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P á g i n a | 1 Hemorragia anteparto Hemorragias no 3º trimestre Placenta prévia e descolamento prematuro de placenta Frequentemente no 3º trimestre – representam cerca de 50% dos diagnósticos de sangramento no 3º trimestre. Diagnóstico diferencial entre essas doenças – melhor conduta frente ao diagnóstico. Qualquer sangramento não relacionado ao período de parto deve ser investigado. Placenta prévia – conduta mais expectante Descolamento prematuro de placenta o Mais grave, geralmente tem que interromper a gestação pelo risco de aumento da morbimortalidade materno fetal o É a separação intempestiva da placenta normoinserida após 20 semanas de gestação, antes da expulsão fetal. 1- Passenta normal, com inserção posterior e fundica 2- Descolamento prematuro de placenta - Coagulo separando a placenta da cavidade uterina 3- Placenta previa – placenta a frente da apresentação fetal (Bebê nasce após a placenta) Placenta prévia É aquela que se insere no segmento inferior do útero, localizando-se muito próxima ou até recobrindo o colo uterino. Incidência de 1/300 a 1/400 gestações Etiologia: na hora da nidação ela se insere na região. Porque tem tropismo por uma região de menor vascularização. Etiologia desconhecida – acredita-se que busca locais de nutrição, impantando-se no segmento inferior ou que o Dano a cavidade do endométrio leva atropismo maior da região mais baixa. FR: Cesariana prévia Idade materna avançada(nutrição melhor), Multiparidade (cicatrizes na cavidade uterina) Cicatrizes uterinas Curetagem Gemelaridade (placenta grande, ocupa parte anterior epode fuicar um pouco por ter placenta mais para baixo) Tabagismo Isabela Terra Raupp P á g i n a | 2 Sinal de Barnes: Identificação do bordo da ruptura das membranas com menos de 10 cm do bordo placenta, visualizando após dequitação. Classificação: Avalia maior risco e menor risco de sangramento durante gestação e durante trabalho de parto. Placenta prévia: recobre total ou parcialmente o orifício interno do colo uterino (anteriormente denominado placenta prévia centro-total ou centro-parcial). Placenta que recobre totalmente o orifício interno tem maior chance de permanecer até o nascimento. Placenta de inserção baixa: Borda placentária se insere no segmento inferior do útero, sem atingir o orifício interno. Se localiza num raio de 2 cm do orifício interno. Anteriormente, era denominada placenta prévia marginal. Recursos → já tem diagnostico de placenta prévia antes e ter sangramento que a Suspeita → urgência com sangramento importante – hemorragia e ela estava geralmente bem, não tem dor, não tem causa, pode parar ou seguir Quadro clínico: A principal queixa é hemorragia principalmente no 3º trimestre (alterações uterinas), se causa aparente, sem dor, reincidivante, progressiva e de início súbito. O primeiro episódio geralmente acontece na 28ª semana de gestação. Em geral, o útero não está contraído e apresenta-se elástico. Não há, normalmente, sofrimento fetal a não ser em casos de choque hipovolêmico. O feto geralmente encontra-se em posição anômala (geralmente transversa). No exame especular, o colo encontra-se congesto, entreaberto e com sangue dentro do canal. Evita-se toque vaginal e amnioscopia. Diagnóstico: Exame físico e ultrassonografia US: aquidade de 98% no diagnóstico – é o exame de escolha para o diagnóstico Doppler: auxilia no diagnóstico de acretismo placentário. Placentas inseridas em locais não ideais tem maior chance de invasão uterina com neovascularização e se perde o acretismo e plano de clivagem. o Avalia grau de invasão Diagnóstico diferencial: DPP Pólipos Progressivo Repetido Espontâneo Vermelho vivo Indolor Ausência de hipertonia P á g i n a | 3 Erosões cervicais Fases iniciais de trabalho de parto Carcinoma de colo de útero Ruptura uterina Complicações: Hemorragia grave com choque hipovolêmico e morte materna Morbimortalidade materna