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EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Caderno de Estudos
Prof.a Eliane Dalmora
UNIASSELVI
2011
NEAD
Educação a Distância
GRUPO
Copyright  UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof.a Eliane Dalmora
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
 
370.357
D148e Dalmora, Eliane
 Educação ambiental / Eliane Dalmora. Indaial : Uniasselvi, 
 2011. 197 p. : il.
 
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-481-2
1.	 Educação ambiental
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
APRESENTAÇÃO
Caro(a) acadêmico(a)!
A questão ambiental nos desafia ao aprendizado constante. Temos que ter esperança 
e acreditar nos nossos educandos, na possibilidade da educação, como transformação dos 
comportamentos e dos pensamentos conscientes. O meio ambiente reclama novas atitudes e 
comprometimento social, por isso é com prazer que pretendo fazer esta interlocução com você. 
A Educação Ambiental tem uma trajetória de mais de quarenta anos de construção. Nesta 
caminhada estiveram em debate as seguintes questões: 
1) Podemos acreditar em novas práticas pedagógicas, capazes de transformar as relações 
sociedade/natureza? 
2) Pode a Educação Ambiental contribuir para formar uma cultura de sustentabilidade 
socioambiental? 
3) Até onde a Educação Ambiental pode desencadear novas relações institucionais fundadas 
em compromissos que visam à transformação da realidade das cidades e dos campos? 
4) Quais foram seus avanços conceituais, teóricos e metodológicos?
5) Quais são os princípios que orientam a ecopedagogia? 
6) Como as orientações pedagógicas podem promover a emancipação do sujeito?
7) De quem é a responsabilidade de promover a educação nos espaços não 
escolarizados? 
8) Quais as metodologias mais apropriadas para a educação de adultos? 
9) Como a Educação Ambiental com crianças pode superar um cotidiano desinteressante 
das salas de aula?
10) Por que a Educação Ambiental depende de projetos multidisciplinares? 
11) Qual a contribuição da transversalidade e da multidisciplinaridade no trato da 
complexidade da questão ambiental? 
São estas reflexões que a disciplina pretende apresentar. No entanto, quero ressaltar que 
iii
EDUCAÇÃO AMBIENTAL iv
o trabalho do educador é resultado das suas intenções. Escolhas são realizadas com base nos 
valores e compromissos éticos do educador. Portanto, a EA terá êxito se o coletivo de educadores 
refletirem sobre seus propósitos e, principalmente, decidirem quais práticas pedagógicas serão 
adotadas para atingir tais propósitos. 
Algumas respostas para estas questões serão apontadas nos tópicos, outras dependerão 
do cenário a ser projetado para o futuro, em que profissionais em Educação Ambiental, como você, 
poderão fazer a diferença.
 
Portanto, esteja atento(a) quanto à forma de como você se engajará na promoção do 
conhecimento. Observe suas propostas pedagógicas. A sua participação pode ser variada, desde 
uma forma branda até uma mais ampla e democrática. 
Na forma branda, a participação se fará presente apenas em algumas etapas do processo, 
delegando o planejamento a uma comissão de experts. Nesta comissão, o gestor é o mentor 
controlador e o condutor das ações. Separa-se o gestor que planeja, portanto, dita a palavra e o 
gestor executa as ações previamente definidas. 
Já, na forma democrática trata-se de um fazer pedagógico (de planejamento e de ação) 
construído por um coletivo. Neste caso, observe como a comunicação pode ocorrer entre os sujeitos 
que participam da ação de modo conectado e integrado. 
 Portanto, para que a educação tenha esse propósito, é preciso que cada professor seja o 
sujeito e, mais, seja incentivado a participar de todas as etapas do planejamento da educação. 
Para complementar suas reflexões sobre as potencialidades da Educação Ambiental, 
compreendendo as opções pedagógicas constituídas, faça seus estudos e procure responder aos 
exercícios propostos no final de cada tópico. Em caso de dúvidas busque saná-las.
 Bons estudos!
Prof.a Eliane Dalmora
UNI
Oi!! Eu sou o UNI, você já me conhece das outras disciplinas. 
Estarei com você ao longo deste caderno. Acompanharei os seus 
estudos e, sempre que precisar, farei algumas observações. 
Desejo a você excelentes estudos! 
 UNI
EDUCAÇÃO AMBIENTAL v
SUMÁRIO
UNIDADE 1: FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ....................................... 1
TÓPICO 1: SURGIMENTO E AVANÇOS DA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL .................................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
2 DEFINIÇÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL .................................................................. 4
3 A PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL ............................................................................................................. 5
4 QUESTIONANDO O MODELO DE DESENVOLVIMENTO ........................................... 8
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................. 13
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 14
TÓPICO 2: ASPECTOS LEGAIS E CONCEITUAIS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
NO BRASIL .................................................................................................. 15
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 15
2 A LEGALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL .................................. 15
3 A PERMANÊNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ...................................................... 18
4 A EDUCAÇÃO COMO PROCESSO ............................................................................ 19
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................. 24
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 26
TÓPICO 3: PLANEJAMENTO E ATUAÇÃO DO EDUCADOR AMBIENTAL ................ 27
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 27
2 A POLÍTICA, GESTÃO E ENGAJAMENTO PROFISSIONAL NA 
PROMOÇÃO DA EA .................................................................................................... 27
3 OS COLETIVOS JOVENS ........................................................................................... 29
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................. 32
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 33
TÓPICO 4: FORMAÇÃO DO SUJEITO ECOLÓGICO CRÍTICO ................................... 35
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 35
2 ETAPAS DO PROCESSO PEDAGÓGICO .................................................................. 35
3 CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA CRÍTICA DA EDUCAÇÃO ....................................... 37
3.1 CONHECIMENTO DO CONTEXTO E DEFINIÇÃO DOS TEMAS 
GERADORES ........................................................................................................... 39
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 41
RESUMO DO TÓPICO4 ................................................................................................. 45
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 46
AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 47
EDUCAÇÃO AMBIENTAL vi
UNIDADE 2: ABORDAGENS E EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
EM ESPAÇOS ESCOLARIZADOS ........................................................... 49
TÓPICO 1: DESENVOLVIMENTO, MEIO AMBIENTE E REPRESENTAÇÕES 
SOCIAIS ...................................................................................................... 51
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 51
2 MEIO AMBIENTE E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS .................................................. 51
3 A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO (DES)ENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................ 54
4 O ENGAJAMENTO POLÍTICO NA CONCRETIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL ........................................................................................................... 56
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................. 58
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 60
TÓPICO 2: A DIMENSÃO DA QUESTÃO AMBIENTAL: DIVERSIDADE 
E COMPLEXIDADE ..................................................................................... 61
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 61
2 A COMPLEXIDADE DA QUESTÃO AMBIENTAL ....................................................... 61
3 A DINÂMICA DOS ECOSSISTEMAS .......................................................................... 66
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................. 70
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 72
TÓPICO 3: A ATUAÇÃO DO EDUCADOR EM PROL DO PATRIMÔNIO 
NATURAL .................................................................................................... 73
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 73
2 DEFINIÇÃO DE PATRIMÔNIO NATURAL E IMPLICÂNCIAS PARA A 
GESTÃO AMBIENTAL ................................................................................................ 74
3 CONTRAPONTOS DA GESTÃO AMBIENTAL INTEGRADA E 
PARTICIPATIVA ........................................................................................................... 78
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................. 82
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 84
TÓPICO 4: TEMAS TRANSVERSAIS E INTEGRAÇÃO CURRICULAR ...................... 85
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 85
2 ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA ................................................................................. 85
3 O MEIO AMBIENTE NOS CURRÍCULOS ESCOLARES ............................................ 88
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 91
RESUMO DO TÓPICO 4 ................................................................................................. 95
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 97
TÓPICO 5: MEIO AMBIENTE NOS CONTEÚDOS ESCOLARES ................................ 99
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 99
2 O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DO EDUCANDO ............................................ 99
3 ATIVIDADES DE SENSIBILIZAÇÃO E INTERVENÇÃO NA REALIDADE .............. 103
EDUCAÇÃO AMBIENTAL vii
3.1 DATAS COMEMORATIVAS E EVENTOS ............................................................... 104
3.2 A MÚSICA, A ARTE E A LITERATURA NO APRENDIZADO ................................... 104
RESUMO DO TÓPICO 5 ............................................................................................... 106
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 107
TÓPICO 6: UMA PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO CURRICULAR VIA 
TEMA GERADOR ...................................................................................... 109
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 109
