. 61, § 1º. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 17 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Cuidado com o que eu vou dizer agora!!! O Poder Judiciário atua no controle pre- ventivo em apenas uma única hipótese: quando houver um mandado de segu- rança impetrado no Supremo Tribunal Federal por parlamentar da própria Casa legislativa em que esteja o projeto de lei pela inobservância do devido processo legislativo constitucional. Imagine que esteja tramitando no Congresso Nacional uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para abolir uma cláusula pétrea. Essa PEC está na Câmara dos Deputados. Um Deputado Federal poderá entrar no STF com um mandado de segurança pedindo o arquivamento dessa PEC, por ofen- sa à Constituição Federal, haja vista que é proibida proposta de emenda tendente a abolir as matérias elencadas no art. 60, § 4º, conhecidas como cláusulas pétreas. Na situação apresentada, o Poder Judiciário estará atuando, excepcionalmente, no controle preventivo de constitucionalidade, retirando do mundo jurídico um projeto de lei (no caso, uma PEC). Questão 14 (HEMOBRAS/ADVOGADO/2008) O controle de constitucionalidade pre- ventivo pode ser exercido pelas Comissões de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, e pelo veto do Presidente da República. Certo. Exatamente o que falamos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 18 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Questão 15 (TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2011/ADAPTADO) O controle judicial pre- ventivo de constitucionalidade, que envolve vício no processo legislativo, deve ser exercido pelo STF via mandado de segurança. Certo. Única hipótese de controle preventivo realizado pelo Poder Judiciário. Questão 16 (TRF 5/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2011) O controle prévio ou pre- ventivo de constitucionalidade não pode ocorrer pela via jurisdicional, uma vez que ao Poder Judiciário foi reservado o controle posterior ou repressivo, realizado tanto de forma difusa quanto de forma concentrada. Errado. Como alertamos, há uma única hipótese para o Poder Judiciário atuar no controle pre- ventivo: quando houver um mandado de segurança impetrado por parlamentar da pró- pria Casa legislativa pela inobservância do devido processo legislativo constitucional. Por sua vez, o controle será repressivo quando recair sobre uma lei já existente. Também é realizado por todos os Poderes da República. Vejamos. O Poder Legislativo atua no controle repressivo nas seguintes hipóteses: a) art. 49, V – a competência exclusiva do Congresso Nacional para sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; b) art. 52, X – a possibilidade de o Senado Federal suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF em controle difuso de constitucionalidade; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 19 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra c) art. 62, § 5º – a verificação do atendimento dos pressupostos constitucionais da relevância e urgência das medidas provisórias realizada por cada uma das Casas do Congresso Nacional. No caso da atuação do Poder Executivo no controle repressivo, há uma contro- vérsia sobre essa possibilidade, mas a doutrina majoritária entende que o Presi- dente da República poderia orientar os órgãos da Administração Pública federal a não observar uma lei que entenda inconstitucional, uma vez que os três Poderes estão no mesmo nível. Por fim, o Poder Judiciário realiza o controle repressivo de constitucionalidade, tanto por meio do controle difuso, quanto por meio do controle concentrado (a se- guir explicarei a diferença entre os dois). MOMENTO DO CONTROLE PREVENTIVO REPRESSIVO sobre o projeto de lei sobre a lei LEGISLATIVO EXECUTIVO JUDICIÁRIO LEGISLATIVO EXECUTIVO JUDICIÁRIO TCU CCJ MS impetrado pelo parlamentar da própria Casa pelo desrespeito ao processo legislativo constitucional (ex.: PEC tendente a abolir cláusula pétrea) – única hipó- tese de atuação do Judiciário no controle preventivo Competência do CN para sustar atos normativos (art. 49, V) Possibilidade do SF suspender a execução de lei declarada inconstitucional pelo STF (art. 52, X) Verificação dos pressupostos da MP (art. 62, § 5° ) possibilidade de o Presidente negar cumprimento a uma lei inconstitucional – aplicar uma lei inconstitucional é a própria negação da CF (divergência: o Presidente deve impetrar uma ADI) função típica Súmula 347 do STF Veto jurídico (art. 66, § 1 º)NO BRASIL NO BRASIL O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 20 de 159www.grancursosonline.com.brDIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra 10. Modelos de Controle de Constitucionalidade O Poder Judiciário brasileiro atua em dois modelos de controle de constitucio- nalidade: o modelo concentrado (também conhecido como reservado) e o modelo difuso (também chamado de aberto ou incidental). Haverá controle de constitucionalidade concentrado quando o Supremo Tribunal Federal julgar as seguintes ações: a) ação direta de inconstitucionalidade genérica (ADI); b) ação declaratória de