Buscar

AV2-CCJ0224-3001-COISAS

Prévia do material em texto

/
4000183160 A
16/06/2020 08:21
Nome: __________________________________________________________ Matrícula: ________________
Disciplina: CCJ0224 / DIREITO CIVIL IV Data: ___ /___ /______
Período: 2020.1 / AV2 Turma: 3001
OBSERVAÇÕES:
Leia com atenção as questões antes de responder. As questões devem ser respondidas somente à caneta azul ou preta, na folha de respostas.
Será observada uma tolerância máxima de 30 minutos para a entrada dos alunos após o início da prova. Nesse período, nenhum aluno poderá deixar
a sala. Terminada a prova, o aluno deverá entregar ao professor a folha de questões e a folha de respostas, devidamente identificadas.
É proibido o uso de equipamentos eletrônicos portáteis e consulta a materiais de qualquer natureza durante a realização da prova.
Questões objetivas e discursivas que envolvam operações algébricas devem possuir a memória de cálculo na folha de respostas.
Boa prova.
1. _______ de 2,00 
Jarbas adquiriu de Jerônimo em julho de 2012 um apartamento localizado na praia de Balneário Camboriu. Após cinco
meses morando no imóvel Jarbas foi notificado pelo condomínio para que pagasse as taxas condominiais atrasadas
referentes ao período de janeiro de 2011 a junho de 2012. Jarbas contra-notificou o Condomínio afirmando que as
taxas condominiais não lhe poderiam ser cobradas, uma vez que à época não era proprietário do imóvel. Pergunta-se:
quem tem razão, o Condomínio ou Jarbas? Explique sua resposta e indique nela qual o prazo prescricional para a
cobrança dessas taxas.
2. _______ de 2,00 
Emanuel adquiriu em 2010 terreno de 1.000m2 de área em um luxuoso condomínio em Recife, construído em 2005. Vizinho ao terreno adquirido por
Emanuel estava o lote de Mário, que ainda não havia feito qualquer construção no imóvel. Como não havia qualquer divisória entre os terrenos de Emanuel
e Mário, Emanuel decidiu por conta própria medir seu terreno e levantar o muro divisório. Após a demarcação, Emanuel realizou construções em toda área
de seu terreno, tendo, rente ao muro, realizado um grande complexo de lazer. Em 2011 Mário resolveu também construir em seu terreno e ao dimensiona-lo
descobriu que tinha 955m2. Foi quando Mário e Emanuel descobriram que, na verdade, o outro vizinho de Emanuel tinha invadido, sem querer, parte de
seu terreno, o que levou Emanuel a, também sem querer, invadir parte do terreno de Mário. Neste caso, responda JUSTIFICADA E
FUNDAMENTADAMENTE:
A) Emanuel terá que devolver a Mário a parte do terreno invadido?
B) Mário fará jus a algum tipo de reparação por parte de Emanuel?
3. _______ de 2,00 
Jorge teve seu imóvel invadido, sem violência, por Pedro em 2008, que passou a praticar atos de poder sobre a coisa
abertamente e sem oposição alguma. Em janeiro de 2011, Jorge decide ajuizar ação possessória contra Pedro,
combinada com reparação de perdas e danos. Considerando os dados acima, responda JUSTIFICADA E
FUNDAMENTADAMENTE: a) Qual ação é a mais adequada para o caso? Caso a ação manejada seja outra, isso obstará a
obtenção de tutela judicial? b) Que despesas poderá Pedro compensar com as eventuais perdas e danos?
4. _______ de 2,00 
João, José e Júlio são compossuidores de uma chácara indivisa localizada na Região Metropolitana de Curitiba. No
entanto, em outubro de 2011 João, sem consultar os demais possuidores resolveu cercar uma fração ideal da
propriedade, declarando a área como exclusivamente sua. José e Júlio insurgiram-se contra a turbação e solicitaram a
retirada da cerca. a) Classifique a posse de João sobre a área cercada e explique as classificações escolhidas. b) José e
Júlio podem ser considerados compossuidores para fins de defesa da área comum pro indiviso?
5. _______ de 2,00 
João, fazendeiro e criador de gado leiteiro, possui imóvel em que Pedro, seu vizinho, inadvertidamente, por confundir
buenobs
Máquina de escrever
a) O Condomínio tem razão na cobrança, uma vez que as taxas condominiais são consideradas obrigações propter rem, portanto, são obrigações que se vinculam aquele que é titular de direito real sobre a coisa (acompanham o bem), sendo indiferente o aspecto temporal a respeito de quem era o seu titular em período anterior (art. 1345, CC). 
b) O prazo para a cobrança das taxas prescreve em cinco anos (art. 206, §5, I, CC), conforme decisões mais recentes do STJ (REsp n. 1139030 RJ) ou em dez anos (art. 205, CC), conforme entendimento de parte da doutrina.
buenobs
Máquina de escrever
a) Não. De acordo com o art. 1258, CC, Emanuel, por estar de boa-fé e ter invadido área inferior a 5% do terreno de Mário, adquirirá a propriedade do solo, se o valor da construção exceder o valor do solo invadido. Trata-se de espécie de desapropriação privada.
b) Sim. Ainda que Emanuel estivesse de boa-fé, a lei impõe o pagamento de indenização que corresponderá, ao menos, ao valor da parte invadida e da desvalorização do bem de Mário. Trata-se, portanto, de responsabilidade objetiva. Art. 1258, parte final, CC.
buenobs
Máquina de escrever
a) A ação adequada é a reintegração de posse, pois trata-se de caso de esbulho. Todavia, pela fungibilidade das ações possessórias (art. 554, CPC), quaisquer das ações possessórias em sentido estrito manejadas seriam aceitas. 
b) Uma vez obrigado a pagar perdas e danos, Pedro teria direito de compensar apenas as eventuais benfeitorias que tenha realizado (art. 1.221, CC). Caracterizada sua boa-fé, compensaria as benfeitorias necessárias e úteis (art. 1.219, CC). Caracterizada sua má-fé, compensaria as benfeitorias necessárias (art. 1.220, CC).
buenobs
Máquina de escrever
a) Trata-se de posse direta, porque João possui a fração em seu poder. Trata-se de posse injusta, porque precária, em rompimento da confiança com os demais compossuidores. Trata-se de posse de má-fé, porque João sabe não lhe assistir o direito de impossibilitar o acesso dos demais compossuidores sobre a fração. Trata-se de posse originária, pois não houve negócio jurídico antecedente. Trata-se de posse ad interdicta, pois exerce poder como se fosse dono.
buenobs
Máquina de escrever
b) Composse é a própria posse partilhada com outras pessoas, então, José e Júlio podem ser considerados compossuidores da coisa indivisa uma vez que nenhum deles a possui por inteiro isoladamente. O compossuidor pode utilizar-se da coisa desde que não impeça os demais consortes o exercício da posse partilhada. Por isso, José e Júlio podem promover ações possessórias em face de João, conforme dispõe o art. 1199, CC.
/
 
os exatos limites entre os imóveis, fez construção de galpão para depósito de café. Os gastos com a construção do
galpão alcançaram a cifra de R$ 100.000,00. A área pertencente a João, que foi ocupada pelo galpão construído as
custas de Pedro, tem 200 m2. Na região da fazenda, o metro quadrado de área de terra alcança até R$ 50,00.
Pergunta: a) como ficará a propriedade de João especificamente na área ocupada pelo galpão? Fundamente. b) como
ficará a propriedade do galpão construído por Pedro? Fundamente.
Ref.: 4000183160
Campus:
buenobs
Máquina de escrever
a) No caso vertente, temos que Pedro, de boa-fé (“inadvertidamente”) utilizou materiais próprios e os aplicou sobre imóvel alheio, pertencente a João. As regras de aquisição da propriedade imobiliária, por acessão, preveem que Pedro poderá, mediante indenização, adquirir o trecho do imóvel ocupado pelo galpão (desapropriação para fins privados), na forma do parágrafo único do art. 1.255 do Código Civil. Assim, João perderá a propriedade do solo ocupado pelo galpão se receber indenização, porque Pedro estava de boa-fé e o valor do galpão excede consideravelmente o valor do solo ocupado (galpão R$ 100.00,00 e o solo R$ 10.000,00).
b) No caso vertente, temos que Pedro, de boa-fé (“inadvertidamente”) utilizou materiais próprios e os aplicou sobre imóvel alheio, pertencente a João. As regras de aquisição da propriedade imobiliária, por acessão, preveem que Pedro poderá, mediante indenização, adquirir o trecho do imóvel ocupado pelo galpão (desapropriação parafins privados), na forma do parágrafo único do art. 1.255 do Código Civil. Assim, Pedro adquirirá a propriedade do solo ocupado pelo galpão se pagar indenização a João, porque estava de boa-fé e o valor do galpão excede consideravelmente o valor do solo ocupado (galpão R$ 100.00,00 e o solo R$ 10.000,00).

Continue navegando