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• EDEMA é um acúmulo anormal de fluidos no espaço intersticial, sendo o edema cerebral uma exceção visto que é intracelular (edema de neurônio). • Portanto, o paciente edemaciado tem acúmulo de sal e água no espaço intersticial. • Para o paciente apresentar um quadro de síndrome edemigênica, precisa que ocorra 2 etapas: (PORQUE O FLUIDO SE ACUMULA NO ESPAÇO INTERSTICIAL?) 1) Alteração da hemodinâmica capilar: favorecendo movimento do líquido do compartimento intravascular para o interstício. 2) Retenção renal de sal e água oriundos da dieta: se o indivíduo tiver uma dieta isenta de sal ele não vai inchar, mesmo que ele seja um renal crônico, portador de ICC, síndrome nefrótica ou insuficiência hepática (IH). Se o paciente não come sal ele não tem estoque no organismo e com isso ele não incha. Resumindo: para um paciente ter edema tem que passar líquido do vaso para o interstício e o rim tem que reter sódio e água. • Dessa forma, o tratamento para qualquer síndrome edematosa é necessário restringir a ingestão de sal e água. Peso Corporal • Imaginando o peso total de um adulto (exemplo: 70kg) - 2/3 desse peso corporal é água. Essa água é dividida em dois compartimentos sendo: 2/3 intracelular e 1/3 extracelular. O 1/3 de água que está fora da célula está dividido para região intravascular e para a região intersticial, sendo que 2/3 estarão no interstício e 1/3 no compartimento intravascular. • Exemplo: uma pessoa com 70kg - 2/3 de 70kg é água, ou seja: aproximadamente 46Lde água. Dessa forma, 2/3 de 46 estão dentro da célula: aproximadamente 31L. Dessa forma, 15 litros estarão no meio extracelular. Entretanto, o meio extracelular ainda possui outra divisão: 2/3 de 15L estarão no interstício: 10L, sobrando então 5l para o compartimento intravascular. • Como já foi falado, o edema é a expansão do líquido intersticial e ele começa a se tornar clinicamente significativo quando essa expansão se aproxima de +/- 3L. Portanto, ao examinar um paciente e encontra-se edema de MMII, por exemplo, significa que ele já reteve, aproximadamente, 3L de líquido no compartimento intersticial. Dessa forma, o paciente estará com 3kg acima do seu peso seco. Gabriela Reis Viol Estados edematosos • Pode-se observar os 3 compartimentos já citados: intracelular, interstício e compartimento intravascular. Todos esses compartimentos são separados uns dos outros, sendo que o endotélio separa o IV do interstício e as membranas celulares separam o interstício do meio intracelular. • A água pode circular livremente essas divisões, respeitando algumas leis: I. A nível das membranas celulares a água obedece ao gradiente osmótico que é gerado principalmente pelo sódio que é o principal cátion do líquido extracelular (enquanto o potássio é o principal no meio intracelular). Dessa forma, a passagem da água obedece a pressão osmótica. Em situações em que se tem um estado hiperosmolar extracelular, esse excesso de osmolaridade retira água de dentro da célula e ela murcha (cremação celular), da mesma forma que caso tenha uma hiperosmolaridade intracelular, essa água irá para o interior da célula o que irá gerar um edema celular (do ponto de vista o edema cerebral é o mais importante). II. A nível do endotélio a água circula obedecendo as forças de Starling: existe uma fórmula para as forças de Starling. Gabriela Reis Viol • Essa fórmula serve para mostrar que o fluxo através do endotélio depende de um coeficiente de permeabilidade da membrana do endotélio, da pressão hidrostática no vaso subtraída da pressão oncótica do plasma gerada pelas proteínas plasmáticas. • A pressão capilar é dada pela diferença entre a pressão hidrostática capilar (que tende a empurrar o líquido do interior do vaso para