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Caso prático 1 
 
ANÁLISE CRIMINOLÓGICA SOBRE “EL CHAPO” GUZMÁN 
 
1. Introdução 
Conhecido em todo o mundo como ”El Chapo” Guzmán, Joaquim Archivaldo 
Guzmán Loera, nasceu em 04 de abril de 1957, em Sinaloa, cidade localizada 
à Noroeste do México, no Golfo da Califórnia, e separada do restante do país 
pela Sierra Madre. 
Filho mais velho de uma família de oito irmãos, de origem rural e de extrema 
pobreza, tinha o pai rancheiro e a mãe que se dedicava aos cuidados dos filhos 
e da casa. O relacionamento de El Chapo com o pai foi marcado por violência 
verbal e física, considerando que o genitor era alcoólatra e muito agressivo 
com a família. Diferentes documentários sobre a vida de El Chapo relatam que 
todo o dinheiro que o pai adquiria gastava com bebidas e prostitutas. Sua mãe, 
porém, assumia o papel de pilar emocional da família e era respeitada pelos 
filhos, que reagiam bem ao seu comando. 
As dificuldades financeiras enfrentadas pela família induziram El Chapo a 
abandonar a escola muito cedo para se dedicar a agricultura familiar de 
plantação e colheita de laranjas, além do cultivo de papoulas que eram 
plantadas ilegalmente por seu pai nas encostas da colina. 
Aos 15 anos, foi expulso de casa pelo pai e foi morar no sítio com seus avós. O 
pai de El Chapo descobriu que ele plantava e vendia maconha. O dinheiro 
arrecadado com a comercialização da droga era entregue à mãe, pois se fosse 
direcionado ao genitor seria também investido em bebidas e prostituição. Na 
casa dos avós, El Chapo relata em uma entrevista para o jornal El País (2016) 
que era forçado a trabalhar duro e, por vezes, era agredido fisicamente. 
Ao residir no sítio, sua aproximação com Pedro Avilés Pérez, foi inevitável. Seu 
tio era envolvido com a máfia que fornecia maconha para o mercado americano 
no início da década de 1980. Foi assim que, em contato com coordenação da 
exportação de drogas, El Chapo enveredou para o universo do tráfico. 
Por ser um planejador de excelência, organizado, ágil, pontual e muito violento, 
El Chapo logo ganhou fama entre os grandes líderes do tráfico no México. Foi 
essa fama que o colocou dentro do cartel de Félix Gallardo, inicialmente como 
motorista e depois como diretor de logística de suas mercadorias. Numa 
operação policial, Gallardo foi preso e obrigado pela polícia mexicana e 
americana a redividir os carteis e pontos de atuação dos chefes do tráfico. 
Assim El Chapo passou a comandar o Cartel de Sinaloa juntamente com 
Hector Luis Palma Salazar. 
O comércio de drogas estava em franca expansão no México, o que iniciou 
uma verdadeira guerra entre os narcotraficantes por domínio de carteis rivais. 
Cerca de 70% de toda a droga que abastecia os Estados Unidos, era oriunda 
do México (Figueiredo, 2019). 
A frieza e violência de EL Chapo se destacavam no seu perfil psicológico. Ele 
não media esforços e nem economizava crueldade para atingir seus objetivos e 
eliminar qualquer um que tentasse impedir de alcançar suas metas. Sofreu 
incontáveis atentados de morte e promoveu uma matança, de traficantes e 
civis, nunca registrada no México. Sua sagacidade e habilidade de 
planejamento e gerenciamento também devem ser destacadas. Suas fugas 
cinematográficas das prisões o fizeram ainda mais conhecido. Em 2001 
escapou da prisão de segurança máxima de Punta Grande, do México, dentro 
de um carrinho de roupas sujas. Em 2014, fugiu novamente através de um 
túnel perfeitamente escavado. Em 2016 foi preso pela última vez e extraditado 
para os Estados Unidos, no complexo penitenciário ADX Florence, onde 
cumpre pena de prisão perpétua. 
2. Análise criminológica de EL Chapo Guzmán 
Para a realização do presente trabalho, utilizou-se o método longitudinal 
partindo de pesquisas de estudos de casos, através de revisão bibliográfica de 
textos, arquivos públicos e documentários disponibilizados na internet. Dessa 
forma, buscou-se durante o processo reunir o maior número de informações 
possíveis sobre o indivíduo objeto do estudo, traçando uma análise dos 
aspectos familiar, educacional, social e psicológico que compõem a identidade 
de El Chapo. 
Como já relatado, no aspecto familiar vale destacar que El Chapo fazia parte 
de uma família desestruturada e muito pobre, onde o genitor era alcoólatra e 
não conseguia fazer a sustentação emocional e nem financeira do lar. A mãe, 
por sua vez, surge nesse cenário como uma mulher forte e resistente, que 
mantém os filhos unidos e minimamente estáveis emocionalmente. Essa 
postura diante da vida rendeu-lhe o respeito e admiração dos seus entes. Os 
