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Anhanguera Carolina Costa Lazzeri da Silva Equideocultura Medicina Veterinária Sorocaba – Sp 2020 Evolução dos Equídeos → Os equídeos (do latim equidae) são mamíferos perissodátilos, ou seja, ungulados de dedos ímpares. Esta família é composta pelos animais do gênero Equus, que compreende os subgêneros Eqqus, Asinus, Dolicohippus e Hippotigris. Como representante do primeiro subgênero temos: o cavalo (E. caballus); os asnos (E. africanus asinus) que se encontram no segundo subgênero. → Como representantes dos dois últimos, têm-se as zebras. Os cavalos e os asnos constituem-se as principais espécies de interesse produtivo. Equídeos → Cavalos, asnos, mulas e zebras. Ao longo dos anos ocorreram diversas alterações na morfologia dos equídeos como resposta às mudanças em seu habitat e hábitos alimentares. → Hyrachoterium: Surgiu por cerca de 55 milhões de anos atrás, foi o primeiro equídeo. Até chegar a conformação atual, os equídeos sofreram uma seríe de alterações evolutivas que veremos a seguir, este era um animal muito diferente do cavalo moderno, possuía em média 30 cm de altura, medida da base da pata até a cernelha, dorso arqueado, pescoço curto, pernas curtas, quatro dedos e longa cauda, alimentava-se de frutas e folhagens (se assemelhava a um cachorro). Apesar de bem primitivo, este animal se adaptou muito bem ao meio em que vivia, sofrendo poucas alterações ao longo do período Eoceno. → Orohippus: A transição entre Hyrachoterium e o Orohippus aconteceu gradualmente em meados do Eoceno. A principal alteração observada foi a dentição, isso se deve às mudanças nos hábitos alimentares desses animais, com a ingestão de alimentos mais rígidos. A forma dentária continuava a evoluir e a partir do Orohippus surgiu o Epihippus. .→ Mesohippus: Após o fim do período Eoceno e início do período Oligoceno começam a ser notadas algumas alterações na fisionomia dos equinos. Nessa época surgiu o Mesohippus, este animal era um pouco mais alto, cerca de 45 cm, o quarto dedo estava reduzido a uma unha vestigial, seu dorso era menos arqueado, seus membros eram mais longos, seu pescoço mais longo e fino e seus hemisférios cerebrais eram notoriamente mais largos. → Miohippus: Com a evolução do Mesohippus surgiu o Miohippus, que era notoriamente mais largo que seu antecessor e apresentava um crânio ligeiramente mais longo. No início do período Mioceno, o Miohippus começou a modificar-se e os equídeos começaram a se dividir em três linhas de evolução diferentes: • Indivíduos com três dedos em cada membro que tornaram-se animais bem resistentes e espalharam-se pelas planícies. Este gênero inclui o Hipohippus e o Megahippus. • Archeohippus, que eram cavalos pigmeus. Estes não sobreviveram por muito tempo. • Uma linhagem de indivíduos que evoluíram devido às alterações alimentares, passando a utilizar-se dos novos tipos de pasto. → Com a alteração nos hábitos alimentares dos animais da terceira linha evolutiva, diversas alterações começaram a acontecer, especialmente no que diz respeito à dentição. Pequenas saliências nos dentes começaram a formar uma espécie de cristas que ajudavam a moer o alimento. Estes animais tornam-se exímios corredores e com o aumento da estatura eles passaram a apoiar-se sobre apenas um dígito. → Meryhippus: Surgiu então o Meryhippus, com cerca de 80 cm de altura, chanfro mais largo, maxilar mais profundo, cérebro maior, que fez que estes fossem mais inteligentes que os ancestrais. Apesar de ainda possuir três falanges, o peso de cada membro era sustentado em unicamente sobre um único dígito. A capacidade de apoiar-se em um único dígito foi um importante avanço evolutivo e conferiu aos equídeos mais agilidade e velocidade. → Equus: Temos então o Eqqus como sucessor do Pliohippus. Um animal mais alto, robusto, com coluna rígida, pescoço, chanfro comprido e curvilhões baixos. Este se diversificou em quatro grupos diferentes e pelo menos 12 novas espécies. Destas, algumas migraram para a África e deram origem às zebras, outras foram para a África do norte, evoluindo