a região intersticial) e a pressão hidrostática intersticial (que tende a mandar liquido para o vaso fazendo com que o liquido não saia do interior do vaso: pressão hidrostática. • Além disso, tem-se a pressão oncótica no interior do vaso gerada pelas proteínas, como a albumina (que tende a manter o líquido no interior) e a pressão oncótica do interstício gerada por proteínas também (que tende a manter o liquido na região intersticial): pressão oncótica. • Dessa forma, tem-se como resultante total a pressão de ultrafiltração ou de perfusão, que em condições normais irá levar liquido do vaso para o interstício. • Apesar de chegar liquido constantemente no espaço intersticial uma pessoa sadia não irá ficar edemaciada porque existe o sistema linfático, responsável por drenar líquido intersticial através do ducto torácico para a circulação central novamente. Só quando a quantidade de água que chega no interstício ultrapassa a capacidade de filtragem linfática é que o doente começa a inchar. • Além da pressão hidrostática IV (manda líquido para fora do vaso - para o insterstício), pressão hidrostática intersticial (manda líquido para dentro do vaso), pressão oncótica IV (prende líquido no vaso) e pressão oncótica intersticial (prende líquido no interstício), tem-se ainda a permeabilidade da membrana capilar. • Portanto, sempre que o paciente possui uma síndrome edemigênica deve-se raciocinar em 3 fatores da força de Starling: Gabriela Reis Viol 1) Pressão Hidrostática: é a venocapilar. 2) Pressão oncótica: lembrar que as proteínas no espaço IV e no interstício tendem a fazer com que o líquido não saia do compartimento. A principal proteína responsável por isso é a albumina. 3) Permeabilidade da membrana. • Dessa forma, é fácil entender em que situações o doente pode apresentar edema: alteração no coeficiente da permeabilidade, com aumento a permeabilidade; aumento da pressão hidrostática capilar; diminuição da pressão oncótica capilar; obstrução linfática; retenção de sódio. Síndromes que cursam com aumento da permeabilidade capilar I. SEPSE: em situações de inflamação tem-se um aumento da permeabilidade vascular, por exemplo: paciente sofre um trauma e a região do trauma fica edemacida. Isso ocorre porque ocorreu aumento de permeabilidade local. Na sepse esse aumento da permeabilidade é sistêmico. Dessa forma, tem-se uma maior passagem de sal e água para o compartimento intersticial, causando o edema. Um paciente com sepse ao ser examinado pode ter aumento do peso rapidamente, além de ter balanço positivo de sódio. II. REAÇÃO ALÉRGICA: pode ser uma reação alérgica sistêmica, como no choque anafilático, ou localizada, como em picadas de mosquitos, por exemplo. Irá ocorrer por aumento da permeabilidade vascular naquele local. III. TOXINAS: alguma toxina altera a permeabilidade vascular local causando edema localizado. IV. QUEIMADURA: esse paciente pode ficar com edema local ou generalizado, dependendo da extensão da queimadura. V. TRAUMA: edema localizado. • Ou seja, a primeira pergunta que deve ser feita quando se tem um paciente edemaciado é: “Esse paciente está sob algum estimulo inflamatório que pode estar causando um aumento generalizado da permeabilidade capilar? Ele está com sepse?”