Buscar

Açao de modificação de guarda

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 01 
VARA DE FAMÍLIA DA CIDADE MARINGÁ-PR. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ronaldo, RG-XX, CPF-XX, PIS/PASEP-XX, brasileiro, solteiro, Profissão, 
end.eletronico@.com, residente a Rua-XX, Bairro/CEP-XX, nesta cidade de Maringá -
PR.vem, por intermédio de seu advogado OAB-XX, endereço profissional Rua-XX, 
bairro/CEP-XX, adv@adv.com, também nesta cidade assinado vem perante este 
respeitável juízo com fulcro no art. 33, do Estatuto da Criança e do Adolescente e 
art.1637 e 1.699 do Código Civil e Lei N° 12.318/2010, propor 
 
AÇÃO DE MODIFICAÇÃO DE GUARDA CONSENSUAL 
c/c EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS 
 
em favor do menor Ronaldinho filho de Ronaldo e Andréia pelos fatos e 
fundamentos abaixo expostos. 
 
 
 
1. Da Justiça Gratuita 
 
O reclamante declara: “não ter condições de arcar com as custas processuais 
sem comprometer sua mantença.” Com observância aos artigos 5° LXXIV da CF, 98 do 
CPC e790 § 3° da CLT, requer o reclamante que seja concedido os benefícios da Justiça 
gratuita. 
 
2. Dos fatos 
 
O casal se divorciou, ficando decidido no divórcio que Andreia ficaria com a 
guarda unilateral do menor, tendo ficado Ronaldo obrigado a pagar alimentos em favor 
do filho e estabelecido as visitas da seguinte forma: finais de semana alternados, 
podendo buscar o menor no sábado às 9h, entregando-o no domingo ás 18h. 
As férias escolares, o menor passaria metade com o pai e metade com a mãe. 
Festas de final de ano seriam alternadas. Nos anos pares, natal com o pai e ano 
com a mãe. Nos anos ímpares, o inverso. 
Dia dos pais, com o pai. Dia das mães, com a mãe. 
De início, tudo transcorreu normalmente até que Ronaldo arrumou uma nova 
namorada. Tal fato não foi bem aceito por Andreia, que passou a, cada vez mais, 
restringir o acesso de Ronaldo ao filho. Inicialmente começou a limitar o tempo que 
passavam juntos. Em seguida, passou a proibir que o menino recebesse as visitas do pai 
e começou a dar claros sinais de alienação parental. 
Desta maneira, o autor busca este juízo a fim de requerer que a guarda se 
converta em seu favor, pois desta forma esta atendendo ao melhor interesse da criança, 
tendo em vista que o pai oferece um ambiente familiar saudável e afetuoso. 
 
3. Do direito 
 
O cuidado com a formação dos filhos é intrínseco ao poder familiar, eis que são 
os pais que devem proporcionar uma vida digna e sadia para seus filhos, promovendo o 
sustento destes, conforme os incisos I e II do artigo 1.634 do Código Civil, que assim 
dispõe: 
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação 
conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: 
I - dirigir-lhes a criação e a educação; 
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584 
(...) 
A guarda visa à garantia da estabilidade tanto educacional, quanto emocional, 
material e morais imprescindíveis ao saudável crescimento e ao adequado 
desenvolvimento da criança e do adolescente, conforme prevê o artigo 33 da Lei 
8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), in verbis: 
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e 
educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a 
terceiros, inclusive aos pais; 
Destarte, em caso de separação do casal, a guarda dos filhos menores deve ficar 
com o genitor que apresentar melhores condições para exercê-la. 
Assim sendo, no momento, o genitor é quem possui tais condições, uma vez 
que sua genitora encontra dificuldade em cumprir suas obrigações no acordo de guarda, 
Logo, o melhor a se fazer é modificar a guarda do menor Ronaldinho filho de Ronaldo e 
Andréia para o genitor Ronaldo, e, em conseqüência, exonerá-lo de o encargo alimentar. 
 
3.1. Da exoneração dos alimentos 
 
A exoneração do encargo alimentar atribuído ao genitor não-guardião que se 
torna guardião é uma decorrência lógica da modificação da guarda. Este é o 
entendimento jurisprudencial, que proclama a admissibilidade da cumulação dos 
pedidos de modificação de guarda e exoneração de alimentos, conforme exemplifica as 
seguintes ementas do egrégio TJDFT: 
 
