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CRISTOLOGIA BASICO

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1 
 
 ​ ​  
 
 ​SEMINÁRIO TEOLÓGICO MATTHEW HENRY 
   
 
Módulo 2 
 
 ​CRISTOLOGIA 
 
‘’No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus Ele estava 
no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada 
do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; a luz 
resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela. ’’ (Jo 1.1-5) 
INTRODUÇÃO 
A pergunta de Jesus aos seus discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou? ” (​Mt ​16:15); 
muito embora seja uma pergunta simples é muito profunda e de grande importância para 
fé cristã. Pedro respondeu ao Senhor: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 
16.16). De acordo com Jesus, nenhuma outra resposta seria satisfatória, porque a esta 
redeu seu elogio: “Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue 
que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus” (Mt 16.17). 
Esta resposta de Pedro a pergunta de Jesus continua a ser de estrema importância a nós 
hoje; e digo por que: ainda “não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo 
qual importa que sejamos salvos” (​Atos ​4:12). Jesus Cristo ainda é “o caminho, a 
verdade e a vida, [e] ninguém vem ao Pai, exceto através [dele] (​Jo ​14:6). O próprio 
Jesus declarou que o destino eterno de todos os homens depende da crença deles nele: 
“se não crerdes que EU SOU [o nome pactual para Deus, ​Jeová​], morrereis nos vossos 
pecados” (​Jo ​8:24). 
Sendo assim, a Cristologia é uma das disciplinas fundamentais da Teologia Sistemática. 
Os teólogos normalmente subdividem o estudo da Cristologia em duas partes: a Pessoa 
de Cristo (ontologia: quem ele é) e a obra de Cristo (função: o que ele faz). Essas duas 
nunca devem ser separadas, mas devem ser distinguidas. E começaremos estudando a 
Pessoa de Cristo; e após obra de Cristo. 
I - A PESSOA DE CRISTO 
1.1- RELAÇÃO ENTRE ANTROPOLOGIA E CRISTOLOGIA. 
Há uma relação muito estreita entre a doutrina Antropologia e a de Cristologia. A 
primeira trata do homem, criado à imagem de Deus e dotado de verdadeiro 
 Semanário Teológico Matthew Henry\ Curso Básico de Teologia 
2 
 
conhecimento, justiça e santidade, mas que, pela voluntária transgressão da lei de Deus, 
despojou-se da sua verdadeira humanidade e se transformou em pecador. 
Ela mostra o homem como uma criatura de Deus altamente privilegiada, trazendo ainda 
alguns traços da sua glória original, mas, todavia, uma criatura que perdeu os seus 
direitos de nascimento, sua verdadeira liberdade e justiça originais. 
Significa que a doutrina dirige a atenção não apenas, nem primeiramente, à condição do 
homem como criatura, mas, sim, à sua pecaminosidade. Salienta a distância ética que há 
entre Deus e o homem, distância resultante da queda do homem e que, nem o homem 
nem os anjos podem cobrir, e, como tal, é virtualmente um grito pelo socorro divino. A 
cristologia é em parte a resposta a esse grito. Ela nos põe a par da obra objetiva de Deus 
em Cristo construindo uma ‘’ponte’’ sobre o abismo e eliminando a distância. A 
Cristologia nos mostra Deus vindo ao homem para afastar as barreiras entre Deus e o 
homem pela satisfação das condições da lei em Cristo, e para restabelecer o homem em 
Sua bendita comunhão. 
É, portanto, a doutrina de Cristo como Mediador da aliança. O Cristo, tipificado e 
prenunciado no Velho Testamento como o Redentor do homem, veio na plenitude do 
tempo, nascido de mulher, para tabernáculo entre os homens e levar a efeito uma 
reconciliação eterna. (Gl 4.4; Jo 1.14; 2 Co 5.18,19). 
1.2 - RESUMO HISTÓRICO DA DOUTRINA DE CRISTO. 
Com a morte dos apóstolos não demorou, para que a Igreja se sentisse ameaçada pelas 
várias doutrinas que surgiam a respeito de Jesus Cristo. A doutrina que mais foi atacada 
ou que mais trouxe confusão se refere ao que chamamos na teologia de união 
hipostática. União hipostática, também conhecida como união mística ou dupla natureza 
de Cristo; é a doutrina clássica da Cristologia que afirma ter Jesus Cristo duas naturezas, 
sendo homem e Deus ao mesmo tempo. (Hipostasis = subsistência). 
Até o Concílio de Calcedônia surgiram algumas doutrinas que sacrificavam a divindade 
em detrimento da humanidade, como os: ​Ebionitas:​ Surgiram no início do segundo 
século. O nome Ebionitas é derivado de uma palavra hebraica que significa pobres, 
indigentes. Eram judeus crentes que não conseguiam deixar as cerimônias do Judaísmo. 
Eram um tipo de sucessores dos judaizantes do tempo de Paulo. Na busca de defender o 
monoteísmo negavam a divindade de Cristo. Eles o consideravam como um simples 
homem, filho de José e Maria, qualificado em seu batismo para ser o Messias, pela 
descida do Espírito Santo sobre Ele. 
Quando recebeu o Espírito Santo conscientizou-se de que era o messias. Afirmavam que 
era necessário obedecer aos mandamentos da Lei de Moisés, inclusive a circuncisão. 
 ​A ENCARNAÇÃO DE CRISTO 
Embora a palavra não ocorra de maneira explicita na Bíblia, a igreja tem empregado o 
termo ​encarnação ​para referir-se ao fato de que Jesus era Deus em carne 
humana. A ​encarnação ​foi o ato pelo qual Deus filho assumiu a natureza humana. 
 Semanário Teológico Matthew Henry\ Curso Básico de Teologia 
3 
 