constitucionalidade (ADC); c) ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO); d) arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF); e e) ação direta de inconstitucionalidade interventiva (ADI interventiva). Por sua vez, o modelo será o difuso, ou sistema norte-americano, quando reali- zado pelos demais órgãos do Poder Judiciário brasileiro. Será considerado controle difuso, também, quando o STF julgar as demais ações que não sejam aquelas elen- cadas no parágrafo anterior, como, por exemplo, um mandado de segurança. Questão 17 (DPU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) O sistema jurisdicional ins- tituído com a CF, influenciado pelo constitucionalismo norte-americano, acolheu exclusivamente o critério de controle de constitucionalidade difuso, ou seja, por via de exceção. Errado. No Brasil, há os dois modelos de controle de constitucionalidade: o difuso e o con- centrado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 21 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Questão 18 (DPU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) O controle difuso (ou jurisdição constitucional difusa) e o controle concentrado (ou jurisdição constitucional concen- trada) são dois critérios de controle de constitucionalidade. O primeiro é verificado quando se reconhece o seu exercício a todos os componentes do Poder Judiciário, e o segundo ocorre se só for deferido ao tribunal de cúpula ou a uma corte especial. Certo. Exatamente! NO BRASIL CONCENTRADO+ DIFUSO DIFUSO todos os órgãos do Poder Judiciário (inclusive o STF) ORIGEM HISTÓRICA caso Madison x Marbury: o juiz Marshall da Suprema Corte americana afirmou que é ínsito a todos os juízes realizar controle de constitucionalidade CONCENTRADO somente pelo órgão de cúpula do Poder Judiciário ORIGEM HISTÓRICA Áustria (1920): Kelsen entendia que a fiscalização das leis deveria ser realizada somente por uma Corte Constitucional NO BRASIL (STF) ADI ADC ADO ADPF ADI Interventiva MODELOS DE CONTROLE 11. Formas de Controle de Constitucionalidade Existem duas formas pelas quais se podem buscar no Poder Judiciário a declara- ção de inconstitucionalidade de uma norma: pela via concreta e pela via abstrata. Na via concreta (ou por via de exceção), a impugnação de uma lei pressupõe a comprovação de lesão a direito daquele que alega. Tenho me valido de um exemplo hipotético esdrúxulo, mas elucidativo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 22 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Exemplo: imagine que um Estado-membro altere a alíquota do IPVA para 95% do valor do carro. Essa lei que trouxe essa nova alíquota fere a Constituição Federal, que proíbe tributos com caráter confiscatório. Eu, contribuinte do IPVA, posso ir até o Poder Judiciário e entrar com uma ação. No pedido da ação, digo: não quero pagar o IPVA; na fundamentação do pedido alego que a lei é inconstitu- cional. O juiz que julgar a minha ação realizará o controle de constitucionalidade concreto, uma vez que a inconstitucionalidade da norma está vinculada a uma situação real. Percebeu? Já pela via abstrata (ou por via de ação), a inconstitucionalidade é requerida “em tese”, sem vinculação à ofensa a direito, sem vinculação a um caso concreto. Vamos utilizar o mesmo exemplo acima. Mas agora um dos legitimados do art. 103 entra com uma ADI. No próprio pedido da ação, o autor requererá a inconstitucio- nalidade da lei, independentemente da comprovação de lesão a direito de alguém, porque, pela via abstrata, o que se busca é a preservação da Constituição Federal que foi violada por uma lei inconstitucional. Ou seja, na via abstrata não há um caso concreto a ser analisado, apenas se a lei ofende ou não a Constituição. Creio que tenha ficado claro. Questão 19 (MRE/ASSISTENTE DE CHANCELARIA/2004) Quando se realiza o con- trole de constitucionalidade de atos normativos por um único tribunal, independen- temente da existência de um caso concreto a ser julgado, diz-se que esse controle é concentrado e abstrato. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 23 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Certo. Exatamente. É concentrado porque realizado por apenas um tribunal, no caso bra- sileiro, o STF, e abstrato porque não se liga a um caso concreto. Exemplo hipotético: lei estadual que eleva a alíquota do IPVA para 90% (fere o princípio do não confisco) contra lei em teseABSTRATO exige a comprovação de lesão a direitoCONCRETO FORMAS DE CONTROLE 12. Controle Difuso Legitimação ativa: ampla, uma vez que qualquer das partes (autor ou réu) poderá fundamentar suas razões em uma tese de inconstitucionalidade de uma norma. O Ministério Público que oficie no feito também pode levantar a questão de inconstitucionalidade da lei aplicável ao caso, bem como o próprio magistrado de ofício. Questão 20 (AUDITOR INTERNO DE MINAS GERAIS/2008) No controle incidental, os juízes e tribunais só podem se manifestar sobre a inconstitucionalidade de uma lei, deixando de aplicá-la a casos concretos, se, antes, tiverem sido provocados por uma das partes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 24 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Errado. Conforme vimos, no controle difuso ou incidental, o juiz de ofício pode fundamen- tar sua decisão pela inconstitucionalidade da lei aplicável ao caso sob julgamento, independentemente de provocação das partes (autor ou réu). Competência: todos os membros do Poder Judiciário (juízes, desembargado- res e ministros), ao julgarem suas causas, dispõem de competência para declarar a inconstitucionalidade das leis aplicáveis ao caso sob julgamento. Mas muito cuidado com isso: quando o processo chega aos tribunais, um órgão fracionário desse tribunal (turma, sessão etc.) não possui essa competência, porque deverá ser respeitado o princípio da reserva de plenário prescrito no art. 97. Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. Esse princípio da reserva de plenário (também chamado de cláusula full bench) estabelece que dentretodos os órgãos do tribunal, somente o plenário ou o órgão especial – quando houver (veja o art. 93, XI, que trata deste tal “órgão especial”) – poderão declarar a inconstitucionalidade das leis, por deliberação de maioria ab- soluta de seus membros. Art. 93, XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco mem- bros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da com- petência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 25 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Tal previsão significa que os órgãos fracionários e monocráticos dos tribunais (um desembargador ou um ministro isoladamente, ou uma turma, ou uma sessão) não possuem competência para declarar a inconstitucionalidade da norma atacada, somente o plenário ou órgão especial, se houver. Importante que se diga que todos os tribunais se submetem ao princípio da re- serva de plenário, inclusive o próprio STF. Questão 21 (TRF 5/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2011) Nenhum órgão fracionário de tribunal dispõe de competência para declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos emanados do Poder Público, visto tratar-se de prerrogativa juris- dicional atribuída, exclusivamente, ao plenário dos tribunais ou ao órgão especial, onde houver. Certo. Essa é a regra geral prevista no citado art. 97, da CF. Questão 22 (TRE-ES/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2011) Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial podem os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público. Certo. Veja como é importante o estudo do princípio da reserva de plenário. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 26 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Aliás, o Supremo editou uma importantíssima súmula vinculante sobre o princí- pio da reserva de plenário que despenca em concurso público, vejamos: Súmula Vinculante nº10: viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a in- constitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. A ideia dessa Súmula Vinculante é a seguinte: se na tese levantada pelas par- tes tem a análise da constitucionalidade de uma lei, deve o tribunal enfrentar essa análise pelo plenário ou órgão especial, se houver. Não pode simplesmente afastar a incidência da lei trazida pelas partes (autor ou réu) e julgar por outro fundamen- to. Se assim o fizer, estará sendo desrespeitado o princípio da reserva de plenário. Questão 23 (STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/2018) Situação hi- potética: Embora não tenha declarado expressamente a inconstitucionalidade de determinada lei, turma do Superior Tribunal de Justiça determinou sua não incidên- cia parcial em determinado caso concreto. Assertiva: Nesse caso, fica configurada violação à cláusula de reserva de plenário. Certo. De acordo com o teor da Súmula Vinculante 10. Agora cuidado: esse princípio da reserva de plenário não é absoluto. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 27 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Quando o plenário ou órgão especial (se houver) de um determinado tribunal, ou, ainda, o plenário do STF já tiver resolvido a questão de constitucionalidade em outro processo, poderão os órgãos fracionários aplicar o mesmo entendimento ao caso sob julgamento. É o que se extrai da leitura do art. 949, parágrafo único, do novo Código de Processo Civil: os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes (plenário ou ór- gão especial do próprio tribunal) ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. Isso é muito importante!!! Questão 24 (TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2008) O incidente de deslocamento do processo da arguição de inconstitucionalidade, das turmas de um tribunal ao seu plenário ou órgão especial, quando não houver pronunciamento destes, é des- necessário se o ato normativo questionado já tiver sido declarado inconstitucional por quaisquer das turmas do STF. Errado. Não é isso!!! O incidente de deslocamento do processo da arguição de inconstitu- cionalidade, das turmas de um tribunal ao seu plenário ou órgão especial, quando não houver pronunciamento destes, é desnecessário se o ato normativo questiona- do já tiver sido declarado inconstitucional pelo plenário do STF. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 28 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra CONTROLE DIFUSO COMPETÊNCIA LEGITIMAÇÃO ATIVA ampla (autor, réu, MP, juiz de ofício) qualquer juiz cláusula ”full bench” órgão fracionário de tribunal não pode inclusive o STF art. 949, parágrafo único, do CPC SV 10 não se aplica em análise de recepção (não envolve juízo de inconstitucionalidade) STF: não se aplica na interpretação conforme (a declaração é de constitucionalidade) Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. PRINCÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO (art. 97) Efeitos da decisão: os efeitos da decisão no controle difuso de constituciona- lidade serão inter partes (atingindo apenas as partes – autor e réu) e ex tunc (re- troagindo ao início da vigência da norma). É importante dizer que é possível a modulação dos efeitos temporais da decisão no controle difuso, aplicando, como fundamento, o art. 27 da Lei n. 9.868, de 1999. Dispõe a norma: Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supre- mo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em jul- gado ou de outro momento que venha a ser fixado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição,sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 29 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Atuação do Senado, à luz do art. 52, X, da CF: a Constituição Federal vigen- te autoriza que o Senado Federal suspenda a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. A ideia central aqui é a seguinte: quando o STF julga no controle difuso, os efeitos da decisão serão inter partes. Entretanto, o Senado, ao tomar conhecimento da decisão do STF, poderá, por meio de uma resolução, estender os efeitos daquela decisão para que atinja pessoas estranhas ao processo, mas que se enquadrem na mesma relação jurídica, transformando a decisão que outrora possuía efeitos inter partes em erga omnes (para todos). Alguns questionamentos emergem desse debate. Acompanhe comigo!!! 1) O Senado Federal está obrigado a suspender a execução da lei? Não. É um ato discricionário do Senado. 2) Qual espécie de lei formaliza a suspensão? Uma resolução do Senado Federal. 3) Poderá o Senado Federal modificar os limites da decisão do STF? Não. O Senado, decidindo pela suspensão da norma, não poderá modificar os limi- tes da decisão do STF. Em outras palavras, suspende nos termos da decisão do STF. 4) Pode o Senado Federal voltar atrás, desistindo da suspensão? Não. Uma vez editada a resolução, o Senado não poderá voltar atrás, por se tratar de um ato irretratável. 5) Quais leis podem ser suspensas? Todas. A competência do Senado Federal para tal fim alcança normas federais, estaduais, distritais e municipais. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 30 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra 6) Qual a eficácia da suspensão? Depende. Em regra, a suspensão da execução da lei pelo Senado Federal possui eficácia ex nunc (não retroativa). Mas, se se tratar de uma norma federal, a eficá- cia será ex tunc (retroagindo), por força do art. 1º, § 2º, do Decreto n. 2.346, de 1997. Perceba: Art. 1º As decisões do Supremo Tribunal Federal que fixem, de forma inequívoca e definitiva, interpretação do texto constitucional deverão ser uniformemente observa- das pela Administração Pública Federal direta e indireta, obedecidos aos procedimentos estabelecidos neste Decreto. § 1º Transitada em julgado decisão do Supremo Tribunal Federal que declare a inconsti- tucionalidade de lei ou ato normativo, em ação direta, a decisão, dotada de eficácia ex tunc, produzirá efeitos desde a entrada em vigor da norma declarada inconstitucional, salvo se o ato praticado com base na lei ou ato normativo inconstitucional não mais for suscetível de revisão administrativa ou judicial. § 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se, igualmente, à lei ou ao ato normativo que tenha sua inconstitucionalidade proferida, incidentalmente, pelo Supremo Tribunal Federal, após a suspensão de sua execução pelo Senado Federal. § 3º O Presidente da República, mediante proposta de Ministro de Estado, dirigente de órgão integrante da Presidência da República ou do Advogado-Geral da União, poderá autorizar a extensão dos efeitos jurídicos de decisão proferida em caso concreto. Questão 25 (IPAJM/ADVOGADO/2010) A suspensão de lei considerada inconstitu- cional em controle difuso, de regra, acarreta efeitos ex tunc. Tais efeitos atingem somente as partes do processo. Todavia, se o Senado Federal, por resolução, usar a prerrogativa constante do art. 52, X, da CF, qual seja, a de suspender, no todo ou em parte, a execução da lei tida por inconstitucional, desde que a decisão tenha sido definitiva e deliberada pela maioria absoluta do pleno do tribunal, os efeitos serão erga omnes, porém valerão a partir do momento em que a resolução do Se- nado Federal for publicada na imprensa oficial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 31 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Certo. A