2 AGROTÓXICOS: UMA QUESTÃO DE INTERFACE DOS SABERES ..................... 109
RESUMO DO TÓPICO 6 ................................................................................................ 115
AUTOATIVIDADE .......................................................................................................... 116
AVALIAÇÃO ................................................................................................................... 118
UNIDADE 3: ECOPEDAGOGIA E SOCIOPOÉTICA .................................................... 119
TÓPICO 1: CARTA DA TERRA NA ECOPEDAGOGIA ............................................... 121
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 121
2 PRINCÍPIOS DA CARTA DA TERRA ........................................................................ 121
3 A CARTA DA TERRA NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO ..................................... 123
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 125
RESUMO DO TÓPICO 1 ............................................................................................... 128
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 129
TÓPICO 2: ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM ADULTOS ................. 131
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 131
2 A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL E EDUCACIONAL À LUZ DE UM PROJETO 
DE CIVILIZAÇÃO ...................................................................................................... 131
3 IMPASSES DA EMANCIPAÇÃO NA COMUNICAÇÃO SOBRE MEIO 
AMBIENTE ................................................................................................................. 133
RESUMO DO TÓPICO 2 ............................................................................................... 137
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 138
TÓPICO 3: O SENTIDO DA APRENDIZAGEM ............................................................ 139
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 139
2 A APRENDIZAGEM DO EDUCANDO NA ECOPEDAGOGIA .................................. 139
3 O ATO DE PESQUISA COMO FORMA DE APRENDIZADO COM SENTIDO ......... 141
3.1 HISTÓRIAS DE VIDA E AÇÕES DA SOCIEDADE NA NATUREZA ....................... 142
3.2 ESTUDOS DE CASO NO APRENDIZADO DA REALIDADE AMBIENTAL 
LOCAL ..................................................................................................................... 143
3.3 AS GINCANAS COMO MOVIMENTO EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE ........... 145
RESUMO DO TÓPICO 3 ...............................................................................................147
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 149
EDUCAÇÃO AMBIENTAL viii
TÓPICO 4: O CONTEXTO DAS COMUNIDADES EM UM PROGRAMA DE 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................... 151
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 151
2 O CONTEXTO DAS COMUNIDADES EM UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL .............................................................................................................. 151
2.1 CONHECIMENTO E DEBATE DA REALIDADE ..................................................... 152
2.2 SENSIBILIZAÇÃO ................................................................................................... 154
2.3 PROJEÇÃO ............................................................................................................. 156
2.4 MOBILIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO ......................................................................... 157
RESUMO DO TÓPICO 4 ............................................................................................... 160
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 161
TÓPICO 5: O APREÇO DAS CRIANÇAS PELA NATUREZA ..................................... 163
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 163
2 OS AMANTES DA NATUREZA ................................................................................. 163
3 A PERDA DA AFETIVIDADE PELA NATUREZA NA INFÂNCIA .............................. 165
4 CONSTITUINDO BRINCADEIRAS E APRENDIZADOS NA INFÂNCIA .................. 168
RESUMO DO TÓPICO 5 ............................................................................................... 171
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 172
TÓPICO 6: ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM CRIANÇAS ............... 173
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 173
2 ORIENTANDO A CRIANÇA PARA AMAR A TERRA ................................................ 174
3 A DISSEMINAÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS NO BRASIL ........................................... 177
4 IDEIAS PARA DESCOBRIR E OBSERVAR O MUNDO ........................................... 180
5 OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO PARA A 
CIDADANIA ............................................................................................................... 184
RESUMO DO TÓPICO 6 ............................................................................................... 188
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 190
AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 191
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 193
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UNIDADE 1
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL
OBjETIvOS DE AprENDIzAgEM
 Ao final desta unidade, você será capaz de:
	compreender a dimensão ampla e integrada da proposta 
institucional;
	identificar os pressupostos teórico-metodológicos que orientam a 
formação do sujeito ecológico crítico.
TÓPICO 1 – SURGIMENTO E AVANÇOS DA PROPOSTA DE 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
TÓPICO 2 – ASPECTOS LEGAIS E CONCEITUAIS DA 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL 
TÓPICO 3 – PLANEJAMENTO E ATUAÇÃO DO EDUCADOR 
AMBIENTAL
TÓPICO 4 – FORMAÇÃO DO SUJEITO ECOLÓGICO CRÍTICO
pLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em quatro tópicos, sendo que, 
em cada um deles, você encontrará atividades para uma maior 
compreensão das informações apresentadas.
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SURGIMENTO E AVANÇOS DA PROPOSTA 
DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1
UNIDADE 1
Atualmente, a gravidade dos problemas ambientais pode ser evidenciada por impactos 
disseminados em todo o planeta Terra. Como consequência, questionam-se as atuais bases 
de sustentação das sociedades modernas. Particularmente, nesta década, a gravidade 
da destruição ambiental está em evidência no debate internacional, atingindo, inclusive, 
os círculos de negociações econômicas. Porém, os avanços na resolução dos problemas 
ainda não são assumidos com a devida seriedade, pois afetam os interesses de crescimento 
econômico de grandes corporações. Como resultado, são traçados acordos, mas não há o 
devido cumprimento e cobrança para a implantação de políticas ambientais. Além disso, não 
se busca atribuir responsabilidades aos cidadãos, empresas ou demais instituições quanto aos 
impactos ambientais gerados.
Neste sentido, “[...] cabe à Educação Ambiental ajudar a sociedade a superar o 
analfabetismo ambiental, que consiste no desconhecimento ou ignorância dos problemas 
ambientais, das ameaças da (in) sustentabilidade dos ecossistemas e da própria condição de 
vida da humanidade.” (DIAS, 2004, p. 3). 
O objetivo maior da Educação Ambiental é ousado, por pressupor um novo olhar 
do mundo e um pensar diferente, constituinte de uma grande solidariedade planetária. Em 
síntese, a educação se integra à proposta de construção de uma sociedade sustentável 
visando à promoção da vida, ao equilíbrio dinâmico, à sensibilidade social e à consciência 
planetária. 
FONTE: Disponível em: <www.coave.org.br/lista-downloads.php?baixar=70>. Acesso em: 23 ago. 
2011.
Neste tópico será relatado como a proposta da Educação Ambiental foi evoluindo, 
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resultado de um amplo debate de ambientalistas e pesquisadores, que culmina com a assinatura 
de acordos internacionais e um grande movimento social, preconizado nas escolas e nos meios 
de comunicação. Gradativamente, são definidos os princípios, os objetivos e os métodos de 
Educação Ambiental. 
2 DEFINIÇÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A Educação Ambiental tem uma história recente de consolidação. Sua relevância é 
decorrente da gravidade dos problemas ambientais, que se globalizam e se complexificam com 
o desenvolvimento capitalista da sociedade industrial e técnico-informacional. O engajamento 
da educação para a formação de uma sociedade de responsabilidade global, quanto à questão 
ambiental é resultado de inúmeros esforços de pesquisadores, ambientalistas e educadores 
que buscam traduzir acordos internacionais e gerar uma Agenda de Educação Ambiental de 
caráter amplo e integrado. A estratégia é repensar princípios e valores que se constituem no 
espaço de ensino-aprendizagem, da escola, família e trabalho.
Atualmente, a Educação Ambiental é, efetivamente, apresentada como necessária 
para todas as nações, devendo ser permanente na formação do cidadão e presente em 
todos os níveis de ensino. Desde as primeiras formulações, projetos e experiências, foram se 
configurando e originaram um amplo coletivo de educadores, que têm feito diferença no modo 
como cada cidadão convive e se apropria dos recursos naturais.
Neste movimento, a Educação Ambiental é definida como “um processo permanente, 
no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem 
conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornem aptos a agir 
e resolver problemas ambientais presentes e futuros”. (DIAS, 2004, p. 523). 
Esta definição coloca inúmeros desafios para a educação. Além disso, há urgência na 
sua implantação, frente à gravidade dos problemas de poluição ambiental e à evidência das 
catástrofes globais.
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3 A PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A seguir sãodestacados os principais eventos e datas que ajudaram a consolidar a 
atual proposta da Educação Ambiental para sociedades sustentáveis. A expressão Educação 
Ambiental (Environmental Education) é cunhada, pela primeira vez, na Inglaterra, em 1965, 
sendo indicada nas escolas como integrante da educação geral e atribuição de todas as 
disciplinas afins. (DIAS, 2004). 
Neste momento, a Educação Ambiental deixa de ser uma educação ecológica com 
atribuição restrita aos professores de Ciências e Biologia, na qual, era definida como a ciência 
que ensinava a conservação, as relações dos seres vivos entre si e destes com o mundo. Com 
uma visão mais abrangente, a Educação Ambiental passa a ser referenciada pelas contribuições 
múltiplas das ciências, em especial pela perspectiva que integra uma rede de relações sociais, 
culturais e naturais. (CARVALHO, 2004). 