Mas o equivalente grego do latim "in carne" (​τη σαρκι​, en sarki, "na carne") se 
encontra em algumas declarações importantes no Novo Testamento a respeito da pessoa 
e obra de Jesus Cristo. Em 1 Timóteo 3.16 fala sobre "Aquele que foi manifesto na 
carne". João atribui ao espírito do anticristo qualquer negação que Jesus Cristo "veio em 
carne" (1 João 4.2). 
Paulo diz que Cristo realizou sua obra de reconciliação "no corpo da sua carne" isso 
quer dizer que Cristo pela sua morte nos reconciliou com DEUS (Colossenses 1.22; 
Efésios 2.15), e, que ao enviar Seu Filho "em semelhança de carne pecaminosa" Deus 
"condenou ... na carne, o pecado" (Romanos 9.3). Todos esses textos mostram de 
diversas maneiras que Cristo garante a salvação porque veio em "carne" e morreu "na 
carne". 
No grego “sarx” que significa “carne” faz distinção com ossos, tendões, pele, etc., em 
outras palavras, ela não é meramente o corpo, mas o homem todo como pessoa. 
No grego “soma - ” consiste em ossos, sangue, tendões, carne e pele, representando o 
corpo fisico ou material. 
A pessoa de Cristo encarnado incluía: Divindade plenamente mantida (100% 
Deus). Perfeita humanidade (100% homem). 
 ​O NASCIMENTO VIRGINAL DE CRISTO 
O nascimento virginal de Cristo é uma das doutrinas bíblicas fundamentais à fé cristã. 
Desde as primeiras décadas da história da igreja está doutrina é sustentada e ensinada 
pelos Apóstolos e Pais da igreja; cito aqui Inácio de Antioquia: ‘’Oculto dos príncipes 
deste mundo havia a virgindade de Maria e o seu parto... Dou glória a Jesus Cristo, o 
Deus que conferiu tal sabedoria a ti; pois tenho percebido no tocante o nosso Senhor, de 
que Ele pertenceverdadeiramente à raça de Davi segundo a carne, mas Filho de Deus 
por vontade e poder divino, verdadeiramente nascido de uma virgem e batizado por 
João. ’’ No início do II século esta doutrina é reconhecida no Credo dos Apóstolos que 
diz: ‘’Nasceu do Espírito Santo e da Virgem Maria’’. 
Jesus é uma pessoa absolutamente única, como verdadeiro Deus e vero homem; a Sua 
entrada neste mundo foi diferente dos demais homens. Os Evangelistas Mateus e Lucas 
esclarecem inequivocamente a forma miraculosa do nascimento Virginal de Cristo o 
qual se harmoniza com tudo que conhecemos e cremos sobre a Sua pessoa e natureza. 
(Mt 1.18-25; Lc 1.26-38) A polêmica sobre a tradução por ‘’virgem’’ ou ‘’jovem’’ do 
termo hebraico em Is 7.14, em nada afeta o caso, pois é muito claro os textos de Mateus 
e Lucas citados acima. 
 ​A HUMANIDADE DE CRISTO 
Ontologia é a parte da filosofia que trata do ser enquanto ser, isto é, do ser concebido 
como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres. 
Tendo-se em conta que "​onto​", do grego, vem a significar indivíduo ou ser, e "​logia​", 
significa estudo; tem-se que "ontologia" vem a ser o estudo investigativo e comparativo 
do indivíduo - aqui tido como exemplar da espécie humana - frente aos demais seres 
 Semanário Teológico Matthew Henry\ Curso Básico de Teologia 
4 
 
vivos, passando pela sua concepção, criação, evolução e extinção. Busca, portanto, o 
conhecimento profundo acerca da natureza do ser humano, levando em conta os 
aspectos fisiológicos e espirituais, confrontando-os com aqueles que caracterizam e 
distinguem os demais seres vivos. Jesus enquanto homem estava subordinado ao Pai. 
Contudo essa subordinação é de ofício, operação (Jesus veio para fazer a vontade do 
Pai), mas ela não é de essência-poder. Jesus Cristo não é menor que o Pai. 
 
Jesus possuía um corpo humano: O fato de que Jesus possuía um corpo humano 
exatamente como o nosso é visto em muitas passagens das Escrituras. Ele nasceu assim 
como nascem todos os bebês humanos (Lc 2.7). Ele passou da infância para a 
maturidade assim como crescem todas as outras crianças: “Crescia o menino e se 
fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40). 
Jesus possuía uma mente humana: ​O fato de Jesus ter crescido em sabedoria (Lc 
2.52) significa que ele passou por um processo de aprendizado assim como acontece 
com todas as outras crianças — ele aprendeu a comer, a falar, a ler e a escrever, e a ser 
obediente a seus pais (veja Hb 5.8). Esse processo normal de aprendizado fazia parte da 
genuína humanidade de Cristo. 
Jesus possuía alma humana e emoções humanas: Vemos várias indicações de que Jesus 
possuía alma humana (ou espírito). Logo antes de sua crucificação, ele disse: “Agora, 
está ​angustiada​ a minha alma” (Jo 12.27). João escreve um pouco depois: “Ditas estas 
coisas, ​angustiou-se​ Jesus em espírito” (Jo 13.21). Em ambos os versículos a palavra 
angustiar​ representa o termo grego ​tarassÜ,​ palavra muitas vezes empregada em 
referência a pessoas ansiosas ou que de repente são surpreendidas por um perigo. 
As pessoas próximas de Jesus consideravam-no apenas humano: Mateus registra um 
incidente assombroso no meio do ministério de Jesus. Ainda que Jesus tivesse ensinado 
por toda a Galiléia, “curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo”, de 
modo que “numerosas multidões o seguiam” (Mt 4.23-25), quando chegou à própria 
cidade de Nazaré, o povo que o conhecia havia muitos anos não o recebeu (Mt 
13.53-58). 
Impecabilidade:​ Ainda que o Novo Testamento seja claro em afirmar que Jesus era 
plenamente humano exatamente como nós, também afirma que Jesus era diferente em 
um aspecto importante: ele era isento de pecado e jamais cometeu um pecado durante 
sua vida. Alguns objetam que se Jesus não pecou, então não era ​verdadeiramente 
humano, pois todos os humanos pecam. Mas os que fazem tal objeção simplesmente 
não percebem que os seres humanos estão agora numa situação ​anormal​. Deus não nos 
criou pecaminosos, mas santos e justos. Adão e Eva no jardim do Éden 
eram ​verdadeiramente​ humanos antes de pecar, e nós agora, apesar de humanos, não 
nos conformamos ao padrão que Deus deseja que preenchamos quando nossa 
humanidade plena, impecável, for restaurada. 
Jesus poderia ter pecado? Às vezes levanta-se esta questão: “Cristo podia ter pecado? ” 
Alguns defendem a ​impecabilidade​ de Cristo, entendendo por ​impecável​ “não sujeito a 
 Semanário Teológico Matthew Henry\ Curso Básico de Teologia 
5 
 