AÇÃO DE ALIMENTOS. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO. EXTINÇÃO 
COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. DESARQUIVAMENTO. PEDIDO DE 
EXONERAÇÃO OU DE SUSPENSÃO DO ENCARGO ALIMENTAR. 
MODIFICAÇÃO PROVISÓRIA DA GUARDA DE MENOR ALIMENTANDO 
EM FAVOR DO PRESTADOR DOS ALIMENTOS. AJUIZAMENTO DE AÇÃO 
AUTÔNOMA DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. DISPENSABILIDADE. 
IRRELEVÂNCIA DA MANIFESTAÇÃO DA PARTE CONTRÁRIA. É 
DISPENSÁVEL O A JUIZAMENTO DE AÇÃO AUTÔNOMA DE 
EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS, PARA OS FINS DA CONCESSÃO DA 
SUSPENSÃO DO ENCARGO ALIMENTAR, QUANDO OCORRE, EM JUÍZO, 
A ALTERAÇÃO PROVISÓRIA DA GUARDA DO MENOR ALIMENTANDO 
EM FAVOR DAQUELE QUE TINHA O DEVER DE PRESTAR OS 
ALIMENTOS, UMA VEZ QUE DECORRE DO PRÓPRIO FATO DE HAVER 
MIGRADO A GUARDA PARA O NOVO GUARDIÃO A TRANSFERÊNCIA DA 
ADMINISTRAÇÃO DAS DESPESAS HAVIDAS COM A CRIANÇA, 
DEVENDO, POR CONSEQUÊNCIA LÓGICA DA NOVA SITUAÇÃO 
JURÍDICA INSTITUÍDA, FICAR SUSPENSA A EXIGIBILIDADE DO 
ENCARGO ENQUANTO ESSA SITUAÇÃO PERDURAR, EVIDENCIANDO 
SER DESNECESSÁRIA, NO CASO ESPECÍFICO DOS AUTOS, A PRESENÇA 
DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA EM FAVOR DA GENITORA, 
CUJA GUARDA DO MENOR ALIMENTANDO NÃO MAIS DETÉM, AINDA 
QUE DE FORMA PROVISÓRIA. 
 
Desta forma, o genitor deve ser exonerado da obrigação de contribuir com 30% 
(trinta por cento) de seus rendimentos brutos, em favor do menor, à título de alimentos, 
nos termos previstos no art. 1699, do Código Civil 
 
3.2. Da alienação parental 
 
Dispõe sobre a alienação parental e altera o art. 236 da lei n° 8.069 de 13 de 
julho de 1990, 
Art. 2° Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação 
psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, 
pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda 
ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à 
manutenção de vínculos com este. 
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos 
atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou 
com auxílio de terceiros: 
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da 
paternidade ou maternidade; 
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; 
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; 
Temos em seu art 5° em seus parágrafos a possibilidade de uso psicológico 
para garantir a veracidade dos fatos, 
Art. 5° Havendo indício da prática de ato de alienação parental, em ação 
autônoma ou incidental, o juiz, se necessário, determinará perícia psicológica ou 
biopsicossocial. 
§ 1° O laudo pericial terá base em ampla avaliação psicológica ou 
biopsicossocial, conforme o caso, compreendendo, inclusive, entrevista pessoal com as 
partes, exame de documentos dos autos, histórico do relacionamento do casal e da 
separação, cronologia de incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos e exame 
da forma como a criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação 
contra genitor. 
§ 2° A perícia será realizada por profissional ou equipe multidisciplinar 
habilitados, exigido, em qualquer caso, aptidão comprovada por histórico profissional 
ou acadêmico para diagnosticar atos de alienação parental. 
§ 3° O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a ocorrência 
de alienação parental terá prazo de 90 (noventa) dias para apresentação do laudo, 
prorrogável exclusivamente por autorização judicial baseada em justificativa 
circunstanciada. 
Art. 6° Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta 
que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma 
ou incidental, o juiz poderá,cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente 
responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais 
aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso: 
IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; 
V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão; 
Parágrafo único. Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização 
ou obstrução à convivência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar 
para ou retirar a criança ou adolescente da residência do genitor, por ocasião das 
alternâncias dos períodos de convivência familiar. 
 
IV. Dos Pedidos e Requerimentos 
 
Diante do exposto, requerem: 
a) A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, nos termos do 
art. 98 do Código de Processo Civil; 
b) Que seja cumprido a ordem judicial no acordo de divorcio, que seja 
obrigado a liberar as visitas de imediato. 
c) A intimação do representante do Ministério Público para que atue no feito, 
nos termos do inciso II, do art. 178, do Código de Processo Civil; e 
d) Que seja HOMOLOGADO em todos os termos ao transferir ao genitor a 
guarda do menor Ronaldinho, e em conseqüência, exonerá-lo do encargo alimentar 
acordado e homologado por meio do processo nº XXX; 
 
VI - Do Valor da Causa 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 12.540,00 (Doze mil, quinhentos e quarenta reais). 
Protesta pela produção de todos os meios de prova cabíveis em direito e 
necessários para o melhor desfeche da lide. 
 
Termos em que pede e aguarda deferimento. 
 
Maringá, Junho de 2020. 
Advogado 
OAB XX

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes