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Caderno de Estudos
GESTÃO ESCOLAR
Prof.ª Rosinete Bloemer Pickler Buss
UNIASSELVI
2013
NEAD
Educação a Distância
GRUPO
Copyright  UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof.ª Rosinete Bloemer Pickler Buss
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
371.2
B981g Buss, Rosinete Bloemer Pickler
Gestão escolar / Rosinete Bloemer Pickler Buss. Indaial : 
Uniasselvi, 2013.
 194 p. : il 
 
ISBN 978-85-7830- 660-1
1.	 Administração escolar.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
GESTÃO ESCOLAR iii
APRESENTAÇÃO
Estimado(a) acadêmico(a)!
O conceito de gestão escolar é relativamente recente e sua pertinência está relacionada 
às novas necessidades presentes no contexto escolar. Diz respeito a uma escola que se 
organiza para atender às exigências da vida social, ou seja, formar cidadãos, oferecendo, 
ainda, a possibilidade de apreensão de competências e habilidades necessárias e facilitadoras 
da inserção social. 
Esse tipo de gestão pressupõe a organização pedagógica, administrativa e de pessoas. 
Essas dimensões correspondem à realidade escolar e, atualmente, não podem ser tratadas 
individualmente, mas devem atuar de maneira integrada, de forma a garantir a organicidade 
do processo educativo.
É nesta perspectiva que almejamos dialogar e mediar o processo de construção do 
conhecimento referente à gestão escolar. Com esta proposta, esperamos corresponder à sua 
expectativa referente à disciplina e auxiliá-lo(a) em sua prática profissional. Por isso, propomos 
estudos com vistas à compreensão do conceito de gestão escolar, a fim de que se possa obter 
êxito e motivação para prosseguir a jornada de estudante e, dessa maneira, ao finalizar esta 
disciplina, você esteja apto(a) a refletir e agir com praticidade sobre esse tema. 
Para tanto, os conteúdos foram distribuídos em três unidades e cada unidade 
subdividida em tópicos e subtópicos. Os conteúdos foram organizados de forma que você 
possa compreender os aspectos que norteiam a gestão escolar. Ao término de cada tópico 
você encontrará atividades com o objetivo de aprimorar e enriquecer mais o seu conhecimento 
sobre os conteúdos abordados. 
Na primeira unidade apresentaremos uma pequena abordagem sobre a gestão escolar 
no contexto das políticas da educação. Na segunda unidade apresentaremos enfoques 
referentes ao Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), à gestão escolar sob o olhar 
do planejar e construir projetos, e ao Projeto Político-Pedagógico (PPP), pois não poderíamos 
deixar de abordar os elementos que norteiam a elaboração, construção e prática do PPP de 
uma unidade escolar, que são, entre muitos outros, a gestão democrática e compartilhada. Na 
terceira unidade abordaremos o trabalho pedagógico e a administração escolar, assim como 
a gestão escolar e o financiamento da educação. Neste contexto, faremos uma relação entre 
a mudança de paradigma de administração e gestão, ou seja, o trabalho pedagógico. 
Esperamos, portanto, que os temas propostos neste caderno auxiliem à compreensão 
do que representa a administração escolar no contexto atual, haja vista que educação é um 
instrumento necessário para o desenvolvimento humano. É direito de cada um se tornar um 
GESTÃO ESCOLAR iv
UNI
Oi!! Eu sou o UNI, você já me conhece das outras disciplinas. 
Estarei com você ao longo deste caderno. Acompanharei os seus 
estudos e, sempre que precisar, farei algumas observações. Desejo 
a você excelentes estudos! 
 UNI
cidadão ativo, participativo e criativo. Aprender traz alegria, sentimento de liberdade, abertura 
ao novo, autonomia do pensar e agir. Quem experimenta a alegria de aprender não esquece 
jamais, pois ela se repete e se reproduz por toda vida. 
 Prof.ª Rosinete Bloemer Pickler Buss
GESTÃO ESCOLAR
SUMÁRIO
UNIDADE 1: A GESTÃO ESCOLAR NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS DA EDUCAÇÃO ....1
TÓPICO 1 – A ESCOLA .....................................................................................................3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................3
2 ESCOLA E EDUCAÇÃO – UM POUCO DO PASSADO E DO PRESENTE ..................3
3 A ESCOLA EM TRANSIÇÃO ..........................................................................................6
3.1 FUNÇÃO (INSERÇÃO) SOCIAL DA ESCOLA E DA EDUCAÇÃO ...............................7
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................13
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................16
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................17
TÓPICO 2 – A GESTÃO DA EDUCAÇÃO: POLÍTICAs E CAMINHOS A TRILHAR ....... 19
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 19
2 GESTÃO DA EDUCAÇÃO ............................................................................................. 19
2.1 GESTÃO EDUCACIONAL E GESTÃO ESCOLAR – INCUMBÊNCIAS ...................... 21
2.1.1 Gestão educacional versus gestão escolar ............................................................... 24
2.2 A GESTÃO ESCOLAR .................................................................................................. 26
2.2.1 Gestão ........................................................................................................................ 26
2.2.2 Olhares da gestão escolar ......................................................................................... 26
2.2.3 Gestão escolar democrática e seus princípios .......................................................... 27
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................. 30
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................... 34
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 35
TÓPICO 3 – O GESTOR ESCOLAR NOS TEMPOS ATUAIS E SUA FORMAÇÃO ........ 37
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 37
2 GESTOR ESCOLAR ....................................................................................................... 37
2.1 A FUNÇÃO DO GESTOR ESCOLAR E SUA IMPORTÂNCIA .................................... 38
2.2 AÇÕES PRÁTICAS DE UM GESTOR ESCOLAR ........................................................ 40
2.3.1 Gestão de competências ............................................................................................ 44
2.3.2 Gestão de pessoas .................................................................................................... 45
2.4 O GESTOR ESCOLAR FRENTE AO PLANEJAMENTO ............................................. 47
2.5 O GESTOR ESCOLAR E SUA FORMAÇÃO ............................................................... 50
2.6 A ARTE DE SER GESTOR ESCOLAR ......................................................................... 52
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................. 55
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................... 59
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 60
AVALIAÇÃO .......................................................................................................................61
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GESTÃO ESCOLAR vi
UNIDADE 2: GESTÃO ESCOLAR: PLANEJAR E CONSTRUIR PROJETOS ................ 63
TÓPICO 1 – PDE - PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA ESCOLA ............................... 65
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 65
2 PDE - QUE PLANO É ESTE? ........................................................................................ 65
2.1 PARTICIPAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DO PDE ............................................................ 67
2.2 PDE - SUA ESTRUTURA ............................................................................................. 69
2.3 PDE - ETAPAS ............................................................................................................. 70
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................... 72
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................. 73
TÓPICO 2 – PLANEJAR PROJETOS: ADQUIRIR CONHECIMENTO ............................ 75
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 75
2 TRABALHO PEDAGÓGICO E O CONHECIMENTO ..................................................... 75
2.1 CONHECIMENTO ......................................................................................................... 76
3 ESCOLA: CULTURA DE PROJETOS ............................................................................ 80
3.1 CONSTRUÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO ......................................................... 83
3.2 ROTEIRO PARA PROJETOS ..................................................................................... 86
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................... 90
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................. 91
TÓPICO 3 – PLANEJAR: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO .................................... 93
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 93
2 FUNDAMENTOS DO PPP .............................................................................................. 94
2.1 A CONSTRUÇÃO DO PPP É RESPONSABILIDADE DE QUEM? .............................. 99
2.2 GESTÃO DEMOCRÁTICA E COMPARTILHADA ....................................................... 100
2.2.1 Características da gestão democrática .................................................................... 102
2.3 PPP: NECESSIDADE, DIREITO OU DEVER? ............................................................ 107
2.4 COMO ELABORAR UM PPP ...................................................................................... 109
2.4.1 Roteiro ....................................................................................................................... 109
2.5 AVALIAR É PRECISO .................................................................................................. 111
2.5.1 Avaliação institucional? Por quê? .............................................................................. 112
2.5.2 Objetivos: avaliação institucional ............................................................................... 113
2.5.3 Campos a serem avaliados ....................................................................................... 114
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................. 118
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................... 123
AVALIAÇÃO ....................................................................................................................... 125
UNIDADE 3: ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR E O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO ........ 127
TÓPICO 1 – A GESTÃO ESCOLAR E O TRABALHO DO PEDAGOGO ......................... 129
GESTÃO ESCOLAR vii
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 129