pecar”. Outros objetam que se Jesus não fosse capaz de pecar, suas tentações não teriam 
sido reais, pois como uma tentação seria real, se a pessoa que estivesse sendo tentada 
não fosse mesmo capaz de pecar? Para responder a essa pergunta, precisamos distinguir, 
por um lado, o que as Escrituras afirmam claramente e, por outro lado, o que é mais 
uma inferência de nossa parte. 
1. As Escrituras afirmam claramente que Cristo jamais pecou de fato (veja acima). 
Não deve haver nenhuma dúvida a esse respeito em nossa mente. 
2. Elas também afirmam que Jesus foi tentado e que as tentações foram reais (Lc 
4.2). Se cremos na Bíblia, precisamos insistir que Cristo foi “​tentado em todas 
as coisas, à nossa semelhança​, mas sem pecado” (Hb 4.15). 
3. Também precisamos afirmar com as Escrituras que “Deus não pode ser tentado 
pelo mal” (Tg 1.13). Mas aqui a questão torna-se difícil: se Jesus era plenamente 
Deus e também plenamente humano (e vamos argumentar adiante que as 
Escrituras ensinam isso várias vezes e de maneira clara), então não somos 
obrigados também a afirmar que (em algum sentido) Jesus também “não pode 
ser tentado pelo mal”? 
Jesus será um homem para sempre​: Jesus não abandonou a natureza terrena após sua 
morte e ressurreição, pois apareceu aos discípulos como homem após a ressurreição, até 
com as cicatrizes dos cravos nas mãos (Jo 20.25-27). Ele possuía carne e ossos (Lc 
24.39) e comia (Lc 24.41-42). Posteriormente, quando conversava com os discípulos, 
foi levado ao céu, ainda em seu corpo humano ressurreto, e dois anjos prometeram que 
ele voltaria do mesmo modo: “Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá ​do 
modo como​ o vistes subir” (At 1.11). 
 A DIVINDADE DE CRISTO 
Para completar o ensino bíblico acerca de Jesus Cristo, precisamos declarar não só que 
ele era plenamente humano, mas também plenamente divino. Embora a palavra não 
ocorra de maneira explícita na Bíblia, a igreja tem empregado o termo ​encarnação​ para 
referir-se ao fato de que Jesus era Deus em carne humana. 
A ​encarnação​ foi o ato pelo qual Deus Filho assumiu a natureza humana. A 
comprovação bíblica da divindade de Cristo é bem ampla no Novo Testamento. Vamos 
examiná-la sob várias categorias. 
Provada na sua preexistência: 
Jesus afirma sua eternidade quando diz: “... antes que Abraão existisse, EU SOU” (Jo 
8.58) e também quando diz: “Eu sou o Alfa e o Ômega” (Ap 22.13). 
Provada pelo A.T.​ Miquéias 5.2 – “Mas tu,Belém - Efrata, embora pequena entre os 
clãs de Judá, de ti virá para mim aquele que será o governante sobre Israel. ​Suas origens 
estão no passado distante, em tempos antigos​”. Isaías 9.6 – “Porque um menino nos 
nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será 
chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, ​Pai Eterno​, Príncipe da Paz”. 
 Semanário Teológico Matthew Henry\ Curso Básico de Teologia 
6 
 
Provada pelo N.T.​ João 1.1, em comparação com o versículo 14 – “No princípio 
era ​aquele que é a Palavra​. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele estava com Deus no 
princípio. (...). Aquele que é a Palavra ​tornou-se carne e viveu entre nós...” João 8.58 
“Respondeu Jesus: Eu lhes afirmo que antes de Abrão nascer, Eu Sou! 1 Pe 1.20 – 
“Conhecido antes da criação do mundo, revelado nestes últimos tempos em favor de 
vocês” 
Provada por obra​ ​na criação. ​1 Coríntios 8.6 – “para nós, porém, há um único Deus, o 
Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, 
por meio de quem vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos”. Colossenses 
1.16 – “pois nele (Jesus) foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e 
as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades, todas as coisas foram 
criadas por ele e para ele”. 
Provada por aparições.​ As aparições do Anjo do Senhor (Gn 48.16; Êx 3.2,4; Jz 
13.18). Estas eram teofanias, manifestações do verbo antes da sua encarnação, e só 
ocorreram antes dela. 
Exemplo: Gênesis 18 – 1​0 Senhor apareceu a Abraão​ (...). 2Abraão ergueu os olhos 
e ​viu três homens​ em pé, a pouca distância. Quando os viu, saiu da entrada de sua tenda, 
correu ao encontro deles e curvou-se até o chão (Abraão o adorou e o mesmo recebeu 
sua adoração). 10Então disse o ​Senhor​: ​voltarei a você (...)​. 
Provada pelos Seus nomes. 
Logos ​– O termo ​logos ​trazia para os gregos uma dupla referência. Era tanto à Palavra 
de Deus poderosa e criadora do Antigo Testamento, pela qual os céus e a terra foram 
criados (Sl 33.6), como ao princípio organizador ou unificador do universo, dando-lhe 
conjunto e sentido dentro do pensamento grego. João ao fazer uso desta palavra, com 
certeza estava identificando Jesus com essas duas ideias e acrescentando que Ele não só 
era a Palavra poderosa, criadora e a força que organiza e unifica o universo como 
também se fez homem. 
Deus​ – A palavra Deus (​Theos​) é atribuída a Cristo. Apesar de a palavra ​“theos”​ (Deus) 
ser em geral reservada no Novo Testamento para Deus Pai, há algumas passagens em 
que é também empregada em referência a Jesus Cristo. 
Em todos esses trechos, a palavra “Deus” é empregada com um sentido denso em 
referência àquele que é Criador do céu e da terra, o governante de tudo. Entre essas 
passagens encontram-se: João 1.1; 1.18 (em manuscritos mais antigos); 20.28; Romanos 
9.5; Tito 2.13; Hebreus 1.8 e 2 Pedro 1.1. Um exemplo veterotestamentário do nome 
Deus aplicado a Cristo encontra-se numa passagem bem conhecida: “Porque um menino 
nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome 
será: Maravilhoso, Conselheiro, ​Deus ​forte...” (Isaías 9.6). 
Filho de Deus​ – Ainda que o título “Filho de Deus” possa às vezes ser simplesmente 
empregado em referência a Israel (Mt 2.15), ou ao homem criado por Deus (Lc 2.38), 
ou ao homem regenerado em geral (Rm 8.14, 19,23), há, entretanto, casos em que a 
 Semanário Teológico Matthew Henry\ Curso Básico de Teologia 
7 
 
