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ANESTÉSICOS INJETÁVEIS INTRODUÇÃO Os anestésicos injetáveis são indicados para a indução anestésica de maneira reversível, indução e manutenção anestésica (infusão), realização de pequenos procedimentos cirúrgicos adjuvantes na anestesia inalatória e realização de exames diagnósticos, com o objetivo de propiciar a hipnose, analgesia, relaxamento muscular e amnésia (anestesia balanceada). Devem ter estabilidade em solução, promover a ausência de dor e lesão à aplicação, baixo potencial de liberação de histamina, latência curta, sem excitação, metabolização rápida em agentes inativos, relação dose-resposta que permita titulação, metabolismo cerebral, recuperação rápida e suave e ausência de efeitos adversos (náusea, cefaléia, sedação prolongada). São classificados de acordo com a tabela abaixo Barbitúricos Possuem grande popularidade na Medicina Veterinária (desde que utilizados adequadamente – Uso ainda indicado na rotina anestésica). De maneira geral, os compostos derivados do ácido barbitúrico são chamados de “barbitúricos”, termo usado para designar drogas sintéticas, contudo, o termo barbitúrico é empregado para designar o grupo de substâncias derivadas do ácido barbitúrico (López-Muñoz et al., 2005). São compostos derivados de um grupamento amida (em amarelo) do ácido barbitúrico, ou seja, são sais sódicos. Esses compostos são muito utilizados em remédios sedativos, principalmente em casos de ansiedade e distúrbios psicológicos. No entanto, o uso desses remédios é controlado, pois o seu uso contínuo faz com que o organismo adquira tolerância e, assim, para obter mais efeito acaba-se administrando doses cada vez maiores, o que o leva à dependência e se a dose ingerida for elevada, pode causar até mesmo sua morte. A síntese do ácido barbitúrico foi seguida por muitas outras, resultando em uma série de substâncias. Pesquisas indicam que mais de 2500 barbituratos foram sintetizados e aproximadamente 55 novos medicamentos resultaram das sínteses promovidas por substituições no anel pirimidínico do ácido barbitúrico, porém 20 são utilizados clinicamente e apenas 10 como anestésicos gerais na medicina veterinária, dentre eles podemos destacar o tiopental, tiamilal, pentobarbital, fenobarbital e o barbital. São classificados como tiobarbitúricos e oxibarbitúricos. MECANISMO DE AÇÃO Potentes hipnóticos que produzem depressão dose dependente do SNC. Leve sedação (sono, depressão bulbar, depressão central (córtex, tálamo, áreas motoras SNC), centros termorreguladores, vagal, respiratórios, vasomotor Ação periférica – baixa ligação da acetilcolina na membrana pós-sináptica – excelente relaxamento muscular EFEITOS ADVERSOS SNC – depressão progressiva, sedação, euforia, delírio, excitação, confusão mental. Respiratório – depressão direta centro bulbar (apnéia transitória), diminuição da Frequência Respiratória. Cardiocirculatório – diminuição da PA, depressão centro vasomotor, bloqueio vagal, na aplicação rápida (depressão direta do miocárdio), diminuição da frequência cardíaca. Trato gastro-intestinal – redução da motilidade. Urinário – diminuição do fluxo renal e filtração glomerular (hipotensão arterial e vasoconstrição renal), diminuição do volume urinário. Exemplo: Tiopental Sódico, Pentobarbital Compostos Imidazólicos Fármaco sintetizado em 1971. São indicados para indução e manutenção de anestesia geral em procedimentos cirúrgicos. Fármaco anestésico hipnótico de curta ação administrado por via endovenosa geralmente utilizado em indução de anestesia geral. É utilizado em procedimentos rápidos como redução de fraturas e cardioversão. Etomidato (substância ativa) é um hipnótico intravenoso de ação curta, indicado para a indução da anestesia geral. Esta pode ser mantida sem a associação com anestésicos inalatórios (anestesia inteiramente intravenosa), ou com a participação destes em proporções bastante limitadas. Pode ser utilizado para anestesia geral, bem como um suplemento da anestesia regional. Como agente de indução, o Etomidato é particularmente indicado para intervenções de curta duração, procedimentos diagnósticos e intervenções realizadas em ambulatório, quando se deseja recuperação rápida com boas condições de orientação, deambulação e equilíbrio, tem poucos efeitos sobre os parâmetros hemodinâmicos nas doses recomendadas, seu uso é particularmente indicado em cirurgias cardíacas e em pacientes cardíacos. MECANISMO DE AÇÃO Não foi completamente elucidado, pode modular a transmissão GABAérgica prolongando o tempo de abertura dos canais de Cl (aumenta o número de receptores GABA disponíveis, deslocando inibidores endógenos) PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS Fármaco sedativo-hipnótico – rápido início de ação e curto período de recuperação (tempo de anestesia 10-15 min). Não possui efeito cumulativo e analgésico. 75% do fármaco ligam-se albumina onde é rapidamente distribuído. EFEITOS ADVERSOS SNC – diminui o metabolismo cerebral de oxigênio (depressão função neuronal) e mantém a pressão arterial sistêmica. Cardiovascular – não causa alterações função cardiovascular (PA, FC, RVSP, DC) sendo o anestésico de eleição para cardiopatas. Respiratório - Depressão respiratória dose-dependente, discreta. Não causa liberação de histamina, inibe temporariamente a síntese de esteróides pela adrenal, causa dor à injeção, mioclonia, excitação e vômitos após a administração (MPA pode reduzir os efeitos adversos – associação com benzodiazepínicos e opióides) Exemplo: Etomidato Alquil-fenóis PROPOFOL (Dose e apresentação) • Emulsão fluida de óleo em água (10 mg/ml) • Óleo de soja, glicerol e lecitina de soja • Crescimento bacteriano e produção de endotoxinas • Após abertura utilizar por no máximo 6 horas Anestésico (IV) de curta duração sem efeito analgésico, agente indutor e em infusão contínua para manutenção da anestesia. MECANISMO DE AÇÃO Semelhante aos dos barbitúricos e benzodiazepínicos (potencialização do GABA). Mecanismo exato ainda não esclarecido. Possui indução e recuperação satisfatória sem excitação quando utilizados com MPA. Causam dor à injeção mas não causa lesão tecidual se aplicado fora da veia. Possui biotransformação extrahepática e hepática (gatos dificuldade com fenóis = injúria oxidativa hemácias). EFEITOS ADVERSOS Respiratório – depressão semelhante ao tiopental (apnéia transitória, diminui a frequência respiratória) com efeito proporcional a dose, velocidade de administração, e MPA utilizada. Cardiovascular – Hipotensão sistêmica (diminui resistência vascular periférica, débito cardíaco e depressão da resposta de barorreceptores. SNC – diminui metabolismo cerebral, reduz pressão intra-craniana e intraocular. Cesariana – doses habituais para indução não causam depressão fetal. Usar com cuidado em pacientes que não conseguem tolerar bradicardia e hipotensão. Derivados da Fenciclidina Referida na literatura como “anestésico dissociativo” (IM, IV), devido a uma perda sensorial marcante e analgesia, assim como amnésia e paralisia do movimento, sem perda real da consciência, ocorrendo intensa sensação de dissociação do meio. Usados no trauma e em procedimentos cirúrgicos de emergência, bem como na medicina veterinária. A principal desvantagem da droga é a ocorrência de delírios e comportamentos irracionais durante a recuperação, por isso seu uso é indicado em conjunção com um benzodiazepínico ou agonista alfa 2 adrenérgico. Potente analgesia. MECANISMO DE AÇÃO Possui potente antagonismo não competitivo do receptor NMDA e atua no sítio de ligação do PCP, presente neste canal iônico. O termo não-competitivo significa que essa droga, além da PCP e da dizocilpina (MK801), não compete pelo mesmo sítio de ligação que o glutamato. Ambos os isômeros da cetamina têm afinidade por esse receptor. Também é capaz de estimular outras áreas do SNC (ação GABAérgica indireta) e são agonistas de receptores de opióides. Amplamente utilizadas para dores somáticas (dores musculares e queimaduras). EFEITOS ADVERSOS Sialorréia em ruminantes e felinos, taquicardia (cuidado com animais cardiopatase idosos), movimentos involuntários, recuperação súbita acompanhado de excitação, alucinações, catalepsia, ataxia na recuperação, depressão dose dependente do sistema respiratório. Não utilizar em pacientes com histórico de epilepsia, traumas cranianos e portadores de glaucoma. Em cesarianas, neonatos apresentam sinais de depressão do SNC. Exemplos: Cetamina e Tiletamina MATERIAIS E MÉTODOS (Protocolo 4) Medicação Pré Anestésica: Acepromazina (0,03 mg/kg) e meperidina (3mg/kg) associados na mesma seringa pela via intramuscular. Indução: Etomidato (1mg/kg) associado ao Midazolan (0,3mg/kg) pela via intravenosa. Realização entubação orotraqueal e ventilação. Peso cão: 9,4kg Dose utilizada: -Acepromazina 0,2% = 0,15ml -Mepiridina 50mg = 0,56ml -Tiletamina-zolazepam = 1,5ml RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram associados Acepran (0,14 ml) e Meperidina (0,16ml) na mesma seringa via intramuscular como medicação pré-anestésica. Após 15 minutos aplicou -Tiletamina-zolazepam = 1,5ml via endovenosa, foi feita após o efeito da anestesia a intubação orotraqueal com aplicação zolazepam n retira os espasmos do paciente 5 min 10 min 15 min 20 min 25 min 30 min 35 min Frequência cardíaca 90bpm 70bpm 60bpm 50bpm 45bpm 50bpm 65 bpm Frequência respiratória 22 rpm 22rpm 20rpm 22rpm 24rpm 26rpm 27 rpm Temperatura 38,5 38,6 38,5 38,4 38,4 38,5 38,5 CONCLUSÃO Observou-se que o animal apresentou bradicardia ofegante e a temperatura corporal se manteve dentro da normalidade REFERÊNCIAS SPINOSA, Helenice de Souza; GÓRNIAK, Silvana Lima; BERNARDI, Maria Martha. Farmacologia aplicada à medicina veterinária. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017, Capítulo 11, páginas 129-138. CLARKE, K.W.; HALL, L.W. A survey of anaesthesia in small animal practice: AVA/BSAVA report. Journal of the Association of Veterinary Anaesthetists, v.17, p.4-10, 1990. Disponível em: doi: 10.1111/j.1467-2995.1990.tb00380.x. PERK, C. et al. Etomidate/alfentanil anaesthesia in dogs and its effects on pulse oxymeter, electrocardiography and haematological parameters. Turkish Journal of Veterinary and Animal Sciences, v.26, p.1021-1024, 2002.
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