associada a histerectomia puerperal, devido ao acretismo e outras complicações associadas, como: DPP, RCIU e placentite. Em relação ao feto, o aumento de incidência de prematuridade e hemorragia fetal. Conduta: Depende da quantidade de sangramento, da idade gestacional, do tipo de placenta, da apresentação fetal e da presença de trabalho de parto. Divide-se em expectante ou ativa. Casos de placenta percreta: Histerectomia e retirada de tecidos envolvidos, analisar a realização de ligadura das hipogástricas ou a embolização com Gelfoam. Alguns indica o tratamento conservador, deixando a placenta in situ nos casos de placenta percreta. Monitorização – ver como vai responder e retirar só a placenta. Prognóstico: Favorável dependendo das condições de assistência, banco de sangue... Antibiótico profilático auxilia no melhor prognóstico. Conduta Expectante Adotada antes das 37 semanas. Hospitalização Acesso venoso Infusão de fluídos Repouso total no leito até estabilizar a hemorragia. Avaliação do bem estar fetal. Labs: hematócrito, hemoglobina, EQU, fibrinogênio, plaquetas, TP, KTTP e tipo sanguíneo. o Avisar banco de sangue US: avaliar diagnóstico, posição fetal e PBF. Evita prematuridade Evitar uterolíticos (aumentam risco de sangramento.) Conduta Ativa Após 37 semanas – conduta ativa com interrupção da gestação – não a nada que beneficia conduta expectante. Parto vaginal em apresentação lateral e baixa para que haja tamponamento Monitorização com mapa Ocitocina para condução de parto desde que não tenha sangramento fora de controle Cesárea é preferível em 80% dos partos por placenta de implantação baixa. Pode cursar com sangramento fetal se incisão na área de implantação. Nos casos de hemostasia não satisfatória fazer tamponamento ou sutura em 8, principalmente se acretismo. P á g i n a | 4 Mortalidade 15-20% dependendo da prematuridade do feto Descolamento Prematuro de Placenta Separação da placenta normalmente inserida antes do nascimento do feto, entre 20-22 semanas de gestação. Mais impactante: Impacto na mortalidade materna 1-2% 40-80% morte perinatal Feto: RCIU, prematuridade Etiologia: desconhecida FR: HAS principal causa – picos hipertensivos Pré-eclampsia e eclampsia Rupreme Multiparidade História de DPP Tabagismo Cocaína e crack Deficiência de ácido fólico o Abortamento provocado anterior Brevidade de cordão Rotação com brevidade trauma automobilístico (tônus uterino) Fisiopatologia: Hemorragia na decídua basal, que origina-se tanto na placenta quanto nos vasos uterinos, dividindo a decídua basal. O rompimento de 1 ou mais vasos pode determinar rapidamente, determinando a formação de um hematoma retroplacentário, que pode separar totalmente a placenta do sítio de nidação. O sangramento retroplacentário pode causar infiltração no líquido amniótico, miométrio e superfície peritoneal do útero, trompas de falópio, ligamentos redondos e largos e ovários (Útero de couvelaire). O Contato do hematoma com espaço interviloso tem importância no processo de fibrinação, já que a tromboplastina decidual, entra na circulação materna e desencadeia a cascata da coagulação, causando CIVD e ativação do sistema fibrinolítico. Teorias que explicam a DPP e a cascata da coagulação: o Consumo local de fatores de coagulação o Consumo sistêmico – tromboplastina na circulação sistêmica. Complicações: Rompimeto de 1 ou + vasos da decídua basal Separação do sítio placentário e local de nidação Infiltração no LA, miométrio, peritoneoo, trompas e ligamentos Ativa cascata de coagulaçãoCIVD P á g i n a | 5 Maternas: o Distúrbios de coagulação o Choque hemorrágico o Histerectomia puerperal o Óbito Fetais: o Prematuridade e suas morbidades associadas o Sofrimento fetal o Óbito fetal Classificação: Grau 0 (leve) Assintomático, achado no US com descolamento e monitorização da placenta, com paciente internada. Grau 1 (leve) Sangramento vaginal discreto, hipersensibilidade e hipertonia podem estar