2 ADMINISTRAÇÃO/ GESTÃO ESCOLAR ...................................................................... 129
3 FUNÇÃO DO PEDAGOGO ............................................................................................ 130
4 PEDAGOGOS/ESPECIALISTAS .................................................................................... 132
4.1 SUPORTE PARA O TRABALHO PEDAGÓGICO ........................................................ 132
4.2 ADMINISTRADOR ESCOLAR .................................................................................... 133
4.3 ORIENTADOR ESCOLAE ........................................................................................... 134
4.4 SUPERVISOR ESCOLAR ............................................................................................ 135
5 O SENTIDO DA PEDAGOGIA ....................................................................................... 138
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................. 138
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................... 140
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................. 141
TÓPICO 2 – ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR E O TRABALHO PEDAGÓGICO ............... 143
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 143
2 A GRANDEZA DO TRABALHO PEDAGÓGICO ............................................................ 143
3 COORDENAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO ...................................................... 146
3.1 O GESTOR DEVE LIDERAR COM A RAZÃO OU COM A EMOÇÃO? ........................ 146
4 TRABALHO PEDAGÓGICO – COMO AVALIAR? ......................................................... 152
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................... 155
TÓPICO 3 – GESTÃO ESCOLAR E O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO ................... 157
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 157
2 FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO – LEI DARCY RIBEIRO ....................................... 157
3 GESTÃO DOS RECURSOS FINANCEIROS – PROGRAMAS ALTERNATIVOS ......... 159
3.1 FNDE ............................................................................................................................ 160
3.2 PDDE ............................................................................................................................ 162
3.3 FUNDESCOLA ............................................................................................................. 162
4 E O SALÁRIO-EDUCAÇÃO? O NOSSO SALÁRIO! ..................................................... 163
4.1 UM POUCO DA HISTÓRIA .......................................................................................... 163
4.2 FUNDEB ....................................................................................................................... 166
4.3 VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO – FUNDEB ........................................................... 169
5 FINANCIAMENTO E A DESCENTRALIZAÇÃO ............................................................ 170
5.1 PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA EXECUÇÃO .................................................. 172
5.1.1 Orçamento educacional ............................................................................................. 172
6 PRINCÍPIOS DA GESTÃO ESCOLAR FRENTE AO FINANCIAMENTO ...................... 173
6.1 GESTÃO FINANCEIRA: PASSOS FUNDAMENTAIS ..................................................174
7 CONSELHO ESCOLAR E O FINANCIAMENTO .......................................................... 176
7.1 CONSELHO ESCOLAR ............................................................................................... 176
7.1.1 Função do Conselho Escolar .................................................................................... 179
7.1.2 Atribuições do Conselho Escolar ............................................................................... 180
GESTÃO ESCOLAR viii
7.1.3 Eleição e composição do Conselho Escolar ............................................................. 181
8 PARCEIROS DA GESTÃO ESCOLAR FRENTE AO FINANCIAMENTO ...................... 182
8.1 PARCERIAS: SOLUÇÕES POR INTERESSES COMUNS ....................................... 182
8.2 ÂMBITO DAS PARCERIAS: PÚBLICO, CIVIL E ESTATAL ......................................... 184
8.3 POSSIBILIDADES DE PARCERIA ............................................................................... 184
8.4 CUIDADOS AO CAPTAR RECURSOS ........................................................................ 185
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................... 188
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 189
AVALIAÇÃO ....................................................................................................................... 190
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 191 
 
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UNIDADE 1
A GESTÃO ESCOLAR NO CONTEXTO 
DAS POLÍTICAS DA EDUCAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 A partir desta unidade você será capaz de:
	identificar e analisar a função social da escola;
	reconhecer as incumbências da gestão escolar;
	constatar e discutir sobre os princípios da gestão democrática no 
contexto e atuação da gestão escolar;
	compreender e identificar a importância do gestor para a 
comunidade escolar;
	elencar as ações e competências do gestor no cotidiano escolar.
TÓPICO 1 – A ESCOLA
TÓPICO 2 – A GESTÃO DA EDUCAÇÃO: 
POLÍTICAS E CAMINHOS A TRILHAR
TÓPICO 3 – O GESTOR ESCOLAR NOS TEMPOS 
ATUAIS E SUA FORMAÇÃO
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada 
um deles, você encontrará atividades que o(a) ajudarão a refletir e a 
fixar os conhecimentos abordados.
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Caro(a) acadêmico(a), neste primeiro tópico da disciplina “Gestão Escolar” faremos uma 
breve abordagem sobre o que é escola, educação e a sua função social com e na sociedade. 
Comentaremos brevemente sobre o passado e o presente da escola em relação às concepções 
e mudanças na política educacional. Para tanto, contaremos com autores como José Carlos 
Libâneo, Lauro Carlos Wittmann, entre outros, que são referências na gestão escolar. 
Como leitura complementar apresentaremos recortes do texto: “Por que é importante 
conhecer a legislação educacional?” Este texto, caro(a) acadêmico(a), ajudará a perceber 
que a Constituição e a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) expressam o pleno desenvolvimento 
da educação. 
A ESCOLA 
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1
UNIDADE 1
DIC
AS!
Estimado(a) acadêmico(a), para melhor compreensão e análise das suas 
leituras, sugiro que ao ler faça sínteses, esquemas, sublinhe ideias que 
julgue importantes. Estas são formas de organizar as ideias principais 
do texto. Então, desejo a você um bom estudo!
2 ESCOLA E EDUCAÇÃO – UM POUCO 
 DO PASSADO E DO PRESENTE
Certamente, você já estudou sobre a escola, sua origem, função, enfim, já possui 
bem definido o significado da sua nomenclatura. Para iniciar o estudo sobre a gestão escolar 
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é preciso observar a necessidade de lançar rapidamente o olhar sobre a escola. Por isso, 
convido-os a olharem com estranheza para a mesma, pois afinal, que lugar é este? Esta 
releitura será relevante para que possamos, no decorrer deste Caderno de Estudos, dialogar 
com mais propriedade sobre o que acontece e/ou deveria acontecer no chão da escola sob o 
olhar atento da gestão escolar. 
 A escola, segundo o Dicionário Aurélio, “[...] tem origem na palavra grega Scholé, 
significando ócio, lugar de descanso de trabalho, folga”. O termo adquiriu esse sentido na 
antiga Grécia, devido seu povo ser amante do pensar e do poder, assim, criou-se a skolé, 
que “designava o templo liberto de ocupações, que podia ser dedicado livremente à amizade 
e à cultura do espírito, como o correspondente latino otium”. (ARÉNILLA et al., 2001, p. 151).
A escola, organizada historicamente pela humanidade, objetivou a socialização do saber 
sistematizado. Desta forma, esta instituição é apresentada como um lugar onde se ministra o 
pensar, onde se ensina as diversas ciências e se multiplica o conhecimento. Conhecimento 
este que a sociedade julga necessário transmitir às novas gerações. 
Neste sentido, a escola foi criada por volta do século XVII, tendo como objetivo reproduzir 
e manter o sistema político vigente na época. No entanto, nenhuma outra forma de organização 
institucional até nos dias atuais foi capaz de substituir a escola. 
Há cerca de 200 anos, a escola deixou de ser privilégio somente para os filhos da elite 
e passou a ser percebida como uma instituição relevante para os filhos de todas as camadas 
sociais. Isto foi possível graças às mudanças políticas desencadeadas pelos movimentos da 
Revolução Francesa e da Democracia Americana. (PENIN, 2001).
A partir desses acontecimentos políticos, a escola e os movimentos pela busca da 
democracia aumentaram. Neste sentido, a escola e a democracia estão mais próximas. 
Podemos dizer que se deu início a uma longa luta para transformar a escola de alguns, para 
muitos. Luta esta que ainda não se encerrou. 
Você já deve estar percebendo que fica difícil falar sobre a escola sem adentrar na 
questão da democracia, autonomia, descentralização e temas afins. Por isso, trataremos desses 
aspectos no transcorrer deste Caderno de Estudos. 
Você verá, no transcorrer desta disciplina, textos e atividades sobre a 
gestão escolar democrática, autônoma, participativa, compartilhada. 
Mas, vamos com calma, passo a passo chegaremos lá!
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Dando continuidade, caro(a) acadêmico(a), desde o momento da institucionalização 
da educação, muitas coisas mudaram. Dentre as mudanças, rompeu-se com a discriminação 
entre as classes sociais, oportunizando uma escola para todos. Enquanto isso, no Brasil, as 
coisas aconteciam de forma diferente, o direito ao acesso escolar ainda era um privilégio dos 
poucos que pertenciam às camadas da elite (filhos das classes altas) e aos homens também 
das classes mais favorecidas, excluindo as mulheres.
UNI
Atualmente, as mulheres ocupam os mais diversos cargos profissionais 
em nossa sociedade brasileira. Os dados do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE) de 1996 mostram que os homens estavam 
em vantagem na média de anos em estudos em relação às mulheres até 
os anos 80. No período de 1990 a 1996, a média dos anos de estudos 
entre os homens e as mulheres teve uma mudança significativa. 
Neste contexto, no Brasil, desde o começo de nossa história foi forte a tradição de 
uma escola para poucos. A educação é um processo amplo, que não se restringe só à escola; 
no entanto, a mesma é um espaço privilegiado de formação humana, ou seja, formação do 
educando e de todos os que por ela passam. 