decisão definitiva de mérito proferida pelo STF, em controle difuso, produz, de regra, efeitos ex tunc. O termo “de regra” foi inserido na questão, considerando a possibilidade excepcional do STF modular os efeitos temporais da decisão para ex nunc, ou, até mesmo, pro futuro. O Senado Federal, por resolução, pode usar a prerrogativa constante do art. 52, X, da CF, qual seja, a de suspender, no todo ou em parte, a execução da lei tida por inconstitucional, desde que a decisão tenha sido definitiva e deliberada pela maioria absoluta do pleno do tribunal. Caso o faça, os efeitos serão erga omnes, porque atingirão a todos que se enquadrarem na situ- ação jurídica objeto de julgamento pelo Supremo. A suspensão pelo Senado produz efeitos, via de regra, a partir do momento em que a resolução do Senado Federal for publicada na imprensa oficial (ex nunc). Questão 26 (TJ-MS/JUIZ/2008) A resolução do Senado Federal que suspende a execução da lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, terá efeitos erga omnes e ex tunc. Errado. A resolução do Senado Federal que suspende a execução da lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal terá efeitos erga omnes e ex nunc. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 32 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra EFEITOS DA DECISÃO ATUAÇÃO DO SF (art. 52, X) “inter partes” “ex tunc” (princípio da nulidade dos atos inconstitucionais) possibilidade de modulação dos efeitos temporais (art. 27 da Lei n. 9.868, de 1999) RE com repercussão geral (art. 102, § 3° ): “erga omnes” ato discricionário por resolução não pode modificar os limites da decisão do STF irretratável normas federais, estaduais, distritais e municipais eficácia “ex nunc” (como regra) eficácia “ex tunc” (norma federal) – Decreto n. 2.346, de 1997, art. 1º , § 2º CONTROLE DIFUSO Súmula vinculante: o art. 103-A, da CF, inserido pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004, declara o seguinte: Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, median- te decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e mu- nicipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Vide Lei n. 11.417, de 2006). § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevan- te multiplicação de processos sobre questão idêntica. § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cance- lamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade1.§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgan- do-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. 1 Cuidado: a Lei n. 11.417/2006, em seu art. 3º, ampliou o rol de legitimados para além dos legitimados para propor a ADI. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 33 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Como se percebe da leitura da norma transcrita, são requisitos para edição de uma súmula vinculante: 1) quórum de 2/3 dos membros do STF (mínimo de 8 Ministros); 2) reiteradas decisões sobre matéria constitucional; 3) controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a Administração Pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de pro- cessos sobre questão idêntica. Questão 27 (STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2011) Súmula vinculante deve ser apro- vada por maioria absoluta dos votos do STF e incidir sobre matéria constitucional que tenha sido objeto de decisões reiteradas desse tribunal. Errado. O quórum é de 2/3. Questão 28 (DELEGADO DE POLÍCIA DO AP/2010) A súmula vinculante terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a admi- nistração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. Certo. Exatamente isso!!! O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 34 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Ponto interessante que merece destaque diz respeito à extensão dos efeitos vinculantes. Como disse na minha obra Direito Constitucional Essencial, conforme delineado pelo caput e pelo § 3º do art. 103-A, o efeito vinculante dirige- -se, precipuamente, ao Poder Judiciário e ao Poder Executivo das três esferas federativas. Isso não significa que o Poder Legislativo não seja atingido pelos efeitos vinculantes da súmula, haja vista que, atipicamente, também exerce atividades ad- ministrativas. Vale dizer, o efeito vinculante da súmula atinge o Poder Legislativo quando atua na realização de sua função atípica de administrador (exemplo: nome- ação de servidor público). A súmula vinculante não atinge o Legislativo na sua função típica de legislar. Não vincula, portanto, os atos legislativos próprios (leis ordinárias, leis complementares, emendas constitucionais etc.). A ideia estende-se às medidas provisórias que, apesar de criadas pelo Poder Executivo, cuida-se de verdadeiro ato normativo primário e, portanto, não sujeito ao efeito vinculante da súmula. O Poder Legislativo deve respeitar, por exemplo, o enunciado da súmula vin- culante 13: a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratifica- da na Administração Pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante desig- nações recíprocas, viola a Constituição Federal.2 Questão 29 (CNJ/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2013) Uma súmula vinculante edi- tada pelo STF terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judici- ário, não atingindo, pelo princípio da separação dos poderes, os Poderes Legislativo e Executivo, que possuem meios próprios de vinculação de seus atos. Errado. 