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etiologia e tratamento das lesões não cariosas

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1 Joana Ferreira- Odontologia 2022.1 
ETIOLOGIA E 
TRATAMENTO 
DAS LESÕES NÃO-
CARIOSAS E HDC 
MUDANÇA NO PERFIL DA POPULAÇÃO 
• Diminuição na prevalência da doença 
cárie e D. periodontal 
• Aumento na expectativa de vida 
• Mudanças no estilo de vida 
(alimentação, ansiedade, hábitos) 
• Aumento da prevalência de doenças 
“modernas” 
• Transtornos alimentares 
• Doença de refluxo gastroesofágico 
• Hipersensibilidade dentinária 
Em 2030: 50% dos pacientes com menos de 25 
anos de idade apresentarão LNCs associadas 
com hipersensibilidade dentinária, 
independente da presença de recessão 
gengival 
Ex-usuários de aparelho ortodôntico. 
LESÕES CERVICAIS CARIOSAS 
• Dissolução localizada dos 
componentes inorgânicos dos dentes, 
devido aos dados provenientes do 
metabolismo bacteriano dos 
carboidratos fermentáveis da dieta. 
LESÕES CERVICAIS NÃO-CARIOSAS 
• Perda gradual das estruturas 
mineralizadas dos dentes (Esmalte e 
dentina), que possui geralmente uma 
origem multifatorial, não relacionada 
ao processo de cárie 
• A perda de estrutura dentária por LNC 
é MULTIFATORIAL! 
 
TODA PERDA DENTAL É PATOLÓGICA? 
• Existe um certo desgaste fisiológico 
que é normal ao longo da vida 
• A perda de estrutura pode ser 
considerada patológica quando a 
função, integridade ou estética do 
dente ficam comprometidas 
LOCALIZAÇÃO 
• As lesões não cariosas podem ocorrer 
em todas as superfícies dos dentes 
• Atingem com grande frequência a face 
vestibular da região cervical, onde são 
conhecidas como lesões cervicais não-
cariosas (LCNC) 
REGIÃO CERVICAL DOS DENTES 
• Esmalte cervical é fino e pouco 
prismático: susceptível a trincas e 
fraturas 
• Pode haver falha estrutural 
• Exposição do cemento e dentina 
radicular devido à retração gengival: 
tecidos menos resistentes aos 
impactos ambientais 
FATORES ETIOLÓGICOS 
TENSÃO (ABFRAÇÃO) 
• Endógenos 
1. Parafunção 
2. Deglutição 
• Exógenos 
1. Mastigação 
2. Hábitos 
3. Ocupações 
4. Próteses odontológicas 
• TIPOS DE TENSÃO 
1. Estática 
2. Fadiga 
BIOCORROSÃO (QUÍMICO, BIOQUÍMICO 
E ELETROQUÍMICO) 
• Endógenos (ácido) 
1. Placa (cárie) 
2. Fluído crevicular gengival 
 
2 Joana Ferreira- Odontologia 2022.1 
3. Gástrico (HCl) 
• Exógenos 
1. Dieta 
2. Ocupações 
3. Fatores diversos 
• Proteólise 
1. Ação enzimática (cárie) 
2. Protease (pepsina e tripsina) 
3. Fluído crevicular gengival 
• Eletroquímica: efeito piezoelétrico da 
dentina 
FRICÇÃO (DESGASTE) 
• Endógenos (atrição) 
1. Parafunção 
2. Deglutição 
• Endógenos (abrasão) 
1. Mastigação 
2. Ação da língua 
• Exógenos (abrasão) 
1. Higiene dental 
2. Hábitos 
3. Ocupações 
4. Próteses 
• Erosão (movimento de líquidos) 
BIOCORROSÃO- EROSÃO 
• Desgaste progressivo e irreversível do 
tecido dental decorrente de um 
processo químico, bioquímico e 
eletroquímico da porção mineralizada 
dos dentes. 
• Perda de brilho 
• Superfícies lisas 
o Áreas convexas se tornam planas 
ou côncavas 
o Largura maior que profundidade 
o Pode haver borda de esmalte 
elevada na região cervical 
• Superfícies oclusais 
o Arredondamento das cúspides 
o Elevação de plano das 
restaurações 
o Casos graves: perda de morfologia 
oclusal 
o Associação com o fator de fricção 
(Apertamento) 
• Desmineralização do mineral 
• Abre a alarga os túbulos dentinários, 
dependendo da magnitude do desafio 
erosivo 
• Progride com maior rapidez que em 
esmalte 
LESÃO NÃO CARIOSA- FACE LINGUAL 
OU VESTIBULAR 
Desenvolvida pela ação de ácido de origem 
estomacal (ácido clorídrico), que pode ser 
potencializada pela abrasão provocada pela 
língua e escovação 
EM FACE VESTIBULAR 
Geralmente relacionadas ao consumo de 
frutas muito erosivas, medicamentos com 
potencial erosivo (comprimidos mastigáveis 
ou pastilhas efervescentes) ou bebidas 
esportivas tomadas diretamente da garrafa. 
FATORES COMPORTAMENTAIS 
• Consumo frequente de bebidas e 
alimentos ácidos 
• Hábitos que prolongam contato de 
alimentos ácidos com os dentes 
• Segurar ou bochechar a bebida ácida 
pela boca 
• Mamadeira noturna para bebês 
contendo bebidas ácidas 
FATORES BIOLÓGICOS- SALIVA 
• Moduladora do processo de erosão 
• Promove diluição e limpeza dos ácidos 
• Neutraliza e tampona os ácidos: 
sistema tampão (bicarbonato e 
proteínas) 
• Mantém meio saturado em relação ao 
cálcio, fosfato e flúor 
• Forma película adquirida (proteínas e 
glicoproteínas): barreira protetora 
ESCOVA DE DENTE NÃO CAUSA LNC! 
• Fator acelerador quando associada a 
dietas ácidas 
• Maior abrasividade dos dentrifícios 
ditos branqueadores 
 
