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Faculdade Alfredo Nasser Processo Civil lll Turma DN8 Professor: Jonathan Aluno: Antonio Pereira De Souza Junior 
 
 Atividade Avaliativa
 P2B
Seção I – Da Entrega de Coisa Certa(art. 806 a 810)
Art. 806.  O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial, será citado para, em 15 (quinze) dias, satisfazer a obrigação. [Dispositivo correspondente ao art. 621, caput do CPC/1973] (1)
§1º Ao despachar a inicial, o juiz poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo. [Dispositivo correspondente ao art. 621, parágrafo único do CPC/1973] (2)
§2º Do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de imediato, se o executado não satisfizer a obrigação no prazo que lhe foi designado. [Dispositivo correspondente ao art. 625 do CPC/1973] (3)
 
(1) A coisa certa é a coisa especificada, determinada, caracterizada e individuada entre todas as demais de sua espécie. A obrigação de dar é positiva, é a conduta humana que tem por objeto uma coisa. Por sua vez, a obrigação de dar coisa certa traduz o vínculo jurídico em que o devedor se compromete a entregar ao credor determinado bem móvel ou imóvel, perfeitamente individualizado.
 
(1) A obrigação de dar coisa certa está prevista no Código Civil nos artigos 233 a 242.
 
(1) Nesta ação para entrega de coisa certa, o magistrado determina a citação do executado para cumprir a obrigação especificada no título executivo.
 
(2) De modo a coagir o executado a cumprir a obrigação, o juiz poderá fixar multa por dia de atraso. Diante do silêncio da norma, é de se admitir a possibilidade de fixação de ofício, em patamar que desestimule o executado a resistir, motivo pelo que se permite a sua revisão caso verificado ser insuficiente ou excessivo o valor inicialmente estipulado. Neste sentido: “Tratando-se de entrega de coisa certa, resulta viável juridicamente a imposição de multa em decisão interlocutória, podendo o juiz utilizar-se desta faculdade (art. 621 c/c art. 461, §§ 3º e 4º, do CPC). LIMITAÇÃO. No caso concreto, o valor da multa fixada pelo juízo de origem afigura-se suficiente e compatível com a obrigação, ensejando sua manutenção. É viável, porém, a estipulação de um limite da multa cominatória”. (TJRS, AI 70066332719, j. 10.09.2015). No mesmo sentido: “Determinação judicial para entrega de coisa certa não atendida que admite a majoração da astreinte”. (TJSP, AI  2044234-14.2015.8.26.0000, j. 15.06.2015).
 
(3) Não cumprida a obrigação, autoriza o código a utilização de técnica sub-rogatória, que deverá vir expressa já no mandado de citação, coincidente com a imissão na posse, caso se trate coisa imóvel, ou de  expedição de busca e apreensão, se de coisa móvel. Para que o oficial de justiça pratique tais atos executivos, basta que o executado não efetue, no prazo legal (15 dias), a satisfação da obrigação, com a respectiva entrega da coisa em juízo. Encontrado o bem e estando em perfeito estado, fica satisfeita a obrigação.
 
(3) Neste sentido: “Na execução para entrega de coisa certa, se o executado, como terceiro interessado, foi intimado para a entrega da coisa, conforme previsto no art. 621 do Código de Processo Civil, quedando-se inerte quanto ao oferecimento de embargos, correta a expedição do mandado de busca e apreensão, na forma prevista no art. 625 do mesmo Código, tornando despropositado o pedido de sua constituição como depositário dos bens”. (TJPR, AI 0123657-9, j. 28.08.2002).
 
 
Art. 807.  Se o executado entregar a coisa, será lavrado o termo respectivo e considerada satisfeita a obrigação, prosseguindo-se a execução para o pagamento de frutos ou o ressarcimento de prejuízos, se houver. [Dispositivo correspondente ao art. 624 do CPC/1973] (1)
 
(1) Havendo a entrega da coisa, deverá ser lavrado o termo respectivo, reconhecendo-se por satisfeita a obrigação. Todavia, a continuidade da execução dependerá da existência de frutos a serem pagos ou do ressarcimento de eventuais prejuízos.
 
 
Art. 808.  Alienada a coisa quando já litigiosa, será expedido mandado contra o terceiro adquirente, que somente será ouvido após depositá-la. [Dispositivo correspondente ao art. 626 do CPC/1973] (1)
 
(1) O exequente ao tomar conhecimento de que o executado vendeu o bem objeto da obrigação, deverá apontar o terceiro adquirente desse bem, pois possivelmente, fraudulenta a alienação da coisa já litigiosa. Será expedido mandado de busca e apreensão no caso de bem móvel, ou de imissão de posse para bem imóvel.
 
