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Introdução A presença do roedor em áreas urbanas e rurais gera agravos econômicos e sanitários de relevância ao homem. O roedor participa da cadeia epidemiológica de pelo menos trinta doenças transmitidas ao homem. Esta correlação dos roedores e a precariedade dos processos de urbanização, com problemas crescentes de disposição de resíduos sólidos, drenagem inadequada de águas pluviais e de construção e tratamento de esgotos, exigem a integração das ações do município e da comunidade como mecanismo básico para a implantação de um programa de controle de roedores com resultados consistentes. Espécies urbanas Das espécies importantes temos: a ratazana (Rattus norvegicus) o rato de telhado (Rattus rattus) e o camundongo (Mus musculus), que são particularmente importantes por terem distribuição cosmopolita e por serem responsáveis pela maior parte dos prejuízos econômicos e sanitários causados ao homem. A ratazana prefere dominar o nível do solo, onde escava e habita tocas e túneis o rato preto dá preferência a viver longe do solo, onde é derrotado pela ratazana, que supera em força, vigor físico, agressividade e tamanho. Por isso o rato preto é conhecido como ratode-telhado ou rato-de-forro. Já o camundongo, o menor e mais fraco dos três, consegue sobreviver aproximando-se ao máximo do homem, inimigo natural reconhecido e atávico dos ratos, compartilhando com ele seu próprio “habitat”, fazendo seus ninhos em gavetas, armários, et Espécies rurais Nas zonas rurais, embora as três espécies urbanas estejam penetrando fortemente,podemos encontrar no Brasil pequenos roedores do campo chamados, genericamente de ratos-da-lavoura ou ratos do campo, representados, principalmente, pelo Holochilus sp,Orizomys sp e Mastomys sp. A identificação da espécie de roedor infestante é fundamental no sucesso das ações de controle, não esquecendo que mais de uma espécie pode estar presente no local de infestação, embora sendo relativamente raro. Doenças trasmissiveis Estima-se que que os roedores são responsáveis pela transmissão de 30 doenças, e o rato é considerado o principal transmissor. Entre todas as enfermidades podemos citar: leptospirose, peste bubônica, tifo murinho, febre de mordida de rato, raiva, sarnas, triquinose, salmonelose, micoses, hantavirose etc. Principais Doenças Leptospirose: trata-se de uma infecção aguda, uma doença bacteriana que afeta seres humanos e animais causada por uma bactéria do gênero Leptospsira. É altamente recomendável prevenir-se, pois a leptospirose pode ser assintomática. Porém, quando os sintomas são manifestados é comum a presença de febre alta, dor muscular (especialmente na panturrilha, cabeça e tórax), olhos vermelhos, tosse, cansaço, calafrios, náuseas, diarreia, desidratação, manchas vermelhas no corpo e meningite. FI: Roedores VE: Urina VT: Água e alimentos contaminados pela urina principalmente PE:Pele Íntegra e lesada, Mucosas conjuntiva, digestiva e genital HS:Homem Hantavirose: é uma doença potencialmente fatal transmitida por Inalação de aerossóis. Formados a partir da urina, fezes e saliva de roedores infectados .Em alguns casos, a hantavirose não manifesta sintomas. Todavia, nas fases iniciais os principais sintomas são febre alta, dor muscular, náuseas, vômitos, diarreia e dor de cabeça. O período de incubação de 1 a 5 semanas e pode variar de poucos dias até dois meses. A maior parte dos casos apresenta os primeiros sinais da doença em torno de duas semanas após a exposição. FI: Roedores VE: Urina, fezes ou saliva; VT: Aerossóis; PE:Mucosa nasa HS: Homem Peste bubônica: trata-se de uma doença grave e muitas vezes fatal. É causada pela bactéria da peste, Yersínia pestis, que é transmitida por roedores. A maioria dos indivíduos que não procuram tratamento morrem nas 48 horas que sucedem o início dos sintomas. Os sintomas são febre alta, apatia, vertigens, tremores, intolerância à luz, cefaleia, aumento da frequência cardíaca, cansaço, tosse seca e depois com sangue e aumento dos linfonodos. A doença matou muitas pessoas durante a Idade Média, mas, até nos dias de hoje diversos casos da peste bubônica são registrados. FI : Siphonapteiros ou pulgas VE: goticulas respiratórias; Via de transmissão: Através da picada da pulga, entre animais de porte pequeno. PE: As bactérias