para espécies adaptadas a condições desérticas. Outras para a Ásia e Europa, originando o cavalo moderno, conhecido como Eqqus caballus. → Os equídeos, especialmente os equinos, têm sido animais muito importantes para o homem desde muitos anos. Ao longo do processo evolutivo, diversas alterações na morfologia dos equídeos aconteceram, resultando no animal que conhecemos hoje. → Durante o período Pleistoceno, diversas espécies se extinguiram na América do norte e do sul, provavelmente devido as alterações climáticas, bem como a caça desses animais. Gênero Eqqus → Equus burchelli: A zebra africana, com listras verticais largas e listras horizontais no dorso. → Equus zebra: A zebra sul-africana, uma espécie mais pequena e com um padrão diferente da anterior, suas listras são mais finas. → Equus grevyi: A maior espécie de zebra, com listras muito estreitas e enorme orelhas. → Equus ferus caballus: O verdadeiro cavalo, que por sua vez deu origem a muitas outras subespécies. → Equus ferus przewalskii: O cavalo de przewalski, uma subespécie selvagem e rara de cavalo. → Equus hemionus: Espécies adaptadas ao deserto, incluindo “onagros”, Equus kiang. → Equus asinus: Burros, asnos, localizados na África do norte. Importância econômica dos Equinos → Equinos tem maior importância econômica. Atualmente a importância econômica da criação de equinos pode ser divididas em atividades diretas e indiretas. • Diretas: Trabalho (sela, propriedade rural), esporte (enduro, hipismo, polo e etc), lazer (cavalgadas, turismo ecológico), produção de reprodutores. As atividades esportivas têm trazido bastante capital, podemos destacar o polo, enduro, salto, adestramento, rédeas, volteio, vaquejada e etc. Os equinos também têm sido cadavez mais empregados na equoterapia, método terapêutico de pessoas com deficiência ou necessidades especiais. • Indiretas: Rações e suplementos, medicamentos, acessórios, geração de empregos (veterinários, zootecnistas, treinadores e etc). O mercado tem certamente bastante potencial para crescimento. O desenvolvimento de pesquisas científicas no assunto tem aumentado e colabora para o impulsionamento dessa atividade produtiva no país, uma vez que a mesma é exercida de forma mais técnica e possibilita maior lucratividade. → A relação entre cavalo e homem é muito antiga. Primeiramente, o animal era visto como fonte de alimento, mais tarde este passou a ser empregado para suprir limitações físicas do homem como apoio e ferramenta de trabalho, já foi tido em épocas históricas como símbolo de poder. Durante muito tempo o cavalo foi muito importante para o transporte como montaria e tração de carruagens e carroças, bem como em trabalhos de agrícolas. Até cerca de metade do século XX os cavalos eram extensamente usados em guerras, sendo considerados um instrumento de conquista. Atualmente os equinos são empregados em atividades de trabalho, esporte e lazer. A carne do cavalo também apresenta grandes possibilidades de consumo, o que torna esta espécie ainda mais importante.. → Rebanho mundial de equinos é de 58.315.816,00 desde 1993 até 2013. A China é o local onde há o maior rebanho do mundo e o Brasil está em quinto lugar. → A equinocultura vem desde algum tempo sendo encarada como atividade zootécnica com finalidade lucrativa. As perspectivas para o setor no nosso país são positivas devido às condições edafoclimáticas, pela extensão territorial, menor preço da terra, boa qualidade do solo e mão de obra barata. Ezoognósia Equina → Compreende o estudo do exterior dos animais. O exterior do corpo do cavalo é dividido em cabeça, corpo, tronco e membros. Oconhecimento da denominação das regiões zootécnicas, dos tipos de pelagens e suas colorações, tipos e direções de cabeça e pescoço, bem como as características de tronco e membros, faz parte da ezoognósia. → A ezoognósia é uma ferramenta muito importante na produção animal, uma vez que essa avaliação permite o julgamento de animais e suas aptidões, sendo aplicada principalmente na seleção genética, onde são selecionados os melhores animais para reprodução e aprimoramento