conflitos em decorrência do desequilíbrio do pai e a violência familiar, exerceu 
forte influência para que El Chapo se inserisse no mundo do crime. Ainda na 
adolescência, ele percebeu quão vantajoso e lucrativo era o envolvimento com 
o mundo do tráfico. 
Em decorrência de sua realidade familiar e social, inevitavelmente o aspecto 
escolar seria comprometido. El Chapo evadiu da escola precocemente quando 
se viu forçado a plantar, colher e vender laranjas para auxiliar no sustento da 
família. Tal fato acarreta impactos comprometedores em sua vida. O fomento 
do trabalho infantil, o desinteresse pelo estudo, o comprometimento do 
processo de socialização do indivíduo e até mesmo ausência de empatia, 
podem ser, associados a outros fatores, o motivo da violência, frieza e 
crueldade com que El Chapo reagia em suas intervenções e negócios. 
Uma simples análise da informação de que o pai de Guzmán cultivava papoula 
para comercializar e que colocava o filho para auxiliá-lo na colheita, denota o 
caráter contraventor do genitor. Esse foi o primeiro delito na seção longitudinal 
na vida de El Chapo e a porta de entrada para o mundo do crime, que 
associado à desvalorização da instituição escolar, gerou impacto no seu modo 
de vida. 
Aos 15 anos de idade, El Chapo ingressou na vida criminal por sua própria 
conta ao cultivar e comercializar maconha. Ao abandonar a escola para vender 
laranjas, de maneira honesta para sustentar sua família, logo percebeu que 
apenas isso seria insuficiente e se arriscou a traficar. Tudo isso, associado a 
um período de atraso nas reformas escolares e na reflexão sobre os modelos 
de educação na América Central e do Sul, El Chapo foi apenas mais um caso 
entre os milhões que se tornaram são vítimas do sistema que impele os 
indivíduos para a evasão escolar e ingresso na criminalidade. 
Não há relatos de que El Chapo apresentava dificuldades de aprendizagem ou 
déficits cognitivos. Pelo contrário, sua capacidade de organização, 
planejamento e gerenciamento demonstra que suas habilidades e faculdades 
mentais não foram os motivos da evasão escolar, restando, portanto, o fator 
social como causa do fato. 
A ausência de controle social no México também foi um facilitador para que 
Guzmán entrasse para o mundo da criminalidade. O país era dominado pelo 
tráfico, com suas próprias leis e métodos de atuação e pela corrupção do 
governo que negociava sem reservas com esses criminosos. 
A negligência estatal impactou de maneira devastadora a vida dos civis 
mexicanos alimentando os problemas sociais e a desigualdade 
socioeconômica. Uma vez que não havia planos diretores e nem mesmo 
políticas públicas que assistissem os cidadãos e que buscassem combater o 
tráfico de drogas e a pobreza desenfreada que atingia o país, os jovens não 
tinham perspectivas e planos futuros, o que, inevitavelmente, se tornava um 
convite para o tráfico. A prática de tráfico de drogas no México tornou-se uma 
alternativa de sobrevivência frente à realidade colocada pela ausência do 
controle social formal e informal. Assim aconteceu com El Chapo, que não se 
pode negar, foi em certa medida uma absorvido pela realidade do sistema. 
A respeito do controle social informal, aquele que se dá no âmbito familiar, 
Guzmán não teve boas referências como já mencionado ao longo desseestudo. 
Para finalizar, as leituras, revisões bibliográficas e documentários disponíveis 
na rede mundial de computadores, não relatam que El Chapo era portador ou 
desenvolveu qualquer transtorno mental ou deficiências físicas ao longo de sua 
vida. Essa questão é levantada pelo jornal E País (2016) quando Guzmán já 
está preso no complexo de segurança máxima e que desenvolve transtorno de 
ansiedade, conforme entrevista cedida 
“O líder do cartel de Sinaloa se mexe na cadeira. A cada meia hora 
deixa de falar. Fica esgotado, faz pausas, se recupera. As avaliações 
psicológicas às quais o EL PAÍS teve acesso o desenham como um 
ser abatido, inseguro. O profissional considera que o homem sofre 
um transtorno de ansiedade. Guzmán Loera, 110 de coeficiente de 
inteligência, 66 batimentos por minuto, explica de outra forma: "Nunca 
tinha tomado medicamentos e agora tomo muitos. Isso está me 
fazendo mal. Se isso continuar assim, acho que até dezembro não 
vou estar bem". 
Na mesma matéria, o jornalista afirma que El Chapo sofre de enxaquecas, 
náuseas, estresse, insônia. Segundo Ahrens (2016), “o núcleo de sua 
confissão são seus problemas mentais. Os medicamentos servem "para 
controlar", mas em sua cabeça passam "muitas coisas passadas, mas não as 
recentes". "Me sinto mal do cérebro, estou esquecendo as coisas, não me 
lembro da toalha para ir tomar banho", afirma. 
 
