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Reoviridae Disciplina: Microbiologia Especial Docente: Felipe de Oliveira Salle Discente: Helena Marchesini e Leonardo Cansan Reoviridae A família Reoviridae é composta por vírus que infectam uma grande variedade de hospedeiros: Invertebrados, plantas e vertebrados. Afetam principalmente: Tratos gastrintestinal e respiratório. Reoviridae Família Reoviridae Nove Gêneros Rotavírus Ortorreovírus Orbivírus MAIOR IMPORTANCIA NA VET Coltivirus e aquareovirus tmb afetam vertebrados 3 Aquarreovírus Coltivírus Orizavírus Fitorreovírus Fijivírus Cipovírus Reoviridae Doenças de cada gênero. Propriedades Gerais: Reoviridae O tipo e organização do genoma são as principais características em comum desses vírus. Desprovidos de envelope; Simetria Icosaédrica; Capsídeo duplo; Genoma constituído por RNA de fita dupla segmentado. Arquitetura complexa: Possuem 60 a 85 nm de diâmetro; Propriedades Gerais: Reoviridae A transcriptase reversa é uma enzima, também denominada DNA-polimerase ou RNA-dependente, responsável por realizar o processo de transcrição, que corresponde a uma “cópia invertida”, de modo ao contrário em relação ao padrão celular. Em o 6 O genoma desses vírus é constituído por 10, 11 ou 12 moléculas de RNAds segmentado. RNA genômico é infeccioso somente quando associado a proteínas virais. Transcriptase está presente nos virions. Replicação ocorre no plasma da célula hospedeira. Rotavírus- Estrutura 3D. VP6 (importante determinante Antigenico. VP1,VP2,VP3 (estruturais do Core). VP4 hemaglutinina viral e formadora de espiculas de superfície. VP7, glicoproteína G. Reoviridae Vps proteínas estruturais, formam as partículas viricas (Proteína P, clivada por protease (tripsina), 7 Rotavírus Formato de “roda” Reoviridae Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Rotaviral_gastroenteritis Um dos principais vírus entéricos Estão amplamente distribuídos na natureza e provocam infecções em mamíferos domésticos, silvestres e aves. As infecções agudas são com frequência acompanhadas de diarreia, desidratação, desequilíbrio eletrolítico e acidose. Reoviridae Provocam sinais clínicos somente quando acometem animais jovens. Em adultos, a infecção é assintomática. Podem ser portadores e transmissores do vírus para indivíduos jovens da mesma espécie. Dependendo da virulência da cepa infectante, do grau da resposta imune do hospedeiro e da idade, algumas infecções em adultos podem ser acompanhados de diarreia. Gênero Rotavírus Reoviridae Gênero Rotavírus Reoviridae Produzem perdas econômicas consideráveis. É o principal agente etiológico do complexo “diarreia neonatal bovina e suína”. Propriedades, estrutura e genoma O capsídeo viral é formado por três camadas proteicas concêntricas de simetria icosaédrica Capsídeo ext. Intermediário Interno Possuem a capacidade de ressortimento – uma forma de recombinação gênica. Ocorre quando uma célula é co-infectada por duas cepas virais distintas, de forma que a progênie viral será constituída por diferentes combinações dos genes parentais novas cepas virais podem surgir rapidamente. Reoviridae Ressortimento é um tipo de recombinação não clássica. 12 Propriedades, estrutura e genoma Reoviridae A complexidade molecular e antigênica dos rotavírus é decorrente da diversidade genômica gerada por três fatores: mutações pontuais, ressortimentos e rearranjos genômicos. Isso pode gerar cepas resistentes aos anticorpos neutralizantes produzidos contra as cepas parentais, decorrentes de alterações na sequência de nucleotídeos durante o processo de replicação. Enfermidades causadas por rotavírus Possuem assim: Resistência às condições ambientais e aos produtos químicos utilizados em desinfecção; Alta [ ] de partículas virais excretadas no período agudo da doença; Presença de infecções subclínicas e de adultos