. Síndromes que cursam com aumento da pressão hidrostática venocapilar I. ICC: importante entender que a HAS não irá causar edema. É importante lembrar da anatomia - a aorta vai se bifurcar até que chegue na arteríola pré-capilar. Nessa arteríola existe o esfíncter pré-capilar. Em seguida, essa arteríola irá se capilarizar, formando vênula pós-capilar (que não tem esfíncter). Dessa forma, o esfíncter pré- Gabriela Reis Viol capilar irá proteger a rede de capilares da hipertensão, e por isso, ao aumentar a pressão arterial do paciente ela não é transmitida para essa rede de capilares devido a presença do esfíncter. Por isso que na HAS tem-se um aumento da resistência vascular periférica, devido a esse esfíncter. Por isso a HAS não causa edema. Entretanto, um paciente que possui HAS e está edemaciado, é porque ela já possui complicações da hipertensão, que pode estarcausando uma miocardiopatia hipertensiva, ICC, DRC, etc. HAS pura e simples NÃO prova edema devido ao esfíncter pré-capilar. Por outro lado, como foi falado, a vênula pós-capilar não tem esse esfíncter. Portanto, o aumento da pressão hidrostática capilar ocorre de forma retrógrada. Acontece na insuficiência cardíaca congestiva: a ICD provoca aumento da pressão venosa central de forma retrógrada. Dessa forma, o indivíduo terá turgência venosa jugular, ascite, edema MMII. O que é importante entender é que o aumento da pressão hidrostática capilar não é oriundo do aumento da pressão arterial devido a presença do esfíncter, mas sim venocapilar. O que caracteriza ICC é uma diminuição do débito cardíaco, ele não consegue jogar sangue mais pra frente e, com isso o sangue começa a represar. Primeiro o sangue represa no pulmão e o indivíduo começa a ter dispneia. Quando atinge o lado direito do coração começa a aparecer a turgência venosa jugular, surge a hepatomegalia congestiva, surge a ascite. O edema agudo de pulmão é por insuficiência ventricular esquerda, já no ventrículo direito o represamento é retrógrado, na veia cava inferior (edema de MMII, ascite) e na veia cava superior (turgência jugular). II. HIPERTENSÃO PORTA: é decorrente de um aumento da pressão venocapilar na veia porta com estase venosa retrógrada cursando com ascite. III. INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA: indivíduo tem varizes de MMII e edema uni ou bilateral. Síndromes que cursam com diminuição da pressão oncótica capilar I. DESNUTRIÇÃO: ocorre quando o indivíduo não faz ingestão de proteína gerando uma desnutrição proteica (é muito raro no adulto). Em crianças tem-se um quadro de Kwashiorkor. II. SÍNDROMES DISABSORTIVAS: o indivÍduo faz ingestão de proteínas, mas elas não são absorvidas, devido a doenças que impeçam essa absorção, como por exemplo pancreatite crônica, doença inflamatória intestinal crônica, etc. A grande manifestação disso é a presença de diarreias e associado a isso o paciente queixa de estar inchado. III. INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA: o paciente ingere proteína, absorve, mas não consegue sintetizar devido a alguma hepatopatia crônica, gerando a hipoalbuminemia. Gabriela Reis Viol IV. SÍNDROME NEFRÓTICA: o paciente ingere proteína, absorve, sintetiza, mas está perdendo em grande quantidade devido a presença de muita proteinúria na síndrome nefrótica. observação: também pode perder por via intestinal em alguma enteropatia. V. ESTADO HIPERCATABÓLICO: o paciente possui doença hipercatabólica que acaba consumindo as proteínas do organismo, um exemplo é o indivíduo que tem câncer avançado, séptico ou escaras (organismo tenta recuperar os locais de escara e consome proteína). Em resumo, paciente chega com síndrome edemigênica, pergunta-se: • AUMENTO DA PERMEABILIDADE? Paciente séptico, exposto a toxina, reação alérgica. • AUMENTO DA PRESSÃO HIDROSTÁTICA VENOCAPILAR? Pensa-se primento em ICC e então deve-se olhar a jugular (se tiver edema e turgência jugular é ICC até que se prove o contrário, já se tiver edema sem turgência jugular é hipoalbuminemia até que se prove o contrário). Se for ICC eu tenho que procurar uma causa (etilismo, valvulopatia, miocardiopatia pós-parto, miocardiopatia hipertensiva, miocardiopatia isquêmica). O paciente com dispneia paroxística noturna tem ICC, é patognomônico. • HIPROTEINEMIA - DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO ONCÓTICA? Procurar saber como é a alimentação do paciente. Se ele possui quadro de diarreia cronica. Tem estigma de hepatopatia crônica (esclera amarelada, ictérica, alteração na implantação de pelos, eritema palmar, aranhas vasculares, circulação colateral). Deve-se também verificar EAS e se tiver muita proteinúria pensar em síndrome nefrótica. Verificar presença de doenças hipercatabólicas. Medicamentos que causam edema • AINE’s: são retentores de sal e água. • DROGAS VASODILATADORAS: principalmente Hidralazina e Minoxidil. Ao usar um vasodilatador o rim percebe isso como uma hipovolemia e estimula mecanismos retentores de sal e água, causando edema. Sempre ajustar a doce do medicamento para o paciente não edemaciar. • BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO: comum o paciente ser hipertenso, não ter cardiopatia hipertensiva e ser tratado com nifedipina ou amlodipina e começar a inchar. Deve fazer a troca do medicamento. • HORMÔNIOS: corticoides, estrógeno – ou seja, a pílula anticoncepcional incha já que é retentora de sal e água. Gabriela Reis Viol • DROGAS IMUNOSSUPRESSORAS: principalmente ciclosporina. Diagnóstico • O diagnóstico é baseado principalmente no aumento do peso corporal e no sinal de cacifo. • Variações de peso em curto intervalo de tempo são dev ido a va r iações extracelulares. • Sinais flogísticos, intumescimento local e a r r e d o n d a m e n t o d a s f o r m a s cooperam para o diagnóstico. Classificação • EDEMA MOLE: é aquele edema com a presença do sinal de cacifo. As 3 principais síndromes clínicas associadas são: ICC, síndrome nefrótica e insuficiência hepática. Vale ressaltar que essas 3 são as principais causas de edema. O edema seria frio, mole e com sinal de cacifo. • EDEMA DURO: aquele edema associado a algum comprometimento linfático – à medida que o indivíduo começa a edemaciar, o linfático está trabalhando, ele tenta drenar a região intersticial e quando ele não consegue mais o edema aparece. Mas se houver uma obstrução linfática por qualquer motivo, aquele líquido se acumula na região intersticial e isso favorece na maioria das vezes processo inflamatório, processo infeccioso e o membro do indivíduo fica com o edema de aspecto duro, é o edema linfático; na maioria das vezes está associado com múltiplas infecções. Gabriela Reis Viol Classificação extensão • EDEMA GENERALIZADO (anasarca): acontece na ICC, síndrome nefrótica, insuficiência hepática. Incha os dois lados, mas pode acontecer de um lado ser mais acometido que o outro. O edema é gravitacional, por exemplo: se o paciente com anasarca acordou com o lado esquerdo mais inchado que o direito significa que o paciente dormiu sobre o lado esquerdo. • EDEMA LOCALIZADO: edemas linfáticos, por obstrução venosa crônica, traumas e etc. Classificação de intensidade • +/4 edema de pés; • ++/4 edema até o joelho; • +++/4 edema até a raiz da coxa; • ++++/4 anasarca; observação: o mais importante no acompanhamento e tratamento do paciente com síndrome edematosa é o controle do peso. É importante pesar o paciente com frequência já que é a melhor forma de verificar melhora no paciente. Tratamento • Os princípios gerais do tratamento são: tratar a doença de base (insuficiência cardíaca, síndrome nefrótica, insuficiência hepática); restringir sódio e água; diuréticos. observação: 1g de sal de cozinha (cloreto de sódio) corresponde a 0,4g de sódio ou 17mEq Na+. • O objetivo do tratamento é a obtenção do peso seco. O peso seco é o menor peso que o paciente tenha sem manifestações clínicas de edema e sem manifestação clínica de hipovolemia. • Geralmente pergunta-se ao paciente qual era o peso dele antes de ter o edema e a partir disso cria-se uma meta para voltar a esse peso. • É importante