Após a Proclamação da República (que aconteceu no fim do século XIX), a situação 
das escolas, para uma minoria, começou a mudar no início do século XX. Para que a 
escola possa cumprir seu papel de contribuir com o pleno desenvolvimento das pessoas 
e prepará-las, qualificá-las para exercitarem sua cidadania e trabalho, a Constituição ea 
LDB (Lei de Diretrizes e Bases) estabeleceram prioridades necessárias para este fim. É 
preciso ousar na construção de instituições de ensino, cujas concepções estejam voltadas 
à escola para todos. 
Vale lembrar que a diferença em relação às escolas do passado é que estas atendiam 
poucos alunos. Por sua vez, as escolas públicas de hoje estão repletas, cheias de alunos 
das mais variadas etnias e classes sociais, enquanto as escolas que atendem uma minoria e 
obtêm uma clientela seletiva são as escolas privadas, para as quais as famílias pagam pelos 
estudos dos filhos. 
Assim, ao analisar a trajetória da escola, é importante lembrar que as instituições 
permanecem e vão modificando a passos lentos. Nesta perspectiva, estudar a escola, em sua 
competência, no passado e no presente, é relevante para iniciar a discussão sobre a gestão 
escolar. Por este viés, poderemos compreender o contexto das relações em que se institui a 
escola e se desenvolve a educação. 
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3 A ESCOLA EM TRANSIÇÃO 
A escola está em constante transformação, pois com a crise do paradigma convencional, 
a mesma transita para uma reestruturação capitalista, e adapta-se às mudanças do mundo do 
conhecimento. Estes processos de transformação afetam direta e indiretamente a organização 
escolar em sua conjuntura, principalmente na qualificação profissional dos professores, nos 
sistemas de ensino e na maneira de gerir a educação.
Essas transformações, em nível mundial, advêm de um conjunto de acontecimentos 
que caracterizam novas realidades sociais, econômicas, políticas, culturais e até mesmo 
geográficas. Dentre esses aspectos, os mais visíveis são: 
	avanços tecnológicos;
	globalização; 
	qualificação profissional;
	mudanças nas concepções, funções e papel dos Estados, buscando fortalecimento nas leis 
de mercado;
	avanços no sistema educacional, estando mais voltados à pesquisa, na produção do 
conhecimento;
	aumento da exclusão social etc.
Os aspectos que influenciam mais diretamente a escola e o desenvolvimento do trabalho 
dos docentes são, segundo Libâneo (2004), “as mudanças na economia”. Estes aspectos 
estimulam as pessoas a se prepararem para a competitividade do mercado de trabalho; e os 
que não conseguirão competir são socialmente excluídos. Atualmente, a sociedade vive a 
transição da sociedade industrial para a sociedade da informação. Neste contexto, destaca-
se a produção de bens culturais primando pela informação. Assim, o papel da escola e dos 
professores está em propiciar melhores condições intelectuais, sociais e afetivas para as 
pessoas, alunos, comunidade como um todo. 
Desta forma, as unidades escolares têm a função de preparar os alunos não só para 
o mercado de trabalho, mas ampliar suas capacidades no âmbito reflexivo e crítico, através 
do conhecimento científico e da tecnologia da informação, partindo da realidade e bagagem 
cultural do aluno. 
Além disso, caro(a) acadêmico(a), vivemos um processo de “despolitização da sociedade” 
e, consequentemente, uma diminuição da confiança do povo nas ações públicas dos nossos 
governantes. Agrava-se, com isso, a individualidade e a insensibilidade social. Deste modo, a 
escola é desafiada a preocupar-se em realizar novas formas de fazer política, principalmente 
no âmbito da participação nos processos decisórios que permeiam a sociedade civil. 
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Com este olhar, caro(a) acadêmico(a), você estudará, junto comigo, 
mais adiante, acerca da importância da gestão escolar ativa e 
participativa no contexto social. 
Dentre estes aspectos, também convivemos com a crise dos valores morais e éticos. 
A revitalização e elaboração de novos valores perpassam pelos bancos escolares, atingindo 
ações cotidianas nas relações entre os povos, em suas diversas etnias, grupos sociais e no 
respeito e reconhecimento das diversas identidades culturais e sociais. A escola, portanto, 
tem obrigação em auxiliar na educação das pessoas que por ela passam. Portanto, caro(a) 
acadêmico(a), a nossa missão de educador, docente ou gestor escolar, está vocacionada à 
inserção social e, principalmente, à garantia dos direitos humanos. 
DIC
AS!
Caro(a) acadêmico(a), para aprofundar o conteúdo sugiro a leitura do 
texto: “Uma escola para novos tempos”. Você encontrará este texto, 
escrito por José Carlos Libâneo, no capítulo II, p. 44 - 62 do livro 
“Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática”. Goiânia: Editora 
Alternativa, 2004. O texto aborda questões voltadas ao papel da escola 
mediante a sociedade; a relação com a democracia, a comunidade e a 
cultura, com foco na educação. 
3.1 FUNÇÃO (INSERÇÃO) SOCIAL DA 
 ESCOLA E DA EDUCAÇÃO
A função social da escola, nos meandros da gestão escolar, é um dos assuntos mais 
debatidos atualmente na educação. Vivemos um período de transformação na história da 
humanidade, cabendo à escola a função de contribuir para o desenvolvimento das capacidades 
do sujeito e à construção das condições subjetivas de pensar e criar projetos de sociabilidade. 
Para tanto, a instituição escolar deve encontrar sentidos para agir de forma compartilhada, 
focando a sensibilidade dos sujeitos que compõem a comunidade escolar. 
As funções da escola estão voltadas a oferecer oportunidades educacionais valorizando 
a herança cultural e a (re)construção do saber acumulado pela sociedade, ou seja, pela 
humanidade. 
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Observe o mapa conceitual a seguir, que sintetiza as funções da escola: 
FONTE: Brasil (2004, p. 33)
Quando a sociedade se defronta com mudanças significativas em suas bases sociais e 
tecnológicas, pode-se verificar que novas atribuições são exigidas das escolas. Neste foco, a 
função social da escola é revista, assim como, seus limites e possibilidades são questionados. 
Comecemos por lembrar, segundo Penin (2002, p. 17), “[...] que a escola representa a 
instituição que a humanidade criou para socializar o saber sistematizado”. Assim, a sua função 
social varia, relacionando-se aos mais diferentes momentos da história, às culturas, conforme 
a região e povos que constituem a comunidade escolar. 
Sabe-se, portanto, que cada sociedade cria sua própria forma de educação e 
escolarização, em conformidade com suas características culturais. Neste aspecto, vemos que 
a educação está intrinsecamente ligada ao passado e ao futuro das mais diversas gerações 
que compõem sua comunidade escolar. Desta forma, o conhecimento transmitido pela escola 
expressa significativamente esta mão dupla, caminhando a passos lentos, focando sempre os 
momentos históricos, as mudanças nas relações que os homens estabelecem entre si.
Neste sentido, pode-se afirmar que a função da escola está em realizar o processo 
educativo, visando o conhecimento, de acordo com os anseios dos alunos, sua cultura e da 
realidade de sua comunidade. A construção da cultura e da história de uma instituição precisa 
ser partilhada e depende de todos que dela fazem parte. 
Na escola, como estabelecimento de ensino, espera-se encontrar o cumprimento de 
sua função social na construção efetiva do indivíduo, oportunizando condições educativas 
favoráveis, visão de mundo ampla, com uma perspectiva crítica do futuro. 
Para Wittmann (2004b, p. 16), a “[...] função da escola é garantir educação aos 
estudantes, contribuindo para que se tornem sujeitos, isto é, autores e senhores de suas 
vidas. Isto significa criar oportunidades para que eles decidam, pensem, tornem-se livres e 
responsáveis, autônomos, emancipados”.
INSERÇÃO (FUNÇÃO) SOCIAL DA ESCOLA
Construção das condições para a
intervenção da escola. 
Apropriação e incorporação 
da herança cultural do povo. 
FIGURA 1 – MAPA CONCEITUAL
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A Constituição de 1988 define, em seu Artigo 205, que “a Educação é 
um direito de todos e dever doEstado e da Família”. 
A escola, como mediadora do processo educacional e formadora dos sujeitos de sua 
história e da história do seu entorno, tem a função de incorporar o patrimônio cultural da 
humanidade; (re)construir o saber historicamente acumulado e apropriar-se do saber produzido 
e acumulado pela humanidade. A escola possui ainda duplo papel, ou seja, de formar não 
somente os indivíduos para o mercado de trabalho, mas também uma cultura que, vem por 
sua vez, penetrar, auxiliar e modificar a cultura da sociedade atual. 
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A finalidade social da escola deve ser realçada para o conjunto dos 
agentes que a produzem no nível da sociedade, do sistema de ensino 
e, sobretudo, no âmbito da escola. Essa finalidade implica em uma 
atualização histórico-cultural do educando por meio da apreensão dos 
saberes historicamente produzidos pelo conjunto da sociedade. 