3. CONCLUSÃO: 
Considerando todas as leituras realizadas neste estudo com a intenção de 
traçar a análise criminológica de El Chapo, concluímos que a violência 
intrafamiliar, associada à condição de pobreza, evasão escolar e limitação de 
oportunidades, onde a interdependência social impelia para o exercício do 
tráfico de drogas, foram fatores determinantes para que Guzmán enveredasse 
para a criminalidade. Além disso, a ausência de ações estatais para efetivação 
do controle social favoreceu o quadro final da vida de El Chapo. 
O interesse estatal e a elaboração de políticas públicas no combate à 
narcoviolência bem como ações coordenadas entre diferentes instâncias que 
exercem o controle social formal (Polícia, poder judiciário, Ministério Público) 
na prevenção ao tráfico de drogas surgem no cenário descrito nesse estudo 
como alternativas de oportunidades para potencializar o combate à guerra 
contra o tráfico e violência. O investimento em formação profissional da 
juventude e valorização da escola também podem integrar políticas públicas 
com o mesmo objetivo. 
 
 
http://brasil.elpais.com/tag/cartel_de_sinaloa/a
 
 
 
Bibliografia 
 
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/29/internacional/1477755485_842753.ht
ml 
EL CHAPO: série da netflix. Direção: Ernesto Contreras e José Manoel 
Gravioto: Estados Unidos, 2018. Disponível em: 
https://www.netflix.com/watch/80132967?trackId=14170286&tctx=2%2C1%2C5
0dd5fbb-b991-4804-a46d-12860e4773bf-51217915%2C69e23b73-b14a-4c2f-
bdce-362697a7d62f_35585257X3XX1575807891609%2C69e23b73-b14a-4c2f-
bdce-362697a7d62f_ROOT>. Acesso em: 30/01/2020 
EL CHAPO: O Senhor das Drogas. National Geographic. 2017. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=h0llK_PlmPA>. Acesso em 17/01/2020 
FIGUEIREDO, Felipe. El Chapo e os Carteis Mexicanos. 2019. Disponível 
em: https://www.youtube.com/watch?v=m4CKmNjZUTM>. Acesso em 
15/01/2020 
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/29/internacional/1477755485_842753.ht
ml, acesso em 28/01/2020 
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/02/12/juri-chega-a-veredicto-para-el-
chapo.ghtml, acesso em 30/01/2020 
PESSOA, Jhonatan Dantas. Análise criminológica de "El Chapo Guzmán"- 
disponível em 
https://jonathandp265.jusbrasil.com.br/artigos/795196955/analise-criminologica-
de-el-chapo-guzman, acesso em 30/01/2020 
 
 
 
 
 
 
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/29/internacional/1477755485_842753.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/29/internacional/1477755485_842753.html
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https://www.youtube.com/watch?v=m4CKmNjZUTM
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/29/internacional/1477755485_842753.html
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https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/02/12/juri-chega-a-veredicto-para-el-chapo.ghtml
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/02/12/juri-chega-a-veredicto-para-el-chapo.ghtml
https://jonathandp265.jusbrasil.com.br/artigos/795196955/analise-criminologica-de-el-chapo-guzman
https://jonathandp265.jusbrasil.com.br/artigos/795196955/analise-criminologica-de-el-chapo-guzman
Caso prático 2 
 
Delito e medo: você tem medo de quê? 
 