Buscando agregar novas proposições de envolvimento da sociedade, em 1968, na 
Conferência de Educação, realizada na Grã-Bretanha, funda-se a Sociedade para a Educação 
Ambiental, refletindo a agregação de parceiros provenientes de campos diferenciados do 
conhecimento. Já, em 1970, nos Estados Unidos, é implementada a Lei sobre Educação 
Ambiental. Seguindo o movimento mundial, no Brasil, o então Ministério da Educação e Cultura 
publica o documento Ecologia – uma proposta de ensino de 1º e 2º Graus. (DIAS, 2004). Porém, 
esta publicação foi amplamente questionada quanto aos seus propósitos e conteúdo, pois 
simplifica a questão ambiental e apresenta incongruência com as recomendações internacionais, 
que propõem o rompimento do paradigma reducionista de conhecimento, presentes nas 
NO
TA! �
O processo de educação implica o desenvolvimento da percepção e 
a formação de habilidades e interesses de participação do cidadão 
na prevenção e solução de problemas ambientais. Também 
requer uma abordagem da complexidade da dinâmica dos 
ecossistemas estabelecida nas inter-relações com os modos de 
apropriação dos recursos por parte das populações. Para facilitar 
o processo de ensino-aprendizagem, o educador pode partir da 
realidade do educando, identificando os problemas concretos da 
comunidade e das relações nos locais de trabalho.
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disciplinas escolares.
Em 1972, uma equipe de pesquisadores coordenados por Dennis e Donella Meadows 
publica o relatório Limits to growth, apresentando uma das obras mais polêmicas e divulgadas 
das ciências ambientais e que se constituiu um grande alerta sobre os rumos do crescimento 
econômico nas bases energéticas e de consumo dos recursos naturais. 
Na ocasião, em Estocolmo, é realizada a Conferência das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente. Foi considerado um marco na história do ambientalismo, por ser a primeira busca 
por um acordo internacional sobre as questões ambientais. Com sucesso, coloca o problema 
da poluição ambiental como questão prioritária. 
A ideia de desenvolvimento sustentável começa a ser estruturada ao se reforçar as 
dificuldades das nações do Sul em seguirem os padrões de desenvolvimento dos países do 
Norte. Porém, muitas nações visualizaram os acordos como mais uma forma de colonização, 
uma ameaça à soberania nacional, o que resultou em ecos pouco significativos em países 
como o Brasil, que seguiram a perspectiva imitativa de desenvolvimento como sinônimo de 
crescimento econômico. (SATO, 2004). 
Mais especificamente, a Conferência apresenta, na recomendação no 96, que a 
Educação Ambiental (EA) é essencial para a formação de uma nova consciência planetária e 
para ampliar o compromisso no combate à crise mundial.
O relatório Meadows teve o mérito de situar a problemática do meio ambiente numa 
escala planetária, tendo como pano de fundo a hipótese de um sistema fechado no que concerne 
à fronteira dos recursos naturais renováveis. (FURTADO, 1996). Logo, há questionamentos 
provenientes do interior da própria economia sobre a perspectiva do crescimento econômico 
propalada como o “melhor” caminho a ser seguido pelos países “subdesenvolvidos”. Esse 
caminho, o de imitação do modo de vida do Ocidente industrial, confronta-se com os limites 
ecossistêmicos, o pluralismo cultural de cada nação e a grande diferença socioeconômica 
entre os países do Norte e do Sul do meridiano, entre o Ocidente e o Oriente e entre as regiões 
de um mesmo país. Muitos dos problemas resultantes do modelo eram negados pela grande 
maioria dos economistas. Em caso de expansão dos níveis de consumo para todos os povos, 
a pressão exercida sobre os recursos não renováveis e a poluição do meio ambiente seria de 
tal ordem que o sistema econômico mundial entraria em colapso. (FURTADO, 1996). 
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Observe como o relatório dos limites do crescimento é atual, 
quando refletimos sobre a sociedade de consumo, seu modo 
de vida e de trabalho que excede a capacidade natural dos 
ecossistemas e da biosfera de se regenerar. O efeito desta 
sociedade é caracterizado pelo indicador denominado de Pegada 
Ecológica. Observe que a biocapacidade do planeta terra é 
estimada em 1,8 ha pessoa, porém a pegada ecológica média 
da população mundial é de 2,2 hectares. Estamos realizando 
o consumo muito além da oferta e disponibilidade de recursos 
naturais, ultrapassamos os limites ecológicos em curto período 
do tempo. Você considera que o seu modo de vida contribui 
para a atual pressão sobre os recursos naturais? Entre no 
site: http://www.pegadaecologica.org.br/index.php> e faça o 
teste identificando qual o impacto do seu estilo de vida para 
o planeta. Observe as dicas sobre como você pode colaborar 
para reduzir o seu impacto. 
Apesar da pertinência e das evidências sobre a questão, reações contrárias ao relatório 
permearam as reuniões preparatórias à Conferência de Estocolmo, realizada em 1972. Pelo 
menos duas posições (antagônicas) estavam em debate na época (SACHS, 1986):
a) dos adeptos ao crescimento econômico a qualquer custo, para os quais as limitações ambientais 
seriam um entrave ao avanço da industrialização dos países em desenvolvimento, tirando-lhes 
a oportunidade de atingir os mesmos níveis dos países desenvolvidos, argumentavam que 
a suposta escassez dos recursos naturais poderia ser evitada no interior do próprio modelo 
de crescimento econômico, sobretudo mediante as inovações tecnológicas;
b) e a do movimento ambientalista preservacionista, defensores de uma política de “crescimento 
zero”, ajustada às conclusões de relatório Meadows. 
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No próximo tópico, você verá como o posicionamento contrário 
às limitações para o crescimento foi predominante no Brasil, 
permeando as políticas públicas de incentivo às iniciativas 
privadas, em especial visando à aceleração do crescimento 
econômico, urbano-industrial.
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Em 1975, ocorre, em Belgrado, o Workshop em Educação Ambiental, promovido pela 
UNESCO. A Carta de Belgrado define os princípios e orientações para um programa internacional 
de EA e se tornou um documento de referência para a questão ambiental. Questiona a natureza 
fragmentária dos programas de ensino, que impede uma visão mais ampla e complexa das 
questões ambientais. Faz, além disso, um chamamento às responsabilidades individuais 
quanto ao uso dos recursos e aos estilos de vida, clamando por uma ética global, que promova 
atitudes nos indivíduos de corresponsabilidade para a distribuição equitativa, o uso e acesso 
aos recursos naturais. Questiona, também, o estilo econômico gerador de desigualdades sociais 
e de diferenças nas bases de consumo entre nações ricas e pobres. 
Em 1977, em Tbilisi (na Geórgia), realiza-se a I Conferência Intergovernamental sobre 
Educação Ambiental, organizada pela UNESCO/Pnuma (Programa das Nações Unidas 
para o Meio Ambiente). Institui-se, então, a primeira fase do Programa Internacional de 
Educação Ambiental, acordado em 1975, pela Unesco/Pnuma. Na ocasião,estabelece-se 
a permanência, a multidisciplinaridade e a integração dos conteúdos às questões do local. 
FONTE: Adaptado de: <www.ambiente.sp.gov.br/ea/projetos/Apostila_EA.pdf>. Acesso em: 23 ago. 
2011.
Também são definidos os objetivos, características e estratégias de implementação 
da EA, nos mais diversos países. Destaca-se que a EA deve estar na formação de crianças, 
adolescentes, adultos e idosos, como parte dos programas curriculares. As universidades devem 
internalizar a educação ambiental na formação dos profissionais, integrando nas profissões a 
ética ambientalista. Os meios de comunicação podem contribuir para veicular mais amplamente 
as informações sobre as questões ambientais para a sociedade.
Em 1980, em Budapeste, na Hungria, a UNESCO promove o Seminário Internacional 
sobre o Caráter Interdisciplinar da EA no ensino de Primeiro e Segundo Graus. A experiência 
de transversalização da temática ambiental demonstra que não há limites entre a educação 
formal e não formal, na medida em que a escola participa da sociedade, engajando-se na 
problematização da realidade à qual o educando está inserido.
4 QUESTIONANDO O MODELO DE DESENVOLVIMENTO
Em 1992, no Rio de Janeiro, ocorreu a Conferência das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), também chamada de Eco-92 ou Rio-92. Na ocasião, 
foram instituídos acordos internacionais de onde se originaram propostas para implementar as 
Agendas 21, avançar na proposta da Carta da Terra e instituir o Tratado de Educação Ambiental 
para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. (SATO, 2004). A Responsabilidade 
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Global é definida nos seguintes termos:
Nós, signatários, pessoas de todas as partes do mundo, comprometidos com a proteção 
da vida na Terra, reconhecemos o papel central da educação na formação de valores e na ação 
social. Comprometemo-nos com o processo educativo transformador através de envolvimento 
pessoal, de nossas comunidades e nações para criar sociedades sustentáveis e equitativas. 