do plantel através de sua prole. → A região da cabeça pode ser dividida em extremidade superior (nuca, garganta e parótida), extremidade inferior (boca), face anterior (fronte, chanfro e focinho), faces laterais (orelha, fonte, olhal, olho, bochecha, narina), face posterior (fauce, ganacha e barba). → O bordo superior, faces laterais e bordo inferior compõem a região do pescoço, onde se localizam as crineiras e as tábuas. → O tronco subdivide-se em face superior (cernelha, dorso, lombo, anca e garupa), extremidade anterior (peito, interaxila, axila), faces laterais (costado, flanco), face inferior (cilhadouro, ventre, virilha) e extremidade posterior (cauda, ânus, períneo e órgãos genitais). → Em relação aos membros, existem regiões comuns aos anteriores e posteriores e também regiões particulares de cada membro. Dentre as comuns temos a canela, boleto, quartela, coroa e casco. Espádua, braço, codilho, antebraço e joelho são específicas dos membros anteriores. Coxa, nádega, soldra, perna e jarrete compõem os membros posteriores. → Em relação aos andamentos naturais do cavalo estão o passo, trote, andadura e galope. Durante o passo o cavalo movimenta primeiramente o membro posterior esquerdo, seguido pelo anterior esquerdo, posterior direito e anterior direito. → Durante o trote as pernas movem-se aos pares em diagonal: anterior direito com posterior esquerdo, e anterior esquerdo com posterior direito. → O galope é um andamento rápido com três batidas, um membro posterior, outro posterior e o anterior diagonalmente oposto justo e o restante anterior. A andadura apresenta andamento lateral, as duas pernas do mesmo lado se movem juntas, primeiro de um lado e depois do outro. Ao aspecto dos membros de sustentação do cavalo (posição das patas, arqueamento de joelhos, etc). Dá- se o nome de aprumos. → Aprumos: Refere-se à direção dos membros em toda sua extensão, ou de regiões particulares. → Para verificar as qualidades do animal são realizadas diversas mensurações: altura, comprimento, perímetro, largura e peso. • Índice dáctilo-torácico (IDT): IDT= PC/PT (perímetro da canela dividido pelo perímetro do tórax). • Índice torácico (IT): IT= L/A (largura dividida pela altura do animal). → Com o objetivo de verificar as qualidades e defeitos de cada região e conjunto dos animais, são realizadas diversas mensurações dos equinos, empiricamente ou com auxílio de instrumentos com bengala hipométrica, fita métrica e artrogoniômetro ou compasso. → As mensurações mais comum são de altura (à cabeça, cernelha e garupa), comprimento do corpo, perímetro (do tórax e canela), largura (garupa, cabeça e peito) e peso do animal. → A mensuração dos perímetros torácico (PT) e da canela (PC) permite o cálculo do índice dáctilo-torácico (IDT). E a partir da largura e altura pode-se determinar o índice torácico (IT). → Animais com IDT inferior a 0,105 são considerados cavalos pequenos, quando superior a 0,108 são classificados como cavalos de sela, cavalos de tração quando o índice for maior que 0,115. → Animais com IT menor que 0,85 são chamados de longilíneos, são mais velozes. Índice entre 0,86 e 0,88 caracteriza os animas mediolíneos (cavalos de sela). E os com valor superior a 0,89 denominam-se brevilíneos e são animais de tração. Pelagens → A pelagem tem como principal função proteger o animal de estímulos externos como frio e sol. Também serve para a identificação de cada indivíduo. A pelagem é determinada pelos genes, mas pode sofrer alterações sazonais e referentes à idade do animal. → Podemos classificar as pelagens em simples, compostas e conjugadas. Pelagem Simples → Dentre as simples, temos branco (pelos brancos e pele rosada), preto (pelos preto) e alazão (pelo amarelado a vermelho). Pelagem Composta → Nos animais com pelagens compostas há presença de pelos bicolores ou pelos de duas a três cores distintas distribuídas uniformemente. → Animais rosilhos tem colorações iguais ao do alazão, com interpolação de pelos brancos. → Na pelagem ruão há interpolação de branco, preto e vermelho ou mescla de branco e vermelho com preto nas