Em um momento histórico como o que vivemos na atualidade, marcado pelo 
avanço tecnológico e pelo acesso à informação, que nos remetem ao processo 
de modernidade e desenvolvimento humano, destaca-se o antogonismo entre 
essa realidade e uma velha conhecida da sociedade: a relação medo/delito. É 
antagônico quando analisado à luz do desenvolvimento da sociedade e a 
utilização de meios que deveriam promovoer segurança para os cidadãos, mas 
que falharam em muitos aspectos, como em solucionar a situação da 
delinquência e do medo e potencialzar as estratégias decontrole social e 
segurança pública, por exemplo. 
 
Para tratar de modo mais detalhado essa questão, foi realizada uma pesquisa 
intitulada “Delito e Medo: você tem medo de quê?”, pautada em uma enquete 
que utiliza metodologia amostral, que através de uma formulário elaborado com 
a ferramenta virtual Google Docs, abordou o tema e a percepção colhida de 
uma parte da população da cidade de Belo Horizonte, estado de Minas Gerais. 
Aplicado sobre um universo de 72 pessoas, os resultados/percepções dessa 
pesquisa não são, necessariamente, generalizáveis para todo o país. Seu 
principal objetivo é promover uma reflexão sobre os delitos mais comuns no 
cotidiano social e o quanto isso preocupa os entrevistados. 
 
O método de abordagem escolhido para a realização da pesquisa é o indutivo, 
considerando sua base de análise de respostas diretas dos entrevistados sobre 
diferentes perspectivas da temática da relação exstente entre delito e medo. O 
procedimento abrange o método estatístico, concretizado por gráficos e taxas 
numéricas e tipológico, que abrange categorias como escolaridade, gênero e 
idade dos participantes. 
 
Análise dos resultados 
 
A pesquisa revela que a percepção do medo entre os participantes é coerente 
e realista se considerado o índice de delinquência e violência na cidade de 
Belo Horizonte. 
 
O grupo de 72 pessoas que participaram da pesquisa, apresenta um recorte de 
idade que varia entre menores de 18 anos até maiores de 60 anos, 
considerando que a faixa etária com maior participação, em torno de 70%, se 
encontra entre 25 e 59 anos. 
 
 Além disso, 59% dos entrevistados são do sexo feminino, 37% do sexo 
masculino e 4% se enquadram na categoria LGBTT (Lésbicas, Gays, 
Bissexuais, Transsexual, etc.). 
 
Quanto a escolaridade dos participantes, 18% possuem o Ensino Médio 
completo, 23% possuem curso superior completo e 1,3% apresentamDoutorado e 1,3% não tem escolaridade. As outras categorias de escolaridade 
compreendem Ensino fundamental completo, ensino fundamental incompleto, 
Ensino Médio Incompleto, Ensino Superior completo e incompleto e Mestrado. 
 
As respostas obtidas pela pesquisa revelam diferentes percepções entre medo 
e delito variando de acordo com a idade e o gênero dos entrevistados. Ao 
serem perguntados sobre quantas vezes, ao longo de uma semana, o 
participante se preocupa em ser vítima de delitos como assalto dentro e fora de 
sua residência, agressão física dentro e fora de sua residência e agressão 
sexual fora e dentro de sua residência, as respostas demonstram não há medo 
exagerado quanto a um delito específico, havendo um equilíbrio quanto à 
quatidade de vezes que os entrevistados pensam nesses delitos durante uma 
semana. Os participantes tinham três opções de respostas: nunca/quase 
nunca; 1 ou 2 vezes por semana e diariamente ou quase diariamente. 
 