(1) Depositando a coisa terá direito o terceiro de oferecer embargos de terceiro (art. 674). Neste sentido: “Os embargos de terceiro prejudicado visa tão somente a que não se discuta direito próprio sem um processo onde não figurou como parte. É mera faculdade processual que a lei lhe confere. A sua não utilização não prejudica o direito material existente que poderá vir a ser discutido em ação ordinária própria”. (STJ, AgRg no Ag 88561 / AC, j. 26.03.1996). Em igual sentido: “A circunstância dos promitentes compradores não terem manejado os respectivos embargos de terceiros para questionar a penhora e a arrematação efetivadas sobre o imóvel em litígio, em processo de execução do qual não fizeram parte, não obsta que tal providência seja pleiteada nas vias ordinárias, mediante a propositura da ação ordinária própria”. (STJ, REsp 564944 / AL, j. 02.12.2008).
 
(1) Contudo, há entendimento de que quem adquire coisa litigiosa, não pode opor embargos de terceiros, neste sentido: “Não tem a qualidade de terceiro aquele que adquire a coisa litigiosa, com o que não pode opor os embargos respectivos, aplicando-se-lhe o disposto no art. 42, par. 3º, do CPC”. (STJ, AgRg no Ag 495327 / DF, j. 26.03.2003).
 
 
Art. 809.  O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente. [Dispositivo correspondente ao art. 627, caput do CPC/1973] (1)
§1º Não constando do título o valor da coisa e sendo impossível sua avaliação, o exequente apresentará estimativa, sujeitando-a ao arbitramento judicial. [Dispositivo correspondente ao art. 627, § 1o do CPC/1973] (2)
§2º Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos. [Dispositivo correspondente ao art. 627, § 2o do CPC/1973] (2)
 
(1) A tutela específica da obrigação de entrega consiste na perfeita correspondência entre esta providência e o bem descrito no título executivo. Restando impossibilitada, contudo, a prestação da tutela específica, resta ao exequente reclamar do executado o valor equivalente da coisa, mais as perdas e danos (art. 402 a 405 do CC). Neste sentido: “Apenas nas hipóteses em que há a perda da coisa, o seu perecimento ou deterioração, que se aplica a regra do art. 627 do CPC, o que assegura ao credor o direito a receber, além das perdas e danos, o valor da coisa”. (STJ, REsp 720061 / GO, j. 14.11.2006).
 
(1) Ressalte-se que, quando o litígio for resolvido em perdas e danos, a obrigação não gera direito real (sobre a coisa), mas apenas direito pessoal (sobre a conduta). Entretanto, as hipóteses do preceito estão relacionadas com a culpa do executado, pois somente terá a obrigação de ressarcimento do equivalente em dinheiro, mais as perdas e danos, se a coisa se perdeu por culpa sua.
 
(2) Quando o valor da coisa não constar no título executivo, deverá ter seu valor apurado em liquidação de sentença, juntamente com os valores dos prejuízossofridos (§§ 2º e 3º). Sendo, pois, impossível essa avaliação, admite-se que o valor se dê por estimativa do exequente, sujeito, contudo, ao controle judicial. Neste sentido: “Nos termos do art. 627, § 2º, do CPC (com redação alterada pela Lei 10.444/2002), não há falar em abertura de nova demanda cognitiva unicamente para o fim de discutir e apurar eventuais perdas e danos advindos da execução de entregar coisa certa, o que deve se dar mediante incidente de liquidação no próprio procedimento executório”. (STJ, REsp 695770 / PR, j. 11.05.2010).
 
 
Art. 810.  Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo executado ou por terceiros de cujo poder ela houver sido tirada, a liquidação prévia é obrigatória. [Dispositivo correspondente ao art. 628 do CPC/1973] (1)
Parágrafo único.  Havendo saldo: [Dispositivo correspondente ao art. 628 do CPC/1973]
I – em favor do executado ou de terceiros, o exequente o depositará ao requerer a entrega da coisa; [Dispositivo correspondente ao art. 628 do CPC/1973]
II – em favor do exequente, esse poderá cobrá-lo nos autos do mesmo processo. [Dispositivo correspondente ao art. 628 do CPC/1973]
 
(1) Quando o executado ou o terceiro tiverem realizado benfeitorias na coisa, cujo poder ela foi retirada, duas possibilidades podem ocorrer: se houver saldo em favor do executado ou do terceiro, o exequente o depositará ao requerer a entrega da coisa. Se o saldo for favorável ao exequente, este poderá cobrá-lo no mesmo processo.
 
(1) Assim, depois de satisfeita a obrigação para entrega de coisa, haverá então o prosseguimento do processo para execução de quantia, na forma de cumprimento de sentença (art. 523), tendo em vista que se trata de título judicial
EXECUÇÃO PARA ENTR EGA DA CO ISA 
 
1 - Conceito 
 
A execução para a ent rega de coisa corres ponde às obriga ções de 
dar em geral, sendo indiferente a natureza do d ire ito a efetiv ar, que 
tanto pode ser real como pessoal. 
 