penetram pela pele; HS homens e animais. Perdas Econômicas A presença de roedores em áreas urbanas e principalmente em áreas rurais gera grandes perdas econômicas e problemas sanitários para o homem e os animais. Nos campos, atacam e destroem plantações de milho, cana-de-açúcar, arroz e trigo, que são algumas das culturas onde a ação dos roedores pode ser devastadora. Outro caso são os danos causados no armazenamento de ração e insumos (com roeduras, consumo e contaminação com fezes e urina) e nas instalações e equipamentos com roeduras, podendo causar curtos-circuitos. Prejuízos Prejuízos incalculáveis são registrados todos os anos como resultado direto da presença e ação dos roedores. Estima-se que, de 4% a 8% da produção nacional de cereais, raízes e sementes, é consumida por esses roedores. Enquanto os países desenvolvidos aceitam uma média de 3 a 5 ratos por habitante, a média brasileira é de 18 a 20.Os ratos são responsáveis pela destruição de 10% a 40% do total de alimentos produzidos pelo homem. Danificam sacarias e depósitos de alimentos e podem provocar incêndios, ao roer a capa de proteção de fios e cabos elétricos, ocasionando curto-circuito. http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2013/07/ubds-central-de-ribeirao-e- fechada-por-causa-de-infestacao-de-ratos.html http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2013/07/ubds-central-de-ribeirao-e-fechada-por-causa-de-infestacao-de-ratos.html MEDIDAS DE CONTROLE DE ROEDORES NAS ÁREAS URBANAS a) Em construções, residências: Sub-solo e sótão: deve-se vedar aberturas e eliminar possíveis esconderijos. Pisos e paredes: Rachaduras, buracos, paredes duplas, remendos, etc. Deve-se reconstruir com material maciço. Teto: Sem forro, com aberturas, vãos ou buracos. Deve-se reformar e proteger; telar as aberturas de ventilação existentes. Portas: com vãos, aberturas e outras danificações: deve-se colocar chapa metálica e vedar outras aberturas existentes. Janelas: com vãos, aberturas e outras danificações. Deve-se corrigir os defeitos existentes e telar as janelas de depósitos de alimentos. b) Em terrenos abertos Topografia: inspecionar e corrigir – quando possível, os acidentes geográficos, abrigos. Área verde: mato, arborização junto à construção: deve-se capinar e limpar a área Peri domiciliar; recolher os frutos caídos no solo; evitar uso abundante de plantas espinhosas em jardins. Depósitos de materiais diversos: materiais jogados ou acumulados no solo ou junto a paredes. Deve-se removê-los ou mantê- los afastados do chão, de parede e de outros objetos Terreno baldio: exposição de entulho e lixo. Deve-se removê-los; cercar o terreno. Lixão: despejo de lixo bruto – a céu aberto. Deve-se depositar o lixo em aterros sanitários. c) Em instalação de: Esgotos: Inspecionar e reparar a rede de esgoto, fixar telas metálicas de malha de 6 mm nos ralos de acesso a rede. Lixo: Reparar e ou lacrar as lixeiras existentes. Acondicionar em sacos plásticos ou recipientes metálicos com tampas e suspensos. Água: Reparar, hidrômetros danificados, caixas abertas e vazamentos. Eletricidade e rede telefônica: Vedar e reparar entradas das fiações com telas metálicas de 6 mm. MEDIDAS DE CONTROLE DE ROEDORES NAS ÁREAS RURAIS Locais de armazenamento de grãos, rações, alimentos: Deve-se proteger com rateiras,telamento,vedação de frestas. Peri-domicilio e outras áreas externas: realizarlimpeza geral e remoção de mato alto,resíduos alimentares, restos de ração animal, abrigo de animais. Estábulos: limpeza geral, cimentar piso, retirar sobra de alimentos do local; inspecionar regularmente os possíveis esconderijos de roedores. Pocilgas: Limpar e lavar as instalações diariamente, remover resíduos alimentares e fezes do chão, cimentar piso. Aviários e Galinheiros: Limpar as instalações diariamente, remover restos de ração e esterco, proteger contra entrada de roedores: rateiras e telas 6 mm, o piso da construção deve ficar afastado do solo. Lavouras e hortaliças: inspecionar a área para detectar sinais de roedores, preservar os animais predadores, remover resíduos e capinar, retirar mato alto e alimentos disponíveis e resíduos alimentares. Lixo e esterco (aves, suínos, bovinos, equinos e outros): construir e utilizar esterqueiras apropriadas; queimar ou enterrar o lixo. Fontes de água: proteger com telas ou tampas