Neste viés, a escola tem contribuição moral e cognitiva, formando pessoas para o 
convívio no contexto social, familiar e escolar no cumprimento de seus direitos e deveres para 
consigo e a sociedade à qual pertencem. 
FIGURA 2 – ESCOLA E COMUNIDADE, SEMPRE ARTICULADAS
FONTE: A autora
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Não se credita à escola somente a responsabilidade pela preservação dos conhecimentos 
historicamente sistematizados, mas também uma ampla participação no processo de educação 
continuada.
Nos dias atuais, a Educação Continuada refere-se à aprendizagem com o objetivo de 
obter as qualificações demandadas pelo mercado de trabalho que se encontra em constante 
mutação. Atende, neste sentido, de maneira ágil as necessidades de mudanças nas habilidades 
profissionais por parte do mercado de trabalho, permitindo assim que a aprendizagem se realize 
em consonância com as limitações de tempos onipresentes.
Atribui-se à escola a responsabilidade de oportunizar um ambiente onde se divide e 
multiplica o processo de construção do conhecimento, buscando transformar esse ambiente 
num espaço especializado para o desenvolvimento das capacidades intelectuais dos sujeitos 
que por ela passam. A escola se desenvolve quando procura valorizar a sensibilidade, 
responsabilidade, respeitabilidade, conviviabialidade através dos aspectos cognitivo, afetivo 
e social dos indivíduos que compõem o universo escolar. 
Independentemente do sistema político vigente, em todas as sociedades é atribuída 
à escola a tarefa de transmitir o conhecimento acumulado para as mais variadas gerações. 
Nessa perspectiva, conforme Dowbor (1998, p. 259), a escola deixará de ser “lecionadora” 
para ser “gestora do conhecimento”. Segundo o autor, “[...] pela primeira vez a educação tem 
a possibilidade de ser determinante sobre o desenvolvimento”. 
Assim, o objetivo da escola consiste em promover o pleno desenvolvimento do ser 
humano, permitindo que ele exerça sua cidadania, bem como promover qualificação para o 
trabalho. 
A escola possui objetivos claros, relacionados ao desenvolvimento do conhecimento, 
atitudes, procedimentos, valores e habilidades dos alunos através dos conteúdos ministrados. 
Deste modo, a tarefa primordial da escola é o ensino e a aprendizagem. Há, assim, segundo 
Libâneo (2004, p. 106), “uma interdependência entre os objetivos e funções da escola e a 
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Educação Continuada é aquela que se realiza ao longo da vida, relaciona-
se com a construção contínua do conhecimento do SER HUMANO. 
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organização e gestão do processo de trabalho na escola, de forma que os meios estejam em 
função dos objetivos”. 
Neste contexto, a escola, em sua diversidade, trabalha para que seus alunos, sua 
comunidade, consigam interagir com outras pessoas respeitando a diversidade cultural da 
sua comunidade escolar. 
A parceria entre escola e comunidade é necessária para o desenvolvimento das 
competências de todos que dela participam. Desta forma, precisa de uma gestão competente 
e autônoma. 
Portanto, a escola está a serviço da comunidade. Neste prisma, é atribuída também à 
mesma a função de contribuir para o amplo desenvolvimento das capacidades do aluno, para 
que consiga desenvolver suas habilidades nas esferas subjetivas do pensar, criar, produzir e 
construir projetos de sociabilidade. 
Neste viés, a escola necessita aprimorar-se para cumprir com seu papel na sociedade. 
Isto se concretiza através das parcerias e trocas de experiências. Partindo deste pressuposto, os 
indivíduos podem ampliar seus conhecimentos e a capacidade de auxiliar para uma educação 
promissora, na qual todos possam colher bons frutos e exercer sua cidadania, fortalecendo 
uma educação justa, mais humana e igualitária. 
As funções da escola são expressas basicamente no que se refere à inserção social, 
da qual ela se apropria, incorpora as heranças culturais dos indivíduos, construindo condições 
para a intervenção e mediação do processo de construção do conhecimento. 
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Veja: A escola tem, portanto, a “missão” de promover, por intermédio 
do fazer docente e dos recursos pedagógicos, a relação dos alunos 
com os saberes que lhes permitam desenvolver habilidades, valores, 
competências sociais, cognitivas e atitudes necessárias para uma vida 
produtiva e cidadã.
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Os fins da educação derivam da estrutura homogênea do ambiente 
social, identificam-se como os interesses comuns do grupo, e se realizam 
igualitariamente em todos os seus membros, de modo espontâneo e 
integral: espontâneo na medida em que não existe nenhuma instituição 
destinada a inculcá-los, integral no sentido de que cada membro da tribo 
incorporava mais ou menos bem tudo o que na referida comunidade 
era possível receber e elaborar. (PONCE, 1994, p. 21).
É pertinente discutir a função social da escola e da educação em seu sentido amplo, ou 
seja, como prática social que acontece nas relações sociais. Estas relações são estabelecidas 
pelos indivíduos entre si nas mais diversas instituições, bem como nos movimentos sociais 
que estas relações se constituem.
Veja, para Gryzybowski (apud FRIGOTTO, 1995, p. 26), “[...] educação é, antes de 
mais nada, desenvolvimento de potencialidades e apropriação de ‘saber social’ (conjunto de 
conhecimentos e habilidades, atitudes e valores que são produzidos pelas classes, em uma 
situação histórica dada de relações para dar conta de seus interesses e necessidades)”. Assim, 
objetiva-se a formação integral do homem, seu desenvolvimento físico, político, social, cultural, 
filosófico, profissional, afetivo, entre outros. 
Com esta percepção você pode notar que a concepção de educação que estamos 
analisando está inserida numa perspectiva crítica, que procura desenvolver o homem na sua 
totalidade, como ser constituído pelo biológico, afetivo, estético, material e lúdico. Com esta 
análise, precisamos ter em mente que os sujeitos, em seus processos educativos, são os 
indivíduos com suas múltiplas habilidades e necessidades, a fim de superar-se, aprimorando-se 
através da educação social e científica.
 
Refletir sobre a função social da escola é idealizar as mudanças que queremos. Este 
é o caminho que podemos trilhar para que possamos juntos criar espaços, mecanismos de 
participação, democracia, compartilhamento, autonomia, descentralização da educação, sendo 
estas ações fundamentais para a construção de um processo de gestão democrática. 
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Estes mecanismos e concepções que permeiam uma gestão escolar, 
como já comuniquei anteriormente, serão aprofundados no decorrer 
deste Caderno de Estudos. 
LEITURA COMPLEMENTAR
POR QUE É IMPORTANTE CONHECER A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL?
Sônia Teresinha de Sousa Penin
[...] A população reivindica escola para seus filhos porque esse é um dos direitos sociais 
— assim como a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção 
à maternidade e à infânciae a assistência aos desamparados — assegurados a todos os 
brasileiros pela Constituição de 1988 (artigo 6°). 
A reflexão sobre a função social da escola nos remete tanto à Constituição como à 
LDB. E por que isso? Porque os fins da educação brasileira estão definidos nestas duas leis. 
Na Constituição estão expressos os princípios da República Federativa do Brasil; os 
direitos e as garantias fundamentais dos cidadãos; as formas de organização do Estado e 
dos Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário); a ordem econômica, financeira e social. 
Encontram-se também na Constituição as principais determinações gerais sobre educação 
(capítulo III, seção 1, artigos 205 a 214). 
A LDB complementa a Constituição, reiterando os dispositivos constitucionais em seus 
títulos introdutórios (Da Educação, Dos Princípios e Fins da Educação Nacional e Do Direito 
à Educação e do Dever de Educar — artigos 1° a 5º ) definindo as principais orientações para 
a organização da educação nacional e para a educação escolar em seus diferentes níveis. 
[...] é preciso lembrar, entretanto, que as leis expressam apenas uma parte da história 
educacional, retratando seus diferentes momentos. Muitas de nossas leis representam fruto 
de lutas de educadores em seus movimentos coletivos. Traduzem também, e por vezes de 
forma autoritária, como ocorreu com a legislação do período da Ditadura, a disposição dos 
governos de levar adiante um determinado projeto educacional. Devemos conhecê-las, na 
medida em que contêm as disposições gerais sobre a educação, assim como podem indicar 
avanços para a superação dos problemas que afetam a realidade escolar. Mas não podemos 
nos esquecer de que as mudanças em educação resultam de muitos outros aspectos, e não 
apenas da legislação. 
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[...] a Constituição de 1988 estabelece que a educação é um direito de todos e um dever 
do Estado e da família. Sua finalidade é o “pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo 
para a cidadania e sua qualificação para o trabalho” (Constituição, artigo 205). A LDB retoma 
esse dispositivo, incluindo-o entre os Princípios e Fins da Educação Nacional (LDB, artigo 2º). 
[...] a missão de cada escola, de cada gestor, de cada professor, é promover o pleno 
desenvolvimento do educando, preparando-o para a cidadania e qualificando-o para o trabalho. 