Com preende essa mo dalidade de exec uç ão fo rçada prestaçõ e s que 
costumam ser clas sif icadas em dar, prest ar e restitu ir. D iz -s e que a prestação é 
de dar quando inc um be ao devedo r entregar o que não é seu , embo ra est iv esse 
agindo co mo do no ; de prestar, quando a entrega é da co is a feit a pelo devedo r, 
apó s a res pectiva co nclusão ; e de rest ituir, quando o dev edo r tem a o brigação de 
devo lver ao credo r algo que rec ebeu des te para po sse o u determinação 
tem po rária . 
 
2 - Ent rega de co is a 
 
A Lei nº 8 .9 53, de 1 2 .1 2 .9 4 , mo difico u o texto do art . 6 21 . De tal so rte, 
passo u a ser cabível a exe cução de dar co isa certa o u incerta tant o com bas e em 
tít u lo judic ia l co mo extrajudicia l. 
 
Em qualquer das duas m o dalidades de execução , po rém, o o bjeto é a co isa 
certa, is to é, co is a es pecificada o u indiv idua liz ada, que po de s er: a) im óvel 
(c asas, terre nos, fazendas, etc.); o u b) mó v el ( um a jó ia, automó vel, etc.) . 
 
3 - Procedim ento 
 
A exec uç ão ( apo iada em título ex trajudic ia l) in icia -se sempre por 
prov ocação d o interessado, m ediante pet ição in icia l. 
 
Deferida a pet ição , o dev edor será citado para , em dez dias, 
alternat ivam ente: 
a) entregar a co isa certa, ind iv id ua liz ada no título ; o u 
b) seguro o juíz o , apresentar em bargos (art. 806 ). 
 
O prazo para entrega corre da ju ntada do m andando cumpr ido aos 
autos. 
 
O prazo de defesa começa a f lu ir d o t ermo de depós ito, quan do o 
pró prio exec utado o ferece o bem lit ig io so para se gurança da execução; o u da 
juntada do m andando de imissão de po sse, o u de busca e apree ns ão judicia l da 
co isa dev ida, quando o devedo r não a ent re ga nem a deposita no prazo legal. 
9 15 c/ c 231 ) art. 21 9 , e art.9 14
 
C um prida a citação , po de rão o co rrer trê s sit uaçõ es distintas: 
a) Ent rega da c oisa: O devedo r acatando o pedido do credo r, 
entrega -lhe a c o is a devida. 
b) Inércia do dev edor: O executado deixa es co ar o praz o de dez dias 
sem entregar a co is a e sem depositá - la. Será, ent ão , expedido em 
favo r do credo r mandado de im iss ão de posse, o m andado ao s 
autos, t erá o devedo r 1 0 ( dez) dias para apresentar embargo s. A 
im issão e a apreensão são provisó rias durante o c it ado prazo . 
c) Depósit o da coisa : Dentro do praz o de dez dias da junt ada do 
m andando citató rio , o devedo r, em lugar de ent regar, depo sita a 
co isa devida em juízo . L avra-se term o nos autos e a part ir dele 
terá o executado dez dias para oferecer embargos . 
 
4 - Cominação de mu lt a diár ia 
 
Da c itaç ão execut iva, po derá co nstar a co m inação de multa po r dia de 
atraso no cum primento da o brigaç ão de ent re ga de co isa. Essa penalidade já 
po de ter s ido prevista no título exec utivo . 
 
M as, m esmo que não ex is ta tal previsão , a lei dá ao juiz p o der para fixá- la 
no despac ho da in ic ial da exec uç ão . A m ulta, in cas u, é m eio de c o erção , e não 
fo rma de inden iz ar preju íz o do c redo r. A sanção é de o rdem pública e não po de 
ficar so b o co ntro le e xclusivo da parte. 
 
É po r s er um instrum ento da atividade jur isd ic io nal exec utiva, que a le i 
co nfere ao juiz o po der de rever, a qualquer tem po , o valo r da m ulta já fixada, 
tant o para am pliá- lo co mo para reduz i-lo , caso s e to rne insuf iciente o u 
excess iv o , diante das pec uliaridades do pro cesso . 
 
Se, po rém, o devedo r c rio u a im po ssib ilidade intenc io nalmente o u se esta 
o co rreu, po r c aus a do retardamento , terá lugar a cum ulaç ão das perdas e dano s 
com a multa co m inada, até o momento em que a pres tação o rig inár ia s e 
inv iab iliz o u. 
 
5 - Aliena ção da co isa devida 
 
M esmo quando ho uver alienação da co is a a te rceiro , se o at o de 
dispos ição ocorre u após a p

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