2 DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 3ª edição. 2017. p. 78. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 35 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Atinge o Legislativo no exercício da sua função atípica de administrador, bem como atinge o Poder Executivo. Só não alcança a função legislativa. Antes de continuarmos, vejamos um mapa mental. Art. 3° São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante: I – o Presidente da República; II – a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – o Procurador-Geral da República; V – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI – o Defensor Público-Geral da União; VII– partido politico com representação no Congresso Nacional; VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; IX- a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; X – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; XI – os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. LEGITIMADOS influenciada pelas “stare decisis” norte-americanas (as decisões da Suprema Corte gozam de efeito vinculante) EFEITO art. 103-A REQUISITOS art. 103-A. § 2º? art. 3° da Lei n. 11.417, de 2006, ampliou o rol 2/3 reiteradas decisões controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à toda a administração pública atinge o Legislativo na função atípica de administrador (ex.: SV 13) não atinge o Legislativo na função típica de legislador (separação dos poderes) não atinge o Executivo na função atípica de legislador SÚMULA VINCULANTE 13. Controle Concentrado – Ação Direta de Inconstitu- cionalidade (ADI) Legitimação ativa: temos que decorar o rol do art. 103, I a IX. Vejamos: Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: I – o Presidente da República; II – a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 36 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra VI – o Procurador-Geral da República; VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII – partido político com representação no Congresso Nacional; IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Reconheço que não é tarefa fácil esta memorização. Vou passar para você uma dica: 3 autoridades: Presidente da República; Governadores; Procurador-Geral daRepública. 3 mesas: Mesa do Senado Federal; Mesa da Câmara dos Deputados; Mesa das Assembleias Legislativas. 3 instituições: Conselho Federal da OAB; partido político com representação no Congresso Nacional; confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Questão 30 (SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDA/2010) Não possui legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade: a) A mesa da Câmara dos Deputados. b) A mesa do Senado Federal. c) A mesa do Congresso Nacional. d) A mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal. e) A confederação sindical de âmbito nacional. Letra c. Percebeu como é importante memorizar o rol do art. 103? Questão 31 (MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL/2018) O controle da inconstitucio- nalidade por omissão pode ocorrer por meio do mandado de injunção ou da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, a qual pode ser proposta por ministé- rio público estadual, que é constitucionalmente um dos legitimados ativos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 37 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Errado. O MP estadual não pode propor ADI. É importante dizer que nesse rol do art. 103 há legitimados universais e legiti- mados especiais. Mas qual a diferença? Os legitimados universais podem arguir a inconstitucionalidade de qualquer matéria, ao passo que os legitimados especiais só podem levar para o STF a discussão de matérias sobre as quais demonstrarem interesse (aquilo que se denomina pertinência temática). São legitimados universais: Presidente da República; Mesa do Senado Fe- deral; Mesa da Câmara dos Deputados; Procurador-Geral da República; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; partido político com representação no Congresso Nacional. São legitimados especiais: Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; Governador de Estado ou do Distrito Federal; confe- deração sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Questão 32 (TCE-ES/PROCURADOR/2009) Não se exige, para fins de ajuizamento e conhecimento da ADI, a prova da pertinência temática por parte das Mesas do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, das assembleias legislativas dos esta- dos ou da Câmara Legislativa do DF27. Errado. Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal são legitimados especiais, ou seja, devem demonstrar a pertinência temática. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 38 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Outro ponto que merece nossa abordagem é a necessidade ou não de constituir advogado. Será que todos os legitimados têm capacidade postulatória para ir ao Supremo sem advogado? Na verdade, não. Uns possuem essa capacidade postula- tória, outros não. Portanto, quem necessita de advogado? Os partidos políticos com represen- tação no Congresso Nacional, as confederações sindicais e entidades de classe de âmbito nacional NECESSITAM da assistência de advogado para a propositura da ADI. Em sentido contrário, os demais legitimados poderão impetrar a ação direta sem a necessidade de um advogado, na medida em que detêm capacidade postulatória. Questão 33 (PGDF/PROCURADOR DO DF/2007) Uma ação direta de inconstitucio- nalidade proposta pelo Governador do Distrito Federal perante o Supremo Tribunal Federal deve necessariamente ser assinada por Procurador do Distrito Federal. Errado. O Governador de Estado e o Governador do DF não precisam constituir advogado, porque possuem a capacidade postulatória para impetrar a ADI. Art. 103, 1 a IX 3 autoridades, 3 mesas e 3 instituições Legitimados universais e especiais (pertinência temática) Só confederações sindicais (não sindicatos, federações sindicais e centrais sindicais) CAPACIDADE POSTULATÓRIA não possuem: partido político, confederação sindical e entidade de classe ADI LEGITIMAÇÃO ATIVA ENTIDADES DE CLASSE de segundo grau (“associações de associações”): sim heterogêneas: não PARTIDOS POLÍTICOS 1 Dep. ou 1 Sen. não há perda superveniente de legitimidade O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 39 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Objeto: o primeiro ponto aqui é memorizar o art. 102, I, a. Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Consti- tuição, cabendo-lhe: I – processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; Portanto, fica claro que a competência do STF para julgar ADI alcança somente leis federais e estaduais, não alcançando as leis municipais. E as normas do Distrito Federal, como ficam? Bem, o DF possui a chamada com- petência cumulativa, ou seja, acumula as competências estaduais e municipais. Se a norma do DF for no exercício das competências estaduais, poderá ser atacada no STF por ADI, no entanto, se for no uso das competências municipais, não poderá. Aliás, dessa maneira foi sumulada no STF, perceba: Súmula 642, do STF: “não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da sua competência legislativa municipal”. Nessa linha, podem ser objeto de ADI: emendas constitucionais de refor- ma, emendas constitucionais de revisão, tratados internacionais equiparados às emendas, leis ordinárias, leis complementares, leis delegadas, medidas provisó- rias, decretos legislativos, resoluções, tratados internacionais não equiparados às emendas, decretos autônomos, regimentos internos dos tribunais, Constituições Estaduais, Lei Orgânica do Distrito Federal. Questão 34 (TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/AUDITORIA GO- VERNAMENTAL/2011/ADAPTADO) A emenda constitucional pode ser objeto de con- trole de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal (STF). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 40 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Certo. É uma lei em sentido amplo federal, portanto, pode ser objeto de ADI. Questão 35 (STM/JUIZ AUDITOR/2013) São objeto de ADI: atos normativos pri- mários, tratados internacionais, atos normativos federais, regimento interno, de- creto autônomo, leis ou atos normativos anteriores a 05/10/1988, constituições e leis estaduais, decretos (com força de lei) e atos normativos estaduais. Errado. Bom item. Os atos normativos primários (aqueles que buscam seu fundamento de vali- dade direto da Constituição Federal), tratados internacionais, atos normativos federais, regimento interno dos tribunais, decreto autônomo (produzido à luz do art. 84, VI), constituições e leis estaduais, decretos (com força de lei) e atos normativos estaduais PODEM ser objeto de ADI. No entanto,leis ou atos normativos anteriores a 05/10/1988, data da publicação do ato de promulgação da atual Constituição, não. Somente leis e atos normativos federais e estaduais pós-constitucionais podem ser objeto de ADI. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 41 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra ADI OBJETO Art. 102, I, a Leis e atos normativos federais e estaduais Leis municipais: silêncio eloquente Leis distritais: só na competência estadual (Súmula 642 do STF) Súmula de jurisprudência: não Atos de efeitos concretos com caráter genérico e abstrato (leis orçamentárias): sim primário atos regulamentares não (inconstitucionalidade é reflexa) – crise de legali- dade pós-constitucionais em vigor não sejam questões “interna corporis” não sejam normas constitucionais originárias (Otto Bachof) SOMENTE ATOS NORMATIVOS: Atuação do Procurador-Geral da República (PGR): a atuação do PGR tem base constitucional no art. 103, VI (como legitimado universal) e no mesmo art. 103, § 1º. Perceba: Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: […] VI – o Procurador-Geral da República; […] § 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. Ou seja, o PGR é um dos legitimados para propor as ações de controle concen- trado de constitucionalidade, independentemente da comprovação de interesse na matéria (legitimado ativo universal). Além disso, deverá ele ser previamente ouvi- do em todas as ações do controle concentrado e nos demais processos de compe- tência do STF na qualidade de custus legis (fiscal da lei). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 42 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Importante sabermos que o parecer do PGR é obrigatório, porém, ele tem total liberdade para opinar a favor ou contra a inconstitucionalidade do tema constitu- cional sob julgamento. Atuação do Advogado-Geral da União (AGU): o AGU também desempenha um papel importante no julgamento da ADI, haja vista que é citado para defender o ato normativo impugnado. É o que está expresso no art. 103, § 3º: Art. 103, § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. Cuidado com isso!!! É uma atuação vinculada (defender o ato impugnado), mas o Supremo relativizou o comando constitucional autorizando que, em dadas situa- ções, o AGU poderá defender a inconstitucionalidade, nos casos em que o próprio STF já tiver se manifestado em outro processo pela inconstitucionalidade da norma atacada. Questão 36 (AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2006) A citação prévia do Advogado- -Geral da União em todas as ações de inconstitucionalidade apreciadas pelo STF representa a realização de função constitucional imprescindível e que se equipara à de curador em defesa das normas infraconstitucionais. Errado. O único erro é o termo “imprescindível”, considerando a exceção citada anteriormente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 43 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Questão 37 (AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2009) Quando o STF apreciar a incons- titucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, compete ao Advogado- -Geral da União exercer a função de curador especial do princípio da presunção de constitucionalidade da norma, razão pela qual não poderá, em hipótese alguma, manifestar-se pela inconstitucionalidade do ato impugnado. Errado. Mais uma vez, temos o mesmo erro. Há a possibilidade de o AGU defender a in- constitucionalidade nas situações em que o próprio STF já tiver se manifestado pela inconstitucionalidade da norma atacada. ATUAÇÃO DO AGU ATUAÇÃO DO PGR Legitimado universal (art. 103, VI) “Custus legis” (art. 103, § 1º) Parecer obrigatório com liberdade para opinar Atuação vinculada como regra (are. 103, § 3°) Defende como regra a constitucionalidade Curador da presunção de constitucionalidade das leis Exceção: quando já houver posicionamento do STF pela inconstitucionalidade (ADI 1616) ADI Impossibilidade de desistência: art. 5º da Lei n. 9.868, de 1999. Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá desistência. Questão 38 (SRF/AUDITOR-FISCAL/2009) Antes da concessão da liminar em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade, é possível que seu autor peça de- sistência da mesma. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 44 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra Errado. Proposta a ADI, não cabe desistência. Questão 39 (MTE/AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO/2010) A Ação Direta de In- constitucionalidade, em face de sua natureza e finalidade especial, é suscetível de desistência a qualquer tempo. Errado. Pela mesma razão!!! Impossibilidade de intervenção de terceiros: art. 7º, caput, da Lei n. 9.868, 1999. Art. 7º Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade. DICA DO LD Muito cuidado com a (im)possibilidade de pessoa física como “amicus curiae”. O novel Código de Processo Civil (CPC) tornou o estudo do “amici curiae” um pouco mais complexo. Como dito acima, em seu art. 7º, “caput”, a Lei nº 9.868, de 1999, veda a inter- venção de terceiros, haja vista o caráter objetivo do processo de fiscalização abs- trata de constitucionalidade, incompatível com a busca de interesses econômicos de agentes alheios à relação jurídico-processual. No entanto, justamente pelo cará- ter objetivo do controle concentrado, o § 2º do art. 7º da Lei nº 9.868, de 1999, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 45 de 159www.grancursosonline.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Prof. Luciano Dutra autoriza a admissão, pelo relator, de outros órgãos ou entidades, na qua- lidade de “amici curiae”, sempre que a matéria seja de significativa relevância e os requerentes ostentem representatividade adequada. Segundo o próprio STF: “a intervenção de “amicus curiae” no controle concentrado de atos normativos primários destina-se a pluralizar e a legitimar social e democra- ticamente o debate constitucional, com o aporte de argumentos e pontos de vista diferenciados, bem como de informações fáticas e dados técnicos relevantes à solu- ção da controvérsia jurídica e, inclusive, de novas alternativas de interpretação
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