Pleno desenvolvimento significa cuidar não apenas da tarefa de ensinar, mas de 
dar conta de muitas outras dimensões que fazem de cada pessoa um ser humano perfeito, 
completo e feliz. Imagine como a escola poderia ser diferente se, em cada momento de seu 
trabalho, cada membro da equipe escolar estiver concentrado sobre a finalidade fundamental 
de promover o pleno desenvolvimento do educando! 
[...] a nova LDB traz um conjunto de dispositivos próprios sobre as funções da escola. 
Na verdade, é a primeira vez que uma lei de educação define atribuições específicas para os 
estabelecimentos de ensino, no quadro da organização nacional. A Lei nº 9.394/96 estabelece 
incumbências para a União, os estados, os municípios e também para as escolas e os docentes. 
[...] o artigo da LDB que se refere às atribuições da escola [...]
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu 
sistema de ensino, terão a incumbência de: 
I – Elaborar e executar sua proposta pedagógica; 
II – Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; 
III – Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos; 
IV – Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; 
V – Prover meios para a recuperação de alunos de menor rendimento; 
VI – Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da 
sociedade com a escola; 
VII – Informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem 
como sobre a execução de sua proposta pedagógica. 
Uma das principais características da LDB é a flexibilidade. Com ela, as escolas têm 
autonomia para prever formas de organização que permitam atender às peculiaridades regionais 
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e locais, às diferentes clientelas e necessidades do processo de aprendizagem (art. 23). Do 
mesmo modo, são previstas formas de progressão parcial (art. 24, III), aceleração de estudos 
para alunos com atraso escolar, aproveitamento de estudos e recuperação (art. 24, inciso V, 
b, d, e). Essas e outras medidas têm por obletivo promover uma cultura de sucesso escolar 
para todas as crianças [...].
FONTE: Penin (2001, p. 33-36)
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico abordamos assuntos relacionados à escola, um pouco da sua 
história, significado, sua transição, sua função e inserção na sociedade ao longo dos 
tempos, visando à gestão escolar. Deste modo, vimos que:
	A escola é o lugar onde se ministra o pensar, se ensina, se aprende e se multiplica o saber.
	Os aspectos que influenciam diretamente a escola se caracterizam nas novas realidades 
sociais, econômicas, políticas, culturais e geográficas, bem como a crise dos valores morais 
e étnicos. 
	A função da escola é visar ao conhecimento, promover o pleno desenvolvimento do ser 
humano, sua inserção na sociedade e qualificação para o trabalho. 
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Prezado(a) acadêmico(a), convido você, agora, a realizar esta atividade 
escrevendo um texto focando: que tipo de escola você almeja (agora é o momento de 
sonhar, colocar no papel o modelo de escola em que você gostaria de trabalhar, indique 
a principal função social da escola, professores, gestor, comunidade...), enfim, registre 
seu ideal de educação. A seguir, pense e escreva como você vê a escola no real, no 
concreto. Busque focar a função da escola em sua atualidade e se ela é coerente com 
esta função, ou seja, verifique se a educação desta escola pratica a inserção social. 
Então, vamos escrever?
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A GESTÃO DA EDUCAÇÃO: 
POLÍTICAS E CAMINHOS A TRILHAR 
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 2
UNIDADE 1
Neste tópico, abordaremos sobre o tema “Gestão da Educação”, conceituaremos gestão, 
educação e apresentaremos a finalidade da educação. Daremos ênfase à gestão educacional e 
à gestão escolar, definindo as incumbências de cada esfera governamental no que diz respeito 
à gestão da educação, composição dos sistemas de ensino e a gestão escolar. 
Para melhor compreensão do assunto estudaremos um texto de Maria Beatriz Luce, 
intitulado “Gestão Educacional Versus Gestão Escolar”. Em seguida, dialogaremos sobre a 
gestão escolar e sua classificação. Como já havíamos mencionado no Tópico 1, fica difícil falar 
em gestão sem abordar a gestão democrática, assim, citamos os três princípios básicos desta 
gestão, que são: descentralização, participação e autonomia.
Para melhor entendimento destes princípios, você terá a oportunidade de ler como 
texto complementar as “perspectivas da gestão escolar e implicações quanto à formação de 
seus gestores”. Bons estudos!
2 GESTÃO DA EDUCAÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a), a “Gestão da Educação” vem sendo um tema crescente e 
de vital importância no âmbito escolar, independente da rede à qual a escola pertence, sendo 
ela estadual, municipal e/ou particular. A temática é pertinente, pois dá abertura ao novo, ao 
ser democrático, participativo, autônomo, dialógico ... 
Neste sentido, é pertinente iniciar com o seguinte pensamento de Freire (1987, p. 47): 
“Se o diálogo é o encontro dos homens para SER MAIS, não pode fazer-se na desesperança. 
Se os sujeitos no diálogo nada esperam do seu que fazer, já não pode haver diálogo. O seu 
encontro é vazio e estéril. É burocrático e fastidioso”. 
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A gestão vem do verbo latino gerere, que significa fazer, exercer, executar, administrar, 
ou seja, é o ato de gerir projetos. Nesteaspecto, volta-se à postura dialógica para o conceito 
gestão como forma de governo da educação. A gestão é entendida também como uma grande 
evolução do ato de administrar, buscando o trabalho coletivo e abolindo o trabalho individual. 
Paro (1999, p. 23) entende a gestão como “[...] a coordenação do esforço humano coletivo ou 
simplesmente coordenação, utilizando a palavra para indicar o campo de interesse teórico-
prático da administração que diz respeito ao emprego racional do esforço humano coletivo”.
Com este olhar, percebe-se que cada ser humano proponha-se a aprender, estudar, 
pensar, compreender de maneira racional, com ênfase no trabalho coletivo, estudo coletivo. 
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A gestão da educação deve realizar plenamente suas ações de caráter 
mediador. Assim como a dialógica da relação pedagógica, deverá assumir 
postura democrática para atender os direitos da população.
FIGURA 3 – ESPAÇO PARA APRENDER 
FONTE: Disponível em: <http://blogcelianeri.wordpress.com/2012/03/02/mafalda/205-mafalda/>. 
Acesso em: 24 out. 2012.
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Nesse contexto, a educação é a arte de formar, desenvolver o cidadão, bem como a 
criança, em sua totalidade. A finalidade da educação é o pleno desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (CF, art. 2005 e 
LDB, art. 2º). A Lei no 9.394/96 atribui um sentido amplo à educação, definindo que esta abrange 
os processos formativos que se desenvolvem na vida da família, na convivência humana, no 
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da 
sociedade civil e nas manifestações sociais. 
A gestão da educação vem justamente para alertar que uma escola não é composta 
por somente um gestor. Todos os agentes diretos e/ou indiretos são autores/coautores e 
principalmente gestores da educação. Nesse sentido, você é gestor de suas ações, responsável 
e corresponsável pelas ações que acontecem em seu entorno. 
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 Para aprofundar os seus conteúdos apresento como sugestão de 
leitura o livro: LÜCK, Heloisa. Gestão educacional: uma questão 
paradigmática. Petrópolis: Vozes, 2006. Volume I – Série Cadernos 
de Gestão. 
Ótima leitura!
2.1 GESTÃO EDUCACIONAL E GESTÃO 
 ESCOLAR – INCUMBÊNCIAS
Estimado(a) acadêmico(a), a gestão da educação como um todo se expressa por meio 
da organização dos sistemas de ensino. Esta organização perpassa pelo sistema de ensino 
em três esferas, que são: federal, estadual e municipal. Desta forma, apresento a você as 
incumbências da União, dos estados e dos municípios. Observe a síntese no diagrama a seguir:
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FONTE: Brasil (1996, art. 9º, 10 e 11)
FIGURA 4 – GESTÃO EDUCACIONAL – INCUMBÊNCIAS
Da mesma forma, apresento a composição dos sistemas de ensino de responsabilidade 
de cada esfera governamental. Vale saber:
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FONTE: Brasil (1996, arts. 9º, 10 e 11)
A LDB de 1996 dá uma atenção especial à gestão escolar, configurando com um novo 
olhar sobre a política educacional. Desta forma, são atribuídas 7 principais incumbências 
à gestão escolar, ou seja, à escola. Incumbências essas, não de alguns, mas de todos os 
envolvidos no contexto escolar. Visualize-as no diagrama a seguir: 
FONTE: Brasil (1996, arts. 9º, 10 e 11)
FIGURA 5 – COMPOSIÇÃO DOS SISTEMAS DE ENSINO – INCUMBÊNCIAS
FIGURA 6 – INCUMBÊNCIAS DA GESTÃO ESCOLAR
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Vale lembrar, caro(a) acadêmico(a), que as políticas educacionais 
preestabelecem ações, mas não dizem o que se consegue, pois essa 
realização acontece no cotidiano escolar. 