portadores assintomáticos; Grande variedade de hospedeiros; Possibilidade de transmissão entre espécies e caráter endêmico da infecção. Reoviridae Algumas características peculiares dos rotavírus fazem com que as rotaviroses se manifestem de forma diferente de outras doenças entéricas Determinando um grande impacto na sanidade animal até mesmo em rebanhos de propriedades altamente tecnificadas. A transmissão dos rotavírus ocorre principalmente pela via fecal-oral, por meio de partículas virais. Patogenia e sinais clínicos Após ingestão partículas virais luz intestinal. Possuem tropismo por células do ID. A diarreia ocasionada também é conhecida como diarreia por má absorção. Reoviridae Fonte: https://peqengenhariajr.com.br Penetram nos enterócitos maduros região apical das vilosidades. Tropismo: são movimentos de mudança de direção de crescimento que ocorrem em organismos vivos ou suas partes devido ao estímulo de um fator externo 15 Patogenia e sinais clínicos Reoviridae Realizam seu ciclo replicativo no interior, culminando com a lise e descamação do epitélio intestinal e posterior infecção de novos enterócitos. Como eles também possuem atividade enzimática, com sua lise há deficiência na liberação da enzima lactase, com consequente falha na digestão da lactose. Associada com a má absorção, a lactose não digerida entra em fermentação por ação de bactérias, intensificando a diarréia. Patogenia e sinais clínicos Reoviridae Vírus é excretado nas fezes por até sete dias pós-infecção. Lesões no epitélio, liberação de mediadores inflamatórios: comprometimento das células das criptas. Quando o n° de enterócitos infectados excede o da reposição celular : atrofia das vilosidades e fusão nos casos mais graves. Além da diarréia, também pode apresentar: depressão, anorexia, vômito, desidratação, pêlo eriçado e sinais inerentes à acidose metabólica. MORTE desidratação / infecção por bactérias secundárias. Diagnóstico BACTÉRIAS VÍRUS PARASITAS Não basta apenas o diagnóstico clínico. Reoviridae Pois pode ocorrer engano 18 Diagnóstico Reoviridae Fonte: https://www.euroimmun.com.br/tecnicas/2/elisa#conteudo Teste de ELISA Exames laboratoriais que incluam fezes e conteúdo intestinal. A morfologia típica do rotavírus permite sua identificação sem a necessidade do uso do soro hiperimune (imunomicroscopia eletrônica). Os testes imunoenzimáticos (ELISA) são um dos métodos mais utilizados no diagnóstico da rotavirose animal. O isolamento viral em cultivo celular. Controle e profilaxia: Reoviridae Medidas gerais de profilaxia da infecção podem incluir: Isolamento dos animais infectados; Criação de animais de faixas etárias uniformes; Desinfecção de instalações; Rodízio de piquetes de parições em rebanhos bovinos de criação extensiva. Gênero Orthoreovírus Reoviridae Subdividido em duas espécies: ortorreovírus de mamíferos e ortorreovírus aviário. Contém características antigênicas, moleculares e clínicas distintas dos reovírus originais. São muitos estáveis às condições do meio ambiente, a uma ampla faixa de pH e resistentes a solventes de lipídeos. São sensíveis à ação da luz ultravioleta . Orthoreovírus de mamíferos Reoviridae As infecções são bastante frequentes, independente da região geográfica e do sorotipo viral. As infecções causadas parecem ser inaparentes ou subclínicas, pela ausência de sinais clínicos. Em equinos, há presença de sinais clínicos de infecção respiratória, como laringite, rinite e tosse. Em bovinos, ovinos, suínos, cães e gatos a infecção tem sido relatada com a presença de diarréia e distúrbios respiratórios. Orthoreovírus de mamíferos Reoviridae A taxa de adultos soropositivos é alta (em torno de 60 e 85%). Asinfecções por reovirus em humanos está relacionado com doenças respiratórias e entéricas, sem gravidade. Os sinais clínicos frequentes relatados incluem cefaleia, mal-estar, tosse