evitar durante o tratamento que o paciente fique hipovolêmico ou que ele manifeste efeitos deletérios da diureticoterapia (hipocalemia, hiponatremia, hipernatremia, hiperuricemia ou alcalose metabólica). Gabriela Reis Viol Princípio da diureticoterapia • O diurético irá retirar água de dentro do compartimento intravascular e essa água sai com uma velocidade maior que a água que está no interstício passa para o compartimento intravascular, ou seja, não tem tempo de repor a perda IV. Com isso, tem-se hipovolemia e hipoperfusão. • Portanto, deve-se fazer a diureticoterapia, evitando a perda excessiva de peso, ou seja, é preciso perder peso apenas até a meta estipulada do peso seco. Caso ultrapasse isso, o paciente pode apresentaresses sintomas secundários ao uso dos diuréticos. • Além disso, o paciente não pode apresentar hipotensão postural, mesmo que ele esteja perdendo peso dentro da meta, mas esteja tendo hipotensão postural significa que a perda do liquido está acontecendo de forma muito acelerada para ele. • Dessa forma a primeira coisa a se fazer é pesar o paciente e definir a meta. • Sempre medir a PA do paciente deitado e em pé. • O paciente pode desenvolver uma IRA de padrão funcional: o indivíduo tem uma ureia e creatinina normais. Quando ele começa a ficar muito hipovolêmico o rim começa a ativar mecanismos retentores de sal e água e junto com isso reabsorve ureia também, gerando uma elevação desproporcional da ureia em relação a creatinina. Esse indivíduo está recebendo diurético excessivamente. Por isso deve-se dosar periodicamente ureia e creatinina. • Indivíduo que começa a fazer hipernatremia e alcalose metabólica também é sinal de diureticoterapia excessiva. • Portanto, paciente que começa a fazer a diureticoterapia precisa: pesar todo dia (para ver se ele está perdendo mais ou menos que a meta exigida), ver pressão em pé e deitado e periodicamente dosar: ureia, creatinina, sódio e potássio. Gabriela Reis Viol Edema na ICC • Diminuição do Débito cardíaco: a queda do DC, leva a diminuição do volume sanguíneo circulante efetivo. O rim percebe isso como hipovolemia, ativa então, os mecanismos retentores de sal e água, ou seja, ocorre aumento do simpático, aumento do SRAA, aumento da ADH; isso leva a retenção renal de sal e água que cursa com edema. • Aumento da Pressão venosa central - aumenta a pressão venocapilar, diminui fluxo linfático colaborando na formação do edema. • O edema na ICC possui algumas caraterísticas: I. Inicia-se nos tornozelos, na região maleolar interna; II. Tem caráter ascendente; III. Pode chegar à raiz das coxas ou generalizar raiz das coxas ou generalizar. • Associado a sinais/sintomas de congestão circulatória: o indivíduo retém tanto sal e água que ele não fica só no interstício, também enche o compartimento intravascular, e quando começa a encher o compartimento IV, surge a turgência de jugular, a hepatomegalia congestiva, o refluxo hepatojugular, o indivíduo começa a tossir, começa com dispneia incialmente aos grandes esforços e termina com dispneia aos pequenos esforços, tem dispneia paroxística noturna. • Sempre que vamos examinar um paciente que tem síndrome edematosa, clinicamente consegue observar se ele tem ou não sinais de congestão respiratória. Um sinal muito importante é a turgência de jugular patológica - até que se prove o contrário é IC; • Ocasionalmente associa-se a derrames cavitários: derrame pleural e ascite principalmente. • Acentua-se ao entardecer (vespertino). • Edema mole, frio e indolor e associa-se a outras se a outras manifestações próprias da insuficiência cardíaca. tratamento na ICC • Alivio dos sintomas: uso de diurético - FUROSEMIDA. • Retardo na progressão da doença: o diurético não age. • Diminuição da mortalidade: espironolactona (antagonista de aldosterona) é uma droga que tem que ser utilizada na ICC por reduzir mortalidade. Gabriela Reis Viol Edema na síndrome nefrótica • O edema da síndrome nefrótica é explicado por duas teorias: a mais aceita é a teoria do underfilling. • A síndrome nefrótica conceitualmente, é uma síndrome clínica decorrente de uma proteinúria maciça ( ≥3,5g/24hs/1,73m²sc) o que divide a glomerulopatias em dois grandes grupos nefrótica e não nefrótica é a proteinúria. Essa proteinúria é tão importante que ela leva a hipoalbuminemia que é responsável por reduzir a pressão oncótica plasmática levando ao acumulo de líquido no interstício. Dessa forma, não há pressão oncótica para segurar líquido no interior do vaso sanguíneo e o rim entende isso como hipovolemia, ativando mecanismos retentores de sal e água, ativação do SRAA, sistema simpático e ADH, consequente retenção de sal e água, causando edema. • Tanto na ICC quanto na síndrome nefrótica temos ativação do sistema nervoso simpático, SRAA, e do hormônio ADH, em ambos os casos ocorrerá hiperaldosteronismo secundário. • O edema da síndrome nefrótica possui algumas características: I. Mais evidente na face, especialmente nas pálpebras; II. Predominantemente matutino; III. Predomina em um dos lados: postural; IV. Pode generalizar-se; V. Habitualmente não se associa a manifestações congestivas; VI. Frio, mole e indolor Tratamento do edema da síndrome nefrótica • Restrição de sal e água – o diurético não faz o indivíduo perder água, faz ele perder sódio e o sódio carreia a água com ele. • Furosemida. • Espironolactona • IECA ou BRA • Albumina humana – raríssimamente, pois a albumina é uma droga muito cara e ela se perde na urina (somente em casos muito graves). Gabriela Reis Viol Edema na síndrome nefrítica • O edema é secundário a inflamação glomerular. • Tem-se uma diminuição na permeabilidade capilar e com isso a diminuição na taxa de filtração glomerular. A partir daí tem-se retenção de sal e água e o paciente desenvolve o edema. • É um edema porque o rim é incapaz de filtrar. • O tratamento envolve restrição de sal e água e furosemida. Edema na cirrose hepática • Há insuficiência hepatocelular na síntese de proteínas, além de um aumento da pressão venocapilar no território da veia porta, levando a transudação de liquido: predomina a ascite. • O paciente tem estigmas da hepatopatia crônica: icterícia, eritema palmar, aranhas vasculares, ascite volumosa com pouco edema em MMII e muita circulação colateral. • PACIENTE TEM TURGÊNCIA JUGULAR? Até que se prove o contrário esse paciente tem insuficiência cardíaca. Não tem turgência - provavelmente isso é um edema secundário a hipoproteinemia. • Se ele tem sinais de hepatopatia crônica, diagnóstico está feito: esse paciente tem cirrose; se ele não tem estigmas de hepatopatia provavelmente é síndrome nefrótica. Tratamento do edema na cirrose hepática • Restrição de sal e água. • ASCITE GRAU 1: visível apenas no USG. Gabriela Reis Viol • ASCITE GRAU 2 (abaulamento nos flancos e submacicez móvel) e 3: espironolactona e furosemida. • ASCITE GRAU 3 (visível com piparote positivo): paracentese e albumina humana. Metas do peso para paciente com edema • O paciente com ICC a meta é que ele perca entre 800g a 1,200 kg por dia. Começar com uma dose de diurético arbitrária e no outro dia pesa e vai avaliando. • O paciente com síndrome nefrótica: objetivo entre 300g e 500g por dia de peso, pois esses pacientes são hipovolêmicos, se tirar muito líquido deles eles vão fazer hipovolemia. • Paciente com cirrose hepática, se ele tiver ascite com edema de extremidades: a perda máxima de 0,5kg por dia; e o paciente com ascite sem edema a perda máxima de 300g. Gabriela Reis Viol
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