2.1.1 Gestão educacional versus gestão escolar
A gestão educacional refere-se a um amplo espectro de iniciativas desenvolvidas 
pela União, estados, Distrito Federal e municípios, seja em termos de responsabilidades 
compartilhadas na oferta de ensino ou de outras ações que desenvolvem no âmbito específico 
de sua atuação. A gestão escolar, por sua vez, como a própria expressão sugere, situa-se 
no âmbito da escola e diz respeito a tarefas que estão sob sua esfera de abrangência. 
Nesse sentido, pode-se dizer que a política educacional está para a gestão educacional 
como a proposta pedagógica está para a gestão escolar. Assim, é lícito afirmar que a gestão 
educacional situa-se na esfera macro , ao passo que a gestão escolar localiza-se na esfera 
micro. Ambas se articulam mutuamente, dado que a primeira justifica-se a partir da segunda. 
Noutras palavras, a razão de existir da gestão educacional é a escola e o trabalho que nela 
se realiza. A gestão escolar, por sua vez, orienta-se para assegurar aquilo que é próprio de 
sua finalidade — promover o ensino e a aprendizagem, viabilizando a educação como um 
direito de todos, conforme determinam nossa Constituição e a Lei de Diretrizes e Bases. 
No âmbito do sistema educacional há um significativo conjunto de atividades próprias 
da gestão educacional, a exemplo de orientações e definições gerais que dão substância 
às políticas educativas, assim como o planejamento, o acompanhamento e a avaliação. 
Outras se inscrevem no campo da gestão escolar, de modo específico aquelas que envolvem 
a tarefa cotidiana de ensinar e aprender. Nesta esfera da gestão situam-se professores, 
alunos e outros membros da comunidade escolar - funcionários que trabalham na escola, 
docentes que ocupam cargos diretivos, famílias e integrantes da área de abrangência 
geográfica onde se localiza a escola. Muitos dos que atuam na esfera da gestão educacional 
são também educadores e fazem parte de organizações como secretarias de educação, 
órgãos normativos do sistema ou outras instituições integrantes do sistema educacional, 
nas diversas esferas do Poder Público. 
 
Por vezes existem problemas de comunicação acerca das responsabilidades de 
cada parte entre os integrantes da gestão educacional e os da gestão escolar. É verdade 
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que muito pode, precisa e deve ser feito no sentido de aproximar essas duas esferas da 
gestão, mesmo porque sua finalidade última tem um norte comum — promover a educação 
de qualidade para todos, conforme definem a Constituição e a LDB. 
FONTE: LUCE, Maria Beatriz. Gestão escolar democrática: concepções e vivências. Porto 
Alegre: UFRGS, 2006. p. 35-36. 
FIGURA 7 – ATIVIDADES PRÓPRIAS DA GESTÃO EDUCACIONAL E GESTÃO 
ESCOLAR
FONTE: A autora
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2.2.1 Gestão
Gestão é saber que permite lidar com o teórico, com o científico e com o racional. 
Segundo Lück (2006, p. 1), “[...] o conceito de gestão está associado ao fortalecimento da 
democratização do processo pedagógico, à participação responsável de todos nas decisões 
necessárias e na sua efetivação mediante um compromisso coletivo com resultados educacionais 
cada vez mais efetivos e significativos”. 
Neste sentido, a gestão está ligada ao fortalecimento da democratização da escola, em 
seu aspecto pedagógico, obtendo a participação de todos nas decisões das ações a serem 
realizadas. 
Por isso, pode-se considerar que a gestão é a instância de organização e funcionamento 
da escola, ela acompanha a execução de um plano ou projeto. Ou seja, a gestão constitui-se 
no aspecto da administração, junto com a política, planejamento e avaliação da instituição. 
2.2.2 Olhares da gestão escolar
A gestão da escola vem passando por desafios e mudanças oriundos das crescentes 
exigências sociais por uma educação básica de qualidade, do avanço do conhecimento sobre 
a aprendizagem, de novas políticas educacionais e do avanço do conhecimento sobre a gestão 
escolar. 
Para nossa melhor compreensão, é importante considerar que a gestão escolar tem 
por finalidade superar os desafios oriundos da administração escolar, buscando olhares 
significativos à gestão pedagógica, gestão dos recursos humanos e administrativosno âmbito 
da educação escolar.
2.2 A GESTÃO ESCOLAR
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FONTE: A autora
Portanto, estas três classificações apresentadas - a gestão pedagógica, gestão dos 
recursos humanos e a gestão administrativa - caminham juntas, integradas, com o objetivo 
de garantir o processo educativo das unidades escolares. Sendo o gestor escolar (diretor da 
escola) o agente responsável direto por todas as áreas.
2.2.3 Gestão escolar democrática e seus princípios
A gestão escolar democrática surge para fixar novas ideias e estabelecer, na instituição, 
uma orientação transformadora, a partir da dinamização da rede de relações que ocorrem no 
contexto interno e externo da escola. 
Por gestão democrática entende-se que é uma forma de melhoria na e da convivência 
humana, que se constrói na cultura do povo e sua história. Num convívio pela busca do exercício 
coletivo e participativo de uma comunidade junto ao poder público, fortalece a democracia; 
ou seja, os agentes de uma comunidade são coautores das ações de uma sociedade da qual 
fazem parte. Bordenave (1994, p. 8) afirma que “Democracia é um estado de participação”. 
O caráter democrático de uma gestão não pode estar descompromissado da emancipação 
humana. Trata-se de fortalecer os procedimentos de participação das comunidades escolares no 
governo da escola, a busca da descentralização do poder e tomada de decisão. Nesse contexto, 
a gestão democrática tem por objetivo envolver-se na construção de projetos, propostas 
pedagógicas, projeto político-pedagógico, entre outros. Com este olhar, caro(a) acadêmico(a), 
o processo de gestão escolar deve ser democrático e vai além da gestão administrativa. 
FIGURA 8 – GESTÃO ESCOLAR: SEUS OLHARES
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Este processo da gestão escolar, como já mencionado no item anterior, no seu bojo 
democrático, estimula a participação de diversas pessoas que articulam comumente dos 
aspectos financeiros, pedagógicos e administrativos. 
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A democracia é o processo de participação, aprendizagem contínua da 
capacidade crítica e da autonomia. A democracia supõe a convivência, 
o diálogo entre agentes que pensam diferentes, mas almejam questões 
distintas. 
A Constituição brasileira estabeleceu como princípio básico a gestão democrática do 
ensino público e outros seis princípios. Assim, a Constituição relaciona sete princípios no artigo 
206. Observe o diagrama a seguir: 
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FONTE: Adaptado de: Brasil (2004, art. 206)
PRINCÍPIOS DA GESTÃO 
DEMOCRÁTICA
I - IGUALDADE
Igualdade de condições para o acesso e 
permanência na escola.
II - LIBERDADE
Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e 
divulgar o pensamento, a arte e o saber.
Pluralismo de ideias e de concepções 
pedagógicas, e coexistência de instituições 
públicas e privadas de ensino.
III - PLURALISMO
IV - GRATUIDADE
Gratuidade do ensino público em 
estabelecimentos oficiais.
V - VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS
Valorização dos profissionais de ensino, 
garantindo, na forma da lei, planos de 
carreira para o magistério público, com 
piso salarial profissional e ingresso, 
exclusivamente, por concurso público de 
provas e títulos, assegurado regime jurídico 
único para todas as instituições mantidas 
pela União.
VI - GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO
Gestão democrática do ensino público, na 
forma da lei.
VII – GARANTIA 
Garantia de padrão de qualidade.
FIGURA 9 – PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
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LEITURA COMPLEMENTAR
PERSPECTIVAS DA GESTÃO ESCOLAR E IMPLICAÇÕES QUANTO À 
FORMAÇÃO DE SEUS GESTORES
Heloisa Lück
[...] São objeto deste artigo a mudança de concepção de escola e implicações quanto à 
gestão, as limitações do modelo estático de escola e de sua direção; a transição de um modelo 
estático para um paradigma dinâmico; a descentralização, a democratização da gestão escolar 
e a construção da autonomia da escola, [...].
Mudança de concepção de escola e implicações quanto à sua gestão 
Já é lugar comum a afirmação de que vivemos uma época de mudança. Porém, a 
mudança mais significativa que se pode registrar é a do modo como vemos a realidade e 
de como dela participamos, estabelecendo sua construção. No geral, em toda a sociedade, 
observa-se o desenvolvimento da consciência de que o autoritarismo, a centralização, a 
fragmentação, o conservadorismo e a ótica do dividir para conquistar, do perde-ganha, estão 
ultrapassados, por conduzirem ao desperdício, ao imobilismo, ao ativismo inconsequente, à 
desresponsabilização por atos e seus resultados e, em última instância, à estagnação social 
e ao fracasso de suas instituições. 
 
Essa mudança de paradigma é marcada por uma forte tendência à adoção de concepções 
e práticas interativas, participativas e democráticas, caracterizadas por movimentos dinâmicos 
e globais, com os quais, para determinar as características de produtos e serviços, interagem 
dirigentes, funcionários e ‘clientes” ou “usuários”, estabelecendo alianças, redes e parcerias, 
na busca de soluções de problemas e alargamento de horizontes. 