Assim, tentamos trazer novas esperanças e vida para nosso pequeno, tumultuado, mas ainda 
assim belo planeta.
O Tratado de Educação Ambiental para sociedades sustentáveis e Responsabilidade 
Global reafirma a permanência da Educação Ambiental para uma sociedade sustentável e 
equitativa, além de enfatizar o papel da educação na formação de cidadãos críticos e atuantes, 
corresponsáveis pela sustentabilidade planetária.
DIC
AS!
Para que você tenha uma compreensão ampla da temática veja 
o livro SATO, Michèle. Educação Ambiental. São Carlos, SP: 
Rima, 2004. Observe como historicamente a EA tem ocupado 
o lócus de sustentação de um novo projeto de sociedade, 
eticamente comprometida com o pensamento crítico e com 
responsabilidade socioambiental. 
Visando consolidar uma proposta de caráter universal, coesa e coerente com a proposta 
do desenvolvimento sustentável são definidos os princípios da Educação Ambiental, a seguir 
resumidos:
1 A EA é um direito de todos. Visa formar cidadãos com consciência global e planetária e 
respeito à soberania dos povos (recupera, reconhece e respeita a história indígena e culturas 
locais, promovendo a sociobiodiversidade).
2 A base é o pensamento crítico e inovador, em qualquer tempo e lugar (da educação formal 
à não formal), integrando conhecimentos, aptidões, valores, atitudes e ação.
3 A EA é um ato político e de transformação social com o desenvolver do pensamento crítico 
e inovador.
4 A abordagem pressupõe o conhecimento holístico e sistêmico, com caráter multi e 
interdisciplinar.
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5 Os valores a serem preconizados são relativos à solidariedade, à igualdade e à democracia 
- como participação equitativa nos processos de decisão política.
6 O objetivo é promover a cultura da paz, da cooperação, do diálogo e da austeridade feliz 
(consiste no atendimento igualitário às necessidades básicas, combatendo a fome de muitos 
e o consumismo das populações ricas).
7 A comunicação é um processo democrático e visa à emancipação da informação, opondo-se 
às tentativas de uso dos meios como forma de dominação e alienação política e cultural.
8 A abordagem é da ética do respeito a todas as formas de vida, valorizando e conservando 
a dinâmica, diversidade e a integridade de seus ecossistemas. (GADOTTI, 2004).
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Na Unidade 3, você verá, mais detalhadamente, as contribuições 
da Carta da Terra para consolidar os pressupostos da Educação 
Ambiental visando à ética de responsabilidade global. Também 
veremos o significado e as aplicações da transversalidade e 
interdisciplinaridade no processo educativo.
Quanto aos objetivos de uma Educação Ambiental crítica e de formação para a cidadania 
busca-se:
1 Capacitar o educador para ser um mediador do processo de ensino e aprendizagem, 
realizando um planejamento das atividades de ensino, pesquisa e extensão de modo 
integrado, garantindo o diálogo efetivo com a comunidade ao desenvolver conteúdos de 
caráter socioambiental. 
2 Realizar um planejamento integrado do currículo, visando abranger as múltiplas dimensões da 
questão ambiental, o qual inclui temas de natureza inter e transdisciplinar além dos múltiplos 
campos do conhecimento disciplinar (Geografia, História, Biologia, Sociologia e Química).
3 Contribuir para gerar diagnósticos socioambientais do contexto em que a instituição se 
insere, buscando o diálogo com os saberes tradicionais de uso dos recursos e mediados 
pelas contribuições dos saberes elaborados pelo campo científico.
4 Gerar comportamentos e atitudes de respeito à questão socioambiental através de uma 
pedagogia com significados que desperte as sensibilidades através de relações de 
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convivência da sociedade com a natureza. 
5 A partir do diagnostico socioambiental e o despertar das sensibilidades o objetivo é gerar a 
atitude para a mudança da realidade, desenvolvendo assim um cidadão criativo e ativo.
6 Aproximar a escola da comunidade, tornando-a mais próxima das necessidades da sociedade 
e assim obtendo o reconhecimento da sua importância. 
Ao se estabelecer parâmetros, a qual a EA vai estar inserida pretende-se romper com 
uma visão ingênua e até mesmo simplista da questão ambiental o qual tende a banalizar a 
sua inserção nos planos educacionais, como ressalta Carvalho (2004, p.152): “a educação 
ambiental passou a ser usado como termo genérico para algo que se aproximaria de tudo o 
que pudesse ser acolhido sob o guarda-chuva de boas práticas ambientais”. 
Sem a definição dos princípios éticos que balizam as relações da sociedade com a 
natureza, os educadores podem banalizar sua proposta em comportamentos esparsos restritos, 
descontextualizados da própria complexidade da problemática ambiental (sistêmica e global). 
Acabam apontando a atos isolados, tais como: atitudes de separação de lixo doméstico, plantio 
de árvores, mutirões de limpeza de rios e áreas públicas, redução do consumo individual de 
água e resíduos. Sem critérios claros do que seriam “os bons comportamentos” é elencado um 
conjunto de temas que se repetem em distintas realidades, sem gerar questionamentos mais 
amplos sobre as reais questões da crise ecológica, a origem do problema e as responsabilidades 
quanto a possíveis soluções.
DIC
AS!
Visando compreender as críticas e os riscos a que está imbuída 
a educação no meio escolar brasileiro. Você pode fazer a leitura 
do livro:
BRÜGGER, Paula. Educação ou adestramento ambiental? 
Florianópolis: Letras Contemporâneas, 1999. 
Observe a importância das concepções pedagógicas, as quais 
podem limitar a proposição para a formação de um sujeito 
crítico e capaz de estabelecer atitudes comprometidas com a 
sustentabilidade e a economia solidária. 
Visando superar a aplicação inicial da educação ecológica, começa a se estruturar uma 
nova roupagem, resultado de experiências,reflexões e pesquisas efetivadas nas mais diversas 
situações pedagógicas e nações. Paralelamente, impactos ambientais se replicam, se conjugam 
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e se estendem pelos continentes, gerando preocupações no campo acadêmico, político e 
social. Torna-se consensual a necessidade de redefinir as formas como conscientemente a 
economia capitalista e a sociedade armamentista e tecnológica gera impactos, comprometendo 
a existência da vida no planeta Terra. 
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, vimos que:
	A proposta institucional da EA foi sendo construída a partir da segunda metade do século XX, 
como resultado do engajamento político e do debate científico de uma série de organizações 
governamentais e não governamentais.
 
	A EA como proposta diferenciada da educação ecológica foi cunhada primeiramente na 
Inglaterra, em 1965. Já no Brasil, nos anos de 1970, a EA surge com fragilidades, como 
resposta às tendências mundiais. O contexto político e de desenvolvimento centrado no 
crescimento econômico impede a consolidação da proposta tal como vinha ocorrendo 
mundialmente.
 
	Os pressupostos básicos da EA foram definidos durante a Conferência de Belgrado (em 1975) 
e a Conferência de Tbilisi (em 1977). As Conferências de Estocolmo (em 1972) e do Rio (em 
1992), foram fundamentais para reafirmar a importância e o compromisso dos educadores 
no movimento por constituir sociedades sustentáveis de responsabilidade planetária.
	Como resultado, a EA deve ter: permanência na escola, na universidade, nos meios de 
comunicação, na comunidade e no trabalho; continuidade em todos os níveis de ensino; 
tratamento interdisciplinar e transversalidade dos conteúdos.
	A EA consiste numa educação do cotidiano, problematizadora da realidade, um convite à 
participação social ativa e um chamado para a responsabilidade do educando.
	A EA tem como princípios: a solidariedade, soberania dos povos, não violência, austeridade 
feliz, participação democrática, consciência planetária holística e conhecimento interdisciplinar 
e sistêmico.
	O objetivo da educação é a formação para a cidadania que implica educadores atuantes como 
mediadores dos processos de ensino-aprendizagem, com postura de pesquisa e extensão 
(participação e envolvimento social como forma de leitura do mundo).
	O planejamento integrado e participativo, a integração curricular, a inserção social dos 
conteúdos concretizam a proposta da educação ambiental conectada com a realidade local 
e sua contextualização global. 
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1 Observe o conceito de EA e educação ecológica, justificando por que a Educação 
Ambiental é mais do que uma disciplina derivada da Biologia.
2 Faça uma síntese da evolução da EA e explique a importância dos encontros 
internacionais na promoção do desenvolvimento sustentável.