Quando se trata de assaltou/roubo na sua residência, 38% dos entrevistados 
apontaram que nunca/ ou quase nunca se preocupam com isso. Apenas 16 % 
deles se preocupam diariamente ou quase diariamente com o medo desse 
delito. A mesma média foi revelada quando se trata do quesito assalto/roubo 
fora da residência (praças, ruas, trabalho, festas, etc.). É importante destacar 
que as mulheres foram a maioria ao apontar que diariamente ou quase 
diariamente sofrem com esse medo. 
 
À respeito da agressão física na residência, 77% dos participantes apontaram 
que nunca/ quase nunca pensam nesse delito e apenas 8% disseram que se 
preocupam diariamente ou quase diariamente com isso. Um dos fatores para 
esse alto índice de despreocupação pode estar relacionado à região em que os 
participantes moram, se estão ou não em áreas de risco e alto índice de 
violência. Já a agressão física fora da residência apresenta índices maiores de 
pessoas que se preocupam diariamente ou quase diariamente com ela, 
representando uma taxa de 25% dos entrevistados. Apenas 38% deles 
apontaram que nunca ou quase nunca se preocupam com a agressão física em 
ambientes externos ao da sua residência. 
 
É possível afirmar que as pessoas se sentem muito mais protegidas em casa 
do que na rua. Isso acontece por motivos óbvios que envolvem violência e 
ausência de investimentos em segurança pública, por exemplo. 
 
Finalmente, na última pergunta dessa seção, aborda o medo da aressão sexual 
dentro e fora da residência. Dos entrevistados, 79% nunca ou quase nunca 
temem esse delito na sua residência e apenas 4% pensam nisso diariamente 
ou quase diariamente. Fora da residência, 46% pensam nesse delito 
diariamente ou quase diariamente, 31% pensam 1 ou 2 vezes por semana e 
23% pensam diariamente ou quase diariamente nele. 
 
É interessante observar que a pesquisa revela que entre os três delitos 
escolhidos para compor o questionário ( assalto/roubo, agressão física e 
agressão sexual), o que os participantes menos se preocupam é agressão 
sexual na sua residência, apontado por 79% dos entrevistados, e aquele que 
eles mais pensam diariamente, portanto o que mais causa medo é delito de 
agressão física fora da residência ( praças, ruas, trabalho, festas, etc.) 
 
A segunda seção do questionário apresenta mais dois delitos comuns no 
cotidiano social, mas que não são considerados o local da residência do 
entrevistado. Foi perguntado quantas vezes na semana o participante se 
preocupa com apropriação de dados pessoais, roubo ou golpe na internet e 
quantas vezes na semana há preocupação com roubo de veículo/ em veículo. 
 
A pesquisa apontou que as pessoas entrevistadas se preocupam na mesma 
medida quando se trata de apropriação de dados pessoais, roubo ou golpe na 
internet. Dos 72 participantes, 35% disseram que se procupam nunca ou quase 
nunca com esse delito, 34% se preocupam 1 ou 2 vezes na semana e 31% 
disseram que se preocupam diariamente ou quase diariamente. 
 
Quanto a o roubo de veículo/ em veículo, 38% disseram que nunca ou quase 
nunca se preocupam com esse delito, 34% se preocupam 1 ou 2 vezes por 
semana e 28% se preocupam diariamente ou quase diariamente com isso. 
 
Ao fazer uma comparação entre os delitos de apropriação de dados pessoais, 
roubo ou golpe na internet e roubo de veículos, conclui-se que a população 
entrevistada não apresenta um medo desproporcional aos delitos sugeridos. 
Há um equilíbiro entre as três respostas. 
 
Conclusão 
 
Na condição atual da sociedade, não só no Brasil, mas no mundo de maneira 
geral, são inúmeros os fatores que podem potencializar o medo de 
determinados delitos. Alguns deles como residir em áreas de risco ou de alto 
índice de violência, como em aglomerados e vilas e ter sido vítima de violência 
anterior dentro ou fora de sua residência, podem ser mencionados. 
 
O que não se nega é que o medo do delito tem impacto na qualidade de vida 
dos cidadãos, ocasionando consequências individuais e coletivas, como 
destaca DANTAS (2007) 
[...] o medo do crime causa um impacto negativo na qualidade de 
vida dos indivíduos e das comunidades, podendo, por isso 
mesmo, trazer conseqüências individuais, coletivas, políticas e 
econômicas significativas. Entre elas, vale citar, o dano psíquico; o 
abandono e esvaziamento demográfico de certas regiões; a 
descrença pública no Estado e nas autoridades da justiça e da gestão 
da segurança pública; a desvalorização imobiliária e consequente 
diminuição ou mesmo cessação do turismo local, bem como a perda 
econômica correspondente em termos de geração de renda. 
 