3 Joana Ferreira- Odontologia 2022.1 
• Corrosão ácida aumenta a 
susceptibilidade à abrasão 
FRICÇÃO-ABRASÃO 
Desgaste patológico do tecido duro dental 
devido a um processo mecânico envolvendo a 
introdução frequente de objetos ou 
substâncias na boca em contato com os 
dentes. 
• Escovação sem dentrífricio: sem efeito 
significativo no desgaste dental 
• Escovação com dentrifrício: desgaste 
em esmalte não é significativo, se 
seguidos padrões normais de 
escovação 
• Desgaste em dentina > esmalte 
• A escovação se torna danosa quando 
associada com biocorrosão ou 
quando realizada de forma 
inadequada! 
FATORES MODULADORES 
• Densidade e textura dos filamentos: 
dar preferência por escovas macias 
• Frequência, duração e força da 
escovação 
• Tipo de abrasivo: dar preferência às 
pastas menos abrasivas. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
• Geralmente ocorre em mais de um 
dente 
• A superfície tende a ser mais polida e 
dura 
• Contorno regular 
• Pacientes com boa higiene local e 
gengiva saudável 
FRICÇÃO-ATRIÇÃO 
Desgaste fisiológico dos tecidos duros dentais 
através do contato dente a dente, sem a 
intervenção de substâncias exógenas. 
• Envolve força e tempo 
• Desgaste excessivo ocorre quando há 
parafunções: apertamento e bruxismo 
(evidência de associação com outros 
processos- erosão) 
• O desgaste no dente antagonista é 
igual e possui superfícies que se 
encaixam 
• Pode também ser observada nas 
superfícies vestibulares e linguais em 
algumas maloclusões. 
TENSÃO-ABFRAÇÃO 
São defeitos em cunha que se formam na 
junção esmalte-cemento e são causados pela 
aplicação de forças oclusais, que levam a 
flexão do dente, resultando em microfraturas 
do esmalte e da dentina 
• A concentração de estresse que causa 
a lesão vem de forças oclusais 
oriundas de interferências, contatos 
prematuros, bruxismo e apertamento 
• Dentes com mobilidade apresentam 
menos lesões cervicais em cunha: 
periodonto dissipa forças 
• Presença de facetas de desgaste na 
incisal/oclusal do dente em que 
formou lesão 
• Mais comum na face vestibular 
• Aparecem na região cervical 
• Possuem formato de cunha 
• Podem invadir o sulco gengival 
• Associação com outros fatores (erosão 
e abrasão) 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
A severidade e o desenvolvimento dessas 
lesões são proporcionais ao acúmulo de 
tensão e dependem da direção, intensidade, 
frequência, duração e do local de forças 
estáticas ou cíclicas. 
 