3 Defina a educação como responsável pela formação de cidadãos críticos e atuantes, 
corresponsáveis pela sustentabilidade planetária. 
4 Escreva sobre a responsabilidade dos educadores e os possíveis impasses para 
desenvolver a educação ambiental nas escolas.
5 Apresente os princípios que orientam as novas relações sociedade/natureza, 
destacando as possíveis dificuldades para a sua efetiva concretização.
6 A preocupação com o ensino de “bons comportamentos” está presente nos objetivos 
de muitos educadores. Quais os problemas que esta postura pode originar? 
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ASPECTOS LEGAIS E CONCEITUAIS 
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
1 INTRODUÇÃO
2 A LEGALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
TÓPICO 2
UNIDADE 1
A Política Nacional de Educação Ambiental está se consolidando no Brasil, como 
resultado da organização em rede dos educadores ambientais na busca pela aprovação da 
Lei de Educação Ambiental, bem como sua regulamentação e divulgação nos mais diversos 
territórios e instâncias educacionais.
A Educação Ambiental é assumida como permanente, democrática, interdisciplinar 
e sistêmica. Seus propósitos são ousados por sugerir uma práxis educativa, de formação 
humanista para sociedades sustentáveis, de responsabilidade local/global e intergeracional. 
Sugere a redefinição das bases de consumo e produção buscando redefinir consciências e o 
compromisso compartilhado das empresas, governos, educadores e meios de comunicação. 
Atualmente, a EA atinge maturidade por apresentar consolidada a sua matriz conceitual 
e consensos quanto aos pressupostos teóricos e metodológicos da educação. No Brasil, a 
regulamentação da EA se efetivou com a instituição da Política Nacional do Meio Ambiente, 
prevista na Lei no 6.938/81 de 31/08/81. Em particular o Artigo 2o, inciso X destaca a necessidade 
de promover a “Educação Ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da 
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.” 
(BRASIL, 2010). 
A Constituição Federal, de 1988, por sua vez, reconhece o direito de todos os cidadãos 
brasileiros e atribui ao Estado o dever de “promover a Educação Ambiental em todos os 
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níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”. (Art. 
225, §1º, inciso VI). Já, na Lei nº 9.394, de 20/12/96 – Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB), a menção à EA é feita parcialmente no Artigo 32, inciso II, no qual atribui 
ao Ensino Fundamental a incumbência de estimular a “compreensão ambiental natural e 
social do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta 
a sociedade”; e no Artigo 36, § 1º, segundo o qual os currículos do Ensino Fundamental e 
Médio “devem abranger, obrigatoriamente, [...] o conhecimento do mundo físico e natural e 
da realidade social e política, especialmente do Brasil”. 
FONTE: Adaptado de: <http://eduep.uepb.edu.br/biofar/v5n1/utilizacao_de_maquete_tridimensional_
como_incentivo_a_conservacao_das_areas_de_preservacao_permanente.htm>. Acesso 
em: 23 ago. 2011.
Em 27 de abril de 1999, se institui a Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA 
através da Lei nº 9.795, que reitera o direito de todos à Educação Ambiental, indicando seus 
princípios e objetivos, os atores e instâncias responsáveis por sua implementação, nos âmbitos 
formal e não formal, e as suas principais linhas de ação. 
O Plano Nacional de Educação (PNE) regulamentado pela Lei nº 10.172, de 09/01/01, 
coerentemente com a complexidade da questão ambiental, a inclui como um tema transversal. 
Porém, a proposta é relapsa a que estabelece a PNEA, quando restringe seu tratamento ao 
Ensino Fundamental e Médio e não em todos os níveis e modalidades de ensino como prevê 
a Lei nº 9.795/99.
Visando regulamentar a Lei nº 9.795/99 se cria o Decreto nº 4.281, de 25/06/02, 
que detalha as competências, atribuições e mecanismos definidos para a PNEA. Institui 
responsabilidades para a coordenação da PNEA atribuídas à Diretoria de Educação Ambiental do 
Ministério do Meio Ambiente (DEA/MMA), e pela Coordenação-Geral de Educação Ambiental do 
Ministério da Educação (CGEA/MEC). (HENRIQUES, TRAJBER, MELLO, LIPAI, CHAMUSCA, 
2007).
Somente em 2004, o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Educação passam 
a realizar a Consulta Pública visando uma construção participativa do Programa Nacional de 
Educação Ambiental (PRONEA). 
FONTE: Adaptado de: <www.revistasustentabilidade.com.br/.../educacao-ambiental/pronea3.pdf>. 
Acesso em: 23 ago. 2011.
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Para aprofundar seus conhecimentos, leia na íntegra os 
documentos e legislação que integram a Política Nacional do 
Meio Ambiente - PRONEA, presente no site do MEC/SECAD: 
MMA/MEC. PRONEA. Brasília: MMA, 2005. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao1.pdf>. 
Acesso em: 25 jan. 2011. 
UNI
A proposta é que se busque sintoniaentre a PRONEA e os acordos globais, em particular 
o Tratado de Educação Ambiental para sociedades sustentáveis e Responsabilidade Global.
Sintonizado com o Tratado de Educação Ambiental para sociedades sustentáveis e 
Responsabilidade Global, o PRONEA apresenta as diretrizes que orientam os educadores: 
transversalidade e interdisciplinaridade; sustentabilidade socioambiental; democracia e 
participação social; integração dos sistemas de ensino e desenvolvimento e meio ambiente.
 
FONTE: Adaptado de: <www.sema.rs.gov.br/upload/ProjetoPlanEA-CIEA.pdf>. Acesso em: 23 ago. 
2011.
Em síntese, a finalidade da EA é edificar os pilares das sociedades sustentáveis, que 
envolvem a colaboração dos sistemas sociais para incorporar a dimensão ambiental nas 
suas atividades de produção e consumo, nos sistemas jurídicos que consolidam normas e 
condutas e no sistema político-cultural que consolida os espaços democráticos e de Educação 
Ambiental. 
A competência para implementar as ações de promoção da educação ambiental é 
de todos os segmentos sociais e esferas do governo. A atribuição do Governo Federal é de 
articular ações educativas para proteger, recuperar e potencializar a educação, de maneira a 
promover mudanças culturais e sociais. 
DIC
AS!
Para complementar os conhecimentos quanto aos avanços da 
EA no Brasil, sugiro a leitura do texto: HENRIQUES, Ricardo; 
TRAJBER, Rachel ; MELLO, Soraia; . LIPAI, Eneida M; CHAMUSC, 
A Adelaide (Orgs). Educação ambiental: aprendizes e 
sustentabilidade. MEC/ SECAD, 2007. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao2.pdf>. Acesso 
em: 20 jan. 2011. 
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3 A PERMANÊNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A aprendizagem ocorre durante toda a vida da pessoa; como direito de todos à educação 
não se estabelecem limites nem de idade nem de gênero, etnia, raça, religião ou outra categoria 
excludente: a Educação Ambiental é um componente essencial e permanente da educação 
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades 
do processo educativo, em caráter formal e não formal. (art. 2º, da Lei nº 9.394).
A teoria e a prática da educação são, por natureza, inclusivas e abrangentes, entendendo 
que toda a pessoa tem capacidade de aprender em qualquer momento e ciclo da vida, trata-se 
de pensar a nossa relação de estar no mundo, seja natural ou sociocultural.
A partir desta proposição desenvolveram-se propostas de educação ambiental 
envolvendo múltiplos segmentos da sociedade e da educação, como destaca o art. 3º da lei: 
 
Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à Educação 
Ambiental, incumbindo:
I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir políticas 
públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação ambiental em 
todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação 
e melhoria do meio ambiente; 
II - às instituições educativas, promover a Educação Ambiental de maneira integrada aos 
programas educacionais que desenvolvem; 
III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, promover 
ações de educação ambiental integradas aos programas de conservação, recuperação 
e melhoria do meio ambiente; 
IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na 
disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar 
a dimensão ambiental em sua programação;
V - às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas 
destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo 
sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo 
no meio ambiente; 
VI - à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, atitudes 
e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a 
identificação e a solução de problemas ambientais. 
FONTE: Disponível em: <www.anvisa.gov.br/legis/leis/9795_99.htm>. Acesso em: 23 ago. 2011.
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Atualmente, há experiências de Educação Ambiental envolvendo todos os níveis de 
Ensino Fundamental, Médio e Superior. Também há avanços significativos nas diferentes esferas 
da sociedade assumindo corresponsabilidades socioambientais, envolvendo empresas públicas 
e privadas e movimentos sociais. São amplos movimentos envolvendo a elaboração da Agenda 
21, os programas de qualidade total e de gestão ambiental nas empresas, a responsabilidades 
das instituições de ensino quanto à formação de profissionais tem levado ao lançamento de 
programas de múltiplas faces, resultando a disseminação ampla da EA no país.