frase “Filho de Deus” refere-se a Jesus como o Filho celestial eterno igual ao próprio 
Deus (Mt 11.25-30; 17.5; 1 Co 15.28; Hb 1.1-3, 5, 8). Isso ocorre especialmente no 
evangelho de João, em que Jesus é visto como um Filho singular do Pai (Jo 1.14, 18, 34, 
39) que revela plenamente o Pai (Jo 8.19; 14.9). Ele é também aquele que possui toda a 
autoridade proveniente do Pai para dar vida, pronunciar julgamento eterno e governar 
sobre tudo (Jo 3.36; 5.20-22, 25; 10.17; 16.15). Como Filho, ele foi enviado pelo Pai e, 
portanto, existia antes de vir ao mundo (Jo 3.37; 5.23; 10,36). 
Aqui também neste ponto da Cristologia nos cabe fazer uma observação de suma 
importância. Há quatro referencias bíblicas onde Jesus Cristo e mencionado como 
gerado de Deus Pai, Sl 2.7; Atos 13.33 Hb 1.5; Hb 5.5; estes textos neotestamentario 
devem ser interpretados a luz do contexto histórico-cultural do salmo dois; como nos 
ensina a Hermenêutica Reformada. O salmo dois é o salmo da coroação dos reis de 
Israel. Casa não haja este entendimento podemos favorecer a heresia ariana. 
vé (Jeová ou Iavé)​ e ​Kyrios ​– O nome “Senhor” é aplicado a Deus na Septuaginta, 
como equivalente de Jeová e como tradução de ​Adonai ​no Antigo Testamento​. ​Ás vezes 
a palavra ​Senhor​ (Gr. ​Kyrios​) é empregada simplesmente como tratamento respeitoso 
dispensado a um superior (Mt 13.27; 21.30; Jo 4.11). Às vezes pode simplesmente 
significar “patrão” de um servo ou escravo (Mt 6.24; 21.40). 
Jesus é tratado como o Senhor (​Kyrios​).​ A palavra ​kyrios​ é empregada para traduzir o 
nome do Senhor 6814 vezes no Antigo Testamento grego. Assim, qualquer leitor grego 
da época do Novo Testamento que conhecesse um pouco o Antigo Testamento grego 
reconheceria que, nos contextos apropriados, a palavra “Senhor” era o nome do Criador 
e Mantenedor do céu e da terra, o Deus onipotente. 
Sinais de que Jesus possuía atributos de divindade: 
Onipotência - Essa é demonstrada quando Jesus acalmou a tempestade no mar com uma 
palavra (Mt 8.26-27), multiplicou os pães e peixes (Mt 14.19) e transformou a água em 
vinho (João 2.1-11). Podemos incluir vários outros textos que mostram seu poder. Ex. 
Mateus 28.18. Jesus operava sinais e maravilhas e Seu nome era glorificado e Ele era 
adorado. 
Alguns podem objetar, dizendo que esses milagres só mostraram o poder do Espírito 
Santo agindo por intermédio dele, assim como o Espírito Santo poderia agir por meio de 
qualquer outro ser humano e, assim, isso não comprova a divindade de Jesus. 
Mas podemos refutar esta objeção, a doutrina da divindade de Cristo afirmando 
biblicamente que Jesus fez milagres em seu próprio nome e poder, como podemos ver 
nos textos das Sagradas Escrituras (Mt 9.6) 
 ​Onisciência​ – Era demonstrada no fato de conhecer os pensamentos das pessoas (Mc 
2.8), de ver, de muito longe, Natanael sob a figueira (Jo 1.48), de conhecer “desde o 
princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair” (Jo 6.64). Outro texto: 
João 1.48. 
 Semanário Teológico Matthew Henry\ Curso Básico de Teologia 
8 
 
Onipresença​ – Durante seu ministério terreno esse atributo não foi manifestado. 
Contudo Jesus afirma sua onipresença ao declarar que quando a Igreja fosse 
estabelecida onde ela se reunisse Ele estaria presente (Mateus 18.20). Além disso, antes 
de deixar a terra, disse aos discípulos: “E eis que estou convosco todos os dias até à 
consumação do século” (Mt 28.20). Ver Jo 3.13. 
Eterno (João 1.4; 5.26) ​– Jesus possuíao atributo divino da imortalidade, a 
incapacidade de morrer. Ele é a própria vida. Vemos isso indicado no início do 
evangelho de João, quando Jesus fala aos judeus: “Destruí esse santuário, e em três dias 
o reconstruirei” (Jo 2.19). Precisamos insistir que Jesus realmente morreu, mas a morte 
não o podia deter. Também é significativo observar que o próprio Jesus afirma que 
atuaria em sua ressurreição, embora outras passagens digam que o Pai atuou na 
ressurreição. Em outra passagem do Evangelho de João, Jesus alega ter poder para 
entregar a vida e reassumi-la: “Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para 
a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho 
autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai” (Jo 
10.17,18). 
Sua igualdade na Trindade:​ Com o Pai (João 14.23; 10.30). Com o Pai e o Espírito 
Santo (Mateus 28.19; 2 Coríntios 13.13). Consubstancialidade é um conceito 
cristológico introduzido na profissão de fé pelo Concílio de Niceia (325 d.C) e que diz 
respeito à divindade de Cristo, por ser da mesma substância do Pai. O termo 
consubstancialidade é o correspondente ao termo grego ​homoousios​, termo original que 
designa essa realidade. 
Este termo provém da junção de ​homos​, que significa “o mesmo”, e​ousios​, proveniente 
de ​ousía​, que significa substância ou essência. Assim, o termo tem o sentido de “da 
mesma substância, com a mesma essência”. 
Teoria falsa da Kenosis. Paulo escreve aos filipenses: Tende em vós o mesmo 
sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, 
não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, 
assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em 
figura humana... (Fp 2.5-7). 
A verdadeira doutrina da Kenosis. ​A doutrina da “kenosis” envolve: O encobrimento 
de Sua glória pré-encarnada. Sua condescendência em assumir a semelhança de carne 
pecaminosa (a forma humana) durante a encarnação. O não uso voluntário de alguns de 
Seus atributos durante Sua vida terrena; mais isto não quer dizer que ele perdeu os 
atributos divinos. Cristo continuou em Sua encarnação plenamente divino. “Aprouve a 
Deus que, nele, residisse ​toda a plenitude​” (Cl 1.19) e “nele, habita, corporalmente, toda 
a plenitude da Divindade” (Cl 2.9). 
A importância da divindade de Cristo para nossa salvação: ​Na seção anterior 
alistamos alguns motivos pelos quais era necessário que Jesus fosse plenamente humano 
para obter nossa redenção. Aqui cabe reconhecer que é também crucialmente importante 
 Semanário Teológico Matthew Henry\ Curso Básico de Teologia 
9 
 
insistir na plena divindade de Cristo, não só porque ela é ensinada de maneira clara nas 
Escrituras, mas também porque: 
1. Só alguém que fosse Deus infinito poderia arcar com toda a pena de todos os 
pecados de todos os que cressem nele — qualquer criatura finita não seria capaz 
de arcar com tal pena; 
2. A salvação vem do Senhor (Jn 2.9 arc), e toda a mensagem das Escrituras é 
moldada para mostrar que nenhum ser humano, nenhuma criatura, jamais 
conseguiria salvar o homem — só Deus mesmo poderia; 
3. Só alguém que fosse verdadeira e plenamente Deus poderia ser o mediador entre 
Deus e homem (1Tm 2.5), tanto para nos levar de volta a Deus como também 
para revelar Deus de maneira mais completa a nós (Jo 14.9). 
4. Assim, se Jesus não é plenamente Deus, não temos salvação e, por fim, nenhum 
cristianismo. Não é por acaso que ao longo da história os grupos que 
abandonaram a crença na plena divindade de Cristo não têm permanecido muito 
tempo na fé cristã, desviando-se logo para um tipo de religião representada pelo 
unitarismo nos Estados Unidos e em outros lugares. “Todo aquele que ultrapassa 
a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na 
doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho” (2Jo 9). 
 
