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Escola da Saúde Disciplina: Citologia Oncótica ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS) 1. Segundo a classificação de Bethesda como os achados citológicos podem ser classificados? A classificação de Bethesda é a nomenclatura mais utilizada para classificar as anomalias do epitélio pavimentoso assim como do epitélio glandular. As anomalias do epitélio pavimentoso cervico-vaginal podem ser categorizadas em: anomalias celulares de significado indeterminado (ASC-US) lesão intraepitelial de baixo grau (LSIL) lesão intraepitelial de alto grau (HSIL) carcinoma invasivo. As anomalias do epitélio glandular podem ser categorizadas em: células glandulares atípicas de significado indeterminado (AGC) adenocarcinoma endocervical in-situ (AIS) adenocarcinoma endocervical adenocarcinoma endometrial adenocarcinoma, SOE. Esta nomenclatura de Bethesda tem sofrido alterações ao longo do tempo, de modo a diminuir confusões entre alterações celulares benignas e realmente atípicas. A alteração mais significativa aconteceu com a eliminação da categoria de displasia moderada (CIN II). Lesão intraepitelial de baixo grau (LSIL – sugestivo de infecção pelo HPV) veio substituir neoplasia intraepitelial de grau I (CIN I). Lesão intraepitelial de alto grau (HSIL), veio substituir as categorias de CIN II e III. A classificação de ASC-US (células pavimentosas atípicas de significado indeterminado (atypical squamous cells of undetermined significance) foi revista em 2001 e reclassificada em ASC-US (células pavimentosas atípicas de significado indeterminado) e ASC-H (células pavimentosas atípicas sem excluir lesão intraepitelial de alto grau) para distinguir os casos em que há maior probabilidade de existir lesão precursora. Nestes casos a utente deve ser encaminhada para colposcopia. 2. Quais são as possíveis causas de resultados de falso negativo na citologia de colo uterino? O Sistema Bethesda inovou ao introduzir a análise da qualidade do esfregaço no laudo do exame citopatológico, valorizando a presença de sangue, processo inflamatório e artefatos de fixação como fatores relacionados com a qualidade do esfregaço. Ainda, fatores patológicos como a citólise e infecção microbiana podem interferir negativamente nas características do esfregaço, o desempenho diagnóstico do exame citopatológico está associado a erros de coleta, variabilidade na interpretação citomorfológica e erros no escrutínio microscópico. Trata-se de rotina que exige concentração e comportamento meticuloso dos profissionais, de tal forma que é importante identificar fatores evitáveis ou que demandariam mais atenção pela maior possibilidade de apresentar resultados falso-negativos. Além disso, a presença e características das células atípicas presentes no esfregaço estão relacionadas com taxa de diagnósticos corretos. 3. Discutir sobre a importância da realização de exames preventivos no Programa de controle de câncer. O câncer de colo uterino constitui grave problema de saúde que atinge as mulheres em todo o mundo. Os países em desenvolvimento são responsáveis por 80% dos casos de câncer de colo uterino, e o Brasil, representa uma taxa expressiva dessa estatística (M.S., 2005). A história natural do câncer do colo do útero demonstra que esta patologia tem um longo período de instalação, desde a doença pré-invasiva até a metastatização e o papel do Papilomavírus humano (HPV) na etiologia da doença é de fundamental importância. A associação entre o HPV e o desenvolvimento da neoplasia está presente em praticamente todos os casos de câncer cervical do mundo. A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo papilomavírus humano (HPV). A transmissão da infecção pelo HPV ocorre por via sexual, presumidamente através de abrasões microscópicas na mucosa ou na pele da região anogenital. Consequentemente, o uso de preservativos (camisinha) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer através do contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal. A principal forma de prevenção, entretando, é a vacina contra o HPV. O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas e em 2017, para meninos. Esta vacina protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero (INCA, 2018). A vacinação, em conjunto com o exame preventivo (Papanicolaou), se complementam como ações de prevenção deste câncer. Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada, deverão realizar o exame preventivo, pois a vacina não protege contra todos os subtipos oncogênicos do HPV. É necessário ainda o desenvolvimento de políticas públicas intersetoriais que objetivem a melhoria das condições do sistema de saúde e a oferta e acesso da população a exames preventivos, visando sempre ao atendimento integral e ao aumento da qualidade de vida das mulheres.
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