No que se refere às políticas ambientais desenvolvidas na esfera governamental, temos 
iniciativas significativas na esfera federal e na esfera municipal. Entretanto, há que se avaliar a 
natureza destas iniciativas, pois muitas ações têm sido pouco incisivas ou sem a continuidade 
que a política pública poderia garantir. Isto é resultado da própria situação de precariedade 
enfrentado pela educação pública brasileira, traduzida em investimentos insuficientes e o estilo 
de formação dos licenciados, cuja atuação se restringe a repassar conteúdos, sem refletir 
sobre o planejamento mais amplo e o propósito do ato de ensinar. Como resultado, a postura 
do profissional educador está aquém do enfrentamento aos desafios da educação do mundo 
contemporâneo: uma sociedade da informação dual marcada por um lado pelo estudante com 
acesso amplo e ilimitado às novas tecnologias da informação e do outro o estudante excluído, 
enfrentando níveis de analfabetismo dados pelas novas formas de desigualdade social e 
educacional.
4 A EDUCAÇÃO COMO PROCESSO
O art. 1o da Lei da EA a define como um processo por meio do qual o indivíduo 
e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e 
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do 
povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. 
Entendida como processo, a EA terá abertura para a construção de relações, distanciando 
a proposta de gerar um produto único onde as pessoas são treinadas, capacitadas ou formadas 
para assumirem comportamentos tidos como os mais adequados para com o ambiente. A 
preocupação é de gerar possibilidades de elaborar e reelaborar programas amplos de educação, 
coadunada com as próprias mudanças nas relações da sociedade com o conhecimento e as 
configurações mais contemporâneas de ensino-aprendizagem. 
Enquanto processo e não um produto preestabelecido, a educação pode ser atualizada 
no seu tempo e no espaço. No espaço, considera-se que as sociedades locais, são ora resultado 
de um território e ora estruturante deste território, resultando em dinâmicas específicas de uso 
e apropriação dos recursos naturais. 
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Neste contexto, um programa de Educação Ambiental, começa com a investigação 
da realidade apresentada em cada sociedade e visa problematizar as relações instituídas no 
meio ambiente, seja na esfera do trabalho, no espaço doméstico ou no lazer, como nos indica 
Freire “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, 
midiatizadas pelo mundo”.
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Na Unidade 3, veremos mais detalhadamente, os passos 
metodológicos para se efetivar uma educação do cotidiano 
incluindo exemplos de atividades de educação ambiental 
efetivadas em cada estágio de desenvolvimento cognitivo do 
educando.
Com base na perspectiva freiriana, o conteúdo da Educação Ambiental provém desta 
realidade como forma de foco de interesse em que o aprendizado acontece mediado pelas 
necessidades ou simplesmente pelas observações e reflexão no seu posicionamento no mundo. 
Esta é uma atitude política em que o processo educativo gera o sentidoda participação enquanto 
possibilidade de crítica e transformação das realidades cujas necessidades fundamentais da 
vida são ameaçadas. A atitude é, conscientemente, definida pelos sujeitos que se posicionam 
e se responsabilizam pela existência livre de toda a forma de manipulação política ou de 
interesses de poder pessoal. 
A práxis implica a síntese em que teoria e prática se inter-relacionam de modo equitativo e 
assim provocam o movimento pela educação, que implica a tomada da consciência da realidade, 
de modo não mais alienado e superficial, mas numa releitura iluminada pela consciência 
histórica e social dos conteúdos. 
A realização da práxis pedagógica provoca a emancipação da sociedade de suas 
relações de dependência. Sob esta ótica, a sociedade vem sendo desafiada a repensar 
politicamente sua relação com o ambiente, confrontando o modelo de sociedade que se realiza 
com o consumo para além das reais necessidades humanas, caracterizando a demanda 
contínua e progressiva de recursos naturais, consumo de energia e geração de trabalho.
No contraponto, há a própria limitação conferida pela natureza, cujos recursos tendem ao 
esgotamento, com tempos geológicos de reposição. Uma educação que se pretende “ambientar” 
tem o desafio de religar as questões da sociedade e da natureza, todas as dimensões biofísicas 
e sociais que compõem o desenvolvimento da humanidade no planeta terra. 
O entendimento do processo educativo como ato político suscita reflexão sobre que 
propósito a educação atende; se está a serviço da emancipação política ou da formação para 
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o ajuste do indivíduo na sociedade global. 
FIGURA 1 – INTEGRAÇÃO DA PRÁXIS EDUCATIVA COM O MOVIMENTO PARA AS 
SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS 
FONTE: Adaptado de Sato (2004)
Compreender criticamente a realidade dos problemas ambientais envolve uma leitura 
da realidade local, mas interpretada sob referenciais teóricos mais amplos proporcionados pela 
pedagogia da autonomia e da libertação (ver figura a seguir), como ressalta Paulo Freire na 
obra Pedagogia da Autonomia (2002).
FIGURA 2 – PAULO FREIRE E SUA ACUIDADE COMO OBSERVADORA DA 
REALIDADE 
FONTE: Disponível em: <http://professoreducacional.blogspot.
com/2010_10_01_archive.html>. Acesso em: 20 jan. 2011.
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Esta perspectiva se distancia da educação adestradora, cujo aprendizado ocorre por 
condicionamento de respostas operantes, apresentada por Burrhus F. Skiner. Entende-se que 
o comportamento é ensinado por meio de esforços imediatos e contínuos a uma resposta aos 
estímulos, que induzirão o indivíduo a ter a resposta cada vez mais adequada. 
A fundamentação deste entendimento está nos experimentos realizados com animais 
em laboratórios no qual identifica respostas do tipo reflexo, condicionadas ou não, que são 
emitidas devido a estímulos sensoriais como a salivação em resposta à comida e a contração 
da pupila diante da luz.
Freire (2002) propõe que o aluno como um sujeito social e histórico, com suas próprias 
experiências traz conhecimentos, portanto o aprendizado e o ato de ensinar são muito mais 
do que um treinamento similar ao processo operatório realizado no adestramento de animais. 
Trata-se de sujeitos de procura, de decisão e de opção. Portanto, sujeitos não meramente 
reprodutores do conhecimento e aprendizes que reproduzem a realidade, mas são seres de 
transformação. 
Como eixo norteador de sua prática pedagógica é possível a formação ética dos 
educadores, conscientizando-os sobre a importância de estimular os educandos a uma reflexão 
crítica da realidade em que estão inseridos. 
Ao abordar a questão ambiental na educação há que se considerar sistemicamente as 
relações entre o global e o local que ora se distinguem e ora interagem e interatuam, como se 
refere o art. 4o da Lei no 9 que define para a EA uma abordagem articulada das questões 
ambientais locais, regionais, nacionais e globais. 
A tendência da educação foi de apresentar os problemas sociais e ambientais sem 
situá-los espacialmente e socialmente, eram problemas distantes da realidade do educando, 
tornando o processo de ensino e aprendizagem sem foco de interesse, o conteúdo ministrado 
é apreendido mecanicamente, como uma informação curiosa, mas que não gera um debate, 
uma compreensão significativa e uma conexão com a sua própria vida, capaz de suscitar 
um questionamento sobre o estilo de desenvolvimento, o compromisso da sociedade e dos 
indivíduos quanto à degradação ambiental em curso. 
De outro lado ao localizar um problema, situando-o no contexto do educando, perde-se 
a universalidade da questão ambiental no mundo contemporâneo, simplificando a questão com 
soluções pequenas e individuais de comportamentos, no qual não descolados.
A Educação Ambiental visa lançar questionamentos sobre a forma como os indivíduos 
e as coletividades se posicionam neste mundo, gerando profundas transformações nas 
condições de vida do planeta Terra. Ao propor a contextualização do cotidiano, a dialogicidade, 
a relação da teoria com a prática o objetivo da proposta de Paulo Freire é passar de uma visão 
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de mundo baseada no senso comum para uma visão crítica da realidade, capaz de estimular 
a transformação, gerando-se então uma ação pedagógica fundamentalmente libertadora. A 
educação é o lócus da reflexão, o que implica relacionar o mundo vivido, as experiências 
cotidianas com as teorias.
DIC
AS!
Caro(a) acadêmico(a)! Para aprofundar os conhecimentos 
sobre a abordagem de Paulo Freire, sugerimos a leitura do 
texto: PERNAMBUCO, Marta Maria; SILVA, Antonio Fernando G. 
da. Paulo Freire: a educação e a transformação do mundo In: 
CARVALHO, Isabel Cristina Moura de; GRÜN, Mauro; TRAJBER, 
Rachel (Orgs). Pensar o Ambiente: bases filosóficas para a 
Educação Ambiental. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria 
de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, UNESCO, 
2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/
publicacao4.pdf>. Acesso em: 20 jan. de 2011.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que: 
	A Lei da EA foi aprovada em 1981, sendo constituinte da Política Nacional do Meio Ambiente. 