2 - A obra de Cristo 
2.1 - A Expiação 
Nesta parte trataremos da obra de Cristo, não propriamente do seu ministério terreno 
dando ênfase a seus ensinos e milagres, mas analisaremos a sua obra 
expiatória. Podemos definir a expiação como segue: ​expiação é a obra que Cristo 
realizou em sua vida e morte para obter nossa salvação.​ Essa definição indica que 
usamos a palavra ​expiação​num sentido mais amplo em que às vezes é utilizada. Ela é 
empregada de vez em quando para se referir apenas ao fato de Jesus morrer e pagar 
nossos pecados na cruz.​ 
A causa da expiação: Qual foi a causa última que levou Cristo a vir para este mundo e 
morrer pelos nossos pecados? Para encontrá-la, devemos pesquisar o assunto em 
alguma coisa no caráter do próprio Deus. E aqui as Escrituras apontam para duas 
coisas: o amor e a justiça de Deus. 
O amor de Deus como uma das causas da expiação é descrito na passagem mais 
conhecida da Bíblia: “Porque Deus ​amou ao mundo de​ ​tal maneira​ que deu o seu Filho 
unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). 
Mas a justiça de Deus também exigia que ele encontrasse um meio pelo qual a pena 
pelos nossos pecados fosse paga (pois ele não podia aceitar-nos em comunhão consigo 
mesmo a menos que a penalidade fosse paga). 
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10 
 
A natureza da expiação: Nesta seção, considero dois aspectos da obra de Cristo: 
(1) A obediência de Cristo por nós, pela qual obedeceu às exigências da lei em nosso 
lugar e foi perfeitamente obediente à vontade de Deus Pai como nosso representante. 
(2) Os sofrimentos de Cristo por nós, pelos quais recebeu o castigo pelos nossos 
pecados e, em consequência, morreu pelos nossos pecados. 
A obediência de Cristo por nós (às vezes chamada “obediência ativa”). 
Se Cristo tivesse conseguido só o perdão dos pecados por nós, não mereceríamos o céu. 
Nossa culpa teria sido removida, mas estaríamos simplesmente na posição de Adão e 
Eva antes de terem feito qualquer coisa boa ou má e antes de terem passado um tempo 
de provação com sucesso. Para serem estabelecidos em justiça para sempre e ter 
assegurada a sua eterna comunhão com Deus, Adão e Eva tinham de obedecer a Deus 
de modo perfeito por um período de tempo. Então, Deus teria olhado para sua 
obediência fiel com prazer e deleite, e eles teriam vivido em comunhão com o Senhor 
para sempre. 
Os sofrimentos de Cristo por nós (às vezes chamados “obediência passiva”). Além de 
obedecer à lei de modo perfeito por toda a sua vida em nosso favor, Cristo tomou 
também sobre si mesmo os sofrimentos necessários para pagar a penalidade pelos 
nossos pecados. 
A amplitude da expiação: Uma das diferenças entre teólogos reformados e outros 
teólogos católicos e protestantes tem sido a questão da amplitude da expiação. A 
questão pode ser colocada da seguinte maneira: quando Cristo morreu, pagou os 
pecados de toda a raça humana ou só os pecados dos que, ele sabia, seriam por fim 
salvos? 
Passagens bíblicas empregadas para sustentar a concepção reformada. 
Algumas passagens das Escriturasfalam do fato de que Cristo morreu por seu povo. 
“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). “Dou a minha 
vida pelas ovelhas” (Jo 10.15). Paulo fala da “igreja de Deus, a qual ele comprou com o 
seu próprio sangue” (At 20.28). Ele também diz: “Aquele que não poupou o seu próprio 
Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele 
todas as coisas? ” (Rm 8.32). 
Passagens bíblicas empregadas para sustentar a concepção não-reformada (redenção 
geral ou expiação ilimitada). 
Algumas passagens das Escrituras indicam que em algum sentido Cristo morreu por 
todo o mundo. João Batista disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado ​do 
mundo​” (Jo 1.29). E João 3.16 nos diz que “Deus amou ao mundo de tal maneira que 
deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida 
eterna”. Jesus disse: “O pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne” (Jo 
6.51). 
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11 
 
Alguns pontos pacíficos e algumas conclusões sobre textos polêmicos. 
Seria bom primeiro alistar os pontos sobre os quais ambos os lados concordam: 
1. Nem todos serão salvos. 
2. É correto que se ofereça gratuitamente o evangelho a todas as pessoas. É 
completamente verdadeiro que “quem desejar” pode chegar a Cristo e obter a salvação, 
e ninguém que chegar a ele será lançado fora. Essa oferta gratuita do evangelho é 
estendida em boa-fé para todas as pessoas. 
3. Todos concordam que a própria morte de Cristo, por ser ele o infinito Filho de Deus, 
possui mérito infinito, sendo em si suficiente para pagar a penalidade dos pecados dos 
muitos ou dos poucos que o Pai e o Filho decretaram. A questão não está nos méritos 
intrínsecos dos sofrimentos e da morte de Cristo, mas no número de pessoas pelas quais 
o Pai e o Filho entenderam, no momento da morte de Cristo, que sua morte seria 
pagamento suficiente. 
2.2 – TEORIAS ERRONIAS SOBRE A MORTE DE CRISTO 
A teoria do acidente: ​Esta teoria não vê nenhum significado na morte de Cristo. Sendo 
Ele homem estava sujeito a morte. Admitem que seja de fato lamentável, que um 
homem tão bom tenha sido morto. Mas não obstante, não teve significado algum para 
qualquer pessoa a sua morte. Mas a sua morte não pede ter sido um mero acidente, pois 
foi previsto no Antigo Testamento como vemos em Sl 22 e Is 53, e o próprio Jesus 
predisse a sua morte várias vezes. Cristo veio com o propósito eterno de morrer; no 
plano divino Ele morreu antes da fundação do mundo (Ap 13.8) Cristo veio a este 
mundo com o propósito de morrer por nós, a sua morte não foi nenhum acidente, mas 
foi pré-determinada e de grande significado. 
A teoria do mártir: ​Essa teoria também é chamada de teoria do exemplo. Afirma que 
Cristo como um mártir. Morreu, por ser fiel a seus princípios. Os defensores desta teoria 
dizem que a única coisa necessária para salvar o homem é reforma-ló. E o exemplo de 
Cristo foi dado para ensinar o homem a se arrepender de seus pecados e reformar-se. 
Mas de fato Cristo não morreu como mero mártir, mas sua morte foi vicária, expiatória, 
propiciatória, redentora e substitutiva. Jesus não morreu ‘’por’’ uma causa, mas ‘’para’’ 
uma causa. 
A teoria da influência moral: ​Esta também é chamada de teoria do amor de Deus. Esta 
afirma que a morte de Cristo é simplesmente a consequência natural Dele ter tomado 
sobre si a natureza humana, e que Ele simplesmente sofreu nos pecados de suas 
criaturas e também com eles. O amor de Deus manifestado na encarnação, no 
sofrimento e morte de Cristo, é para amolecer os corações humanos e levá-los ao 
arrependimento. Replicamos esta teoria. Apesar da morte de Cristo ser uma expressão 
do amor de Deus, o homem sabia que Deus o amava antes de Cristo vir; e simples 
emoção não leva ao arrependimento (Dt 7.7; Jr 31.3). Esta teoria contradiz o que a 
Escrituras afirma que Deus tem que ser propiciado antes de perdoar (Hb 9.14; Rm 
3.25,26; 1 Jo 2.2). Não podemos reduzir a expiação a uma peça teatral da paixão na qual 
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12 
 
o ator parece estar guiado por motivos sinceros, quando na realidade está simplesmente 
trabalhando as emoções de sua plateia. 
Teoria governamental: ​Esta teoria concorda com as três anteriores, ao afirmar que não 
há nenhum princípio na natureza divina que careça de propiciação. Afirma que ao invés 
disso, que Deus para manter o respeito a sua lei, deu um exemplo de seu ódio ao pecado 
na morte de Cristo. De acordo com a teoria governamental qualquer homem pecador 
poderia ter sido usado como exemplo do desprazer e da ira de Deus contra o pecado. 
Não era necessário um homem inocente para fazer isso. Assim fosse a morte de Cristo 
na cruz seria mera encenação sem realidade e valor jurídico; mas a Escrituras ensina que 
o que teve lugar no calvário foi justamente a execução da justiça (Gl 3.13; 1 Pe 2.24; 
3.18) 
2.3- O VEDADEIRO SIGNIFICADO DA MORTE DE CRISTO 
Foi pré-determinada: ​A morte de Cristo não foi um acidente, já estava 
pré-determinada. Sendo que não há surpresas para Deus, e nada foge a sua soberania; 
seria a morte de Cristo algo acidental, é lógico que isso não é possível. Mas tudo estava 
determinado no designo de Deus (Atos 2.23). Deus já havia prometido que o 
descendente da mulher seria ferido pela serpente (Gn 3.15) O cordeiro foi morto antes 
da fundação do mundo (Ap 13.8; 1 Pe 1.18-20). 
Foi voluntária: ​É certo que Jesus foi morto pelos sacerdotes e autoridades judaicas e 
romanas; mas Ele se entregou para que tal coisa pudesse acontecer (Mt 26.53; Lc 
22.53). Ninguém, ou nem uma instituição por sua própria força o crucificaram, antes 
Ele se entregou (JO 10.17,18). Ele veio com este propósito, Ele morreu sob acordo de 
Sua própria vontade e determinação. 
Foi vicária: ​Já observamos que a morte de Cristo não foi acidental, mas 
pré-determinada e voluntária. Cristo morreu em lugar de outros, sua morte foi vicária, 
isso é, em substituição – ‘’O justo pelos injustos’’ (1 Pe 3.18, 1 Co 15.3; Rm 4.45). 
Muito embora a morte dos animais nos sacrifícios da Antiga Aliança não tinha 
significado real, mas simbólico, ela nos ensina esta verdade. Quando o pecador 
colocava as mãos sobre a cabeça do animal que ia ser sacrificado, simbolizava a morte 
de Cristo vicária de Cristo em nosso lugar. (Nm 1.4). 
Foi sacrificial: ​A morte de Cristo foi sacrificial eficaz pelo mundo inteiro. Assim 
comem Adão todos pecaram, em Cristo, no seu sacrifício todos podem ter, a justificação 
mediante a fé Nele. (Rm 5.15; 5.19-21). A Sua morte foi aceita pelo Pai como oferta 
pelo pecado da posteridade de Adão (Hb 10.5-10). 
A morte de Cristo é potencialmente e provisionalmente, um sacrifício em favor dos 
pecados do mundo. Nesse sentido, Ele provou a morte a favor de todo homem, e ‘’a 
assim mesmo se deu em resgate por todos’’, e é Salvador de todos os homens. (1 Tm 
2.6) 
Foi expiatória: ​Expiação(agora em seu sentido mais restrito) é sinônimo de 
reconciliação, apaziguar, satisfazer. Este significado da morte de Cristo esta figurado no 
 Semanário Teológico Matthew Henry\ Curso Básico de Teologia 
13 
 