Na pesquisa realizada, o delito que causa maior medo na população observada 
é o medo da agressão física fora de casa. É importante ressaltar que todos os 
entrevistados que se declararam LGBTT (Lésbcas, Gays, Bissexuais, travesitis 
e transsexuais), disseram que pensam nesse tipo de agressão diariamente ou 
quase diariamente. Tal fato revela uma sociedade intolerante e homofóbica. 
 
Em contrapartida, o mesmo delito que menos preocupa os entrevistados é a 
agressão sexual na sua residência, o que revela que a casa se apresenta como 
um lugar de segurança para os indvíduos. 
 
Para finalizar, apontamos essa pesquisa como o início de um trabalho que 
deve ser detalhado e explorado em suas minúcias. O tema da pesquisa não se 
esgota nela mesma. Há potencial de expansão e possibilidades de estudos 
mais aprofundados sobre isso. 
 
 
 
Bibliografia 
 
 
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. São Paulo: Martin Claret, 2000. 
 
DANTAS, George Felipe de Lima. O Alferes, Belo Horizonte, 62 (22): 11-49, 
jul./dez. 2007. Disponível em 
https://revista.policiamilitar.mg.gov.br/periodicos/index.php/alferes, acesso em 
03/02/2020. 
 
 
 
 
 
https://revista.policiamilitar.mg.gov.br/periodicos/index.php/alferes
Caso prático 3 
 
A expressão ‘controle social’ é oriunda da sociologia e seu uso designa os 
mecanismos e estratégias utilizados para manter a ordem social, que se efetiva 
através de diferentes instâncias. De acordo Mannheim (1971, p. 178), trata-se 
do “conjunto de métodos pelos quais a sociedade influencia o comportamento 
humano, tendo em vista manter determinada ordem”. 
A ideia de controle social surge no período de estabilização da sociologia e 
encontra em que Émile Durkhein a definição da sociedade como instituto 
absoluto sobre os indivíduos. É dessa ideia que o imperativo do cumprimento 
de regras, definição de normas e costumes aparece, ou seja, o controle social. 
O controle social pode ser formal, que conta com o aparato legal do Estado, 
sendo aquelas que se submetem às leis e garantem que todos os indivíduos se 
comportem de modo padronizado, sendo que, o que vale para um, vale para 
todos. Quem não se submete a essas regras impostas pelo controle social, 
sofre sanções, penas, restrições amparadas por lei e aceitas pelos membros 
da sociedade. 
Já os dispositivos decontrole social informal, são aqueles que não sofrem a 
intervenção estatal. São aqueles que atuam no campo da formação moral e 
ética. Normas, valores, costumes, cultura, tradições são elementos que 
compõem a identidade do indivíduo e que o auxiliam no autocontrole. Para 
Focault (1987) desde o nascimento os indivíduos são submetidos à disciplina 
como forma de controle. Isso ocorre em diferentes espaços onde aprendemos 
a agir e comportar de acordo com as regras sociais: família, escola, igreja, 
quarteis, presídios, hospitais, etc. 
No Brasil, a principal instância que exerce o direito de punir para garantir o 
controle social é o Poder Judiciário. Parte dele o controle de 
constitucionalidade das leis e também dos atos do poder Executivo e 
Legislativo. Tudo o que a sociedade civil privada e os cidadãos façam, deve ser 
submetido ao crivo do poder judiciário. A ele cabe o poder de decisão sobre 
tudo e sobre todos, inclusive à respeito do uso da força. 
O artigo 92 da Constituição Federal apresenta os órgãos que compõem o 
Poder Judiciário 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
 I - o Supremo Tribunal Federal; 
 I-A - o Conselho Nacional de Justiça; 
 II - o Superior Tribunal de Justiça; 
 III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
 IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
 V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
 VI - os Tribunais e Juízes Militares; 
 VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e 
Territórios. 
 § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça 
e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. 
 § 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm 
jurisdição em todo o território nacional. 
 