extremidades. → A pelagem tordilha é composta por pelos brancos no fundo com mescla de pelos pretos, cinzentos, castanhos e alazães. Pode ser subdividida em clara, escura, salpicada, azulega, vinagre e rodada.. → Nos animais lobunos existem pelos amarelos em sua base e preto nas extremidades. → A pelagem de rato é característica dos jumentos, caracteriza-se por pelos cor de chumbo, pontos pretos, crina e caudas pretas. → A coloração zaina tem pelos pretos e castanhos e também algumas áreas mais amareladas. → Existem também os animais baios, com pelo amarelo até os joelhos e curvilhões. Nos baios escuros o pelo é amarelo-escuro com pontos pretos. Pelagem Conjugada → Apresentam malhas ou pintas irregulares, mescladas com branco. → A pelagem pampa é a conjugação de branco com outros tipos de pelagens. Se a cor branca for predominante, a palavra pampa antecede às demais cores, por exemplo: pampa preto, pampa vermelho. O inverso também é verdadeiro, se o predomínio não for de cor branca, é denominado de preto pampa, vermelho pampa e assim sucessivamente. → Animais pintados apresentam malhas pequenas (5-10 cm) e são características de animais da raça Paint Horse. → Já a pelagem apalusa caracteriza-se os animais da raça Appaloosa, podendo ser nevado, salpicado ou mantado. → Nenhum animal é idêntico ao outro, as particularidades na pelagem são importantes para a identificação de cada indivíduo e constam no registro do animal. → Particularidades: São sinais na pelagem que se sobressaem, chamando a atenção e impressionando imediatamente a vista do Manchas Naturais → Manchas naturais ou congênitas já estão presentes quando o animal nasce. Dentre estas temos: • Golpe de machado: Depressão na face anterior do pescoço. • Golpe de lança: Depressão muscular subcutânea na face lateral de pescoço, braços, coxas e nádegas. • Redemoinho • Espiga: redemoinho esticado, mais comumente encontrado na região da tábua, peito, flancos e virilha. Manchas artificiais → Manchas artificias ou adquiridas podem ser cicatrizes resultantes de acidentes ou operações, marcas de fogo ou química. Essas manchas acontecem somente em determinada região do corpo, são elas: → Cabeça: • Celhado: Pelos brancos na sobrancelha ou cílios. • Vestígio de estrela: Pelos brancos e esparsos na fronte. • Estrelinha: Mancha branca da fronte. • Estrela: Mancha branca na fronte em formato de meia lua, coração ou U. • Luzeiro: Malha na fronte. • Filete: Frio estreito. • Cordão: Fina mancha branca. • Frente aberta: Mancha em toda a face anterior da cabeça. • Malacara: Cara quase toda branca. • Beta: Malha branca entre as narinas. → Pescoço: • Crinalvo: Crina branca em pelagens que não apresentam essa característica. → Tronco: • Listra de burro: Estreita e mais escura que a pelagem. • Faixa crucial: Faixa escura que corta transversalmente a cernelha, geralmente de pelagem vermelha, até a espádua. • Pangaré: Parte inferior do ventre, face e região interna das coxas e outras partes do corpo esbranquiçadas. • Rabicão: Fios brancos na cauda interpolados com outros mais escuros.→ Membros: • Zebruras: Estrias transversais entre os joelhos e jarretes. • Bragado: Malhas no ventre e nas partes internas da coxa. • Cana – preta: Canelas pretas em pelagens que não tem essa característica. • Calçado: Quando branco, aparece atipicamente nos membros de forma bem delimitada. → Denominação das manchas nos membros dos equinos. No que diz respeito aos cascos, estes podem apresentar a coloração escura, branca ou listrada. Equinos - Principais raças → Muitas são as raças de equinos, cada uma com suas características ligadas a função do animal e aptidões. Andaluz, Árabe e Bérbere foram muito importante para formações de novas raças. • Andaluz: Se originou na Península Ibérica e é uma das raças mais antigas de cavalos. Juntamente com as raças Árabe e Bérbere, essa raça foi uma das que teve maior importância sobre a população mundial de equinos. Trata-se de um animal de porte médio, com cerca 1,55 de altura. Possui cabeça com perfil reto ou subconvexo, orelhas médias, pescoço forte e arredondado