A HDC pode ser o primeiro sintoma clínico de 
uma futura LNC 
A HDC é caracterizada por uma dor aguda, 
curta e bem localizada, em resposta a estímulos 
térmicos, táteis, osmóticos, químicos ou 
 
4 Joana Ferreira- Odontologia 2022.1 
evaporativos, e que não pode ser atribuída a 
nenhuma outra doença ou defeito dental. 
HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA 
É relatada como uma queixa COMUM entre os 
adultos, apresentando-se como um dos 
eventos clínicos mais DESCONFORTÁVEIS para 
o paciente e de DIFÍCIL RESOLUÇÃO para o 
cirurgião-dentista. 
TEORIA HIDRODINÂMICA DA DOR 
Túbulos dentinários expostos 
 
Estímulo sensorial 
 
Deslocamento do fluído intratubular 
 
Estimulação das fibras nervosas pulpares 
 SNC! 
 DOR!! 
 
DIAGNÓSTICO 
ANAMNESE 
• Quala história da dor? 
• Estilo de vida? 
• Hábitos alimentares 
• Hábitos parafuncionais 
• Hábitos de higiene bucal 
QUAL A INTENSIDADE DA DOR? 
0-2: leve 
3-7: moderada 
8-10: intensa 
HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA 
• Nem toda dentina exposta é sensível 
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO DA 
HD/LNC 
 
• Dessensibilização 
HDC (Sem LCNC, sem recessão) 
• Restauração 
• Recobrimento radicular 
Remoção do fator causal + mudança de 
hábitos (dieta/HO) 
MECANISMOS DE BLOQUEIO DA 
TRANSMISSÃO DA DOR 
NEURAIS (MÉTODOS QUÍMICO E FÍSICO) 
• Interrupção dos impulsos nervosos 
• Despolarização de fibras nervosas 
• Sais de potássio 
• Laser de baixa potência 
OBLITERADORES (MÉTODOS QUÍMICO E 
FÍSICO) 
• Selamento mecânico parcial ou total 
dos túbulos dentinários expostos. 
• Selantes adesivos 
• Fluoretos 
• Oxalatos 
• Fosfatos 
• Glutaraldeído 
• Laser de alta potência 
MISTOS 
• Oxalato de potássio 
 
MANEJO CLÍNICO 
LESÕES NÃO CARIOSAS 
• Redução da frequência do consumo de 
alimentos e bebidas ácidas 
• Diminuir o tempo de contato das 
bebidas com os dentes: evitar segurar 
a bebida na boca e tentar usar 
canudos 
 
5 Joana Ferreira- Odontologia 2022.1 
• Esperar 40 min para escovar os dentes 
após consumo de alimentos ácidos 
• Escolher versão com cálcio das bebidas 
ácidas 
• Escovas com cerdas EXTRA-MACIAS 
• Bochechar água após consumo de 
alimentos ácidos e antes da escovação 
• CREMES dentais com BAIXA 
abrasividade 
• Placas protetores (não-rígidas) para 
pacientes esportistas 
• Controlar bruxismo e apertamento 
dental. 
DIAGNÓSTICO X DECISÃO 
TERAPÊUTICA LNCX HDC 
PRESENÇA DE CAVITAÇÃO 
PROCEDIMENTO RESTAURADOR ADESIVO 
 
AUSÊNCIA DE CAVITAÇÃO 
BLINDAGEM CERVICAL 
QUANDO RESTAURAR 
Presença de cavitação MAIOR que 1mm 
 
 
PROCEDIMENTO RESTAURADOR ADESIVO 
 
Protege o remanescente dental, contém o 
processo de desgaste, reduz a sensibilidade, 
devolve forma, função e estética. 
DESAFIOS DAS RESTAURAÇÕES- LNC 
• Correto controle de umidade do 
campo operatório 
• Adesão: preferência por adesivos 
AutoCondicionantes com 
condicionamento seletivo do esmalte 
ou Adesivos Universais. 
• Perfil de emergência 
 
DESAFIOS DAS RESTAURAÇÕES 
CLASSE V 
• Perfil de emergência 
• Bisel 
• Melhor material restaurador: resina 
composta 
• Até 2mm de profundidade: utilizar 
incremento único de resina dentina 
• Evitar Resinas Bulk-Fil (tem baixo 
valor- são mais translucidas) 
• Acabamento e polimento da margem 
gengival 
CONCLUSÕES LNC E HDC 
• É a doença bucal mais incidente na 
rotina da clínica odontológica 
• Possui fatores etiológicos de origem 
bucal e sistêmica, dependendo 
fortemente do estilo de vida 
• É nossa obrigação localizar o paciente 
nos respectivos grupos de risco e 
garantir, além da ausência de dor, a 
prevenção e o tratamento efetivo da 
doença 
• O sucesso do tratamento está mais 
relacionado à habilidade de 
diagnosticar a causa, removê-la ou 
controla-la, do que apenas utilizar 
materiais restauradores ou 
dessensibilizadores.

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