trabalho do Sumo sacerdote da Antiga Aliança, que no Dia da Expiação entrava no 
Santos dos Santos com o sangue do animal sacrificado (Nm 16). Cristo entrou no 
santuário celeste para nos tornar aceito a Deus (Hb 9.23-26). Ele mesmo se fez 
‘’maldição em nosso lugar’’ (Gl 3.13). Jesus removeu a culpa e nos reconciliou com 
Deus, sendo Ele também providência de Deus o Pai (2 Co 5.18,19). 
Foi propiciatória:​ O termo propiciação significa cobrir, ou tornar favorável. 
Propiciação não quer dizer que foi um ato para aplacar a um Deus vingativo. Mas sim 
que Deus nos amou, enviou e aceitou o sacrifício de Seu Filho como propiciação pelos 
nossos pelos nossos pecados (1 Jo 4.10) O propiciatório no Dia da Expiação era 
aspergido com o sangue simbolizado que a sentença justa da lei havia sido imposta; 
pelo que no lugar que de outro modo seria um lugar de julgamento, podia com justiça 
ser propiciatório. (Nm 16.14,15). 
Foi redentora: ​O termo nos sugere resgate por meio de pagamento. É exatamente isso 
que diz o texto de 1 Pe 1.18,19. O objeto da redenção, os pecadores; estavam vendidos a 
‘’escravidão do pecado’’ e também sob sentença de morte, e o preço pago pelo resgate 
foi o sangue de Cristo (Rm 7.14; Ez 18.4; Jo 3.18,19; Mt 20.28). Mas a que foi pago o 
preço? Não pode ser a satanás, como alguns acham, pois ele nada mais é que usurpador; 
as almas pertencem a Deus (Ez 18.4). Só pode ser a reivindicação de Deus, que é por 
natureza santo legislador. 
Foi substituta: ​Como o significado do termo, a morte de Cristo foi substitutiva, ou seja, 
no lugar de outros. De fato, o ensino da Escrituras é este, que Cristo padeceu e morreu 
em nosso lugar (Is 53.4-8). Cristo não apenas se submeteu a ser tratado como oferta 
pelo pecado, mas a ser feito pecado por nós. E isso não foi apenas encenação, mas 
realidade; de tal forma que, quando, as nossas iniquidades caíram sobre Ele, o Pai não 
pode suportar; e Jesus clamou: Eli, Eli, lamá sabactani (Mt 27.46). 
2.4 - Ressurreição de cristo 
Evidências do Novo Testamento: Os evangelhos contêm testemunho abundante da 
ressurreição de Cristo (veja Mt 28.1-20; Marcos 16.1-8; Lucas 24.1-53; João 
20.1-21.25). Além dessas narrativas detalhadas nos quatro evangelhos, o livro de Atos é 
um relato histórico da proclamação que os apóstolos fizeram da ressurreição de Cristo, 
da contínua oração a ele dirigida e da confiança nele como aquele que está vivo e 
reinando no céu. 
 
A natureza da ressurreição de Cristo: A ressurreição de Cristo não foi simplesmente um 
retorno da morte, à semelhança daquela experimentada por outros antes dele, como 
Lázaro (João 11.1-44), porque senão Jesus teria se submetido à fraqueza e ao 
envelhecimento, e por fim teria morrido outra vez, exatamente como todos os outros 
seres humanos morrem. 
O Pai e o Filho participaram na ressurreição: Alguns textos afirmam especificamente 
que Deus Pai ressuscitou Cristo dentre os mortos (Atos 2.24; Rm 6.4; 1Co 6.14; Gl 1.1; 
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14 
 
Ef 1.20), mas outros textos falam de Jesus participando na sua própria ressurreição. 
Jesus diz: “Por isso é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la. 
Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade 
para dá-la e para retomá-la. 
O significado doutrinário da ressurreição. 
A ressurreição de Cristo assegura nossa regeneração​. Pedro diz que Deus “nos 
regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os 
mortos” (1Pe 1.3). Aqui ele associa explicitamente a ressurreição de Jesus com a nossa 
própria regeneração ou novo nascimento. 
A ressurreição de Cristo assegura nossa justificação​. Em apenas uma passagem Paulo 
associa explicitamente a ressurreição de Cristo com a nossa justificação (ou o nosso 
recebimento da declaração de que não somos culpados, mas retos diante de 
Deus).​ ​ Paulo diz que Jesus “foi entregue por causa das nossas transgressões 
e ​ressuscitou por causa da nossa justificação”​ (Rm 4.25). 
A ressurreição de Cristo assegura-nos de que iremos receber igualmente corpos 
ressurretos perfeitos​. O Novo Testamento associa várias vezes a ressurreição de Jesus 
com nossa ressurreição corpórea final. “Deus ressuscitou o Senhor e também nos 
ressuscitará a nós pelo seu poder” (1Co 6.14). Semelhantemente, “aquele que 
ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará 
convosco” (2Co 4.14). Mas a discussão mais completa da associação entre a 
ressurreição de Cristo e a nossa própria acha-se em 1Coríntios 15.12-58. Ali Paulo 
afirma que Cristo é “as primícias” dos que dormem (1Co 15.20). 
O sentido ético da ressurreição​. Paulo também observa que a ressurreição tem uma 
aplicação relacionada à obediência a Deus nesta vida. Após uma longa discussão a 
respeito da ressurreição, Paulo conclui encorajando seus leitores: “Portanto, meus 
amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, 
sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1Co 15.58). 
2.5 - Ascensão de cristo 
Cristo subiu para um lugar: Após a ressurreição de Cristo, ele esteve na terra por 
quarenta dias (Atos 1.3) e depois conduziu os discípulos para Betânia, fora de 
Jerusalém, e “erguendo as mãos, os abençoou. Aconteceu que, enquanto os abençoava, 
ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu” (Lc 24.50). Cristo recebeu mais glória e 
honra como Deus-Homem: Quando Jesus subiu ao céu recebeu glória, honra e 
autoridade que não tinha antes, enquanto era Deus e homem. 
Antes de sua morte, Jesus orou: “... glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória 
que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo” (João 17.5). Em seu sermão em 
Pentecostes Pedro disse que Jesus fora exaltado à destra de Deus (Atos 2.33). Paulo 
declarou que Deus o exaltou grandemente (Fp 2.9), e que fora recebido em glória (1Tm 
3.16; cf. Hb 1.4). 
 Semanário Teológico Matthew Henry\ Curso Básico de Teologia 
15 
 