em sua linha superior e garupa também arredondada. Possui o temperamento muito dócil e é conhecido por sua força, rusticidade e resistência. É um bom animal para adestramento, enduro, passeios, hipismo rural e trabalhos de manejo com gado. As pelagens mais comumente observadas nessa raça são: tordilho, castanho e alazão. • Appaloosa: Se diferenciam pela coloração de sua pelagem,que apresenta manchas e pintas, especialmente na região das ancas. Estes animais foram introduzidos no continente Americano pelos conquistadores espanhóis. No Brasil, a raça foi oficialmente introduzida nos anos 70. Também é um animal de estatura mediana, 1,50m. Apresenta temperamento vivo e boa índole, sua cabeça possui fronte ampla com perfil reto, suas orelhas são pequenas, seus olhos são grandes, boca pouco profunda e pescoço médio com linhas superior e inferior retas. Possui boa aptidão para corridas curtas, esportes hípicos e lida com gado. • Árabe: É uma das raças mais puras e antigas do mundo, atuou na formação de diversas outras raças. Como seu próprio nome diz, sua origem se deu no Oriente Médio. Os cavalos Árabes também são de porte médio com a altura de 1,50m. Possui cabeça triangular com perfil côncavo, orelhas pequenas, olhos grandes e arredondados, boca pequena, pescoço alto e curvilíneo em sua linha superior, peito e tórax amplos, dorso e lombos médios, garupa horizontal e cauda em bandeira. É um animal muito inteligente, fogoso, corajoso, leal e dócil, apresenta silhueta inconfundível, é forte, musculoso e resistente. São aptos para esportes hípicos de salto, hipismo rural, enduro e trabalhos agropecuários. São pelagens características da raça: alazã, castanha, tordilha e preta. • Crioula: A primeira raça sul-americana, formada na Bacia do Prata, descendente dos cavalos ibéricos trazidos por portugueses e espanhóis. A altura média para os animais crioulos é de 1,45m, caracterizando a raça como pequeno porte. São fortes, musculosos e ágeis, apresentam perfil reto ou convexo, orelhas pequenas, pescoço médio levemente convexo em sua linha superior, crinas grossas, peito amplo. Os crioulos são animais de sela, com caráter tranquilo, inteligentes e dóceis, são ágeis e resistentes, o que lhe confere boas características para trabalho com o gado, também podem ser empregados em atividades de passeio e enduro. • Brasileiro de hipismo: Foram formados em nosso país a partir de linhagens europeias, são leves e ágeis, apresentam grande porte com a altura superior a 1,65m. Sua cabeça é média e possui perfil reto ou subconvexo, é vivaz, inteligente e energético, com boa índole e temperamento ardente, são inteligentes, ágeis e dóceis. É um cavalo de sela com aptidão para qualquer modalidade de salto, adestramento, concurso de equitação, enduro, hipismo, entre outras. • Campolina: Raça nacional originária de Minas Gerais a partir do garanhão Monarca, cujos descendentes sofreram infusão de sangue Percherão, Orloff, Oldenburger, Manga-larga Marchador e Puro sangue inglês. São animais de porte médio,1,55m, cabeça seca com perfil subconvexo a retilíneo, orelhas médias, garupa ligeiramente inclinada. Admitem-se todas as pelagens, seu temperamento é dócil, são ideais para passeios, enduro, tração e lida com gado. • Manga-Larga: É uma das mais importantes raças brasileiras, é fruto do cruzamento de cavalos da raça Alter e Andaluz. Inicialmente criada no sul de Minas e posteriormente em São Paulo, sofrendo infusões de sangue Árabe, Anglo-Árabe, Puro Sangue Inglês e American Saddle Horse e dividindo a raça em duas: Manga-Larga Paulista e Manga-Larga Marchador. Os cavalos Manga-Larga Paulista tem altura média de 1,55m, de cabeça de perfil reto ou subconvexo, olhos grandes, orelhas médias, pescoço de comprimento médio e musculoso, garupa semioblíqua, membros fortes, canelas curtas e quartelas com inclinação mediana. As pelagens predominantes são as alazã e castanha, são aptos para passeio, enduro, esportes e trabalho com o gado. Os Manga-Larga Marchador são animais rústicos e versáteis, apresentam porte médio de 1,54m de altura, cabeça de perfil retilíneo