Em meio a essa mudança, não apenas a escola desenvolve essa consciência, como 
a própria sociedade cobra que o faça. Assim é que a escola se encontra, hoje, no centro de 
atenções da sociedade. Isto porque se reconhece que a educação, na sociedade globalizada e 
economia centrada no conhecimento, constitui grande valor estratégico para o desenvolvimento 
de qualquer sociedade, assim como condição importante para a qualidade de vida das pessoas. 
Embora esse enfoque não seja plenamente adotado e, quando levado em consideração, seja 
orientado, ainda, por um velho e já enfraquecido paradigma orientador da cobrança, em vez 
de participação, ele tem grande impacto sobre o que acontece na escola, que é hoje, mais 
do que nunca, bombardeada por demandas sociais das mais diversas ordens. Observa-se, 
também, o interesse de grupos e organizações, no sentido de colaborarem com a escola, 
constituindo-se essa área um campo fértil para a realização de parcerias em prol da educação, 
O princípio de gestão democrática do ensino público foi regulamentado pela Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.3945/96). 
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para o desenvolvimento da sociedade e, por conseguinte, um grande desafio para os gestores 
escolares, por exigirem deles novas atenções, conhecimentos e habilidades.
[...] São demandadas mudanças urgentes na escola, a fim de que garanta formação 
competente de seus alunos, de modo que sejam capazes de enfrentar criativamente, com 
empreendedorismo e espírito crítico, os problemas cada vez mais complexos da sociedade. 
[...]. A educação, no contexto escolar, se complexifica e exige esforços redobrados e maior 
organização do trabalho educacional, assim como participação da comunidade na realização 
desse empreendimento, a fim de que possa ser efetiva, já que não basta ao estabelecimento 
de ensino apenas preparar o aluno para níveis mais elevados de escolaridade, uma vez que 
o que ele precisa é de aprender para compreender a vida, a si mesmo e a sociedade, como 
condições para ações competentes na prática da cidadania. E o ambiente escolar como um 
todo deve oferecer-lhe esta experiência.
Educação, portanto, dada sua complexidade e crescente ampliação, já não é vista como 
responsabilidade exclusiva da escola. A própria sociedade, embora muitas vezes não tenha 
bem claro de que tipo de educação seus jovens necessitam, já não está mais indiferente ao 
que ocorre nos estabelecimentos de ensino. Não apenas exige que a escola seja competente 
e demonstre ao público essa competência, com bons resultados de aprendizagem pelos seus 
alunos e bom uso de seus recursos, como também começa a se dispor a contribuir para a 
realização desse processo, assim como a decidir sobre os mesmos. São inúmeros os exemplosde parcerias já existentes no contexto nacional entre organizações não governamentais e 
empresas, com a escola, assim como o bom funcionamento de associações de pais e mestres. 
Todo esse movimento, alterando o sentido e concepção de educação, de escola e da 
relação escola/sociedade, tem envolvido um esforço especial de gestão, isto é, de organização 
da escola, assim como de articulação de seu talento, competência e energia humana, de 
recursos e processos, com vistas à promoção de experiências de formação de seus alunos, 
capazes de transformá-los em cidadãos participativos da sociedade. [...].
A descentralização, a democratização da gestão escolar e a construção da sua 
autonomia da escola
Muito embora as concepções de descentralização, democratização da gestão escolar 
e autonomia da escola sejam parte de um mesmo corolário, encontramos certos sistemas 
que buscam o desenvolvimento da democratização da gestão escolar, sem pensar na 
autonomia do estabelecimento de ensino e sem descentralizar poder para a mesma. Ou que 
pensam em construir sua autonomia, sem agir no sentido de criar mecanismos sólidos de sua 
democratização, em vista do que, paradoxalmente, se pode criar a autonomia do autoritarismo 
local. Por outro lado, ainda, observa-se o esforço de alguns sistemas de ensino, no sentido de 
desenvolver nas escolas os conceitos de democratização e autonomia, de modo centralizado, 
o que implica uma contradição paradigmática muito comum, que faz com que os esforços se 
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anulem. Isso porque é comum a prática de se incentivar a promoção de mudanças de cima 
para baixo, na hierarquia funcional, de modo que a mudança pretendida é proposta para a 
escola, não sendo absorvida e praticada por quem a propõe. Em vista disso, sendo implantada 
linearmente e contrariamente ao seu espírito e propósitos estabelecidos (LüCk, 1985). [...]
O processo de descentralização 
[...] É preciso reconhecer que a descentralização tem sido praticada tendo como 
pano de fundo não apenas essa perspectiva de democratização da sociedade, mas também 
a de promover melhor gestão de processos e recursos e, ainda, como condição de aliviar 
os organismos centrais que se tornam sobrecarregados com o crescimento exponencial do 
sistema educativo e a complexidade das situações geradas, que inviabilizam o controle central 
(BARROSO, 1997). 
[...] A descentralização da educação é, por certo, um processo extremamente complexo 
e, quando se considera o caso do Brasil, a questão se complexifica ainda mais, por tratar-se 
de um País continente, com diversidades regionais muito grandes, com distâncias imensas 
que caracterizam, também, grande dificuldade de comunicação, apesar de vivermos na era da 
comunicação mundial em tempo real. Em vista disso, só se pode pensá-la em termos graduais 
e processuais, mediante conquistas sucessivas. Cabe aqui aplicar os princípios da participação 
propostos por Pedro Demo (1988), no sentido de que participação é conquista.
[...] É em decorrência de tal situação que, em muitos casos, pratica-se muito mais 
a desconcentração do que propriamente a descentralização, isto é, realiza-se a delegação 
regulamentada da autoridade, tutelada ainda pelo poder central, mediante o estabelecimento de 
diretrizes e normas centrais, controle na prestação de contas e a subordinação administrativa 
das unidades escolares aos poderes centrais, em vez de delegação de poderes de autogestão 
[...]. Segundo Florestal e Cooper (1997, p. 32), “desconcentração é ato de conferir autoridade 
a um agente situado em um nível inferior na mesma hierarquia e localizado mais próximo dos 
usuários do serviço, com o entendimento de que esses agentes mantêm-se sob o controle 
hierárquico do governo central”.
A autonomia da escola
 
Em associação à descentralização, a autonomia da escola é dos conceitos mais 
mencionados nos programas de gestão promovidos pelos sistemas estaduais de ensino, como 
também em programas do Ministério de Educação, uma vez que neles está presente, como 
condição para realizar o princípio constitucional de democratização da gestão escolar. Isto 
porque a autonomia de gestão da escola, a existência de recursos sob controle local, junto 
com a liderança pelo diretor e participação da comunidade, são considerados os quatro pilares 
sobre os quais se assenta a eficácia escolar.
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O conceito de autonomia da escola está relacionado com tendências mundiais de 
globalização e mudança de paradigma que têm repercussões significativas nas concepções de 
gestão educacional e nas ações dela decorrentes. Descentralização do poder, democratização 
do ensino, instituição de parcerias, flexibilização de experiências, mobilização social pela 
educação, sistema de cooperativas, interdisciplinaridade na solução de problemas são alguns 
dos conceitos relacionados com essa mudança. Entende-se, nesse conjunto de concepções, 
como fundamental, a mobilização de massa crítica para se promover a transformação e 
sedimentação de novos referenciais de gestão educacional para que a escola e os sistemas 
educacionais atendam às novas necessidades de formação social a que a escola deve 
responder, conforme anteriormente apontado.
A autonomia é uma necessidade, quando a sociedade pressiona as instituições para que 
realizem mudanças urgentes e consistentes, para que respondam com eficácia e rapidamente 
às necessidades locais e da sociedade globalizada, em vista do que, aqueles responsáveis 
pelas ações devem tomar decisões rápidas, de modo que as mudanças ocorram no momento 
certo, a fim de não se perder o momentum de transformação e da realização de objetivos. 
E esse momentum é sobretudo dependente de comprometimento coletivo. [...] O verbete 
autonomia, conforme propõe o Dicionário Básico da Língua Portuguesa (FERREIRA, 1995), é 
a capacidade de resolver seus próprios problemas”. [...]
FONTE: LÜCK, Heloisa. Perspectiva da gestão escolar e implantações quanto à formação de seus 
gestores. Em Aberto: revista do INEP, Brasília, v. 17, jun. 2000.
Estimado(a) acadêmico(a), neste caderno estudaremos mais sobre a 
gestão democrática, como: descentralização, participação, autonomia 
da escola. Estes também são princípios que norteiam a gestão escolar 
voltada ao trabalho dos conselhos escolares, PPP, entre outros.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você viu que a gestão da educação está comprometida com a 
emancipação humana e incorpora ao seu papel a mediação do conhecimento. A gestão 
da educação não é gerida somente pelo gestor da unidade escolar, mas sim por todos 
os agentes diretos ou indiretos que compõem a escola. 