Cristo está agora no céu, e coros angelicais cantam-lhe louvor com as palavras: “Digno 
é o cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e 
glória, e louvor” (Ap 5.12). 
Cristo assentou-se à destra de Deus: Um aspecto específico de Cristo ter subido para o 
céu e recebido honra é o fato de que ele ​se assentou​ à destra de Deus. Isso é às vezes 
chamado sua sessão à destra de Deus. 
O Antigo Testamento predisse que o Messias sentar-se-ia à direita de Deus: “Disse o 
Senhor ao meu senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos 
debaixo dos teus pés” (Sl 110.1). Quando Cristo ascendeu de volta ao céu ele recebeu o 
cumprimento daquela promessa: “... depois de ter feito a purificação dos pecados, 
assentou-se à direita da Majestade, nas alturas”(Hb 1.3). 
A ascensão de Cristo tem importância doutrinária para nossa vida: Assim como a 
ressurreição tem implicações profundas para a nossa vida, do mesmo modo a ascensão 
de Cristo tem implicações significativas. Em primeiro lugar, visto que estamos unidos a 
Cristo em cada aspecto da obra de redenção, a ascensão de Cristo ao céu prefigura nossa 
ascensão futura com ele. “Nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados 
juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, 
estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts 4.17). 
Os estados de Jesus Cristo: Ao comentar sobre a vida, a morte e a ressurreição de 
Cristo, os teólogos muitas vezes aludem aos “estados de Jesus Cristo”. Com isso eles se 
referem às diferentes relações que Jesus mantinha com a lei de Deus para a humanidade, 
com a posse de autoridade e com a honra que se lhe deve. De forma geral distinguem-se 
dois estados (humilhação e exaltação). Assim, a doutrina do “estado duplo de Cristo” é 
o ensino de que ele experimentou primeiramente o estado de humilhação para depois 
passar ao estado de exaltação. 
2.6 - Os Ofícios de Cristo 
Os três cargos mais importantes que poderiam existir para o povo de Israel no Antigo 
Testamento eram: ​o profeta ​(como Natã, 2Sm 7.2), o ​sacerdote​ (como Abiatar, 1Sm 
30.7) e o ​rei​ (como Davi, 2Sm 5.3). Esses três ofícios eram distintos. O profeta falava as 
palavras de Deus ao povo; o sacerdote oferecia sacrifícios, orações e louvores a Deus 
em favor do povo; e o rei governava o povo como representante de Deus. Esses três 
ofícios prefiguravam a própria obra de Cristo de várias maneiras. 
Cristo como profeta: Os profetas do Antigo Testamento transmitiam a palavra de Deus 
ao povo. Moisés foi o primeiro grande profeta e escreveu os cinco primeiros livros da 
Bíblia, o Pentateuco. 
 
Depois vieram outros que falaram e escreveram as palavras de Deus. Mas Moisés 
predisse que um dia viria outro profeta como ele. (Dt 18.15-19) Cristo como 
sacerdote: No Antigo Testamento, os sacerdotes eram designados por Deus para 
oferecer sacrifícios. Eles também ofereciam orações e louvores a Deus em favor do 
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16 
 
povo. Ao agir assim “santificavam” as pessoas, ou tornavam-nas aceitáveis à presença 
de Deus, se bem que de forma limitada durante o período do Antigo Testamento. No 
Novo Testamento, Jesus tornou-se nosso grande sumo sacerdote. 
Esse tema é bem desenvolvido na carta aos Hebreus, na qual vemos que Jesus atua 
como sacerdote de duas maneiras. (Hb 4.14-5.5) 
Jesus ofereceu um sacrifício perfeito pelo pecado. O sacrifício que Jesus ofereceu pelos 
pecados não foi o sangue de animais como touros ou bodes: “... porque é impossível que 
o sangue de touros e bodes remova pecados” (Hb 10.4). Em vez disso, Jesus ofereceu a 
si mesmo como sacrifício perfeito: “... ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma 
vez por todas, para aniquilar, ​pelo sacrifício de si mesmo, o pecado”​ (Hb 9.26). 
Jesus nos aproxima continuamente de Deus. Os sacerdotes do Antigo Testamento não 
apenas apresentavam sacrifícios, mas também compareciam de modo representativo na 
presença de Deus, de tempos em tempos, em favor do povo. Mas Jesus faz muito mais 
do que isso. Como nosso perfeito sumo sacerdote, ele continuamente ​nos conduz​à 
presença de Deus, de forma que não temos mais a necessidade de um templo em 
Jerusalém nem de um sacerdócio especial que se coloque entre nós e Deus. 
Como sacerdote, Jesus ora continuamente por nós. Outra função sacerdotal no Antigo 
Testamento era orar a favor das pessoas. O autor de Hebreus nos diz que Jesus também 
cumpre essa função: “... também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a 
Deus, vivendo sempre ​para interceder por eles”​ (Hb 7.25). Paulo afirma a mesma coisa 
quando diz que Cristo Jesus é aquele que intercede por nós (Rm 8.34). 
Cristo como rei: No Antigo Testamento o rei tinha autoridade para governar a nação de 
Israel. No Novo Testamento, Jesus nasceu para ser o Rei dos judeus (Mt 2.2), mas 
recusou todas as tentativas feitas pelo povo para fazê-lo um rei terreno com um poder 
militar e político terreno (Jo 6.15). Ele disse a Pilatos: “O meu reino não é deste mundo. 
Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para 
que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui” (Jo 18.36). 
CONCLUSÃO 
É de fundamental importância para o servo do Senhor que foi chamado ao ministério da 
Palavra, o conhecimento correto da Pessoa e da obra de Cristo. Como já fiz menção no 
início deste trabalho, o cristianismo é Cristo; e uma deficiência no conhecimento da 
pessoa e obra de Cristo gera deficiência direta a nossa fé cristã. É obvio que não 
podemos explicar os mistérios de Deus; o sobrenatural nascimento virginal de Cristo, a 
Trindade, as duas naturezas de Cristo, os pormenores do ‘’kenosis’’; mas a nós que 
lidamos com a ministração da Palavra, pesa a responsabilidade de investigar a Escritura 
para chegar a uma definição da doutrina bíblica, solida e organizada. 
 
Olhando para a pré-existência de Cristo, Sua eternidade, Sua coexistência com o Pai na 
eternidade, e sua imutabilidade; temos a convicção de termos um Salvador Divino. O 
fato miraculoso do nascimento virginal de Cristo é um elo doutrinário, para a 
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17 
 
compreensão de tanto da Cristologia, como da Soteriologia. O nascimento virginal de 
Jesus Cristo, e todos os mistérios que o envolve, respalda nossa fé não apenas num 
Salvador Divino, mas também em um Salvador humano capaz de compadecer de nossas 
fraquezas, e efetuar através da Sua morte a salvação perfeita; e pela Sua ressurreição e 
ascensão a garantia inquestionável dessa salvação. 
Passando por estes parâmetros da Cristologia chegamos a uma definição doutrinaria 
biblicamente coerente. Cremos em um Cristo Divino, pré-existente, mas que se 
manifestou em carne, nascendo da virgem sem pecado. Que morreu, mas ressuscitou 
dentre mortos, e que, glorificado está a destra do Pai. Por esta razão ‘’nós pregamos a 
Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que 
foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder e sabedoria de 
Deus (1 Co 1.23,24). 
 
BIBLIOGRAFIA 
BANCRFT, ​Emery H. – Teologia Elementar – Editora Batista Regular – 1ª Ed. 1966. 
THIESSEM, ​Henry Clarence – Palestras em Teologia Sistemática – Imprensa Batista Regular 1ª Ed. em 
português – 1987. 
BERKHOF​, Louis Berkhof. Teologia Sistemática. São Paulo. Editora Cultura Cristã.​GRUDEM​, Wayne. 
Teologia Sistemática. São Paulo. Vida Nova, 2002. 
 
 
 Semanário Teológico Matthew Henry\ Curso Básico de Teologia

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