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Psicologia da Percepção
profundidade e tamanho
Prof. Felipe Gonçalves
Un. Estácio de Sá
Aspectos Evolutivos
Assim como as cores, a visão estereoscópica (a visão de um mesmo objeto a partir de ambos os olhos) apresenta uma vantagem evolutiva:
Não primatas: campo de visão maior, menos precisão, visão monocular.
Primatas (e alguns outros animais): campo de visão binocular maior, mais precisão, visão com profundidade e distância. Visão estereoscópica.
Percepção de Profundidade
Conjunto de mecanismos no sistema visual humano, a partir dos quais é possível determinar as posições relativas dos objetos no espaço.
 A visão tridimensional que temos do mundo é resultado da interpretação pelo cérebro das duas imagens bidimensionais que cada olho capta a partir de seu ponto de vista. 
Como se explica?
A retina, o ponto inicial da visão, é uma superfície bidimensional. Isto significa que a imagem da retina é plana e não possui absolutamente qualquer profundidade.
Como surge a visão tridimensional? - Não há receptores para a distância.
O processo perceptivo utiliza indícios, que associados à imagem 2D projetada na retina, nos permite relacionar os objetos da imagem ao espaço 3D.
Mecanismos que permitem inferir a distância de um objeto
Fisiológicos / Musculares
Monoculares
Binoculares
1. Fisiológicos
Acomodação: o ajuste do comprimento focal das lentes. Sensações cinestésicas resultantes da contração e relaxamento dos músculos ciliares são enviadas ao córtex visual, onde são usadas para construir a noção de distância.
Convergência: o ângulo feito pelos dois eixos de visão de um par de olhos. Informação sobre a profundidade a partir da convergência de ambos os eixos dos globos oculares.
Quando vemos objetos perto, nossos olhos convergem para o objeto.
Nosso cérebro detecta que quanto mais próximo o objeto, maior a convergência.
 Acomodação e convergência estão associadas aos músculos dos olhos, e interagem uma com a outra na percepção de profundidade.
Mudanças na tensão muscular são detectadas e interpretadas pela nossa mente e usadas para determinar a profundidade e distância de um objeto.
2. Binoculares
Disparidade Binocular 
Nossos olhos produzem imagens de ângulos diferentes, por serem dois pontos de vista distintos.
As duas imagens, chamadas de pares estereoscópicos, são enviadas para o cérebro onde se unirão e formarão uma única imagem. A disparidade binocular, proporciona uma poderosa sensação de profundidade chamada de visão estereoscópica.
Paralaxe é a diferença aparente da posição de um objeto em relação a diferentes observadores. A paralaxe binocular é a diferença entre as imagens de um mesmo objeto projetadas na retina.
 O grau da disparidade entre as duas imagens depende do ângulo de convergência. Quanto mais próximo dos olhos, maior a disparidade binocular.
Experimente colocar o dedo indicador a dois centímetros do nariz e observá-lo, com um dos olhos fechados, depois com o outro. Estique o braço e repita o experimento.
E o cinema 3D, como funciona?
Filmes 3D são produzidos com duas imagens iguais, superpostas em posição ligeiramente distinta.
Cada lente dos óculos 3D “filtra” uma das imagens, permitindo que cada um dos nossos olhos enxergue apenas uma das imagens.
Nossa mente processa essas imagens como sendo a mesma, mas vistas de ângulos distintos, produzindo a ilusão de disparidade binocular e por consequência, de profundidade.
3. Monoculares
Utilizamos vários indícios monoculares de profundidade: 
tamanho relativo - se uma imagem contém um arranjo de objetos similares que diferem em tamanho, interpretamos os objetos menores como estando mais afastados.
Perspectiva linear: redução gradual do tamanho da imagem à medida que a distância do objeto aumenta.
Perspectiva linear: redução gradual do tamanho da imagem à medida que a distância do objeto aumenta.
Perspectiva linear: redução gradual do tamanho da imagem à medida que a distância do objeto aumenta.
Superposição: se um objeto está posicionado de modo a obstruir a visão do outro, o percebemos como estando mais próximo.
Profundidade de foco: luz e sombra, e a nitidez relativa proporcionam a impressão de profundidade – quanto mais nítida e minuciosa for a imagem, mais perto aparenta estar
 Gradiente de textura: a quantidade de detalhes de uma cena diminui à medida que a distância aumenta.
As texturas ficam menos detalhadas à medida que uma superfície se afasta no nosso campo visual.
Sombra: Indícios da altura em que o objeto se encontra.
Constâncias Perceptivas 
Princípios de percepção aprendidos com a experiência.
 Quando objetos mudam em forma, tamanho ou brilho, nós ainda atribuímos a elesum tamanho “constante” e familiar.
 Nossa percepção estabelece que mesmo que as imagens na retina estejam alteradas, os objetos ainda são familiares.
Constância de tamanho: Tendência dos objetos a parecerem do mesmo tamanho, ainda que a imagem projetada na retina seja menor.
Papel da perspectiva na indicação da constância de tamanho. 
Constância de tamanho: Tendência dos objetos a parecerem do mesmo tamanho, ainda que a imagem projetada na retina seja menor.
Papel da perspectiva na indicação da constância de tamanho. 
Constância de tamanho: Tendência dos objetos a parecerem do mesmo tamanho, ainda que a imagem projetada na retina seja menor.
Papel da perspectiva na indicação da constância de tamanho. 
Ilusão Müller-Lyer: Fenômeno ligado ao uso que fazemos dos ângulos para calcular a profundidade e a constância de tamanho.
 
Em culturas não ocidentais, como tribos africanas ou australianas, em que há poucas retas e angulações, a ilusão é menos frequente, o que mostra a dimensão cultural e aprendida da percepção de profundidade. 
Ilusão Müller-Lyer: Fenômeno ligado ao uso que fazemos dos ângulos para calcular a profundidade e a constância de tamanho.
Ilusão de Ponzo: o uso de indícios monoculares de profundidade (perspectiva linear) produzem a ilusão de tamanho.
Constância de forma: A percepção da forma de um objeto permanece, mesmo que o objeto seja observado por um ângulo diferente. Uma porta fechada, meio aberta ou aberta ainda é percebida como uma porta com forma retangular.
Ilusões de profundidade
Ilusões
Ames
Poggendorff: quando uma linha é interrompida por um segmento, parece perder a linearidade.
http://www.michaelbach.de/ot/ang-poggendorff/
Fenômeno “hollow face” (Face Oca)
http://www.michaelbach.de/ot/fcs_hollow-face/index.html
Sob condições de iluminação ideais, o lado “oco” de uma máscara, quando visto de frente, é percebido como se fosse sua face positiva.
A imagem que se reflete em nossa retina é sempre 2D, nós utilizamos indícios para atribuir profundidade. Sem a informação das sombras que deveriam haver na face negativa da máscara, devido às condições especiais de iluminação, não temos nenhuma informação para diferenciá-la do seu lado positivo.