Estudamos também sobre:
	Incumbências da gestão educacional e da gestão escolar.
	Classificação da gestão escolar.
	Princípios da gestão democrática.
	Por fim, você pôde constatar que, na gestão da educação, o caráter democrático de uma 
instituição não pode estar descompromissado com a emancipação do ser humano. 
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A gestão democrática constitui um meio necessário para se atingir objetivos 
propostos pelos segmentos da escola em sua coletividade. Pense e assinale os 
objetivos que você considera relevantes para a realidade de sua escola e/ou para a 
escola em que você irá trabalhar: 
( ) Organizar atividades multicurriculares de acordo com a proposta do currículo de 
sua escola.
 
( ) Envolver a comunidade escolar nas ações, decisões, oportunizando maior 
qualidade na educação.
( ) Melhorar o desempenho no processo de construção do conhecimento dos alunos. 
Agora, tente argumentar, em um parágrafo, de acordo com os objetivos 
assinalados, se sua escola pratica a gestão democrática e se, para você, esta prática 
é importante. Por quê?
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O GESTOR ESCOLAR NOS 
TEMPOS ATUAISE SUA FORMAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 3
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Os gestores escolares são agentes do processo educativo escolar, com a função básica 
de coordenação sociopolítica da escola. Com este olhar desenvolveremos, neste tópico, a 
função e o processo de gerir uma unidade escolar. Desta forma, é necessário que o gestor saiba 
conduzir sua equipe de trabalho para que esta participe das ações da escola como coautores 
da gestão escolar. Assim, apresentaremos textos referentes à função do gestor escolar, sua 
competência, a gestão de pessoas e o planejamento escolar. 
Enfatizaremos também a importância da formação continuada do gestor escolar e a arte 
de gerir, afinal, a escola funciona como uma colmeia, com a diferença de que seu funcionamento 
não é natural, mas, sim, historicamente construído. Neste parâmetro, a escola é uma realidade 
cultural, com normas e costumes elaborados num contexto histórico. 
2 GESTOR ESCOLAR
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2.1 A FUNÇÃO DO GESTOR ESCOLAR 
 E SUA IMPORTÂNCIA
Caro(a) acadêmico(a), é momento de olhar o ambiente escolar e conversar um pouco 
sobre a função do gestor escolar. 
 
É o gestor escolar o responsável pela administração e política realizadas dentro de 
uma instituição de ensino. Este profissional precisa estar bem preparado profissionalmente, 
consciente de sua fundamental importância no processo político-pedagógico da escola, na 
qual se encontre à frente. 
A função deste profissional, há alguns anos, era limitada à resolução dos problemas 
administrativos, principalmente quando emanados da administração pública. Sua administração 
era somente direcionada à responsabilidade pela escrituração e registro escolar, assinatura 
de “livro ponto” dos professores e conservação do patrimônio da escola, tendo tudo registrado 
em livro ata. 
Atualmente, sua função vai além disto, direciona-se para a articulação das diversas 
variáveis que se apresentam na escola, como as relações entre professores, alunos e 
funcionários. Através do seu papel, procura garantir o bem-estar da comunidade escolar. 
FIGURA 10 – GESTOR ESCOLAR
FONTE: Adaptado de: <http://professoredinfantil.blogspot.com.br>. Acesso em: 24 out. 
2012.
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Muitos autores brasileiros, dentre eles Vitor Paro e Myrtes Alonso, desenvolveram 
trabalhos sobre Administração Escolar, partindo do pressuposto de que, na escola, devem ser 
aplicados os mesmos princípios administrativos adotados em empresas capitalistas. Sendo 
seus métodos e técnicas possíveis de serem adaptados a qualquer tipo de organização, 
inclusive escolar. 
Nesta perspectiva, administrar é um processo complexo de gerir negócios com 
características próprias. Por outro lado, o administrador escolar é muito mais do que um mero 
administrador, é um agente articulador, que assume, perante a comunidade, o compromisso de 
oferecer um serviço de qualidade, com habilidade para lidar tanto com o administrativo-político 
quanto com o pedagógico. E, neste ponto, deve-se atentar para que um não se sobreponha 
ao outro. 
Paro (2000) descreve como essencial a participação do gestor escolar no processo 
político-pedagógico da escola, pois sua atuação pode ter implicações sobre a transformação 
social, dentro e fora da escola.
Nessa perspectiva, a escola é capaz de contribuir com sua parcela significativa para 
as mudanças sociais, ou seja, em nível econômico, político e do grupo que detém os meios 
de produção sobre o restante da sociedade. Seria impossível o desenvolvimento da atividade 
administrativa voltada para a transformação social, na escola, se esta fosse, a priori, incapaz 
de contribuir para tal transformação. É importante que se determine como imprescindível a 
participação da escola na formação total do aluno como cidadão, consciente de seus direitos 
e deveres, e também de sua importância na transformação político-social do seu país. 
Neste sentido, para que as transformações na qualidade de ensino ocorram, é necessário 
que o gestor motive para a participação da comunidade escolar. Para isso, o gestor deve 
estar em contato permanente, fazendo com que cada profissional, aluno e pai, sintam que a 
escola lhes pertence. O gestor deve ser a referência da instituição, dando apoio e incentivando 
os professores, valorizando o seu desempenho, e extraindo o máximo de sua equipe de 
profissionais. Por isso, o gestor, no processo educativo, agrega a função de coordenar a ação 
pedagógica da escola.
É necessário que o gestor escolar saiba envolver sua equipe na realização de projetos 
que resolvam a situação, de forma que esta transformação faça com que os profissionais 
compreendam melhor a realidade educacional em que atuam. Ao se resolver tais problemas, a 
comunidade escolar adquire consciência de seu poder de mudar a realidade, com os recursos 
disponíveis. 
Como já foi afirmado, a função do gestor escolar vai além do simples ato de administrar. 
Ele assume uma série de funções, tanto de natureza administrativa quanto pedagógica, 
desempenhando as funções de organização, administração e supervisão. 
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DIC
AS!
Assista ao Programa TV Escola “A função do gestor”, em vídeo, realizado 
no dia 04/01/2006, na área do Ensino Médio. (Verifique se sua escola, 
ou a escola do seu bairro, tem esse material).
Nesta abordagem, a direção deve participar de todos os assuntos escolares, 
descentralizando o poder e dividindo as tarefas com os diferentes tempos e espaços da escola. 
Dessa maneira, permite um equilíbrio entre os aspectos materiais e pedagógicos da escola. 
Para Hora (2005, p. 18), a “[...] principal função é realizar, por intermédio da administração, 
uma liderança política, cultural e pedagógica, a fim de garantir atendimento das necessidades 
educacionais de sua clientela, cuidando da elevação do nível cultural das massas”. 
Neste olhar, a principal missão do gestor está em oportunizar o desenvolvimento 
do potencial humano, suas habilidades, capacidades, conhecimentos, com autodisciplina 
decorrente de uma gestão autônoma e responsável.
ATEN
ÇÃO!
Gestor é aquele que não apenas administra, mas coordena e articula 
a participação dos envolvidos no processo pedagógico, almejando a 
equidade e inclusão dos atores escolares.
O objetivo da educação está na formação de cidadãos capazes de elaborar uma visão 
crítica sobre a realidade social, cultural e econômica. Nesta visão, não cabe ao gestor uma 
autoridade burocrática, encerrada em ordens manejadas pelo sistema. Cabe-lhe, sim, levar 
em conta a realidade de sua comunidade e assumir uma práxis educacional socialmente 
comprometida.
2.2 AÇÕES PRÁTICAS DE UM GESTOR ESCOLAR
O gestor escolar, além das habilidades técnicas, deve ter sensibilidade às questões e 
necessidades humanas. Desta forma, conseguirá multiplicar a participação de todos no processo 
de gerir a escola. Vejamos, a seguir, algumas das necessidades humanas: 
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NECESSIDADES
(emoções)
Ser notado
(Visto)
Ser aceito
(Sem preconceito)
Ser independente
(Opinar, decidir)
Ser amado
(Cultivado)
AÇÃO DO LÍDER/GESTOR EM RELAÇÃO AO COLABORADOR 
(Ser Humano como um todo)
Ir até o local de trabalho (sala de aula, onde o colaborador se 
encontra), conversar sobre sua função e agradecer-lhe pelo empenho.
Demonstrar a importância que tem a sua presença . Sempre que 
possível, chamá-lo para conversar ou tomar um cafezinho.
Dar espaço para que o colaborador tome decisões, mesmo que erre 
algumas vezes. O importante é dar-lhe oportunidade de vez e voz.
Perguntar sobre sua família, sua saúde, um cumprimento, um sorriso, 
um toque no ombro. Mostre que ele é querido em seu local de trabalho 
e fora dele.
FONTE: Adaptado pela autora
Desta forma, o tato do gestor para estas questões poderá interferir sobre o desempenho 
de seu pessoal. Na visão de Lück (2006), é imprescindível o processo de consultoria como 
via para a atuação do gestor e demais profissionais

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