apropriadas, reservatórios, cisternas e outras fontes de água. Destino final dos dejetos humanos: tampar as aberturas de acesso das fossas e rede de esgoto. Medidas preventivas e corretivas (anti-ratização) É o conjunto de medidas preventivas e corretivas adotadas no meio ambiente que visam impedir e/ou dificultar a implantação e expansão de novas colônias de roedores. Algumas dessas medidas são corretivas do meio ambiente e visam a retirada de certas condições que estão facilitando a infestação dos roedores. Por exemplo: Correto acondicionamento do lixo (dentro de sacos plásticos e em lixeiras com tampas). Nunca jogar lixo a céu aberto ou em terrenos baldios; Canalização de córregos a céu aberto Manter terrenos baldios limpos e murados Uso de ralos e telas metálicas vedando locais de acesso dos roedores para os ambientes internos; Manter limpas as instalações de animais domésticos e não deixar a alimentação exposta onde os ratos possam ter acesso, principalmente à noite; Evitar acúmulo de entulhos próximos às residências, etc. De importância fundamental é a educação da comunidade envolvida, isto é, mudar costumes e hábitos das pessoas como: jogar restos de alimentos, entulhos, papéis na rua, terrenos baldios, bueiros, espaços vazios em locais públicos, etc. Desratização: É a utilização de processos capazes de produzir a eliminação física dos roedores infestantes. Pode-se utilizar ratoeiras, armadilhas e outros dispositivos de captura, como também processos químicos onde são utilizadas substâncias chamadas de rodenticidas. Em todo o mundo, o grupo químico mais utilizado são os anticoagulantes por serem muito eficazes a baixo custo, além de possuírem razoáveis margens de segurança e que terão seu efeito somente alguns dias depois da ingestão. Porém, o uso de qualquer produto deve considerar a espécie envolvida e a técnica preconizada pelo fabricante. Curiosidades Os roedores são mamíferos e há cerca de 2000 espécies pelo mundo; Possuem capacidade de proliferação rápida; O corpo desses animais é muito flexível, permitindo fácil movimentação por dentro de canos e tubulações, inclusive passar pelas frestas das portas; Possuem capacidade para segurar a respiração dentro d’água, o que facilita a entrada nas casas pelos esgotos e vasos sanitários; Conseguem roer vários materiais, como madeiras, tijolos, alumínio, etc; Os ratos possuem os sentidos bem aguçados, conseguem se localizar, aprender novos caminhos e criar atalhos com facilidade; Apesar de alguns serem perigosos para a espécie humana, os roedores são importantes para a manutenção do ciclo de vida biológico, já que funcionam como alimento para diversos predadores. Manual de Controle de Roedores - FUNASA A forma mais inadequada de combater roedores é a realização de campanhas de desratização em períodos críticos, só pela aplicação de raticidas. A determinação da área de controle deverá privilegiar sempre a implantação do sistema como um todo, evitando a pulverização de recursos que impedirá a consolidação dos resultados a serem alcançados. É necessário estabelecer um programa permanente de controle de roedores a partir de um diagnóstico da ocorrência de doenças, prejuízos econômicos e incômodos na área geográfica considerada. A organização do programa deverá basear-se nas características da área-alvo e no levantamento correto de dados, que permitirão definir a metodologia mais adequada para sua implantação em caráter permanente. Elaboração de um programa de controle de roedores Deve ter a prevalência das espécies existentes e graus de incidência de doenças por eles transmitidas. O objetivo principal é a redução de agravos à saúde e nos prejuízos econômicos. Para dar inicio ao programa deve se ter: 1- Caracterização da área: dados demográficos, geográficos e pluviométricos para a identificação dos meses de ocorrência de maior volume de chuvas e as áreas inundáveis. 2- Condições socioeconômicas, saneamento e habitação OBRIGADA! REFERENCIAS Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Manual de controle de roedores. - Brasília: Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde, 2002. 132p. Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Manual de saneamento. 3. ed. rev. - Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2006. 408 p.
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