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Resenha do Filme Narradores de Javé

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RESENHA DO FIME NARRADORES DE JAVÉ
Juliana Pereira Lima Santos
Graduanda em Pedagogia
UNEAL – Campus I
O filme trata da história de um povoado (Javé) que está prestes a deixar de existir e a virar uma barragem. Com a intenção de salvar o povoado a população decide por resgatar as histórias e acontecimentos considerados importantes para o povoado e colocá-los em num livro, para assim mostrar o valor histórico do Vale de Javé. Quem faz esse trabalho é um senhor enredador que havia sido expulso do povoado por escrever cartas com histórias falsas sobre os moradores e encaminhá-las pelas redondezas, mas, no momento, por ser a única pessoa alfabetizada, era a quem poderiam recorrer, e assim foi feito. Esse sujeito, de nome Antônio Biá, passou por todo o povoado entrevistando todos moradores, ouvindo suas histórias sobre o surgimento do lugar e carregava consigo o “livro da salvação”, assim batizado pelos próprios javelenses.
Logo nas primeiras entrevistas, Biá não achava lá grandes coisas nas histórias contadas e, astucioso como era, sempre sugeria por fazer melhorias naquilo que havia sido dito. Nesse momento é percebia a falta de ética acometida pelo pesquisador para com os fatos contados, inclusive quando ele mesmo proferiu para um dos entrevistados “uma coisa é a história acontecida e outra é a história escrita”. Apesar de Biá querer fazer tais melhorias nas histórias contadas a fim de enaltecê-las, os próprios “contadores” o repreenderam, e queriam a história contada “tal como era”, mesmo existindo diversas versões de um mesmo acontecimento.
Cientificamente falando, o tipo de pesquisa usado para a construção da documentação da história de Vale do Javé foi a pesquisa descritiva qualitativa, que buscava agrupar informações sobre as características e experiências de um povo buscando a qualidade das suas informações, a partir de um levantamento de campo, com a interrogação direta dos envolvidos através de entrevistas, e, por fim, seria finalizada pela coleta e interpretação e análise de dados, que é o momento que visa o agrupamento das informações e a separação daquilo que de fato será utilizado e documentado.
Na prática docente, a exploração desses métodos de pesquisa é de extrema importância para a contribuição do desenvolvimento da criança, seja na educação infantil ou nos primeiros anos do ensino fundamental. Segundo a BNCC, o ensino da história nos anos iniciais do fundamental contempla a percepção e a construção da criança como um sujeito, com consciência de si e do outro e dos papeis que se ocupam dentro uma sociedade. Contempla também a noção de lugar, de onde se vive, as diferenças existentes nas moradias e localidades. E a pesquisa de campo, com o auxílio da coleta de dados e informações, ajudam nesse desenvolvimento, nessa construção e reconhecimento.
Do mesmo modo isso é perceptível na educação infantil, o campo de experiência “O eu, o outro e o nós” traz essas mesmos objetivos para serem trabalhados com as crianças pequenas, a percepção da sua individualidade, perceber seus grupos e sua função dentro deles, bem como entender que existem lugares diferentes daqueles que ele habita, e realidades diferentes. Outro campo que também pode ser explorado por esses métodos de pesquisa é o “Escuta, fala, pensamento e imaginação” a partir da busca da interação com outros pares, adultos e crianças, entendendo que a partir das interações nós podemos nos compreender melhor, nossos comportamentos, falas, nossa língua, bem como podemos também ter uma melhor interpretação do outro e uma compreensão das diferenças que permeiam a sociedade.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
NARRADORES de Javé. Direção de Eliane Caffé. Rio de Janeiro: RioFilme, 2004. (120 min.).

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