Garante o direito de todos à educação permanente, para todos os níveis de ensino e 
escolaridade, integrada e comprometida com a realidade e complexidade da questão 
ambiental.
	A Constituição Federal de 1988 reitera a promoção da EA como um direito de todos. Já a 
IDB prevê que o ensino fundamental forme para o conhecimento e valores compreensivos 
quanto aos ecossistemas e à realidade socioambiental do país. 
	Nos anos 90, o planejamento passa a ter uma conotação participativa, em especial em 2004, 
o Ministério da Educação instituiu as Consultas Públicas como forma de definição da Política 
Nacional.
	O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade 
Global e o PRONEA orientam os educadores para práticas pedagógicas fundamentadas 
na transversalidade e interdisciplinaridade; sustentabilidade socioambiental; democracia 
e participação social; integração dos sistemas de ensino e desenvolvimento e meio 
ambiente.
	A EA não está restrita a um momento do currículo escolar ou a uma série do ensino 
fundamental, deve ser permanente na escola, estar no Ensino Médio e Fundamental e 
permanecer durante toda a vida do cidadão, ocupando os espaços de formação não formais, 
tais como os meios de comunicação e os programas de capacitação do mundo do trabalho. 
A responsabilidade para a execução, implementação das ações formais e não formais é dos 
órgãos integrantes do SISNAMA, as empresas, instituições entidades de classe. 
	Educação é compreendida como um processo a ser planejado e implementado por educadores 
atuantes e criativos, engajados na construção de novos valores de sustentabilidade e 
corresponsabilidade.Isto exige uma atitude constante de atualização no tempo e no espaço, 
com a leitura crítica da realidade, em particular quanto aos modos de uso e apropriação dos 
recursos naturais.
	Como A EA pressupõe fortes vínculos com a realidade, são salutares as contribuições 
quanto à perspectiva Freiriana de educação como base teórica e metodológica. Entre os 
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ensinamentos de Paulo Freire destacamos: a educação como um processo que parte de 
sujeitos vinculados a um mundo real, o conteúdo de ensino e aprendizagem proveem desta 
realidade; as necessidades são o foco de interesse do ensino-aprendizagem; a educação 
visa à formação política e à responsabilidade dos sujeitos como agentes figurativos dos 
processos históricos, transformação social e de construção da realidade. 
	A práxis implica a síntese em que teoria e prática se inter-relacionam de modo equitativo 
e assim provocam o movimento pela educação, que implica a tomada da consciência da 
realidade, de modo não mais alienado e superficial, mas numa releitura iluminada pela 
consciência histórica e social dos conteúdos. 
	O entendimento do processo educativo como ato político suscita reflexão sobre que propósito 
a educação atende; se está a serviço da emancipação política ou da formação para o ajuste 
do indivíduo à sociedade global. 
	Ao propor a contextualização do cotidiano, a dialogicidade e a relação da teoria com a prática 
o objetivo da proposta de Paulo Freire é passar de uma visão de mundo baseada no senso 
comum para uma visão crítica da realidade, capaz de estimular a transformação, gerando-se 
então uma ação pedagógica fundamentalmente libertadora.
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1 Faça uma síntese dos artigos mais importantes da Lei no 9.755/99, comentando sobre 
possíveis impasses para implementar os pressupostos legais. 
2 No Brasil, a legislação, muitas vezes, tende a regular as situações ideais sobre a 
forma como a sociedade deve proceder. Porém, no campo ambiental há grande 
distanciamento entre os princípios legais e a sua execução efetiva. Como a consulta 
participativa na elaboração do PRONEA pode ajudar a solucionar estes impasses? 
3 Em que consiste o planejamento educacional numa perspectiva processual?
4 Quais são as contribuições de Paulo Freire para uma proposta de educação voltada 
para a formação de novos valores de sociedade e sua relação com o ambiente? 
5 Por que a EA valoriza uma formação de um agente ativo, capaz de decisão política 
e de exercício da cidadania? 
6 A perspectiva da práxis pedagógica é amplamente conhecida entre os educadores, 
porém poucos fazem a opção por esta proposta. Quais os possíveis esforços pessoais 
e mudanças institucionais para que os educadores optem pela proposta freiriana de 
ensino-aprendizagem?
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PLANEJAMENTO E ATUAÇÃO 
DO EDUCADOR AMBIENTAL
1 INTRODUÇÃO
2 A POLÍTICA, GESTÃO E ENGAJAMENTO 
 PROFISSIONAL NA PROMOÇÃO DA EA
TÓPICO 3
UNIDADE 1
Neste tópico serão apresentadas sugestões para o exercício do educador ambiental, 
que inicia seu trabalho no planejamento educacional e avança com a sua inserção tanto na 
política pública, como na gestão empresarial. Sua atuação pode ser diferenciada se engajada 
e articulada de modo participativo e cooperativo, assim propiciando ações coletivas propensas 
a resultados ampliados.
Observe que o educador engajado na promoção de novos ideários, que visa motivação 
dos sujeitos para a participação, precisa assumir uma postura que vai além do simples 
repasse de informação ou de quem realiza a formação. O educador age como um facilitador 
dos processos de ensino aprendizagem, na medida em que visa o efetivo envolvimento e 
compromisso do educando na busca pelo conhecimento e vivência de novas experiências de 
vida e de relacionamento com o mundo. 
A Educação Ambiental está mais propriamente inserida na proposta de gestão ambiental 
integrada, ou seja, no planejamento participativo que integra os aspectos físicos, químicos e 
Não nasci marcado para ser professor assim. Vim me tornando desta forma 
no corpo das tramas, na reflexão sobre a ação, na observação atenta a outras 
práticas ou à prática de outros sujeitos, na leitura persistente, crítica, de textos 
teóricos. Não importa se com eles estava de acordo ou não. [...] Ninguém 
nasce feito. Vamos nos fazendo aos poucos na prática social que tomamos 
parte. (FREIRE, 1983, p. 87).
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biológicos com os aspectos socioeconômicos. Constitui-se a leitura dos modos de apropriação 
social dos recursos naturais, numa perspectiva sistêmica.
O PRONEA (BRASIL, 2010) sugere as seguintes formas de atuação para o educador 
e o gestor ambiental:
	influenciando no planejamento das políticas públicas, participando dos espaços participativos 
(conselhos, fóruns comitês etc.);
	promovendo a transversalidade da questão ambiental, disseminando-a nos diferentes setores 
da gestão pública e privada (secretarias de obras, turismo, saneamento, saúde, educação, 
urbanismo, agricultura, indústria e comércio);
	construindo e implementando a Agenda 21, nas mais diversas esferas de atuação (município, 
escolas, nações e regiões);
	estimulando a formação, qualificação e aperfeiçoamento em Educação Ambiental dos 
trabalhadores e da população em geral;
	realizando diagnósticos socioambientais, inserindo matrizes de acompanhamento e 
monitoramento dos impactos ambientais gerados pelos empreendimentos.
Nesta perspectiva, ao atuar com adultos, o gestor ambiental é o facilitador dos processos 
de ensino-aprendizagem, para instituir mudanças significativas nas relações sociedade/
natureza. O facilitador tem a tarefa de motivar os participantes para que se responsabilizem 
por sua própria experiência de aprendizagem, garantindo, assim, a autonomia na busca da 
aprendizagem após o momento da capacitação.
A aprendizagem não é apenas resultado do esforço de quem ensina, mas, de antemão, 
depende da vontade de aprender. Portanto, a primeira tarefa do educador é motivar o educando 
para a busca da aprendizagem. A aprendizagem é resultado de um desenvolvimento autônomo, 
no qual os capacitadores podem colaborar como facilitadores e mediadores desta busca.
 Já, para o educador ambiental que trabalha em instituições de ensino, suas ações 
consistem em: 
	colaborar no planejamento dos projetos políticos pedagógicos, de modo a contemplar a 
educação ambiental conforme a legislação; 
	promover a transversalidade da questão ambiental no currículo contribuindo com a 
capacitação dos educadores e na elaboração de projetos integrados com as mais diversas 
áreas do conhecimento e a troca de experiências entre os educadores e assim, estimulando 
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a formação de coletivos de educadores; 
	viabilizar a participação e automobilização dos jovens e crianças para com as questões 
ambientais emergentes, em especial as relacionadas diretamente com a sociedade local; 
	estimular a formação, qualificação e aperfeiçoamento em Educação Ambiental dos 
trabalhadores e da população em geral, quando atua nos cursos profissionalizantes ou de 
formação universitária.