O Supremo Tribunal Federal é a mais alta Corte da Justiça de um país, à qual 
é conferida o maior poder de decisão e julgamento de questões oriundas de 
outros tribunais, ou para conhecer matéria que, por sua relevância, somente 
por ele pode ser decidida. 
O Conselho Nacional de justiça é o órgão instituído dentro do próprio 
Tribunal, composto de membros efetivos dele, com atribuições de exercer a 
vigilância sobre o funcionamento da justiça e poderes para julgar certas 
questões, em grau de recurso ou os conflitos suscitados entre as demais 
autoridades judiciárias sob sua jurisdição. 
O Superior Tribunal de justiça é o Tribunal superior instituído pela CF/88 e 
que tem por competência originária e ordinária, o elenco do artigo 105. É 
composto de no mínimo 33 ministros, nomeados pelo presidente da república, 
dentre brasileiros como mais de 35 anos e menos de 65, de notável saber 
jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pelo Senado 
Federal. 
Os Tribunais Regionais Federais (TRFs) são órgãos do Poder Judiciário 
previstos pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 92, inciso III. 
Embora possuam composição variável, os TRFs devem ser compostos por, no 
mínimo, sete juízes, todos necessariamente brasileiros (natos ou 
naturalizados). A Constituição prevê certos critérios a serem obedecidos para o 
preenchimento das vagas de cada TRF. Assim, os juízes desses tribunais 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
devem ter entre 30 (trinta) e 65 (sessenta e cinco) anos de idade, sendo 
escolhidos preferencialmente na região do respectivo tribunal. Para isso, a 
CF/88 prevê duas modalidades de ingresso nos TRFs. 
Os Tribunais e Juízes do Trabalho são compostos pelo Tribunal Superior do 
Trabalho; os Tribunais Regionais do Trabalho e Juízes do Trabalho. Segundo a 
CF/88, Tribunal Superior do Trabalho deve ser composto de vinte e sete 
Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de 
sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após 
aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: um quinto dentre 
advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros 
do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, 
observado o disposto no art. 94. 
Os Tribunais e juízes eleitorais compõem um órgão de jurisdição 
especializada que integra o Poder Judiciário2 e cuida da organização do 
processo eleitoral (alistamento eleitoral, votação, apuração dos votos, 
diplomação dos eleitos, etc.). Logo, trabalha para garantir o respeito à 
soberania popular e à cidadania. 
Para que esses fundamentos constitucionais – previstos no art. 1º da CF/1988 
– sejam devidamente assegurados, são distribuídas competências e funções 
entre os órgãos que formam a Justiça Eleitoral. Aliás, são eles: o Tribunal 
Superior Eleitoral, os tribunais regionais eleitorais, os juízes eleitorais e as 
juntas eleitorais. 
O Tribunal Superior Eleitoral é composto de, no mínimo, sete membros, sendo 
eles: três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF); dois ministros do 
Superior Tribunal de Justiça (STJ); e dois ministros dentre advogados 
indicados pelo STF e nomeados pelo presidente da República (art. 119 da 
CF/1988) 
Os Tribunais e Juízes Militares são compostos pelo Superior Tribunal Militar; 
e os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei. 
O Superior Tribunal Militar composto de quinze Ministros vitalícios, nomeados 
pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado 
Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-
generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da 
ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis. 
À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei. 
Os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios é um 
órgão brasileiro do poder judiciário do Distrito Federal e dos territórios que 
porventura sejam criados, com sede na capital federal e jurisdição em todo o 
território distrital. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
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Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 
FOCAULT, M. Vigiar e punir 5ª ed, Petropolis, Vozes, 1987. 
MANNHEIM, K. Sociologia Sistemática: uma introdução ao estudo de 
sociologia. 2.ed. São Paulo: Pioneira, 1971. 
Micarla Xavier Alves, http://jornalista.tripod.com/teoriapolitica/2.htm, acesso em 
08/02/2020 
SILVA, De Plácido; SLAIBY FILHO,Nagib; CARVALHO, Glaucia. Vocabulário 
Jurídico Conciso. Rio de Janeiro: Forense, 2008. 
https://www.cgu.gov.br/Publicacoes/controle-
social/arquivos/controlesocial2012.pdf, acesso em 04/02/2020. 
 
 
 
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