ou subcôncavo, orelhas médias, pescoço piramidal levemente arredondado na linha superior. A pelagem predominante é a tordilha, mas admitem-se todas as outras pelagens. Também são bons para passeios, enduro, esportes e trabalho com o gado. • Puro Sangue Inglês: Surgiu a partir do cruzamento de garanhões orientais com éguas inglesas com o objetivo de se obter um animal apto para corridas e grandes percursos. Além disso, são corajosos, fortes e vigorosos, seu temperamento é considerado nervoso e difícil, seu porte é de médio a grande, com a altura de 1,62 a 1,67m, apresentam a cabeça com perfil reto ou levemente ondulado, fronte ampla, olhos grandes, narinas elípticas e dilatadas, orelhas médias, dorso reto e comprido, garupa inclinada, peito estreito e tórax profundo. Pelagem preferencialmente uniforme, castanha, alazã ou tordilha. São aptos para corridas planas ou com obstáculos, salto, adestramento e concurso completo de equitação. • Quarto de milha: Foi a primeira raça americana, adveio do cruzamento de garanhões Mustang de origem Bérbere e Árabe com éguas inglesas. Os animais Quarto de milha são muito versáteis, dóceis, rústicos e inteligentes, possuem porte médio com cerca de 1,52m de altura, sua cabeça é pequena com fronte ampla e perfil reto. Apresenta pescoço piramidal com linha superior reta, dorso e lombo curtos, garupa ligeiramente inclinada, membros fortes e musculosos. São animais versáteis empregados em provas de hipismo rural, corridas planas, salto e também na lida com o gado. Asininos – Principais Raças → O asno (Equus asinus), também conhecido como jegue ou jumento, chegou ao Brasil no período da colonização. A princípio não houve nenhum tipo de seleção genética, alguns grupos por estarem em uma mesma região, adquiriram características semelhantes, as diferenças entre as raças começaram a surgir com os cruzamentos feitos com raças importadas. → Bardotos, mulas e burros são muares, híbridos resultantes do cruzamento entre equinos e asininos. Quando há o cruzamento de um garanhão com uma jumenta, o híbrido é denominado Bardoto(a). A partir do cruzamento entre jumentos e éguas originam-se as mulas quando fêmeas, e os burros quando machos. → Acredita-se que os Jumentos Nordestinos tenham se originado de jegues do norte do Continente Africano. Trata-se de um animal bem resistente, empregado principalmente para montaria e transporte de carga, desde o sul da Bahia até o Maranhão. Apresenta altura que varia de 0,90 a 1,0m. É pouco musculoso quando comparado às outras raças. → Já a raça Jumento Pega surgiu por volta de 1810, mas só ganhou forçaem 1847, com o aprimoramento desta com sucessivos cruzamentos. Com o desenvolvimento da mineração no estado de Minas Gerais nos séculos XVIII e XIX, a raça entrou em alta, visto que se desejavam muares para auxílio nessas atividades. Os jumentos Pega são marchadores, fortes e resistentes. Sua altura pode chegar até 1,30m. É bastante empregado como sela e montaria, bem como na tração. Pode apresentar pelagem cinza, ruça (branco-suja) ou avermelhada.. Os animais dessa raça apresentam a cabeça fina, seca e sem proeminências, sua fronte é larga e tem perfil convexilíneo, nos machos. As orelhas são grandes e preferencialmente, eretas e paralelas, voltaras para frente. Com um corpo delgado e elegante lombo comprido, os Pega tem ossatura forte e fina, garupa inclinada e musculosa, sua cauda tem inserção baixa e em vassoura cheia. → Os jumentos Paulista, também conhecidos como Jumento Brasileiro, como já diz o nome, são originários de São Paulo. Assemelham-se muito a raça Pega tanto em relação a sua aptidão para o trabalho, quanto em seu porte físico. Os animais dessa raça têm peso médio de 350kg e estatura a partir de 1,20m no macho e 1,15 na fêmea. Sua cabeça apresenta perfil retilíneo ou subconvexilíneo. A pelagem pode ser ruã, avermelhada, tordilha e baia. → O desenvolvimento tecnológico também afeta a produção animal, atualmente com o uso de motos, a utilização de jumentos tem diminuído, principalmente no Nordeste.
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