e diarréia. Tanto em animais quanto em seres humanos, infecções bacterianas ou secundários podem complicar o quadro clinico produzidos pelas infecções por reovirus, principalmente em hospedeiros jovens. Orthoreovírus aviário Reoviridae Várias espécies de aves domésticas e silvestres são susceptíveis a esse vírus, assumindo maior importância em galinhas e perus. Doença clínica mais bem definida artrite viral. Orthoreovírus aviário Articulação tibiometatársica aumentada Reoviridae Fonte: https://avicultura.info/pt-br/guia-pratico-para-o-diagnostico-diferencial-de-claudicaçao Orthoreovírus aviário Reoviridae Possuem especificidade de hospedeiro. Diversidade antigênica. Ausência de atividade hemaglutinante na grande maioria dos isolados. Podem ser cultivados em ovos embrionados. Ocorre com maior frequência em aves jovens. Alta taxa de morbidade e baixa taxa de mortalidade. A evolução pode ser aguda ou crônica. As aves apresentam dor articular, claudicação e consequentes dificuldades de locomoção e alimentação. Gênero Orbivírus Reoviridae Infectam uma grande variedade de vertebrados, incluindo ruminantes domésticos e selvagens, equídeos, roedores, morcegos, primatas, marsupiais e aves. São primariamente transmitidos por vetores. Gênero Orbivírus Reoviridae Dentre as espécies importantes de orbivírus em medicina veterinária, incluem-se: Vírus da língua azul (BTV), com 24 sorotipos. Vírus da doença hemorrágica epizoótica dos cervídeos (EHDV) , com 10 sorotipos. Vírus da peste equina (AHSV), com 9 sorotipos. Vírus da encefalose equina (EEV), com 7 sorotipos. Características Gerais Reoviridae São resistentes a solventes lipídicos e sensíveis a desinfetantes a base de iodóforos e fenóis. Estáveis sob pH entre 6,5 e 8. O congelamento pode reduzir até 90% a infectividade viral. Devido à natureza dos genoma segmentado, os orbivírus podem sofrer ressortimento de seu genes durante infecções mistas. Caracteristicas Gerais Reoviridae A camada interna contém cinco proteínas (VP1,VP3,VP4,VP6 e VP7). A camada externa ou capsídeo é composta pelas proteínas VP2 e VP5. A VP7 e a VP3 são as mais abundantes, sendo esta última a mais conservada. Vírus da doença equina africana. Fonte: https://blog.rodeowest.com.br/animais/curiosidades-raca-cavalo-puro-sangue-lusitano Reoviridae Vírus da doença equina africana. Reoviridae Doença equina africana (DEA). Causada por orbivírus. Pode apresentar-se desde a forma aguda à subclínica. A cepa viral e o estado imune do hospedeiro influenciam a gravidade da doença. Epidemiologia e transmissão Reoviridae Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Culex Doença sazonal, correlacionada com a atividade do vetor. Transmissão predominantemente pelos Culicoides. Transmissão em cães por ingestão de carnes de equinos infectados. Patogenia e patologia. Reoviridae Incubação por cerca de sete dias. Replica-se em células de linfonodos, baço, timo e mucosa faríngea. Formas da doença: Aguda: pulmões distendidos, tórax repleto de líquido, tumefação hepática, inflamação intestinal. Crônica: hidropericárdio e degeneração hidrópica do miocárdio. Diagnóstico, controle e tratamento. Reoviridae Diagnóstico: Isolamento viral ou sorologia para diferencia - lá de outras enfermidades. Identificação por neutralização viral, inibição de hemaglutinaçã e anticorpo fluorescente. Sorologia pareada. Controle: Estabulação de equinos durante a noite, em instalações com seguranças contra insetos; Vacinação com vírus atenuado, disponível na África. Tratamento: Nenhum tratamento específico disponível. VÍRUS DA LÍNGUA AZUL OU FEBRE CATARRAL OVINA(BTV) Reoviridae Fonte: https://www.researchgate.net Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Culex Do gênero Orbivírus, o BTV é o que possui maior relevância em medicina veterinária. É transmitido por picada de artrópodes, principalmente