3 OS COLETIVOS JOVENS
Em 2003, o Ministério do Meio Ambiente lançou a campanha Vamos Cuidar do Brasil, 
com a Conferência Nacional do Meio Ambiente, reunindo jovens e infantojuvenis de dezesseis 
mil escolas, das mais diversas procedências do país. A Conferência primou pelo processo 
participativo das comunidades e das escolas, elaborando uma proposta de política ambiental 
de caráter sistêmico, inter e multidisciplinar; com estratégias de gradativa implementação tanto 
para a educação presencial com a difusa e a distância. 
Com este programa, o MEC passa a atuar para além da formação de professores do 
Ensino Fundamental (com ênfase da 5ª à 9ª série) e na elaboração de materiais didáticos. 
Um dosprogramas mais amplos de educação não formal, previstos na política nacional, foi 
desencadeado com a juventude. Em todos os estados foram criados os Coletivos Jovens (CJ) 
de Meio Ambiente, com o objetivo de criar instrumentos de gestão para a afirmação cidadã. 
Motivados, os grupos organizados ou indivíduos se colocam num movimento autônomo e 
horizontal, por fomentar o empoderamento e a participação do segmento jovem nas ações 
relacionadas com as questões socioambientais emergentes 
Os coletivos são espaços de interlocução, implementados pelo MEC, MMA e Secretaria 
Nacional de Juventude; coordenados por educadores locais que estimulam a mobilização de 
adolescentes para a realização da Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente.
 Foi realizada uma conferência em 2003, envolvendo 5.658.877 estudantes e 
professores, 15.452 escolas. Como resultado foi elaborada a Carta Jovens Cuidando do Brasil, 
a criação da Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida nas Escolas-Com-Vidas, do 
Programa Vamos Cuidar do Brasil e a criação dos Coletivos Jovens de Meio Ambiente. 
FONTE: Adaptado de: <http://www.scribd.com/doc/56976518/12/A-Conferencia-Nacional-Infanto-
Juvenil-pelo-Meio-Ambiente-representa-um>. Acesso em: 23 ago. 2011.
Em 2005, foi realizada a II Conferência. Na ocasião foi elaborada a Carta das 
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Responsabilidades – Vamos Cuidar do Brasil, que contribui para o Programa Vamos Cuidar 
do Brasil com as Escolas e reafirma a importância dos coletivos. A carta é um manifesto de 
compromisso dos jovens com a construção de uma “sociedade justa, feliz e sustentável” e 
com “responsabilidades e ações cheias de sonhos e necessidades”. (HENRIQUES; TRAJBER; 
MELLO; LIPAI; CHAMUSCA, 2007).
FIGURA 3 – PROGRAMAS INTEGRADOS DE EA QUE VISAM CAPACITAR E FORTALECER 
GRUPOS DE EDUCADORES E EDUCANDOS
FONTE: Disponível em: <www.mma.gov.br/propostasdasescolas>. Acesso em: 20 jan. 2011. 
Os coletivos jovens fazem parte de programas integrados de Educação Ambiental nas escolas 
que incluem programas de formação continuada, com a organização de material didático:
a) visando à formação continuada; 
b) a formação de uma rede educação para diversidade na categoria da educação à distância; 
c) ações estruturantes COM-VIDAS que originam os coletivos jovens;
d) as conferências de Meio Ambiente nas escolas de abrangência difusa (Figura 3).
Com a intenção de construir um processo permanente de Educação Ambiental na escola 
e na comunidade, o programa contemplou quatro dimensões: 
1 Capacitação: que consistiu em programas de formação de educadoras(es) ambientais e 
educandos (coletivos jovens) para a participação.
2 Inclusão digital: implementando e mantendo um sistema informatizado, disponibilizando 
aplicativos para pesquisa escolar sobre o meio ambiente.
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3 Organização social : constituição de Conselhos de Meio Ambiente e Qualidade de Vida nas 
Escolas, estabelecendo o controle social da Educação Ambiental na escola e a implementação da 
Agenda 21 Escolar, dando suporte a atividades curriculares e extracurriculares das escolas.
4 Pesquisa-ação: incentivo a projetos de pesquisa comprometidos com a implementação de 
ações de transformação da realidade, unindo os conhecimentos aprofundados, os resultados 
de pesquisas locais e potencializando a ação das ONGs de um mesmo território, com vista à 
construção de projetos coletivos de intervenção transformadora.
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Na Unidade 2, veremos mais detalhadamente, como se efetiva 
a proposta de pesquisa-ação e de participação na Educação 
Ambiental.
Os princípios que orientam a formatação dos coletivos são a autonomia no ato de 
aprender traduzida pela ideia de que ‘jovem escolhe jovem’, ‘jovem educa jovem’ e da 
interlocução na qual ‘uma geração aprende com a outra’. O movimento gerado com os debates 
em conferências permitiu a construção de uma identidade de educadores ambientais, a formação 
política dos jovens e a continuidade do movimento para novos participantes oriundos das ações 
de mobilização. 
O objetivo é superar a visão estreita no qual os dois termos – Educação e Ambiental que 
eram considerados meros adjetivos qualitativos nos sistemas de meio ambiente passam a ser 
substantivos, onde processos de educação se tornam mais concretos; e estejam efetivamente 
em todos os níveis e modalidades de ensino: da gestão do espaço escolar ao acadêmico mais 
amplo.
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Caro(a) acadêmico(a)! Para aprofundar os seus conteúdos e 
para se inteirar dos programas governamentais, sugerimos a 
consulta na Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania 
Ambiental no site <www.mma.gov.br> e do site: <www.mec.
gov.br/ secad/educambiental>, acesse o material Coletivos 
Jovens de Meio Ambiente – Manual Orientador (2005). Fique 
atento à agenda do MDA e do MEC e participe desta mobilização 
nacional pela construção de sociedades sustentáveis.
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Neste tópico, você viu que: 
	A Educação Ambiental é também uma tarefa do gestor ambiental, em especial quando realiza 
um trabalho de natureza participativa envolvendo processos de conscientização.
	A atuação do gestor e do educador é comum, como: atores que contribuem para as políticas 
públicas, na busca de ações integradas formadas por equipes inter e transdisciplinares, 
na construção da Agenda 21, na formação ambiental de trabalhadores, no diagnóstico 
socioambiental. 
	O educador é entendido como facilitador da aprendizagem, assim fazendo a motivação para 
que a aprendiz se desenvolva autonomamente.
	No espaço escolar o educador planeja, promove a transversalidade no tratamento da questão 
ambiental, envolve o jovem e as crianças para a questão, formar profissionais.
	O MMA tem estimulado a participação dos jovens para promover a Educação Ambiental e 
o desenvolvimento sustentável nas localidades.
	Os educadores viabilizaram a organização das conferências, estimulando os jovens a se 
organizarem. Porém, a proposta dos coletivos segue o princípio da autonomia expresso na 
prática do autoaprendizagem e da construção do conhecimento no grupo onde “jovem educa 
jovem”. 
	O programa contemplou a capacitação, inclusão digital, constituição dos conselhos e 
participação, pesquisa-ação.
	Os coletivos jovens fazem parte de programas integrados de educação ambiental nas escolas 
que incluem programas de formação continuada, com a organização de material didático 
visando à formação continuada; à formação de uma rede educação para diversidade; a 
ações estruturantes COM-VIDAS e às conferências de Meio Ambiente.
RESUMO DO TÓPICO 3
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1 Com base no questionamento apresentado pelo texto: “O que aprendeu hoje na 
escola?”, faça as seguintes atividades: 
a) As instituições de ensino que você compartilha (teus amigos, irmãos, filhos ou 
sobrinhos) têm superado esta visão de mundo acrítica, descolada da natureza 
socioeconômica e política tão presente na sociedade contemporânea?
b) Perceba que a escola ao passar as informações de modo positivo, acaba construindo 
uma falsa impressão de realidade, marcando um mundo idealizado de ordem e 
progresso conferido por atuações nem sempre democráticas, dando inclusive uma 
falsa impressão de liberdade, paz, ética na política, respeito à hierarquia e status social. 
Faça um comentário sobre esta afirmação destacando o quanto estes ensinamentos 
reafirmam o status social de uma sociedade marcada pelas desigualdades, o 
clientelismo político, a reprodução da violência e a alienação social.
c) Como estes ensinamentos positivos e acríticos podem estar distantes dos propósitos 
da Educação Ambiental?
 
O que aprendeu hoje na escola?
Que aprendeu hoje na escola, 
Querido filhinho meu?
Que aprendeu hoje na escola, 
Querido filhinho meu?
Aprendi que Washington nunca mentiu, 
Aprendi que um soldado quase

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