presentes. Não há sinais de comprometimento materno-fetal. Grau 2 (moderado) Sangramento vaginal pode ou não estar presente. Há hipertonia e hipersensibilidade uterina. Não há sinais de choque materno. Sofrimento fetal presente. Grau 3 (grave) Sangramento vaginal pode ou não estar presente. Há hipertonia, hipersensibilidade uterina, muitas vezes de consistência lenhosa. Dor abdominal intensa, sinais de choque e morte fetal 3a – sem coagulopatia 3b – com coagulopatia Quadro clínico: Dor abdominal → mais frequente o Pode ser leve e intermitente, continuando-se com o trabalho de parto o Pode ser intensa e episódica, não se repetindo mais o Pode ser grave e contínua (simula peritonite) Hemorragia → 80% Sinais de hemorragia interna → 20% Diagnóstico: Baseado na sintomatologia: o Nas formas mais graves, o diagnóstico é evidente o Nas formas mais leves, deve-se fazer diagnóstico diferencial com PP, litíase renal e apendicite. Deve-se pensar em DPP em grávidas, hipertensas e tabagistas com sangramento no último trimestre. Conduta: Precoce Solicitação de exames laboratoriais: o Hb/Ht o Plaquetas o Coagulograma o Fibrinogênio plasmático P á g i n a | 6 o Detecção de produtos da degradação da fibrina o Tipagem sanguínea e Rh o Ureia, creatinina e potássio Solicitar reserva de hemoconcentrado. Nos casos suspeitos de CIVD: o Sangramento difuso (cateteres, acesso venoso, sonda vesical) o Petéquias o Equimoses o Insuficiencia renal o Exames laboratoriais: Plaquetas < 100.000/dL TP e KTTP elevados Fibrinogenio < 100 mg/dL Produtos da degradação de fibrna <120 mcg/dL Conduta no parto: A não ser nos casos assintomáticos, de achados casuais e feto pré-termo, a conduta é Esvaziamento uterino! Grau 1: aguardar e administrar corticoide para a maturidade pulmonar, sob monitorização do feto, pode-se administrar tocolíticos. Feto vivo + trabalho de parto: aguardar o parto por via baixa, acompanhado de amniotomia e esvaziamento. Feto vivo, sem trabalho de parto: cesariana. Óbito fetal: rara necessidade de cesariana. Realiza-se a reposição de volume e se aguarda o parto vaginal, realizando amniotomia precoce e avaliando a necessidade do uso de ocitocina pelo partograma. Feto morto: Meperidina 50 mg diluídas EV a cada hora até o término do parto. Hemorragia secundária pós parto: Secundária a coagulopatia e hipotonia uterina Indica massagem uterina vigorosa, uso de ocitócitos ou ergóticos e repor fatores de coagulação. Nos casos de hemorragia importante, usa-se Ringer Lactato em infusão rápida para estabilizar sinais vitais. Caso não ocorrer estabilização, usa-se CHAD ou plasma fresco congelado. Deve-se administrar uma unidade de plaquetas para cada 3 de plasma fresco. P á g i n a | 7 Ruptura Uterina Rompimento do útero seja ele ao longo da gravidez ou do parto. Em geral, ocorre em gestantes com história de cesariana anterior. Tem alta morbimortalidade materno-fetal; Geralmente, quando ocorre no final da gestação acontece de modo espontâneo, lento, progressivo e assintomático. Diagnóstico: Suspeita clínica! Lembrar que os sinais e sintomas podem ser obscuros. A iminência de ruptura pode ser suspeitada pela distensão segmentar, contrações dolorosas, taqui e hiperssistolia, palidez, sudorese, agitação e dor uterina, especialmente na região de incisão prévia. Nos casos de ruptura completa, ocorre parada no TP e fácil palpação de partes fetais. Sinais de iminência de ruptura: Útero em ampulheta: distensão segmentar inferior a formação de um anel fibromuscular transversal. Sinal de Frommel: hiperdistensão dos ligamentos redondos. Sinal de Clarcke: crepitação no abdômen pela passagem de ar que entrou na via vaginal. Tratamento: Dependerá do diagnóstico suspeito. A laparotoma deve ser imediata, pois a demora pode aumentar a chance de mortalidade fetal. A morbidade materna depende do grau de hemorragia e do pronto tratamento do choque. Resumão da sanar:
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