mosquitos do gênero Culicoides ou “mosquito pólvora”. Possui 24 sorotipos. Língua azul Reoviridae Doença infecciosa, não contagiosa, que afeta ovinos, caprinos, bovinos, bubalinos, cervídeos e outros herbívoros. A doença clínica é mais comum nos ovinos e cervídeos. Nos bovinos é geralmente subclínica, porém de grande importância epidemiológica. Reoviridae Doença de notificação obrigatória segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Sua ocorrência impõe restrições à movimentação internacional dos animais e seus produtos. Principalmente na indústria ovina, onde as perdas por mortalidade chegam a 40% e há queda de produção. Epidemiologia Reoviridae Doença de ocorrência sazonal, ocorrendo nos meses de verão e outono. Amplamente distribuída nas áreas tropicais e subtropicais em todos os continentes. Apenas as fêmeas dos mosquitos são hematófagas. A viremia que ocorre nos hospedeiros é essencial para a transmissão do vírus. Reoviridae Após a ingestão, o vírus se multiplica nas glândulas salivares e em tecidos intestinais do inseto. Assim pode ser transmitido a um novo hospedeiro quando se alimentar novamente. Nos ovinos e caprinos a viremia dura em média 28 a 41 dias. Nos bovinos pode persistir por mais de 100 dias. Patogenia Reoviridae A replicação inicial do vírus ocorre no sítio da picada do inseto-vetor, sobretudo, nas células endoteliais do sistema vascular e linforreticular. A replicação primária é seguida por viremia associada às células sanguíneas e disseminação do vírus para outros linfonodos, baço, medula óssea e outros tecidos. Nesses tecidos, o vírus se replica no sistema microvascular, resultando nas alterações patológicas características da doença. A maior concentração de vírus se encontra nos endotélios da micro vascularização do epitélio bucal. Uma grande variedade de órgãos pode ser afetada, incluindo pulmões, baço, coração, rim e bexiga. Sinais e sintomas Reoviridae Os sinais clínicos quando aparecem, tanto nos animais domésticos como nos selvagens, incluem uma resposta febril caracterizada por inflamação e congestão, edema e hemorragias faciais e ulceração das membranas mucosas. Em casos graves a língua pode apresentar hiperemia intensa e tornar-se edematosa e protuberante e em casos severos pode ficar cianosada. Sinais e sintomas Reoviridae Fonte: https://www.comprerural.com/uruguai-esta-em-alerta Animais infectados: Deprimidos; Congestão vascular nos lábios e focinhos; Edemas: lábios, face, pálpebras; Erosões e úlceras na cavidade bucal ; Crosta ao redor das narinas; Língua cianótica e edemaciada; Coronite e laminite que resultam em claudicação; Torcicolo; Abortos; Ulcerações na mucosa oral; “focinho queimado”. Diagnóstico Reoviridae Imunodifusão em gel de agar (IDGA) 44 Diagnóstico sorológico: IDGA e ELISA. Baço, medula, coração e linfonodos mesentéricos são os tecidos de escolha a serem coletados em animais submetidos à necropsia. Controle e profilaxia Reoviridae Controle dos vetores com inseticidas. Sacrifício dos animais infectados seguida de desinfecção rigorosa. Controle do movimento de animais. Separação de ovinos e bovinos, reduzindo a possibilidade dos vetores disseminarem a infecção entre essas espécies. Controle e profilaxia Reoviridae Vacinas virais atenuadas. Vacinas polivalentes . Em todos os países onde são utilizadas as vacinas, apenas os ovinos tem sido vacinados. No Brasil não existem vacinas disponíveis. Referencias Bibliográficas: FLORES, Eduardo Furtado. Virologia Veterinária. Santa Maria: Ufsm, 2012. MACVEY, D scott; KENEDY, Melissa; CHENGAPA, M.M. Microbiologia Veternária. [S. l.]: Guanabara, 2017. Disponível em:https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527728263/cfi/6/10!/4/8/6@0:4.35. Acesso em: 26 maio 2019. Reoviridae Obrigado pela atenção! Reoviridae
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